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FACULDADE PITAGORAS PARAUAPEBAS

CONFISSÃO E DECLARAÇÃO DO OFENDIDO

MARCELO SILVA CUNHA


RAFAEL
ELEOMARCIO
HEITOR MACEDO
THALISON

PARAUAPEBAS - PA
Novembro de 2019
MARCELO SILVA CUNHA
RAFAEL
ELEOMARCIO
HEITOR MACEDO
THALISON

CONFISSÃO E DECLARAÇÃO DO OFENDIDO

Trabalho apresentado ao Professor Bruno


Farias Lima da disciplina Direito Processual
Penal Constitucional Direito 6º B, do curso de
Bacharelado em Direito.

PARAUAPEBAS - PA
Novembro de 2019

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Índice
1- Introdução
2- Da confissão do Ofendido
3- Da Declaração do Ofendido
4- Conclusão
5- Fontes

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Introdução

No cenário jurídico brasileiro muito se tem discutido a respeito da prova de confissão no âmbito
do processo penal já que tal matéria é controvertida quanto sua valoração na análise probatória
do processo.
O que antes era visto “A rainha das provas” a confissão passa a ser vista como uma afirmação
feita pelo acusado sobre a veracidade de fatos criminosos cuja a autoria é imputada a este,
constituindo importante elemento na formação do juiz na análise comprobatória de um processo.
Entretanto, em virtude da sua grande fragilidade recomenda-se não considera-la como prova
absoluta, mas sim, como prova de caráter relativo quanto a sua valoração.

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Da confissão

A confissão tem como conceito para Nestor Tavora e Rosmar Antonni como sendo o
reconhecimento a autoria da imputação ou dos fatos objeto da investigação preliminar por aquele
que está no polo passivo da persecução penal. Já para Mirabete, seria a expressão designativa da
aceitação, pelo autor da pratica criminosa da realidade da imputação que lhe é feita. A natureza
jurídica da confissão é um meio de prova como outro qualquer admissível para demostração da
verdade dos fatos.
A confissão está prevista nos artigos 197 a 200 da lei processual penal. Constitui um importante
instrumento para que o juiz alcance a verdade dos fatos no decorrer do processo, segundo
Guilherme Nucci esse meio de prova é muito importante e conceituado pois amplia os elementos
que lhe foram auferidos. Não quer dizer que a simples confissão do acusado dever ser aceita.
Para que isso aconteça ele deve incidir sobre um fato criminoso, tem que ser pessoal, o
responsável deve ter discernimento suficiente para julgar os fatos, deve ser prestado de forma
espontânea e livre de qualquer coação. Tal ato deve cumprir com as formalidades legais de ser
solene, público, posto a termo e realizado perante autoridade competente, evitando que se torne
um mero testemunho.
Caso ocorra o descumprimento de qualquer um desses requisitos poderá ocasionar a invalidação
da confissão do acusado. Assim proíbe-se terminantemente quaisquer meios que venha a ferir o
direitos e garantias fundamentais estabelecidos no texto constitucional, sob pena de ir contra ao
próprio estado democrático de direito.

A prova de confissão e geralmente prestada na fase de interrogatório, mas se torna passível de


retratabilidade e divisibilidade, dando a possibilidade o confitente modificar o que foi dito no
primeiro momento ou apenas parte da conduta desde que esteja inserido nos autos do processo e
reduzido a termo.
Quanto as espécies a doutrina apresentam as seguintes, a primeira como sendo a simples que
ocorre quando o confitente reconhece pura e simplesmente a prática criminosa. A segunda é a
forma qualificada, nessa espécie o confitente confirma se o autor da conduta, no entanto opõe um
fato impeditivo ou modificativo procurando a excludente e culpabilidade. A terceira é a
modalidade complexa, nessa o confitente reconhece de forma simples várias imputações, a
quarta é a judicial tendo como conceito aquela que é prestada no próprio processo perante ao juiz
competente. A quinta é a extrajudicial, sendo aquelas produzidas no inquérito ou fora dos autos.
A sexta é a categoria explicita onde o confitente reconhece de forma espontânea é expressa ser o

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autor da infração. Por última temos a implícita quando acusado procura ressarcir o ofendido dos
prejuízos causados pela infração.
Em relação aos requisitos eles se dividem em duas categorias, sendo elas os intrínsecos e os
extrínsecos. Extrínsecos sendo os formais, já citados anteriormente. Em relação aos intrínsecos,
deve estar presente a verossimilhança, onde deve-se verificar se há a probabilidade do fato ter
ocorrido com a confissão do acusado, na segunda tem-se a clareza, onde a confissão deve ser
isenta de mentiras/contradições, e por último persistência (ou uniformidade), neste, a versão
apresentada deve ser uniforme, isentas de diferenças/desigualdades.

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Da Declaração

A declaração do ofendido está fixada no artigo 201 do CPP e narra alguns dos direitos de deveres
do ofendido dentro do processo, antes de discutirmos aqui, é importante destacar o conceito de
ofendido para a doutrina e Guilherme de Souza Nucci traz um conceito excelente, definindo que
o ofendido é o sujeito passivo do crime ou seja, a vítima. A pessoa se torna vítima quando um
bem jurídico atingido é por uma infração penal. Importante destacar que o estado concorre como
sujeito passivo.
Algumas doutrinas trazem um detalhamento mais profundo a respeito do conceito diferenciando
a vítima, ofendido é prejudicado e classifica que a vítima é um gênero do qual são espécies o
sujeito passivo, o ofendido e o prejudicado. O sujeito passivo é quem está de posse do bem
jurídico protegido na lei penal, o ofendido por sua vez é a pessoa que sofre danos em detrimento
do delito adquirindo o direito a reparação, já o prejudicado é quem é atingido por um prejuízo
em virtude do cometimento do delito, mesmo que não tenha direito a reparação. Exemplificando
o fato em um eventual crime de homicídio, as vítimas seriam o sujeito passivo no exemplo o
morto, o ofendido seriam os familiares do morto é por último o prejudicado seriam os familiares
do agente que cometeu o delito, pois uma vez sendo recluso o autor da ação, estaria privado do
convívio com sua família e caso este seja o responsável pelo sustento da família o prejuízo seria
ainda maior.

É importante destacarmos que o depoimento da vítima não por ter valores probatórios como o da
testemunha, pois ele não tem compromisso de dizer a verdade observa-se, em primeiro lugar, que
o ofendido não presta o compromisso, sob palavra de honra, de dizer a verdade, tal como
previsto no art. 203 do CPP e a sua narrativa é uma declaração e não um testemunho sendo
importante destacar que a vítima é questionada e solicitada a prestar provas que auxiliarão no
processo e por último e possuem interesse direto na condenação do acusado e consequentemente
poderá ter direitos a reparação civil. Então podemos concluir que a vítima não está no rol das
testemunhas pois caso contrário o seu depoimento estaria contaminado.

O parágrafo primeiro do artigo 201 trata da obrigatoriedade do ofendido contribuir com o


processo sempre que possível, pois no caso de morte eu desaparecimento se torna por óbvio
impossível o seu chamamento ao processo. A doutrina defende que caso o ofendido não seja
inquirido no processo o mesmo estará passível de nulidade podendo as partes solicitar anulação.

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Portanto a vítima pode ser conduzida coercitivamente caso desobedeça a ordem de
comparecimento.

Assim como o ofendido possui obrigações dentro do processo, também possui direitos dentro do
processo e um deles é de ser informado de todas as movimentações relevantes do processo tais
como, o ingresso ou a saída do acusado da prisão, datas das audiências e sentenças ou acórdãos
que eventualmente modifique ou mantenha a condenação, essas informações poderão ser
enviadas para o endereço do ofendido, tendo também a opção do uso de meios eletrônicos.
O ofendido em busca da tutela do Estado deve ter a proteção durante as fases processuais, por
isso a lei processual penal disciplina o ofendido deve ter local separado, uma vez que deve ser
preservada a sua integridade, na prática a vítima geralmente recorre a esse benefício em caso de
crime de praticados com violência e grave ameaça.
Conforme previsão do CPP o juiz deve se entender necessário, poderá encaminhar o ofendido
para atendimento multidisciplinar dentre eles, a assistência jurídica, psicossocial e saúde a serem
custeadas pelo agressor ou o estado a depender do caso concreto, na teoria, temos uma
determinação de garantias perfeita, no entanto quando vamos para a prática o estado não possui
estrutura para garantir a vítimas a assistência necessária para sua total reparação tornando
ineficaz e previsão legal o parágrafo 5º do art. 201 do CPP.
Por últimos iremos tratar das garantias constitucionais da preservação da honra, imagem e
privacidade do ofendido, pois como sabemos, a maioria dos processos são públicos e acessíveis a
quem os queira acompanhar, no entanto para uma vítima de crimes cometidos através de
violência e grava ameaça, como por exemplo o crime de estupro não é viável que esse processo
seja acessível pois caso contrário, traria constrangimento ainda maior para a vítima, portanto,
pode o juiz de oficio ou a requerimento da parte determina que o processo corra em segredo de
justiça limitando o acesso a informação, importante salientar que tal medida não estaria
mitigando o direito do advogado do agressor, portando tal determinação do juiz não estaria
violando o princípio da publicidade

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Fontes:
https://jornalggn.com.br/justica/imprensa-e-a-espetacularizacao-do-processo-penal-por-nilo-
batista/
https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/319988819/o-que-consiste-o-direito-ao-
esquecimento
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

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