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Mecânico
Everton Coelho
de Medeiros
Tolerância dimensional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Toda peça, ao ser produzida, não consegue ser obtida totalmente dentro
dos valores nominais especificados, principalmente quando a produção é
feita de forma seriada e elevada taxa de produtividade. Para que as peças
não sejam todas declaradas como não-conformes, o uso de tolerâncias
é fundamental para que o processo tenha um grau de liberdade para
eventuais variações, e o projeto deve suportá-las durante a montagem
de conjunto, por exemplo. Para isso, a determinação das tolerâncias
dimensionais é de suma importância para um bom projeto de produto.
Neste capítulo, você aprenderá um pouco mais sobre a tolerância di-
mensional, ampliando seu conhecimento em desenho técnico mecânico.
Tolerâncias dimensionais
No processo de fabricação de peças, a variação de medidas é muito frequente,
pois algum parâmetro pode induzir a um erro e/ou distorção do processo de
usinagem. Por causa dessa variação, o controle estatístico de processos deve
avaliar a qualidade dos lotes de produção segundo a tolerância especificada.
A tolerância específica para valores dimensionais é conhecida como tolerância
2 Tolerância dimensional
dimensional, definida como os desvios dentro dos quais a peça possa funcionar
corretamente (TELECURSO 2000, 1998).
Os afastamentos são desvios e/ou erros aceitáveis dos valores nominais.
Esses valores de desvio podem ser para mais ou para menos e permitem a
execução e montagem de uma peça sem prejuízos para seu funcionamento e
intercambiabilidade (AGOSTINHO; RODRIGUES; LIRANI, 1977). A seguir,
é apresentada (Figura 1) a medição de um lote de peças onde, após medição
com paquímetro, se percebem seus valores finais.
1 x 45º 2
20+0,2
–0,1
40 +0,25
–
Caso não seja indicado valor de tolerância para uma cota, é comum expressar, ao
fim do desenho e próximo à região da legenda, uma indicação de que as tolerâncias
devem seguir a norma ABNT NBR ISO 2768-1:2001, que atribui valores de tolerância
de acordo com a faixa de dimensão utilizada — no geral, são valores mais abertos e
que exigem menor precisão na fabricação.
Classe de ajustes
Além de utilizar valores numéricos para expressar o campo de tolerância, foi
estipulada uma tabela para eixos e furos, onde, por meio de uma combinação
alfanumérica, é indicada uma classe de tolerância (ASSOCIAÇÃO BRASI-
LEIRA D ENORMAS TÉCNICAS, 1995). A Figura 4 parte da tabela para
eixos (classe h), e a Figura 5 parte da tabela para furos. A tabela completa é
encontrada na norma ABNT NBR 6158:1995.
Procure, na norma ABNT NBR 6158:1995, para consultar a tabela completa das classes
de tolerância para todas as posições de furos e eixos.
Tolerância dimensional 7
Furo H
Dimensão nominal
Figura 8. Sistema furo-base (h).
Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1995).
Eixo h
Dimensão nominal
Figura 9. Sistema eixo-base (h).
Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1995).
8 Tolerância dimensional
Folga mínima
Folga máxima
Figura 10. Ajuste por folga.
Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1995).
Interferência Interferência
máxima mínima
Folga
máxima
Interferência
máxima
Figura 12. Ajuste incerto.
Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1995).
10 Tolerância dimensional
Por fim, há, ainda, uma tabela prática que recomenda algumas posições
de tolerância para que a montagem seja do tipo especificado. A Figura 13
apresenta a tabela que relaciona esses tipos de tolerâncias.
No link a seguir, é possível saber mais de tolerâncias dimensionais por meio do material
criado pela EESC/USP para utilização no curso de Desenho Técnico Mecânico.
https://goo.gl/zuub4o
Tolerância dimensional 11
https://goo.gl/AsPVLm
USINAGEM CNC. O desenho técnico. [S.l.]: Usinagem CNC, 2013. Disponível em: <ht-
tps://usinagemcnc.wordpress.com/2013/04/16/o-desenho-tecnico/>. Acesso em:
12 fev. 2018.
Leituras recomendadas
PROVENZA, F. Desenhista de máquinas. São Paulo: F. Provenza, 1997.
SILVA, A. et al. Desenho técnico moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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