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PROCESSO PENAL I

Prof. Marcus Vinicius Martins


SUJEITO PROCESSUAIS
 Instaurada a relação processual, nela irão atuar os
chamados sujeitos processuais. São aquelas pessoas
entre as quais se constitui, desenvolve e se completa
a relação jurídico-processual.
 Distinguem-se os titulares da relação processual em
principais e acessórios.
 Os sujeitos principais do processo são o juiz, o autor
e o réu.
 Os secundários ou acessórios são as pessoas que têm
direitos perante o processo, mas podem existir ou
não, sem afetar a relação processual.
CLASSIFICAÇÕES DOS SUJEITOS
PROCESSUAIS
 Sujeitos secundários (ou acessórios), que intervêm no
processo e, embora não sejam, em essência,
“sujeitos processuais”, por carecerem do poder de
iniciativa e de decisão, são sujeitos de determinados
atos processuais indispensáveis ao desenvolvimento
da relação processual.
 TERCEIROS INTERESSADOS
 * São o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros
(art. 36 CPP);
 * Também as pessoas enumeradas no art. 31 CPP (em razão do
art. 36 CPP);
 * O fiador do réu, em virtude do que se contém nos
arts. 341 e 343 CPP;
 * Terceiro de boa-fé em poder de quem a res foi apreendida.
 TERCEIROS DESINTERESSADOS
 * Testemunhas.
 Obs: Os peritos, tradutores e intérpretes tanto podem ser
considerados auxiliares do juízo como terceiros
desinteressados;
SUJEITOS PROCESSUAIS: JUIZ

 O juiz, ou, mais precisamente, o órgão julgador, já


que nos tribunais o julgamento poderá ser conduzido
por um colegiado – é o sujeito processual imparcial,
que terá como função precípua a condução do
processo e o julgamento do pedido de tutela
jurisdicional que lhe é dirigido pelo autor da
demanda.
FUNÇÕES E PODERES DO JUIZ
 A principal função do magistrado é a de decidir com
imparcialidade o conflito que lhe apresenta,
aplicando a lei ao caso concreto.
 O juiz, uma vez tenha sido adequadamente
provocado, não pode eximir-se de julgar a causa
apresentada, o que configuraria denegação de
justiça, em violação de garantia constitucional da
inafastabilidade do controle jurisdicional.
 O Princípio da inafastabilidade da Jurisdição impõe
ao juiz a obrigação de, uma vez provocado, entregar
a prestação jurisdicional.
PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL

 Prover a regularidade do processo (atividade de


natureza processual);
 Manter a ordem no curso dos respectivos atos,
podendo, inclusive, requisitar a força pública
(atividade de natureza administrativa).
PODER DO JUIZ

 Poder jurisdicional – a imparcialidade do juiz em


decidir as lides aplicando sempre a lei ao caso
concreto sempre deve ser a sua principal função.
 Poder de polícia – são poderes administrativos,
instrumentos onde o juiz faz valer a regularidade
e ordem do processo.
ATUAÇÕES NO PROCESSO

 Capacidade funcional (ou investidura);


 Capacidade subjetiva (ou imparcialidade) a
imparcialidade decorre da equidistância do juiz em
face das partes. No caso de Juiz suspeito, a Doutrina
entende que se trata de nulidade. Ambas são
hipóteses que afastam a competência do juiz;
 Capacidade objetiva (ou processual), isto é, ter
competência para atuar no processo (ser apto a
exercer a jurisdição).
PRERROGATIVAS DO JUIZ

 Vitaliciedade
 Inamovibilidade
 Irredutibilidade de Vencimentos
MINISTÉRIO PÚBLICO

 Primeiramente, devemos lembrar que na Constituição


Federal de 1988, o Brasil instituiu um modelo processual
acusatório, redefinindo as funções do Ministério Público.
 Assim, além de fiscal da lei e protetor de interesses
sociais e individuais indisponíveis, o Ministério Público
tem a promoção privativa da ação penal.
PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DO
MINISTÉRIO PÚBLICO
 Vitaliciedade
 Inamovibilidade
 Irredutibilidade de Vencimentos
VEDAÇÕES AOS MEMBROS DO
MINISTÉRIO PÚBLICO

 Art. 128 CF Parágrafo 5º inciso II


PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
 Unidade: o membro do Ministério Público é parte de um todo, ou
seja, não age em seu nome, mas em prol da instituição. Esta
unidade é considerada válida dentro de cada Ministério Público,
não havendo que se vislumbrar aplicabilidade de tal princípio
entre o Ministério Público Federal e o Estadual, por exemplo.
 Indivisibilidade: não existe vinculação pessoal entre o promotor
e determinado processo, mas sim entre o Ministério Público e a
causa.
 Independência funcional: os membros do Ministério Público não
devem subordinação a quem quer que seja, podendo atuar
segundo os ditames da lei, do seu entendimento pessoal e da sua
consciência.
O ACUSADO

 O acusado é o suposto autor da infração penal, é aquele


a quem se imputa a prática de uma conduta criminosa.
 Além disso, sua condição é personalíssima, ou seja,
somente recai no autor da infração para tanto deve
haver no processual sua qualificação, individualizando o
sujeito passivo.
QUEM NÃO PODE FIGURAR:

 Menores de 18 anos;
 Mortos;
 Os detentores de imunidade parlamentar;
 Os detentores de imunidade diplomáticas;
 *Os doentes mentais podem ser acusados, contudo,
constatada tal condição, o juiz nomeará curador
especial. Os doentes mentais serão submetidos a medida
de segurança.
 O acusado, ainda que ausente ou foragido, terá
sempre defensor, cabendo ao juiz o dever de velar
pela defesa técnica, que é necessária.
 Ao acusado, por ser considerada a parte mais fraca
da relação jurídica e por estar em jogo o seu direito
à liberdade de locomoção, são asseguradas diversas
garantias de ordem constitucional, previstas no
art. 5º incisos XLIX, LV, LVI, LVII, LVIII, LXI, LXII, LXIII e
LXXVIII da CF.
O DEFENSOR

 Como decorrência da garantia constitucional do contraditório e da


ampla defesa, o art. 261 do CPP determina: “Nenhum acusado,
ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem
defensor”.
 O defensor é o profissional habilitado com função indispensável à
administração da justiça, dotado de conhecimento técnico a serem
utilizados no processo penal, para a defesa do acusado.
ESPÉCIE DE DEFENSOR
 Defensor constituído: é aquele escolhido pelo próprio acusado,
por meio da outorga de procuração para que promova a sua
defesa técnica em juízo.
 Defensor Dativo: é aquele nomeado pelo juiz em virtude de o
acusado não possuir ou não indicar um defensor técnico de sua
confiança.
 Defensor ad hoc: é o nomeado pelo juiz para atos processuais
determinados na hipótese de o defensor, constituído ou dativo,
apesar de regularmente intimado, e ainda que motivadamente,
não comparecer.
 Curador: é o defensor especial, nomeado pelo juiz ao incapaz ou
suspeito de incapacidade mental, ou ao índio no regime de sua
legislação.
 Público: é profissional ocupante de cargo público, membro da
defensoria pública. A ele cabe a defesa do réu pobre.
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO

 O assistente é o ofendido, seu representante legal ou


seu sucessor, auxiliar da acusação pública.
 É possível que o ofendido ou seu representante legal ou,
na sua falta, os integrantes do art. 31 do CPP.
 Como não é imprescindível para a existência da relação
processual, a figura do assistente de acusação também é
denominada; parte acessória, parte adesiva, parte
adjunta, parte contingente ou parte eventual.
ADMISSÃO DO ASSISTENTE

 O MP será sempre ouvido previamente sobre o pedido


de admissão de assistente e, da decisão que o
admitir ou não, fundado na falta dos requisitos
legais, não caberá recurso.

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