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Controle de constitucionalidade (noções gerais.

Controle difuso, Controle


concentrado, a Ação direta de inconstitucionalidade (ADI), a Ação Direta
de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO), a Ação Declaratória de
Constitucionalidade (ADC); a Ação direta de inconstitucionalidade
interventiva (ADIN interventiva) e a Arguição de descumprimento de
preceito fundamental (ADPF);
Antes de adentrar no controle de constitucionalidade propriamente dito, é
fundamental que aqui sejam tratados conceitos iniciais ensejadores das
previsões constitucionais de garantias fundamentais previstas na Constituição
Federal de 1988, a seguir simplesmente tratada como CFRB/88.
De início, importa justificar que o texto constitucional elenca algumas hipóteses
de controle de constitucionalidade. Em sede infraconstitucional, a lei No 9.868,
de 10 de novembro de 1999. Trata sobre o “processo e julgamento da ação
direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade
perante o Supremo Tribunal Federal”1.
Como explica Nathália Masson2, o controle de constitucionalidade pode ocorrer
com normas infraconstitucionais e, em alguns casos, com as normas
constitucionais derivadas:
As normas constitucionais originárias não podem ser declaradas
inconstitucionais, sendo sempre constitucionais (afinal, elas
representam a própria Constituição). Já as normas constitucionais
derivadas (as emendas constitucionais) devem ser produzidas em
obediência as regras que o Poder Originário inseriu na Constituição
quando a elaborou. Isso significa que uma emenda constitucional que
desobedeça às normas que regulamentam a sua feitura poderá ser
declarada inconstitucional. Em outras palavras: as normas
constitucionais originárias não podem ser objeto do controle de
constitucionalidade; já as normas constitucionais derivadas podem.

Em sede de controle concentrado de constitucionalidade, a declaração de


constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei (ADIN/ADC), assim como a
verificação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) ou de que não
há norma infraconstitucional que torne viável o exercício de uma garantia
constitucional (ADO), caberá ao STF.
Os legitimados para propositura são aqueles previstos no art. 103 da
Constituição, quais sejam:

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e


a ação declaratória de constitucionalidade:

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

1
Lei no 9.868, de 10 de novembro de 1999. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9868.htm#:~:text=da%20Constitui%C3%A7%C3%A3o
%20Federal)-,I%20%2D%20o%20Presidente%20da%20Rep%C3%BAblica%3B,o
%20Procurador%2DGeral%20da%20Rep%C3%BAblica. Acesso em: 12 dez. 2023.
2
MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. 11ª edição. Salvador. JusPODVIM, 2023.
p. 25.
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara


Legislativa do Distrito Federal;

V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso


Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito


nacional.

Por outro lado, há a possibilidade de o controle de constitucionalidade ser


exercido em controle difuso.

O controle difuso é executado por qualquer magistrado ao enfrentar uma


situação específica, ou seja, durante um processo judicial determinado,
consiste na avaliação da conformidade constitucional ou inconstitucionalidade
de uma norma específica3.

O que fora aqui tratado, até o momento, refere-se às normas federais.


Contudo, há a possibilidade de inconstitucionalidade de norma estadual face à
constituição estadual ou, ainda, em face da CFRB/88, mormente quando se
trate de norma constitucional de reprodução obrigatória nos Estados.
Sobre as normas estaduais, Nathalia Masson explica:
O controle de constitucionalidade em face das Constituições
estaduais somente pode ser instaurado contra leis (e outros atos
normativos) estaduais e municipais, estando este objeto devidamente
delimitado no texto constitucional. O certo é que não se enquadram
como objeto dessa espécie de controle as normas federais, pois estas
somente podem ser verificadas no controle de constitucionalidade
concentrado em face da Constituição Federal. Essa vedação (que
inviabiliza que as normas federais sejam objeto do controle
concentrado estadual perante o Tribunal de Justiça) não impede, no
entanto, que o Tribunal seja acionado para avaliar uma lei federal no
controle difuso de constitucionalidade, perante o texto da Constituição
Federal4.

Portanto, fica claro que o objeto de análise do controle de constitucionalidade


em face de Constituições Estaduais se diferencia, desse modo, em relação à
nossa Constituição Federal.

3
Controle constitucional deve ser de forma difusa. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2011-jul-10/controle-constitucional-feito-forma-difusa-tribunais/
#:~:text=%C3%89%20no%20controle%20concentrado%20que,erga%20omnes%20e%20for
%C3%A7a%20vinculante. Acesso em: 12 dez. 2023.
4
MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. 11ª edição. Salvador. JusPODVIM, 2023.
p. 992.
Ademais, as garantias e direitos nela previstos podem demandar uma postura
ativa ou passiva do Estado. Para entender quando será necessária a
intervenção judicial, por via de controle de constitucionalidade, será
fundamental entender quando ocorre essas situações
Por isso, Nathália Masson também prescreve:
Convém recordar que referidos direitos, enquanto prerrogativas
constituídas na segunda dimensão dos direitos fundamentais,
normalmente exigem prestações positivas do Estado, que deverá
implementar a igualdade jurídica, política e social entre os sujeitos
que compõem o desnivelado tecido social5.

As três primeiras gerações/dimensões equivaleriam, respectivamente, aos


ideais liberdade, igualdade e fraternidade, extraídos da Revolução Francesa. A
segunda geração/dimensão contempla os direitos sociais, econômicos e
culturais.

Os direitos de Terceira Dimensão ou Geração (Fraternidade) tornam-se


significativos, principalmente a partir da década de 1970. Esses direitos
fundamentam-se não mais na perspectiva do indivíduo, mas sim na
coletividade, sendo, por essa razão, denominados direitos difusos, coletivos,
meta ou transindividuais.

Nesse sentido, os direitos de segunda geração podem necessitar da atuação


positiva do Estado, como expôs Jellinek6, professor alemão, que desenvolveu
uma teoria segundo a qual o indivíduo pode se encontrar em diferentes status
diante do Estado.
Para ele, em alguns casos, teria o indivíduo o direito de exigir que o Estado
atue de forma ativa (positiva) a seu favor.
Trazendo esses conceitos para a Constituição Federal Brasileira de 1988, vê se
que o art. 5º traz normas fundamentais, as quais pode possuir eficácia, ou grau
de aplicabilidade plena, contida ou limitada.
Assim, na hipótese de haver uma norma de eficácia limitada, sem que o
legislador infraconstitucional legisle de modo a tornar possível a efetivação do
direito constitucionalmente previsto, é possível que seja ajuizada ação de
inconstitucionalidade por omissão.
A ADPF tem por objeto visa a reparação a lesão de preceito fundamental, o que
pode incluir decisões judiciais, como entendeu o STF no julgamento da ADPF
101.

5
MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. 11ª edição. Salvador. JusPODVIM, 2023.
p. 261.
6
Teoria dos quatro status, de Georg Jellinek. Disponível em: https://www.emagis.com.br/area-
gratuita/que-negocio-e-esse/teoria-dos-quatro-status-de-georg-jellinek/. Acesso em: 12 dez.
2023.
Na oportunidade, do julgamento da referida ADPF 1017, noticiada no site oficial
do STF como “Especial Meio Ambiente: há 14 anos, STF barrava importação
de pneus usados” a ação foi julgada procedente e envolveu polêmicas
decisões da Justiça Federal em vários estados da federal que, em sentido
diametralmente oposto à legislação ambiental, permitiam a importação de
pneus usados e remoldados.
Outro exemplo de decisão, em sede de ADPF, é a seguinte:
Tribunal do Júri
No plenário do júri não pode ser usada como excludente de ilicitude a
legítima defesa da honra do âmbito do instituto da legítima defesa.
Esse raciocínio se aplica à fase pré-processual e processual, além do
plenário do júri, sob pena de nulidade do julgamento (STF, ADPF n.
779)8.

É possível verificar, portanto, que o que as duas ADPFs, supramencionadas,


têm em comum é a existência de preceito fundamental, estabelecido dentre os
princípios, garantias e direitos fundamentais previstos na CFRB de 1988, o que
demonstra, mais uma vez, sua finalidade precípua de resguardar os preceitos
fundamentais constitucionalmente previstos.
Por fim, há a possibilidade, ainda dentro do controle de constitucionalidade, a
Ação direta de inconstitucionalidade interventiva, a qual poderá ser: voluntária
(de ofício pelo Presidente), provocada (pelo Executivo ou Judiciário) ou
provocada por requisição (dos Tribunais ou do Procurador Geral da República
através da Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva), cujas hipóteses
são expressamente previstas no art. 34 da CFRB:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito


Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da


Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas


unidades da Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois


anos consecutivos, salvo motivo de força maior;

7
Especial Meio Ambiente: há 14 anos, STF barrava importação de pneus usados.
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=508868&ori=1. Acesso em:
12 dez. 2023.
8
Disponível em: https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6081690. Acesso em:
12 dez. 2023.
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas
nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios


constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime


democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e


indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos


estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.

Conclui-se, portanto, que há uma vasta possibilidade de controle de


constitucionalidade que decorre do próprio texto constitucional. A finalidade é,
portanto, clara: o respeito à constituição e a preocupação com as garantias e
princípios nela garantidos.
- Defesa do Estado e das instituições democráticas (Estado de defesa -
hipóteses de decretação, procedimento, prazo e controle -; Estado de
sítio - hipóteses de decretação, procedimento, medidas, controle -; Forças
Armadas - noções gerais, Segurança Pública, Polícia da União, Polícia
dos Estados, Polícia dos Municípios e Polícia dos Territórios);
Extrai-se da CFRB de 88 a busca por um “Estado Democrático, destinado a
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança” –, assim como que as normas constitucionais visam “a construção
e o exercício de todos os demais direitos previstos no ordenamento jurídico9”.
Por isso, defesa do Estado e das instituições democráticas no contexto jurídico
brasileiro abrange diversas situações, sendo regulamentada pelo instituto do
Estado de defesa e do Estado de sítio. Esses instrumentos são previstos na
Constituição Federal de 1988 e visam assegurar a estabilidade do Estado em
situações de crise ou ameaça à ordem.
Nesse ínterim, há algumas hipóteses, previstas no texto constitucional, em que
o Estado, em busca de resguardar a sua função democrática e constitucional,
possui mecanismos para tanto, quais sejam:

9
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2010, p. 234
Estado de Defesa, previstos dentre os artigos 136 a 141 da Constituição
Federal; Estado de Sítio, previsto dentre os artigos 137 a 139 da Constituição
Federal.
Há, ainda, funções que podem colaborar para a força e permanência do Estado
Democrático de Direito e, de igual modo, estão consignadas na CF de 88, a
citar, as forças Armadas, dentre os artigos 142 e 143 da Constituição Federal e
até mesmo a Segurança Pública, Polícia da União, Polícia dos Estados, Polícia
dos Municípios e Polícia dos Territórios, previstas nos Artigos 144 e 147 da
Constituição Federal.
Nesse sentido, aponta Bernardo Gonçalves Fernandes10:
A Constituição de 1988 trouxe, sob esse título, dois grupos: um
voltado para fornecer instrumentos (medidas excepcionais) para
manutenção ou restabelecimento da ordem em momentos de
anormalidade, e, com isso, configurou o chamado sistema
constitucional de crises, composto tanto pelo estado de defesa quanto
pelo estado de sítio; assim como ainda se preocupou de
institucionalizar a defesa do País por meio das forças armadas e da
segurança pública. Esse sistema de crise é mecanismo presente nas
democracias modernas, como esforço para a manutenção de regimes
democráticos, com a mínima onerosidade para os direitos e as
garantias fundamentais.

Adentrando às especificidades, o Estado de defesa pode ser decretado em


casos de grave comprometimento da ordem pública ou segurança do Estado,
por meio de decreto do Presidente da República, com a posterior apreciação
pelo Congresso Nacional. Esse estado de defesa, excepcional, tem prazo
limitado de 30 dias, prorrogável uma vez por igual período, e implica restrições
específicas, como a possibilidade de restrição temporária de direitos
individuais.
O Estado de Sítio, por sua vez, poderá ser declarado em situações de
comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que justifiquem
a medida. De igual modo ao Estado de Defesa, o decreto é novamente
efetuado pelo Presidente da República, mas a sua implementação requer
aprovação do Congresso Nacional. O Estado de sítio possibilita medidas mais
rigorosas, como restrições à liberdade de locomoção, busca e apreensão em
domicílio e intervenção nas empresas. Possui, também, prazo inicial é de 30
dias, prorrogável indefinidamente, mas a legislação prevê mecanismos de
controle e revisão por parte do Congresso Nacional.
As Forças Armadas desempenham papel crucial durante esses estados
excepcionais, sendo empregadas para a garantia da lei e da ordem,
especialmente no contexto de Segurança Pública. Contudo, é importante
destacar a separação de suas funções, uma vez que a atuação das Forças
Armadas em atividades de polícia ostensiva é excepcional e regulamentada por
legislação específica. Além disso, há distintas esferas de atuação das polícias,
como a Polícia da União, responsável pela segurança em nível federal, e as
10
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Direito constitucional. 2015. p. 1377.
polícias dos Estados, Municípios e Territórios, com competências específicas
em suas respectivas jurisdições.
Tanto no Estado de defesa quanto no Estado de sítio, o controle é exercido
pelo Poder Legislativo, conferindo ao Congresso Nacional a prerrogativa de
autorizar, suspender ou revogar essas medidas. Esse controle é fundamental
para evitar abusos e garantir que as restrições aos direitos fundamentais sejam
proporcionais e necessárias. A atuação do Poder Judiciário também
desempenha papel crucial na fiscalização da legalidade e constitucionalidade
das medidas adotadas durante esses estados excepcionais.
Concluindo, a defesa do Estado e das instituições democráticas no Brasil se
baseia em um sistema de freios e contrapesos, assegurando que a adoção de
medidas excepcionais seja limitada, proporcional e sujeita a um rigoroso
controle por parte dos poderes constituídos. Esse equilíbrio é essencial para
preservar a ordem e a democracia em momentos de crise.
Ordem Social (noções gerais; Seguridade social, Educação, cultura e
desporto, Família, criança, adolescente e idoso, Ciência e tecnologia,
Meio ambiente e Índios.
Os direitos sociais são de fundamental importância no Estado Democrático de
Direito e, como já explicado no presente trabalho, há alguns direitos que
demandam uma atuação estatal específica.
Em muitos casos, os direitos sociais possuem essa necessidade de atuação
estatal por meio de ações afirmativas.
Os direitos sociais são claramente evidenciados dentre os artigos 6º ao 11 da
CFRB DE 88.
No entanto, Nathália Masson explica que os direitos sociais não estão
localizados apenas nos artigos 6º ao 11º da CFRB, mas em todo o texto
constitucional:
A amplitude dos temas inseridos no capítulo II do Título II torna
inequívoco que os direitos sociais não são somente os que estão
inscritos nos arts. 6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 11; eles podem ser localizados,
também e especialmente, no Título VIII – Da Ordem Social, vale dizer,
nos arts. 193 e seguintes (ver o capítulo 21 desta obra). Referidos
direitos podem ser agrupados nas seguintes categoriais: (i) os direitos
sociais dos trabalhadores, por sua vez subdivididos em individuais e
coletivos; (ii) os direitos sociais de seguridade social (a doutrina14
destaca que os direitos sociais da seguridade social envolvem o
direito à saúde, à previdência social, à assistência social); (iii) os
direitos sociais de natureza econômica; (iv) os direitos sociais da
cultura; (v) os de segurança. Quanto aos direitos sociais do
trabalhador, constantes do art. 7º, podemos apresentar a seguinte
classificação15: (i) Direito ao trabalho e à garantia do emprego11. (...)

11
MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. 11ª edição. Salvador. JusPODVIM,
2023. p. 263.
A Seguridade Social, por exemplo, é vista dentre os artigos 194 a 204 da
CFRB, abrangendo a previdência social, a saúde e a assistência social.
A Educação, Cultura e Desporto possui status constitucional encontrado dentre
os artigos 205 a 217, os quais tratam dos princípios e dispositivos relativos à
educação, enquanto a cultura e o desporto e estão, de igual modo,
relacionados na promoção do bem de todos, sem discriminação, conforme
previsto no Artigo 3º:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as


desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,


raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas

Há, ainda, os direitos sociais relacionados à Família, Criança, Adolescente e do


Idoso, previstos dentre os artigos 226 a 230 tratam da família, enquanto a
proteção à criança, ao adolescente e ao idoso está disposta nos Artigos 227,
228 e 230, respectivamente.
Em sede infraconstitucional, há que se lembrar da existência do Estatuto da
Criança e Adolescente, o ECA, que enumera diversos direitos, que demandam
uma atuação fiscalizatória do Estado.
A Ciência e Tecnologia pode ser relacionada ao direito social à educação e,
embora não haja uma seção específica no texto constitucional, a promoção da
ciência e tecnologia é referenciada em diferentes partes, como nos artigos 218
a 219, que tratam do estímulo à pesquisa e inovação.
É de indubitável relevância o Meio Ambiente que, em nossa Constituição,
possui previsão dentre os Artigos 225 e 227 abordam a proteção ao meio
ambiente, reconhecendo-o como direito fundamental e impondo ao Poder
Público e à coletividade o dever de preservação.
Ainda sobre o direito constitucional ao meio ambiente, vale ressaltar que a
existência da “Agenda 203012”, a qual enumera uma série de atos necessários
para um mundo mais sustentável. Observando a CFRB de 88, conclui-se que a
preocupação ao meio ambiente está no rol também de normas constitucionais
de observância obrigatória, mormente por estarem relacionadas a uma
preocupação mundial, tal como tratado na famigerada Agenda 2030.

12
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em:
https://brasil.un.org/pt-br/91863-agenda-2030-para-o-desenvolvimento-sustent%C3%A1vel.
Acesso em: 12 dez. 2023.
Por fim, foi resguardado espaço à proteção dos índios, dentre os artigos 231 e
232, que garantem os direitos dos povos indígenas, reconhecendo a
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, bem como a posse
permanente de suas terras.
Conclui-se, como tratado pela professora Nathália Masson, uma extensa
preocupação do legislador constitucional com direitos de ordem social, os quais
devem ser devidamente observados pelo legislador infraconstitucional, bem
como merecem o devido cuidado pelo Poder Público.
BIBLIOGRAFIA:
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em:
https://brasil.un.org/pt-br/91863-agenda-2030-para-o-desenvolvimento-sustent
%C3%A1vel. Acesso em: 12 dez. 2023.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:
promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:
12 dez. 2023.
BRASIL. STF. Especial Meio Ambiente: há 14 anos, STF barrava importação de
pneus usados. https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?
idConteudo=508868&ori=1. Acesso em: 12 dez. 2023.
Lei no 9.868, de 10 de novembro de 1999. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9868.htm#:~:text=da%20Constitui
%C3%A7%C3%A3o%20Federal)-,I%20%2D%20o%20Presidente%20da
%20Rep%C3%BAblica%3B,o%20Procurador%2DGeral%20da%20Rep
%C3%BAblica. Acesso em: 12 dez. 2023.
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 1ª ed. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 234.
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 1ª ed. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 234
MASSON, Nathalia; FARAGE, Bruno; GOMES, Luiz Flavio. Direito
Constitucional. 2012.
MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. 11ª edição. Salvador.
JusPODVIM, 2023.
Teoria dos quatro status, de Georg Jellinek. Disponível em:
https://www.emagis.com.br/area-gratuita/que-negocio-e-esse/teoria-dos-quatro-
status-de-georg-jellinek/. Acesso em: 12 dez. 2023.

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