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“Art. 5º. LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;”
“CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na
forma do art. 5º, LXXIV.
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e
dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos
de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos,
assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da
advocacia fora das atribuições institucionais.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, §
2º.”
- Quem é o necessitado?
Aquele que comprova a insuficiência de recursos, algo feito da seguinte forma:
- Pessoas físicas: segundo o STF, a mera declaração de que a pessoa não possui
condições de arcar com o pagamento das custas processuais e dos honorários
advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, já é suficiente (Lei
1.060/50);
- A declaração pode ser feita no bojo da petição inicial ou em documento
separado, denominado “declaração de pobreza”;
- Trata-se de presunção relativa – pode a parte contrária apresentar
impugnação do direito à assistência judiciária, em peça processual autônoma,
que será autuada em apartado;
- Diante de prova em sentido contrário, pode o juiz fazer o controle ex officio
– assim como o Defensor Público, dentro de sua independência funcional;
O necessitado para a DPU:
- Critério objetivo: indivíduo que possua renda familiar não superior ao limite de
isenção do Imposto de Renda (R$ 1.372,81);
- Critério subjetivo: comprovação de gastos extraordinários (como despesas com
medicamentos, material especial de consumo, alimentação especial etc.)
- O ingresso na carreira deve ser feito mediante aprovação prévia em concurso público,
de provas e títulos, com participação da OAB.
- Os candidatos devem possui registro na OAB – ressalvada a situação de serem proibidos
de obtê-la (art. 26, LC 80/94);
- Esta, contudo, não é imprescindível para a efetiva atuação – já que o Defensor
está impedido de exercer advocacia fora de suas atribuições (art. 46, I, da LC);
- Cogita-se acerca da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, do Estatuto da OAB;
- Nomeação pelo Presidente da República;
"Lei n. 8.742, de 30 de novembro de 2005, do Estado do Rio Grande do Norte, que ‘dispõe
sobre a contratação temporária de advogados para o exercício da função de Defensor
Público, no âmbito da Defensoria Pública do Estado’. A Defensoria Pública se revela
como instrumento de democratização do acesso às instâncias judiciárias, de
modo a efetivar o valor constitucional da universalização da justiça (inciso
XXXV do art. 5º da CF/88). Por desempenhar, com exclusividade, um mister
estatal genuíno e essencial à jurisdição, a Defensoria Pública não convive com a
possibilidade de que seus agentes sejam recrutados em caráter precário. Urge
estruturá-la em cargos de provimento efetivo e, mais que isso, cargos de carreira. A
estruturação da Defensoria Pública em cargos de carreira, providos mediante
concurso público de provas e títulos, opera como garantia da independência
técnica da instituição, a se refletir na boa qualidade da assistência a que fazem jus os
estratos mais economicamente débeis da coletividade.” (ADI 3.700, Rel. Min. Carlos
Britto, julgamento em 15-10-08, Plenário, DJE de 6-3-09)
- Organização da carreira:
- Defensor Público Federal de 2ª Categoria (inicial);
- Atuação junto ao primeiro grau de jurisdição e instâncias administrativas;
- Defensor Público Federal de 1ª Categoria (intermediária);
- Atuação junto aos Tribunais Regionais Federais e Turmas dos Juizados
Especiais;
- Defensor Público Federal de Categoria Especial (final);
- Atuação junto aos Tribunais Superiores e às Turmas Nacionais de
Uniformização;
“Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (...) II - a escritura pública ou outro
documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor
e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público,
pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;”
"Ação direta de inconstitucionalidade: art. 2º, inciso IV, alínea c, da L. est. 12.755, de 22
de março de 2005, do Estado de Pernambuco, que estabelece a vinculação da Defensoria
Pública estadual à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos: violação do art. 134, § 2º, da
Constituição Federal, com a redação da EC 45/04: inconstitucionalidade declarada. A EC
45/04 outorgou expressamente autonomia funcional e administrativa às defensorias
públicas estaduais, além da iniciativa para a propositura de seus orçamentos (art. 134, §
2º): donde, ser inconstitucional a norma local que estabelece a vinculação da
Defensoria Pública a Secretaria de Estado. A norma de autonomia inscrita no
art. 134, § 2º, da Constituição Federal pela EC 45/04 é de eficácia plena e
aplicabilidade imediata, dado ser a Defensoria Pública um instrumento de
efetivação dos direitos humanos. Defensoria Pública: vinculação à Secretaria de
Justiça, por força da LC est (PE) 20/98: revogação, dada a incompatibilidade com o novo
texto constitucional. É da jurisprudência do Supremo Tribunal – malgrado o dissenso do
Relator – que a antinomia entre norma ordinária anterior e a Constituição superveniente
se resolve em mera revogação da primeira, a cuja declaração não se presta a ação direta.
O mesmo raciocínio é aplicado quando, por força de emenda à Constituição, a lei
ordinária ou complementar anterior se torna incompatível com o texto constitucional
modificado: precedentes." (ADI 3.569, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2-4-
07, DJ de 11-5-07)
7. A Defensoria Pública e o patrocínio de pessoas jurídicas.
- Pessoa jurídica: segundo STF, a lei referida não se aplica a elas, de tal forma que têm de
comprovar de forma efetiva a sua insuficiência de recursos; segundo algumas decisões do
STJ, além da referida comprovação, faz-se necessário que a PJ não tenha fins lucrativos e
exerça atividades filantropias, beneficentes, pias ou morais, ou que seja microempresa
familiar ou artesanal.
- Tratar-se-ia de função atípica, assim como atuar em favor de réu criminal que, mesmo
tendo plenas condições econômicas, se recuse a constituir defensor (atribuição por
legislação infraconstitucional);
- Divergência: submissão ou não à ideia de necessitado?
- Prevalece que não, pela própria classificação como função atípica;
- O Defensor Público em muito difere do advogado dativo, que é nomeado pelo juiz para
assumir o múnus público quando não houver Defensoria Pública no local (enquanto esta
pode decidir atuar de per si, cabendo ao juiz somente pronunciar-se sobre o pedido de
gratuidade de justiça);
- O advogado dativo deve constituir-se por procuração ad judicia, a qual é
dispensável para o Defensor Público (este só precisa de procuração para o exercício
de poderes especiais);
- O advogado dativo pode negar-se a assumir o encargo, desde que
justificadamente, de acordo com a Lei n. 1.060/50; já o Defensor Público pode
negar o encargo com fulcro na autonomia de sua própria função;
- O Defensor Público não é apenas indispensável à administração da justiça, e sim
instituição essencial à função jurisdicional do Estado;
- O advogado exerce mister de caráter privado, enquanto o defensor é de índole
eminentemente pública estatutária;
"A partir da edição da Lei 9.271/96, que incluiu o parágrafo 4º ao art. 370 do
CPP, os defensores nomeados, dentre os quais se inclui o defensor dativo,
passaram também a possuir a prerrogativa da intimação pessoal." (HC 89.315,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 19-9-06, 1ª Turma, DJ de 13-10-06). No
mesmo sentido: HC 91.567, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-9-08, 2ª Turma, DJE
de 26-9-08; HC 90.963, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 19-8-08, 2ª Turma, DJE
de 19-12-08; HC 89.081, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 13-2-07, 1ª Turma, DJ de
27-4-07; HC 89.710, Rel. Min. Carmén Lúcia, julgamento em 12-12-06, 1ª Turma, DJ de
23-3-07.
"O § 1º do artigo 134 da Constituição do Brasil repudia o desempenho, pelos
membros da Defensoria Pública, de atividades próprias da advocacia privada.
Improcede o argumento de que o exercício da advocacia pelos Defensores Públicos
somente seria vedado após a fixação dos subsídios aplicáveis às carreiras típicas de
Estado. Os §§ 1º e 2º do artigo 134 da Constituição do Brasil veiculam regras atinentes à
estruturação das defensorias públicas, que o legislador ordinário não pode ignorar. Pedido
julgado procedente para declarar a inconstitucionalidade do artigo 137 da Lei
Complementar n. 65, do Estado de Minas Gerais." (ADI 3.043, Rel. Min. Eros Grau,
julgamento em 26-4-06, DJ de 27-10-06).
“Segundo o relator do HC, ministro Celso de Mello, o réu tem o direito de escolher o seu
próprio advogado. Por isso, quando o advogado constituído não assume ou não prossegue
no patrocínio da causa, cabe ao juiz ordenar a intimação do réu para que, querendo,
escolha outro advogado. Antes dessa intimação ou enquanto não expirar o seu prazo, não
é lícito magistrado nomear defensor dativo sem expressa aquiescência do réu.
“Em tema de restrição à esfera jurídica de qualquer cidadão (e, com maior razão, em
matéria de privação da liberdade individual), o Estado não pode exercer a sua autoridade
de maneira abusiva ou arbitrária, desconsiderando, no exercício de sua atividade, o
postulado constitucional da plenitude de defesa, pois o reconhecimento da legitimidade
ético-jurídica de qualquer medida imposta pelo Poder Público – de que resultem
consequências gravosas no plano dos direitos e garantias individuais – exige a fiel
observância da garantia básica do devido processo legal”, afirmou o relator. Celso de
Mello invalidou o procedimento penal desde o oferecimento das contra-razões inclusive.”
(Notícia Push-STF)
- Atribuições:
- Atuação na Justiça Federal, na Justiça Militar, na Justiça Eleitoral, na Justiça
Trabalhista, nos Tribunais Superiores e no Supremo Tribunal Federal, além dos
Juizados Especiais Federais;
- Representará o cidadão contra a União, suas Autarquias, Fundações e órgãos
públicos federais ou empresas públicas federais – ou ainda outros interesses que
estejam submetidos ao Poder Judiciário da União, inclusive com atuação nas
instâncias administrativas competentes;
- Intimação pessoal:
- Não observada? Nulidade de todos os atos posteriores;
- Formas de cumprimento: mandados cumpridos por oficiais de justiça ou vista
pessoal dos autos;
- Termo a quo em caso de mandado: controvérsia jurisprudencial no que se
refere ao processo civil, mas predominância da idéia de contagem da juntada
do mandado aos autos; já na esfera penal é do cumprimento do mandado;