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REVISÃO DIREITO CONSTITUCIONAL 3° unidade

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Conceito- O controle de constitucionalidade é o mecanismo pelo qual se verifica a
conformidade das leis e atos normativos com a Constituição de um país, assegurando que essas
normas não a violem.

SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE-


 Controle político- sistema adotado na França
 Judiciário- Sistema adotado no Brasil
 Misto- Sistema adotado na Suíça

MODELOS DO CONTROLE

 CONCENTRADO- O controle concentrado é realizado por um órgão específico, como


uma corte constitucional, e é focado na análise abstrata da constitucionalidade das
normas, sem necessidade de um caso concreto. A competência aqui é do STF que gera
efeito ERGA OMNES, efeito vinculante e é abstrato, ou seja, discute-se em TESE.

 DIFUSO- O controle difuso ocorre quando qualquer juiz, em qualquer processo, pode
declarar a inconstitucionalidade de uma norma, desde que seja relevante para a decisão
do caso concreto. EFEITO INTERPARTES.
Qualquer órgão do poder judiciário, em qualquer caso concreto, poderá analisar a
constitucionalidade das leis/atos normativos.
Legitimidade Ativa- Qualquer pessoa que tenha direito violado por ofensa à constituição;
Qualquer interveniente do processo poderá arguí-la (Juiz, Def. Público, Advogado e etc.…)

 CONTROLE INCINDENTAL- O "controle incidental" de constitucionalidade ocorre


quando a questão de inconstitucionalidade é suscitada no curso de um processo judicial,
mas a resolução dessa questão não é o objetivo central do processo em si

 CONTROLE DIFUSO PELO STF – A arguição é em tese. A decisão do STF em controle


difuso que houver declarado a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo por voto
da maioria absoluta de seus membros, após o trânsito em julgado, será comunicada ao
Senado Federal.

COMPETÊNCIA- É de competência do STF o controle sobre as: ADI, ADO, ADPF, ADI, ADC.

VIAS DE CONTROLE-
 Via principal- É o órgão competente para ir ao STF propor ação. Controle Abstrato
 Via Incidental- Depende do caso concreto
LEGITIMIDADE ATIVA- A legitimidade ativa é um conceito jurídico que se refere ao direito de
uma parte iniciar um processo judicial. Para propor o controle de constitucionalidade são
legitimados o:
 Presidente da República empossado
 Mesa do senado federal
 Mesa da Câmara Federal
 Mesa da Assembleia legislativa do DF
 Governador do DF
 Procurador geral da República
 Conselho Federal da OAB
 Partido Político com Representação
 Confederação Sindical

CAPADIDADE POSTULATÓRIA
A capacidade postulatória é quem de fato pode propor ação. Em regra, é o Advogado
Só há controle de Constitucionalidade por via judicial.

MOMENTOS DE CONTOLE DE CONSTITUCIONALIDADE


 PREVENTIVO- Acontece antes da lei
 REPRESSIVO- acontece após a edição da lei

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Remédios constitucionais, também conhecidos como tutela constitucional das liberdades, são
os meios, ações judiciais ou direito de petição, postos à disposição dos indivíduos e cidadãos
para provocar a intervenção das autoridades competentes, visando sanar ilegalidades ou abuso
de poder. São eles:
HABEAS CORPUS- O habeas-corpus é um instrumento processual para garantir a liberdade de
alguém, quando a pessoa for presa ilegalmente ou tiver sua liberdade ameaçada por abuso de
poder ou ato ilegal.
Está previsto no artigo 5o, inciso LXVIII, da Constituição Federal de 1988, e também podem ser
encontradas nos artigos 647 a 667 do Código de Processo Penal.
Dos textos legais podemos concluir que são cabíveis dois tipos de habeas-corpus:
 REPRESSIVO- caso mais comum nos tribunais, ajuizado quando a prisão ilegal já ocorreu;
 PREVENTIVO- também chamado de “salvo-conduto”, para evitar que a coação ilegal da
liberdade aconteça.
O artigo 648 do CPP descreve algumas situações em que a restrição de liberdade é considerada
como ilegal:
1) quando não houver justa causa (motivação legal);
2) prisão por tempo maior que lei permite;
3) prisão ordenada por autoridade que não podia fazê-lo;
4) quando o motivo que autorizava a prisão deixa de existir;
5) falta de liberdade com fiança, quando a lei permite;
6) diante de expressa nulidade no processo; e,
7) quando por algum motivo for extinta a punibilidade do réu.
Art. 5º CF/88 …
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
HABEAS DATA-O habeas data é um instrumento processual, constante do rol dos remédios
constitucionais, que tem como finalidade garantir que a pessoa física ou jurídica tenha acesso
ou promova a retificação de suas informações, que estejam registradas em banco de dados de
órgão públicos ou instituições similares.
Previsto no artigo 5o, inciso LXXII, da Constituição Federal de 1988, foi regulamentado por meio
da Lei 9.507/1997, que trata do direito de acesso a informações e disciplina o rito processual do
habeas data.
A lei afirma que as informações passíveis de habeas data são as de caráter público, ou seja, “todo
registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a
terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das
informações”.
Para ingressar com um habeas data na Justiça, é necessária a atuação de um advogado ou
defensor público.
Art. 5º CF/88 …
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
MANDADO DE SEGURANÇA- O mandado de segurança é um instrumento jurídico, cuja
finalidade é proteger direito líquido e certo, ou seja, provado por documentos, que tenha sido
violado por ato ilegal ou abusivo de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público.
Considerado um remédio constitucional, está previsto nos incisos LXIX e LXX do artigo 5o da
Constituição Federal de 1988 e foi regulamentado pela Lei 12.016/09, editada para trazer as
regras e normas pertinentes ao uso do mandado de segurança individual ou coletivo.
Segundo o § 3º do artigo 1º da referida lei, o mandado de segurança coletivo pode ser utilizado
quando o direito violado pertencer a várias pessoas, e qualquer uma delas pode requerê-lo.
Conforme artigo 5º, não será concedido mandado de segurança no caso de: ato contra o qual
ainda caiba recurso administrativo com efeito suspensivo; decisão judicial passível de recurso
com efeito suspensivo; e, decisão judicial definitiva.
O mandado de segurança não pode ser usado para garantir a liberdade de locomoção ou o
acesso à informação pessoal em banco de dados governamentais ou de caráter público, que
devem ser reivindicados por meio de remédios constitucionais específicos, o habeas corpus e o
habeas data, respectivamente.
Para ingressar com um mandado de segurança é necessária a atuação de um advogado ou
defensor público. (Aposta para questão aberta)
Art. 5º CF/88...
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por;
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

Para fazer frente às situações de anormalidade institucional, a CF/88 prevê a existência de um


sistema constitucional de crises, a fim de garantir o equilíbrio de poder de um regime
democrático.

O sistema constitucional de crises, conforme regulado pela CF/88, prevê a existência de DOIS
regimes jurídicos distintos:

 O ESTADO DE DEFESA
 O ESTADO DE SÍTIO

Em ambos há uma série de medidas excepcionais que podem ser tomadas pelo Estado, incluindo
a suspensão de direitos e garantias fundamentais.

ESTADO DE DEFESA

A decretação do estado de defesa visa preservar ou prontamente restabelecer, em locais


restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçada por grave e iminente
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza, nos
termos do artigo 136, caput, da CF.

Essa medida é decretada pelo Presidente da República, após ouvir do Conselho da República e
o Conselho de Defesa Nacional, sendo que tais manifestações desses conselhos não vinculam o
Presidente, ainda que obrigatórias.

Após a decretação, o Presidente deve submeter o ato com a respectiva justificação ao Congresso
Nacional, no prazo de 24 horas, ao qual cabe aprovar, no prazo de 10 dias, o Estado de Defesa.

As medidas coercitivas a serem decretadas são:

a) restrições aos direitos de:

 Reunião, ainda que exercida no seio das associações;


 Sigilo de correspondência
 Sigilo de comunicação telegráfica e telefônica.
b) ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública,
respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.

O tempo máximo de duração do Estado de Defesa é de 30 dias, podendo ser prorrogado por
igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
(Aposta para questão aberta)

ESTADO DE SÍTIO

Trata-se de medida mais gravosa que o Estado de Defesa, podendo ser decretado nos seguintes
casos (art. 137, CF):

 Comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a


ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa.
 Declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.

A responsabilidade para decretação também é do Presidente da República, no entanto, além de


ouvir previamente o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional e solicitar
autorização ao Congresso Nacional.

A manifestação do Parlamento, nesse caso, é prévia e, caso o Congresso não autorize, o


Presidente não poderá fazê-lo.

No que tange aos prazos, a CF estabelece que, no caso do inciso I, o prazo será de 30 dias,
prorrogável por iguais períodos. Perceba que, aqui, podem haver sucessivas prorrogações. Já na
hipótese do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a
agressão armada estrangeira.

Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, (comoção grave de
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada
durante o estado de defesa) só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:

I. Obrigação de permanência em localidade determinada;

II. Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

III. Restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à


prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;

IV. Suspensão da liberdade de reunião;

V. Busca e apreensão em domicílio;

VI. Intervenção nas empresas de serviços públicos;

VII. Requisição de bens.


Em contrapartida, a CF é omissa quanto às medidas coercitivas que poderão ser adotadas no
caso de estado de sítio decretado em razão da declaração de estado de guerra ou resposta a
agressão armada estrangeira.

A doutrina entende que, em tese, qualquer garantia constitucional poderá ser suspensa, desde
que:

1. Observe os princípios da necessidade e da temporariedade;


2. Exista autorização do Congresso Nacional e;
3. O decreto do estado de sítio tenha indicado as garantias constitucionais a serem
suspensas.

Disposições Gerais

Segundo o art. 140, da CF, a Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários,
designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a
execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.

Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. (Art. 141, caput, da
CF)

Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, deve o Presidente da República relatar, em


mensagem ao Congresso Nacional, as medidas aplicadas, com especificação e justificação das
providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
(Art. 141, parágrafo único, da CF). Esse dispositivo garante a possibilidade de eventual
responsabilização das autoridades por excessos cometidos durante os estados de exceção.

(Aposta para questão aberta)

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