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SUJEITOS PROCESSUAIS
Aula 01 – 21/02
1. Introdução
Juiz: cuja presença é imprescindível a existência do próprio processo. Sem juiz não há
jurisdição e se não há jurisdição não há processo.
Autor: que pode ser o MP (ação penal pública) e o querelante (ação penal privada) e são
imprescindíveis a validade do processo.
Acusado: pode ser chamado de acusado, réu na ação penal pública, e de querelado na
ação penal privada. Neste caso, também são sujeitos imprescindíveis a validade do processo.
Sujeitos auxiliares do juízo: são aqueles sujeitos que prestam auxílio ao juiz, exemplos:
oficiais de justiça, escreventes, peritos etc.
Poderes fins: são os do juiz de decidir e de executar a sua decisão, por exemplo: quando
o juiz decreta a prisão preventiva e manda prender um determinado acusado, o juiz está exercendo
aquilo para o que ele é realmente chamado. Ele está dizendo o direito em um caso concreto.
Lançando mão (fazendo uso) do seu poder jurisdicional para decidir determinada situação
relevante e executar as suas decisões de forma firme/definitiva.
Dever de imparcialidade: Artigo 8, item 1, Pacto de São José da Costa Rica (Convenção
Americana sobre Direitos Humanos, de 22 de novembro de 1969) - Decreto nº 678, de 06 de
novembro de 1992 (previsão legal).
ARTIGO 8
Garantias Judiciais
1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e IMPARCIAL, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para que
se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer
outra natureza.
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito,
sobre a questão;
Caso o juiz tenha se tornado o desembargador, por exemplo, e decida sobre o processo
que ele decidiu quando ainda era juiz.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que
forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
inclusive.
Se, eventualmente, o juiz não estiver em uma das hipóteses deste artigo, mas não houver
perfeita isenção dele para apreciar um determinado processo, ele não deverá se pronunciar sobre
o mérito da causa.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por
qualquer das partes:
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive,
sustentar demanda [estiver processando alguém] ou responder a processo que tenha de ser
julgado por qualquer das partes;
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar
o juiz [provocar/ofender] ou de propósito der motivo para criá-la.
Impedimento Suspeição
b) Ministério Público:
Qual o papel do MP na ação penal pública? R: Titular da ação penal (artigo 129, I, da
CF/88 – Dominus Litis.
Qual o papel do MP na ação penal privada? R: Fiscal da ordem jurídica. O artigo 257,
II, do CPP, diz que ao MP cabe fiscalizar (em todos os termos) a execução da lei na ação penal
privada.
CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 257 do CPP - Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
Art. 258 do CPP - Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em
que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável,
as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.
c) Querelante
É o ofendido (vítima) ou seu representante legal, que ocupa o polo ativo da ação penal
privada (exclusiva/personalíssima ou subsidiária).
Art. 31 do CPP - No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
Por outro lado, uma vez admitido o assistente de acusação, este receberá o processo no
estado em que se encontra, não havendo repetição dos atos processuais pretéritos (artigo 269 do
CPP).
No tribunal do júri, o assistente poderá se habilitar até 5 dias antes da data da sessão de
julgamento (artigo 430 do CPP).
1-Propor provas;
2-Participar de audiências;
4-Participar dos debates orais (audiência e no júri. Dividirá o tempo com o MP. Na
audiência ele terá até 10 minutos para falar depois do MP);
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e
correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.
Se o assistente não está habilitado nos autos, ele deverá recorrer no prazo de 15 DIAS.
O prazo COMEÇA A CONTAR DO DIA DO TÉRMINO DO PRAZO DO MP, OU SEJA, A
PARTIR DO 6º DIA QUE MP TOMAR CIÊNCIA DOS AUTOS. Mas, A DOUTRINA DIZ:
SE O ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO JÁ ESTAVA HABILITADA NO PROCESSO
DURANTE A INSTRUÇÃO, NÃO FAZ SENTIDO DEFERIR ESTE PRAZO DE 15 DIAS A
ELE. NESTE CASO, O PRAZO SERÁ DE 5 DIAS APENAS, COMO O PRAZO DO MP É
ACUSADO.
Obs 3: Assistente de acusação não pode aditar a denúncia ofertada pelo órgão de
acusação.
Obs 4: Assistente de acusação não é admitido na ação penal privada. É admitido apenas
na ação penal pública.
Obs 5: O corréu não pode figurar como assistente da acusação quanto ao outro réu, no
mesmo processo. O assistente de acusação é a vítima.
e) Acusado:
O acusado figura no polo passivo da demanda (ação penal pública). Na ação penal privada
quem configura no polo passivo é o querelado.
O acusado é o sujeito ativo da infração penal (ele é o autor, coautor ou participe do crime).
O acusado é pessoa física ou jurídica que compõe o polo passivo de uma ação penal.
Depois, a partir do momento em que o juiz receber a denúncia, o sujeito irá se tornar
acusado.
Mas quem tem capacidade para ser acusado dentro do processo penal? R: Somente
as pessoas maiores de 18 anos. Os adolescentes são inimputáveis e responderão por seus atos
infracionais, perante a Vara da infância e da Juventude (artigo 228 da CF).
O acusado que não comparecer em juízo nos atos para os quais foi intimado será
considerado revel. No processo penal o efeito da revelia se resume à ausência de intimação
(desnecessidade de intimação apenas) para os atos processuais futuros, exceto a sentença (o
acusado deve ser intimado da sentença, pois, ele tem legitimidade autônoma para recorrer, por
mais que seu advogado não queira).
Condução coercitiva:
O artigo 260 do CPP prevê - Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade
[policial/judicial] poderá mandar conduzi-lo à sua presença. (Vide ADPF 395)(Vide ADPF 444).
Entretanto, o STF decidiu na ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, que a expressão “para o
interrogatório do acusado” prevista no artigo 260 não foi recepcionada pela Constituição.
Dessa forma, não se pode fazer a condução coercitiva do investigado ou do acusado com
o objetivo de submetê-lo ao interrogatório sobre os fatos.
OBS: vítimas e testemunhas que não comparecem para ser ouvidas pode condução
coercitiva.
É um profissional com habilitação técnica [deve estar inscrito nos quadros da OAB ou
deve ser defensor público, aprovada em concurso público], cuja função é promover a defesa
técnica [o princípio da ampla defesa, previsto no artigo 5º, LV, CF é composto por 2 direitos:
direito a autodefesa - no interrogatório o acusado pode contar a sua versão dos fatos - e
direito à defesa técnica] do acusado.
Súmula 523 do STF - do processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas
a sua deficiência [nulidade relativa], só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
O acusado caso queira, poderá deixar de comparecer à Audiência de Instrução e
Julgamento (AIJ); ou, querendo comparecer, poderá exercer seu direito constitucional de
permanecer em silêncio. Isso ocorre, pois ele pode renunciar à sua autodefesa. Entretanto, a defesa
técnica é indispensável.
Há 4 espécies de defensor:
2) Defensor dativo: Defensor nomeado pelo juiz, sempre que o acusado não constituir
defensor, especialmente nas comarcas onde não houver Defensoria pública.
Artigo 263 do CPP diz - Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz,
ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-
se, caso tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do
defensor dativo, arbitrados pelo juiz;
Obs: Ainda que o acusado não seja hipossuficiente, mesmo assim, o defensor deverá
fazer sua defesa, porque a defesa técnica no processo penal é irrenunciável.
4) Defensor “ad hoc” (leia-se adoc): Nomeado pelo juiz especificamente para
determinado ato, diante da ausência injustificada do defensor constituído ou dativo.
Artigo 265, § 2º, CPP - Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da
audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo
nomear defensor substituto [AD HOC], ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato.
Artigo 265, caput, do CPP - O defensor não poderá abandonar o processo senão por
motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem)
salários-mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (antes da alteração feita pela Lei
14.752/2023).
Novidade legislativa (dez/2023):
Lei 14.752/2023: extinguiu a multa do art. 265 do CPP.
Nova redação: “Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo sem justo motivo,
previamente comunicado ao juiz, sob pena de responder por infração disciplinar perante o
órgão correicional competente”.
Artigo 265, §1º, do CPP - A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o
defensor não puder comparecer. Exemplo: o advogado tem 2 audiências marcadas no mesmo
dia e horário. Neste caso, o juiz que marcou a audiência primeiro, deverá contar com a
presença do defensor, já o juiz que marcou a audiência por segundo, deverá redesignar o
ato.