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Sistemas de

Tolerâncias e Ajustes

Prof. M.Sc Pablo Altoé Amorim 1


TOLERÂNCIAS

Ao se fabricar uma peça, vários fatores concorrem para que o


resultado final não seja perfeito e contenha erros, fatores tais como:
• as folgas da máquina;
• rigidez dos elementos envolvidos;
• as forças de usinagem;
• temperatura;
• erros de operação;
• anisotropia do material;
• tensões internas da peça;
• modo de fixação da peça na máquina;
• etc....
Estes fatores podem causar variações nas dimensões e/ou na forma
geométrica da peça que se está construindo.

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Redutores

Chavetas e rasgos

Pistão

Bombas

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TOLERÂNCIAS

A minimização da influência destes fatores é muito difícil (quando não


impossível) e quando possível, não raramente, é muito cara, fazendo com
que seu controle seja dispendioso.

O problema portanto é como dimensionar estes erros, de modo que mesmo


presentes na peça, esta possa desempenhar sua função
convenientemente.

4
TOLERÂNCIAS

Com esta finalidade existem as tolerâncias.

De uma forma genérica pode-se definir tolerância como sendo a variação


permissível da grandeza tolerada e que é estabelecida com critério, garante
o desempenho da peça e ainda facilita seu processo de fabricação, pois
informa ao fabricante qual a margem de erro permitida, desobrigando-o do
excesso de esmero na confecção da peça.

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TOLERÂNCIAS

Além de estar ligada ao aspecto de funcionalidade e o da dificuldade da


obtenção de peças, temos também que o uso correto da tolerância pode
garantir: a intercambialidade das peças

ou seja, a possibilidade de que conjuntos fabricados sobre a mesma


tolerância possam trocar entre si suas peças sem perda da
funcionalidade ou de desempenho, isto possibilita por exemplo, a
existência de peças de reposição padrão, ou ainda a execução de
peças mediante desenhos e que quando montadas não necessitam de
ajustes.

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TOLERÂNCIAS

A definição dos valores destas tolerâncias, é de responsabilidade do


projetista do conjunto, que tomando como base os requisitos funcionais e
econômicos especifica as tolerâncias.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL
Uma outra forma de se garantir a funcionalidade do conjunto seria: construir
a peça “1” primeiro; em função da dimensão efetivamente alcançada na
peça “1” executa-se a peça “2”, ajustando-a a peça “1”. Desta forma
garante-se a funcionalidade mas não se garante a intercambialidade.

Nota-se também que associado ao conceito de tolerância está o conceito


de ajuste. Pôr isto os dois temas são tratados sequencialmente.

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TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

No Brasil o tema tolerância e ajuste e tratado pela “NORMA DE SISTEMA


DE TOLERÂNCIA E AJUSTES” - NB - 86, que se encontra de acordo com
a ISO R-286 (1963), as terminologias empregadas nesta norma são
definidas na “Terminologia Brasileira” - TB - 35 (1961) .

O objetivo básico das tolerâncias é o de fixar variações permissíveis para


as dimensões de forma a garantir a intercambialidade das peças, assim
sendo as normas que são pertinentes ao assunto têm pôr objetivo fixar um
conjunto de princípios, regras e tabelas a fim de permitir a escolha racional
de tolerâncias e ajustes visando à fabricação de peças intercambiáveis. E
são estes princípios , regras e tabelas que serão apresentados.

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TERMINOLOGIA BÁSICA DE TOLERÂNCIA

Existe a necessidade de padronizarmos alguns termos técnicos para que


seja possível o mesmo entendimento do assunto com este objetivo a ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), aprovou em 1961 a TB - 35
(Terminologia de tolerâncias e ajustes) que contêm a definição de 47 termos
técnicos empregados na NB - 86. Para o nosso objetivo são suficientes o
conhecimento de 13 destes 47 termos , que são:

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TERMINOLOGIA BÁSICA DE TOLERÂNCIA

Dimensão nominal (D, d)1 - Dimensão básica que fixa a origem dos
afastamentos.

Dimensão efetiva - Valor obtido medindo a peça.

Dimensão máxima (Dmax , dmax)1 - Valor máximo admissível para a


dimensão efetiva.

Dimensão mínima (Dmin , dmin)1 - Valor mínimo admissível para a dimensão


efetiva

Afastamento inferior (Ai ou ai) - Diferença entre a dimensão mínima e a


nominal.

1 - Letra maiúscula usado para furo


e minúscula para eixo

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TERMINOLOGIA BÁSICA DE TOLERÂNCIA

Afastamento superior (As ou as)1- Diferença entre a dimensão máxima e a


nominal

Tolerância (t) - Variação permissível da dimensão da peça, dada pela


diferença entre as dimensões máxima e mínima.

Linha Zero - Linha que nos desenhos fixa a dimensão nominal e serve de
origem aos afastamentos.

Eixo - Termo convencionalmente aplicado para fins de tolerâncias e ajustes,


como sendo qualquer parte de uma peça cuja superfície externa é
destinada a alojar-se na superfície interna de outra.

Furo - Termo convencionalmente aplicado, para fins de tolerâncias e


ajustes, como sendo todo espaço delimitado por superfície interna de uma
peça destinada a alojar o eixo.

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TERMINOLOGIA BÁSICA DE TOLERÂNCIA
O conceito de furo e eixo para fins de tolerância e ajuste deve ser entendido
de forma ampla como prega a definição, assim sendo por exemplo, uma
chaveta é considerado como eixo e seu rasgo se comporta como furo, em
um estampo a punção é o equivalente ao eixo enquanto que a matriz faz as
vezes do furo, ou seja toda peça “macho” é considerada como eixo
enquanto que as peças “fêmeas” são consideradas como furo.

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TERMINOLOGIA BÁSICA DE TOLERÂNCIA

Apliquemos agora um pouco destes conceitos. Seja um furo cuja a


dimensão foi expressa da seguinte forma:

0 ,035
 50 0 ,020

Identifiquemos neste tipo de notação as definições vistas anteriormente.

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TERMINOLOGIA BÁSICA DE TOLERÂNCIA
Dimensão Nominal >> D nom = 50,000

Dimensão Efetiva >> 50,020  DimensãoEfetiva  50,035

Dimensão máxima >> Dmax = 50,000 + 0,035 = 50,035

Dimensão mínima >> Dmin = 50,000 + 0,020 = 50,020

Afastamento inferior >> Ai = 50,020 - 50,000 = 0,020

Afastamento superior >> As = 50,035 - 50,000 = 0,035

Tolerância >> t = 50,035 - 50,020 = 0,015.

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TERMINOLOGIA BÁSICA DE TOLERÂNCIA

Normalmente o que interessa são os cálculos das dimensões limites (max e


min) e para se obter estas dimensões pode-se fazer uso das seguintes
fórmulas:

FÓRMULAS PARA O CÁLCULO DAS DIMENSÕES LIMITES

Dimensão máxima = Dimensão nominal + Afastamento superior


para furo  Dmax = Dnom + As (1)
para eixo  dmax = dnom + as (1a)

Dimensão mínima = Dimensão nominal + Afastamento inferior


para furo  Dmin = Dnom + A i (2)
para eixo  dmin = dnom + a i (2a)

Tolerância = Dimensão máxima - Dimensão mínima


para furo  t = Dmax - Dmin (3)
para eixo  t = dmax - dmin (3a)

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EXEMPLO

 Calculo de Tolerância

t = 65 μm

t = 8 μm

t = as - ai

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SISTEMA DE TOLERÂNCIA
Como já foi explanado no Brasil a norma que rege o sistema de tolerância é
a NB - 86, nesta norma as dimensões toleradas são representadas pela sua
dimensão nominal seguida de uma letra (maiúscula se a dimensão for de
um furo e minúscula se for de um eixo) e de um número. A letra representa
o Campo de tolerância ou seja o valor de um dos afastamentos, enquanto
que o número representa a tolerância ou como é normalmente chamado a
Qualidade de trabalho.
PARA EIXOS PARA FUROS

Campo de tolerância Campo de tolerância

120 m9 Qualidade de trabalho 120 M9 Qualidade de trabalho

Dimensão nominal Dimensão nominal

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QUALIDADE DE TRABALHO
A qualidade de trabalho define a máxima variação permitida na dimensão
da peça, portanto ela expressa a tolerância propriamente dita. A norma
prevê a existência de dezoito qualidades de trabalho (graus de tolerância)
designadas por IT01, IT0, IT1, IT2, IT3, ......, IT14, IT15, IT16 .

A cada IT está associado uma tolerância fundamental a tabela 1 a seguir


apresenta estes valores.

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QUALIDADE DE TRABALHO

Diâmetro
Nominal

Tolerâncias fundamentais (em m) das


qualidades IT01 a IT16 - Tabela 1 20
QUALIDADE DE TRABALHO
As qualidades de trabalho estão relacionadas com o processo de obtenção
das peças e também com a rugosidade superficial pois quanto menor o IT
menor a tolerância e portanto mais acurado deve ser o processo de
obtenção, a tabela 2 a seguir apresenta esta relação.

IT APLICAÇÃO PROCESSO DE OBTENÇÃO


01, 0, 1 Calibres de alta precisão Lapidação
2, 3 Calibres e aparelhos de medida Lapidação
4 Calibres e mecânica fina Retificação
5 Mecânica precisa Retificação
6, 7 Mecânica em geral Retificação, torneamento fino,
brochamento, fresamento, alargamento,
etc...
8, 9, 10, 11 Mecânica ordinária, aparelhos e Torneamento, fresamento brochamento,
grandes máquinas trefilação etc...
12, 13, 14 Usinagem pesada, peça sem todos os processos por remoção de
responsabilidade, dimensões que cavaco, fundição de precisão
não trabalham ajustadas
15, 16 Peças laminadas,forjadas, fundidas Processos sem remoção de cavaco
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CAMPO DE TOLERÂNCIA
Apenas a informação do valor da tolerância dada pelo IT não é suficiente
para o cálculo das dimensões limites, é necessário que se conheça pelo
menos o valor de um dos afastamentos e é exatamente esta informação
que o Campo de tolerância irá fornecer.

A posição dos campos de tolerância em relação a linha zero é designada


por letras, as maiúsculas reservadas para os furos e as minúsculas para os
eixos, o conjunto de letras possível de se utilizar é formado por:
- para eixos:
a, b, c, cd, d, e, ef, f, fg, g, h, j, js, k, m, n, p, r, s, t, u, v, x, y, z, za, zb, zc.

- para furos:
A, B, C, CD, D, E, EF, F, FG, G, H, J, JS, K, M, N, P, R, S, T, U, V, X, Y,
Z, ZA, ZB, ZC

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CAMPO DE TOLERÂNCIA

O valor dos afastamentos para os eixos é dado pelo uso da tabela 3 a


seguir enquanto que para os furos, o afastamento é obtido aplicando-se
algumas regras e a mesma tabela.

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CAMPO DE TOLERÂNCIA

Para os eixos de a até h o afastamento de referência é o afastamento superior


Para os eixos de j até zc o afastamento de referência é o afastamento inferior
Para os eixos de campo js o afastamento de referência é o inferior e vale -(0,5 x IT)

Tabela 3
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CAMPO DE TOLERÂNCIA

Posição dos campos de


tolerância para eixos

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EXEMPLOS

Seja calcular as dimensões limites das seguintes dimensões toleradas :

a) 35 b8

da Tabela 1 para dimensão nominal 35 e IT8

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QUALIDADE DE TRABALHO

Tolerâncias fundamentais (em m) das


qualidades IT01 a IT16 - Tabela 1 28
EXEMPLOS

Seja calcular as dimensões limites das seguintes dimensões toleradas :

a) 35 b8

da Tabela 1 para dimensão nominal 35 e IT8  t = 39

da Tabela 3 para dim. nominal 35 e campo “b”


o afastamento de referência é o afastamento sup.  as = -170

De posse destes dois valores e utilizando-se das fórmulas (1a) e(3a), pode-
se calcular:

dmax = dnom + as  dmax = 35 + (-0,170)  dmax = 34,830 mm

dmin = dmax - t  dmin = 34,830 - 0,039  dmin = 34,791 mm

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Campo de Tolerância - Considerações

 Eixos com tolerâncias de “a” até “g” representam afastamentos


negativos, com dimensões menores que a dimensão nominal.

 Furos com tolerâncias de “A” até “G” possuem afastamentos positivos,


com dimensões maiores que a dimensão nominal.

 Eixos e Furos com a mesma posição no campo de tolerâncias


apresentam valores simétricos dos afastamentos em relação a linha zero,
ou seja, estão situados a mesma distância da linha zero.

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AJUSTES
Pode-se definir ajuste como sendo o comportamento de um eixo num furo,
ambos da mesma dimensão nominal, caracterizado pela folga ou
interferência apresentada. Para o cálculo da condição de funcionamento
emprega-se as seguintes fórmulas:

   max fo lg a
Dmax  furo  d min eixo  
   min int erf .

   min fo lg a
Dmin  furo  d max eixo  
   max int erf .

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AJUSTES
O resultado pode ser classificado em três categorias:

• ajuste com folga - é aquele em que o afastamento superior do eixo é


menor ou igual ao afastamento inferior do furo.

• ajuste incerto - é aquele em que o afastamento superior do eixo é maior


que o afastamento inferior do furo e o afastamento superior do furo é maior
que o afastamento inferior do eixo.

• ajuste com interferência é aquele em que o afastamento superior do furo é


menor ou igual ao afastamento inferior do eixo.

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AJUSTES

Dimensão máxima
do furo é menor que
a dimensão mínima
do eixo

FURO eixo
Dimensão máxima: 25,21 mm Dimensão máxima: 25,41 mm
Dimensão mínima: 25,00 mm Dimensão mínima: 25,28 mm

Ajuste com Interferência

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SISTEMA DE AJUSTES
A norma NB-86 prevê a possibilidade de se utilizar três sistemas de ajustes:

•Sistema Furo Base – SFB

•Sistema Eixo Base – SEB

•Sistema Misto - SM

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 Camisa de Moenda Trincada

 Motivo: Erro no aperto do


sistema FURO-BASE

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SISTEMA DE AJUSTES
Sistema Furo Base - SFB

Esse sistema é a combinação de um furo de campo H, no grau de


qualidade , com um eixo de qualquer campo e qualidade .

A representação simbólica de um conjunto furo-eixo no SFB será : H/w.


Sendo mais fácil trabalhar um eixo que um furo, em princípio deve-se adotar
 .

Quando w representar um dos campos [a, b, c, cd,......f, fg, g, h], resultará


um acoplamento com folga, já se w representar um dos campos [j, js, k, ....,
za, zb, zc], o acoplamento será incerto ou com interferência.

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SISTEMA DE AJUSTES
Sistema Eixo Base - SEB

É a combinação de um eixo do campo h e de grau de qualidade  com um


furo de qualquer campo e de grau de qualidade .

A representação simbólica de um conjunto furo eixo no SEB será W/h.

Quando W representar um dos campos [A, B, C, CD,......F, FG, G, H],


resultará um acoplamento com folga, já se W representar um dos campos
[J, JS, K, ...., ZA, ZB, ZC], o acoplamento será incerto ou com interferência.

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SISTEMA DE AJUSTES

FURO-BASE: MENORES CUSTOS DE FERRAMENTAL E DE


FABRICAÇÃO, MAIOR FACILIDADE DE MONTAGEM
E DESMONTAGEM

Construção de média ou alta precisão

EIXO- BASE: SEMPRE QUE POSSÍVEL UM SÓ DIÂMETRO SEM


ESCALONAMENTOS (EIXOS TREFILADOS E
EXTRUDADOS SEM USINAGEM POSTERIOR)

Normalmente para construção de baixa precisão

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SISTEMA DE AJUSTES
Sistema Misto - SM

Neste sistema temos a combinação livre de eixos e furos com quaisquer


campo e qualidade menos é claro o campo h para os eixos e H para os
furos a simples observação do par no SM não permite concluir com certeza
a natureza do acoplamento , sendo necessário o cálculo dos limites.

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SISTEMA DE AJUSTES
Sempre que possível deve-se empregar o SFB ou o SEB, porém nos casos
em que eles não satisfaçam aos problemas de ajuste, pode ser usado o
SM.

A escolha de um dos sistemas depende de:


• considerações de ordem construtiva;
• considerações sobre ferramentas;
• custo da usinagem;
• etc...

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ESCOLHA DO AJUSTE

A escolha do ajuste deve ser feita tendo em mente as condições limites de


folga ou interferência estabelecidas pelo projetista. Para facilitar esta
escolha apresenta-se as tabelas com diversos pares furo-eixo e seu efeito
funcional.

A tabela serve como ponto de partida para escolha devendo esta ser
posteriormente refinada calculando-se as condições limites e comparando-a
com a condição ideal de funcionamento.

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ESCOLHA DO AJUSTE
Os ajustes são apresentados em três classes de qualidade, dependentes
do IT como critério de classificação.

Note-se que para as classes de menos qualidade não se recomenda o


ajuste forçado, pois devido a tolerância maior, um ajuste forçado poderia
conduzir a uma excessiva interferência de montagem, não aconselhada.

Deve-se notar também o fato de que o valor das folgas e /ou interferência
variam dentro de um par furo-eixo, com a variação da dimensão nominal.

Assim para um dado ajuste deslizante por exemplo, a folga máxima para
uma dimensão de 20 , será menor que a folga máxima deste mesmo par
para uma dimensão de 400.

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ESCOLHA DO AJUSTE
Não se pode negligenciar o efeito da temperatura sobre os ajustes, os
pares constantes nas tabelas abaixo tem garantido o efeito associado se o
conjunto se encontrar a 20C.

Caso a temperatura seja diferente desta, deve-se levar em conta este fato e
se corrigir sua influência e isto é mais necessário ainda se os materiais das
peças forem diferentes.

A correção é feita levando-se em conta a variação dimensional que cada


peça sofrerá na temperatura de trabalho, de forma a garantir nesta
temperatura os valores limites de folga e/ou interferência desejados.

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classe de ajuste de elevada qualidade
EFEITO / APLICAÇÃO PAR NO SFB PAR NO SEB
ajuste forçado duro para grandes esforços - montagem sob H7 / u6, u7 U6, U7 / h6
grande pressão ou sob grande diferença de temperatura. Não H7 / x7, x8 X7, X8 / h6
há necessidade de chaveta. Exemplos: cubos de H7 / z8, z9 Z8, Z9 / h6
engrenagem, flanges, buchas fixas, coroa dentada de bronze
sobre rodas de aço. A desmontagem do conjunto provoca
avaria nas superfícies de assentamento.
ajuste forçado duro para esforços médios - montagem sob H7 / s6 S7 / h6
pressão ou variação de temperatura, geralmente não há H7 / r6 R7 / h6
necessidade de chaveta ou outro sistema de fixação.
Desmontagem relativamente difícil. Exemplos: cubos de
embreagem e acoplamentos, buchas de mancal em
alojamentos, flanges, etc.
ajuste forçado - montagem com prensa. Emprego em buchas H7 / n6 N7 / h6
e cubos que devam ser desmontados com certa freqüência,
necessita de chaveta ou equivalente
ajuste forçado médio - montagem difícil com batidas de H7 / m6 M7 / h6
martelo. Uso em acoplamentos e engrenagens, em máquinas
e motores elétricos , também necessita de chaveta
ajuste forçado leve - montagem fácil com martelo. Emprego H7 / k6 K7 / h6
em polias, engrenagens, rodas de freio e onde são requeridas
freqüentes desmontagens
ajuste forçado deslizante - montagem e desmontagem com o H7 / j6 J7 / h6
martelo de madeira ou a mão . Para desmontagem mais fácil
de polias engrenagens, volantes , buchas.
ajuste deslizante - usado quando há necessidade de H7 / h6 H7 / h6
desmontagens freqüentes em engrenagens, acoplamentos,
fresas montadas sobre eixos etc..
ajuste rotativo com pequena folga - apropriado para peças H7 / g6 G7 / h6 47
ajuste deslizante - usado quando
classe há necessidade
de ajuste de elevada de H7 / h6
qualidade H7 / h6
desmontagens freqüentes em engrenagens, acoplamentos,
fresas montadas sobre EFEITO
eixos/ etc..
APLICAÇÃO PAR NO SFB PAR NO SEB
ajuste forçado
rotativo duro para grandes
com pequena folgaesforços - montagem
- apropriado sob H7H7
para peças / u6,
/ g6u7 U6,
G7U7 / h6
/ h6
que devam
grande estarou
pressão sujeitas a rápidos
sob grande deslocamentos
diferença axiais sem
de temperatura. Não H7 / x7, x8 X7, X8 / h6
folga sensível, empregado
há necessidade de chaveta. em hastes de instrumentos
Exemplos: cubos de H7 / z8, z9 Z8, Z9 / h6
indicadores, engrenagens deslocáveis, hastes de válvulas
engrenagem, flanges, buchas fixas, coroa dentada de bronze
etc...
sobre rodas de aço. A desmontagem do conjunto provoca
ajuste rotativo com folga perceptível - usado em eixos que H7 / f7 F7 / h7
avaria nas superfícies de assentamento.
deslizam sobre mancais e rodas ou engrenagens que
ajuste forçado
deslizam duro para esforços médios - montagem sob
sobre eixos H7 / s6 S7 / h6
pressãorotativo
ajuste ou variação
livre com defolga
temperatura,
acentuadageralmente
- empregado nãopara
há H7 / e8r6 R7 h6
E8 / h7
necessidade
eixos de chaveta
que se apoiam ou outro
em diversos mancais,sistema de fixação.
cujo o alinhamento
não seja muito relativamente
Desmontagem preciso, mancais comExemplos:
difícil. óleo muitocubos
viscoso,
de
alavanca
embreagem e articulações etc..
e acoplamentos, buchas de mancal em
ajuste rotativo com folga
alojamentos, flanges, etc. acentuada - empregado em eixos de H7 / d9 D9 / h7
transmissão
ajuste forçado - montagem com prensa. Emprego em buchas H7 / n6 N7 / h6
e cubos que devam ser desmontados com certa freqüência,
necessita de chaveta ou equivalente
ajuste forçado médio - montagem difícil com batidas de H7 / m6 M7 / h6
martelo. Uso em acoplamentos e engrenagens, em máquinas
e motores elétricos , também necessita de chaveta
ajuste forçado leve - montagem fácil com martelo. Emprego H7 / k6 K7 / h6
em polias, engrenagens, rodas de freio e onde são requeridas
freqüentes desmontagens
ajuste forçado deslizante - montagem e desmontagem com o H7 / j6 J7 / h6
martelo de madeira ou a mão . Para desmontagem mais fácil 48
de polias engrenagens, volantes , buchas.
classe de ajuste regular qualidade

EFEITO / APLICAÇÃO PAR NO SFB PAR NO SEB


ajuste deslizante - empregado em luvas deslizantes, polias, H8/h8 H8/h8
engrenagens, acoplamentos e anéis de posicionamento
rotativo folgado - empregado em mancais de geradores, H8/f8 F8/h8
ventiladores, bombas rotativas de palhetas, guias de cruzetas,
eixos sobre três apoios, mancais sujeitos a grandes variações
de temperatura.
rotativo com grande folga - emprego em mancais de eixos H8/d10 D10/h8
longos de pontes rolantes, mancas de máquinas agrícolas

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classe de ajuste grosseiro

EFEITO / APLICAÇÃO PAR NO SFB PAR NO SEB


pequena folga - empregado em peças de máquinas agrícolas H11/h11 H11/h11
e buchas distanciadoras
rotativo com grande folga - empregado em peças de grande H11/d11 D11/h11
tolerância
grande folga - H11/c11 C11/h11
folga excessiva - H11/a11 A11/h11

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EXEMPLO
Problema:

Um dado projetista concluiu que um determinado par mancal/eixo de


dimensão nominal 90 mm, para funcionar corretamente deve ser
confeccionado de tal forma que a folga máxima entre eles, quando
montados, não seja maior que 0,08 mm, já a folga mínima permitida para
um bom funcionamento, não deve ser inferior a 0,02 mm e o sistema de
ajuste adequado deverá ser o de furo base.

Em função disto, determinar a tolerância do eixo e do furo, segundo a NB-


86, que satisfaça esta condição.

51
EXEMPLO
Solução:

1) obtenção do sistema de inequação que expressa a condição funcional

A condição funcional imposta pode ser escrita como:

Dmax - dmin  0,08 mm


Dmin - dmax  0,02 mm
ou
Fmax  0,08 mm
Fmin  0,02 mm

52
EXEMPLO
2) Cálculo do F

F = Fmax - Fmin

F = 0,08 - 0,02 = 0,06

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EXEMPLO
3) Obtenção do IT do eixo e do furo - 1 TENTATIVA

para garantir a inequação do item 1 temos que:

ITFURO +ITeixo  F

consultando a Tabela de tolerâncias fundamentais, para dimensão nominal


90 mm obtemos
IT tolerância (mm)
8 0,054
7 0,035
6 0,022
5 0,015
4 0,010

analisando a tabela acima observamos que os pares de IT (7, 6), (7, 5), (7,
4), (6, 6) (6, 5), (6, 4), (5, 5), (5, 4) e (4, 4) satisfazem a condição de que:

ITFURO +ITeixo  F

54
EXEMPLO
Para escolhermos um destes pares podemos utilizar como critério, escolher
o par que tenha os maiores ITs, assim sendo o par escolhido para primeira
tentativa será o (7, 6).

Como a usinagem de furos apresenta maior dificuldade que a de eixos,


associamos o maior dos ITs ao furo, desta forma fica definido que:

Furo será de IT- 7


e o eixo de IT – 6

55
EXEMPLO
4) Obtenção da tolerância do furo

Como foi definido que o sistema de ajuste será o de furo base, isto implica
que o campo do furo será o “H” e como já definimos que o IT do furo é 7,o
furo fica completamente definido como sendo:

90 H7

56
EXEMPLO
5) Obtenção da tolerância do eixo
Retomando as inequações do item 1 teremos

Dmax - dmin  0,08 mm


Dmin - dmax  0,02 mm

escrevendo estas inequações em função dos afastamentos obtemos:

As - ai  0,08 mm
Ai - as  0,02 mm

57
EXEMPLO
Como se trata de um ajuste com folga no sistema furo base, é de se
esperar que o campo do eixo esteja entre “a” e “g”, neste caso o
afastamento de referência da tabela é o superior, desta forma será mais
fácil encontrarmos o campo do eixo se escrevermos a inequação em função
do afastamento superior do eixo, assim obtemos:

As - (as - t)  0,08 mm
Ai - as  0,02 mm

substituindo os valores de que dispomos obtemos:

0,035 - (as - 0,022)  0,08 mm


0,000 - as  0,02 mm

resolvendo este sistema de inequação vem:

-0,023  as  -0,020
58
EXEMPLO

Se procurarmos agora na tabela de afastamentos de referência um valor


que satisfaça o acima exposto, veremos que não existe este valor, desta
forma podemos dizer que não existe um par eixo/furo com ITs 6 e 7 que
satisfaça a condição imposta.

Para solucionarmos o problema retornamos novamente ao item 3 e


escolhemos um novo par de ITs de tal forma que a soma de suas
tolerâncias seja menor que a do primeiro par. Assim partimos para a 2
tentativa.

59
EXEMPLO

6) Obtenção do IT do eixo e do furo - 2 TENTATIVA

O objetivo agora é o de um par de ITs cuja soma seja menor que 0,057 que
era o valor da soma de ITs do primeiro par escolhido. Consultando a Tabela
de tolerâncias fundamentais para dimensão nominal 80 mm obtemos
IT tolerância (mm)
8 0,054
7 0,035
6 0,022
5 0,015
4 0,010
Analisando a tabela acima observamos os pares de IT:
(7, 5), (7, 4), (6, 6) (6, 5), (6, 4), (5, 5), (5, 4) e (4, 4)

60
EXEMPLO

Para escolhermos um destes pares podemos utilizar como critério, escolher


o par que tenha os maiores ITs, assim sendo os pares escolhidos poderiam
ser (7, 5) e (6, 6) a escolha final por um dos dois seria função do custo de
execução de cada um, neste nosso exemplo vamos adotar o par (6, 6)
como sendo o indicado para a segunda tentativa.

61
EXEMPLO

4) Obtenção da tolerância do furo

Como foi definido que o sistema de ajuste será o de furo base, isto implica
que o campo do furo será “H”e como já definimos que o IT do furo é 6,o furo
fica completamente definido como sendo:

90 H6

62
EXEMPLO

5) Obtenção da tolerância do eixo

As - ai  0,08 mm
Ai - as  0,02 mm

como se trata de um ajuste com folga no sistema furo base, é de se esperar


que o campo do eixo esteja entre “a” e “g”, neste caso o afastamento de
referência da tabela é o superior, desta forma será mais fácil encontrarmos
o campo do eixo se escrevermos a inequação em função do afastamento
superior do eixo, assim obtemos:

63
EXEMPLO

As - (as - t)  0,08 mm
Ai - as  0,02 mm

substituindo os valores de que dispomos obtemos:

0,022 - (as - 0,022)  0,08 mm


0,000 - as  0,02 mm

resolvendo este sistema de inequação vem:

-0,036  as  -0,020

64
EXEMPLO

Se procurarmos agora na tabela de afastamentos de referência, um valor


que satisfaça o acima exposto, veremos que para o campo “f”o
afastamento de referência é o superior e seu valor é de - 0,036 , o que
atende os nossos cálculos. Portanto o par de ajuste que satisfaz a condição
imposta é:

90 H6/f6

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