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PRINCÍPIOS DA

AÇÃO PENAL

PRIVADA
OPORTUNIDADE OU CONVENIÊNCIA
• DISPONIBILIDADE
• INDIVISIBILIDADE
• INSTRANSCENDÊNCIA
OPORTUNIDADE OU
CONVENIÊNCIA
O ofendido ou seu representante legal promove a
ação penal se for de seu interesse se no momento e
propor for oportuno ou, se oportuno, for conveniente
a sua propositura. Ao contrário da ação penal pública
que é regida pela obrigatoriedade, a ação privada dá
a faculdade pro ofendido para verificar se vale a pena
o escândalo do processo.
DISPONIBILIDADE

Na ação privada, a decisão de prosseguir ou


não até o final e do ofendido. É um
decorrência do princípio o da oportunidade.
O particular é o exclusivo titular dessa
ação, porque o Estado assim o desejou e,
por isso, lhe é dada a prerrogativa de
exercê-la ou não, conforme suas
conveniências
O ofendido pode dispor da ação privada de
PERDÃO
O perdão é a clemência, indulgência, a bondade
concedida pelo querelante( autor da ação) ao
querelado(réu). É uma das causas de extinção da
punibilidade- art. 107V CPB. A lei é clara em estabelecer
onde o perdão é concedido e em que momento Art. 105
CPB. Somente a ação exclusivamente privada é que o
perdão pode ser concedido. O perdão pode ser
concedido no processo ou fora dele. Por mais que possa
o querelante dispor da ação pelo perdão, este deve ser
aceito pelo querelado, pois senão não produzira efeito.
Pode o querelado querer demonstrar sua inocência e não
aceitar o perdão, mas o querelante pode ainda
abanonar a ação e extingui a puniblidade.
PERDÃO
Art. 58.  Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a
dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio
importará aceitação.
        Parágrafo único.  Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
        Art. 59.  A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado,
por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
PERDÃO

Art. 51.  O perdão concedido a um dos querelados


aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito
em relação ao que o recusar
Art. 53.  Se o querelado for mentalmente enfermo ou
retardado mental e não tiver representante legal, ou
colidirem os interesses deste com os do querelado, a
aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe
nomear.
PEREMPÇÃO

Perimir significa matar, destruir. Perimir a ação é dar


fim a ela, é matá-la. Assim como o perdão é uma causa
extintiva de punibilidade- Art. 107, V, CPB. A
perempção só é admissível nas ações de iniciativa
exclusivamente privada. A natureza da perempção é
uma sanção imposta ao ofendido desidioso que
abandona a ação. Somente pode ocorrer no curso da
ação. A diferença entre o perdão e a perempção é que
esta não necessita o aceite do querelado, basta o
abandono da ação pelo ofendido
PEREMPÇÃO
Art. 60.  Nos casos em que somente se procede
mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
penal:
        I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de
promover o andamento do processo durante 30 dias
seguidos;
        II - quando, falecendo o querelante, ou
sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em
juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo
de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
INDIVISIBILIDADE

O ofendido pode escolher entre propor ou não a ação,


porém não pode escolher dentre os ofensores qual irá
processar . Ou processa todos ou processa nenhum. A
ação penal privada não é um instrumento de vingança
mas sim de justiça; portanto, deve ser exercida contra
todos os autores.
Art. 45 e 48 CPP.
Art. 48.  A queixa contra qualquer dos autores do
crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério
Público velará pela sua indivisibilidade
.
INDIVISIBILIDADE

Art. 45.  A queixa, ainda quando a ação penal for


privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo
Ministério Público, a quem caberá intervir em todos
os termos subseqüentes do processo
Art. 46 § 2º.  O prazo para o aditamento da queixa
será de 3 dias, contado da
data em que o órgão do Ministério Público receber os
autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo,
entender-se-á que não tem o que aditar,
prosseguindo-se nos demais      termos do processo.
INDIVISIBILIDADE

ADITAMENTO DA QUEIXA-CRIME PELO M.P. -


Damásio de Jesus, Fernando Capez e Aury Lopes Jr. Só
cabe o aditamento impróprio, ou seja só pode haver
correção material, não pode haver inclusão de fatos,
coautores ou partícipes, por força do artigo 45 CPP.
ADITAMENTO DA QUEIXA-CRIME PELO M.P. Doutrina
divergente: Weber Martins, Paulo Rangel, Eugênio
Paccelli e Tourinho Filho , aditamento subjetivo para
incluir outros autores
INSTRANSCENDÊNCIA

A ação penal só pode ser proposta em face do autor


ou do partícipe da infração penal, não podendo
estender-se a qualquer outra pesoa. Art. 5º XLV-
CF/88
ESPÉCIES DE AÇÃO
PENAL
EXCLUSIVAMENE PRIVADA OU PROPRIAMENTE DITA-
pode ser prosposta pelo ofendido, se maior de 18 anos e
capaz ou pelo representante legal quando menor de 18
anos, no aso de morte ou ausência, pelo CADI- art.
31CPP.
PERSONALÍSSIMA- sua titularidade é atribuída
exclusivamente ao ofendido, sendo seu exercício vedado
até mesmo ao representante legal, inexistindo ainda
sucessão por morte ou ausência. Assim, falecendo o
ofendido nada há que faze r senão aguardar a extinção
da punibilidade. Art, 236CP
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA- Art. 5º LIX CF/88 - proposta
nos crimes de ação penal pública condicionada ou
incondicionada quando o M.P. deixa de fazê-lo no prazo
DECADÊNCIA
É a perda do direito pelo decurso de determinado
lapso temporal, estabelecido em lei, provocando
extinção da punibilidade o agente. Na realidade,
enquanto a decadência faz perecer o direito de ação,
que, indiretamente atinge o direito de punir pelo
Estado, já que este não pode prescindir do devido
processo legal para aplicar sanção penal a alguém, a
prescrição, quando ocorre, atinge diretamente o
direito de punir.
A decadência envolve todo tipo de ação penal-
exclusiva e subsidiária, abrangendo também o direito
de representação.
Na ação penal subsidiária o ofendido decai do direito
DECADÊNCIA
A contagem do prazo decadencial, embora seja um
prazo processual , que cuida do direito de ação, possui
reflexos nítidos no direito penal e é contado nos
termos do artigo 10 do CPB, incluindo-se o dia do
começo e excluindo-se o dia do fina. Se alguém toma
conhecimento d a autoria de um crime no dia 10 de
março o prazo vencerá no dia 9 de setembro
O marco inicial é o dia que a vítima souber quem é o
autor do crime.
Art. 38.  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou
seu representante legal, decairá no direito de queixa
ou de representação, se não o exercer dentro do
prazo de seis meses, contado do dia em que vier a
RENÚNCIA
Renunciar significa desistir, abdicar de algo. No contexto
processual penal, demonstra que a vítima se recusa a tomar
providência contra seu agressor, em se tratando de crime de
ação penal privada. A renúncia ocorre sempre antes do
ajuizamento da ação. Pode ser porque o ofendido não quer o
processo ou porque perdoou a atitude do ofensor. Pode também
o ofendido deixar escoar o prazo decadencial
Pode ser expressa que pode ser feita no I.P. , por meio de
petição ou então uma carta ao agressor ou tácita quando o
ofendido se reconcilia com o agressor através de atitudes e
gestos
RENÚNCIA

Art. 49.  A renúncia ao exercício do direito de queixa,


em relação a um dos autores do crime, a todos se
estenderá.
Art. 50.  A renúncia expressa constará de declaração
assinada pelo ofendido, por seu representante legal
ou procurador com poderes especiais.
CRIMES DE AÇÃO
PENAL PRIVADA NO
CPB
Calúnia, difamação e e injúria - Arts. 138, 139 e 140
Alteração de limites Usurpação de águas Esbulho possessório QUANDO NÃO HOUVER VIOLÊNCIA E A
PROPRIEDADE FOR PRIVADA Art. 161, § 1º I e II
Dano - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima – Art. 163 caput § único IV
CRIMES DE AÇÃO
PENAL PRIVADA NO
CPB
Introdução ou abandono de animais em propriedade
alheia- Art. 164c/c 167
Fraude à execução- Art. 179
Violação de direito autoral art. 184
Induzimento a erro essencial e ocultação de
impedimento- art. 236
Exercício arbitrário das próprias razões- art. 345
DENÚNCIA

Petição inicial da ação penal pública.


Requisitos:
Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição
do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias,
a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
quais se possa identificá-lo, a classificação do crime
e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Reparação dos danos. Art. 387, IV CPP
DENÚNCIA
Descrição das condutas pormenorizadas da conduta
de cada agente em crime de autoria coletiva - RHC
66020 STF
Ementa
RECURSO DE 'HABEAS CORPUS'. CONCURSO DE
DIVERSAS PESSOAS NA PRATICA DO DELITO. PARA
CONFIGURA-LO, A DENUNCIA HÁ DE CARACTERIZAR O
ACORDO DE VONTADE DOS ACUSADOS E A
PARTICIPAÇÃO EFETIVA DE CADA UM DOS AGENTES.
SE NÃO FICOU DEVIDAMENTE ESCLARECIDA A
PARTICIPAÇÃO DO RECORRENTE NA AÇÃO
CRIMINOSA, EM ORDEM A LHE CONFERIR VALOR
JURÍDICO-PENAL EM FACE DAS OUTRAS CONDUTAS
DENÚNCIA
Prazo para oferecimento: Art. 46.  O prazo para
oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será
de 5 dias, contado da data em que o órgão do
Ministério Público receber os autos do inquérito
policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou
afiançado. No último caso, se houver devolução do
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o
prazo da data em que o órgão do Ministério Público
receber novamente os autos.
Se promotor não oferecer no prazo:
• HC para réu indiciado
• Art. 29 CPP para a vítima
• Art. 801 CPP para o promotor
QUEIXA-CRIME
Petição inicia da ação penal privada.
Requisitos: mesmos da denúncia.
Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
quais se possa identificá-lo, a classificação do crime
e, quando necessário, o rol das testemunhas
QUEIXA-CRIME

Prazo para a queixa-crime


Art. 38.  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou
seu representante legal, decairá no direito de queixa
ou de representação, se não o exercer dentro do
prazo de seis meses, contado do dia em que vier a
saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art.
29, do dia em que se esgotar o prazo para o
oferecimento da denúncia
QUEIXA-CRIME
Procuração com poderes especiais. Art. 44.  A queixa
poderá ser dada por procurador com poderes especiais,
devendo constar do instrumento do mandato o nome do
querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando
tais esclarecimentos dependerem de diligências que
devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
O que compete ao Juiz
apreciar ao despachar
a denúncia ou queixa?
Artigo 395 CPP
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Art.
395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
       
I - for manifestamente inepta;  ausência dos
requisitos do art. 41
Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
quais se possa identificá-lo, a classificação do crime
e, quando necessário, o rol das testemunhas
Artigo 395 CPP
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício
da ação penal; ou  
  III - faltar justa causa para o exercício da ação penal
Extinção da
Punibilidade
Art. 61.  Em qualquer fase do processo, o juiz, se
reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo
de ofício. Art. 107 do CPB
        Parágrafo único.  No caso de requerimento do
Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz
mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte
contrária e, se o julgar conveniente, concederá o
prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão
dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a
matéria na sentença final.
        Art. 62.  No caso de morte do acusado, o juiz

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