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DIREITO PENAL

AÇÃO PENAL
Prof. Leonardo dos Santos Arpini
AÇÃO PENAL:
Ação pública e de iniciativa privada
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do
ofendido.
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o
exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem
tenha qualidade para representá-lo.
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o
Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial,
o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
AÇÃO PENAL:
A ação penal no crime complexo
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que,
por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em
relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.

Irretratabilidade da representação
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.

Decadência do direito de queixa ou de representação


Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou
de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em
que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do
dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
AÇÃO PENAL:
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou
tacitamente.
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível
com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a
indenização do dano causado pelo crime.
AÇÃO PENAL:
Perdão do ofendido
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa,
obsta ao prosseguimento da ação.

Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:


I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;
II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;
III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de
prosseguir na ação.
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.
AÇÃO PENAL:
Arts. 24 a 62 do CPP.
AÇÃO PENAL:
Arts. 24 a 62 do CPP.
• A ação penal pode ser:

• Incondicionada: trata-se de ação de titularidade do MP, cujo exercício não depende da autorização de
terceiros. Saiba, meu amigo(a) que, no silêncio da lei, a ação será pública incondicionada.

• Condicionada: aqui a ação continua sendo de titularidade do MP, porém, o Membro do Parquet só
poderá ajuizar a ação quando autorizado por um terceiro (art. 25, do CPP). Nesse caso, a ação será
condicionada à representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça (nos crimes contra o
Presidente da República).
AÇÃO PENAL:
• Quanto à ação penal privada, ela poderá ser:

• Exclusivamente privada: nos casos dos crimes contra a honra, elencados nos artigos 138 a 140 do CP.

• Personalíssima: ocorrerá somente no caso do crime do art. 236, do CP (Induzimento a erro essencial e
ocultação de impedimento), ocasião em que o titular será única e tão somente o cônjuge enganado.

• Subsidiária da pública: ocorrerá nos casos em que o Membro do Ministério Pública permanecer inerte
no prazo previsto no art. 41 do CPP, nascendo, então, para o ofendido, a prerrogativa de propor a ação
penal.
AÇÃO PENAL:

Condições genéricas da ação penal:

• A primeira delas é a legitimidade’ (“ad causam”), ou seja, caríssimo(a), é necessário saber quem é a
parte legítima para ingressar com a ação penal.

• A segunda condição é o interesse processual, ou seja, nesse caso é necessário sabermos se há


interesse na propositura da ação penal para a punição do criminoso.
AÇÃO PENAL:
• Por fim, a terceira condição genérica é a possibilidade jurídica do pedido (extinta no processo civil,
mas mantida no processo penal). Para essa última condição, haverá possibilidade jurídica do pedido
quando a inicial narrar um fato penalmente típico.
AÇÃO PENAL:
AÇÃO PENAL:
AÇÃO PENAL:
• Causas extintivas da punibilidade conectadas a ação penal:
a) Renúncia e decadência: aplicam-se aos crimes de ação privada e pública condicionada à
representação. Ocorrem antes da ação penal.

b) Perempção e perdão aceito: aplicam-se somente a crimes de ação privada. Ocorre durante
a ação penal (a partir do recebimento da queixa até o trânsito em julgado).

Renúncia: é a manifestação de vontade (expressa ou tática) que indica não querer o agente
seja processado.
a) renúncia expressa: decorre de manifestação escrita da parte.
b) renúncia tácita: deriva de ato incompatível com a vontade de processar o agente (admite
qualquer meio de prova). A aceitação pela vítima da indenização civil não constitui renúncia
(art. 104, p.ú, CP), salvo quando ocorrer acordo em infração de menor potencial ofensivo na
audiência preliminar do JECRIM (art. 74, p.ú).
AÇÃO PENAL:
A renúncia é ato unilateral (ninguém precisa concordar) e comunicável (a renúncia em favor de
um agente criminoso, se estende a todos).

Decadência: é causa extintiva da punibilidade que se dá com o decurso do prazo de 6 meses,


contados do conhecimento da autoria delitiva, sem que o titular da queixa ou da
representação exerça tais direitos. O prazo decadencial é fatal e peremptório, não se suspende
nem se interrompe.
AÇÃO PENAL:
• Perempção: é uma causa extintiva da punibilidade que indica a desídia do querelante ou desinteresse
na condenação.
• Art. 60, CPP

Quando o querelante deixar de dar andamento à ação por mais de 30 dias;


Quando o querelante deixa de comparecer (justificadamente) a ato processual para o qual foi convocado;
Quando o querelante falece ou é declarado ausente o CADI não assume o polo ativo em 60 dias.
Quando o querelante deixa de pedir a condenação do querelado em suas alegações finais.
Quando for PJ e se extinguir a PJ.
AÇÃO PENAL:
• Perdão aceito: perdão é manifestação do querelante (vítima da ação penal privada), que só produz efeito
(extinção da punibilidade) quando aceita pelo querelado (criminoso da ação penal privada). Ato bilateral.

• Formas de perdão:
Processual (expressa)
Extraprocessual (expressa ou tácita).

• Formas de aceitação:
Processual (expressa ou tácita)
Extraprocessual (expressa ou tácita).

Expresso = por escrito.


Formas extraprocessuais tácitas: decorrentes de ato compatível com a vontade de prosseguir no processo.
Aceitação processual tática = se o querelante (vítima da ação penal privada) oferecer o perdão processual, o
querelado (criminoso da ação penal privada) será intimado a se manifestar em três dias, advertido de que seu
silêncio importará em aceitação.
AÇÃO PENAL:
Acerca dos crimes contra a pessoa, julgue o item que se segue.

O crime de ameaça praticado por marido contra a sua esposa é processado por ação penal
pública incondicionada, dispensando-se a representação da vítima.

Alternativas
( ) Certo
( ) Errado
AÇÃO PENAL:
Em relação a ação penal e extinção da punibilidade, julgue o seguinte item.

A ação penal privada subsidiária da pública tem natureza infraconstitucional e cabe quando o
Ministério Público perde o prazo para o oferecimento da denúncia ou arquiva o inquérito
policial.

Alternativas
( ) Certo
( ) Errado
Paulo, descontente com o término do namoro com Maria, livre e conscientemente invadiu o dispositivo
informático do aparelho celular dela e capturou fotos íntimas e conversas privadas dela com seu novo
namorado, João. Posteriormente, também livre e conscientemente, com intuito de vingança, divulgou, em
redes sociais na Internet, os vídeos e as fotos de Maria, com cunho sexual, difamando-a e injuriando João
com a utilização de elementos referentes à sua raça, cor e etnia. Em razão dessa conduta, Paulo foi indiciado
pelos delitos de violação de dispositivo informático, divulgação de cenas de sexo ou pornografia, majorada
pelo intuito de vingança, difamação contra Maria e injúria racial contra João.
Com relação à persecução penal nessa situação hipotética, é correto afirmar que os crimes citados se
submetem, respectivamente, a ação penal
Alternativas
A) pública condicionada a representação, pública condicionada a representação, privada, e pública
incondicionada
B) pública condicionada a representação, pública incondicionada, privada, e pública condicionada a
representação.
C) pública condicionada a representação, pública condicionada a representação, privada, e pública
condicionada a representação
D) pública incondicionada, pública incondicionada, privada, e pública condicionada a representação
E) pública incondicionada, pública incondicionada, pública condicionada a representação, e pública
incondicionada
Antônia foi vítima de calúnia praticada por Francisca e Rita. Inconformada, Antônia, na
mesma semana em que sofreu a calúnia, tomou as providências para que fosse proposta a
ação penal cabível, mas o fez apenas contra Francisca, porque Rita era amiga de sua mãe.
Nessa situação hipotética, ocorre
Alternativas
A) retratação
B) renúncia.
C) perdão
D) perempção
E) decadência
Assinale a alternativa correta, no que concerne à ação penal (CP, art. 100 a 106).

A) Os crimes de ação pública não admitem, em nenhuma hipótese, ação de iniciativa privada
B) Não é admissível o perdão do ofendido depois que passa em julgado a sentença
condenatória.
C) O direito de queixa pode ser exercido quando renunciado tacitamente, mas desde que se
respeite o prazo decadencial
D) No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o
direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação é extinto
E) A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, sempre, de
representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça
Nos crimes de ação penal pública incondicionada, a ação será promovida por:
Alternativas
A) representação de parentes da vitima
B) requerimento do ofendido
C) petição de um advogado
D) denúncia do Ministério Público
E) requisição do Ministro da Justiça
Nos crimes processados mediante ação penal pública condicionada à representação, esta é

A) irretratável, depois de oferecida a denúncia.


B) retratável, porém, apenas até 6 (seis) meses depois de cometido o fato criminoso
C) irretratável, como regra, nos crimes hediondos
D) retratável, até o recebimento da denúncia
E) retratável, porém, apenas até 6 (seis) meses depois da ciência da autoria do fato criminoso

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