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M)
A inconstitucionalidade pode dar-se por ação quando há atos do Poder Público ou Leis
em contraposição à Constituição. A inconstitucionalidade por ação pode ser material
(conteúdo do ato normativo é contrário à Constituição) ou formal (inobservância da
competência legislativa, do processo legislativo). Dá-se, por sua vez, a
inconstitucionalidade por omissão quando há inércia legislativa na regulamentação de
normas constitucionais de eficácia limitada.
Controle difuso
Controle concentrado
Cabe salientar que nem sempre os efeitos da decisão são retroativos (ex tunc), pois ao
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, tendo em vista razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal
Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de
outro momento que venha a ser fixado. Essa é a modulação dos efeitos da declaração de
inconstitucionalidade.
Essa ação foi introduzida pela EC 3/93. Nos governos instalados depois da CF/88,
várias medidas foram questionadas em todo o país, perante os diversos órgãos do Poder
Judiciário, ocorrendo profusão de medidas liminares. Para ilustrar esse fato basta
lembrar o Plano Collor, em que os depósitos de poupança foram bloqueados em todo o
país. A medida era a todos os títulos inconstitucional e grande número de prejudicados
propuseram ações, principalmente de mandado de segurança contra ela. E o governo
ficou, assim, acuado.
Optou-se por criar a ação declaratória de constitucionalidade. Assim, toda vez que uma
norma federal estiver sendo questionada quanto a constitucionalidade em diversos
órgãos do Poder Judiciário, passou-se a ter um mecanismo que vai provocar a
intervenção do Supremo Tribunal Federal. Assim, quaisquer dos órgãos relacionados
nos incisos do art. 103 poderão propor a ação, conforme expressa o "caput" deste artigo
que foi alterado pela emenda constitucional 45 de 2004. Se o STF deferir o pedido e
declarar constitucional essa norma, nenhum órgão do Poder Judiciário mais poderá
acolher ações no sentido da inconstitucionalidade. O STF, entretanto, poderá, no
julgamento, declarar a inconstitucionalidade da lei e esse julgamento terá o mesmo
efeito da ADIN.
Cabe pedido de cautelar, assim, o Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação
declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os
Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do
ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. Concedida a medida
cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial
da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal
proceder ao julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de
sua eficácia.
Prevista na primeira parte do artigo 102, I, "a" da Constituição Federal, esta ação visa a
declaração da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual perante
a própria Constituição. Sua competência originária é do Supremo Tribunal Federal e seu
procedimento está previsto na Lei nº 9.868/99.
Por exemplo, se uma lei aprovada na cidade de Sorocaba (SP) fere a Constituição
Estadual de São Paulo, deve ser impetrada uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
perante o Tribunal de Justiça de São Paulo.
A ADIN admite pedido cautelar que salvo no período de recesso, a medida cautelar na
ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal,
observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais
emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco
dias. O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o
Procurador-Geral da República, no prazo de três dias. No julgamento do pedido de
medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do
requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma
estabelecida no Regimento do Tribunal. Em caso de excepcional urgência, o Tribunal
poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Concedida a medida cautelar, o
Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e
do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias,
devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-
se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. A medida
cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o
Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. A concessão da medida
cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa
manifestação em sentido contrário. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em
face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a
segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a
manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República,
sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal,
que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.
Prevista no artigo 103, §2° da Constituição Federal, tem por objetivo suprir uma
omissão dos poderes constituídos que deixaram de elaborar normas para regulamentar a
possibilidade de exercício de determinado direito previsto na Constituição Federal. O
§2° deste artigo em questão institui que "declarada a inconstitucionalidade por omissão
de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder
competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em trinta dias".
Assim sendo, quando a omissão for administrativa, o órgão competente será cientificado
para que providencie a edição e complementação da mesma. Entretanto, se esta for
legislativa, o Congresso Nacional deverá ser comunicado da mora, mas não será
estipulado nenhuma prazo para a elaboração da norma complementadora que, de certa
forma, é considerada indispensável para o exercício do direito previsto, porém não
aplicado por falta de previsão legal pela Constituição Federal.
A omissão pode ser total ou parcial, sendo total quando não houver uma norma
regulamentadora possibilitando o exercício de determinado direito e parcial quando a
norma apenas possibilitar parte do exercício do direito previsto na CF.
Exemplo de omissão total pode ser encontrado no artigo 7°, XI, da CF que prevê a
participação do trabalhador na gestão da empresa e isto não ocorre até hoje, pois não há
norma regulamentadora. E, um exemplo de omissão parcial pode ser encontrado no
artigo 7°, IV, também da Constituição Federal, que prevê uma série de direitos
garantidos ao cidadão, por meio do salário mínimo, que não pode ser atingido devido o
fato de este possuir um valor muito irrisório.
Deve ser proposta como pressuposto para haver a decretação da intervenção federal ou
até mesmo estadual, pelos Chefes do Executivo, por não terem sido observados alguns
princípios essenciais estabelecidos pelas Constituições (Federal e Estadual).
Diz-se, assim, que a ADIN interventiva visa a resguardar os princípios sensíveis: forma
republicana; sistema representativo e regime democrático; direitos da pessoa; autonomia
municipal; prestação de contas da administração pública, direta ou indireta; aplicação do
mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e da saúde.
ADIN interventiva federal
O objeto desta ação é a lei ou ato normativo estadual ou distrital que não respeita os
princípios sensíveis estabelecidos pela Constituição Federal, sendo estes os elencados
no artigo 34, VII, isto é, quando a lei estadual contrapor-se a:
c) autonomia municipal;
Esta, por sua vez, deve ser impetrada quando a lei municipal desrespeitar os princípios
indicados na Constituição Estadual e por isso, o Estado necessitar intervir, servindo
também como pressuposto desta intervenção. A competência para o julgamento desta
ADIN é do Tribunal de Justiça do Estado que teve os princípios de sua Constituição
desrespeitados, devendo ser proposta pelo Procurador Geral de justiça, conforme prevê
o artigo 129, IV, da Constituição Federal.
Por exemplo, só poderá ser proposta se não for cabível uma ADIN, ADECON,
mandado de segurança, recurso extraordinário, ação popular, entre outros.
Têm legitimidade ativa para propor esta arguição todos os elencados no artigo 103 da
Constituição Federal, sendo estes:
• o Presidente da República;
• a Mesa do Senado Federal;
• a Mesa da Câmara dos Deputados;
• a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
• o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
• o Procurador-Geral da República;
• o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
• partido político com representação no Congresso Nacional;
• confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
a) para reparar ou até mesmo evitar lesão a um preceito fundamental decorrente de ato
ou omissão do poder público (não definição do que é preceito fundamental na Lei,
tarefa que caberá à doutrina e à jurisprudência);
Pertinência temática
Segundo Rodrigo Rebello Pinto, "é a relação existente entre a norma impugnada e a
entidade que ingressa com a ação direta de inconstitucionalidade", ou seja, a pessoa ou
o órgão interessado que impetrar uma ação de controle de constitucionalidade deve
demonstrar um interesse real em obter a declaração almejada da norma impugnada.
Já, por sua vez, são considerados autores neutros, ou seja, não precisam demonstrar
nenhuma pertinência temática uma vez que possuem legitimidade ativa universal:
• o Presidente da República;
• o Procurador geral da República;
• as Mesas do Senado Federal;
• as Mesas da Câmara dos Deputados;
• o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; e
• o partido político com representação no Congresso Nacional