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Artigo 5° CF

Garantias administrativas:
Asseguradas independente de taxas:
Direito de petição ao poder público para defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder.
Obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situação de interesse pessoal.
Obs.: Todos os 6 remédios constitucionais abaixo são normas de eficácia PLENA.

Garantias judiciais:
Ação Popular:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

A ação popular pode ser preventiva, em caso de ameaça aos valores que tutela, ou repressiva,
porém esta identificação não se faz necessária na peça processual. Na modalidade repressiva,
a lei 4717/65, prevê, em seu artigo 21, a prescrição em 5 anos. Esta ação possui natureza
jurídica híbrida: constitucional e cível, nos termos tratados no CPC. Deve-se destacar que a
ação popular comporta dilação probatória.

Embora o texto constitucional trate de forma expressa da necessidade de anulação de ato


lesivo ao patrimônio público, o entendimento jurisprudencial dominante afirma não ser
necessário comprovar prejuízo financeiro por parte do Estado, e sim a prova da ilegalidade do
ato.

No polo ativo, tem-se um ou mais cidadãos, em pleno gozo de seus direitos políticos, nos
termos do artigo 1º, parágrafo 3º, da Lei 4717/65. Art. 1º § 3º A prova da cidadania, para
ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.

Não podem ajuizar ação popular os inavistáveis (estrangeiros e conscritos), as pessoas


jurídicas, o Ministério Público e os inalistados. O português equiparado, se estiver no gozo dos
direitos políticos, poderá propor a ação popular, assim como o cidadão de 16 anos.

O polo passivo sempre será plural, em decorrência do litisconsórcio passivo necessário,


englobando, nos temos do artigo 6º, da Lei 4717/65, os agentes públicos envolvidos com os
atos ilegais, bem como as respectivas entidades, entes ou órgãos a que pertençam, além das
pessoas privadas diretamente envolvidas.

DOS SUJEITOS PASSIVOS DA AÇÃO E DOS ASSISTENTES

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no
art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,
aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
A Lei 4717/65 conferiu papel de destaque ao Ministério Público, seja como fiscal da lei, seja
como substituto processual, além da necessária intimação, nos termos dos artigos 7º, I, a, 9º,
16 e 19, parágrafo 2º. Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da
instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art.

7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério
Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o
prosseguimento da ação.

Deve-se ter cuidado especial com a definição da competência para tratar da ação popular,
posto que é o único remédio que não se rende ao foro por prerrogativa de função, devendo
ser proposta, em regra, na 1ª. Instância: federal ou estadual. Por fim, merecem destaque dois
casos em que a ação popular deve ser proposta diretamente no Supremo Tribunal Federal,
como desdobramento de sua competência originária:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: f) as causas e os conflitos entre a União e
os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta; n) a ação em que todos os membros da magistratura
sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros
do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965.

Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao
duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da
que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. Pessoa jurídica não tem
legitimidade para propor ação popular. [Súmula 365.]

Habeas Data:

LXXII - conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,


constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

Obs.: Para impetrar H.D deve haver primeiro a recusa por parte do poder público.

Lei 9.507/1997

Art. 8° Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:

I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez

dias sem decisão;

II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze

dias, sem decisão; ou


III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4°

ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.

Art 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação.

O julgamento do habeas data compete:

I - Originariamente:

a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da


Câmara dos Deputados e do Senado

Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio


Supremo Tribunal Federal; artigo 102, I, d,

CRFB/88

b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio


Tribunal; artigo 105, I, b, CRFB/88

c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal;
artigo 108, I, c, CRFB/88

d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência


dos tribunais federais; artigo 109, VIII,

CRFB/88

e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado;

artigo 125, parágrafo 1º, CRFB/88 – a regra do GPS + Mesa da Assembleia Legislativa,
que engloba as hipóteses em que

Governador, Prefeito de capital e Secretários de Estado, além das Mesas das


Assembleias Legislativas figuram como autoridades

coatoras. Esta regra se estende ao estudo do MI, do MS e do HD.

f) a juiz estadual, nos demais casos; varas cíveis.

Habeas Corpus:
LXVIII- conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Tipos:

1) Repressivo, caso mais comum nos tribunais, ajuizado quando a prisão ilegal já ocorreu; e,

2) Preventivo, também chamado de “salvo-conduto”, para evitar que a coação ilegal da


liberdade aconteça.

O particular só pode ser polo passivo do H.C


Pode ser impetrado por qualquer pessoa só não pode ser apócrifo, até uma pessoa jurídica
pode impetrar em favor de terceiro jamais em favor de si mesma (PJ nunca será paciente de
HC). E sempre deverá haver como objeto a liberdade de locomoção. É possível o HC coletivo.

Obs.: Não cabe HC em caso de punições disciplinares militares. Nesse caso se for analisado o
mérito pois se for uma prisão ilegal, abusiva SIM CABERÁ!

* As garantias acima são gratuitas! *


Mandado de Segurança:
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;(um deputado ou um


senador)

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados; (esse 1 ano só se aplica a associação atenção!)

Súmula 629/STF – A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade


de classe em favor dos associados independe da autorização destes.

Obs.: o MS deve ser impetrado naquilo que for direito líquido e certo.

Modalidades:

- Mandado de segurança repressivo: ocorre quando a autoridade pública ou pessoa


jurídica que exerce poder público já realizou o ato irregular ou ilegal.

– Mandado de segurança preventivo: visa proteger a pessoa em frente a uma ameaça


de lesão de seus direitos constitucionais ou infraconstitucionais.
Atenção! O MS só cabe por ilegalidade de um representante do poder público
ou o Estado diretamente, guardando essa informação já dá para matar muitas
questões.

Art. 5
o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.

Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação.

Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão


prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses
legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e
certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma
dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada,
para tanto, autorização especial.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos
120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato
impugnado.

Mandado de Injunção:
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania;
O MI Serve para combater a omissão legislativa que inviabilize o
exercícios de direitos.
São pressupostos do Mandado de Injunção: a impossibilidade de exercício de
direito fundamental previsto na CRFB ou na Constituição Estadual e a
inexistência de lei, por falta de norma regulamentadora, configurando lacuna
legislativa, seja total ou parcial. Não basta que se configure omissão legislativa,
e sim omissão que inviabilize o exercício de direito fundamental. O fato de já
existir projeto de lei em tramitação não impede a utilização de Mandado de
Injunção.

Lei 13.300 de junho 2016


Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem
insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente.
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até
o advento da norma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando
isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da
prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos
casos análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a
renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios.

Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:


I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou
individuais
indisponíveis;
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para
assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou
relacionados com a
finalidade partidária;
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e
em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de
direitos,
liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros
ou
associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas
finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial;
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a
promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos
dos
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal .

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