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28/07/2015

AÇÃO PENAL - CONCEITO


Ação Penal – é o direito do Estado ou do particular à obtenção de
uma resposta estatal para uma pretensão punitiva oriunda da
prática de um fato criminoso.

CLASSIFICAÇÃO
A classificação das ações penais no Código Penal – Uma
classificação com base na titularidade da ação penal. Se o
titular da ação penal for o Ministério Público, a ação penal é
pública. Se o titular da ação penal for o ofendido, a ação penal
é privada.

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CÓDIGO PENAL
Art. 100 do Código Penal:
A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara
privativa do ofendido.
1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo,
quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição
do Ministro da Justiça.
2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do
ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.
3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação
pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.
4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação
passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA X PRIVADA EXEMPLOS

Quando ação penal for privativa do ofendido ou for pública


condicionada à representação ou à requisição do Ministro da
Justiça, a lei expressamente, indicará.

Exemplo 1: Art. 145 do Código Penal - Nos crimes previstos neste


Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando,
no caso do art. 140, 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da
Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código,
e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do
mesmo artigo, bem como no caso do 3o do art. 140 deste
Código.

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AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA X PRIVADA EXEMPLOS

Exemplo 2: Art. 147 do Código Penal – Ameaça - Ameaçar alguém,


por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena -
detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único -
Somente se procede mediante representação.

Exemplo 3: Introdução ou abandono de animais em propriedade


alheia - Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade
alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o
fato resulte prejuízo: Pena - detenção, de quinze dias a seis
meses, ou multa. Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV
do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante
queixa.

Ação Penal Pública

Ação Penal Pública – promovida pelo Ministério Público.

A ação penal pública é dividida em dois tipos:


a) ação penal pública incondicionada – pode ser proposta
independente de representação ou requisição;
b) ação penal pública condicionada – quando dependente de
representação ou requisição do Ministro da Justiça (nos casos
de crime cometido contra a honra do Presidente da República e
de chefe de governo estrangeiro (art.141, I, c/c art.145,
parágrafo único do Código Penal).

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DA AÇÃO PENAL
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir,
de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido
ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente


por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado
pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)

2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do


patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal
será pública. (Incluído pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)

DA AÇÃO PENAL
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou
seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo
para o oferecimento da denúncia.

Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de


queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos
dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

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DA AÇÃO PENAL
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida
a denúncia.

Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com


o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida
pela autoridade judiciária ou policial.

Ação Penal Pública Condicionada

a) Representação – é condição de procedibilidade. Sem a


representação, o Ministério Público não pode promover a Ação
Penal Pública Condicionada.
b) Conforme art. 39 do Código de Processo Penal, o direito de
representação poderá ser exercido, pessoalmente, ou por
procurador com poderes especiais, mediante declaração,
escrita ou oral, feita ao juiz, ao Ministério Público ou à
autoridade policial.
c) Não se exige rigor formal para a representação. Nesse sentido,
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior
Tribunal de Justiça:

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AUSÊNCIA DE RIGOR FORMAL DA


REPRESENTAÇÃO
Recurso ordinário em habeas corpus. 2. Penal e Processo Penal.
3. Assédio Sexual. Representação feita mediante o
comparecimento da vítima à delegacia para registrar a
ocorrência. 4. Jurisprudência desta Corte no sentido de que a
representação nos crimes de ação penal pública condicionada
prescinde de qualquer formalidade. Precedentes. 5. Ausência
de constrangimento ilegal. Recurso a que se nega provimento.
(RHC 123086, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda
Turma, julgado em 09/09/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
192 DIVULG 01-10-2014 PUBLIC 02-10-2014)

AUSÊNCIA DE RIGOR FORMAL DA


REPRESENTAÇÃO
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO. NÃO CABIMENTO. ATENTADO
VIOLENTO AO PUDOR. AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES DE ARCAR COM AS
DESPESAS DO PROCESSO. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REPRESENTAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. PRESCINDIBILIDADE DE RIGOR
FORMAL. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. ILEGALIDADE INEXISTENTE.
1. Não é cabível a utilização do habeas corpus como substitutivo do recurso
adequado. Precedentes.
2. Esta Corte Superior de Justiça já pacificou o entendimento no sentido de que a
representação da vítima ou de seus representantes legais para a investigação
ou deflagração de ação penal, nos casos em que esta é condicionada àquela
manifestação, não exige nenhum rigor formal, bastando a demonstração
inequívoca do interesse em iniciar a persecução penal.

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AUSÊNCIA DE RIGOR FORMAL DA REPRESENTAÇÃO

3. A iniciativa da ação penal nos crimes sexuais, antes das alterações


trazidas pela Lei n. 12.015/2009, cabia ao Ministério Público quando a
vítima ou seus pais não pudessem prover às despesas do processo,
dependendo, portanto, de representação.
4. Na espécie dos autos, poucos dias após tomar conhecimento dos
fatos, a mãe da vítima compareceu à Promotoria de Justiça local e
noticiou o fato delituoso ao representante do Ministério Público, o que
ensejou a instauração do respectivo inquérito policial. Após
aproximadamente um ano, os genitores da vítima, ao prestaram novas
declarações perante a autoridade policial, mais uma vez manifestaram
expressamente o desejo de representar criminalmente contra o
agressor, bem como consignaram seu estado de hipossuficiência.

AUSÊNCIA DE RIGOR FORMAL DA REPRESENTAÇÃO

5. A controvérsia aqui apresentada gira em torno do fato de ter o Ministério


Público, ao redigir a denúncia, feito referência especificamente à segunda
representação, que, por ter ocorrido após mais de seis meses do
conhecimento da autoria da infração, ensejaria a ocorrência de decadência do
direito de representação.
6. Por não depender a representação de rigor formal, as primeiras declarações
prestadas pela mãe da vítima em 28/8/2007 perante o Ministério Público,
noticiando o fato delituoso, já demonstraram de forma inequívoca a intenção
de ver o ofensor submetido à persecução penal, de forma que a "nova
representação" serviu apenas para que os genitores do menor, informando sua
ausência de condições de arcar com as despesas do processo, legitimassem a
atuação do Parquet.7. Habeas corpus não conhecido. (HC 238.111/RJ, Rel.
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2013,
DJe 16/05/2013)

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REPRESENTAÇÃO
d) Quem pode representar: o ofendido ou quem tiver qualidade
para representa-lo (art. 24 do Código de Processo Penal). Se o
ofendido tiver morrido ou for declarado ausente, o direito de
representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão (art. 24, 1º do Código de Processo Penal).
e) Prazo para a representação – 6 (seis) meses, contados do dia
em que o ofendido vier a saber quem é o autor do crime (art. 38
do Código de Processo Penal).

REPRESENTAÇÃO
f) Se a vítima for menor de 18 anos, a representação pode ser
oferecida por seu representante legal (interpretação do art. 34
do Código de Processo Penal). Se maior de 18 anos,
exclusivamente por ele ou procurador com poderes especiais.
Se emancipado, maior de 16 e menor de 18 anos, necessita de
representação legal no âmbito penal.

g) O Ministério Público não está obrigado a oferecer a denúncia,


se concluir, por exemplo, pela inexistência de provas para o
início da ação penal.

h) A representação é retratável, mas, depois de oferecida a


denúncia, a representação será irretratável (art. 25 do Código
de Processo Penal).

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DA AÇÃO PENAL
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do
Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública,
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e
indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a


denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as
razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao
procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento,
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Princípios da Ação Penal Pública

Obrigatoriedade – o Ministério Público, verificando a existência


das condições da ação e a presença de justa causa (a
materialidade do fato criminoso e de indícios suficientes de
autoria), está obrigado a promover a ação penal pública. Não
cabe ao Ministério Público juízo de conveniência e
oportunidade.

Indisponibilidade – não pode o Ministério Público dispor da ação


penal. É um desdobramento do princípio da obrigatoriedade.

Oficialidade – a ação penal pública é proposta por órgão oficial do


Estado (Ministério Público).

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Princípios da Ação Penal Pública


Autoritariedade – as funções de acusação são exercidas por
autoridades estatais.

Oficiosidade – as autoridades estatais devem proceder de ofício.

Intranscedência da ação penal – a ação só pode ser proposta


contra quem se imputa a prática de um delito.

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA – REPRESENTAÇÃO - PROCURADOR


COM PODERES ESPECIAIS

Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,


pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do
Ministério Público, ou à autoridade policial.

1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem


assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu
representante legal ou procurador, será reduzida a termo,
perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do
Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.

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AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA – REPRESENTAÇÃO

(...)
3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a
autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo
competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este
reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que
esta proceda a inquérito.
5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito,
se com a representação forem oferecidos elementos que o
habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a
denúncia no prazo de quinze dias. (DISPENSABILIDADE DO
INQUÉRITO).

EXERCÍCIO
O direito de representação NÃO poderá ser exercido:

A) PESSOALMENTE
B) MEDIANTE DECLARAÇÃO ORAL
C) POR PROCURADOR COM PODERES ESPECIAIS
D) POR PORCURADOR CONSTITUÍDO POR ESCRITURA
PÚBLICA, AINDA QUE NÃO TENHA O PROCURADOR
PODERES ESPECIAIS.

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EXERCÍCIO
Marque a alternativa correta:

A) A representação é retratável enquanto não tiver sido prolatada


a sentença.
B) Depois de formulada, a representação é irretratável.
C) A representação é retratável enquanto não transitar em
julgado a sentença.
D) Depois de oferecida a denúncia, a representação é irretratável.

RELEMBRAR – DEPOIS DE OFERECIDA A DENÚNCIA A REPRESENTAÇÃO É


IRRETRATÁVEL

Art. 25. A representação será irretratável,


depois de oferecida a denúncia.

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Pode o Ministério Público, depois de oferecida a denúncia,


desistir? Não, pois o Ministério Público não pode desistir da
ação penal (art. 42 do Código de Processo Penal).

A ação penal pública é obrigatória (princípio da obrigatoriedade


da ação penal), não podendo o Ministério Público, verificados
os indícios de autoria e a materialidade do crime, escolher se
vai ou não propor a ação.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES CONTINUAÇÃO

Decorre do princípio da obrigatoriedade, o princípio da


indisponibilidade da ação penal. Proposta a ação penal, com o
oferecimento da denúncia, o Ministério Público não pode
dispor da ação penal. A resposta de procedência ou
improcedência da pretensão punitiva, cabe ao Poder
Judiciário. Entendendo ser caso de absolvição, o Ministério
Público pede a absolvição do denunciado.
Depois de oferecida a denúncia, o Ministério Público Não pode:
a) pedir o arquivamento dos autos do processo;
b) desistir da ação penal.

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AÇÃO PENAL PÚBLICA – INDISPONIBILIDADE

Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.


(Princípio da indisponibilidade).

Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

AÇÃO PENAL PÚBLICA- PRAZO PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA

Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso,


será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público
receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver
solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito
à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o
órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o
prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que
tiver recebido as peças de informações ou a representação.
2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado
da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se
este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o
que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.

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AÇÃO PENAL PRIVADA

Ação Penal Privada – promovida pelo


ofendido ou de quem tenha qualidade para
representá-lo. No caso de morte do ofendido
ou de ter sido declarado ausente por decisão
judicial, o direito de oferecer queixa ou de
prosseguir na ação passa ao cônjuge,
ascendente, descendente ou irmão.

Princípios da Ação Penal Privada

Da oportunidade ou conveniência – a vítima decide se


oferece ou não oferece a queixa. Se promove ou não
promove a ação.
Da disponibilidade – pode o particular desistir da ação
penal, através do perdão ou da perempção.

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PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL


PRIVADA
Da indivisibilidade – Art. 48 do Código de Processo Penal – A
queixa contra qualquer um dos autores do crime a obrigará
contra todos e o Ministério Público velará pela sua
indivisibilidade.

Da intranscendência: a ação penal só pode ser proposta contra a


pessoa acusada da prática do crime.

AÇÃO PENAL PRIVADA


Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para
representá-lo caberá intentar a ação privada.

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado


ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.

Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de


queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente
mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31,
podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso
o querelante desista da instância ou a abandone.

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AÇÃO PENAL PRIVADA - PRAZO


Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu
representante legal, decairá no direito de queixa ou de
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo
para o oferecimento da denúncia.

Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de


queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos
dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

AÇÃO PENAL PRIVADA

Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a


requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará
advogado para promover a ação penal.
1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover
às despesas do processo, sem privar-se dos recursos
indispensáveis ao próprio sustento ou da família.

2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da


autoridade policial em cuja circunscrição residir o ofendido.

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AÇÃO PENAL PRIVADA

Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente


constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser
representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos
designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou
sócios-gerentes.

AÇÃO PENAL PRIVADA -PRAZO

Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu


representante legal, decairá no direito de queixa ou de
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo
para o oferecimento da denúncia.

Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de


queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos
dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

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AÇÃO PENAL PRIVADA -PRAZO


Decadência - perda do direito de propor a ação penal, em
razão do decurso do tempo. É causa de extinção da
punibilidade (art. 107, IV do Código Penal).

AÇÃO PENAL PRIVADA – QUEIXA

Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com


poderes especiais, devendo constar do instrumento do
mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso,
salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências
que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.

Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do


ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem
caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo.

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AÇÃO PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA


PÚBLICA
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do
processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a
todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a
ação como parte principal.

AÇÃO PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA


PÚBLICA
Atenção 1: O ofendido tem 6 (seis) meses (art. 38, 2ª parte
do Código de Processo Penal) para ajuizara a ação penal
privada.
Atenção 2: Para propositura da ação penal privada
subsidiária da pública tem que ficar comprovada a
desídia do Ministério Público. Se o Ministério Público
requer novas diligências no inquérito, por exemplo, não é
caso de ação privada subsidiária da pública.

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AÇÃO PENAL PRIVADA - QUEIXA

Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime


obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará
pela sua indivisibilidade. (PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE).

AÇÃO PENAL PRIVADA - RENÚNCIA

Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração


assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou
procurador com poderes especiais.

Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor


que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do
direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito
do primeiro.

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AÇÃO PENAL PRIVADA - PERDÃO

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados


aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em
relação ao que o recusar.

Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos,


o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu
representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo
oposição do outro, não produzirá efeito.

AÇÃO PENAL PRIVADA - PERDÃO

É causa de extinção da punibilidade (art. 107,


V do Código Penal) e pode ser conceituado
como ato bilateral através do qual o ofendido
desiste da ação penal, exigindo-se a aceitação
do querelado (acusado).

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AÇÃO PENAL PRIVADA - PERDÃO

O perdão pode ser concedido a qualquer tempo? NÃO.


Segundo o art. 106, 2º do Código Penal, não é
admissível o perdão depois que passa em julgado a
sentença condenatória.

AÇÃO PENAL PRIVADA – NOMEAÇÃO DE CURADOR

Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado


mental e não tiver representante legal, ou colidirem os
interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão
caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.

Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á,


quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52.

Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o


direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu
representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo
oposição do outro, não produzirá efeito.

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AÇÃO PENAL PRIVADA – PERDÃO

Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes
especiais.

Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no


art. 50.

Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo


ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes
especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que
houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de
queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro.

AÇÃO PENAL PRIVADA – PERDÃO – ATO BILATERAL – DEPENDE DE


ACEITAÇÃO DO QUERELANTE

Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os


meios de prova.

Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa


nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três
dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado
de que o seu silêncio importará aceitação.

Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a


punibilidade.

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AÇÃO PENAL PRIVADA – PERDÃO – ATO BILATERAL – DEPENDE DE


ACEITAÇÃO DO QUERELANTE

Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de


declaração assinada pelo querelado, por seu representante
legal ou procurador com poderes especiais.

AÇÃO PENAL PRIVADA – PEREMPÇÃO

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante


queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o


andamento do processo durante 30 dias seguidos;

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua


incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no
processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das
pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art.
36;

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AÇÃO PENAL PRIVADA – PEREMPÇÃO

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo


justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas
alegações finais;

IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se


extinguir sem deixar sucessor.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta


a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.

Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do


querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a
parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco
dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou
reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da


certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará
extinta a punibilidade.

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EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato
como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

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REQUISITOS DA DENÚNCIA OU QUEIXA

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato


criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do
acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo,
a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.

REQUISITOS DA DENÚNCIA OU QUEIXA

De acordo com o art. 41 do Código de Processo Penal, a denúncia


ou queixa conterá:
1. a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias;
2 . a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo;
3. a classificação do crime;
4. quando necessário, o rol de testemunhas.

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REQUISITOS DA DENÚNCIA OU QUEIXA

Denúncia e a queixa
A denúncia é a petição inicial da ação penal pública, enquanto a
queixa é a petição inicial da ação penal privada.
Requisitos da petição inicial (denúncia ou queixa)
Requisitos da denúncia ou queixa: os requisitos da denúncia ou queixa
estão previstos no art. 41 do Código de Processo Penal.

A DENÚNCIA OU QUEIXA PODE SER REJEITADA PELO JUIZ?


SIM.ART. 395 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.

REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA

Rejeição da inicial (denúncia ou queixa e inépcia da inicial


(denúncia ou queixa)

De acordo com o art. 395 do Código de Processo Penal, a


denúncia ou queixa será rejeitada quando:
a) for manifestamente inepta;
b) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação
penal;
c) faltar justa causa para a ação penal.

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STF – NÃO OCORRÊNCIA DE INÉPCIA DA DENÚNCIA

Petição inicial (denúncia ou queixa) inepta


O Supremo Tribunal Federal entende não haver inépcia quando a
petição inicial especifica as condutas, expõe o fato criminoso e
observa os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal:
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO HABEAS CORPUS.
EMBARGOS CONVERTIDOS EM AGRAVO REGIMENTAL.
CONSTITUCIONAL. LESÃO CORPORAL CULPOSA COM
OMISSÃO DE SOCORRO. HABEAS CORPUS IMPETRADO
CONTRA DECISÃO PROFERIDA EM RECURSO ORDINÁRIO EM
HABEAS CORPUS NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
INVIABILIDADE JURÍDICA. AÇÃO MANIFESTAMENTE
CONTRÁRIA À JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE.
PRECEDENTES. (...)

STF – NÃO OCORRÊNCIA DE INÉPCIA DA DENÚNCIA

1. Embargos contra decisão monocrática convertidos em agravo


regimental. (...) 3. Não é inepta a denúncia que especifica as
condutas, expondo de forma pormenorizada o fato criminoso e
preenche os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal.
(...). (HC 126563 ED, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda
Turma, julgado em 03/03/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
049 DIVULG 12-03-2015 PUBLIC 13-03-2015).

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STF – OCORRÊNCIA DE INÉPCIA DA DENÚNCIA

Se a petição inicial não contem a descrição clara, lógica e


coerente dos fatos imputados ao acusado, deve ser ela
rejeitada por inépcia:
Ementa: INQUÉRITO. IMPUTAÇÃO DOS CRIMES PREVISTOS NOS
ARTS. 171 E 333 DO CÓDIGO PENAL E NOS ARTS. 19,
PARÁGRAFO ÚNICO, E 20 DA LEI 7.492/1986. INDÍCIOS DE
AUTORIA E MATERIALIDADE DEMONSTRADOS. SUBSTRATO
PROBATÓRIO MÍNIMO PRESENTE. INÉPCIA PARCIAL DA
INICIAL ACUSATÓRIA. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS
SUFICIENTES QUANTO À EXISTÊNCIA DO CRIME DE
CORRUPÇÃO ATIVA. DENÚNCIA RECEBIDA EM PARTE.

STF – OCORRÊNCIA DE INÉPCIA DA DENÚNCIA

1. É indispensável que a inicial acusatória contenha descrição clara,


lógica e coerente, de modo a permitir ao acusado entender a
imputação e exercer seu direito de defesa, o que não ocorreu em
relação ao crime de corrupção ativa. Nesse ponto específico, a
denúncia, por insuficiência narrativa, deve ser tida como
inepta por deixar de indicar elementos suficientes sobre a
existência da suposta corrupção de funcionário público, em
relação à qual, além disso, não se acha indícios suficientes
para a instauração da persecução penal.

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STF – OCORRÊNCIA DE INÉPCIA DA DENÚNCIA

2. Todavia, quanto à imputação dos crimes previstos no art. 171 do


Código Penal e nos arts. 19, parágrafo único, e 20 da Lei 7.492/1986,
a denúncia contém adequada indicação da conduta delituosa imputada
ao acusado e aponta os elementos indiciários mínimos aptos a tornar
plausível a acusação, o que permite o pleno exercício do direito de
defesa.
3. Denúncia recebida em parte.
(Inq 2973, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma,
julgado em 10/02/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-055 DIVULG
19-03-2015 PUBLIC 20-03-2015).

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