Você está na página 1de 6

INTRODUÇÃO

Este estudo tem como objetivo analisar o desenho técnico bem como os objetivos de
aplicação em diversas áreas, abordando a sua importância para a educação e formação
profissional.
A noção de espaço, pensamento visual é de extrema importância para o
desenvolvimento psíquico da pessoa, uma vez que permite a integração de inúmeras funções
mentais. Esta integração ocorre através do desenho que representa graficamente o mundo que
nos cerca concretizando até os pensamentos abstratos, contribuindo para a saúde mental. Hoje
mais do que nunca as competências e habilidades requeridas pela organização da produção são:
criatividade; autonomia e capacidade de solucionar problemas, pois a era industrial já se foi.
Os desenhistas utilizam do desenho técnico para se comunicar com o fabricante e seu
objetivo é atender as diferentes necessidades dessas áreas do conhecimento.
A leitura e a interpretação da linguagem gráfica são desenvolvidas com a prática do
desenho de uma forma parecida com a alfabetização, passando a ser uma habilidade
fundamental para o estudante de curso técnico, pois possibilita o uso desta ferramenta base para
desenvolver várias competências.
A Linguagem do Desenho Técnico
Até se atingir o estado atual, o desenho técnico passou por diversas fases ao longo dos
tempos. Assim, nos slides seguintes apresentam-se alguns dos principais marcos e contribuições
no âmbito do desenvolvimento do desenho técnico.
Uma das primeiras etapas no surgimento do desenho técnico teve como protagonistas
os arquitetos italianos Filippo Brunellschi (1377-1446) e Leon Battista Alberti (1404-1472),
que teorizaram sobre os sistemas de representação com base científica, nomeadamente no que
diz respeito à projeção cónica.
Leonardo da Vinci (1452-1519) veio dar novo e marcante impulso às formas de
representação gráfica, podendo mesmo ser considerado como aquele que verdadeiramente abriu
o caminho para o desenvolvimento do desenho técnico moderno.
O artista alemão Albercht Dürer (1471-1528) fez uma primeira abordagem empírica ao
método de Monge através do alinhamento de vistas de um sólido. Este método surgiria alguns
séculos mais tarde.
Já em pleno século XVIII, o engenheiro francês Gaspar Monge (1746-1818) criou um
método gráfico de projeção ortogonal que veio permitir a representação de formas complexas
tridimensionais com o método de Monge ou sistema diédrico.
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes
necessidades requeridas pelas diversas áreas técnicas.
Num desenho artístico é objetivo comunicar ideias e sensações, através do estímulo da
imaginação e criatividade do observador ou leitor.
Com um desenho técnico pretende-se representar objetos o mais próximo possível da
realidade, quer no que diz respeito às formas, quer às dimensões, quer ainda às especificações
físicas e técnicas dos objetos.
Um desenho técnico é um meio de comunicação claro e conciso de toda a informação
necessária para transformar uma ideia ou um conceito em realidade.
Utilizando-se de um conjunto constituído de linhas, números, símbolos e indicações
escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem gráfica
universal da área técnica.
Tipos de desenho técnico
O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos:
• Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes dos
cálculos algébricos e compreendem aos desenhos de gráficos, diagramas, esquemas,
fluxograma, organogramas, etc.
• Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais
planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e as perspectivas.
Exemplos no projeto de: máquinas; edificações; refrigeração; climatização; tubulações;
móveis; produtos industriais, etc.
Grau de Elaboração do Desenho Técnico
• Esboço: desenho, em geral à mão livre; uma representação rápida de uma idéia, não
responde a uma norma, não tem uma escala definida, porém, deve respeitar as proporções.
• Desenho Preliminar: é passível de modificações.
• Desenho Definitivo: corresponde a solução final do projeto, ou seja, é o desenho de
execução.
• Detalhe (desenho de produção): desenho de componente isolado ou de uma parte de
um todo, geralmente utilizado para a sua fabricação.
• Desenho de conjunto (montagem): desenho mostrando vários componentes que se
associa para formar um todo, geralmente utilizado para a montagem e manutenção.
O desenho técnico, tal como existe hoje, surge no decorrer da revolução industrial do
século XIX, aquando do aparecimento das primeiras normas, cujo principal objetivo se prendia
com a uniformização do modo de utilização da geometria descritiva como linguagem gráfica
de engenharia e arquitetura.
Com o advento daquela revolução, o projeto e fabrico de máquinas e componentes
requeriam, por um lado, maior rigor na sua representação e, por outro, os diferentes
profissionais necessitavam de uma linguagem comum para comunicar.
Normalização no desenho técnico
Com a Revolução Industrial, os projetos das máquinas passaram a demandar maior rigor
e precisão e consequentemente os diversos projetistas necessitavam de um meio comum para
se comunicar e com tal eficiência que evitasse erros grosseiros de execução de seus produtos.
Desta forma, foi instituído, a partir do século XIX, as primeiras normas técnicas de
representação gráfica de projetos, as quais incorporavam os estudos feitos durante o período de
desenvolvimento da geometria descritiva, no século anterior.
A normalização em desenho técnico foi também fortemente impulsionada pelas duas
grandes guerras e do surgimento dos principais organismos internacionais tal como o
International Organization for Standardization (ISO).
A representação gráfica do desenho em si, deve ser elaborada de acordo com as
recomendações das normas internacionais (sob a supervisão da ISO). Porém, geralmente, cada
país costuma possuir suas próprias versões das normas, adaptadas por diversos motivos.
No Brasil, as normas são editadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), sendo as principais:
NBR-6492:1994 - Representação de projetos de arquitetura
NBR – 8196:1994 - Emprego de escalas em desenho técnico
NBR – 8403:1984 - Aplicação de linhas em desenhos
NBR-10067:1987 – Princípios gerais de representação em desenho técnico
NBR – 10068:1987 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões
NBR – 10126:1987 – Cotagem em desenho técnico
NBR – 10582:1988 - Apresentação da folha para desenho técnico
NBR – 10647:1989 - Desenho técnico
NBR – 13142:1994 - Dobramento de cópia de desenho técnico
As normas, além de padronizar a elaboração de desenhos, facilitam a leitura por parte
dos envolvidos no processo de compreensão e execução do desenho técnico.
Para que o projeto seja bem representado, as normas estabelecem o uso de um conjunto
de símbolos, signos, cotas e textos que complementam os desenhos e facilitam a interpretação.
Materiais para uso no Desenho Técnico
Lapiseira – para trabalhar com desenho técnico a lapiseira é melhor, pois mantém uma
espessura uniforme durante o traçado, eliminando a tarefa de preparo da ponta. No desenho a
mão livre deve diferenciar as linhas na espessura e tonalidade. O grafite tem uma escala de
dureza que recebe a seguinte classificação 8H 7H 6H 4H – duros; 3H 2H H F HB B – médios;
2B 3B 4B 5B 7B – moles. Os grafites mais moles são mais escuros, indicados para os traços
definitivos.
Para simplificar o trabalho pode-se usar a lapiseira com 0,5 mm (espessura média) e
dureza HB (média) e com diferentes pressões no traçado e reforço fazer as diferenciações nos
traçados (tonalidades e espessuras).
Borracha - A borracha deve ser do tipo macia, com capa protetora.
Régua graduada – Deve ser do tipo transparente. Usaremos apenas para as construções
geométricas.
Escalímetro – Tem um formato triangular, o que permite a graduação de seis escalas
diferentes. É muito útil para a leitura de medidas em desenhos impressos em escalas: 1:20, 1:25,
1:50, 1:75, 1:100 e 1:125.
Esquadros: São duas peças de formato triangular um com ângulos de 45º e outro 30º /
60º. Você já deve ter deduzido que o terceiro ângulo dos dois é logicamente 90º, o que dá o
nome as peças de esquadros. Um esquadro sempre é usado juntamente com uma régua e / ou
outro.
Compasso: Instrumento usado para o traçado de circunferências ou arcos, assim como
o transporte de medidas. Usaremos em construções geométricas.
Curva francesa: É um instrumento vazado com diversas curvas, de raio variável, que
servem, para concordar pontos, que formam curvas. É muito usado no desenho de planificações.
Transferidor: Instrumento usado para medir ou marcar ângulos.
Gabaritos: São chapas em plástico ou acrílico, com elementos diversos vazados, que
possibilitam a reprodução destes nos desenhos.
Régua paralela : Como o nome sugere, serve para traçar segmentos paralelos. É muito
usada juntamente com o par de esquadros.
Prancheta : O mais importante é que possibilite uma correta postura ergonômica para o
desenhista, assim como a iluminação adequada em intensidade e direção.

Esboço e Projeto
O esboço representa graficamente a idéia para um projeto, que, ao se transformar em
um objeto material, apresentará características geométricas bem definidas, tais como: altura,
largura e profundidade, além de detalhes internos que possa vir a possuir.
As idéias que surgem ao projetar devem ser registradas rapidamente no papel através
dos esboços. Não devemos usar outros instrumentos de desenho além do lápis e da borracha,
pois a atenção do projetista deve ser fixada nas suas idéias e não na manipulação de
instrumentos.
Considerações Finais
Podemos afirmar que: Ao contrário da concepção popular, engenheiros não vivem apenas de
números, cálculos e equações. Uma parte muito importante da profissão é o desenho, mais
especificamente, o desenho técnico.

Desenhos técnicos são feitos por profissionais (chamados desenhistas) capazes


de representar as formas, dimensões, posições, material, processos de fabricação e ajustes. Os
desenhistas utilizam do desenho técnico para se comunicar com o fabricante e seu objetivo
é atender as diferentes necessidades dessas áreas do conhecimento. Portanto, o ideal é que ele
seja feito seguindo normas e seja elaborado tendo em mente cada detalhe, desde a montagem
do equipamento, por exemplo, até a sua desmontagem, caso seja necessária.

Por ser o meio de comunicação entre a equipe de criação e a de fabricação, o desenho técnico
é uma ferramenta indispensável para a interpretação e representação de um projeto. Ao colocar
a ideia no papel, o profissional descomplica, expõe e representa tal ideia por meio de regras e
métodos.

Você também pode gostar