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AÇÃO PENAL

É matéria de Direito Processual Penal, mas também está contida


nos artigos 100 a 106 do CP.

Ação penal, segundo Frederico Marques “é o direito de invocar-se o


Poder Judiciário no sentido de aplicar o direito penal objetivo.”

O Poder Judiciário é um órgão inerte, ou seja, depende de ser


provocado através do pedido de prestação jurisdicional, feito por outro órgão ou
pelo próprio ofendido.

A essa provocação, a esse direito de se invocar a prestação


jurisdicional, dá-se o nome de ação.

Ao direito de se invocar a prestação jurisdicional penal, dá-se o


nome de Ação Penal.

Divisão da Ação Penal

AÇÃO PENAL

1. Pública

- Incondicionada
- Condicionada à representação

* à requisição do Ministro da justiça


2. Privada

- Exclusiva
- Subsidiária da Pública
- Personalíssima

Como se faz para saber se a ação penal é pública incondicionada,


pública condicionada ou privada exclusiva?

Quando o CP, na Parte Especial, após descrever o delito, silenciar


respeito da ação penal será pública incondicionada.

Quando o CP, ou lei extravagante, após definir o delito, se referir à


ação penal, então ela não será pública incondicionada, mas pública
condicionada ou privada exclusiva.

Quando o crime é de ação penal pública condicionada a


representação, o Código emprega a expressão: “Somente se procede mediante
representação”.

Quando o crime é de ação penal privada exclusiva, o Código ou lei


especial, emprega a expressão: “Somente se procede mediante queixa”.

Ação Penal Pública

A ação penal pública, seja incondicionada ou condicionada, é


promovida pelo Ministério Público por meio da denúncia, que constitui sua peça
inicial – (CF, art. 129, inciso I, CP, art. 100, § 1º e CPP, art. 24, caput).

O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso é de


cinco dias, e de quinze dias, se o réu estiver solto ou afiançado.

Ação penal pública incondicionada – constitui a regra. É exercida


pelo ministério Público e independente de provocação de outrem. Inicia-se com
a denúncia, contendo a exposição do fato criminoso, com as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado, a qualificação do crime e o rol de
testemunhas – (CPP, art. 41).

A ação penal pública condicionada – é exercida também pelo


Ministério Público, mas para ser promovida depende de representação
(manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal) ou,
certos casos, de requisição do Ministério da Justiça.

Ação Penal Privada

A ação penal privada é promovida mediante queixa do ofendido ou


de seu representante legal – (CP, art. 100, § 2º e CPP, art. 30). Nela, o
ofendido ou o seu representante legal se denomina querelante; o réu,
querelado.

Ação penal privada exclusiva

É a que só pode ser promovida pelo próprio ofendido ou seu


representante legal. Inicia-se com a queixa, que é uma peça técnica, com os
mesmos requisitos da denúncia, só que assinada pelo advogado do querelante
e não pelo promotor de justiça.

No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por


decisão judicial, o direito de oferecer a queixa ou de prosseguir na ação passa
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – (CP, art. 100, § 4º e CPP, art.
31).

Ação penal privada subsidiária da pública

É a que pode ser promovida pelo particular, mediante queixa, se o


Ministério Público não oferece a denúncia no prazo legal – (CF, art. 5º, inciso
LIX, CP, art. 100, § 3º e CPP, art. 29).
Ação penal privada personalíssima

Em certos casos a ação penal privada é personalíssima, ou seja, só


pode ser promovida pelo ofendido ou por seu representante legal.

O direito de oferecer a queixa ou de prosseguir na ação não é


passivo de sucessão por morte ou ausência.

Decadência do Direito de Queixa ou de Representação

Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito


de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de seis meses,
contados do dia em que veio saber quem é o autor do crime – (CP, art. 103, 1ª
parte).

Da mesma forma, salvo disposição expressa em contrário, o


ofendido decai do direito de propor ação penal privada subsidiária se não o
exerce em seis meses contados do dia em que se esgota o prazo para o
oferecimento da denúncia – (CP, art. 103, 2ª parte).

Ação Penal no Crime Complexo

O crime complexo ocorre quando a lei considera como elementos ou


circunstâncias do tipo legal, certos fatos que por si mesmos, constituem crimes.

Se num crime complexo houver um fato apurável por ação pública e


outro fato por ação privada, caberá nas duas hipóteses ação pública – (CP, art.
101).

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