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Reclamação constitucional

Apresentação
Quando alguma decisão judicial desrespeita a competência ou a autoridade das decisões do
Supremo Tribunal Federal (STF), a legislação permite a interposição da chamada reclamação
constitucional, a qual é prevista na Constituição Federal e no Código de Processo Civil, além de ser
disciplinada pelo Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Trata-se de um instrumento jurídico de fundamentos próprios, que não se confunde com meio
recursal, incidente processual ou ação autônoma. Tendo como legitimado, além daqueles para a
ação direta de inconstitucionalidade, qualquer pessoa jurídica ou economicamente interessada,
sendo de competência originária do STF que poderá, entre outras ações, determinar qualquer
medida adequada à observância de sua jurisdição.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá os principais aspectos da reclamação


constitucional, as hipóteses de cabimento e os procedimentos para o seu correto trâmite.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Conceituar reclamação constitucional.


• Analisar as hipóteses de cabimento e a competência para ingresso da reclamação
constitucional.
• Explicar o procedimento da reclamação constitucional.
Desafio
A reclamação constitucional deve ser julgada, originariamente, pelo Supremo Tribunal Federal. É
interposta em situações específicas, previstas em lei e não deve ser utilizada como recurso.

A súmula vinculante 38 prevê que “é competente o Município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial”.
Considerando o regramento da reclamação constitucional, analise os fatos judiciais e identifique se
estão corretos (sob os aspectos do cabimento, da legitimidade e da tempestividade), e se a
pretensão do grupo de lojistas é viável.
Infográfico
O procedimento da reclamação constitucional é regulamentado pelo Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal e viabiliza o ajuizamento e o trâmite correto do processo. Considerada
sua importância para a manutenção da segurança jurídica e a autoridade das decisões da Suprema
Corte, a reclamação constitucional apresenta céleres desdobramentos.

Neste Infográfico, você vai ver o passo a passo do procedimento da reclamação constitucional
junto ao Supremo Tribunal Federal.
Conteúdo do livro
A reclamação constitucional passou por diferentes interpretações, as quais envolviam legitimação,
cabimento e competência. De finalidade fundamental para a segurança jurídica das decisões da
Suprema Corte, é sólido o entendimento de que a reclamação constitucional exerce importante
papel para o ordenamento jurídico.

No capítulo Reclamação constitucional, da obra Direito Constitucional III, base teórica desta Unidade
de Aprendizagem, você vai conhecer os principais aspectos desse instrumento jurídico.

Boa leitura.
DIREITO
CONSTITUCIONAL III

Cinthia Louzada Ferreira Giacomelli


Reclamação constitucional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Conceituar reclamação constitucional.


 Analisar as hipóteses de cabimento e a competência para ingresso
da reclamação constitucional.
 Explicar o procedimento da reclamação constitucional.

Introdução
Sempre que alguma decisão judicial, de qualquer esfera, desrespeitar a
competência ou a autoridade das decisões do Supremo Tribunal Fede-
ral (STF), poderá ser interposta a chamada reclamação constitucional.
Trata-se de instrumento jurídico de fundamentos próprios, previsto na
Constituição Federal e no Código de Processo Civil (CPC), além de ser
disciplinado pelo Regimento Interno do STF.
A reclamação constitucional não se confunde com meio recursal,
incidente processual ou ação autônoma. Além dos legitimados para a
ação direta de inconstitucionalidade, qualquer pessoa jurídica ou eco-
nomicamente interessada poderá interpor reclamação constitucional. É
de competência originária do STF, e a decisão de mérito resulta em coisa
julgada formal e material.
Neste capítulo, você vai ler sobre os principais aspectos da reclamação
constitucional, as hipóteses de cabimento e os procedimentos para o
seu correto trâmite. 

Conceitos fundamentais
O STF é a maior instância do Poder Judiciário no Brasil. Assim, atua como
Suprema Corte, isto é, como tribunal de última instância de cujas decisões
não cabem recurso a nenhum outro tribunal. Atua também no julgamento
de questões que envolvam a constitucionalidade das normas jurídicas que
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compõem o ordenamento jurídico, pois, de maneira fundamental, o STF é


o guardião da Constituição Federal e deve evitar lesões ou ameaças à Carta
Constitucional.
Nesse sentido, para Grinover (2002, p. 77), a reclamação constitucional:

[...] não se trata de uma ação, uma vez que não se vai rediscutir a causa
com um terceiro; não se trata de recurso, pois a relação processual já está
encerrada, nem se pretende reformar a decisão, mas antes garanti-la; não se
trata de incidente processual, porquanto o processo já se encerrou. Cuida-se
simplesmente de postular perante o próprio órgão que proferiu uma decisão
o seu exato e integral cumprimento.

É o instrumento jurídico previsto no art. 102, I, da Constituição Federal,


que dispõe:

Art. 102 Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:
I — processar e julgar, originariamente:
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade
de suas decisões (BRASIL, 1988, documento on-line);

Sob essa perspectiva, o art. 130-A, § 3º, da Constituição Federal também


prevê:

Art. 103-A O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,


mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação
na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na
forma estabelecida em lei.
[...]
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicá-
vel ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal
Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a
decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem
a aplicação da súmula, conforme o caso (BRASIL, 1988, documento on-line).

Aqui, cumpre comentar sobre a súmula vinculante. Por súmula, entendemos


a interpretação pacífica ou majoritária adotada por qualquer tribunal sobre
determinado tema, tendo como base o julgamento de casos semelhantes, a
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fim de promover a uniformidade entre as decisões. Já a súmula vinculante


conceitua-se como um enunciado que pretende apresentar precedentes juris-
prudenciais do STF, em caráter vinculativo.
Dessa forma, todos os tribunais e juízes, assim como a Administração
Pública, devem seguir as orientações das súmulas vinculantes, sob pena
de anulação da decisão. A súmula vinculante, portanto, permite uma maior
segurança jurídica, pois casos parecidos deverão ser julgados de maneira
semelhante.
Assim, a reclamação constitucional é uma forma de cassar decisões que
usurpam a competência ou desrespeitam a autoridade de decisão do STF.
Destacamos que é cabível a reclamação mesmo que a decisão desrespeitada
não tenha efeito vinculante.
A decisão de todas as instâncias — juízes, tribunais e tribunais superiores
— pode ser impugnada junto ao STF, por meio da reclamação constitucional.

O instituto jurídico da reclamação também é previsto para impugnar decisões que


contrariem súmulas do Superior Tribunal de Justiça e dos Tribunais Estaduais, bem como
desrespeitem sua competência, porém, a reclamação constitucional, que tratamos aqui,
diz respeito apenas às decisões contrárias às súmulas emitidas pelo STF e também às
decisões que desrespeitem sua competência.

Cabimento e competência da reclamação


constitucional
Além das disposições dos arts. 102 e 103-A da Constituição Federal, o cabi-
mento da reclamação constitucional está previsto em outros dois instrumen-
tos legislativos. Assim dispõe o art. 988 do CPC de 2015 (BRASIL, 2015,
documento on-line):

Art. 988 Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:


I — preservar a competência do tribunal;
II — garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III — garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão
do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
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IV — garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de inci-


dente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de
competência.

Já o art. 156 do Regimento Interno do STF prevê:

Art. 156 Caberá reclamação do Procurador-Geral da República, ou do in-


teressado na causa, para preservar a competência do Tribunal ou garantir a
autoridade das suas decisões.
Parágrafo único. A reclamação será instruída com prova documental (BRASIL,
1980, documento on-line).

Por outro lado, não é cabível a reclamação constitucional se for proposta


após o trânsito em julgado da decisão reclamada e se for proposta para garantir
a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral
reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário
ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias (art.
988, § 5º) (BRASIL, 2015).
Quanto à legitimação para o ajuizamento da reclamação, temos por regra
os mesmos legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade e para a
ação declaratória de constitucionalidade, indicadas no art. 103 da Constituição
Federal:

Art. 103 Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação decla-


ratória de constitucionalidade:
I — o Presidente da República;
II — a Mesa do Senado Federal;
III — a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV — a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal;
V — o Governador de Estado ou do Distrito Federal
VI — o Procurador-Geral da República;
VII — o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII — partido político com representação no Congresso Nacional;
IX — confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional (BRA-
SIL, 1988, documento on-line).

Até 2002, o STF ainda não considerava como parte interessada para a
propositura da reclamação os terceiros que tivessem interesse jurídico ou
econômico para observar a decisão. O argumento para tanto, de acordo com
Lenza (2009, p. 325), era que “[...] o ajuizamento de ação direta de inconstitu-
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cionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, fazia instaurar um processo


objetivo, sem partes, no qual inexistia litígio referente a situações concretas
ou individuais”.
No entanto, especialmente após o surgimento das súmulas vinculantes,
consolidou-se o entendimento de que a parte ou qualquer pessoa juridicamente
interessada pela prática de qualquer ato que contrarie a decisão proferida em
ação direta de constitucionalidade ou em ação direta de inconstitucionalidade
poderá ajuizar a ação reclamatória no sentido de assegurar a autoridade da
decisão. Atualmente, como afirma Lenza (2009), ao verificarmos o efeito
vinculante até mesmo perante a Administração Pública, temos a possibilidade
de ajuizamento de reclamação contra ato de prefeito que contraria decisão
proferida pelo STF com caráter vinculante.

Procedimento
O procedimento adotado para a reclamação está descrito nos arts. 156 a 162
do Regimento Interno do STF (BRASIL, 1980).

Ao ajuizar a reclamação, a petição inicial deve preencher os requisitos do art. 319 do


CPC de 2015 e deve ser dirigida ao presidente do STF. Ainda, a ação deve ser instruída
com provas documentais do que é alegado, isso porque não se admite a produção
de provas no curso do processo. Contudo, nesse sentido, o STF entende que, quando
a decisão descumprida for prolatada em controle abstrato de constitucionalidade,
mesmo que se trate de medida liminar, não é necessária a juntada da decisão cuja
autoridade se quer preservar.

Para Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2013, p. 1.080), “[...] a reclamação, por


sua função e própria natureza documental, jamais poderá obrigar o STF a
decidir um caso concreto ou a analisar fatos e provas. Reclamação baseada
em desrespeito a decisão do STF apenas pode exigir o seu confronto com tese
firmada pelo órgão judicial inferior. Nada mais do que isso”. Consolida-se o
entendimento de que a reclamação constitucional, portanto, não se trata de
um novo julgamento da demanda, tampouco de um instrumento recursal.
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Seguindo o procedimento reclamatório, a petição dirigida ao presidente


do STF será por ele autuada e encaminhada à distribuição. Nos casos em que
a reclamação tem a finalidade de preservação da autoridade de decisão do
STF, o processo é distribuído, a critério de prevenção, para o relator da causa
principal, sempre que possível, nos termos do art. 70 do Regimento Interno
do STF. Se, porém, a reclamação não é proposta por quem era parte naquela
ação, a distribuição é livre. Quando a competência em debate for do próprio
presidente do tribunal, ele deverá então atuar como relator (BRASIL, 1980).
Recebendo a reclamação, o relator requisitará informações do órgão ou
da autoridade a quem se imputa a prática do ato. A autoridade então deverá
prestar informação no prazo de 5 dias (art. 157 do Regimento Interno do STF).
Da mesma forma, caso necessário, a fim de evitar dano irreparável, poderá
determinar a suspensão do processo ou do ato impugnado ou a remessa dos
autos ao STF, mesmo que a parte não tenha assim solicitado (BRASIL, 1980).

O Regimento Interno é o instrumento normativo que regula os trâmites e o funciona-


mento administrativo de um órgão e possui caráter legal. No STF, o Regimento Interno
é elaborado especialmente sob a perspectiva da Constituição Federal.

Decorrido o prazo para o recebimento de informações, será dada vista ao


Procurador-Geral da República se a reclamação não tiver sido formulada por ele.
O processo será então encaminhado para julgamento. Se a reclamação
for julgada procedente, as seguintes providências poderão ser adotadas, nos
termos do art. 161 do Regimento Interno:

Art. 161 Julgando procedente a reclamação, o Plenário ou a Turma poderá:


I — avocar o conhecimento do processo em que se verifique usurpação de
sua competência;
II — ordenar que lhe sejam remetidos, com urgência, os autos do recurso
para ele interposto;
III — cassar decisão exorbitante de seu julgado, ou determinar medida ade-
quada à observância de sua jurisdição
Parágrafo único. O Relator poderá julgar a reclamação quando a matéria for
objeto de jurisprudência consolidada do Tribunal (BRASIL, 1980, documento
on-line).
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Por fim, considerando a natureza jurídica da reclamação como ação, a


decisão definitiva de mérito faz coisa julgada formal e material. Nesse sentido,
o entendimento do STF é no sentido de que, após o trânsito em julgado da
decisão, esta somente poderá ser alterada por meio de ação rescisória, revisão
criminal ou habeas corpus.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União,


Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consti-
tuicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 abr. 2019.
BRASIL. Lei nº. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de processo civil. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 17 mar. 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 30 abr. 2019.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Regimento Interno. Diário da Justiça, Brasília, 27 out.
1980. Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/legislacaoRegimentoInterno/
anexo/RISTF_1980.pdf. Acesso em: 30 abr. 2019.
GRINOVER, A. P. Da reclamação. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 9,
nº. 38, p. 75–83, abr./jun. 2002.
LENZA, P. Direito Constitucional esquematizado. 13. ed. São Paulo: Saraiva. 2009.
SARLET, I. W.; MARINONI, L. G.; MITIDIERO, D. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
Dica do professor
A reclamação constitucional é um instrumento jurídico com regramento e finalidade próprias, de
forma que da sua decisão transitada em julgado não cabe recurso. No entanto, durante o seu
trâmite, alguns meios recursais podem ser apresentados a fim de garantir a legitimidade e a
adequação da sua decisão.

Nesta Dica do Professor, você vai conhecer os tipos recursais cabíveis em sede de reclamação
constitucional, assim como os seus principais aspectos.

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Exercícios

1) Natureza jurídica é o que define o instrumento jurídico e sua função no ordenamento.

Sendo assim, sobre a natureza jurídica da reclamação constitucional, é possível afirmar que:

A) trata-se de uma espécie de recurso extraordinário.

B) é uma ação judicial ajuizada primeiramente nas instâncias inferiores.

C) equipara-se à execução de título extrajudicial.

D) é um incidente processual que debate dispositivos constitucionais.

E) é um instrumento jurídico de fundamento próprio.

2) A reclamação constitucional é prevista na Constituição Federal e no Código de Processo


Civil.

De acordo com esses diplomas legais, as decisões judiciais de quais órgãos poderão ser
impugnadas por meio de reclamação constitucional?

A) Dos Tribunais Estaduais, do Distrito Federal e do Superior Tribunal de Justiça.

B) Dos juízes federais de primeira instância, dos Tribunais Federais e do Superior Tribunal de
Justiça.

C) Dos Tribunais Federais e do Superior Tribunal de Justiça.

D) Dos juizes de primeira instância e dos Tribunais Superiores.

E) Do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.

3) A reclamação constitucional é uma ação cabível em situações específicas, nos termos das
legislações que a regulamentam.

Qual alternativa a seguir indica uma situação que é cabível à propositura de reclamação
constitucional?

A) O trânsito em julgado da decisão impugnada.


B) O desrespeito à súmula vinculante.

C) A usurpação de competência de Tribunal Estadual ou Federal.

D) A observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida.

E) A observância de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial


repetitivos, mesmo se não esgotadas as instâncias ordinárias.

4) Ao receber a reclamação, o relator requisitará informações do órgão ou da autoridade a


quem se imputa a prática do ato.

Depois disso, qual procedimento deverá ser adotado pelo relator?

A) Julgamento do feito.

B) Consulta ao Ministério Público.

C) Vistas ao procurador-geral da República, caso não seja ele o autor.

D) Suspensão do processo.

E) Remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal.

5) Os legitimados para a propositura da reclamação constitucional são os mesmos para a ação


direta de inconstitucionalidade e para a ação declaratória de constitucionalidade, indicados
no art. 103 da Constituição Federal.

Qual legitimado, ou grupo de legitimados, estão ausentes no referido artigo?

A) O presidente da República.

B) O procurador-geral da República.

C) Qualquer pessoa jurídica ou economicamente interessada.

D) Partido político com representação no Congresso Nacional.

E) Entidade de classe de âmbito nacional.


Na prática
Cabível em situações estritamente previstas em lei, a reclamação constitucional é utilizada
essencialmente para preservar a autoridade das decisões do Supremo Tribunal Federal,
garantindo a sua competência. Sendo assim, não é o meio adequado para rediscutir as questões
fáticas e probatórias discutidas no processo judicial, cuja decisão pretende-se impugnar.

Neste Na Prática, você vai ver uma situação na qual o entendimento do Supremo Tribunal Federal
é reafirmado no sentido de que a reclamação constitucional não é admitida como meio recursal.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Reclamação constitucional
O vídeo a seguir apresenta considerações sobre a reclamação constitucional. Confira.

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Considerações sobre a reclamação constitucional


No seguinte link, você vai ler um artigo que debate a posição de vários autores sobre a reclamação
constitucional.

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A utilização controversa da reclamação para a superação dos


precedentes
Leia a seguinte matéria sobre a reclamação constitucional como superação dos precedentes.

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