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DIREITO PROCESSUAL PENAL

PROFESSORA RENATA MACEDO DE SOUZA

ARTIGOS 513 A 518 DO CPP


CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO

Inicialmente deve-se atentar para a competência dos Juizados


Especiais Criminais que, com as Leis 10.259/2001 e 11.313/2006,
passou a alcançar as contravenções penais e os crimes cuja pena
máxima não exceda dois anos, cumulados ou não com a pena de
multa, inclusive aqueles com previsão de procedimento especial.
Assim, alguns crimes praticados por funcionários públicos são de
competência do Juizado Especial Criminal e seu procedimento se
dará pelo rito sumaríssimo. Exemplos: arts. 312, parág. 2º, 313-B,
315 e 319 do CP. Somente se, por algum motivo, não for possível
que o feito siga perante o JECrim (exemplo: citação por edital ou
complexidade da causa, ausência de pressupostos), o procedimento
previsto no CPP deverá ser seguido

O CPP traça procedimento específico para o processo e julgamento


de crimes cometidos por funcionários públicos que estejam no
exercício de suas funções (arts. 513 a 518). Dessa forma, se no
momento do oferecimento da denúncia e seu consequente
recebimento o agente já não exercia a função pública, o rito a ser
seguido não é o especial, mas o comum.

O rito previsto nos arts. 513 e seguintes do CPP só é aplicável


aos crimes funcionais previstos nos arts. 312 a 326 do CP. Assim
é inaplicável, por exemplo, a um furto (crime comum) cometido por
funcionário público ou, ainda, ao processo em que se impute aos
acusados crimes funcionais em concurso com infrações penais de
outra natureza.

1. Antes de receber a denúncia, o juiz notifica o acusado para que


em 15 (quinze) dias ofereça a defesa preliminar (sendo cabível
somente para os crimes afiançáveis, contudo, desde o advento da
Lei n. 12.403/2011, todos se enquadram nessa categoria).

Deve-se salientar que considerável parte das denúncias por crimes


funcionais tem embasamento em inquéritos policiais e outro tanto em
cópias de sindicâncias ou processos administrativos remetidos ao
Parquet pelo órgão administrativo. O STJ editou a Súmula 330
segundo a qual “é desnecessária a resposta preliminar de que trata
o art. 514 do CPP, na ação penal instruída por inquérito policial”.
Portanto, o rito diferenciado, com fase da defesa preliminar, para os

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crimes funcionais não investigados em inquérito policial. Há
entendimento contrário

Esta contestação da denúncia também chamada de defesa


preliminar não deve ser confundida com a resposta à
acusação do rito ordinário, sumário, pois que nestes, a
referida defesa ocorre após o recebimento da denúncia ou
queixa e no caso do funcionário público ela se dá antes de o
juiz receber a denúncia

Se não se conhecer o paradeiro do réu, a fim de viabilizar a


notificação para a defesa preliminar, nomeia-se um defensor
dativo. Porém, se o acusado residir em outra Comarca, o ideal é
a expedição de precatória para essa finalidade (a situação não é
pacífica, já que alguns doutrinadores e jurisprudência entendem
que se deve seguir o que preceitua o art. 514, parág. único.

A notificação feita, preliminarmente, não supre a obrigatoriedade


da citação, pois a primeira ciência feita ao funcionário volta-se a
fase anterior ao recebimento da denúncia.

2. Recebida a denúncia, o procedimento é idêntico ao rito ordinário,


não importando o quantum da pena

ARTIGOS 519 A 523 DO CPP


CRIMES CONTRA A HONRA: CALÚNIA, INJÚRIA E
DIFAMAÇÃO

Inicialmente deve-se atentar para a competência dos Juizados


Especiais Criminais que, com as Leis 10.259/2001 e 11.313/2006,
passou a alcançar as contravenções penais e os crimes cuja pena
máxima não exceda dois anos, cumulados ou não com a pena de
multa, inclusive aqueles com previsão de procedimento especial.

A especialidade do rito nos crimes contra a honra reside na


possibilidade de o réu apresentar no prazo da defesa prévia, a
exceção da verdade - meio de defesa que se faculta ao acusado por
crime de calúnia ou de difamação para provar o fato atribuído por ele
à pessoa que se julga ofendida e o processou por isso.

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É cabível no crime de calúnia quando a ação penal é privada, bem


como, na ação penal pública condicionada à representação (sendo
certo que no crime de difamação só é cabível se a ação penal for
pública condicionada à representação. Não sendo cabível no crime
de injúria em hipótese alguma).

SITUAÇÕES QUE NÃO PERMITEM A MEDIDA DE EXCEÇÃO –


PARÁGRAFO 3º, ARTIGO 138 DO CÓDIGO PENAL

INCISO I - SE O FATO IMPUTADO CONSTITUI CRIME DE AÇÃO


PENAL PRIVADA E O OFENDIDO (AQUI SE REFERE À VÍTIMA
DO CRIME DE CALÚNIA) NÃO FOI CONDENADO POR
SENTENÇA IRRECORRÍVEL, não pode o autor da calúnia pretender
fazer a prova da verdade. É que, se for admitida a prova da verdade,
terceira pessoa, em seu interesse, trará à publicidade fato em torno
do qual é garantido o sigilo.

Exemplo: Antonio calunia Bento, imputando-lhe falsamente, crime


de dano (art. 163, caput) contra Carmem. Se Bento (querelante)
mover ação penal contra Antonio (querelado) por crime de calúnia,
Antonio não poderá arguir a exceção da verdade, tentando provar
que Bento realmente praticou o delito de dano contra Carmem, se
esta, não solicitou a instauração de ação penal contra aquele que a
praticou o crime de dano (prazo de seis meses). Se a exceção fosse
admitida neste caso, de nada adiantaria o Estado assegurar, por
ação penal privada, o direito de a ofendida resguardar seus
interesses.

Seria possível, nessa hipótese, arguir a exceção da verdade, se


Bento já tivesse sido julgado e condenado de modo irrecorrível pelo
crime de dano contra Carmem, se esta, tivesse interposto a
respectiva ação penal, pois aí o fato já teria se tornado público, ou
seja, já tivesse sido apreciado via judicial.

INCISO II - SE A CALÚNIA FOR PRATICADA CONTRA AS


PESSOAS DESCRITAS NO INCISO I, DO ART. 141 (Presidente da
República, Chefes de Governo estrangeiro - ação penal pública
condicionada à requisição do Ministro da Justiça). A razão está no
fato de que terceiros não podem interferir no exercício destes cargos,
além do que não podem tais pessoas permanecer sob a acusação
de qualquer indivíduo.

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INCISO III - SE O CRIME IMPUTADO É DE AÇÃO PENAL
PÚBLICA E O OFENDIDO (AQUI SE REFERE À VÍTIMA DO CRIME
DE CALÚNIA) FOI ABSOLVIDO POR SENTENÇA
IRRECORRÍVEL, está o agente impedido de arguir a prova da
verdade. A coisa julgada impede tal arguição, mesmo porque, se
fosse admitida, estaria o autor do crime de calúnia provocando
revisão de um fato já julgado.

Exemplo: Antonio imputa a Benedito a prática de furto. Benedito


move ação penal privada pelo crime de calúnia, contra Antonio.
Antonio pretende fazer a prova da verdade, deseja demonstrar que
realmente Benedito praticou o crime de furto. No entanto, o alegado
furto já foi objeto de ação penal, e Benedito, foi absolvido
definitivamente. Se admitida a exceção da verdade, teríamos uma
nova apreciação sobre fato já julgado, transformando-se a nova
apreciação numa verdadeira revisão às avessas.

Apresentada a exceção, o querelante poderá contestar a exceção no


prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas
na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às
primeiras, ou para completar o máximo legal.
CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA
Falsa imputação de fato definido Fato ofensivo à reputação alheia. Atribuição de qualidade negativa ou
como crime (e não contravenção) (não importa se verdade ou não) imputação de fato genérico ofende a honra
Ofende a honra objetiva Ofende a honra objetiva subjetiva

Consuma-se quando terceira Consuma-se quando terceira Consuma-se quando o próprio ofendido
pessoa toma ciência da ofensa pessoa toma ciência da ofensa toma ciência da ofensa
É admissível a exceção da verdade, Só é admissível e exceção da
salvo nas hipóteses previstas no verdade se o ofendido é É inadmissível a exceção da verdade
artigo 138, parág. 3º do CP funcionário público e a ofensa é
relativa às suas funções

Via de regra a ação penal é privada, Via de regra a ação penal é privada, Via de regra a ação penal é privada, exceto se
entretanto, quando a calúnia é entretanto, quando a difamação é o fato for imputado ao Presidente da
contra funcionário público no contra funcionário público no República, ou a chefe de governo estrangeiro
exercício de sua função, a ação exercício de sua função, a ação (pública condicionada à requisição do
penal é pública condicionada à penal é pública condicionada à Ministro da Justiça) ou a funcionário público,
representação do ofendido. representação do ofendido. em razão de suas funções (pública
Quando a calúnia é dirigida ao Quando a calúnia é dirigida ao condicionada à representação do ofendido),
Presidente da República, Chefes de Presidente da República, Chefes de bem como se a injúria é discriminatória – art.
Governo, a ação penal é pública Governo, a ação penal é pública 141, parág. 3º. Na injúria real, resultando
condicionada à requisição do condicionada à requisição do lesão corporal grave, a ação é penal pública
Ministro da Justiça Ministro da Justiça incondicionada; se produzidas lesões leves, a
ação penal é pública condicionada à
representação; na hipótese de vias de fato, a
ação é de natureza privada.

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Aumento de pena: aplica-se a pena Aumento de pena: aplica-se a pena Aumento de pena: aplica-se a pena em dobro
em dobro se a calúnia é cometida em dobro se a difamação é se a injúria é cometida mediante paga ou
mediante paga ou promessa de cometida mediante paga ou promessa de recompensa. Aumenta-se de 1/3
recompensa. Aumenta-se de 1/3 se promessa de recompensa. se o fato é cometido contra o Presidente da
o fato é cometido contra o Aumenta-se de 1/3 se o fato é República ou Chefe de Governo Estrangeiro;
Presidente da República ou Chefe cometido contra o Presidente da contra funcionário público, em razão da
de Governo Estrangeiro; contra República ou Chefe de Governo função; na presença de, pelo menos três
funcionário público, em razão da Estrangeiro; contra funcionário pessoas; por meio que divulgue a ofensa.
função; na presença de, pelo público, em razão da função; na
menos três pessoas; por meio que presença de, pelo menos três
divulgue a ofensa. pessoas; por meio que divulgue a
ofensa.
Também é causa de aumento de Não gera aumento de pena no caso de injúria,
pena (acrescido pela Lei n° 10.741 Também é causa de aumento de para pessoa maior de 60 anos ou portadora
de 01.01.2004 - Estatuto do Idoso) pena (acrescido pela Lei n° 10.741 de deficiência. Exclui-se a injúria, pois estas
calúnia contra pessoa maior de 60 de 01.01.2004 - Estatuto do Idoso) situações já se apresentam como
anos ou portadora de deficiência. difamação contra pessoa maior de qualificadoras constantes do art. 140, parág.
60 anos ou portadora de deficiência. 3°.

É cabível a retratação somente É cabível a retratação somente Não é cabível a retratação, mesmo que a
quando tratar-se de ação penal quando tratar-se de ação penal ação penal seja de caráter privado.
privada privada
A Lei nº 13.188/2015 de forma A Lei nº 13.188/2015 de forma A Lei nº 13.188/2015 de forma expressa
expressa determina que a expressa determina que a determina que a retratação ocorra se assim
retratação ocorra se assim desejar o retratação ocorra se assim desejar o desejar o ofendido, pelos mesmos meios em
ofendido, pelos mesmos meios em ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.
que se praticou a ofensa. que se praticou a ofensa.

É cabível pedido de explicações É cabível pedido de explicações É cabível pedido de explicações (não
(não suspende o prazo (não suspende o prazo decadencial) suspende o prazo decadencial)
decadencial).

A imunidade descrita no artigo 142 A imunidade descrita no artigo 142 A imunidade descrita no artigo 142 aplica-se
não se aplica para o crime de aplica-se para o crime de difamação para o crime de injúria
calúnia

ESPÉCIE DE AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA

CRIME DE CALÚNIA - via de regra a ação penal é privada; exceto


se o fato for imputado ao presidente da República ou a chefe de
governo estrangeiro (pública condicionada à requisição do Ministro
da Justiça) ou a funcionário público, em razão de suas funções
(pública condicionada à representação do ofendido)

CRIME DE DIFAMAÇÃO - via de regra a ação penal é privada,


exceto se o fato for imputado ao presidente da República ou a chefe
de governo estrangeiro (pública condicionada à requisição do
Ministro da Justiça) ou a funcionário público, em razão de suas
funções (pública condicionada à representação do ofendido)

CRIME DE INJÚRIA - via de regra a ação penal é privada, exceto se


o fato for imputado ao presidente da República ou a chefe de governo
estrangeiro (pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça)
ou a funcionário público, em razão de suas funções (pública

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condicionada à representação do ofendido). Será também
condicionada à representação, independentemente de ser ou não
funcionário público quando tratar-se de injúria preconceituosa ou
discriminatória, art. 140, parágrafo 3º

NA INJÚRIA REAL, resultando lesão corporal grave, a ação é penal


pública incondicionada; se produzidas lesões leves, a ação penal é
pública condicionada à representação; na hipótese de vias de fato, a
ação é de natureza privada, art. 140, parágrafo 2º, não importando a
condição da vítima ser ou não funcionária pública.

Embora nos crimes contra a honra sejam aplicadas as


penas “leves” seguem o rito ordinário.

1. Oferecida a queixa ou a denúncia, pelo querelante ou MP,


respectivamente, antes de recebê-la ou não, o juiz determina a
notificação do querelante e querelado (somente no caso de ação
penal privada) para comparecer em juízo para tentativa de
reconciliação, ressaltando que no crime de injúria não é cabível,
isso, em qualquer tipo de ação penal, bem como no caso de a
ação penal ser pública.

 Se houver a reconciliação, lavra-se o termo de desistência e


procede-se ao arquivamento.

 Se não houver reconciliação, abre-se vista ao MP, e, após,


há o recebimento da queixa, ou não (caso em que o
querelante pode recorrer – recurso em sentido estrito). No
caso de ação penal pública, haverá recebimento ou não da
denúncia.

 O juiz determina a citação do querelado ou do réu,


seguindo-se o procedimento do rito ordinário com
possibilidade de se oferecer a exceção da verdade

 Excipiente: autor da exceção - querelado/ofensor/réu


 Excepto: querelante/ofendido/vítima

PROCEDIMENTO DA EXCEÇÃO

Poderá acontecer de o querelado pretender provar antecipadamente


que o alegado é verdadeiro e, assim proceder à exceção da verdade,
que será admitida apenas em hipóteses específicas nos crimes de

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calúnia e difamação (quando a ofensa for contra funcionário público
no exercício da sua função).

A exceção deverá ser apresentada juntamente com a resposta à


acusação, podendo ser arrolada até o número de oito testemunhas e
o querelante terá dois dias para contestá-la podendo também arrolar
até oito testemunhas.

Todas as testemunhas serão ouvidas durante a audiência de


instrução e julgamento e a exceção será decidida na própria
sentença final, antes de se enfrentar o mérito.

PROCEDIMENTO DA EXCEÇÃO – FORO ESPECIAL

Se o querelante (ofendido/vítima) gozar de foro especial, a exceção


da verdade será julgada pelo Tribunal competente para processar e
julgar originariamente o querelante. Assim, se, por exemplo, o
querelante é Senador da República e vem a ser vítima de calúnia e
oferece queixa-crime em primeira instância, o querelado que desejar
arguir a exceptio veritatis a terá julgada pelo STF, sendo, porém, a
exceção da verdade processada e instruída em primeiro grau,
somente remetida para o tribunal competente para julgamento.

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Os crimes atinentes a tóxicos são punidos com reclusão e


detenção. Os apenados com reclusão vêm previstos nos arts. 33,
caput, e parág. 1°, 34, 35, 36 e 37.

Tratando-se das condutas acima citadas, o Juiz, ao receber a


denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do
denunciado de suas atividades, se for funcionário público,
comunicando o órgão respectivo.

Quanto ao usuário, conforme art. 28 são as seguintes as penas:

 Advertência sobre os efeitos da droga


 Prestação de serviços à comunidade (por um período de 5 meses
e, em caso de reincidência, 10 meses)
 Medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo (por um período de 5 meses e, em caso de reincidência,
10 meses)

Essas medidas são aplicáveis também àquele que, para consumo


próprio, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de
pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar
dependência física ou psíquica. Para determinar se a droga se
destinava a consumo pessoal, o Juiz atenderá à natureza e
quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em
que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais,
bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

Com detenção é punido o crime previsto no art. 33, parág. 2°, que
consiste em induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido da
droga. A pena máxima é de 3 anos. Por outro lado, na hipótese do
parág. 3°, do art. 33, .... oferecer droga, eventualmente e sem
objetivo de lucro, a pessoa do seu relacionamento, para juntos a
consumirem...., a pena será de detenção de 6 meses a 1 ano, e multa
de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo daquelas medidas previstas
no art. 28.

PROCEDIMENTO PARA O CASO DE CONSUMO PESSOAL

 Interrupção da atividade criminosa pela polícia

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 O usuário é conduzido
 Lavratura do termo circunstanciado
 Encaminhamento do usuário ao JECrim, ou, na falta deste,
lavratura de termo de compromisso e a ele comparecer
 Requisição dos exames e perícias necessários
 No JECrim, apresentação imediata ao Juiz de Direito
 Realização da audiência preliminar

Presente o usuário e seu defensor poderão, o MP, propor a


transação penal, que deverá restringir-se à aplicação de
advertência, prestação de serviços à comunidade ou
comparecimento a programa educativo.

Não propondo o MP a transação, discordando o juiz, não poderá


ele propor de ofício, devendo suspender a audiência e encaminhar
os autos ao Procurador-Geral de Justiça, por aplicação analógica
ao disposto no artigo 28 do CPP.

ARTIGOS 50 A 59 - PROCEDIMENTO PARA O CASO DE


TRÁFICO DE DROGAS

 Inquérito policial (prisão em flagrante)


 Comunicação da prisão ao juiz, Ministério Público e Defensoria
 Elaboração do laudo de constatação para estabelecer a
materialidade do delito, verificando-se a natureza e a quantidade
da droga, permitindo a lavratura do auto de prisão em flagrante.
Esse laudo será firmado por um perito oficial

O envio dos autos a juízo não obsta a realização de diligências


complementares que se fizerem necessários. Assim, três dias
antes da audiência de instrução e julgamento, deverão ser
encaminhadas ao juízo competente as diligências
complementares necessárias à plena elucidação do fato.

 Conclusão do Inquérito policial

 30 dias indiciado preso


 90 dias indiciado solto

Esses prazos podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o MP,


mediante pedido justificado da autoridade de polícia

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 Remessa dos autos de inquérito policial ao juízo

 O MP tem o prazo de 10 dias para oferecer a denúncia (réu


solto ou preso)

 Na denúncia pode-se arrolar até o número máximo de 5 (cinco)


testemunhas
 Antes do recebimento da denúncia o acusado é notificado para
oferecer a defesa preliminar, no prazo de 10 dias, podendo arrolar
até 5 (cinco) testemunhas

 Apresentada a defesa preliminar, em 5 (cinco) dias, o juiz decidirá


sobre receber ou não a denúncia ou ainda determinar a
apresentação do preso, a realização de diligências, perícias, etc.,
no prazo de 10 (dez) dias. Recebendo ou não a denúncia há
necessidade de fundamentar

 Recebendo a denúncia designará dia e hora para a audiência de


instrução e julgamento.

Essa audiência será realizada em 30 (trinta) dias seguintes ao


recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de
avaliação para atestar dependência, quando se realizara em 90
(noventa) dias.

 Ordenará a citação pessoal do acusado para comparecer e


requisitará laudos

 Audiência de Instrução e julgamento

 Interrogatório* (em primeiro lugar) - No procedimento da Lei


de Drogas, o interrogatório deverá ser realizado no início
ou no final da instrução? O STF DECIDIU QUE SERÁ POR
ÚLTIMO, OU SEJA, APÓS O TÉRMINO DA INSTRUÇÃO.
EMBORA NA REFERIDA LEI CONSTA QUE O
INTERROGATÓRIO SERÁ REALIZADO NO INÍCIO DA
AUDIÊNCIA

 Oitiva das testemunhas

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 Oitiva de peritos

 Acareações

 contradita

 Interrogatório*

 Debates – 20m prorrogáveis por mais 10m

 Sentença – prazo de 10 dias. (incineração das drogas)

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