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PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA:

1. A Defensoria Pública na Constituição da República.

“Art. 5º. LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;”

“CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na
forma do art. 5º, LXXIV.
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e
dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos
de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos,
assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da
advocacia fora das atribuições institucionais.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, §
2º.”

“A Defensoria Pública, enquanto instituição permanente, essencial à função


jurisdicional do Estado, qualifica-se como instrumento de concretização dos
direitos e das liberdades de que são titulares as pessoas carentes e
necessitadas. É por essa razão que a Defensoria Pública não pode (e não deve) ser
tratada de modo inconseqüente pelo Poder Público, pois a proteção jurisdicional de
milhões de pessoas – carentes e desassistidas –, que sofrem inaceitável
processo de exclusão jurídica e social, depende da adequada organização e da
efetiva institucionalização desse órgão do Estado. De nada valerão os direitos e de
nenhum significado revestir-se-ão as liberdades, se os fundamentos em que eles se
apóiam – além de desrespeitados pelo Poder Público ou transgredidos por particulares –
também deixarem de contar com o suporte e o apoio de um aparato institucional, como
aquele proporcionado pela Defensoria Pública, cuja função precípua, por efeito de
sua própria vocação constitucional (...), consiste em dar efetividade e
expressão concreta, inclusive mediante acesso do lesado à jurisdição do
Estado, a esses mesmos direitos, quando titularizados por pessoas
necessitadas, que são as reais destinatárias tanto da norma inscrita no art. 5º,
inciso LXXIV, quanto do preceito consubstanciado no art. 134, ambos da
Constituição da República. Direito a ter direitos: uma prerrogativa básica, que
se qualifica como fator de viabilização dos demais direitos e liberdades – Direito
essencial que assiste a qualquer pessoa, especialmente àquelas que nada têm e de que
tudo necessitam. Prerrogativa fundamental que põe em evidência – Cuidando-se de
pessoas necessitadas (...) – A Significativa importância jurídico-institucional e
político-social da Defensoria Pública.” (ADI 2.903, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 1º-12-05, DJE de 19-9-08)

2. O Defensor Público e a natureza da representação do assistido em


juízo. A Lei nº 1.060/50 e suas posteriores alterações. Presunção de
Hipossuficiência. Direito à Assistência Jurídica Pública. Defensoria Pública
e Justiça Gratuita: distinções. Pressupostos para obtenção da Justiça
Gratuita.

- Justiça gratuita: instituto de direito pré-processual consistente no direito à dispensa


provisória de despesas, exercível em relação jurídica processual;
- Assistência judiciária: organização estatal ou paraestatal que tem por fim, ao lado da
dispensa provisória de despesas; a indicação de advogados;
- Compreende, além da Defensoria Pública, outros prestadores desse serviço
público, como advogados dativos, escritórios-modelo das Faculdades de Direito etc.
- Assistência jurídica: engloba a assistência judiciária, além de outros serviços jurídicos
não relacionados ao processo, tais como orientação, esclarecimentos etc.
- Abarca a tentativa de conciliação e a prestação de assistência no âmbito dos
procedimentos administrativos;

- Quem é o necessitado?
Aquele que comprova a insuficiência de recursos, algo feito da seguinte forma:
- Pessoas físicas: segundo o STF, a mera declaração de que a pessoa não possui
condições de arcar com o pagamento das custas processuais e dos honorários
advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, já é suficiente (Lei
1.060/50);
- A declaração pode ser feita no bojo da petição inicial ou em documento
separado, denominado “declaração de pobreza”;
- Trata-se de presunção relativa – pode a parte contrária apresentar
impugnação do direito à assistência judiciária, em peça processual autônoma,
que será autuada em apartado;
- Diante de prova em sentido contrário, pode o juiz fazer o controle ex officio
– assim como o Defensor Público, dentro de sua independência funcional;
O necessitado para a DPU:
- Critério objetivo: indivíduo que possua renda familiar não superior ao limite de
isenção do Imposto de Renda (R$ 1.372,81);
- Critério subjetivo: comprovação de gastos extraordinários (como despesas com
medicamentos, material especial de consumo, alimentação especial etc.)

3. Organização da Defensoria Pública da União. A Defensoria Pública como


Instituição essencial à função jurisdicional do Estado. A Lei Complementar
Federal nº 80/94.

- O ingresso na carreira deve ser feito mediante aprovação prévia em concurso público,
de provas e títulos, com participação da OAB.
- Os candidatos devem possui registro na OAB – ressalvada a situação de serem proibidos
de obtê-la (art. 26, LC 80/94);
- Esta, contudo, não é imprescindível para a efetiva atuação – já que o Defensor
está impedido de exercer advocacia fora de suas atribuições (art. 46, I, da LC);
- Cogita-se acerca da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, do Estatuto da OAB;
- Nomeação pelo Presidente da República;

"Lei n. 8.742, de 30 de novembro de 2005, do Estado do Rio Grande do Norte, que ‘dispõe
sobre a contratação temporária de advogados para o exercício da função de Defensor
Público, no âmbito da Defensoria Pública do Estado’. A Defensoria Pública se revela
como instrumento de democratização do acesso às instâncias judiciárias, de
modo a efetivar o valor constitucional da universalização da justiça (inciso
XXXV do art. 5º da CF/88). Por desempenhar, com exclusividade, um mister
estatal genuíno e essencial à jurisdição, a Defensoria Pública não convive com a
possibilidade de que seus agentes sejam recrutados em caráter precário. Urge
estruturá-la em cargos de provimento efetivo e, mais que isso, cargos de carreira. A
estruturação da Defensoria Pública em cargos de carreira, providos mediante
concurso público de provas e títulos, opera como garantia da independência
técnica da instituição, a se refletir na boa qualidade da assistência a que fazem jus os
estratos mais economicamente débeis da coletividade.” (ADI 3.700, Rel. Min. Carlos
Britto, julgamento em 15-10-08, Plenário, DJE de 6-3-09)
- Organização da carreira:
- Defensor Público Federal de 2ª Categoria (inicial);
- Atuação junto ao primeiro grau de jurisdição e instâncias administrativas;
- Defensor Público Federal de 1ª Categoria (intermediária);
- Atuação junto aos Tribunais Regionais Federais e Turmas dos Juizados
Especiais;
- Defensor Público Federal de Categoria Especial (final);
- Atuação junto aos Tribunais Superiores e às Turmas Nacionais de
Uniformização;

4. A Defensoria Pública como Instituição essencial à Justiça e à


Conciliação. O Defensor Público e o instrumento de transação como título
executivo extrajudicial.

- O instrumento de transação subscrito por Defensor Público, independentemente de


homologação judicial posterior, nos termos do art. 585, II, CPC, constitui título executivo
extrajudicial;

“Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (...) II - a escritura pública ou outro
documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor
e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público,
pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;”

- A tentativa de conciliação, além de função institucional prevista no art. 4º, II, da LC


80/94, é prevista entre as atribuições específicas do Defensor Público da União no art. 18,
III, do mesmo diploma legal;

5. Garantias e Prerrogativas do Defensor Público. Autonomia Funcional e o


poder de requisição do Defensor Público.

- Garantias: art. 43 da LC;


- Independência funcional:
- Aspecto interno: membros da Defensoria Pública devem respeito, no âmbito
administrativo, a seus superiores hierárquicos;
- Mas a formação de seu convencimento técnico-jurídico é exercida de forma
livre e independente sem a interferência de quem quer que seja;
- Inamovibilidade:
- Vedação da remoção do Defensor Público do órgão de atuação onde o
mesmo esteja lotado para qualquer outro independentemente de sua
vontade (forma compulsória);
- Mas há previsão da remoção compulsória como sanção na LC;
- Irredutibilidade dos vencimentos: comum a todos os servidores;
- Estabilidade:
- Aspecto objetivo: decurso do prazo de 03 anos de exercício;
- Aspecto subjetivo: estágio probatório de 24 meses e avaliação funcional;

- Prerrogativas: art. 44 da LC;


- Processuais: abordadas em momento posterior;
- Comunicação da prisão e investigação criminal ao Defensor Público Geral;
- Prisão especial em separado, não somente para preventiva, mas após trânsito em
julgado, segundo doutrina, à exemplo do MPU;
- Uso de vestes talares e insígnias: exclusivo;
- Comunicação pessoal e reservada com os assistidos;
- Manifestação por meio de cotas;
- Poder de requisição:
- Consiste em ordem, ato administrativo dotado de imperatividade e auto-
executoriedade;
- Autonomia funcional:
- Possibilidade de deixar de patrocinar a ação: desobrigar de propor demanda
que considere manifestamente incabível ou inconveniente, resguarda a
própria parte de eventual condenação nas penas da litigância de má-fé;
- Mesmo tratamento reservado aos magistrados e às demais funções essenciais à
justiça;
- Oitiva do defensor como testemunha em local e horário previamente ajustado;

“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos


elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício
do direito de defesa.” (Súmula Vinculante 14)

6. Princípios Institucionais. Princípios da isonomia, ampla defesa e do


contraditório e o dever funcional do Defensor Público.

- LC 80/94: unidade, indivisibilidade e independência funcional:


- Unidade: DP como DPU, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios como um
todo orgânico;
- Isso não significa que qualquer de seus membros poderá praticar qualquer
ato em nome da instituição, mas sim, sendo um só organismo, os seus
membros ‘presentam’ a instituição sempre que atuarem, mas a legalidade de
seus atos encontra limites no âmbito da divisão de atribuições;
- Não implica vinculação de opiniões (STF);
- Indivisibilidade: DP não está sujeita a rupturas ou fracionamentos  esse princípio
permite que seus membros substituam uns aos outros, a fim de que a prestação da
assistência jurídica aconteça sem solução de continuidade;
- Aplicação prática: viabilidade de que a intimação pessoal possa ser feita por
qualquer um de seus membros – e não necessariamente por aquele que atua
em determinado processo;
- Independência funcional: DPU é autônoma dos demais órgãos  suas funções
podem ser exercidas inclusive contra pessoas jurídicas de direito público de que
fazem parte e impede que seus membros sejam subordinados à hierarquia
funcional diante dos demais agentes políticos do Estado;

"Ação direta de inconstitucionalidade: art. 2º, inciso IV, alínea c, da L. est. 12.755, de 22
de março de 2005, do Estado de Pernambuco, que estabelece a vinculação da Defensoria
Pública estadual à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos: violação do art. 134, § 2º, da
Constituição Federal, com a redação da EC 45/04: inconstitucionalidade declarada. A EC
45/04 outorgou expressamente autonomia funcional e administrativa às defensorias
públicas estaduais, além da iniciativa para a propositura de seus orçamentos (art. 134, §
2º): donde, ser inconstitucional a norma local que estabelece a vinculação da
Defensoria Pública a Secretaria de Estado. A norma de autonomia inscrita no
art. 134, § 2º, da Constituição Federal pela EC 45/04 é de eficácia plena e
aplicabilidade imediata, dado ser a Defensoria Pública um instrumento de
efetivação dos direitos humanos. Defensoria Pública: vinculação à Secretaria de
Justiça, por força da LC est (PE) 20/98: revogação, dada a incompatibilidade com o novo
texto constitucional. É da jurisprudência do Supremo Tribunal – malgrado o dissenso do
Relator – que a antinomia entre norma ordinária anterior e a Constituição superveniente
se resolve em mera revogação da primeira, a cuja declaração não se presta a ação direta.
O mesmo raciocínio é aplicado quando, por força de emenda à Constituição, a lei
ordinária ou complementar anterior se torna incompatível com o texto constitucional
modificado: precedentes." (ADI 3.569, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2-4-
07, DJ de 11-5-07)
7. A Defensoria Pública e o patrocínio de pessoas jurídicas.

- Pessoa jurídica: segundo STF, a lei referida não se aplica a elas, de tal forma que têm de
comprovar de forma efetiva a sua insuficiência de recursos; segundo algumas decisões do
STJ, além da referida comprovação, faz-se necessário que a PJ não tenha fins lucrativos e
exerça atividades filantropias, beneficentes, pias ou morais, ou que seja microempresa
familiar ou artesanal.

8. O Defensor Público e a Curadoria Especial.

- Tratar-se-ia de função atípica, assim como atuar em favor de réu criminal que, mesmo
tendo plenas condições econômicas, se recuse a constituir defensor (atribuição por
legislação infraconstitucional);
- Divergência: submissão ou não à ideia de necessitado?
- Prevalece que não, pela própria classificação como função atípica;

“Ministério Público. Legitimidade ativa. Medida judicial para internação compulsória de


pessoa vítima de alcoolismo. Ausência. O Ministério Público não tem legitimidade ativa ad
causam para requerer a internação compulsória, para tratamento de saúde, de
pessoa vítima de alcoolismo. Existindo Defensoria Pública organizada, tem ela
competência para atuar nesses casos.” (RE 496.718, Rel. p/ o ac. Min. Menezes
Direito, julgamento em 12-8-08, DJE de 31-10-08)

9. A Defensoria Pública e a Advocacia: distinções. O Estatuto da OAB (Lei


nº 8.906/94) e a Lei Complementar Federal nº 80/94. O Defensor Público
da União. Atribuições e Deveres. Impedimentos. Incompatibilidade.
Suspeições.

- O Defensor Público em muito difere do advogado dativo, que é nomeado pelo juiz para
assumir o múnus público quando não houver Defensoria Pública no local (enquanto esta
pode decidir atuar de per si, cabendo ao juiz somente pronunciar-se sobre o pedido de
gratuidade de justiça);
- O advogado dativo deve constituir-se por procuração ad judicia, a qual é
dispensável para o Defensor Público (este só precisa de procuração para o exercício
de poderes especiais);
- O advogado dativo pode negar-se a assumir o encargo, desde que
justificadamente, de acordo com a Lei n. 1.060/50; já o Defensor Público pode
negar o encargo com fulcro na autonomia de sua própria função;
- O Defensor Público não é apenas indispensável à administração da justiça, e sim
instituição essencial à função jurisdicional do Estado;
- O advogado exerce mister de caráter privado, enquanto o defensor é de índole
eminentemente pública estatutária;

"A partir da edição da Lei 9.271/96, que incluiu o parágrafo 4º ao art. 370 do
CPP, os defensores nomeados, dentre os quais se inclui o defensor dativo,
passaram também a possuir a prerrogativa da intimação pessoal." (HC 89.315,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-9-06, 1ª Turma, DJ de 13-10-06). No
mesmo sentido: HC 91.567, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-9-08, 2ª Turma, DJE
de 26-9-08; HC 90.963, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 19-8-08, 2ª Turma, DJE
de 19-12-08; HC 89.081, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 13-2-07, 1ª Turma, DJ de
27-4-07; HC 89.710, Rel. Min. Carmén Lúcia, julgamento em 12-12-06, 1ª Turma, DJ de
23-3-07.
"O § 1º do artigo 134 da Constituição do Brasil repudia o desempenho, pelos
membros da Defensoria Pública, de atividades próprias da advocacia privada.
Improcede o argumento de que o exercício da advocacia pelos Defensores Públicos
somente seria vedado após a fixação dos subsídios aplicáveis às carreiras típicas de
Estado. Os §§ 1º e 2º do artigo 134 da Constituição do Brasil veiculam regras atinentes à
estruturação das defensorias públicas, que o legislador ordinário não pode ignorar. Pedido
julgado procedente para declarar a inconstitucionalidade do artigo 137 da Lei
Complementar n. 65, do Estado de Minas Gerais." (ADI 3.043, Rel. Min. Eros Grau,
julgamento em 26-4-06, DJ de 27-10-06).

- ATENÇÃO: havendo renúncia ou falecimento de patrono de causa já em curso, antes de


intimar pessoalmente a Defensoria Pública deve-se intimar a própria parte para
regularizar sua representação processual, já que a escolha da defesa técnica é um dos
aspectos da ampla defesa;

“Segundo o relator do HC, ministro Celso de Mello, o réu tem o direito de escolher o seu
próprio advogado. Por isso, quando o advogado constituído não assume ou não prossegue
no patrocínio da causa, cabe ao juiz ordenar a intimação do réu para que, querendo,
escolha outro advogado. Antes dessa intimação ou enquanto não expirar o seu prazo, não
é lícito magistrado nomear defensor dativo sem expressa aquiescência do réu.
“Em tema de restrição à esfera jurídica de qualquer cidadão (e, com maior razão, em
matéria de privação da liberdade individual), o Estado não pode exercer a sua autoridade
de maneira abusiva ou arbitrária, desconsiderando, no exercício de sua atividade, o
postulado constitucional da plenitude de defesa, pois o reconhecimento da legitimidade
ético-jurídica de qualquer medida imposta pelo Poder Público – de que resultem
consequências gravosas no plano dos direitos e garantias individuais – exige a fiel
observância da garantia básica do devido processo legal”, afirmou o relator. Celso de
Mello invalidou o procedimento penal desde o oferecimento das contra-razões inclusive.”
(Notícia Push-STF)

- Atribuições:
- Atuação na Justiça Federal, na Justiça Militar, na Justiça Eleitoral, na Justiça
Trabalhista, nos Tribunais Superiores e no Supremo Tribunal Federal, além dos
Juizados Especiais Federais;
- Representará o cidadão contra a União, suas Autarquias, Fundações e órgãos
públicos federais ou empresas públicas federais – ou ainda outros interesses que
estejam submetidos ao Poder Judiciário da União, inclusive com atuação nas
instâncias administrativas competentes;

10. A atuação do Defensor Público nos conflitos coletivos.

- Inicialmente, somente em relação a questões relativas à defesa do consumidor e à


representação de associações economicamente necessitadas em juízo;
- Após Lei Complementar n. 123, de 2009, continua havendo previsão expressa em
relação ao consumidor, mas abarca também ações civis públicas que possam beneficiar
grupos hipossuficientes;
- Também passou a haver grande destaque à promoção dos direitos humanos;

11. Prerrogativas processuais do Defensor Público. A intimação pessoal e


o prazo em dobro. Do livre exercício das funções da Defensoria Pública.

- Intimação pessoal:
- Não observada? Nulidade de todos os atos posteriores;
- Formas de cumprimento: mandados cumpridos por oficiais de justiça ou vista
pessoal dos autos;
- Termo a quo em caso de mandado: controvérsia jurisprudencial no que se
refere ao processo civil, mas predominância da idéia de contagem da juntada
do mandado aos autos; já na esfera penal é do cumprimento do mandado;

"HABEAS CORPUS" - DEFENSOR PÚBLICO QUE FOI INJUSTAMENTE IMPEDIDO DE FAZER


SUSTENTAÇÃO ORAL, POR AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL QUANTO À DATA DA
SESSÃO DE JULGAMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO INTERPOSTO PELO MINISTÉRIO
PÚBLICO - CONFIGURAÇÃO DE OFENSA À GARANTIA CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA
- NULIDADE DO JULGAMENTO - PEDIDO DEFERIDO. - A sustentação oral - que traduz
prerrogativa jurídica de essencial importância - compõe o estatuto constitucional do
direito de defesa. A injusta frustração desse direito, por falta de intimação pessoal do
Defensor Público para a sessão de julgamento do recurso de apelação interposto pelo
Ministério Público, afeta, em sua própria substância, o princípio constitucional da
amplitude de defesa. O cerceamento do exercício dessa prerrogativa - que constitui uma
das projeções concretizadoras do direito de defesa - enseja, quando configurado, a
própria invalidação do julgamento realizado pelo Tribunal, em função da carga irrecusável
de prejuízo que lhe é ínsita. Precedentes do STF.” (STF, HC 97797, Relator(a): Min. CELSO
DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 15/09/2009, DJe-191 DIVULG 08-10-2009 PUBLIC
09-10-2009 EMENT VOL-02377-02 PP-00375)

“DEFENSOR DATIVO. INTIMAÇÃO PESSOAL. NULIDADE. A Turma, por maioria, verificado


empate na votação, concedeu o writ, prevalecendo a decisão mais favorável ao réu no
sentido de que o exame de nulidade decorrente da falta de intimação pessoal de defensor
dativo da data do julgamento da apelação do réu, não obstante passados quase sete anos
sem qualquer recurso, não convalida arguição de nulidade de caráter absoluta, não
havendo, pois, que se falar em preclusão.” (STJ, HC 84.349-SP, Rel. originária Min. Maria
Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Celso Limongi (Desembargador
convocado do TJ-SP), julgado em 8/9/2009).

“A ausência de intimação do defensor para acompanhar julgamento de apelação não é


suficiente para afirmar, de imediato, a ocorrência de flagrante nulidade da decisão. O
entendimento é do ministro Cesar Asfor Rocha, presidente do Superior Tribunal de Justiça
(STJ).” (Notícia Push-STJ)

- Contagem em dobro dos prazos processuais:


- Única exceção reconhecida: procedimento dos Juizados Especiais Federais (art. 9º
da Lei 10.259/02);

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