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Prática Jurídica

Constitucional
e Tributária
Ações e Recursos em Matéria Constitucional

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Meire Cristina de Souza

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin

Revisão Técnica:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
Ações e Recursos em
Matéria Constitucional

• Ação Popular;
• Mandado de Segurança;
• Mandado de Injunção;
• Habeas Data;
• Habeas Corpus;
• Ação Ordinária;
• Reclamação;
• Ações do Controle Concentrado de Constitucionalidade;
• Recursos.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Conhecer os principais requisitos e estrutura das ações e Recursos constitucionais aplicados
à elaboração das respectivas peças com base nos casos apresentados.
UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

Ação Popular
Finalidade
A Ação Popular é uma Ação Constitucional de participação política do cidadão,
destinada à defesa do patrimônio público, bem como da moralidade administrativa,
do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural, prevista no Artigo 5º, Inciso
LXXIII da Constituição Federal, cujo procedimento especial está regulamentado pela
Lei Nº 4. 717/1965.

Figura 1
Fonte: Fotolia

Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965, disponível em: https://bit.ly/33e2lhz

A Ação Popular consiste em remédio constitucional que pode ser proposta por
qualquer cidadão com a finalidade de anulação ou declaração de nulidade de atos
lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos estados, dos municípios, de
entidades autárquicas, de Sociedades de Economia Mista, de Sociedades Mútuas de
seguro, nas quais a União represente os segurados ausentes, de Empresas Públicas,
de Serviços Sociais Autônomos, de Instituições ou de Fundações em que o tesouro
público tenha concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da Re-
ceita anual, de Empresas incorporadas ao patrimônio da União, Distrito Federal,
estados e dos municípios e, ainda, de qualquer Pessoa Jurídica, ou entidade subven-
cionada pelos cofres públicos.

Características e Requisitos
A Ação Popular possui procedimento especial disciplinado pela Lei 4.414/65,
sendo aplicadas, ainda, as regras do Código de Processo Civil naquilo que não con-
trarie os dispositivos da Lei Especial.

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Possui pedido de natureza dúplice, ou seja, desconstitutivo e condenatório, vez que
visa à nulidade do ato ilegal e lesivo e à condenação dos responsáveis e dos benefici-
ários diretos, ao ressarcimento ou à reparação das perdas e danos correspondentes.
Os requisitos para propositura da Ação Popular são a comprovação de ilegalidade
ou imoralidade juntamente com a lesão ou ameaça de lesão ao patrimônio público,
sendo certa a necessidade de estar em pleno gozo dos direitos eleitorais para a pro-
positura da Ação.

Qualificação das Partes


A qualificação das partes deve ser completa no sentido de informar todos os atribu-
tos das partes, sem, contudo, acrescentar informações quando o texto não as fornece.

Quando o texto informar nome, cidade, endereço, etc., o examinando poderá uti-
lizar tais informações no que couber, mas, na ausência de dados pessoais das partes,
o estudante deverá fazer uso de reticências [...] e em hipótese nenhuma criar dados
que não estejam expressos no texto do problema.

Assim, na qualificação, o examinando irá expor as seguintes informações: nome


do autor [...], nacionalidade [...], estado civil [...], profissão [...], número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF [...], cidadão inscrito na Justiça Eleitoral com o
Título de Eleitor nº [...], endereço eletrônico – e-mail [...], domicílio e residência.

Competência/Endereçamento
A competência para conhecer da Ação Popular seguirá três regras básicas: pri-
meiro, verificar se não é de competência originária do Supremo Tribunal Federal
(Informativo 433 do STF), segundo, se o ato lesivo tiver origem em bens da União
ou Autarquias, a competência será da Justiça Federal e, por fim, se o ato for contra
patrimônio estadual ou municipal, a competência será do Tribunal de Justiça do
respectivo estado.

O endereçamento da Ação Popular, considerando as respectivas competências,


assim deverá ser realizado:
• Justiça estadual: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara ... do
Foro ... da Comarca de ...; ou: Ao Juízo da ... Vara ... do Foro ... da Comarca de ...;
• Justiça Federal: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ... Vara ... da Seção
Judiciária de ...; ou: Ao Juízo Federal da ... Vara ... da Seção Judiciária de ...;
• STF competência originária: Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente
do Colendo Supremo Tribunal Federal.

Legitimidade Ativa e Passiva


Apenas o cidadão pode propor a Ação Popular e, no ato da propositura, precisa
comprovar sua qualidade de cidadão informando a inscrição na Justiça Federal (Tí-
tulo de E Leitor).

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UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

A legitimidade passiva poderá ser de pessoas públicas ou privadas, contra autori-


dades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratifica-
do ou praticado o ato impugnado.

Identificação e estrutura Básica da Peça


A Ação Popular será identificada pelo examinando quando estiver demonstrado
no problema a existência de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, observando-se o disposto no Artigo 1º da Lei 4.717/65 e o
­Artigo 5º, Inciso LXXIII da Constituição Federal.

A estrutura básica da peça, deverá conter os seguintes itens, respectivamente na


ordem a seguir:
1. Endereçamento;
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, com a inclusão do
número do título de eleitor, representação por advogado informando a
procuração anexa, nome da peça, fundamento legal CF/88 Art. 5º, LXXIII
e Art. 1º da Lei 4.717/65, e qualificação completa do réu);
3. Dos Fatos (breve relato dos fatos narrados no texto contendo as informações
mais relevantes para invalidar ou evitar a ocorrência do ato lesivo);
4. Do Direito;
4.1. Da Justificativa da Competência;
4.2. Da Legitimidade das Partes (ativa e passiva conforme a CF/88 e a
Lei 4717/65);
4.3. Do Mérito (identificação do ato constante do fato às respectivas pre-
visões constitucionais e infraconstitucionais com relação aos princí-
pios norteadores da Administração Pública e com relação direta ao
ato lesivo);
5. Dos Pedidos;
5.1. Das Provas (pretende provar o alegado por todos os meios de prova ...);
5.2. Do valor da causa;
6. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [Nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...).

Mandado de Segurança
Noções Gerais e Cabimento
O Mandado de Segurança consiste em remédio constitucional para garantia de
­ ireito líquido e certo violado por ato ilegal ou abuso de direito previsto na Constituição
d
Federal Art. 5º, Inciso LXIX (individual) e LXX (coletivo).

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Figura 2
Fonte: Fotolia

Trata-se de Ação Mandamental de Natureza Cível, regulamentada pela Lei


12.016/2009, que poderá ser manejada de forma preventiva quando houver justo
receito de violação de direito líquido e certo, ou repressiva, quando já ocorrida a
efetiva violação do direito.
O examinando deve ter o cuidado de observar no texto do problema informações
que identifiquem a violação do direito líquido e certo e possíveis vedações legais pre-
vistas no Art. 1º, § 2º, e no Art. 5º, ambos da Lei 12.016/09, a fim de ter certeza
se o problema pede a propositura da Ação Mandamental.

Competência
A competência para julgamento da Ação Mandamental será definida consideran-
do-se a categoria da autoridade coatora e sua unidade funcional, sendo estabelecida
na Constituição Federal (Arts. 102 e 105), que dispõe sobre a competência originária
do STF e STJ, respectivamente e, ainda, nos Artigos 108, 109 e 114, que estabele-
cem a competência dos tribunais federais, da Justiça Federal de Primeira Instância e
da Justiça do Trabalho.

A competência poderá recair, também, na Justiça Estadual ou no Tribunal Estadual,


quando a autoridade coatora pertencer à administração pública estadual ou municipal.
Se, por exemplo, o ato coator for praticado por um juiz da justiça comum, caberá
ao tribunal do respectivo estado o julgamento do Mandado de Segurança, que será
impetrado diretamente no tribunal.

Recurso Cabível no Indeferimento da Petição Inicial


Em caso de indeferimento da Petição Inicial, o Recurso cabível será: Justiça Esta-
dual primeira instância: apelação para o respectivo Tribunal de Justiça;

Indeferimento em Instância Única Tribunal de Justiça/STJ e STF: agravo interno


para o Órgão Coletivo do Tribunal.

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UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

Estrutura geral da peça


1. Endereçamento (observar a competência originária ou a possibilidade de
ser J­ ustiça Estadual ou Federal);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, representação por
advogado informando a procuração anexa, nome da peça, fundamento
legal e qualificação completa do impetrado/autoridade coatora, indicação
expressa da pessoa jurídica a que pertence a autoridade coatora);
3. Dos Fatos (breve relato dos fatos narrados no texto contendo as informa-
ções mais relevantes);
4. Do Cabimento;
5. Da tempestividade (Prazo Decadencial de 120 dias – Art. 23 da Lei
12.016/09);
6. Do Direito;
6.1. Da Medida Liminar;
7. Dos Pedidos;
7.1. Do valor da causa;
8. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [Nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...).

Mandado de Injunção
Noções Gerais e Cabimento
Consiste em Ação Mandamental de Natureza Cível prevista no Art. 5º, Inciso
LXXI da CF/88, cujos requisitos para propositura devem ser: ausência de Norma ou,
quando existente a Norma, seja insuficiente a ponto de tornar inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons

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Tem cabimento o Mandado de Injunção para garantir efetividade a um direito fun-
damental subjetivo, o qual teve o seu exercício impedido de ser praticado em razão
da ausência ou da insuficiência de Norma regulamentadora. Por essa razão, seu
objeto consiste em conferir aplicabilidade às regras constitucionais que dependam
de regulamentação.

A regulamentação do Mandado de Injunção no âmbito infraconstitucional fica a


cargo da Lei nº 13.300/2016.

A legitimidade ativa pode ser tanto de Pessoa Física quanto Jurídica que se afirme titu-
lar dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas e objeto do Mandado de Segurança.

No Mandado de Injunção coletivo, contudo, a legitimidade ativa está prevista no


Artigo 12 da Lei nº. 13.300/2016.

A legitimidade passiva será definida conforme o órgão responsável pela edição da


Lei inexistente ou incompleta.

Assim, caso seja incompletude ou inexistência de Lei Federal, a legitimidade pas-


siva caberá ao Congresso Nacional; Lei Estadual: Assembleia Legislativa do respec-
tivo estado.
Nas Leis de iniciativa privativa do Presidente da República e do Governador do
Estado, serão ambos, conforme o caso, sujeitos passivos na demanda.

Competência
A competência para julgamento do Mandado de Injunção será definida conforme
a esfera do Órgão responsável pela elaboração da Lei (Justiça Federal ou estadual),
ou, nos casos de competência originária, será do STF ou do STJ, nos casos especi-
ficados pela CF/88.
Assim, compete, originariamente, ao STF processar e julgar o Mandado de Injun-
ção, quando a elaboração da Norma Regulamentadora for atribuição do Presidente da
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal (Art. 102, I, q).
No que tange à Justiça Especial, compete ao STJ processar e julgar originaria-
mente, o Mandado de Injunção, quando a elaboração da Norma Regulamentadora
for atribuição de Órgão, Entidade ou Autoridade Federal, da Administração Direta
ou Indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos
órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
Federal (Art.105, I, h).
A competência da Justiça Federal se verifica quando a regulamentação for de
competência de Autoridades, Órgãos ou Entidades federais, não incluídas na com-
petência originária.
Possui legitimidade passiva para responder à Ação Mandamental de Injunção tanto
o representante do órgão quanto a pessoa jurídica a que esteja vinculada a pessoa

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UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

competente para a iniciativa da respectiva Norma. Sendo possível figurar no polo


passivo, assim, tanto o representante do Poder Legislativo quanto o representante do
Poder Executivo, por exemplo, quando a norma for de iniciativa de ambos.

A competência da justiça estadual, por sua vez, é verificada quando a elaboração


da norma regulamentadora for de atribuição de Órgão, Entidade ou Autoridade esta-
dual, na forma disciplinada nas respectivas Constituições Estaduais.

Estrutura Geral da Peça


1. Endereçamento (observar a competência originária, ou a possibilidade de
ser Justiça Estadual ou Federal);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, representação por
advogado informando a procuração anexa, nome da peça [observar se é
caso de Mandado de Segurança individual ou coletivo], fundamento legal,
e qualificação completa do impetrado);
3. Dos Fatos (breve relato dos fatos narrados no texto contendo as informa-
ções mais relevantes);
4. Do Direito;
4.1. Da justificativa da competência;
4.2. Da justificativa da legitimidade passiva;
4.3. Do mérito;
5. Dos Pedidos;
6. Das Provas;
7. Do Valor da Causa;
8. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...).

Habeas Data
Noções Gerais e Cabimento
O habeas data é uma garantia constitucional prevista no Art. 5º, Inciso LXXII da
CF/88, e disciplino pela Lei nº 9.507/1997, com a finalidade de assegurar o conhe-
cimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de Registros ou
Bancos de Dados de Entidades Governamentais ou de caráter público, retificação de
dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

A legitimidade ativa pertence à Pessoa Física ou Jurídica que reclamem o conheci-


mento de informações, desde que especificamente a seu respeito. Daí ser Ação de cará-
ter personalíssimo, cujas informações devem se referir apenas à pessoa do impetrante.

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Figura 4
Fonte: Fotolia

No que tange à legitimidade passiva, serão legitimados a responder à Ação as


Entidades Governamentais, da Administração Pública Direta e Indireta, bem como
as Instituições, Entidades e Pessoas Jurídicas Privadas que prestem serviços para o
público ou de interesse público, e desde que detenham dados referentes às Pessoas
Físicas ou Jurídicas.

Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997, disponível em: https://bit.ly/32f88nK

Competência
A competência para julgamento do habeas data está disposta na CF/88 e pode
ser definida originariamente nos seguintes casos:
• STF: contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
-Geral da República e do próprio STF (Art. 102, I, ‘d’, CF/88 e Art. 20, I, ‘a’,
Lei 9.507/97);
• STJ: contra atos de Ministro de Estado ou do próprio STJ (Art. 105, I, ‘b’,
CF/88 e Art. 20, I, ‘b’, Lei 9.507/97);
• TRF: contra atos do próprio TRF ou de Juiz Federal (Art. 108, I, ‘c’, CF/88 e
Art. 20, I, ‘c’, Lei 9.507/97);
• Justiça Federal 1ª instância: contra ato de autoridade federal, excetuados os
casos de competência dos Tribunais Federais (Art. 109, VIII CF/88 e 20, I, ‘d’,
Lei 9.507/97);
• Tribunal de Justiça dos estados: segundo o disposto na Constituição do Estado
(Art. 125 da CF/88);
• Justiça Estadual de 1ª instância: demais casos não previstos nas competên-
cias elencadas na CF/88 E na legislação específica.

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UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

Estrutura Geral da Peça


1. Endereçamento (observar a competência originária, ou a possibilidade de
ser Justiça Estadual ou Federal);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, representação por
advogado informando a procuração anexa, nome da peça, fundamento
legal, e qualificação completa do impetrado);
3. Dos Fatos (breve relato dos fatos narrados no texto contendo as informa-
ções mais relevantes);
4. Do Direito;
4.1. Da competência;
4.2. Da legitimidade ativa;
4.3. Da legitimidade passiva;
4.4. Do interesse de agir;
4.5. Do mérito;
5. Dos Pedidos;
6. Das Provas;
7. Do Valor da Causa;
8. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [Nesses termos,
Pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...)..

Habeas Corpus
Noções Gerais e Cabimento
Independentemente de ser uma peça que não se cobra nos Exames da Ordem,
trata-se de uma peça que será muito utilizada na vida profissional do futuro advogado,
de forma que não podemos deixar de verificar, ainda que brevemente, aspectos con-
ceituais e processuais do habeas corpus.

Figura 5
Fonte: Getty Images

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Trata-se de Ação Mandamental de Natureza Penal prevista no Art. 5º, LXVIII da
CF/88, e regulamentada pelo Código de Processo Penal com a finalidade de conce-
der habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer vio-
lência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
O habeas corpus, assim, é uma garantia individual ao direito de locomoção, con-
substanciada em uma ordem (writ) dada pelo Juiz ou Tribunal ao coator, fazendo
cessar a ameaça ou coação à liberdade de locomoção em sentido amplo – o direito
do indivíduo de ir, vir e ficar.
A legitimidade para impetrar o habeas corpus pertence a qualquer Pessoa Física
ou Jurídica. Contudo, a legitimidade para ser “paciente” de um determinado habeas
corpus pertence apenas à Pessoa Física que esteja na eminência de sofrer ou já
tenha sofrido violência ou coação em sua liberdade de locomoção, desde que por
ilegalidade ou abuso de poder.
A legitimidade passiva, por sua vez, pertence à autoridade que pratica o ato coator
de forma ilegal ou com manifesto abuso de poder.

Competência
A competência judicial em matéria de Habeas Corpus se define pela natureza da
autoridade impetrada, ou seja, a autoridade coatora e, nesse caso, a competência será
sempre da autoridade judiciária superior à da autoridade coatora (Art. 650, CPP).

A Competência originária do STF (Art. 102, I, ‘d’, da CF) permite julgar HC


que tem como pacientes ou autoridade coatora, o Presidente da República e o vice
Presidente, membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros, Procurador-
-Geral da República, Ministros do Tribunal de Contas da União e chefes de missão
diplomática de caráter permanente.
No Artigo 105, Inciso I, alínea “c” da CF/88, encontra-se a competência originária do
STJ, quando forem pacientes ou autoridades coatoras governadores, desembargadores
dos Tribunais de Justiças, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e dos mu-
nicípios, os membros dos Tribunais Regionais Federais Eleitorais e do Trabalho.
A competência do TRF se definirá quando a autoridade coatora for juiz federal,
Procurador da República. Entretanto, se a autoridade coatora for juiz do trabalho
ou Procurador do Trabalho, a competência foi deslocada para o TRT da respectiva
região (EC/nº 45).

Estrutura Geral da Peça


1. Endereçamento (observar a competência originária ou a possibilidade de
ser Justiça Estadual ou Federal);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do impetrante, representação
por advogado informando a procuração anexa, nome da peça, funda-
mento legal, indicação do paciente e qualificação completa do paciente,
qualificação completa do impetrado/autoridade coatora);

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UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

3. Dos Fatos (breve relato dos fatos narrados no texto contendo as informa-
ções mais relevantes);
4. Do Direito;
4.1. Da Liminar;
5. Do Pedido;
6. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [Nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...)

Ação Ordinária
Noções Gerais e Cabimento
Consiste na Ação em que o autor requer ao juiz o reconhecimento de um direito.
Esse requerimento será analisado de acordo com os fatos e, se o juiz verificar que
o autor tem razão de pedir, proferirá sentença julgando procedente a pretensão do
autor, outorgando-lhe o provimento jurisdicional invocado.

A competência se definirá em razão do pedido e contra quem se pede (União,


Estados, DF e Municípios).

Diferentemente do Mandado de Segurança, a Ação Ordinária visa à proteção de


um determinado direito, contudo, o Mandado de Segurança não comporta dilação
probatória, de forma que, caberá ao autor escolher a peça que melhor o atende con-
forme o direito e as provas que pretende fazer e em que momento pretende produzir
tais provas.

Estrutura Geral da Peça


1. Endereçamento (observar a competência originária, ou a possibilidade de
ser Justiça Estadual Ou federal);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, representação por
advogado informando a procuração anexa, nome da peça, fundamento
legal, e qualificação completa do réu);
3. Dos Fatos (breve relato dos fatos narrados no texto contendo as informa-
ções mais relevantes);
4. Do Direito;
5. Do Pedido;
6. Das Provas;
7. Do Valor da Causa;
8. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [Nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...).

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Reclamação
A Reclamação é um instrumento jurídico de Caráter Mandamental e Natureza
Constitucional, cujo objeto é preservar a competência do STF e do STJ a fim de
garantir a autoridade de suas decisões.
Prevista na CF/88 nos Artigos 102, I, alínea “l” e Artigo 105, I, alínea “f”, a
Reclamação está regulamentada no Código de Processo Civil Artigos 988 a 993.
A legitimidade para propositura é da pessoa que for atingido por decisões con-
trárias ao entendimento firmado pelo STF, no julgamento de mérito das Ações do
Controle Concentrado de Constitucionalidade.
Dessa forma, qualquer pessoa que esteja sendo lesada em seu direito, em razão
de decisão judicial ou administrativa que contrarie ou usurpe a competência do STF
e do STJ, desobedecendo Súmula Vinculante, poderá provocar o STF e o STJ, a
depender do caso.

Estrutura Geral da Peça


1. Endereçamento (observar a competência originária, STF ou STJ a de-
pender das informações);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, representação por
advogado informando a procuração anexa, nome da peça, fundamento
legal e indicação do juízo prolator da decisão reclamada);
3. Indicação da decisão objeto da reclamação;
4. Da medida cautelar;
5. Do Direito;
6. Dos Pedidos;
7. Do Valor da Causa;
8. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [Nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...).

Ações do Controle Concentrado


de Constitucionalidade
Noções gerais e cabimento de cada Ação
Anteriormente, estudamos o Controle Concentrado de Constitucionalidade exerci-
do pelo STF a fim de garantir a supremacia das Normas Constitucionais.
A previsão das Ações do Controle Concentrado encontra-se nos Artigos 102 e
103 da CF/88. O processamento das ações é regulado pelas Leis nº 9.868/99 (ADI,
ADC e ADO) e Lei nº 9.882/99 (ADPF).

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UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

Trabalharemos as Ações de um modo geral, vez que possuem o mesmo proces-


samento, os mesmos legitimados e a mesma competência, de modo que o que as
difere é o objeto de cada uma.

Veremos, ao final do item, a estrutura geral das peças para cada uma das ações.

A competência para processar e julgar as ações do controle concentrado é exclu-


siva do STF, e os legitimados a propor tais Ações encontram-se no rol taxativo do
Artigo 103 da Constituição, constituindo-se, resumidamente, em:
• Três pessoas: (Presidente da República, Governador do Estado e do DF e o
Procurador Geral da República – PGR);
• Três mesas: (Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa do Senado Federal e
­Mesas das Assembleias Legislativas dos Estados e do DF);
• Três entidades: (Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Partido
Político com representação no Congresso Nacional e Confederação Sindical ou
Entidade de Classe de âmbito nacional).
A Ação Direta de Inconstitucionalidade consiste na Medida Judicial cabível para
declarar a inconstitucionalidade de Lei ou ato normativo federal ou estadual.
A Declaração de Inconstitucionalidade tem por objetivo a defesa da Constituição,
cujas Normas devem prevalecer sobre as Normas Infraconstitucionais.
A Ação Declaratória de Constitucionalidade é a medida prevista para declarar a
Constitucionalidade de Lei ou Ato Normativo apenas da esfera federal, cabível nos
casos de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da Lei ou Ato Normativo
federal, isto é, os estados da federação ou o Distrito Federal, atribuem interpretação
diversa sobre a mesma Lei ou Ato Normativo.
A interpretação deverá ser conforme a vontade do legislador constitucional.
Contudo, essa interpretação pode variar de Tribunal para Tribunal, gerando a
­
­necessidade de conformidade, ou seja, de se declarar tal Norma Constitucional ou não.
A Ação de Inconstitucionalidade por omissão prevê a proteção da eficácia das
Normas Constitucionais, vez que determinando a Constituição que um direito ali
declarado seja regulamentado por meio de Lei, a inércia ou a omissão do Legislador
responsável pela regulamentação, configura a inconstitucionalidade.
A arguição de descumprimento de preceito fundamental, regulamentada pela Lei
nº. 9.882/99, possui caráter subsidiário, vez que a Lei expressamente veda a pos-
sibilidade de arguição de descumprimento de preceito fundamental, quando houver
qualquer outro meio eficaz para sanar a lesividade.
Um exemplo é a Lei Municipal cujo objeto não conste da respectiva Constituição
Estadual, e que esteja em desconformidade com a Constituição Federal, poderá ser
objeto do controle concreto, por meio de ADPF.
Em todas as Ações Constitucionais, a indicação do valor da causa é necessária e
pode ser feita de forma genérica também, sendo certo que, de costume, o valor é
sempre R$ 1.000,00.

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Estrutura Geral das Peças
Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI
1. Endereçamento (Ministro Presidente do STF);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, representação por
advogado informando a procuração anexa, dependendo do autor, vez
que o PGR não necessita de advogado, nome da peça, fundamento legal);
3. Objeto da Ação (indicação da Lei ou Ato Normativo federal ou estadual
objeto do controle);
4. Da legitimidade ativa (Art. 103 CF/88);
5. Da medida cautelar;
6. Do Direito;
7. Dos Pedidos;
8. Do Valor da Causa;
9. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [Nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...).

Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO


1. Endereçamento (Ministro Presidente do STF);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, representação por
advogado informando a procuração anexa, dependendo do autor, vez
que o PGR não necessita de advogado, nome da peça, fundamento legal);
3. Objeto da Ação (indicação da omissão objeto do controle);
4. Da legitimidade ativa (Art. 103 CF/88);
5. Do Direito;
6. Dos Pedidos;
7. Do Valor da Causa;
8. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [Nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...).

Ação Declaratória de Constitucionalidade


1. Endereçamento (Ministro Presidente do STF);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, representação por
advogado informando a procuração anexa, dependendo do autor, vez
que o PGR não necessita de advogado, nome da peça, fundamento legal);
3. Objeto da Ação (Lei Federal);
4. Da Controvérsia Judicial (demonstrar a controvérsia judicial em torno da
Lei Federal);

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5. Da legitimidade ativa (Art. 103 CF/88);


6. Do Direito;
7. Dos Pedidos;
8. Do Valor da Causa;
9. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...) [Reque-
rimentos finais].

Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF


1. Endereçamento (Ministro Presidente do STF);
2. Preâmbulo da peça (qualificação completa do autor, representação por
advogado informando a procuração anexa, dependendo do autor, vez
que o PGR não necessita de advogado, nome da peça, fundamento legal);
3. Objeto da Ação (Lei Orgânica Municipal violadora de preceito fundamental);
4. Da Controvérsia Judicial (demonstrar a controvérsia judicial em torno da
Lei Federal);
5. Da legitimidade ativa (Art. 103 CF/88);
6. Do cabimento da ADPF por inexistência de outro meio eficaz de sanar
a lesividade;
7. Do Direito – Preceitos fundamentais violados;
8. Da medida cautelar;
9. Dos Pedidos;
10. Do Valor da Causa;
11. Fechamento da peça (pedido genérico de deferimento [nesses termos,
pede deferimento], local ..., data ..., Advogado ..., OAB ... nº ...).

Recursos
Disposições Gerais e Cabimento
Os Recursos possíveis em matéria constitucional e que são cobrados na segunda
fase do Exame são o Recurso Ordinário Constitucional, o Recurso Extraordinário, o
Agravo Regimental e o Agravo de Instrumento.
Todos esses Recursos possuem estrutura semelhante, de modo que o que os
diferencia são o objeto de cada um e o momento processual em que se encontra a
respectiva Ação.
Todos demandam a realização de duas peças, uma de interposição e outra con-
tendo as razões recursais. Todos serão dirigidos ao STF, vez que tratamos apenas de
ações de ordem constitucional.

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A disciplina regulamentar dos Recursos a serem estudados encontra-se em parte
na Lei nº 8.038/1990 no que tange ao Recurso Ordinário em habeas corpus e
Mandado de Segurança.

O Recurso Extraordinário, o Agravo de Instrumento e o Recurso Ordinário em


habeas data, Mandado de Injunção, também o habeas corpus e o Mandado de
Segurança, possuem disciplina pelo Código de Processo Civil de 2015.

O Recurso Ordinário Constitucional é a medida cabível em decisão denegatória


de Mandado de Segurança, Mandado de Injunção, habeas corpus e habeas data,
decididas em única instância no STJ.

Impetrado o Mandado de Segurança, por exemplo, na Instância Especial, e sendo


denegada a segurança ou indeferida a liminar, antes da interposição do RO, caberá
Recurso de Agravo Interno (Art. 1021 do CPC) para o Órgão Colegiado do Tribu-
nal e, apenas após o resultado do Agravo, sendo ele negativo, é que se manejará o
Recurso Ordinário para o STF.

Negado o Recurso Ordinário em decisão monocrática do Ministro Relator no


STF, será cabível o Agravo Interno, sendo o Recurso enviado para o respectivo
Órgão Colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do Regimento
Interno do Tribunal e o Artigo 1021 do CPC.

Da decisão denegatória de Recurso Especial ou Extraordinário, baseada em reper-


cussão geral ou em julgamento de Recursos repetitivos, o Recurso cabível é o Agravo
Interno, nos termos dos Arts. 1.021 e 1.030, § 2º, Código de Processo Civil.

Cabe sempre lembrar que o Recurso Extraordinário deverá preencher requisitos


específicos de admissibilidade que serão demonstrados ao longo do texto do problema.

Assim, antes de verificarmos a estrutura base de cada peça, podemos visualizar


os Recursos e seu cabimento específico da seguinte forma:
• Recurso Ordinário: Cabível em decisão denegatória de Mandado de Segurança,
Mandado de Injunção, habeas corpus e habeas data, decididos em única instân-
cia no STJ, observados os requisitos dos Artigos 1027 e 1028 do CPC;
• Recurso Extraordinário: Cabível também nas decisões denegatórias de
Mandado de Segurança, Mandado de Injunção, habeas corpus e habeas data
decididos no STJ, mas que tem sua origem nos Tribunais e Justiça de primeira
instância e, ainda, de Ações Ordinárias Cíveis e Penais, decididas pelo STJ, com
origem, também, na primeira ou na segunda instância, desde que preenchidos
os requisitos específicos previstos nos Artigos 1029 a 1042 do CPC.

O Recurso extraordinário contra decisões de origem na primeira ou na segunda


instância deve ser interposto simultaneamente ao Recurso Especial, vez que cabe ao
STJ o juízo de admissibilidade do Recurso (Art. 1030 CPC, Súmula 634 e 635 STF).

Da decisão denegatória de Recurso Especial ou Extraordinário, baseada em re-


percussão geral ou em julgamento de Recursos Repetitivos, o Recurso cabível é o
Agravo Interno, nos termos dos Arts. 1.021 e 1.030, § 2º, Código de Processo Civil;

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UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

• Agravo Regimental/Agravo Interno: Contra decisão proferida pelo relator,


caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto
ao processamento, as regras do regimento interno do Tribunal. É cabível o
agravo interno, ainda, das decisões do relator que indeferir liminarmente a
petição inicial inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente,
em sede de ADI, ADO e ADC (Lei nº 9,868/99), e em sede de ADPF (Lei
9.882/99). O termo Agravo Regimental foi substituído por Agravo Interno e
os requisitos para a sua interposição estão previstos no Artigo 1021 e 1031,
§ 2º do CPC;
• Agravo de Instrumento: É cabível nas situações enumeradas no Artigo 1015
do CPC, sendo certo que, com o advento do Novo Código, não há mais previ-
são de manejo de agravo de instrumento perante o STF e STJ.

Estrutura Geral das Peças Recursais


Recurso Ordinário
1. Endereçamento da petição de interposição (Tribunal prolator da decisão);
2. Qualificação da parte autora e da parte ré no bojo da peça;
3. Demonstração de inconformismo com a sentença;
4. Nome da peça;
5. Fundamento no Art. 102, II ou 105, II da CF/88, conforme se trate de
decisão do Tribunal Comum ou do STJ;
6. Indicação de recolhimento das custas e preparo recursal;
7. Pedido intimação do recorrido e de remessa ao Tribunal ad quem;
8. Fechamento da petição de interposição;
9. Abertura da peça de razões recursais informando, respectivamente:
­Razões de Recurso Ordinário, Recorrente: Nome...; Recorrido: Nome...;
Processo nº...; Saudação ao tribunal (Egrégio tribunal, Colenda Turma, etc.);
10. Da tempestividade;
11. Do cabimento;
12. Do preparo;
13. Dos Fatos;
14. Do direito;
15. Dos pedidos (requer o conhecimento e provimento do presente Recurso
Ordinário para...; ou, seja reconhecido e provido o Recurso Ordinário,
para reformar a decisão prolatada e ...)
16. Fechamento da peça.

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Recurso Extraordinário
1. Endereçamento da Petição de Interposição (Desembargador Presidente
do Tribunal prolator da decisão);
2. Qualificação da parte autora e da parte ré no bojo da peça;
3. Demonstração de inconformismo com a sentença;
4. Nome da peça;
5. Fundamento no Art. 102, III, “c” da CF/88;
6. Indicação de recolhimento das custas e preparo recursal;
7. Pedido intimação do recorrido e de remessa ao Tribunal ad quem;
8. Fechamento da petição de interposição;
9. Abertura da peça de razões recursais informando, respectivamente:
Razões de Recurso Extraordinário, Recorrente: Nome...; Recorrido:
Nome...; Processo nº...; Saudação ao tribunal (Egrégio tribunal, Colenda
Turma, etc.);
10. Da tempestividade;
11. Do cabimento do Recurso;
12. Do preparo;
13. Do prequestionamento constitucional;
14. Da repercussão geral;
15. Dos Fatos;
16. Do direito;
17. Dos pedidos (requer o conhecimento e provimento do presente Recurso
Extraordinário para...; ou, seja reconhecido e provido o Recurso Extraor-
dinário, para reformar a decisão prolatada e ...);
18. Fechamento da peça.

Agravo Interno
1. Endereçamento da petição de interposição (Ministro Relator do tribunal
prolator da decisão);
2. Qualificação da parte autora e da parte ré no bojo da peça;
3. Demonstração de inconformismo com a sentença;
4. Nome da peça;
5. Fundamento no Art. 102, II ou 105, II da CF/88, conforme se trate de
decisão do Tribunal Comum ou do ST;.
6. Indicação de recolhimento das custas e preparo recursal;

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UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

7. Pedido intimação do agravado e de remessa ao Tribunal ad quem;


8. Fechamento da petição de interposição;
9. Abertura da peça de razões recursais informando, respectivamente:
Razões de Agravo, Agravante: Nome...; Agravado: Nome...; Processo
nº...; Saudação ao tribunal (Egrégio tribunal, Colenda Turma, etc.);
10. Da tempestividade;
11. Do cabimento;
12. Do preparo;
13. Dos Fatos;
14. Do direito;
15. Dos pedidos (requer o conhecimento e provimento do presente Recurso
para...; ou, seja reconhecido e provido o Recurso, para reformar a deci-
são prolatada e ...);
16. Fechamento da peça.

Em Síntese
Finalizamos esta Unidade II com o estudo das principais peças que podem ser cobradas
do examinando na segunda fase do Exame da OAB.
Trabalhamos, respectivamente, as peças cabíveis no Processo Constitucional, bem como
os possíveis Recursos que poderão ser manejados conforme as informações trazidas no
texto problema da peça.
É importante que o aluno, reiterando o já recomendado, faça uma Leitura cuidadosa no
primeiro contato com a prova e, posteriormente, faça uma segunda Leitura cuidadosa,
destacando todas as informações relevantes que levarão à identificação da peça e do
direito a ser protegido.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Passe na OAB – 2ª Fase. FGV – Prática constitucional
MESSA, A. F.; JAQUES, K. Passe na OAB – 2ª Fase. FGV – Prática constitucional.
4.ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
Jurisdição Constitucional e Tribunais Constitucionais
MORAES, A. de. Jurisdição Constitucional e Tribunais Constitucionais. 3.ed.
São Paulo: Atlas, 2013.
Curso de Direito Constitucional Positivo
SILVA, J. A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42.ed. São Paulo:
Malheiros, 2019.
Curso de direito constitucional
TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. 14.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

Leitura
O Recurso não conhecido e as consequências processuais na visão do STJ/STF
ARAÚJO, J. H. M. O Recurso não conhecido e as consequências processuais na visão
do STJ/STF, Revista de Processo, São Paulo, v. 293, n. 2019, p. 191-218, 2019;
Processo Constitucional: O Processo como lócus devido para o exercício da democracia
SILVA, F. L. A. da. Processo Constitucional: O Processo como lócus devido para o
exercício da democracia. Revista Eletrônica de Direito Processual – REDP. Rio
de Janeiro, v. 16., p. 157, jul./dez. 2015.
https://bit.ly/3k68h2K
Recurso Ordinário e suas peculiaridades no CPC/2015
SILVA LEMOS, V. Recurso Ordinário e suas peculiaridades no CPC/2015. Unisul
de Fato e de Direito, Revista jurídica da Universidade do Sul de Santa Catarina,
[S.l.], v. 10, n. 20, p. 181-196, maio 2020.
https://bit.ly/2ZoEcUr
A relação direito e política: uma análise da atuação do judiciário na história brasileira
STRECK, L.; TASSINARI, C.; LIMA, D. P. A relação direito e política: uma
análise da atuação do judiciário na história brasileira. Pensar Revista de Ciências
Jurídicas, Fortaleza, v. 18, n. 3, 2013.
https://bit.ly/3k9dE1p

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UNIDADE Ações e Recursos em Matéria Constitucional

Referências
CLÈVE, C. M. Direito Constitucional: controle de constitucionalidade. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2015. v.2.

DORIA, S. Direito Constitucional. 3.ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1953,
t. 2, p. 257 apud TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. 14. ed. São
Paulo: Saraiva, 2016.

KELSEN, H. Teoria Pura do Direito. 7.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 46-58.

MORAES, A. de. Jurisdição Constitucional e Tribunais Constitucionais. 3.ed.


São Paulo: Atlas, 2013.

________. Curso de Direito Constitucional. 32.ed. São Paulo: Atlas, 2016.

SILVA, J. A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42.ed. São Paulo:


­Malheiros, 2019.

TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. 14.ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

TEIXEIRA, J. H. N. Curso de Direito Constitucional. In: GARCIA, Maria (org.).


Florianópolis: Conceito Editorial, 2011.

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