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Objetivos da disciplina:
Ensinar os alunos a interpretar e criar objetos de arquitetura e engenharia de
acordo com as normas da ABNT;
Desenvolver o raciocínio, o senso de rigor geométrico e de organização, tornando
possível a elaboração de um projeto com precisão;
Desenvolver o entendimento sobre as normas ABNT para Desenho Técnico.
Desenho técnico – que tem por finalidade a representação dos objetos o mais
próximo do possível, em formas e dimensões, seguindo normas técnicas.
Nos dias de hoje a expressão “desenho técnico” representa todos os tipos de desenhos
utilizados pela engenharia e o seu ensino é imprescindível na formação de qualquer
modalidade de engenheiro.
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes
necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da
arquitetura, utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e
indicações escritas normalizadas. Pode ser definido também como linguagem gráfica
universal da engenharia e da arquitetura.
O desenho técnico por meio de suas informações claras, permite que as idéias
concebidas pelo engenheiro ou arquiteto sejam executadas por terceiros.
Desenho executivo (desenho técnico): segue normas técnicas e é o desenho final, não
sofre alterações.
Desenho mecânico;
Desenho de máquinas e equipamentos;
Desenho de estruturas;
Desenho arquitetônico;
Desenho elétrico/eletrônico;
Desenho de tubulações.
Desenho digital
Atualmente, os desenhos são elaborados por computadores, pois existem vários
programas que facilitam a elaboração e apresentação de desenhos técnicos. Um dos
programas mais conhecidos é o AutoCAD, criado pela empresa Autodesk, bastante
difundido no mercado.
Nas diversas áreas da engenharia, os primeiros desenhos que darão início à viabilização
das idéias são desenhos elaborados à mão livre, chamados de esboços.
Lapiseira
Utiliza lapiseira de grafite, que será utilizada para o traçado de linhas de espessura fina,
média e grossa.
Borracha
Sempre se deve utilizar borracha macia, flexível e ter as extremidades chanfradas para
facilitar o trabalho de apagar.
Folhas de papel
As folhas em que se desenha o desenho técnico é denominada prancha. Usa-se papel
sulfurizê (manteiga) ou vegetal, (ambos papéis transparentes). Os tamanhos do papel
também são padronizados por normas técnicas.
No curso usaremos os formatos: A3.
Esquadros
É o conjunto de duas peças de formato triangular-retangular, uma com ângulos de 45º e
outra com ângulos de 30º e 60º. São utilizados para o traçado de linhas verticais,
horizontais e inclinadas, sendo muito utilizado em combinação com a régua paralela. Com
a combinação destes esquadros torna-se possível traçar linhas com outros ângulos
conhecidos.
Cuidados:
Não usar o esquadro como guia para corte;
Não usar o esquadro com marcadores coloridos;
Manter os esquadros limpos (não utilizar álcool na limpeza, que deixa o esquadro
esbranquiçado).
Figura 7 – Gabaritos
Escalímetro
Instrumento destinado à marcação de medidas do desenho. A graduação de escalas mais
utilizada e recomendável é o que marca as escalas de 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e
1:125.
Cuidado: o escalímetro não deve ser utilizado para o traçado de linhas.
Figura 8 – Escalímetro
Prancheta
Geralmente de madeira, em formato retangular, onde se fixam os papéis com fita crepe
para elaborar os desenhos. Seu revestimento é em fórmica ou material resistente similar,
sem imperfeições de superfície.
Régua paralela
Destinada ao traçado de linhas horizontais paralelas entre si no sentido do comprimento
da prancheta, e a servir de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou
com determinadas inclinações.
Normas não são leis – o profissional pode não se prender a todos os aspectos da
norma, desde que justifique e se responsabilize por isso. No caso do desenho técnico, as
normas nos auxiliam a manter um padrão.
Os desenhistas considerem que o módulo básico seja a folha A4, isto se deve ao fato de
que qualquer folha obtida a partir desde módulo pode ser dobrada e encaixada em uma
pasta neste tamanho, normalmente exigida pelos órgãos públicos de aprovação de
projetos. Utiliza as recomendações para dobramento das folhas, conforme a norma NBR
13142 – Desenho Técnico – Dobramento de cópias. O formato final deve ser o A4, para
arquivamento.
8. AS LINHAS
Traço forte (lapiseira 0,9mm): são utilizadas para representar, nas plantas baixas e
cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de corte.
Traço médio (lapiseira 0,5mm): linhas médias (finas e escuras), representam
elementos em vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte.
Traço fino (lapiseira 0,3mm): para linhas de construção do desenho, que não
precisam ser apagadas utiliza-se linha bem fina. Exemplo: nas hachuras, linhas de cota,
auxiliares e de projeção.
O uso de linhas guia é obrigatório para que as letras sejam consistentes na altura.
O desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas padronizadas com margens e
selo com as informações necessárias do aluno ou profissional. Deve estar limpo e sem
rasuras. Conter traços com espessuras (grossa, média e fina) diferenciadas que
identifiquem e facilitem a compreensão dos elementos desenhados. Dimensões (cotas) e
demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita execução do projeto.
A base para a maior parte do desenho técnico é a linha, que transmite a informação e
depende primordialmente das diferenças discerníveis no peso visual dos tipos de linhas
usados.
Figura 16 – Etapas do desenho: Primeiro traça-se as linhas com traço mais claro. Depois do
desenho definido, dá o acabamento nas linhas com o traço mais forte.
Para elaborarmos um desenho técnico nestas pranchas, seja ele de uma peça,
máquina, volumetria ou edificação, deverá estar em escala. As escalas são encontradas
em réguas próprias, chamadas de escalímetros.
Imagine uma peça com dimensão de alguns milímetros que para ser representada e
visualizada mais facilmente foi ampliada 10 vezes – neste caso a escala será de 10:1
(cada dez unidades no desenho correspondem a uma unidade na peça real).
ESCALA 1:100 (ou 1/100), lê-se: Escala um por cem (ou um para cem);
ESCALA 1:125 (ou 1/125), lê-se: Escala um por cento e vinte e cinco (ou um para
cento e vinte);
ESCALA 1:50 (ou 1/100), lê-se: Escala um por cinquenta (ou um para cinquenta);
ESCALA 1:75 (ou 1/100), lê-se: Escala um por setenta e cinco (ou um para setenta
e cinco);
ESCALA 1:20 (ou 1/100), lê-se: Escala um por vinte (ou um para vinte);
ESCALA 1:25 (ou 1/100), lê-se: Escala um por vinte e cinco (ou um para vinte e
cinco).
O selo deve vir sempre no canto inferior direito do formato, com exceção do formato
A4. O selo de um desenho técnico deve conter, no mínimo, as seguintes informações:
O local em que cada uma dessas informações deve ser posicionada dentro da legenda
pode ser escolhido pelo engenheiro ou desenhista. O número da prancha deve ser
posicionado sempre no extremo inferior direito do selo e o nome da empresa ou emblema
usualmente são localizados na região superior.
Junto com o número da prancha usualmente se informa o total de pranchas do
projeto. Exemplo: 03/05 , significa: prancha número 3 de um total de 5 pranchas.
Um milímetro corresponde à milésima parte do metro. Isto quer dizer que, dividindo o
metro em 1000 partes iguais, cada uma das partes equivale a 1 (um) milímetro. O
símbolo de milímetro é mm.
Sistema decimal:
1,00 m = 1.000 mm
1,00 m = 100 cm ____ 1 cm = 10 mm
1,00 m = 10 dm _____ 1 dm = 10 cm
Figura 20 – Escalímetro
15. DIMENSIONAMENTO/COTAGEM
Elementos de cotagem
Para interpretar desenhos cotados, conheceremos três elementos básicos: cota ou valor
numérico, linha de cota e linha auxiliar ou linha de chamada.
Figura 21 – Cotas
Observe, no desenho ao lado, as medidas básicas de uma peça. Elas estão indicadas
pelas cotas: 50, 12 e 25.
Linhas de cota
São linhas contínuas estreitas com setas, traços oblíquos ou círculos nas extremidades,
como você vê a seguir.
Linhas auxiliares
São linhas contínuas estreitas (feitas com traço fino) que limitam a linha de cota fora
da vista ortográfica. A linha auxiliar deve ser prolongada ligeiramente além da respectiva
linha de cota. Um pequeno espaço deve ser deixado entre a linha auxiliar e a linha de
contorno do desenho. Observe, no próximo desenho, a indicação da linha auxiliar.
Quando a linha de cota está na posição horizontal, como neste caso, a cota deve ser
indicada acima e paralelamente à sua linha de cota. Os algarismos devem estar
centralizados, a uma pequena distância da linha de cota.
Figura 25 – Escalímetro
Outra opção de cota: Quando a linha de cota está na posição vertical, como nesta
figura, a cota pode aparecer do lado esquerdo e paralela à linha de cota. Outra
possibilidade é representar a cota interrompendo a linha de cota.
Figura 26 – Escalímetro
As cotas devem ser sempre indicadas nas vistas onde os elementos aparecem melhor
representados. No desenho técnico, as cotas devem ser localizadas de tal modo que não
sejam cortadas ou separadas por qualquer outra linha. Mas, num mesmo desenho, os
vários modos de escrever as cotas não devem ser misturados.
Figura 28 – Escalímetro
Princípios Gerais:
As cotas devem ser escritas sem o símbolo da unidade de medida (mm ou cm);
As cotas devem ser escritas acompanhando a direção das linhas de cota;
Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas representam a verdadeira
grandeza das dimensões (medidas reais);
As linhas de cota devem ser contínuas e os algarismos das cotas devem ser
colocados ACIMA da linha de cota;
Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho;
Não traçar linha de cota como continuação de linha da figura;
Os ângulos serão medidos em graus, exceto nas coberturas e rampas que se
indicam em porcentagem.
Cotas auxiliares
As cotas auxiliares servem de complemento às outras cotas. Elas aparecem no desenho
apenas para evitar cálculos. A cota 40 é uma cota auxiliar. Observe que ela corresponde à
soma das cotas: 30 e 10.
Cotas básicas
Cotas básicas são aquelas que indicam o comprimento, a largura e a altura do
objeto. Com base nestas cotas é possível determinar as dimensões do material necessário
para a fabricação da peça.
Outras observações:
Na hora de cotar, deve-se ter o cuidado de não apresentar num mesmo desenho
duas unidades diferentes, centímetros e metros, por exemplo.
Planta Baixa: desenho onde são indicadas as dimensões horizontais. Este desenho é o
resultado da interseção de um plano horizontal com o volume arquitetônico. Consideramos
para efeito de desenho, que este plano encontra-se entre 1,20 a 1,50 m de altura do piso
do pavimento que está sendo desenhado, e o sentido de observação é sempre em direção
ao piso (de cima para baixo). Então, tudo que é cortado por este plano deve ser
desenhado com linhas fortes (grossas e escuras) e o que está abaixo deve ser desenhado
em vista, com linhas médias (finas e escuras). Sempre considerando a diferença de níveis
existentes, o que provoca uma diferenciação entre as linhas médias que representam os
desníveis.
Qualquer construção projetada para um único piso terá a necessidade óbvia de uma
única planta baixa, que será denominada simplesmente “Planta Baixa”. Em construções
projetadas com vários pavimentos, será necessária uma planta baixa para cada
pavimento. Vários pavimentos iguais terão como representação uma única planta baixa,
que neste caso será chamada de “Planta Baixa do Pavimento Tipo”. Quanto aos demais
pavimentos, o título da planta recebe a denominação do respectivo piso. Exemplo: Planta
b) Representação das informações: nome das dependências; áreas úteis; tipos de pisos
dos ambientes; níveis; posições dos planos de corte verticais; cotas das aberturas ou
simbologia de representação com quadro de esquadrias; cotas gerais; informações sobre
elementos não visíveis; outras informações.
Paredes
São representadas de acordo com suas espessuras e com simbologia relacionada ao
material que as constitui. Normalmente desenha-se a parede de 15cm, ela pode variar
conforme a intenção e necessidade arquitetônica.
Portas e portões
São desenhados representando-se sempre a(s) folha(s) da esquadria, com linhas
auxiliares, procurando especificar o movimento da(s) folha(s) e o espaço ocupado.
Pisos
Em nível de representação gráfica em Planta Baixa, os pisos são apenas distintos em dois
tipos: comuns ou impermeáveis (representados apenas em áreas dotadas de
equipamentos hidráulicos). Salienta-se que o tamanho do reticulado constitui uma
simbologia, não tendo a ver necessariamente com o tamanho real das lajotas ou pisos
cerâmicos (convenciona-se utilizar 30x30 cm ou 50x50 cm).
Em plantas: Em cortes:
Figura 34 – Corte
Janelas: todas as janelas devem ser cotadas em Planta Baixa, identificando-se sua largura,
altura e peitoril, de acordo com o seguinte:
a) Sempre na ordem L x H / P (largura por altura sobre peitoril);
b) Posicionamento interno ou externo à construção (apenas uma opção em um projeto).
Os títulos das Plantas Baixas, conjuntamente com as respectivas escalas, devem ser
posicionados, com caracteres em destaque, abaixo e preferencialmente à esquerda
dos respectivos desenhos.
Traço forte: As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas
baixas e cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de
corte.
Traço médio: As linhas médias representam elementos em vista ou tudo que esteja
abaixo do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, paredes em
vista, etc.
Traço fino: Para linhas de construção do desenho – que não precisam ser apagadas –
utiliza-se linha bem fina. Nas texturas de piso ou parede (azulejos, cerâmicas, pedras,
etc), as juntas são representadas por linhas finas. Também para linhas de cota, auxiliares
e de projeção.
Pode ser expressa em porcentagem (%), ou em graus (º), sendo que a primeira é a forma
mais usual. A inclinação do telhado é calculada através da fórmula:
22. OS CORTES
Os cortes são representações de vistas ortográficas, obtidas quando passamos por uma
construção um plano de corte VERTICAL, normalmente paralelo às paredes, e
desenhamos a vista indicada pelo corte. Os cortes são os desenhos em que são indicadas
as dimensões verticais. Os cortes devem ser desenhados sempre na mesma escala da
planta baixa, preferencialmente na escala 1/50.
O sentido de visualização dos cortes deve ser indicado em planta, bem como a sua
localização.
Figura 44 – Piso/Contrapiso
PAREDES
Nos cortes, as paredes podem aparecer seccionadas ou em vista. No caso de paredes
seccionadas, a representação é semelhante ao desenho em planta baixa. Existindo
paredes em vista (que não são cortadas pelo plano de corte) a representação é similar aos
pisos em planta.
ABERTURAS
Cotas
São representadas exclusivamente as cotas verticais, de todos os elementos de interesse
em projeto, e principalmente:
23. HACHURAS
24. LINHAS
O tipo e espessura de linha indicam sua função no desenho.
25. FACHADAS
A fachada é a vista externa da construção, como se fosse um corte que passa fora do
projeto olhando para ele.
As fachadas podem ser: fachada frontal, fachada lateral direita, fachada lateral esquerda
e fachada posterior.
As fachadas não devem apresentar cotas verticais, salvo casos muito especiais. A figura
humana e veículos devem ser representados para dar relação de proporção. Pois temos
conhecimento do tamanho de uma pessoa e assim relacionamos para termos idéia do
tamanho da construção. A vegetação serve para embelezar a fachada e mostrar que
estamos também preocupados com o paisagismo externo da construção.
Figura 45 – Fachadas
Referências Básicas
CH, French, Thomas E. & Vierck,. Desenho técnico e tecnologia gráfica. 8. ed. Rio de Janeiro: Globo, 2008.
R., Gomide,. Operações unitárias: fluidos na indústria. São Paulo: Edição do Autor, 1993. 2 v.
GIOVANI, Manfe,; RINO, Pozza,; GIOVANNI, Scarato,. Desenho técnico mecânico: volume . São Paulo: Hemus, 2008.1 v.
Referências Complementares
ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. Execução de caracteres para escrita em desenhos técnicos –
Procedimento - NBR 8402. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.
T., Braga,. Desenho linear geométrico. 14. ed. São Paulo: Ícone, 1997.
ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 8196- Desenho técnico - Emprego de escalas. Rio de Janeiro: ABNT,
1999.
ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras
das linhas. Rio de Janeiro: ABNT, 1984.
ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT,1987.
ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 8404 - Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos. Rio
de Janeiro: ABNT, 1984.
ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. Princípios gerais de representação em desenho técnico – Vistas e cortes –
Procedimento - NBR 10067. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 10582 - Apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro:
ABNT, 1988.
ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 12298 - Representação de área de corte por meio de hachuras em
desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 13142 - Desenho técnico - Dobramento de cópia. Rio de Janeiro: ABNT,
1999.