Você está na página 1de 14

Índice

Introdução..........................................................................................................................................2

1. Tribunal Constitucional..................................................................................................................3

2.As Competências do Tribunal Constitucional.................................................................................3

3. Interdependência dos Poderes Executivos e Legislativos...............................................................5

4.Interdependência dos Tribunais (alínea f) do artigo 159 da Lei Constitucional...............................6

5. Observância dos Limites Materiais (artigo 159 da Lei Constitucional)..........................................6

4.1. Independência Nacional..............................................................................................................6

4.2. Integridade Territorial e Unidade Nacional.................................................................................7

5. Laicidade do Estado e Separação entre o Estado e as Igrejas.........................................................8

6.As espécies de processos sujeitos à jurisdição...............................................................................10

Considerações Finais........................................................................................................................13

Referências Bibliográficas...............................................................................................................14
Introdução

A construção do senso de justiça, em que o cidadão se revê, deve ser o pilar sonar
de toda e qualquer semente que busca consolidar a luta pelos direitos sociais de um povo.
Nesta dimensão, a Constituição assume a nobre missão de organizar, de modo racional, a
sociedade, especialmente, na sua feição político-administrativa.
 
A consolidação do Estado Democrático de Direito, enquanto elemento fundante
para o desenvolvimento de um ambiente Jurídico-constitucional favorável ao exercício
gradual das prerrogativas Constitucionais, visa salvaguardar a juridicidade dos actos do
Estado perante os seus concidadãos para que, o almejado alcance da dignidade e
maturidade constitucional, seja uma realidade.

2
1. Tribunal Constitucional

Órgão que tem a tarefa de apreciar a conformidade dos atos e diplomas dos vários
órgãos de soberania com os princípios da Constituição da República. Desempenha, assim,
uma tarefa reguladora dos poderes legislativos e administrativos do País. Nessa medida,
não só declara ser admissível ou não, à luz da Constituição, uma iniciativa legislativa, como
tem funções de controle eleitoral, assume a responsabilidade de interpretar o texto
constitucional, etc.
Os seus pareceres jurídicos são vinculativos para os outros órgãos de soberania, que
não podem contrariá-los.

O Tribunal Constitucional é composto por treze juízes, dos quais dez são
diretamente escolhidos pelo plenário da Assembleia da República. A eleição dos membros
do Tribunal Constitucional exige maioria qualificada de dois terços dos deputados
presentes. Seis dos membros do Tribunal Constitucional são obrigatoriamente juízes de
outros tribunais.

2.As Competências do Tribunal Constitucional

As competências do Tribunal Constitucional são descritas no artigo 16º da lei orgânica do


tribunal Constitucional, e que são as seguintes:

Artigo 16º
(Competência do Tribunal)

Ao Tribunal Constitucional compete em geral administrar a justiça em matéria


jurídico-constitucional, nomeadamente:

a) apreciar a constitucionalidade das leis, dos decretos presidenciais, das resoluções,


dos tratados, das convenções e dos acordos internacionais ratificados e de quaisquer
normas, nos termos previstos na alínea a) do n.º 2 do artigo 180.º da Constituição;

3
b) apreciar preventivamente a constitucionalidade das leis, nos termos previstos na
alínea b) do n.º 2 do artigo 180.º e 228.º da Constituição;
c) apreciar a constitucionalidade por omissão, nos termos previstos no artigo 232.º
da Constituição;
d) apreciar, em recurso, a constitucionalidade das decisões dos demais tribunais que
recusem a aplicação de qualquer norma, com fundamento na sua
inconstitucionalidade, nos termos previstos na alínea d) do n.º 2 do artigo 180.º da
Constituição;
e) apreciar, em recurso, a constitucionalidade das decisões dos demais tribunais que
apliquem normas cuja constitucionalidade haja sido suscitada durante o processo,
nos termos previstos na alínea e) do n.º 2 do artigo 180.º da Constituição;
f) apreciar, em última instância, a regularidade e a validade das eleições, julgando
os recursos interpostos de eventuais irregularidades da votação ou do apuramento
dos votos, nos termos previstos na Lei Eleitoral;
g) apreciar a constitucionalidade dos referendos e da revisão constitucional, nos
termos previstos nas alíneas c) e d) do artigo 227.º da Constituição;
h) julgar, em última instância, a requerimento de deputado e nos termos da
respectiva lei, os recursos relativos á perda, à substituição, á suspensão e à renúncia
do mandato na Assembleia Nacional;
i) verificar a legalidade na formação de partidos políticos e de coligações de
partidos políticos, bem como declarar a sua extinção, nos termos da Lei dos Partidos
Políticos;
j) julgar as acções de impugnação de eleições e de deliberação de órgãos de partidos
políticos que, nos termos da lei, sejam recorríveis;
k) verificar e declarar a elegibilidade dos candidatos a Presidente da República e a
Deputados à Assembleia Nacional, nos termos da Lei Eleitoral;
l) julgar, em última instância, os recursos interpostos dos actos do registo eleitoral,
nos termos da respectiva lei;
m) após esgotamento dos recursos ordinários legalmente previstos, julgar em última
instância, os recursos de constitucionalidade que venham a ser interposto de
sentenças e de actos administrativos que violem princípios, direitos fundamentais,

4
liberdade e garantias dos cidadãos estabelecidos na Constituição, disposições
conjugadas no n.º 3 do artigo 6.º, na alínea a) do n.º 2 do artigo 180.º, e nos artigos
226.º e 227.º, todos da Constituição;
n) pronunciar-se, por solicitação do Presidente da República e da Assembleia
Nacional, sobre a interpretação e aplicação de normas constitucionais;
o) julgar conflitos de competências entre órgãos constitucionais e de soberania;
p) exercer as demais funções que lhe sejam atribuídas pela Constituição e pela lei.

3. Interdependência dos Poderes Executivos e Legislativos

Este Tribunal tomou em consideração o facto de a Constituição prever vários instru-


mentos e mecanismos que apontam para a interdependência e cooperação entre o Presidente
da República (poder executivo) e a Assembleia Nacional (poder legislativo). Desde logo o
Orçamento Geral do Estado que, nos termos do artigo 104.°, constitui o plano financeiro
anual ou plurianual-consolidado do Estado e deve reflectir os objectivos, as metas e as
acções contidas nos instrumentos de planeamento nacional é aprovado pela Assembleia
Nacional, nos termos do artigo 161.° alínea e) para cuja aprovação o Presidente da
República é obrigado a submeter àquele órgão de soberania a respectiva proposta de
Orçamento (alínea c) do artigo 120. ). Neste contexto é relevante a necessidade da
Assembleia Nacional autorizar "o Executivo a contrair e a conceder empréstimos, bem
como a realizar operações de crédito que não sejam de dívida flutuante, definindo as
respectivas condições gerais e fixar o limite máximo dos avales a conceder em cada ano ao
Executivo, no quadro da aprovação do Orçamento Geral do Estado " (correspondente à
alínea f) do artigo 88.° Lei Constitucional).

A interdependência das competências do Presidente da República com a Assembleia


Nacional está ainda estabelecida em diversas disposições que consagrando determinados
poderes do Presidente da República o obrigada ouvir previamente a Assembleia Nacional
(alíneas n), p) e q) do artigo 119. ).

5
A competência legislativa do Presidente da República que na Lei Constitucional
cabia ao Governo depende, como até aqui, de autorização legislativa prévia da Assembleia
Nacional (alínea h) do artigo 120.), podendo o Presidente da República, tal como o
Governo no âmbito da Lei Constitucional, exercer a iniciativa legislativa, mediante
propostas de lei apresentadas à Assembleia Nacional (alínea i) do artigo 120.°). Mesmo nos
casos de autorização legislativa, os decretos legislativos presidenciais estarão sempre
sujeitos à fiscalização posterior do Parlamento (alínea c) dos artigos 161.° da Constituição).

4.Interdependência dos Tribunais (alínea f) do artigo 159 da Lei


Constitucional

A independência dos Tribunais é um princípio intrínseco e indissociável do Estado


Democrático de direito cujo escopo é assegurar a independência dos juízes e salvaguardar
os Tribunais de ingerências e pressões dos demais poderes do Estado e da sociedade.

A Constituição acolhe o princípio da independência dos Tribunais (artigo 175. °)


bem como os instrumentos clássicos de asseguramento dessa autonomia, a saber:

5. Observância dos Limites Materiais (artigo 159 da Lei Constitucional)

Independência, Integridade Territorial e Unidade Nacional, Laicidade do Estado


(alíneas a) e e) do artigo 159 da Lei Constitucional

4.1. Independência Nacional

No texto da Lei Constitucional de 1992, a Independência Nacional vem consagrada


no artigo 1, nos seguintes termos: "A República de Angola é uma Nação soberana e
independente..." Esta formulação é reforçada pelo artigo 3, que consagra o princípio da
soberania popular, assim como as formas de exercício do poder soberano.

6
A relevância dada na definição de Angola como Estado independente quer no artigo
1, quer na norma sobre limites materiais - decorre do contexto histórico do País,
nomeadamente do passado sob dominação colonial. Daí ter-se dado grande importância em
não haver, no plano constitucional, um recuo da liberdade política alcançada com a
proclamação da Independência Nacional.

Compulsado o texto constitucional verifica-se que foi respeitado o limite material da


al. a), do artigo 159°, da Lei Constitucional de 1992. A nova Constituição estabelece que
"Angola é uma Republica soberana e independente... " (artigo. Io). Consagra igualmente
que "a soberania, una e indivisível, pertence ao i povo... " (artigo. 3, n.° 1) e que "o Estado
exerce a sua soberania sobre a totalidade do território angolano" (artigo. 3°, n.° 2).

A nova Constituição continua a consagrar a Independência Nacional como limite


material de revisão constitucional (alínea b) do artigo 236°).

Em conclusão, a nova Constituição respeita o limite material da alínea a), do artigo


159°, da Lei Constitucional de 1992, na parte relativa à Independência Nacional.

4.2. Integridade Territorial e Unidade Nacional

Outro elemento definido como limite material, pela alínea a), do artigo 159°, da Lei
Constitucional, é o da salvaguarda da integridade territorial e da unidade nacional, que
obriga ao respeito pelo princípio uti possidetis iuris (princípio da intangibilidade das
fronteiras históricas), o qual impõe o respeito pelos limites territoriais do Estado aquando
da proclamação da Independência Nacional.

A Lei Constitucional de 1992 consagra a integridade territorial, ao estabelecer que a


República de Angola é inviolável e ao considerar o território como "inviolável e
inalienável" (artigo 5 da Lei Constitucional). O citado preceito consagra igualmente o
combate enérgico contra qualquer tentativa de desmembramento do território" (artigo. 5, in
fine, Lei Constitucional).

7
Na mesma esteira a nova Constituição começa por constitucionalizar o princípio uti
possidetis iuris (princípio da intocabilidade das fronteiras históricas), ao dispor que "o
território da República de Angola é o historicamente definido pelos limites geográficos de
Angola tais como existentes a 11 de Novembro de 1975, data da Independência Nacional"
(artigo 5, n° 1).

De igual modo, volta a ser consagrada a integridade territorial como limite material
de revisão (artigo 236.° alínea b).

O legislador constituinte no artigo 2.° n.° 1 da Constituição consagrou a unidade na-


cional como um dos fundamentos da República e do Estado democrático de direito.

Em conclusão, a Constituição respeita o limite material da alínea a), do artigo 159°,


da Lei Constitucional de 1992, na parte relativa à integridade territorial e à unidade
nacional.

5. Laicidade do Estado e Separação entre o Estado e as Igrejas

A laicidade do Estado é um princípio dos modernos Estados que significa a não ex-
istência de uma religião assumida pelo Estado como oficial. Este princípio tem uma
segunda dimensão - à qual aparece sempre associada - que é a separação entre o Estado e as
igrejas, a cuja luz as instituições religiosas não são integradas na organização político-
administrativa do Estado e demais poderes públicos. A Lei Constitucional de 1992
consagra que "A República de Angola é um Estado laico, havendo separação entre o Estado
e as igrejas" (n.° 1 do artigo 8.°).

No mesmo artigo, é consagrado o respeito pelo Estado das religiões e a proteção dos
lugares de culto, desde que conformes com as leis (n.° 2 do artigo 8).

8
O princípio da laicidade do Estado e da separação entre o Estado e as igrejas
ganhou, na Lei Constitucional de 1992, dimensão de limite material de revisão (alínea e) do
artigo 159.°).

Na nova Constituição aprovada pela Assembleia Constituinte, é respeitado o


referido limite material, ao se consagrar que "A República de Angola é um Estado laico,
havendo separação entre o Estado e as igrejas, nos termos da lei" (artigo 10.° n.° 1), do
mesmo modo que consagra tal princípio como limite material de revisão (alínea j) do
artigo. 236.°).

Em conclusão, a nova Constituição respeita o limite material da alínea e), do artigo


159°, da Lei Constitucional de 1992, sobre a laicidade do Estado e a separação entre o
Estado e as igrejas.

 independência dos juízes, sua inamovibilidade, irresponsabilidade, imunidades e


incompatibilidades (artigo 179. );
 autonomia administrativa e financeira dos Tribunais (artigo 178.°);
 soberania dos Tribunais, a prevalência e obrigatoriedade do cumprimento das suas
decisões (artigos 174.° e 177. );
 autogoverno da Magistratura (artigo 184.°);
 autonomia do Ministério Público (artigo 185. )

A Constituição prevê a intervenção do Presidente da República para a designação de


quatro dos onze juízes do Tribunal Constitucional, o mesmo sucedendo com a Assembleia
Nacional (artigo 180.°); prevê ainda a nomeação pelo Presidente da República dos Juízes
do Tribunal Supremo (artigo 181.°), dos Juízes do Tribunal Militar e do Tribunal de
Contas.

Está também previsto que o Presidente da República e a Assembleia Nacional inter-


venham na designação dos membros do Conselho Superior da Magistratura Judicial (artigo
184.°).

9
Importa apreciar se estas nomeações e designações feitas pelo poder executivo
(Presidente da República) e pelo poder legislativo (Assembleia Nacional), violam o
princípio da independência dos Tribunais.

6.As espécies de processos sujeitos à jurisdição

As espécies de processos sujeitos à jurisdição do Tribunal Constitucional, são


descritas no Artigo 3.º da Lei Orgânica do Processo Constitucional, e que são as seguintes:

a) Processo de fiscalização preventiva;


b) Processo de fiscalização sucessiva;
c) Processo de fiscalização de omissão inconstitucional;
d) Recurso ordinário de inconstitucionalidade;
e) Recurso extraordinário de inconstitucionalidade;
f) Processo relativo a candidatura do Presidente da República e de Deputados;
g) Processo relativo ao contencioso eleitoral;
h) Processo relativo ao referendo;
i) Processo relativo ao contencioso parlamentar;
j) Processos relativos a partidos políticos e coligações;
k) Contencioso do registo eleitoral;
l) Processo de consulta sobre a concretização da Constituição.

A jurisdição constitucional em Angola nasceu com a Lei Constitucional de 1992.

Este diploma legal consagrou, nos seus artigos 134.º e 135.º, o Tribunal
Constitucional enquanto instituição judicial à qual competia, em geral, administrar a justiça
em matérias de natureza jurídico-constitucional.

Não tendo sido institucionalizado o Tribunal Constitucional, as competências que a


Lei Constitucional lhe reservava foram exercidas, no período compreendido entre 1992 a
2008, pelo Tribunal Supremo, conforme vinha disposto no artigo 5.º da sua Lei Preambular.

10
A inexistência formal do Tribunal Constitucional não impediu que em Angola a
jurisdição constitucional fosse efectivamente materializada, uma vez que todos os litígios
de cariz constitucional foram submetidos à apreciação do Tribunal Supremo nas vestes de
Tribunal Constitucional e por este decididos.

Com a aprovação da Lei n.º 2/08, de 17 de Junho – Lei Orgânica do Tribunal


Constitucional e da Lei n.º 3/08, de 17 de Junho – Lei Orgânica do Processo Constitucional,
estavam reunidos os pressupostos legais para a criação do Tribunal Constitucional.

Assim, no dia 25 de Junho de 2008, foi institucionalizado o Tribunal Constitucional


tendo os seus Juízes Conselheiros tomado posse perante o Presidente da República. Nesta
data, tomaram posse sete Juízes Conselheiros sendo quatro homens e três mulheres.

A corte do Tribunal Constitucional era, à luz do artigo 135.º da Lei Constitucional,


integrada por sete Juízes, para um mandato de sete anos não renovável.

O Tribunal Constitucional foi criado em véspera da realização das eleições


legislativas de 2008. Assim sendo, após a sua entrada em funcionamento, este Tribunal
realizou a tarefa de verificar e validar as candidaturas dos Partidos Políticos e Coligações
de Partidos concorrentes às mencionadas eleições.

Por determinação legal, ao Tribunal Constitucional recaem as competências


relacionadas com o processo de apreciação e validação de candidaturas às eleições, o
contencioso do registo eleitoral, bem como o contencioso eleitoral. O exercício de funções
de fiscalização do processo eleitoral abarcaram os seis primeiros meses de início de
funcionamento do Tribunal Constitucional.

Os processos de natureza constitucional que estavam a tramitar no Tribunal


Supremo (nas vestes de Tribunal Constitucional) foram transferidos para o Tribunal
Constitucional para posterior decisão.

11
Transitaram, de igual modo, para este Tribunal, vários processos cujo objecto era o
litígio interno dos Partidos Políticos que derivavam da interpretação e aplicação dos seus
Estatutos. A resolução destes processos constituiu grande parte dos Acórdãos exarados pela
corte constitucional de Angola.

A Lei do Processo Constitucional atribui ao Tribunal Constitucional, um vasto leque


de competências em matéria constitucional e de tutela dos direitos fundamentais. Tendo
este diploma legal consagrado o recurso extraordinário de constitucionalidade de qualquer
decisão de órgãos do poder público vários foram os processos desta natureza julgados por
este Tribunal.

Em 2010, com a aprovação da Constituição da República de Angola – CRA, a corte


constitucional foi alargada de sete para onze Juízes Conselheiros, tendo sido alterado o seu
modo de indicação, nos termos do artigo 180.º n.º 3 da CRA, ficando o Tribunal com a
seguinte constituição:

a) quatro juízes designados pelo Presidente da República, incluindo o Juiz


Presidente do Tribunal;
b) quatro juízes eleitos pela Assembleia Nacional, por maioria de 2/3 dos Deputados
em efectividade de funções, incluindo o Vice-Presidente do Tribunal;
c) dois juízes eleitos pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial;
d) um juiz seleccionado por concurso público curricular, nos termos da lei.

Conforme estabelecido no artigo 243.º da Constituição da República de Angola, a


designação dos Juízes Conselheiros deve ser feita de modo a evitar a sua total renovação
simultânea, nos termos a serem fixados no regulamento interno do Tribunal.

Os quatro Juízes Conselheiros, que completaram a corte do Tribunal tomaram posse


em Maio de 2012, perante o Presidente da República.

Com a convocação das Eleições Gerais para o dia 31 de Agosto de 2012, pelo
Presidente da República, ao Tribunal Constitucional recaiu a tarefa de proceder à

12
verificação e validação das candidaturas concorrentes às referidas eleições, o que foi feito
em estrito cumprimento dos prazos legais, tendo este processo iniciado no dia 31 de Maio e
terminado no dia 6 de Julho de 2012 com a entrega oficial das listas das candidaturas
admitidas à Comissão Nacional Eleitoral.

Considerações Finais

A criação do Tribunal Constitucional, vem justamente reforçar a preocupação do


Estado em reafirmar o respeito pelos valores intangíveis da protecção dos direitos
fundamentais, dos princípios da dignidade da pessoa humana, da unidade da Constituição,
da segurança jurídica e da tutela jurisdicional efectiva, dentre outros elementos, que
concorrem para a materialização da justiça constitucional no país.

Nos termos e com os fundamentos supra aduzidos, é entendimento do Tribunal


Constitucional que:

 No processo de elaboração e aprovação da Constituição da Republica de Angola, a


Assembleia Nacional respeitou os procedimentos estabelecidos nos artigos 158 e
160." da Lei Constitucional, não tendo sido verificada qualquer violação das
disposições limites formais (iniciativa, quórum de aprovação, procedimento) aos
limites circunstanciais;
 O artigo 132 da Constituição, nos seus números 1 e 4, e na parte que se refere
 à possibilidade de o Vice-Presidente se tomar Presidente da República e exercer o
respectivo mandato com a plenitude das suas funções, contraria o limite material da
alínea d) do artigo 159 da Lei Constitucional por ser em face desta obrigatório que a
assunção do cargo de Presidente da República seja precedida da respectiva eleição
baseada no sufrágio universal, direto e secreto;
 O artigo 109.° da Constituição por conter uma omissão na previsão de indicação no
boletim de voto do candidato à Presidente da Republica fragiliza a imediaticidade

13
do voto e não salvaguarda o interesse da certeza jurídica próprio do Estado
democrático de direito tutelado pela alínea c) do artigo 159.° da Lei Constitucional;
 Que no demais do seu articulado a Constituição da República de Angola respeita os
limites materiais do artigo 159.° da Lei Constitucional.

Referências Bibliográficas

https://tribunalconstitucional.ao/competencias-gerais/
https://www.texnology.com/angolasamppages.pdf
https://lbr-legal.com/pt/ago/jurisdiction/direito-publico
https://jurisprudencia.tribunalconstitucional.ao/
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$tribunal-constitucional
https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/lei-de-bases-da-funcao-publica-reforca-direitos-
dos-funcionarios/

14

Você também pode gostar