Ação Penal Publica: É promovida pelo Ministério Publico, dependendo, quando
a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministério da Justiça. As ação penal pode ser classificada levando em consideração o titular para a sua propositura ( critério subjetivo). Desse modo, divide-se em ação penal de iniciativa pública, promovida pelo Ministério Público, e ação penal de iniciativa privada, promovida pela vítima. A ação penal de iniciativa pública pode ser incondicionada ou condicionada a representação da vítima ou requisição do Ministério da Justiça. A ação penal de iniciativa privada pode ser exclusivamente privada, personalíssima ou subsidiária da pública. Em regra, a ação penal é de iniciativa pública incondicionada. Além disso, consoante ao artigo 24 do Código de Processo Penal, seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. A ação apenas será de iniciativa pública condicionada ou de iniciativa privada quando a lei dispuser expressamente ( art. 100, caput, do CP) São cinco os princípios que regem a ação penal pública: obrigatoriedade ou legalidade, indisponibilidade, oficialidade, intrascedência, ( in ) divisibilidade Princípio da obrigatoriedade: preenchidos os requisitos legais, o Ministério Público tem o dever de oferecer denúncia. A obrigatoriedade encontra exceções, a exemplo da transação penal nas infrações de menor potencial ofensivo ( art. 76 da Lei 9. 099/1995) e do acordo de não persecução penal ( art . 28-A do CPP) Princípio da Indisponibilidade: o Ministério Público não pode desistir da ação penal ( art. 42 do CPP ). Se verificar posteriormente que não é caso de condenação, pode requerer a absolvição do acusado, conduta que não se confunde com a desistência ou abandono da causa. A indisponibilidade é excepcionada, por exemplo, na hipótese de suspensão condicional do processo ( art. 89 da Lei 9.099/1995) Princípio da oficialidade: o Ministério Público, titular da ação penal pública é um órgão oficial do Estado. Princípio da intranscedência: a ação penal somente pode ser ajuizada em face dos autores e partícipes da infração penal. Trata- se de consequência processual do princípio da responsabilidade penal ( a pena não pode passar da pessoa do condenado ). Por conseguinte, o falecimento do réu é causa de extinção da punibilidade ( art. 107, I, do CP) Princípio da ( in) divisibilidade: de acordo com o princípio da indivisibilidade, a ação penal deve abranger todos os agentes que concorreram para a infração, não podendo o Ministério Público escolher quem processar. Setor da doutrina admite que o Ministério Público ofereça denúncia em relação a parte dos agentes e prossiga as investigações quanto aos outros. Por conta disso, existe divergência se o princípio aplicável a ação pública seria o da indivisibilidade ou da divisibilidade ( sendo o último adotado pelo Tribunal Superiores ) Ação penal pública incondicionada: é uma especie de ação penal promovida pelo Ministério Público, mediante o oferecimento de denúncia, independente de qualquer condição específica. Ação penal pública condicionada: se dá pelo fato do Ministério Público só poder oferecer a denúncia se determinada ação acontecer, procedibilidade. No caso, são duas possibilidades: representação do ofendido (condicionada a representação) ou a requisição do Ministro da Justiça (condicionada a requisição). Ação Penal Privada: a ação penal privada é aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, transfere a legitimidade para a propositura da ação penal à vítima ou a seu representante legal. A distinção básica que se faz entre ação penal privada e ação penal pública residem na legitimidade ativa. Importante ressaltar que, mesmo na ação privada, o Estado continua sendo o único titular do direito de punir e, portanto, da pretensão punitiva. A peça acusatória, elaborada pelo ofendido, que dá início à ação penal de iniciativa privada é a queixa-crime. Como a denúncia deve conter a exposição do fato criminoso e suas circunstâncias, qualificação do acusado ou descrição de elementos que permitem sua identificação, classificação jurídica do fato e rol de testemunhas, se houver ( art. 41 do CPP ). O prazo para o ajuizamento da queixa-crime é de 6 meses, contando do dia em que o ofendido veio a saber quem é o autor do crime ( art. 103 do CP) Princípios que regem a ação penal privada: oportunidade ou conveniência, disponibilidade, intrascendência, indivisibilidade. Princípio da oportunidade ou conveniência: a vítima pode ou não ajuizar a queixa, conforme sua vontade. Não há obrigatoriedade. Princípio da disponibilidade: a vítima pode desistir da ação privada já proposta. Entre os mecanismos para tanto estão a perempção e o perdão do ofendido. Princípio da intranscedência: a ação penal somente pode ser ajuizada em face dos autores e partícipes da infração penal. Trata-se da consequência processual do princípio da responsabilidade penal. O falecimento do réu, é causa de extinção da punibilidade ( art. 107, I, do CP). Princípio da indivisibilidade: a ação deve abranger todos que concorreram para a infração, não podendo a vítima escolher quem processar. A renúncia quanto a um dos agentes se estende aos demais. Nos termos do artigo 48 do Código de Processo Penal, “ a queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público valerá pela sua indivisibilidade”. Ação penal privada personalíssima:: é uma ação atribuída única e exclusivamente ao ofendido, sendo seu exercício vedado até mesmo ao seu representante legal, inexistindo ainda a sucessão por morte ou ausência. Isso quer dizer, em termos práticos, que em caso de falecimento do ofendido, não há nada para se fazer senão extinguir-se a punibilidade do agente. Ação penal privada subsidiária da pública: a ação penal privada subida pública encontra fundamento na Constituição Federal: “ será admitida ação privada nos crimes de ação pública se esta não for intentada no prazo legal “ ( art. 5, inciso LIX). Essa espécie de ação penal é aplicável aos crimes de ação pública, quando há inércia do Ministério Público para oferecimento da denúncia. Surge para o ofendido ( ou representante legal ) a possibilidade de exercer o direito de queixa subsidiária. O ofendido decairá no direito de queixa subsidiária se não o exercê-lo no prazo de 6 meses, contado do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia ( art. 38 ). Porém, na ação privada subsidiária da pública, a decadência não gera extinção da punibilidade do agente, podendo o Ministério Público ajuizar a ação penal. Por isso, é chamada de decadência impropria. Nessa espécie de ação penal, também não provocam extinção de punibilidade a renúncia da vítima e nem o perdão do ofendido, pois o Ministério Público conserva a titularidade da ação penal. Pelo mesmo motivo, não há se falar em perempção ( morte da ação pela desídia do querelante ) Ação penal exclusivamente privada: Ação penal privada exclusiva é aquela promovida por meio de queixa-crime proposta pela vítima (ofendido) ou seu representante legal , conforme os casos descritos no Código de Processo Penal: morte do ofendido, estar o ofendido declarado ausente por decisão judicial, for menor de 18 (dezoito) anos, mentalmente enfermo, retardado mental, como expresso nos artigos 31 e 33.