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Ação Penal
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AÇÃO PENAL
O Código Penal, em alguns artigos, trata da ação penal. É por isso que esse assunto
também é estudado no âmbito do Direito Penal e não apenas no Direito Processual Penal, que
aprofunda muito mais esse tema.
DA AÇÃO PENAL
Art. 100. A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
ATENÇÃO
Em regra, a ação penal será pública. A exceção são os casos em que a lei dispõe, expres-
samente, que a ação penal de um determinado crime depende de queixa-crime, que é a peça
inicial acusatória dos casos de ação penal privada.
Art. 100, § 1º A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige,
de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
Assim, se a lei não exigir a representação ou a requisição, a ação penal pública é incondi-
cionada, ou seja, o Ministério Público age de ofício. Para ser condicionada, a lei precisa exigir;
5m para ser privada, a lei deve trazer essa disposição.
Na ação penal pública, quem inicia a ação penal é o Ministério Público, por meio da denún-
cia. Já no caso da ação penal privada, quem inicia é o querelante, por meio de uma queixa-
-crime, cujo prazo é, em regra, de seis meses a contar do conhecimento da autoria. A exceção
é a ação penal privada subsidiária da pública, que tem um prazo de seis meses a partir da
inércia do Ministério Público.
A ação penal pública pode ser incondicionada ou condicionada a representação do ofen-
dido ou a requisição do Ministro da Justiça.
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Quando a lei dispõe que um crime é de ação penal pública condicionada, o Ministério
Público só pode oferecer a denúncia se houver a representação de quem foi ofendido (vítima).
Logo, trata-se de uma condição de procedibilidade da ação penal.
A doutrina ainda levanta a hipótese da ação penal pública subsidiária da pública. O prin-
cipal exemplo disso é o chamado incidente de deslocamento de competência, que ocorre
quando o Procurador-Geral da República propõe o IDC perante o STJ, para deslocar a com-
petência da Justiça Estadual para a Justiça Federal.
Já a ação penal privada pode ser comum (ou propriamente dita), personalíssima ou sub-
10m sidiária da pública.
A ação penal privada comum é aplicável, em regra, nos crimes contra a honra. Nesse tipo
de ação penal cabe a sucessão processual.
Na ação penal privada personalíssima não cabe a sucessão processual.
O crime de ação penal privada subsidiária da pública é um crime de ação penal pública,
em que há uma vítima determinada, mas em que o Ministério Público perde o prazo para o
oferecimento da denúncia.
Ao perder o prazo, inicia-se o prazo para que o particular ofereça a queixa-crime subsi-
diária, que será de seis meses a contar da inércia do MP. Em regra, o prazo para o ofereci-
mento de denúncia pelo MP é de cinco dias se o investigado estiver preso e de 15 dias se
estiver solto.
Art. 100, § 3º A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Minis-
tério Público não oferece denúncia no prazo legal.
Sucessão processual
Art. 100, § 4º No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o
direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente
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ou irmão.
Obs.: vale lembrar que a doutrina inclui no rol do art. 100, § 4º, do CP, o companheiro.
A ação penal no crime complexo
Art. 101. Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si
mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qual-
quer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.
Nesse sentido, a soma de um determinado crime “A” e um crime “B” tem como resultado
15m o crime “C”, que é considerado um crime complexo, pois a lei considera como elemento ou
circunstância do crime “C” fatos que, sozinhos, já são considerados crimes.
Assim, cabe ação penal pública em relação ao crime “C” se os crimes “A” e “B” também
forem de ação penal pública.
Irretratabilidade da representação
Nos crimes de ação penal pública condicionada a representação do ofendido o prazo de
representação é o mesmo do de apresentação da queixa-crime.
Depois dessa representação, é possível que uma pessoa venha a se retratar e, portanto,
retirar essa representação até o oferecimento da denúncia.
Depois que o MP oferece a denúncia, o particular não pode mais se retratar.
Obs.: no caso da Lei Maria da Penha ainda é possível a ação penal pública condicionada a
representação da ofendida, por exemplo, no caso de ameaça. Assim, a ofendida pode
20m
se retratar até o recebimento da denúncia, desde que em audiência específica com o
juiz. Essa é uma característica especial presente nessa lei.
Art. 103. Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de repre-
sentação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber
quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o
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Art. 104. O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente.
Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a
vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano
causado pelo crime.
Perdão do ofendido
A renúncia ou decadência não cabe após o oferecimento da queixa-crime, mas cabe o
perdão e a perempção.
Art. 105. O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao
prosseguimento da ação.
Obs.: vale lembrar que todos devem aceitar esse perdão para que o processo seja extinto.
Se um dos querelados não aceitar o perdão, o processo continua em relação a ele,
mas termina para os demais que aceitaram o perdão.
II – se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;
III – se o querelado o recusa, não produz efeito.
§ 1º Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na
ação.
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Obs.: o simples fato de cumprimentar uma pessoa da qual se deu queixa de um crime não
é considerado perdão tácito.
DIRETO DO CONCURSO
1. (2016/FCC/SEGEP-MA/TÉCNICO DA RECEITA ESTADUAL – ARRECADAÇÃO E FISCALI-
ZAÇÃO DE MERCADORIAS EM TRÂNSITO/CONHECIMENTOS GERAIS) Nas ações pe-
nais em que a lei exige a representação do ofendido, a retratação pode ocorrer enquanto NÃO:
a. oferecida a denúncia.
b. julgada a ação penal.
c. concluído o inquérito policial.
d. oferecida a queixa crime.
e. pronunciado o acusado.
COMENTÁRIO
É possível a retratação da representação enquanto não for oferecida a denúncia.
COMENTÁRIO
A perempção e o perdão cabem nos crimes de ação penal privada.
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GABARITO
1. a
2. e
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Wallace França.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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