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AÇÃO PENAL:
A doutrina descreve: “Do crime nasce a pretensão punitiva estatal, mas não
o direito de ação, que preexiste à prática da infração penal, aliás, como
direito constitucional (art. art. 5º, XXXV, CF).1”
1
Guilherme NUCCI – Código de Processo Penal Comentado.
2
Nestor TÁVORA – Curso de Direito Processo Penal.
Atenção! Mesmo quando é o querelante o ente privado que instrumentaliza a ação penal
privada, o direito de ação tem essência pública.
Atenção - O direito subjetivo é do sujeito titular da ação penal, mas não implica,
necessariamente, no acolhimento da pretensão punitiva.
Atenção - Deve haver a chamada “causa de pedir”, que é o fato o qual se relaciona o
direito de ação.
Conceito de Ação Penal - A ação penal é fase da persecução criminal na qual se busca
a satisfação da pretensão punitiva, em contraditório e com controle judicial, em face de
um acusado que, por via de consequência, leva a termo o seu direito de ampla defesa
em suporte à sua liberdade ambulatória.
Atenção - No Brasil, pode-se perceber duas fases da persecução criminal: a fase que a
doutrina denomina como pré-processual (se dá no inquérito policial) e a fase processual
(quando ocorre a ação penal).
Atenção - Nessa construção dialética entre a acusação e a defesa, à luz das provas
produzidas nos autos, é que o Estado-Juiz levará a efeito a prestação jurisdicional,
podendo culminar com a aplicação de lei penal incriminadora, com condenação,
absolvição ou extinção da ação penal, devido a alguma incidência
Espécies de Ação Penal - Há duas espécies de ação penal summa diviso – sob a
perspectiva da legitimação ativa:
2.a) Subsidiária da pública (cf. art. 29, CPP) – quando o direito de agir
transfere-se ao particular em face do MP, que se queda inerte diante do
seu mister. Nesde último caso, a AP inicia-se por queixa e é tratada
como privada. Vide art. 30, CPP.
Art.29.Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e
oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal.
O STF, em sede sumular, tem o seguinte entendimento sobre essa última exceção:
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do
Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver
qualidade para representá-lo.
Art. 6º A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o
recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da
acusação, se a decisão não depender de outras provas.
Atenção! O STF, em sede sumular, tem o seguinte entendimento sobre esta última exce-
ção, Súmula n. 714:
Assim, se o crime for contra a honra do servidor, tanto este quando o MP têm legitimidade
para levar a termo a ação penal.
JUSTA CAUSA PARA A AÇÃO PENAL - “A justa causa, em verdade, espelha uma
síntese das condições da ação. Inexistindo uma delas, não há justa causa para a ação
pena”l. Nas palavras de Nestor Távora, “A ação só pode ser validamente exercida se a
parte autora lastrear a inicial com um mínimo probatório (indícios mínimos de autoria
e materialidade e as circunstâncias) que indique os indícios de autoria, da materialidade
delitiva, e da constatação da ocorrência de infração penal em tese (art. 395, I1I, CPP).
É o fumus commissi delicti (fumaça da prática do delito) para o exercício da ação penal.”
A ação penal pública será promovida por denúncia do MP quando houver a incidência
dos elementos mínimos: autoridade do crime, materialidade e circunstâncias.
Atenção - Na seara dos crimes de menor potencial ofensivo (pena menor que 2 anos ou
as contravenções penais), sob os auspícios da Lei n. 9.099/1995, que instituiu os Juizados
Especiais Criminais (JECRIM), há relativização desse princípio em relação aos crimes de
ação penal pública. Aqui há o princípio da obrigatoriedade mitigada (discricionariedade
regrada), existindo a possibilidade de transação penal e composição civil entre as partes.
Vide art. 76 da Lei n. 9.099/1995:
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá
propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
especificada na proposta.
(…)
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração,
o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em
reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo
benefício no prazo de cinco anos.
2) Indisponibilidade – Uma vez proposta a ação, o Ministério Público não pode dela
dispor, cf. art. 42 do CPP. Da mesma forma, não pode o MP desistir de recurso interposto,
cf. art. 576 do CPP. Por óbvio, a acusação não é obrigada a interpor recurso, todavia, se
o fizer, não poderá desistir do recurso manejado.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a
um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado
por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77, do Código Penal).
3) Oficialidade – a persecução criminal in juditio (ação penal), assim como a extra juditio
(inquérito policial), está a cargo de um órgão oficial. Em juízo é o MP o órgão responsável
e, na investigação criminal policial, é a polícia judiciária, através do delegado de polícia.
4) Autoritariedade – o titular da ação penal é uma autoridade pública, sendo membro do
MP.
5) Oficiosidade – a ação penal pública incondicionada não demanda autorização para se
instaurar, devendo o Ministério Público atuar ex officio.
6) Da indivisibilidade – a ação penal deve estender-se a todos aqueles que praticaram a
infração criminal. Assim, o MP tem o dever de ofertar a denúncia em face de todos os
envolvidos (o MP não escolhe réu).
7) Intranscendência – Pessoalidade – a ação penal só há de ser proposta em face de quem
se imputa a prática de uma infração penal. Logo, a ação penal não pode alcançar terceiros
que não tenham concorrido de alguma forma para o cometimento da infração objeto da
persecução criminal. Vide art. 29 do CP:
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Atenção - Se a vítima ou se representante legal não exerce o seu direito de ação, na seara
dos crimes de ação penal privada, deixando transcorrer o tempo por 6 (seis) meses,
ascende nesse cenário a decadência. De outro lado, pode também a vítima renunciar ao
seu direito de ação de forma expressa ou tácita.
Atenção - Não se pode olvidar que a renúncia é um ato unilateral (vem antes da querela)
da vítima, ao passo que o perdão é um ato bilateral (vem com a querela em curso). A
bilateralidade do perdão se justifica pela possibilidade de o réu desejar provar a sua
inocência, objetivando que o processo evolua, para sagrar-se absolvido.
3) Indivisibilidade – Deve o querelante, ao optar pelo processamento dos autores da
infração, fazê-lo em detrimento de todos os envolvidos. Ou seja, ou a ação penal é contra
todos, ou é contra ninguém. Nesse contexto, o MP atua como custos legis, zelando pelo
princípio da indivisibilidade. Vide Arts. 48 e 49 do CPP:
Questões:
1 - A.T. e L.R. são candidatos ao cargo de síndico do Edifício Maravilha. Em uma reunião de
condomínio, estando presentes cerca de 30 pessoas, A.T. faz inflamado discurso e arremata com
a frase de caráter dúbio: “L.R. tem tudo o que tem porque pegou na mão grande”. L.R., sentindo-
se profundamente ofendido, procura a tutela de seus direitos na Delegacia de Polícia competente.
Diante do caso prático, assinale a alternativa correta.
a) L.R. tem 6 meses para exercer o seu direito de queixa, contados do dia em que vier a
saber quem é o autor do crime.
b) Em caso de morte de L.R., o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará
ao seu cônjuge, descendente ou inventariante.
2 - Jorge foi preso em flagrante pela prática do delito de roubo. Durante as investigações,
descobriram-se mais vítimas dessa prática criminosa, angariando-se mais documentação
que comprovariam esses demais delitos praticados por Jorge. Como se sabe, esses autos
são enviados ao Ministério Público, que é quem tem, por lei, a função privativa de
promover a ação penal pública. Em relação à ação penal, assinale a alternativa correta.
a) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da
data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15
dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
b) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 10 dias, contado
da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de
20 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
c) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da
data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 20
dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
d) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 10 dias, contado
da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de
15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
e) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 15 dias, contado
da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de
30 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
( ) ( )
4 - Pedro se desentendeu com seu melhor amigo, José, em virtude de posições políticas
antagônicas e, ao se encontrarem, Pedro, completamente descontrolado, praticou os
crimes de injúria e ameaça contra José, o que foi presenciado pelo policial civil Ricardo,
que passava pelo local onde os fatos ocorreram. Com base na hipótese narrada acima, em
relação à prisão em flagrante, o policial civil Ricardo
a) não poderá efetuar a prisão em flagrante, tendo em vista que os crimes são de ação
penal privada.
b) não poderá efetuar a prisão em flagrante, tendo em vista que os crimes são de ação
penal pública condicionada a representação.
c) poderá efetuar a prisão em flagrante, desde que haja manifestação de vontade da vítima,
já que se trata de crimes de ação penal privada e de ação penal pública condicionada à
representação, respectivamente.
d) poderá efetuar a prisão em flagrante, desde que haja manifestação de vontade da vítima,
já que se trata de crimes de ação penal pública condicionada à representação e de ação
penal pública condicionada à representação privada, respectivamente.
e) poderá efetuar a prisão em flagrante, já que presenciou o cometimento de crimes, e o
instituto da prisão em flagrante nada tem a ver com o da ação penal.
( ) ( )
6 - Fulano foi alvo de uma representação fiscal, para fins penais, elaborada pela Receita
Estadual, que o imputou, em tese, o crime de supressão tributária previsto no art. 1º, I, da
Lei Federal nº 8.137/1990, tipo esse que possui pena de reclusão de dois a cinco anos e
multa. Fulano é réu primário e de bons antecedentes, não possuindo habitualidade
criminosa. Nesse caso hipotético, o Ministério Público ofereceu denúncia contra ele e,
em petição anexa, ofertou a possibilidade de se celebrar acordo de não persecução penal.
Sobre essa modalidade de acordo atualmente vigente no Código de Processo Penal,
assinale a alternativa correta.
a) O acordo de não persecução penal será formalizado oralmente e será firmado pelo
membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
b) Homologado judicialmente o contrato acordo de não persecução penal, o juiz devolverá
os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução
cível.
c) Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise
da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.
d) A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu
regular cumprimento.
7 - Ao sair de sua casa, em 17/05/2020, Miriam foi surpreendida por faixa anônima
estendida na via pública com diversas ofensas à sua honra. Diante da humilhação sofrida,
Miriam deixou o país e foi morar no exterior sem se interessar em descobrir o responsável
pelos fatos. Em 03/01/2021, Miriam recebeu mensagem de Sandra, sua antiga vizinha,
confessando ser ela a autora das ofensas, bem como esclarecendo que informou os fatos
ao delegado de polícia, em razão de seu arrependimento. Miriam entrou em contato com
seu advogado, em 25/01/2021, para esclarecimentos jurídicos, informando que
permanece no exterior. O advogado deverá esclarecer naquela data que o crime praticado
seria de injúria, de ação penal privada, logo:
a) a abertura do inquérito policial poderá ser determinada pela autoridade policial,
diretamente, mas a ação penal depende da iniciativa da vítima;
b) a abertura do inquérito policial não poderá ser determinada pela autoridade policial
nem requerida por Miriam, pois operou-se o prazo prescricional para representação;
c) a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, mas, se através de procurador,
exigem-se poderes especiais;
d) a inicial acusatória não poderá ser oferecida por Miriam, pois operou-se o prazo
decadencial;
e) a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, pessoalmente ou por procurador sem
poderes especiais.
( ) ( )
10 - Com relação aos princípios do Processo Penal, em se tratando de ação penal pública
incondicionada, indique a alternativa INCORRETA:
a) O princípio da legalidade ou obrigatoriedade informa que a ação penal pública deverá
ser iniciada mediante queixa.
b) Pelo princípio da indisponibilidade, o Ministério Público não poderá desistir da ação
penal, salvo nos crimes de menor potencial ofensivo, onde é possível a transação.
c) O princípio da oficialidade indica que a ação penal pública é promovida pelo Ministério
Público.
d) Os princípios da indivisibilidade e da intranscendência, são também princípios da ação
penal pública.
e) O princípio da intranscedência determina que a ação penal deve ser proposta em relação
à pessoa, ou pessoas a quem se imputa a prática da infração penal.
( ) ( )
12 - Júlio, durante discussão familiar com sua mulher no local onde ambos residem, sem
justo motivo, agrediu-a, causando-lhe lesão corporal leve.
Nessa situação hipotética, conforme a Lei n.º 11.340/2006 e o entendimento do STJ,
a) a ofendida poderá renunciar à representação, desde que o faça perante o juiz.
b) a ação penal proposta pelo Ministério Público será pública incondicionada.
c) a autoridade policial, independentemente de haver necessidade, deverá acompanhar a
vítima para assegurar a retirada de seus pertences do domicílio familiar.
d) Júlio poderá ser beneficiado com a suspensão condicional do processo, se presentes
todos os requisitos que autorizam o referido ato.
e) Júlio poderá receber proposta de transação penal do Ministério Público, se houver
anuência da vítima.
( ) ( )
Gabaritos e comentários:
1 – Alternativa A
Comentário: Art. 38, CPP: Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu
representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer
dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor
do crime.
2 – Alternativa A
Comentário: Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será
de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do
inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se
houver devolução do inquérito à autoridade policial, contar-se-á o prazo da data em que
o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
3 – Alternativa A
Comentário: Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o
investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem
violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições
ajustadas cumulativa e alternativamente: - relativiza a obrigatoriedade da ação penal
pública (é acordo, o investigado precisa concordar!) – A pena máxima pode ser
superior a 4 anos, só a pena mínima é que deve ser inferior a 4 anos, atenção!
4 – Alternativa C
Comentário: "O artigo 301 do Código de Processo Penal, ao prever a hipótese desta
medida cautelar coercitiva, não fez qualquer distinção entre crimes de ação penal pública
ou privada. Fica claro que ocorrendo qualquer delito onde a autoridade policial decida
pela ordem de prisão, não existe na lei qualquer impedimento ou exceção. Em relação aos
crimes de ação penal privada, a prisão em flagrante poderá ser formalizada.
Entretanto, quando se tratar de um delito de ação penal privada, a prisão do acusado
somente poderá ocorrer se o ofendido, ou seu representante legal, requerer no
5 – Alternativa E
Comentário: Com as alterações promovidas pela Lei 13.964/19, o crime de estelionato
passou a ser, em regra, de ação penal pública condicionada a representação. Assim, para
que possa ter início a investigação penal, é necessário que o ofendido se manifeste perante
a autoridade competente, o que pode ocorrer de diversas formas, tais como por registro
de um boletim de ocorrência ou por meio de notícia-crime. É pacífico o entendimento de
que, para a representação, não se exige formalismo sendo suficiente a manifestação
inequívoca de que se inicie o processo contra o acusado (STF, 1ª Turma, RHC 65.549/RS,
Rel. Min. Moreira Alves, j. 22/03/1988).
Art. 171, §5º/CPP: "Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: I
- a Administração Pública, direta ou indireta; II - criança ou adolescente; III - pessoa com
deficiência mental; IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz”.
6 – Alternativa C
Comentário: Art. 28-A, § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao
Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações
ou o oferecimento da denúncia.
7 – Alternativa C
Comentário: Artigo 38 CPP: O prazo decadencial da ação penal privada é de 06 meses a
contar da data em que a vítima vier a saber quem é autor do crime.
"Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo
constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso,
salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente
requeridas no juízo criminal.".
8 – Alternativa B
Comentário: A lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) incluiu o art. 28-A e seus §
ao CPP, criando a figura do “acordo de não persecução penal”, uma espécie de transação
entre MP e suposto infrator, a fim de evitar o ajuizamento da denúncia. Vejamos:
9 – Alternativa B
Comentário: Divide-se em ação penal privada propriamente dita, ação penal privada
personalíssima e ação privada subsidiária da pública.
• Ação penal privada propriamente dita: é aquela exercida pela vítima ou por
seu representante legal. Sempre que o crime for de iniciativa privada, deve o
dispositivo legal trazer de forma expressa que a titularidade da ação é do
particular, mediante oferta da queixa-crime (art. 100, CP).
• Ação penal privada personalíssima: o direito de ação só poderá ser exercido
pelo ofendido. Não há intervenção do representante legal e nem sucessão por
morte ou ausência. Portanto, se o ofendido vier a falecer, restará o reconhecimento
da extinção da punibilidade, seja operando-se a decadência, caso a ação ainda não
tenha sido exercida, seja pela perempção, caso a demanda, já esteja em curso.
• Ação penal privada subsidiária da pública: é aquela que tem cabimento com a
inércia do MP, que, nos prazos legais, deixar de atuar, não promovendo a
denúncia, ou não se manifestando pela promoção de arquivamento. Possui
expressa previsão constitucional (art. 5º, LIX, da CRFB/1988; art. 29 do CPP e
art. 100, § 3º do CP), não podendo ser suprimida do ordenamento jurídico por ser
considerada uma cláusula pétrea.
10 – Alternativa A
Comentário: Ação penal pública incondicionada é de competência do Ministério Público,
mediante a inicial acusatória denominada denúncia.
Não se sujeita a nenhuma condição nem manifestação de vontade da vítima ou terceiro.
Ou seja, verificando a presença das condições da ação e havendo justa causa para o
oferecimento da denúncia, a atuação do MP não necessita de implemento de qualquer
condição.
11 – Alternativa C
Comentário: ART 39.
§ 5 O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem
oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a
denúncia no prazo de quinze dias.
12 – Alternativa B
Comentário: Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante
de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. STJ. 3ª Seção.
Aprovada em 26/8/2015, DJe 31/8/2015.
Observações:
É errado dizer que todos os crimes praticados contra a mulher, em sede de violência
doméstica, serão de ação penal incondicionada. Continuam existindo crimes praticados
contra a mulher (em violência doméstica) que são de ação penal condicionada, desde que
a exigência de representação esteja prevista no Código Penal ou em outras leis, que não
a Lei n°. 9.099/95. Assim, por exemplo, a ameaça praticada pelo marido contra a mulher
continua sendo de ação pública condicionada porque tal exigência consta do parágrafo
único do art. 147 do CP. O que a Súmula nº 542-STJ afirma é que o delito de LESÃO
CORPORAL praticado com violência doméstica contra a mulher, é sempre de ação penal
incondicionada porque o art. 88 da Lei n°. 9.099/95 não pode ser aplicado aos casos da
Lei Maria da Penha.