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SISTEMA UNIVERSITÁRIO PITÁGORAS

DISCIPLINA DE DESENHO TÉCNICO

Prof. Cristina Evangelista Silva

Objetivos da disciplina:
 Ensinar os alunos a interpretar e criar objetos de arquitetura e engenharia de
acordo com as normas da ABNT;
 Desenvolver o raciocínio, o senso de rigor geométrico e de organização, tornando
possível a elaboração de um projeto com precisão;
 Desenvolver o entendimento sobre as normas ABNT para Desenho Técnico.

O aprendizado do desenho técnico nas universidades agregará condições ao futuro


profissional de engenharia no desenvolvimento e no entendimento das formas
geométricas de diversas peças, projetos arquitetônicos, máquinas, etc.

1. DESENHO COMO FORMA DE EXPRESSÃO

Desde suas origens o homem comunica-se através de desenhos. As primeiras


representações que conhecemos são as pinturas rupestres, em que o homem do período
Paleolítico representava não apenas o mundo que o cercava, e também expressava as
suas sensações, alegrias, medos, crenças, danças e etc.

Ao longo da história, a comunicação através do


desenho, foi evoluindo, dando origem a duas formas de
desenho:

 Desenho artístico – que pretende comunicar


idéias e sensações, estimulando a imaginação do
espectador. No desenho artístico não há
preocupação com normas técnicas;
Figura 1 – Pintura rupestre

 Desenho técnico – que tem por finalidade a representação dos objetos o mais
próximo do possível, em formas e dimensões, seguindo normas técnicas.

Na arquitetura e engenharia, o desenho é a principal forma de expressão.

Desenho artístico X Desenho Técnico

Desenho artístico: expressa sentimentos e idéias do artista e cada observador interpreta o


desenho de uma maneira.

Desenho técnico: transmite com exatidão as características da peça e deve ser


interpretado de uma única maneira por cada profissional que observar o projeto.

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2. A ORIGEM DO DESENHO TÉCNICO E A ENGENHARIA/ARQUITETURA

A base da linguagem utilizada pelo Desenho Técnico se deu com a “Geometria


Descritiva” de Gaspar Monge (1746-1818), matemático francês, que no século XVII visava
facilitar as construções de fortificações (fortes, muralhas, enfim, construções de função
militar).

Nos dias de hoje a expressão “desenho técnico” representa todos os tipos de desenhos
utilizados pela engenharia e o seu ensino é imprescindível na formação de qualquer
modalidade de engenheiro.

Habilidades adquiridas com Desenho Técnico:


 Desenvolver a capacidade de analisar, ler e interpretar desenhos técnicos de acordo
com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas);
 Desenvolver desenhos com a corre ta utilização dos instrumentos de desenho;
 Desenvolver o raciocínio, o senso de rigor geométrico e de organização, tornando
possível a elaboração de um projeto com precisão.
 Ler escalas e dimensionamento do desenho;
 Traçar vistas e perspectiva a mão livre;
 Interpretar e elaborar esquemas, gráficos e diagramas.

3. DEFINIÇÃO DE DESENHO TÉCNICO E VISÃO ESPACIAL

O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes
necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da
arquitetura, utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e
indicações escritas normalizadas. Pode ser definido também como linguagem gráfica
universal da engenharia e da arquitetura.

O desenho técnico por meio de suas informações claras, permite que as idéias
concebidas pelo engenheiro ou arquiteto sejam executadas por terceiros.

Na prática, pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário


enxergar o que não é visível. A capacidade de entender uma forma espacial a partir de
uma figura plana é chamada visão espacial.

Figura 2 – Figura plana (bidimensional) Figura 3 – Visão espacial (tridimensional)

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Desenho preliminar: o projeto pode sofrer alterações;

Desenho executivo (desenho técnico): segue normas técnicas e é o desenho final, não
sofre alterações.

Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas


empresas, construtoras, escritórios de engenharia e arquitetura:

 Desenho mecânico;
 Desenho de máquinas e equipamentos;
 Desenho de estruturas;
 Desenho arquitetônico;
 Desenho elétrico/eletrônico;
 Desenho de tubulações.

4. FORMAS DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO

Desenho à mão livre


É muito importante para desenvolver a habilidade de desenhar. A elaboração de esboços,
além favorecer a análise gráfica das projeções ortogonais, ajuda a desenvolver o sentido
de proporcionalidade.

Desenho digital
Atualmente, os desenhos são elaborados por computadores, pois existem vários
programas que facilitam a elaboração e apresentação de desenhos técnicos. Um dos
programas mais conhecidos é o AutoCAD, criado pela empresa Autodesk, bastante
difundido no mercado.

Nas diversas áreas da engenharia, os primeiros desenhos que darão início à viabilização
das idéias são desenhos elaborados à mão livre, chamados de esboços.

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5. PRINCIPAIS MATERIAIS DE DESENHO TÉCNICO

Lapiseira
Utiliza lapiseira de grafite, que será utilizada para o traçado de linhas de espessura fina,
média e grossa.

Borracha
Sempre se deve utilizar borracha macia, flexível e ter as extremidades chanfradas para
facilitar o trabalho de apagar.

Figura 4 – Lapiseiras Figura 5 – Borracha

Folhas de papel
As folhas em que se desenha o desenho técnico é denominada prancha. Usa-se papel
sulfurizê (manteiga) ou vegetal, (ambos papéis transparentes). Os tamanhos do papel
também são padronizados por normas técnicas.
No curso usaremos os formatos: A3.

Esquadros
É o conjunto de duas peças de formato triangular-retangular, uma com ângulos de 45º e
outra com ângulos de 30º e 60º. São utilizados para o traçado de linhas verticais,
horizontais e inclinadas, sendo muito utilizado em combinação com a régua paralela. Com
a combinação destes esquadros torna-se possível traçar linhas com outros ângulos
conhecidos.

Cuidados:
 Não usar o esquadro como guia para corte;
 Não usar o esquadro com marcadores coloridos;
 Manter os esquadros limpos (não utilizar álcool na limpeza, que deixa o esquadro
esbranquiçado).

Figura 6 – Esquadros 45° e 30°/60°

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Gabaritos
São chapas em plástico ou acrílico, com elementos diversos vazados, que possibilitam a
reprodução destes nos desenhos. O gabarito de círculos ou boloteiro, é útil para o traçado
de pequenos círculos de diferentes raios. Outros gabaritos úteis: equipamentos
sanitários/hidráulicos, formas geométricas e mobiliário.

Figura 7 – Gabaritos

Escalímetro
Instrumento destinado à marcação de medidas do desenho. A graduação de escalas mais
utilizada e recomendável é o que marca as escalas de 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e
1:125.
Cuidado: o escalímetro não deve ser utilizado para o traçado de linhas.

Figura 8 – Escalímetro

Prancheta
Geralmente de madeira, em formato retangular, onde se fixam os papéis com fita crepe
para elaborar os desenhos. Seu revestimento é em fórmica ou material resistente similar,
sem imperfeições de superfície.

Régua paralela
Destinada ao traçado de linhas horizontais paralelas entre si no sentido do comprimento
da prancheta, e a servir de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou
com determinadas inclinações.

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Figura 9 – Prancheta Figura 10 – Régua Paralela

6. PADRONIZAÇÃO DO DESENHO E NORMAS ABNT

Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário


padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Cada país elabora suas normas
técnicas e estas devem ser seguidas e respeitadas.

Normas não são leis – o profissional pode não se prender a todos os aspectos da
norma, desde que justifique e se responsabilize por isso. No caso do desenho técnico, as
normas nos auxiliam a manter um padrão.

Figura 11 – Marquise caída de prédio em BH

No Brasil, as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas


Técnicas – ABNT, fundada em 1940. Para favorecer o desenvolvimento da padronização
internacional e facilitar o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos
responsáveis pela normalização em cada país, criaram em 1947 a Organização
Internacional de Normalização (International Organization for Standardization – ISO).
Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos os
países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma
internacional.
As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT,
registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial) como normas brasileiras – NBR.

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As seguintes normas se aplicam diretamente ao desenho técnico no Brasil:

 NBR 6492 Representação de projetos de arquitetura;


 NBR 8196 – Desenho Técnico – Emprego de Escalas;
 NBR 8402 – Execução de Caracteres para Escrita em Desenhos Técnicos;
 NBR 8403 – Aplicação de Linhas em Desenho Técnico Apostila de Desenho Técnico
Básico;
 NBR 10067 – Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico;
 NBR 10068 – Folha de Desenho, Layout e Dimensões;
 NBR 10126 – Cotagem em Desenho Técnico;
 NBR 10582 – Apresentação da Folha para Desenho Técnico;
 NBR 12296 – Representação de Área de Corte por Meio de Hachuras em Desenho
Técnico;
 NBR 13142 – Desenho Técnico – Dobramento de Cópias.

7. FORMATO E DIMENSÕES DO PAPEL

As folhas em que se desenha o desenho técnico é


denominada prancha. Os tamanhos do papel
devem seguir os mesmos padrões do desenho
técnico.
Utiliza-se predominantemente os formatos A1 e
A0, devido à escala dos desenhos e à quantidade de
informação. Em nossas aulas utilizaremos os
formatos A3 e A4, pela facilidade de manuseio e dimensões das pranchetas e réguas
paralelas disponíveis.
As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal,
mas normalmente são usadas na horizontal.

Os Formatos da série “A” seguem as seguintes dimensões em milímetros:

Figura 12 – Formato e dimensões dos papéis

Os desenhistas considerem que o módulo básico seja a folha A4, isto se deve ao fato de
que qualquer folha obtida a partir desde módulo pode ser dobrada e encaixada em uma
pasta neste tamanho, normalmente exigida pelos órgãos públicos de aprovação de
projetos. Utiliza as recomendações para dobramento das folhas, conforme a norma NBR
13142 – Desenho Técnico – Dobramento de cópias. O formato final deve ser o A4, para
arquivamento.

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Figura 13 – Dobramento do papel

Efetua-se o dobramento a partir do lado direito em dobras verticais de acordo com as


medidas mostradas no desenho, em milímetros.

8. AS LINHAS

As linhas são os principais elementos do desenho técnico, determinam as dimensões e


informam as características de cada elemento projetado. Devem ser regulares, legíveis
(visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras.
As linhas em primeiro plano (mais próximo) serão sempre mais grossas e escuras,
enquanto as do segundo (mais afastado) serão mais finas.

Figura 14 – Traços das linhas

Traço forte (lapiseira 0,9mm): são utilizadas para representar, nas plantas baixas e
cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de corte.
Traço médio (lapiseira 0,5mm): linhas médias (finas e escuras), representam
elementos em vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte.
Traço fino (lapiseira 0,3mm): para linhas de construção do desenho, que não
precisam ser apagadas utiliza-se linha bem fina. Exemplo: nas hachuras, linhas de cota,
auxiliares e de projeção.

9. CALIGRAFIA TÉCNICA (LETRAS E NÚMEROS)

As características mais importantes das letras são LEGIBILIDADE e CONSISTÊNCIA,


tanto em estilo quanto em espaçamento.
São utilizadas na transmissão das informações contidas nos desenhos, sob forma de
textos ou números. Normalmente elas aparecem nos desenhos, entre "linhas guia", em
três dimensões:

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 2mm (dois milímetros) para locais onde o espaço para a escrita seja bastante
restrito;
 3mm (três milímetros) a mais utilizada;
 5mm para títulos, designações ou qualquer outro texto ou número que necessite de
destaque. São representadas sempre em "caixa alta" (letras maiúsculas).

O uso de linhas guia é obrigatório para que as letras sejam consistentes na altura.

Figura 15 – Caligrafia técnica


Dicas:
1. As letras devem ser sempre maiúsculas e não inclinadas – letras inclinadas geralmente
são direcionais, distraindo a visão em um desenho retilíneo.
2. Para manter as letras verticais, um pequeno esquadro ajuda a manter os traços
verticais das letras.
3. Mantenha a proporção de áreas iguais para cada letra, para que seu texto seja mais
estável.

Figura 16 – Caligrafia técnica

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10. TÉCNICAS DE GRAFITAÇÃO

O desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas padronizadas com margens e
selo com as informações necessárias do aluno ou profissional. Deve estar limpo e sem
rasuras. Conter traços com espessuras (grossa, média e fina) diferenciadas que
identifiquem e facilitem a compreensão dos elementos desenhados. Dimensões (cotas) e
demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita execução do projeto.

A base para a maior parte do desenho técnico é a linha, que transmite a informação e
depende primordialmente das diferenças discerníveis no peso visual dos tipos de linhas
usados.

Figura 16 – Etapas do desenho: Primeiro traça-se as linhas com traço mais claro. Depois do
desenho definido, dá o acabamento nas linhas com o traço mais forte.

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11. ESCALAS

Através do Desenho Técnico, o engenheiro, arquiteto ou desenhista gera os


documentos necessários para as construções. Esses são reproduzidos em "pranchas",
isto é, folhas de papel com dimensões padronizadas por norma técnica, onde o espaço
utilizável é delimitado por linhas chamadas de margens.

Para elaborarmos um desenho técnico nestas pranchas, seja ele de uma peça,
máquina, volumetria ou edificação, deverá estar em escala. As escalas são encontradas
em réguas próprias, chamadas de escalímetros.

Escala é a relação entre as medidas da peça (medida real) e as medidas do desenho.

A escala é necessária porque nem sempre os desenhos industriais são do mesmo


tamanho das peças a serem produzidas. Assim, quando se trata de uma peça muito
grande, o desenho é feito em tamanho menor com redução igual em todas as suas
medidas. E quando se trata de uma peça muito pequena, o desenho é feito em tamanho
maior com ampliação igual em todas as suas medidas.

ESCALA 1:1 para escala natural (trena)


ESCALA X:1 para escala de ampliação (X > 1) – medida do objeto x escala
ESCALA 1:X para escala de redução (X > 1) – medida do objeto / escala

Imagine uma peça com dimensão de alguns milímetros que para ser representada e
visualizada mais facilmente foi ampliada 10 vezes – neste caso a escala será de 10:1
(cada dez unidades no desenho correspondem a uma unidade na peça real).

Exemplos de escalas usuais:


Natural ..................................... 1:1 (escala um por um)
Redução .................................... 1:100, 1:125, 1:50, 1:75 e etc.
Ampliação .................................... 2:1, 5:1, 10:1, 20:1 e etc.

A unidade de dimensionamento utilizada no desenho Técnico Mecânico (peças) é o


milímetro, assim, como no desenho de estruturas metálicas. No desenho arquitetônico
usa-se o centímetro.

A designação de uma escala deve consistir no desenho, escrito na palavra ESCALA ou


ESC, seguida da indicação da relação. Exemplo:

 ESCALA 1:100 (ou 1/100), lê-se: Escala um por cem (ou um para cem);
 ESCALA 1:125 (ou 1/125), lê-se: Escala um por cento e vinte e cinco (ou um para
cento e vinte);
 ESCALA 1:50 (ou 1/100), lê-se: Escala um por cinquenta (ou um para cinquenta);
 ESCALA 1:75 (ou 1/100), lê-se: Escala um por setenta e cinco (ou um para setenta
e cinco);
 ESCALA 1:20 (ou 1/100), lê-se: Escala um por vinte (ou um para vinte);
 ESCALA 1:25 (ou 1/100), lê-se: Escala um por vinte e cinco (ou um para vinte e
cinco).

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O fator que influencia a escolha da escala é o tamanho do projeto, onde a
peça, máquina, volumetria ou edificação quando são muito longos ou grandes, em geral
são desenhados nas escalas menores. Por exemplo, um projeto de uma máquina ou
edificação desenhado na escala 1:100 (ou 1/100), significa que o desenho estará 100
vezes menor que a verdadeira dimensão (ou verdadeira grandeza). Se escolhermos a
escala 1:50 (ou 1/50) o desenho será 50 vezes menor, e assim por diante.

A escala pode ser de redução ou de ampliação. Escala de ampliação é quando a


representação gráfica é maior do que o tamanho real do objeto. A escala de redução é
mais utilizada em engenharia, quando o desenho é realizado em tamanho inferior ao
que do objeto real. Exemplo: 1:25, 1:50, 1:100 etc.

12. FORMATOS E SELO

O selo deve vir sempre no canto inferior direito do formato, com exceção do formato
A4. O selo de um desenho técnico deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

 Designação e emblema da empresa que está elaborando o projeto ou a obra;


 Nome do responsável técnico pelo conteúdo do desenho, com sua identificação
(inscrição no órgão de classe) e local para assinatura;
 Local e data;
 Nome ou conteúdo do projeto;
 Escala adotada no desenho e unidade;
 Número de prancha.

O local em que cada uma dessas informações deve ser posicionada dentro da legenda
pode ser escolhido pelo engenheiro ou desenhista. O número da prancha deve ser
posicionado sempre no extremo inferior direito do selo e o nome da empresa ou emblema
usualmente são localizados na região superior.
Junto com o número da prancha usualmente se informa o total de pranchas do
projeto. Exemplo: 03/05 , significa: prancha número 3 de um total de 5 pranchas.

Margens: Deverão ser feitas utilizando a escala 1:100, onde a marcação 1 no


escalímetro é igual a 1 centímetro, 2 igual a 2 centímetros e etc.

Para todos os formatos de pranchas:


 margem esquerda= 2,5 cm;
 margem direita, superior e inferior = 1 cm.

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A3

Figura 17 – Modelo de margens para formato A3

Figura 19 – Dobramento do papel

Figura 18 – Medidas para


dobramento do papel

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14. UNIDADE DE MEDIDA EM DESENHO TÉCNICO

As peças, como todos os sólidos geométricos, têm três dimensões básicas:


comprimento, largura e altura. Para indicar uma medida precisamos de uma unidade
de medida, como referência. A unidade de medida adotada no desenho técnico mecânico
é o milímetro.

Um milímetro corresponde à milésima parte do metro. Isto quer dizer que, dividindo o
metro em 1000 partes iguais, cada uma das partes equivale a 1 (um) milímetro. O
símbolo de milímetro é mm.

Os números no escalímetro 1, 2, 3, 4, 5 e etc., representam os centímetros (ou metros


quando as cotas estiverem em centímetros). Cada centímetro é dividido em 10 partes
iguais Cada uma destas partes é 1 (um) milímetro. Se as cotas estivessem em centímetro
seria 1 (um) metro, dividido em 10 partes iguais, onde cada parte valeria 10 cm. O
símbolo de centímetro é cm e o símbolo do metro é m.

Sistema decimal:
1,00 m = 1.000 mm
1,00 m = 100 cm ____ 1 cm = 10 mm
1,00 m = 10 dm _____ 1 dm = 10 cm

Figura 20 – Escalímetro

Em desenho técnico, na cotagem se escreve apenas a medida, sem indicação do


símbolo mm ou cm. Por exemplo: se uma peça tem 35 milímetros de comprimento,
aparecerá apenas o número 35 na cotagem, ficando subentendido que se trata de 35 mm.

15. DIMENSIONAMENTO/COTAGEM

Elementos de cotagem
Para interpretar desenhos cotados, conheceremos três elementos básicos: cota ou valor
numérico, linha de cota e linha auxiliar ou linha de chamada.

Figura 21 – Cotas

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Cotas
Cotas são os números que indicam as medidas reais no desenho. É a forma pela qual
passamos nos desenhos, as informações referentes às dimensões de projeto. São
normalmente dadas em milímetros ou centímetros.

Observe, no desenho ao lado, as medidas básicas de uma peça. Elas estão indicadas
pelas cotas: 50, 12 e 25.

Figura 22 – Desenho técnico cotado

Linhas de cota
São linhas contínuas estreitas com setas, traços oblíquos ou círculos nas extremidades,
como você vê a seguir.

Figura 33 – Tipos de linhas de cota

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A linha de cota é limitada pelo próprio contorno do desenho. Mas, existem casos em
que a colocação da linha de cota dentro das vistas prejudica a interpretação do desenho
técnico. Quando a linha de cota aparece fora do desenho, usa-se uma linha chamada
linha auxiliar.

Linhas auxiliares
São linhas contínuas estreitas (feitas com traço fino) que limitam a linha de cota fora
da vista ortográfica. A linha auxiliar deve ser prolongada ligeiramente além da respectiva
linha de cota. Um pequeno espaço deve ser deixado entre a linha auxiliar e a linha de
contorno do desenho. Observe, no próximo desenho, a indicação da linha auxiliar.

Figura 24 – Linha auxiliar


Regras gerais de cotagem
Os elementos de cotagem aparecem dispostos no desenho técnico de acordo com as
características das peças. A seguir você vai conhecer algumas regras gerais de cotagem.

Quando a linha de cota está na posição horizontal, como neste caso, a cota deve ser
indicada acima e paralelamente à sua linha de cota. Os algarismos devem estar
centralizados, a uma pequena distância da linha de cota.

Figura 25 – Escalímetro

Outra opção de cota: Quando a linha de cota está na posição vertical, como nesta
figura, a cota pode aparecer do lado esquerdo e paralela à linha de cota. Outra
possibilidade é representar a cota interrompendo a linha de cota.

Figura 26 – Escalímetro

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Quando a linha de cota está na posição inclinada, a cota acompanha a inclinação para
facilitar a leitura ou é representada na posição horizontal, interrompendo a linha de cota.

Figura 27 – Cotas inclinadas

As cotas devem ser sempre indicadas nas vistas onde os elementos aparecem melhor
representados. No desenho técnico, as cotas devem ser localizadas de tal modo que não
sejam cortadas ou separadas por qualquer outra linha. Mas, num mesmo desenho, os
vários modos de escrever as cotas não devem ser misturados.

Figura 28 – Escalímetro

Princípios Gerais:

 As cotas devem ser escritas sem o símbolo da unidade de medida (mm ou cm);
 As cotas devem ser escritas acompanhando a direção das linhas de cota;
 Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas representam a verdadeira
grandeza das dimensões (medidas reais);
 As linhas de cota devem ser contínuas e os algarismos das cotas devem ser
colocados ACIMA da linha de cota;
 Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho;
 Não traçar linha de cota como continuação de linha da figura;
 Os ângulos serão medidos em graus, exceto nas coberturas e rampas que se
indicam em porcentagem.

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Figura 29 – Objeto cotado

Cotas auxiliares
As cotas auxiliares servem de complemento às outras cotas. Elas aparecem no desenho
apenas para evitar cálculos. A cota 40 é uma cota auxiliar. Observe que ela corresponde à
soma das cotas: 30 e 10.

Figura 30 – Peça cotada

Cotas básicas
Cotas básicas são aquelas que indicam o comprimento, a largura e a altura do
objeto. Com base nestas cotas é possível determinar as dimensões do material necessário
para a fabricação da peça.

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A linha de cota da altura aparece indicada na vista frontal; a do comprimento, na vista
superior; e a da largura, na vista lateral esquerda.

Figura 31 – Cotas básicas

As dimensões básicas deste modelo são:


comprimento= 54 mm, altura= 18 mm e largura= 36 mm.

Figura 32 – Cotas básicas

Outras observações:

 A ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa o projeto e na


dificuldade de saná-las.

 Na hora de cotar, deve-se ter o cuidado de não apresentar num mesmo desenho
duas unidades diferentes, centímetros e metros, por exemplo.

 Deve-se sempre informar através de uma "nota de desenho" as unidades


utilizadas, como por exemplo: "cotas dadas em centímetros" e “cotadas dadas
em milímetros".
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16. O PROJETO E O DESENHO DE ARQUITETURA

Os projetos arquitetônicos devem conter todas as informações necessárias para que


possam ser completamente compreendidos e executados. O projeto de arquitetura é
composto por informações gráficas, representadas pelos desenhos técnicos através de
plantas, cortes, elevações e perspectivas – e por informações escritas – memorial
descritivo e especificações técnicas de materiais e sistemas construtivos.

O desenho arquitetônico é uma especialização do desenho técnico normatizado


voltada para a representação dos projetos de arquitetura. É através dele que o engenheiro
ou arquiteto transmite as suas intenções arquitetônicas e construtivas. O desenho
arquitetônico é composto de: plantas baixas, cortes, elevações ou fachadas, planta de
cobertura, planta de localização e planta situação.

Planta Baixa: desenho onde são indicadas as dimensões horizontais. Este desenho é o
resultado da interseção de um plano horizontal com o volume arquitetônico. Consideramos
para efeito de desenho, que este plano encontra-se entre 1,20 a 1,50 m de altura do piso
do pavimento que está sendo desenhado, e o sentido de observação é sempre em direção
ao piso (de cima para baixo). Então, tudo que é cortado por este plano deve ser
desenhado com linhas fortes (grossas e escuras) e o que está abaixo deve ser desenhado
em vista, com linhas médias (finas e escuras). Sempre considerando a diferença de níveis
existentes, o que provoca uma diferenciação entre as linhas médias que representam os
desníveis.

Cortes: são os desenhos em que são indicadas as dimensões verticais. Neles


encontramos o resultado da interseção do plano vertical com o volume. A posição do
plano de corte depende do interesse de visualização. Recomenda-se sempre passá-lo
pelas áreas molhadas (banheiro e cozinha), pelas escadas e poço dos elevadores. Podem
sofrer desvios, sempre dentro do mesmo compartimento, para possibilitar a apresentação
de informações mais pertinentes. Podem ser transversais (plano de corte na menor
dimensão da edificação) ou longitudinais (na maior dimensão). O sentido de observação
depende do interesse de visualização. Os cortes devem sempre estar indicados nas
plantas para possibilitar sua visualização e interpretação.

Elevações ou Fachadas: são desenhos das projeções verticais e horizontais das


arestas visíveis do volume projetado, sobre um plano vertical, localizado fora do elemento
arquitetônico. Nelas aparecem os vãos de janelas, portas, elementos de fachada, telhados
assim como todos os outros visíveis de fora da edificação.

Planta de Cobertura: representação gráfica da vista ortográfica principal superior de


uma edificação, ou vista aérea de seu telhado, acrescida de informações do sistema de
escoamento pluvial.

Planta de Localização: representação da vista ortográfica superior esquemática,


abrangendo o terreno e o seu interior, com a finalidade de identificar o formato, as
dimensões e a localização da construção dentro do terreno para o qual está projetada.

Planta de Situação: vista ortográfica superior esquemática com abrangência de toda


a zona que envolve o terreno onde será edificada a construção projetada, com a finalidade
de identificar o formato, as dimensões do lote e a amarração deste no quarteirão em que
se localiza.
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17. PLANTA BAIXA

A planta baixa é a representação gráfica de uma vista ortográfica obtida quando


imaginamos passar por uma construção um corte horizontal, de altura a seccionar o
máximo possível de aberturas (média de 1,20 a 1,50m em relação ao piso do pavimento
em questão) e considerando o sentido de visualização do observador de cima para baixo.

17.1 Denominação e quantidade

Qualquer construção projetada para um único piso terá a necessidade óbvia de uma
única planta baixa, que será denominada simplesmente “Planta Baixa”. Em construções
projetadas com vários pavimentos, será necessária uma planta baixa para cada
pavimento. Vários pavimentos iguais terão como representação uma única planta baixa,
que neste caso será chamada de “Planta Baixa do Pavimento Tipo”. Quanto aos demais
pavimentos, o título da planta recebe a denominação do respectivo piso. Exemplo: Planta

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Baixa do 1º Pavimento; Planta Baixa do Sub-solo; Planta Baixa do Pavimento de Cobertura
e etc. Utilizam-se as denominações “piso” ou “pavimento” e não andar.

Composição do desenho: desenho dos elementos construtivos e representação das


informações. Em planta baixa, os componentes mais comuns e normalmente frequentes,
em cada um dos casos, são os seguintes:

a) Desenho dos elementos construtivos: paredes e elementos estruturais; aberturas


(portas, janelas, portões); pisos e seus componentes (degraus, rampas, escadas);
equipamentos de construção (aparelhos sanitários, roupeiros, lareiras); aparelhos elétricos
de porte (fogões, geladeiras, máquinas de lavar) e elementos de importância não visíveis.

b) Representação das informações: nome das dependências; áreas úteis; tipos de pisos
dos ambientes; níveis; posições dos planos de corte verticais; cotas das aberturas ou
simbologia de representação com quadro de esquadrias; cotas gerais; informações sobre
elementos não visíveis; outras informações.

17.2 Representação dos elementos construtivos

Paredes
São representadas de acordo com suas espessuras e com simbologia relacionada ao
material que as constitui. Normalmente desenha-se a parede de 15cm, ela pode variar
conforme a intenção e necessidade arquitetônica.

Portas e portões
São desenhados representando-se sempre a(s) folha(s) da esquadria, com linhas
auxiliares, procurando especificar o movimento da(s) folha(s) e o espaço ocupado.

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Janelas
São representadas através de uma convenção genérica, sem dar margem a uma maior
interpretação quanto ao número de caixilhos ou funcionamento da esquadria.

Pisos
Em nível de representação gráfica em Planta Baixa, os pisos são apenas distintos em dois
tipos: comuns ou impermeáveis (representados apenas em áreas dotadas de
equipamentos hidráulicos). Salienta-se que o tamanho do reticulado constitui uma
simbologia, não tendo a ver necessariamente com o tamanho real das lajotas ou pisos
cerâmicos (convenciona-se utilizar 30x30 cm ou 50x50 cm).

Equipamentos hidráulicos de construção


Normalmente são representados pelo número mínimo de linhas básicas para que
identifiquem sua natureza.

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Tipos de ambientes
Devem ser indicados em cada ambiente representado em planta da seguinte forma:
a) Colocação do nome do ambiente e sua área útil (m²);
b) Pode-se colocar a especificação do piso.

Níveis das dependências


Os níveis são cotas altimétricas dos pisos, sempre em relação a uma determinada
Referência de Nível pré-fixada igual a 0 (zero). A colocação os níveis deve atender ao
seguinte:
a) Colocados sempre que há uma diferença de nível;
b) Não marcar sucessão de desníveis iguais (escada);
c) Escrita horizontal;
d) Colocação do sinal + ou - antes da cota de nível;
e) Indicação sempre em metros;
f) simbologia convencional:

Em plantas: Em cortes:

Figura 34 – Corte

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Cotas nas aberturas
Portas: todas as portas e portões devem ser cotados, identificando-se sua largura e altura,
de acordo com o seguinte:
a) Sempre na ordem “L x H” (largura por altura);
c) Posicionamento ao longo das folhas;

Janelas: todas as janelas devem ser cotadas em Planta Baixa, identificando-se sua largura,
altura e peitoril, de acordo com o seguinte:
a) Sempre na ordem L x H / P (largura por altura sobre peitoril);
b) Posicionamento interno ou externo à construção (apenas uma opção em um projeto).

Figura 35 – Identificação das


aberturas
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18. ROTEIRO SEQUENCIAL DE DESENHO

1ª ETAPA (com traço bem fino – traço de construção):


1. Marcar o contorno externo do projeto e desenhar as principais divisões internas;

2ª ETAPA (com traços médios):


1. Desenhar as aberturas – portas e janelas;
2. Desenhar os equipamentos sanitários;
3. Apagar o excesso dos traços.

3ª ETAPA (com traços médios e fortes):


1. Desenhar as linhas tracejadas ou traço dois pontos – projeção da cobertura (traço
médio);
2. Denominar os ambientes (traço médio);
3. Indicar a área de cada ambiente e a especificação do tipo de piso (traço médio);
4. Cotar aberturas, códigos e quadro de esquadrias – portas, janelas, portões (traço
médio);
5. Colocar a indicação de níveis (traço médio);
6. Cotar o projeto (linhas finas);
7. Desenhar hachura no piso das “áreas molhadas” – com equipamentos hidráulicos (traço
fino);
8. Indicar a posição dos cortes; a entrada principal; o norte (traço médio/grosso);
9. Acentuar a espessura dos traços da parede (traço grosso);
10. Denominar o tipo de desenho (planta baixa, planta de cobertura, implantação...), bem
como colocar a escala (1/50; 1/100...).

Figura 36 – Roteiro Sequencial

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Observações
 As Plantas Baixas, sempre que possível devem ser representadas na escala 1:50.
Em projetos de edificações de grande porte, por inconveniência ou impossibilidade
de tamanho do papel, é permissível o desenho na escala 1:75 ou 1:100.

 Os títulos das Plantas Baixas, conjuntamente com as respectivas escalas, devem ser
posicionados, com caracteres em destaque, abaixo e preferencialmente à esquerda
dos respectivos desenhos.

 As áreas construídas devem constar em legenda ou em quadro em destaque,


próximo ao selo.

Recomendações de escalas e traços:

 Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral;


 Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos;
 Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e
fachadas de projetos arquitetônicos;
 Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de
apresentação que não necessitem ir para a obra – maior dificuldade de proporção;
 Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de
1:50; plantas de situação e paisagismo; também para desenhos de estudos que
não necessitem de muitos detalhes;
 Escala 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra;
 Escala 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos,
 Plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano;
 Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia;
 Escala 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de
urbanismo e zoneamento.

Traço forte: As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas
baixas e cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de
corte.

Traço médio: As linhas médias representam elementos em vista ou tudo que esteja
abaixo do plano de corte, como peitoris, soleiras, mobiliário, ressaltos no piso, paredes em
vista, etc.

Traço fino: Para linhas de construção do desenho – que não precisam ser apagadas –
utiliza-se linha bem fina. Nas texturas de piso ou parede (azulejos, cerâmicas, pedras,
etc), as juntas são representadas por linhas finas. Também para linhas de cota, auxiliares
e de projeção.

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19. PLANTA DE IMPLANTAÇÃO E COBERTURA

Nesse caso, representa-se as informações da planta de cobertura acrescido das


informações da planta de localização e elementos da implantação.

a) Localização/Implantação: serve para locar a construção dentro dos limites do terreno.


Esta deve mostrar muros, portões, árvores existentes ou a serem plantadas, um ponto de
referência que desperte interesse e a orientação cardeal (norte).

A orientação cardeal do lote é um elemento indispensável ao desenho, e normalmente


se faz através da indicação do norte, identificado por seta que indique a direção e sentido
do norte, acompanhada da letra N (maiúscula).

Figura 37 – Orientação cardial (Norte)

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20. Simbologia de desenho rural e paisagístico

Projetos de propriedades rurais, de caráter ambiental e/ ou urbanístico que abrangem


grandes extensões caracterizam-se pelo emprego de escalas de desenho de alta redução e
baixo nível de detalhamento (a partir de 1/1000, 1/ 5000). O objetivo dessa representação
concentra-se na demonstração de zoneamento de atividades e/ ou tipo de cultivo. Abaixo
estão apresentados exemplos de símbolos utilizados neste tipo de desenho.

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Em escalas com menor grau de redução (1/ 750, 1/500, etc) há possibilidade de
detalhar melhor a vegetação, as vias (de carros e pedestres) e os equipamentos. A figura
abaixo mostra parques, rios, lagos e estradas representados com grande precisão.

Figura 38 – Representação de vegetação

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Representação de vegetação

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21. REPRESENTAÇÃO DE TIPOS DE COBERTURAS

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21.1 Elementos do telhado

Figura 39 – Elementos do Telhado

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Com beiral:

Figura 40 – Elementos de tesoura

Sem Beiral, com platibanda:


Rufos: São elementos feitos de chapa metálica, utilizados ao longo de cumeeiras,
espigões, rincões e junto a planos verticais.

Figura 41 – Planta de cobertura

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21.2 Inclinação do Telhado

A inclinação da cobertura deve ser definida durante a fase de projeto, planejada de


maneira que evite o acúmulo excessivo de água da chuva sobre o telhado.

Pode ser expressa em porcentagem (%), ou em graus (º), sendo que a primeira é a forma
mais usual. A inclinação do telhado é calculada através da fórmula:

Para garantir o escoamento da água, a inclinação deve variar de acordo com o


comprimento do telhado.

22. OS CORTES
Os cortes são representações de vistas ortográficas, obtidas quando passamos por uma
construção um plano de corte VERTICAL, normalmente paralelo às paredes, e
desenhamos a vista indicada pelo corte. Os cortes são os desenhos em que são indicadas
as dimensões verticais. Os cortes devem ser desenhados sempre na mesma escala da
planta baixa, preferencialmente na escala 1/50.

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Figura 42 – Esquema de corte

O objetivo dos cortes em um projeto de edificação é ilustrar o maior número de


relações entre espaços interiores e significantes, que se desenvolvem em altura, e que,
por consequência, não são devidamente esclarecidos em planta baixa. A quantidade de
cortes necessários em um projeto é em função das necessidades de esclarecimento do
projeto.

Normalmente se faz no mínimo dois cortes, um transversal e outro longitudinal ao


objeto cortado, para melhor entendimento. Os cortes podem ser: transversais (plano
de corte na menor dimensão da edificação) ou longitudinais (na maior dimensão).

Figura 43 – Tipos de corte

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22.1 POSICIONAMENTO DOS CORTES

A posição do plano de corte e o sentido de observação depende do interesse de


visualização. Recomenda-se sempre passá-lo pelas áreas molhadas (banheiro e cozinha),
pelas escadas e poço dos elevadores.

O sentido de visualização dos cortes deve ser indicado em planta, bem como a sua
localização.

22.2 REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS

FUNDAÇÕES (VIGA BALDRAME)


Fundação é o alicerce, geralmente enterrado, que serve para suportar a casa, prédio,
ponte ou viaduto. São desenhadas em função dos materiais utilizados e de sua disposição
geral, com dimensões aproximadas, se houver, pois seu detalhamento é função do projeto
estrutural.

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PISO/CONTRAPISO
Normalmente a espessura do contrapiso + piso tem espessura aproximada de 10 cm. É
representado através de duas linhas paralelas (traço grosso). A terra ou aterro são
indicados através de hachura inclinada.

Figura 44 – Piso/Contrapiso
PAREDES
Nos cortes, as paredes podem aparecer seccionadas ou em vista. No caso de paredes
seccionadas, a representação é semelhante ao desenho em planta baixa. Existindo
paredes em vista (que não são cortadas pelo plano de corte) a representação é similar aos
pisos em planta.

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS DE CONSTRUÇÃO


Basta representá-los com suas linhas básicas, que identificam o aparelho ou equipamento.
Abaixo, algumas representações:

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FORROS/LAJES
Geralmente os forros são constituídos de lajes de concreto, representadas de maneira
similar ao contrapiso, com espessura de 10 cm. Sobre as paredes, representa-se as vigas
em concreto. Pode haver forro de madeira ou gesso, por exemplo, abaixo da laje ou sem
a presença desta. Estes forros serão representados por duas linhas finas paralelas com a
espessura do forro.

ABERTURAS

22.3 REPRESENTAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

No desenho dos cortes, as representações são as cotas verticais, indicação de níveis e


denominação dos ambientes cortados. Outras informações julgadas importantes podem
ser discriminadas (impermeabilizações, capacidade de reservatórios, inclinação telhados,
informações relativas a escadas, rampas e poços de elevador...)

Cotas
São representadas exclusivamente as cotas verticais, de todos os elementos de interesse
em projeto, e principalmente:

 pés direitos (altura do piso ao forro/teto);


 altura de balcões e armários fixos;
 altura de impermeabilizações parciais;
 cotas de peitoris, janelas e vergas;
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 cotas de portas, portões e respectivas vergas;
 cotas das lajes e vigas existentes;
 alturas de patamares de escadas e pisos intermediários;
 altura de empenas e platibandas;
 altura de cumeeiras;
 altura de reservatórios (posição e dimensões);
 não se cotam os elementos abaixo do piso (função do projeto estrutural).

23. HACHURAS

São usadas para representar cortes de peças ou cortes em desenhos arquitetônicos. A


hachura básica consiste em um traço estreito diagonal (em 45º), com um espaçamento
constante. Desenhar hachuras se tornou mais prático com o uso do programa AutoCad. A
figura abaixo ilustra algumas hachuras – porém estas representações variam muito,
dependendo da área profissional, empresa, etc.

24. LINHAS
O tipo e espessura de linha indicam sua função no desenho.

 Contínua estreita: hachuras, cotas

 Contínua larga: arestas e contornos visíveis de peças, caracteres, indicação de corte


ou vista.

 Tracejada larga: lados invisíveis

 Traço e ponto estreita: eixos, planos de corte

 Traço e ponto larga: planos de corte (extremidades e mudança de plano)

 Traço e dois pontos: peças adjacentes

 Contínua estreita (zig-zag) – linha de ruptura

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Tipos de linhas:

25. FACHADAS

A fachada é a vista externa da construção, como se fosse um corte que passa fora do
projeto olhando para ele.

As fachadas podem ser: fachada frontal, fachada lateral direita, fachada lateral esquerda
e fachada posterior.

Cada fachada deve conter:


A vista externa representada com traços mais leves ou mais fortes, onde os mais leves
são elementos mais distantes e os mais fortes os elementos mais próximos.

As fachadas não devem apresentar cotas verticais, salvo casos muito especiais. A figura
humana e veículos devem ser representados para dar relação de proporção. Pois temos
conhecimento do tamanho de uma pessoa e assim relacionamos para termos idéia do
tamanho da construção. A vegetação serve para embelezar a fachada e mostrar que
estamos também preocupados com o paisagismo externo da construção.

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Dicas:
As fachadas normalmente interessam, e muito, pois é ela que dá a noção de como a
construção ficará.
Evite muitas informações como: cor, texturas e uma enorme gama de materiais. É melhor
uma fachada limpa e clara que uma cheia de informações.

Figura 45 – Fachadas

Referências Básicas

CH, French, Thomas E. & Vierck,. Desenho técnico e tecnologia gráfica. 8. ed. Rio de Janeiro: Globo, 2008.

R., Gomide,. Operações unitárias: fluidos na indústria. São Paulo: Edição do Autor, 1993. 2 v.

GIOVANI, Manfe,; RINO, Pozza,; GIOVANNI, Scarato,. Desenho técnico mecânico: volume . São Paulo: Hemus, 2008.1 v.

Referências Complementares

ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. Execução de caracteres para escrita em desenhos técnicos –
Procedimento - NBR 8402. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.

T., Braga,. Desenho linear geométrico. 14. ed. São Paulo: Ícone, 1997.

B.A., Carvalho,. Desenho geométrico. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 2005.

ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 8196- Desenho técnico - Emprego de escalas. Rio de Janeiro: ABNT,
1999.

ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Larguras
das linhas. Rio de Janeiro: ABNT, 1984.

ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT,1987.

ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 8404 - Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos. Rio
de Janeiro: ABNT, 1984.

ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. Princípios gerais de representação em desenho técnico – Vistas e cortes –
Procedimento - NBR 10067. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 10582 - Apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro:
ABNT, 1988.

ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 12298 - Representação de área de corte por meio de hachuras em
desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas -. NBR 13142 - Desenho técnico - Dobramento de cópia. Rio de Janeiro: ABNT,
1999.

FRANCESCO, Provenza,. Desenhista de máquina. São Paulo: PROTEC, 1978.

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