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DESENHISTA PROJETISTA MECÂNICO

TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

PROFº EDILSON FILHO


Introdução

Nas construções mecânicas é impossível obter a


exatidão absoluta das dimensões indicadas no
desenho, seja pelos erros das máquinas
operatrizes, defeitos e desgastes das ferramentas,
pela imperfeição dos instrumentos de medidas ou
pelo erros de leitura do operador.
Introdução

As peças são, portanto, confeccionadas com dimensões que se


“afastam” à mais ou à menos da cota nominal, isto é, apresentam um
erro ou uma inexatidão.

Peças Intercambiáveis

 Peças “iguais” dentro de limites pré-estabelecidos;

 Substituição simples e rápida.


Exemplo de tolerância
Suponhamos uma indústria que fabrique pistões e pinos de
acoplamentos de bielas, admitimos que os pinos tenham o diâmetro
nominal externo de 20mm.

Evidentemente os pistões, deverão ser usinados de tal forma que


permitam o encaixe deslizante do pino.

Dentro deste contexto existirá tolerância tanto para os pinos como para
os pistões e a tolerância deve ser tal que esse acoplamento continue
deslizante também quando o pino de maior diâmetro calhe com o pistão
de menor furo.
Exemplo de tolerância

Este problema de Intercambialidade foi sentido por muitos industriais


e cada qual procurou criar um sistema de tolerância até que se
conseguiu-se estabelecer um sistema internacional, que é o
SISTEMA ISO (International Standardizing Organizational).
Terminologia de Tolerâncias

Dimensão Nominal: é a dimensão indicada no desenho;


Dimensão Efetiva: é a dimensão que se obtém medindo a peça. Não
coincide com a dimensão nominal
Terminologia de Tolerâncias
Dimensões Limites: são os valores máximo e mínimo admissíveis para a
dimensão nominal;
Dimensão Máxima: é o valor máximo admissível para a dimensão efetiva.
Símbolo: Dmáx;
Dimensão Mínima: é o valor mínimo admissível para a dimensão efetiva.
Símbolo: Dmín.
Terminologia de Tolerâncias

Tolerância: é a variação permissível da dimensão da peça, dada pela


diferença entre dimensões máxima e mínima. Símbolo t;
Afastamento: é a diferença entre as dimensões limites e a nominal;
Afastamento Inferior: é a diferença entre a dimensão mínima e a
nominal. Símbolos: Ai para furo, ai para eixo.
Afastamento Superior: é a diferença entre a dimensão máxima e a
nominal. Símbolos : As para furo, as para eixo
Linha Zero: é a linha que nos desenhos fixa a dimensão nominal e
serve de origem aos afastamentos.
Terminologia de Tolerâncias
Exemplo:
Qual a dimensão nominal do comprimento da peça?
Qual é o afastamento superior e inferior do comprimento?
Qual é o afastamento do diâmetro da parte rebaixada?
Terminologia de Tolerâncias

Exemplo de Tolerância:
Terminologia de Tolerâncias

Qual a tolerância da cota indicada no desenho?


Sistema de Tolerâncias e Ajustes

E o que seria esse sistema de tolerância?


É um conjunto de princípios, regras, fórmulas e tabelas que permitem
a escolha racional de tolerância para a produção econômica das peças
mecânicas intercambiáveis.
Sistema de Tolerâncias e Ajustes
O sistema ISO fixa os seguintes princípios, regras e tabelas que se
aplicam à tecnologia mecânica, afim de permitir escolha racional de
tolerâncias e ajustes visando à fabricação de peças intercambiáveis:

1. Unidade de Tolerância

2. Grupo de Dimensões

3. Grau de Precisão

4. Campo de tolerância

5. Temperatura de referência
Sistema de Tolerâncias e Ajustes

Unidade de Tolerância
O cálculo da tolerância é baseado na unidade de tolerância cuja fórmula é
a seguinte:

A unidade de tolerância serve de base ao desenvolvimento do sistema


e fixa a ordem de grandeza dos afastamentos.
Para melhor entendermos:
Sistema de Tolerâncias e Ajustes
O Sistema ISO considera todas as dimensões compreendidas entre 1 e
500mm. Subdivididas em grupos para efeitos de cálculo da unidade de
tolerância (i).
Sistema de Tolerâncias e Ajustes

Exemplo de Cálculo de tolerância:


Calcular a unidade de tolerância para uma dimensão de 60mm.

i = 0,45 x √50x80 = √4000 = 63,24 Média Geométrica

i = 0,45 x ³√63,24 + (63,24x0,001)= 1,856µ


Sistema de Tolerâncias e Ajustes
Qualidade de Trabalho
Fabricação das peças de um paquímetro, micrômetro ou de qualquer
outro instrumento de medição deve conter erros menores que as peças de
um motor de automóvel, que por sua vez deve conter erros menores que
as peças de uma betoneira.
Erros menores implica em tolerâncias menores e melhor acabamento
superficial.
O sistema ISO estabelece 18 qualidades de trabalho (grau de tolerância)
designadas IT 01, IT 0, IT 1, até IT 16 ( I de ISO e T de Tolerância) para
atender as diversas finalidades de construção de peças.
Sistema de Tolerâncias e Ajustes

Tolerâncias Fundamentais
Os valores das tolerâncias fundamentais, a partir da qualidade IT 5,
são calculadas em função da unidade de tolerância “i”, conforme a
tabela abaixo:
Sistema de Tolerâncias e Ajustes

Os valores de IT 01, IT 0 e IT 1 são fixados segundo os valores crescentes de uma


lei linear, para levar em conta os erros proporcionais às dimensões, que são
predominantes nas medições de alta precisão.

Os valores de IT 2, IT 3 e IT 4 são fixados segundo progressão


geométrica dos valores correspondentes de IT 1 e IT5..
Sistema de Tolerância e Ajustes

De acordo com a norma ABNT/ISO, nos desenhos técnicos, sem o IT.


Antes do numeral vem uma ou duas letras, que representam o campo de
tolerância no sistema ISO. Por exemplo:
Sistema de Tolerância e Ajustes

Campos de tolerância ISO


Sistema de Tolerância e Ajustes
Campos de Tolerância ISO
O sistema ISO estabelece 28 campos de tolerâncias, identificados por letras
do alfabeto latino. Cada letra está associada a um determinado campo de
tolerância.
Sistema de Tolerância e Ajustes

Campos de Tolerância ISO


Sistema de Tolerância e Ajustes

Interpretação de tolerâncias no sistema ABNT/ISO


Sistema de Tolerância e Ajustes

Interpretação de tolerâncias no sistema ABNT/ISO


Sistema de Tolerância e Ajustes

Interpretação de tolerâncias no sistema ABNT/ISO


Sistema de Tolerância e Ajustes
Classes de Ajustes:
São previstos três classes de ajustes (acoplamentos):
Sistema de Tolerância e Ajustes

Quanto a facilidade de montagem, temos:


Livre amplo Livre justo Fixo leve
Livre folgado Deslizante Fixo normal
Livre normal Aderente Fixo duro
Fixo prensado
Sistema de Tolerância e Ajustes
Nos sistemas furo base e eixo base estas três classes de acoplamento
podem ser visualizadas no esquema abaixo:
Sistema de Tolerância e Ajustes
Escolha da Tolerância
O sistema furo-base é comum na construção de máquinas ferramenta,
motores de combustão interna, compressores, ferroviárias, etc.
O sistema eixo-base é usado principalmente na construção de eixos de
transmissão e seus órgãos, vários tipos de máquinas operatrizes, etc.
A escolha do sistema de ajuste a ser adotado está ligada essencialmente
à conveniência econômica de produção. Apesar de a retífica ou
acabamento de um furo ser mais trabalhoso e custoso e a retífica do eixo
requerer numerosas ferramentas de acabamento, dá-se a preferência,
em trabalhos de precisão, ao sistema furo-base, no qual a posição da
tolerância H do furo é constante nos vários tipos de acoplamento para
cada dimensão nominal e para cada qualidade de trabalho.
Sistema de Tolerância e Ajustes
A figura abaixo apresenta alguns exemplos de aplicações comuns ao sistema de ajuste furo-base.
Sistema de Tolerância e Ajustes
Temperatura dos acoplamentos fixos
As diferenças de temperatura entre as peças para montagens são as
seguintes:
Sistema de Tolerância e Ajustes

Exemplos de aplicações de tolerâncias nos diversos acoplamentos de


emprego comum em mecânica.

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