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AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA


 
• Conceito
 
É aquela cujo exercício se subordina a uma condição.
 
Essa condição pode ser a manifestação da vontade do ofendido, do
representante legal ou do Ministro da Justiça.
 
Mesmo nesses casos a ação penal continua sendo pública, exclusiva do
Ministério Público, cuja atividade fica apenas dependendo de uma dessas
condições (art. 24, CPP, art. 100, §1º, CP)
 
Os casos sujeitos à representação e à requisição estão expressos na lei.
 
• Ação Penal Pública condicionada à representação
 
O Ministério Público só pode dar inicio a esta ação se a vítima ou o
representante legal o autorizarem por meio da manifestação de vontade. Em
virtude disse, tratam-se de crimes que afetam profundamente a esfera íntima
do individuo. Inexistindo permissão da vítima, nem sequer será possível a
instauração do inquérito policial (art. 5º, §4º, CR/88)
 
Todavia, uma vez iniciada a ação penal, o Ministério Público a assume
incondicionalmente, a qual passa a observar o principio da indisponibilidade da
ação penal.
 
 
 
• Natureza Jurídica da representação
 
Trata-se de condição objetiva de procedibilidade. Sem a representação do
ofendido ou, quando for o caso, sem a requisição do Ministro da Justiça, não se
pode dar inicio à persecução penal. São requisitos especiais, exigidos por lei ao
lado daqueles gerais a todas as ações para que se possa exigir a prestação
jurisdicional.
 
O não exercício do direito de representação acarreta a extinção da punibilidade
(art. 107, IV, CP)
 
 
 
• Titular do direito de representação
 
Se o ofendido tiver menos de 18 anos ou for mentalmente enfermo, o direito
de representação cabe exclusivamente a quem tenha qualidade para
representa-lo.
 
Pode também ser exercido por procurador com poderes especiais (art. 39,
CPP).
 
No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão (art. 24, §1º, CPP).
 
Se o ofendido for incapaz e não possuir representante legal, o juiz, de ofício ou
a requerimento do Ministério Público, nomeará um curador especial para
analisar a conveniência de oferecer representação. Esse mesmo procedimento
será aplicado caso o interesse do representante colidirem com o interesse do
incapaz (art. 33, CPP)
 
 
 
• Prazo
 
O prazo para o exercício da representação esta previsto no art. 38, CPP. Isto é
seis meses, contados do dia em que vier a saber quem é o autor do crime ou,
em caso de ação penal subsidiária, do dia em que se esgotar o prazo para
oferecimento da denúncia.
 
É prazo decadencial, por isso não se suspende nem se prorroga.
 
Em se tratando do menor de 18 anos ou, se maior possuidor de doença
mental, o prazo não fluirá para ele enquanto não cessar a incapacidade, assim,
não se pode falar em decadência de um direito que não se pode exercer.
Contudo, o prazo flui para o representante legal, desde que ele saiba quem é o
autor do delito.
 
A doutrina defende que existem dois prazos: o do representante legal, que se
inicia a partir do conhecimento da autoria e do menor, que só começa correr a
partir do dia que completar 18 anos.
 
No caso de morte ou ausência judicialmente declarada do ofendido, o prazo,
caso a decadência ainda não tenha se operado, começa a correr da data em
que o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão tomarem conhecimento da
autoria (art. 38, parágrafo único, CPP).
 
Vale observar que a representação não possui forma especial.
 
 
 
• Destinatários
 
Pode ser dirigida ao juiz, ao representante do Ministério Público ou à
autoridade policial. Se presentes todos requisitos indispensáveis à propositura
da ação penal, o Ministério Público poderá oferecer denúncia, inclusive,
dispensando o inquérito policial.
 
 
 
• Irretratabilidade
 
Após o oferecimento da denúncia a representação é irretratável.
 
A retratação só pode ser feita antes de oferecida a denúncia e pela mesma
pessoa que representou.
 
Em pese posições contrárias na doutrina, a jurisprudência entende possível a
retratação da retratação, isto é o desejo do ofendido abrir mão da retratação.
 
 
 
• Não vinculação
 
A representação não obriga o Ministério Público a oferecer a denúncia, devendo
este analisar se é ou não o caso de propor a ação penal, podendo concluir
tanto pela instauração, arquivamento ou retorno para diligências do inquérito
policial. Além do que não esta vinculado à definição jurídica do fato constante
na representação.
 
 
 
• Ação Penal Pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça
 
A requisição é um ato político, tendo em vista que há certos crimes em que a
conveniência da persecução penal esta subordinada a essa conveniência
política.
 
 
 
- Hipóteses de requisição: crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora
do Brasil (art. 7, §3º, CP); crimes contra honra cometidos contra chefe de
governo estrangeiro (art. 141, I, c/c art. 145, CP); crimes praticados contra
Presidente da República (art. 141, I, c/c art. 145, CP).
 
- Prazo para oferecimento da requisição: A lei é omissa. Entende-se que pode
ser oferecida a qualquer tempo.
 
- Retratação da requisição: Não deve ser admitida.
 
- Vinculação da requisição: não obriga o Ministério Público a oferecer denúncia.
A requisição é uma autorização política para o Ministério Público desempenhar
este papel.
- Destinatário da requisição: é o Ministério Público.

Exercício 1:

"Toda Ação Penal é pública, em princípio, pois é ela um direito subjetivo


perante o Estado-Juiz. A distinção que se faz de ação pública e ação privada se
estabelece em razão da legitimidade para agir: se é promovida pelo próprio
Estado-Administração, por intermédio do Ministério Público, é ela ação penal
pública; se a lei defere o direito de agir à vítima, é ação penal privada."

Considerando a explicação acima, é correto afirmar:

A)

toda ação penal é pública, mesmo que a lei estabeleça a iniciativa do


particular                       

B)

ação penal será pública ou privada conforme a vontade da vítima

C)

a lei estabelece sobre a iniciativa da ação penal, podendo ser pública ou


privada.

D)
cabe ao Ministério Público decidir sobre a legitimidade para a propositura de
ação penal

E)

a ação penal será pública ou privada a critério do Juiz

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

Comentários:

Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários

Exercício 2:

O artigo 24 do CPP, dispõe que: “Nos crimes de ação pública, esta será
promovida por denúncia ao Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o
exigir, de requisição do Ministro da Justiça ou de representação do ofendido ou
de quem tiver qualidade para representá-lo”

Ante a regra em pauta, é correto dizer:

A)

O Ministério Público não será titular da ação penal pública na hipótese de


representação do ofendido;

B)

O Ministério Público não será titular da ação penal pública na hipótese de


requisição do Ministro da Justiça;

C)

O Ministério Público é sempre o titular da ação penal pública

D)
O titular da ação penal pública é o Delegado de Polícia;

E)

O titualr da ação penal pública sempre será o Juiz de Direito.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

Comentários:

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Exercício 3:

 A titularidade da ação penal pública é atribuída ao Ministério Público. Esta


afirmação possui amparo no principio:

A)

 da obrigatoriedade

B)

 da oficialidade

C)

 da indisponibilidade

D)

 da divisibilidade

E)

 do inquisitivo
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)

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Exercício 4:

 Após instaurada ação penal, o Ministério Público não poderá desistir, conforme
previsto no artigo 42, do Código de Processo Penal. Essa assertiva possui
fundamento no principio.

A)

 da obrigatoriedade

B)

 da oficialidade

C)

 da indisponibilidade

D)

 da divisibilidade

E)

 da indivisibilidade

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

Comentários:

Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários


Exercício 5:

 O oferecimento da denúncia contra somente um acusado não exclui a


possibilidade de propor ação penal contra os demais posteriormente,
permitindo-se o aditamento da denúncia. Esta possibilidade possui
fundamento no princípio.

A)

 da obrigatoriedade

B)

 da oficialidade

C)

 da indisponibilidade

D)

 da divisibilidade

E)

 do inquisitivo

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)

Comentários:

Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários

Exercício 6:

Quando o Ministério Público não propuser denúncia no prazo legal:


A)

O inquérito policial será arquivado.

B)

A punibilidade do agente estara prescrita

C)

é admitida a propositura da ação penal privada pelo ofendido ou seu


representante legal.

D)

é admitida a propositura da ação penal pública condicionada à representação.

E)

é admitida a propositura da ação penal pública condicionada à requisição.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

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Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários

Exercício 7:

A respeito do principio da Obrigatoriedade da Ação Penal Pública


Incondicionada, temos:

A)

significa que o Ministério Público não pode se recusar em dar início a ação
penal.
B)

significa que o Ministério Público não pode requerer o arquivamento do


Inquérito Policial.

C)

Significa que o Ministério Público não pode oferecer a transação penal nas
infrações penais de menor potencial ofensivo.

D)

Em decorrÇencia deste principio, o art. 76, da Lei nº 9.099/95, que admite a


transação nos crimes de menor potencial ofensivo, foi revogado.

E)

Significa que o Ministério Público não pode desistir da ação penal depois que
ela tiver sido proposta.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)

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Exercício 8:

Em se tratando do Principio da Indisponibilidade da Ação Penal, podemos


afirmar que:

A)

Significa que o Ministério Público não pode se recusar em dar início a ação
penal.
B)

Significa que o Ministerio Público não pode requerer o arquivamento do


Inquérito Policial.

C)

Significa que o Ministério Público não pode oferecer a transação penal nas
infrações penais de menor potencial ofensivo

D)

Em decorrência deste principio, o art. 76, da Lei nº 9.099/95, que admite a


transação nos crimes de menor potencial ofensivo, foi revogado.

E)

Significa que o Ministério Público não pode desistir da ação penal depois que
ela tiver sido proposta.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)

Comentários:

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