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UNIVERSIDADE EUROPEIA DEL ATLÂNTICO

MESTRADO EM DIREITO

DISCIPLINA-MD008-controle de
constitucionalidade

ESTUDANTE: Alberto Katumbela Kavinda Canjamba


RESOLUÇÃO DA ACTIVIDADE PRATICA.

1- Explique a composição da CC espanhola (número de membros, qual órgão os


nomeia, quais órgãos propõem sua nomeação). (Art. 159, parágrafo. 1, CE)
R: O Tribunal Constitucional é composto por 12 membros nomeados pelo Rei; destes,
quatro sob proposta do Congresso por maioria de três quintos dos seus membros;
quatro sob proposta do Senado com idêntica maioria; dois sob proposta do Governo, e
dois sob proposta do Conselho Geral do Poder Judicial.

2-Qual é a duração do mandato e o sistema para a renovação dos juízes da CC?


(arts. 159, aptos. 3, EC e 16.3 LOTC)
R:Os membros do Tribunal Constitucional serão designados por um período de nove
anos e serão renovados num terço em cada três

3-Que status têm os juízes do Tribunal Constitucional? (arts. 159, aptos. 4 e 5,


CE e 19 e 22 LOTC)
R:A condição de membro do Tribunal Constitucional é incompatível: com qualquer
mandato representativo; com cargos políticos ou administrativos; com o desempenho
de funções diretivas num partido político ou sindicato, e com o emprego ao serviço dos
mesmos; com o exercício das carreiras judicial e de procurador, e com qualquer
atividade profissional ou mercantil.
Nos demais os membros do Tribunal Constitucional terão as incompatibilidades
próprias dos membros do poder judicial.
Os membros do Tribunal Constitucional serão independentes e inamovíveis no
exercício do seu mandato.
4-Como é eleito o Presidente? (arts. 160 EC e 9 LOTC)
R:O Presidente do Tribunal Constitucional é nomeado entre os seus membros pelo
Rei, sob proposta do mesmo Tribunal em pleno e por um período de três anos.

5-Como os laços são estabelecidos? (art. 90 LOTC)


R:O Tribunal de oficio ou a pedido de uma das partes, poderá acordar a produção de
provas quando o julgar necessário e decidirá livremente sobre a forma e o tempo da
sua realização, sem exceder em caso algum, trinta dias. Se uma testemunha,
convocada pelo tribunal, só puder comparecer com a autorização superior, a
autoridade competente para deferi-la apresentará ao Tribunal, se for o caso, as
6-Qual é o papel do CO? (arts. 161 EC e 2 LOTC)
R:Tribunal Constitucional tem jurisdição em todo o território espanhol e é competente
para conhecer: a) Do recurso de inconstitucionalidade contra leis e disposições
normativas com força de lei. A declaração de inconstitucionalidade de uma norma
jurídica com força de lei, interpretada pela jurisprudência, afetará esta, se bem que a
sentença ou sentenças em causa não perderão valor de caso julgado. b) Do recurso
de amparo por violação dos direitos e liberdades referidos no artigo 53, número 2,
desta Constituição, nos casos e formas que a lei estabeleça. c) Dos conflitos de
competência entre o Estado e as Comunidades Autónomas ou dos conflitos destas
entre si. d) Das demais matérias que lhe sejam atribuídas pela Constituição ou pelas
leis orgânicas.
7-Quem tem legitimidade para intentar uma ação de inconstitucionalidade? (art.
162.1.a) CE)
R:Têm legitimidade:
a) Para interpor recurso de inconstitucionalidade: o Presidente do Governo, o Defensor
do Povo, 50 Deputados, 50 Senadores, os órgãos colegiais executivos das
Comunidades Autónomas e, quando for caso disso, as suas Assembleias.

b) Para interpor recurso de amparo: qualquer pessoa singular ou coletiva que invoque
um interesse legítimo, bem como o Defensor do Povo e o Ministério Público.
8-Quem tem legitimidade para intentar uma ação de amparo? (art. 162.1.b) CE)
Para interpor recurso de amparo: qualquer pessoa singular ou coletiva que invoquem
um interesse legítimo, bem como o Defensor do Povo e o Ministério Público.
9-Quem tem legitimidade para trazer um desafio constitucional? (art. 163 EC)
Quando um órgão judicial considere, nalgum processo, que uma norma com força de
lei, aplicável ao caso, de cuja validade dependa a decisão, possa ser contrária à
Constituição, colocará a questão perante o Tribunal Constitucional nas situações, na
forma e com os efeitos que estabeleça a lei, que em nenhum caso serão suspensivos.
10-Em termos gerais, quais são os efeitos das sentenças proferidas pela CC?
(art. 164 EC)
R:As sentenças do Tribunal Constitucional serão publicadas no boletim oficial do
Estado com os votos particulares, se os houver. Têm valor de caso julgado a partir do
dia seguinte ao da sua publicação e não cabe qualquer recurso contra elas. As que
declarem a inconstitucionalidade de uma lei ou de uma norma com força de lei e todas
as que não se limitem à aplicação subjetiva de um direito, gozam de plenos efeitos
perante todos.

3-Resumir as contribuições doutrinárias mais importantes de JELLINEK e


KELSEN que contribuíram para o projeto do Tribunal Constitucional.

KELSEN construiu um modelo de jurisdição concentrada (mais típica dos países de


civil law), no qual o controle das leis é atribuído a um único órgão criado para este fim:
a Corte Constitucional.
Para construir seu modelo, KELSEN assume que a Constituição deve ser a norma
fundamental, ou seja, aquela da qual todos os outros derivam, razão pela qual é
aconselhável garantir-lhe a maior estabilidade possível, dificultando sua revisão.
A garantia da Constituição repousa principalmente na possibilidade de anulação de
atos contrários a ela, pois em nenhum caso a anulação de atos irregulares deve ser
confiada ao mesmo órgão que os adotou; e isto porque o Parlamento, como
livre criador de direito, não pode ser contado para realizar sua subordinação à
Constituição. É um órgão diferente e independente dele, e portanto também de
qualquer outra autoridade estatal, que é responsável pela anulação de atos
inconstitucionais, ou seja, uma jurisdição ou CC (FAVOREU, 1994, p. 23).

Já o JELLINEK propôs uma série de reformas ao sistema institucionalizado para a


resolução de conflitos de competência no Império Austro-Húngaro, depois de perceber
os constantes excessos das maiorias parlamentares e o preconceito nacionalista ou
territorial por trás delas.
Ao contrário do que Kelsen formularia mais de 30 anos depois, a abordagem de
Jellinek de criar um Tribunal Constitucional não estava associada à institucionalização
de uma ação abstrata de inconstitucionalidade da lei.
Na opinião de JELLINEK, a teoria tradicional da separação de poderes é deficiente,
pois esquece que o estado é uma unidade e que na variedade de funções do estado
há sempre um sujeito que é o detentor dessas funções, que é o próprio estado. Assim,
o Estado é a base para todas as manifestações dos chamados poderes. Não é o
legislativo, mas o Estado que faz as leis; não é o governo que dirige e administra, mas
a vontade do próprio Estado que é realizada através do poder executivo.
E como todas elas estão ligadas ao direito positivo, as ações das Câmaras que são
contrárias ao direito público também podem ser qualificadas como ilegais, para as
quais a tarefa de encontrar uma solução deve ser realizada imediatamente (CARPIO
MARCOS, 2017, p. 189).

3-Ao aplicar o que você aprendeu ao longo do curso, assim como ao examinar o
sistema constitucional de seu país, identifique qual sistema de controle de
constitucionalidade foi previsto na constituição de seu país.

Quem exerce o controlo?

É uma questão que se deve levantar e deverá ser esclarecida para se conseguir
compreender o porquê do controlo da constitucionalidade e em que moldes a CRA tem
vindo a evoluir desde a Revisão Constitucional de 1992 até à vigente.

Assim, há um controlo político, que é aquele em que o controlo da


constitucionalidade dos atos normativos, em especial leis e diplomas equiparáveis, é
feito pelos órgãos políticos, como, por exemplo, pelas Assembleias Representativas.
Este sistema é, por vezes, designado por sistema francês, onde o controlo não é
efetuado por um órgão jurisdicional.

No que refere ao controlo jurisdicional, temos, por um lado, o sistema difuso ou


americano, onde a competência para fiscalizar a constitucionalidade das leis é
reconhecida a qualquer juiz, chamado a fazer aplicação de uma determinada lei a um
caso concreto submetido a apreciação judicial. E temos, por outro lado, o sistema
concentrado ou austríaco. Este é classificado como sendo concentrado porque a
competência para julgar definitivamente sobre a constitucionalidade das leis é
reservada a um único órgão jurisdicional, com exclusão de quaisquer outros.
Importa ainda referir que este sistema comporta uma grande variedade de subtipos. O
órgão competente para a fiscalização tanto pode ser um órgão da jurisdição ordinária,
como, por exemplo, TS, ou um órgão especialmente criado para o efeito, como, por
exemplo, o TC.

O atual sistema de fiscalização angolano enquadra-se na Terceira República e teve


início com a aprovação da CRA em 2010. Nasceu, assim, a atual judicial review
angolano. Falamos em atual porque a ideia de judicial review foi implementada pela
primeira vez na Segunda República, através da Lei de Revisão constitucional n.º
23/92, que fez publicar a Lei Constitucional, no art.º 153.º da LC.

Ora, o artigo 226.º, n.º 1, da CRA dá-nos uma curta e clara definição do que vem a ser
constitucionalidade. O legislador constitucional proclama que a validade das leis e dos
demais atos do Estado, da Administração Pública e do poder local depende da sua
conformidade com a Constituição e considera, conforme o n.º 2 do mesmo artigo, que
são inconstitucionais as leis e os atos que violem os princípios e normas consagradas
pela Constituição.
No sistema jurídico-constitucional angolano, conforme previsto nas disposições do
art.º 227.º da CRA, cuja epigrafe é “Objeto da fiscalização”, são passíveis de
fiscalização da constitucionalidade todos os atos que consubstanciem violações de
princípios e normas constitucionais, nomeadamente os atos normativos; os tratados,
convenções e acordos internacionais; a revisão constitucional e, por fim, o referendo.
Como já referido anteriormente, o controlo da constitucionalidade das normas
jurídicas, no sistema constitucional angolano, apresenta-se da seguinte forma: -
Controlo concreto, que começa por ser um controlo difuso, da competência dos
tribunais em geral, mas com recurso para o TC; - Controlo abstrato, que é um controlo
diretamente concentrado no Tribunal Constitucional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

1-FERNÁNDEZ SEGADO, Francisco (2002), “La obsolescencia de la bipolaridad


‘modelo americano-modelo europeo-kelseniano’ como criterio analítico del control de
constitucionalidad y la búsqueda de una nueva tipología explicativa”, en Parlamento y
Constitución. Anuario, núm. 6, pp. 9-73. Este trabalho pode ser consultado no link a
seguir.

2-KELSEN, Hans (2011), “La garantía jurisdiccional de la Constitución (La Justicia


Constitucional)”, en Anuario Iberoamericano de Justicia Constitucional, núm. 15, pp.
249300. Este trabalho pode ser consultado no link a seguir:
<http://www.cepc.gob.es/publicaciones/revistas/revistaselectronicas?IDR=8&IDN=127
9&I.

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