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FACULDADE UNIBRAS RIO VERDE

CURSO DE DIREITO

DIREITO PENAL: AÇÃO PENAL PUBLICA E PRIVADA; AÇÃO PENAL DO


CRIME COMPLEXO; DA REPRESSENTAÇÃO; DECADENCIA DO DIREITO
DE QUEIXA A REPRESENTAÇÃO; RENUNCIA DO DIREITO DE QUEIXA.
DO PERDÃO DO OFENDIDO.

MATHEUS RIBEIRO CORDEIRO

RIO VERDE
2022
FACULDADE UNIBRAS RIO VERDE
CURSO DE DIREITO

DIREITO PENAL: AÇÃO PENAL PUBLICA E PRIVADA; AÇÃO PENAL DO


CRIME COMPLEXO; DA REPRESSENTAÇÃO; DECADENCIA DO DIREITO
DE QUEIXA A REPRESENTAÇÃO; RENUNCIA DO DIREITO DE QUEIXA.
DO PERDÃO DO OFENDIDO.

Pesquisa apresentado ao curso de Graduação


em Direito da Faculdade Unibrasilia, como
requisito de avaliação da disciplina de Direito
Penal, ministrado pela Professor:

MATHEUS RIBEIRO CORDEIRO

RIO VERDE/GO
2022
1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa bibliográfica tem como escopo compreender quanto a ação


penal pulica e privada, quanto a sua representação. A decadência do direito de queixa ou
da representação, assim como a renúncia do direito de queixa. Do perdão do ofendido.
Neste possibilitou analisar os artigos referentes aos temas como do Código Penal sendo:
100, 100 §1º e 3º, 103, 104, 107 IV, 129, 141, 145, 147, e 319. Quanto ao Código de
Processo Penal temos no corpo da pesquisa os artigos: 28, 38, 41, 42, 46, 49, 50, 58, 93
e 106. 98 da Constituição Federal.
Neste também identificou os requisitos para interpor a ação como a legitimidade
das partes; o interesse de agir; possibilidade jurídico do pedido.
Identificou a quem cabe o direito de representação, quando ocorre a decadência do
direito a queixa. quando ocorre o perdão do ofendido.

2 AÇÃO PENAL PUBLICA E PRIVADA

Quando falamos de ação Penal Pública nos reportamos que essa depende da
iniciativa do Ministério Público (promotor público cargo que em instâncias superiores
ou na esfera federal recebe o nome de procurador). Por tanto, A ação penal será pública
quando o titular do direito de ação for o próprio Estado que visa à tutela dos interesses
sociais e a manutenção da ordem pública.
A ação Penal Pública tem seu início por meio de denúncia, ou seja, ocorre com a
peça inicial do Processo, e a ela cabe também o direito do Estado, único titular do "jus
puniendi", de satisfazer a sua pretensão punitiva.
De acordo com o art. 100, do Código Penal: "A ação penal é pública, salvo
quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido". No entanto, vale ressaltar
que, há hipóteses em que o Ministério Público depende da manifestação da vontade do
ofendido ou de seu representante legal para exercer a sua atividade jurisdicional, então,
a ação penal será pública condicionada, conforme disposição do art. 100, §1º do CP: "A
ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de
representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça".
Quanto a ação Penal Privada temos que esta será promovida apenas por quem foi
ofendido ou por seu representante legal de acordo com a oportunidade e conveniência
que entender cabíveis, já que a infração atinge imediata e profundamente o interesse da
vítima, que pode optar em preservar a sua intimidade e não propor a ação.
Assim sendo, na ação penal pública incondicionada a infração atinge
imediatamente a ordem social, compete exclusivamente ao Ministério Público promover
a ação, ao passo que, quando a ação penal for condicionada dependerá o órgão
jurisdicional da manifestação da vontade do ofendido que foi atingido imediatamente
pela infração para a propositura da ação.
No tocante a condição Geral da Ação temos que essa é a necessidade de ação
apresentada com determinadas características para o inicio ao procedimento adequado.
Trata-se do mínimo possível para que se estabeleça uma relação processual entre as
partes. Assim sendo, para que a ação cumprir com os requisitos faz-se necessária a
conjugação dos seguintes elementos:

 Legitimidade de parte: Se a ação for pública deve ser feita pelo membro do
Ministério Público. Como polo ativo, um dos membros do MP - o Promotor de
Justiça (competência estadual) ou o Procurador da República (competência
federal) – deve propor a ação. Já na existencia de ação penal privada, prevalece a
legitimidade do ofendido ou representante legal, por meio de queixa-crime, a ser
manejada por advogado devidamente inscrito nos quadros da OAB.
 Interesse de agir: materializa-se no trinômio necessidade, adequação e
utilidade. Deve haver necessidade para bater as portas do judiciário no intuito
de solver a demanda, através do meio adequado, e este provimento deve ter a
capacidade de trazer algo de relevo, útil ao autor. Deve-se também atentar que o
interesse de agir faz-se presente quando não houver extinção da punibilidade e
estiverem presentes os indícios de autoria e materialidade da infração penal.
 Possibilidade jurídica do pedido: para que alguém seja processado por uma
infração penal, o fato descrito da ação penal deve ser típico, isto é, existir
previsão legal. No Processo Penal, a ação penal deve ser motivada para a
aplicação de uma pena ou medida de segurança, pois são as únicas
possibilidades de execução penal.
Quanto as condições especiais as ações penais são conceituadas por
necessitarem estar presentes por força de cada situação, ou seja, a ação penal especifica
exige esses requisitos. Essas condições especiais possuem caratês eminente processual.
Diferentemente das condições gerais da ação penal, aqui não trabalhamos com um rol
concentrado de requisitos, mas sim com dispositivos esparsos no CP e no CPP que
apontam a necessidade do cumprimento de determinado pressuposto para o
processamento da ação em específico. Estudaremos as três principais condições
especiais.
3 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO
O art. 147 do Código Penal pode ser utilizado como exemplo, observe:

Ameaça
“Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses,
ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação”.
Denota-se que o processamento da ação penal se dará mediante a representação
do ofendido ou de seu representante legal sempre que a lei exigir dessa forma. No
exemplo de crime de ameaça, entende-se que o constrangimento e temor gerado pela
ameaça somente pode ser constatado efetivamente pelo ofendido, alvo da conduta típica
do agente.
Destarte que, a não ser que a vítima ou o respectivo representante legal
disponha-se a denunciar o delito às autoridades, a conduta não será punida pelo Estado.
Vale ressaltar que os representantes legais da vítima podem ser: cônjuge (ou
companheiro), ascendente, descendente e irmão.
4 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REQUISIÇÃO
Ao falar em condição da ação exige que uma autoridade específica provoque o
Poder Judiciário a agir. Observe o art. 145 do Código Penal:
“Art. 145 Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no
caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, (...)”
Ressalta-se que os crimes cometidos contra a honra do Presidente da República
(caso do art. 141, inciso I) necessitam da requisição do Ministro da Justiça para que
sejam processados.
Denota-se que este requisito se justifica na ideia de que existe uma grande carga
de responsabilidade em mover ação penal que envolva o chefe do poder executivo, não
podendo ser delegado a qualquer pessoa do povo. Essa reserva também evita que a
imagem do Presidente seja maculada por motivos fúteis, desnecessários.
4.1 Ação penal pública incondicionada
Assevera o art. 129, inciso I, da Constituição Federal, que é função institucional
do Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública na forma da lei.
A única exceção a esta regra está prevista no art. 29 do CPP, que trata da possibilidade
do ofendido ou seu representante legal proporem ação penal privada subsidiária, nos
casos em que o Ministério Público não oferecer a denúncia dentro do prazo legal.
Quanto a essa eventualidade, poderá o Ministério Público aditar a queixa
oferecida pelo ofendido, assim como intervir em todos os termos do processo, fornece
elementos de prova, interpor recurso, e até retomar a ação como parte principal quando
houver negligência do querelante.
Princípios
 - Obrigatoriedade: a propositura da ação penal, uma vez preenchidos os
requisitos legais, é obrigatória. Não pode, portanto, o Ministério Público
recusar-se a dar início à ação. Nos casos em que requerer o arquivamento do
inquérito policial, por exemplo, deverá justificar sua opção, que poderá ser
negada pelo juiz (art. 28 do CPP). Comete crime de prevaricação o Promotor de
Justiça que deixar de oferecer denúncia para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal (artigo 319 do CP). Ressalta-se que há possibilidade de transação
oferecida pelo Ministério Público ao infrator nas hipóteses de crimes de menor
potencial ofensivo (art. 98, I da CF - há, portanto, mitigação do princípio).
 - Indisponibilidade: Uma vez iniciada a ação penal, não pode o Ministério
Público dela desistir (art. 42 do CPP). Exceção: tal princípio não é cabível nos
casos de crime de menor potencial ofensivo, em que o Ministério Público pode
propor a suspensão condicional da pena (art. 89 da Lei nº 9.099/95).
 - Oficialidade: a persecução deve ser realizada e fiscalizada pelos órgãos
oficiais, que são públicos, tendo em vista que a pretensão punitiva só pode ser
satisfeita mediante o devido processo legal. Sendo assim, compete apenas ao
órgão do Ministério Público o exercício da ação penal. Porém, a investigação,
por exemplo, fica a cargo da autoridade policial. Além disso, a ação privada
subsidiária da pública é exceção a tal princípio.
 - Autoritariedade: somente as autoridades públicas são responsáveis pela
persecução penal (relacionado ao princípio da oficialidade).
 - Oficiosidade: os encarregados devem agir de ofício para dar andamento da
ação penal, salvo no caso de ação penal pública condicionada.
 - Indivisibilidade: a ação penal deve abranger todos aqueles que cometeram a
ação penal, sem exceção. Assim, não pode o Ministério Público escolher contra
qual suspeito vai intentar a ação, posto que todos suspeitos deverão figurar no
pólo passivo conjuntamente. O mesmo acontece na ação penal privada, de
acordo com o art. 48 do CPP: "A queixa contra qualquer dos autores do crime
obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua
indivisibilidade".
 - Intranscendência: a ação penal será promovida somente contra a pessoa a quem
se imputa a prática da infração, não podendo englobar o responsável por
eventual indenização, por exemplo, como acontece em ordenamentos jurídicos
de outros países.
 - Suficiência da ação penal: mesmo que haja ação pendente na esfera cível, sobre
o reconhecimento da existência da infração penal, pode o juiz criminal dar
prosseguimento a ação, já que esta é suficiente para resolver questão prejudicial
não ligada ao estado de pessoas (art. 93 do CPP).
Vale ressaltar que o início da ação penal pública dá-se pelo oferecimento da
denúncia no prazo de cinco dias para réu preso, e de quinze dias para réu solto, contados
da data em que o Ministério Público receber os autos do inquérito policial (art. 46 do
CPP). Ademais, deve a denúncia conter a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas (art.
41 do CPP).
5 A AÇÃO PENAL DE CRIME COMPLEXO.
Compreende-se como crime complexo sendo a junção de dois ou mais crimes.
Um grande exemplo é o crime de roubo, que é composto por um constrangimento,
ameaça ou violência acrescido do furto. Com a ocorrência do crime complexo, há o
desaparecimento dos crimes autônomos.
No entanto, para que o crime complexo seja consumado é necessário que todo
o tipo penal seja realizado. Exemplo: se o agente pretende praticar um crime de roubo,
mas consegue apenas empregar o constrangimento, a ameaça ou violência sem
conseguir subtrair o objeto desejado, o crime complexo restará tentado.
Torna-se impossível separar um crime do outro, uma vez que, os crimes
perderam sua autonomia, não mais subsistindo sozinhos. Quanto à ação penal nos
crimes complexos, o art. 101 do Código Penal prevê, como regra, a ação penal pública
como forma adequada para o início do processo penal.
Denota-se que o exemplo demostrado de crime de roubo, formado pela
ameaça e pelo furto, observa-se que para a investigação do crime de ameaça, existindo
autonomamente, deveria ser proposta a queixa-crime, peça típica da ação penal de
iniciativa privada. Já para o delito de furto, a previsão é de ação penal pública
incondicionada. Diante de tal fato e de acordo com o comando normativo, se um dos
delitos componentes do crime complexo tiver a ação penal pública como espécie de
ação penal prevista, a regra valerá para todo o crime complexo.
Assim sendo, se o agente não lograr êxito em sua empreitada delitiva e não
conseguir subtrair o bem perseguido, tendo consumado a ameaça, por exemplo, para a
instrução penal do caso tentado será cabível ação penal pública incondicionada.
6 DA REPRESENTAÇÃO
Como já mencionado acima a ação Penal Privada será representada apenas por quem
foi ofendido ou por seu representante legal de acordo com a oportunidade e
conveniência que entender cabíveis, já que a infração atinge imediata e profundamente
o interesse da vítima, que pode optar em preservar a sua intimidade e não propor a ação.
Quanto a ação penal pública é representada pelo o próprio Estado que visa à
tutela dos interesses sociais e a manutenção da ordem pública., cabendo somente a este
direito do Estado, único titular do "jus puniendi", de satisfazer a sua pretensão punitiva.
7 DECADENCIA DO DIREITO DE QUEIXA OU DE REPRESENTAÇÃO
Referente a decadência, no que tange o de direito criminal, consiste na perda do
direito de ação, pelo ofendido, ante sua inércia, em razão do decurso de certo tempo
fixado em lei. Ocorre a consequência do reconhecimento da decadência é a extinção da
punibilidade, nos termos do artigo 107, inciso IV, segunda figura, do Código Penal.
Neste sentido, Cezar Roberto BITENCOURT (2007, p. 702/703). Ensina que
“Decadência é a perda do direito de ação a ser exercido pelo ofendido, em
razão do decurso de tempo. A decadência pode atingir tanto a ação de
exclusiva iniciativa privada como também a pública condicionada à
representação. Constitui uma limitação temporal ao ius persequendi que não
pode eternizar-se”.
A decadência, portanto, “pode atingir tanto o direito de oferecer queixa (na ação
penal de iniciativa privada) como o de representar (na ação penal pública condicionada),
ou, ainda, o de suprir a omissão do Ministério Público (dando lugar à ação penal privada
subsidiária)” (DELMANTO, p. 382).
Ressalta Para CAPEZ, (2007, p. 569).
“a decadência está elencada como causa de extinção da punibilidade, mas, na
verdade, o que ela extingue é o direito de dar início a persecução penal em
juízo. O ofendido perde o direito de promover a ação e provocar a prestação
jurisdicional e o Estado não tem como satisfazer seu direito de punir”. E
continua afirmando que “a decadência não atinge diretamente o direito de
punir, pois este pertence ao Estado e não ao ofendido; ela extingue apenas o
direito de promover a ação ou de oferecer a representação”.
Elenca o artigo 103 do Código Penal e artigo 38 do Código de Processo Penal, o
prazo decadencial é de 6 (seis) meses, contados da seguinte forma: a) da data em que o
ofendido veio a saber quem é o autor do crime (ciência inequívoca da autoria), quando a
ação penal for privada e ação penal pública condicionada à representação e b) do dia em
que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia, nos demais casos.

Segundo o art. 103 do CP, o ofendido decai do direito de queixa ou de


representação, se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contados do dia em
que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º, do art. 100, (isto é, da
ação privada subsidiária) do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da
denúncia. Em igual sentido é o art. 38 do CPP.
Quanto a cessação do prazo decadencial ressalte-se que a interposição de queixa-
crime é necessária para fazer cessar o prazo decadencial, quando a ação penal for
privada. Não há interrupção ou suspensão por qualquer que seja o motivo: seja pela
existência de inquérito policial, ou pedido de interpelação judicial. A cessação da
decadência ocorre somente com a interposição (leia-se: protocolo) da queixa-crime,
dentro do prazo legal, em Juízo (mesmo que incompetente.
Por outro lado, quando se tratar de ação penal pública condicionada à
representação, cessa-se o transcurso do prazo decadencial no momento em que há o
oferecimento da representação, seja em juízo, perante a autoridade policial (na delegacia
de polícia), ou diante do representante do Ministério Público. Destarte, representado
pelo ofendido ou seu representante legal, não há mais que se falar em decadência, pois o
instituto não alcança eventual demora do representante do parquet em oferecer a
denúncia.
Nos crimes que se procede mediante ação penal pública incondicionada “não há
que se falar em extinção da punibilidade pela decadência, nos termos do art. 107, IV do
CP”.
A decadência aplica-se na ação penal privada subsidiária da pública, ou seja,
quando o Ministério Público deixa de oferecer a denúncia no prazo legal (5 dias – réu
preso, ou 15 dias – réu solto, art. 46 CPP) inicia-se o prazo decadencial para o
oferecimento da denúncia, pelo ofendido (art. 100, § 3º do CP e art. 29 do CPP),
cessando-se o prazo decadencial após decorrido o prazo sem o oferecimento da inicial
acusatória.
Quanto a ação penal pública condicionada à requisição, segundo Damásio de
JESUS, “A decadência não se aplica à requisição do Ministro da Justiça, de modo que
esta pode ser formulada em qualquer tempo, desde que não esteja extinta a punibilidade
por outra causa”.
8 RENUNCIA DO DIREITO DE QUEIXA. DO PERDÃO DO OFENDIDO
O art. 104 do CP estabelece que:
Art. 104. O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado
expressa ou tacitamente.
Parágrafo único: Importa renúncia tácita, ao direito de queixa, a prática de
ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato
de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime.
A renúncia ao direito de queixa a todos se estenderá, e consoante o artigo
acima mencionado, poderá ser expressa ou tácita.
A principal distinção entre a renúncia e o perdão é que a primeira se dá antes de
intentada a ação penal privada, ao passo que o perdão ocorre posteriormente. O perdão
pode ser processual ou extraprocessual; expresso ou tácito.
O ofendido pode abdicar do seu direito de ação penal de forma expressa,
quando declarar esta intenção por meio formal e com sua assinatura (art. 50 do Código
de Processo Penal), ou tacitamente, quando praticar ato incompatível com a intenção de
iniciar a ação privada.
Não é possível renunciar à queixa em relação a apenas um dos autores do fato, em
decorrência do princípio da indivisibilidade – a renúncia relacionada a um dos autores
se estende a todos os demais, como dispõe o Código de Processo Penal:
“Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do
crime, a todos se estenderá”.
“Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu
representante legal ou procurador com poderes especiais”.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado
18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último
excluirá o direito do primeiro.
Perdão aceito
Uma vez iniciada a ação penal privada, o ofendido apenas pode desistir de seu
prosseguimento com o consentimento do réu, no que chamamos de perdão aceito.
Neste caso, o perdão também pode ser expresso, quando manifestado por declaração
assinada do ofendido, ou tácito, pela prática de ato incompatível com a intenção de
insistir na persecução penal.
Por sua vez, em qualquer dos casos, ao ser intimado, o querelado pode
concordar expressa ou tacitamente em receber o perdão, manifestando-se em três dias
ou mantendo silêncio sobre a questão, ou pode recusar recebe-lo, manifestando-se em 3
dias nesse sentido (art. 58 do Código de Processo Penal).
“Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o
querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao
mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação”.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Assim como se dá na renúncia, o perdão concedido a um dos querelados se
estende aos demais.
O perdão pode se dar em qualquer momento do processo penal, até o trânsito em
julgado da sentença condenatória, como disciplina o art. 106 do Código Penal:
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;
III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
§1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a
vontade de prosseguir na ação.
§2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença
condenatória.

CONCLUSÃO
A presente pesquisa possibilitou angariara conhecimentos quanto ação penal
publica e privada, fazendo parte dessa ação penal condicionada e incondicionada, a qual
trouxe distinção quanto a suas especificidades.
Quanto a ação penal de crimes complexos entendeu-se que o crime complexo é
aquele que agrega, em seus elementos constitutivos ou circunstâncias, fatos que,
isoladamente considerados, por si só, já são crimes.
A norma quer dar a entender que só se processará mediante ação penal pública o
crime que, contendo elementos típicos de crimes de ação penal privada, tenha também
outros advindos de delitos que se processam mediante ação penal pública.
No que tange a representação compreendeu que essa pode ser privada ou publica
onde a primeira é de cunho do ofendido e a segunda do Ministério Público.
Na Decadência do Direito de Queixa e da representação foi possível
compreender a distinção entre cada situação assim como o prazo decadencial e suas
forma de ocorrências.
Referente a renuncia do direito de queixa. Do perdão do ofendido trouxe o artigo
104 onde esclarece que o direito de queixa não pode ser exercício quando esse for
renunciado, assim também o ofendido pode abdicar do seu direito de ação penal de
forma expressa, quando declarar esta intenção por meio formal e com sua assinatura.

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