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XXXXXXXXXX – XX
QUEIXA CRIME
I. A GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A querelante é pessoa pobre na verdadeira acepção jurídica do termo, razão pela qual requer
os benefícios da justiça gratuita nos termos do artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal de 1988
e artigo 98 com seus incisos e parágrafos e seguintes do Código de Processo Civil de 2015.
Cabe aqui mencionar que o artigo 5º da CF/88 em seu inciso LXXIV, garante assistência jurídica
integral aos necessitados que comprovarem essa situação. De forma que tendo em vista que
tal dispositivo não revogou o artigo 4º da LAJ e não interfere no artigo 99 do CPC de 2015,
basta à simples alegação do interessado para que o juiz possa lhe conceder os benefícios da
justiça gratuita. Essa alegação constitui presunção “iuris tantum” de que o interessado é
necessitado, provada a condição por declaração.
***********************************************************************NARRA
R FATOS QUE COMPROVAM A CONDUTA CRIMONOSA
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III. DO DIREITO
Conforme o artigo 103 do Código Penal brasileiro, o prazo para interposição da Queixa Crime
no caso em tela é de 06 (seis) meses, senão vejamos:
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de
representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a
saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se
esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
Assim sendo, é possível o intento da presente Queixa Crime, uma vez que encontra-se dentro
do prazo legal para o seu oferecimento, porque não transcorridos 06 (seis) meses, desde o dia
do conhecimento da autoria, conforme também menciona o artigo 38 do Código de Processo
Penal.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no
direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses,
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em
que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Portanto, esta inicial preenche os devidos prazos legais para ser interposta.
Excelência, em conformidade com os fatos já narrados nesta petição, é sabido que a querelada
incorreu nos crimes tipificados nos artigos 138, 139 e 140 c/c 141, inciso III, todos do Código
Penal Brasileiro, senão vejamos:
Calúnia - Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena
- detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Difamação - Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena -
detenção, de três meses a um ano, e multa.
Injúria - Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de
um a seis meses, ou multa.
Além de estar presente, Excelência, o caso de aumento de pena previsto no art. 141, inciso III
do Código Penal, tendo em vista que os fatos se deram na presença de várias pessoas.
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria.
A difamação é conceituada por Cezar Roberto Bitencourt, como sendo a imputação a alguém
de fato ofensivo à sua reputação. Difamar consiste em atribuir fato ofensivo à reputação do
imputado — acontecimento concreto — e não conceito ou opinião, por mais gravosos ou
aviltantes que possam ser.
A querelada registrou um boletim de ocorrência contra a querelante por fatos que não são
verdadeiros, que acabou se tornando Termo Circunstanciado por lesão corporal e ameaça,
procedimentos públicos, vindo a saber da ocorrência de tal fato no dia 06 de maio de 2.019,
através dos policiais da Delegacia de Polícia de Jaraguá do Sul/SC (processo nº
XXXXXXXXXXXXXXX
Tal fato além de ser difamação pois veicula informações através de terceiros é também
calúnia!!
A calúnia consiste em imputar falsamente à alguém autoria de fato definido como crime e para
a sua caracterização o agente não necessariamente precisa ter consciência de que é falsa suas
afirmações, mas basta que haja a incerteza da autoria, para que este assuma os riscos
decorrentes da ofensa à integridade moral alheia.
Quanto ao crime de injúria está consumado, uma vez que a querelada se utilizou das palavras
“XXXXXXXXX”, “XXXXXXXXXXX” e assim feriu a honra subjetiva da querelante.
Também é importante que seja aplicada a querelada o conteúdo do artigo 69 do Código Penal.
Ocorre quando há duas ou mais condutas (comissivas ou omissivas), que resultam em dois ou
mais crimes, idênticos ou não. As penas são somadas de acordo com o sistema da
cumulatividade. No Brasil é observado na análise da primeira parte do art. 69 do Código Penal.
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que
haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-
se primeiro aquela.
No presente caso, deve ser aplicada a regra do concurso material de crimes, somando-se as
penas dos delitos praticados pela querelada.
1) Os benefícios da justiça gratuita, vez que se declara pobre no sentido jurídico do termo,
conforme declarações em anexo;
2) Requer seja designada audiência de conciliação, na forma do art. 520 do Código de Processo
Penal, e sendo infrutífera, requer que seja recebida e processada a presente Queixa Crime,
citando a querelada para vir responder à presente ação penal;
5) Requer, que seja fixado valor mínimo para a reparação dos danos causados, na forma do
artigo 387, inciso IV do Código de processo Penal, bem como sejam intimadas as testemunhas
abaixo arroladas;
Nestes termos,
Pede deferimento
ADVOGADO
OAB/UF XXXX
V. - ROL DE TESTEMUNHAS –
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