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PEÇA PRÁTICA
QUEIXA CRIME
APRESENTAÇÃO
Caro, aluno(a)!
@profleonardobarbosa
Email: lab@aasp.org.br
Este material contém todas as informações necessárias relativas a prática penal as quais
te levara para a aprovação na segunda fase do Exame de Ordem.
Um abraço,
Leonardo Barbosa
PEÇA DE PRÁTICA PENAL
PROCEDIMENTO COMUM – QUEIXA-CRIME
1. Conceito: é aquela titularizada pela vítima ou por seu representante legal na condição de substituição
processual, já que ela atua em nome próprio pleiteando a punição, que será exercida pelo Estado. O que a vítima
pede é pleiteado pelo Estado, por isso é ele quem pune.
A vítima é uma mera substituta processual, porque ela não atua em nome próprio.
Obs.2: para saber se o crime é ou não de ação penal privada, é preciso ler o artigo de lei que regula o crime ou as
disposições gerais do Código Penal que tratam daquele tipo penal. A partir do art. 141, nos crimes contra a honra,
por exemplo, há as disposições comum. Quando o crime é de ação privada, encontraremos a seguinte referência
na Lei: “somente se procede mediante queixa”.
Ex.: art. 145 do CP.
2. Princípios
2.1. Princípio da OPORTUNIDADE
Ex.: Gilmar chamou alguém de canalha. A injúria é crime de ação penal privada, conforme art. 145, CP. A
pessoa não está obrigada a ingressar com ação penal contra Gilmar. O ajuizamento é uma mera faculdade e a
vítima só faz se quiser. O ajuizamento da ação penal privada deve atender a conveniência da vítima, que
ingressa com a ação se quiser.
I – Conceito: a vítima só exercerá a ação privada se lhe for conveniente.
II – Institutos correlatos:
a) Decadência:
Ex.: a vítima de crime de ação penal privada tem prazo para ajuizar essa ação. o prazo é de 6 meses e é
contado do dia em que a vítima sabe quem é o criminoso oficialmente. Se a vítima não quiser entrar, ela deixa
passar o prazo. Se o prazo de 6 meses passar e ela não ajuizar a ação privada, ocorre a decadência, que leva
à extinção da punibilidade.
a.1) Conceito: é a perda da faculdade de ingressar com a ação privada em razão do decurso do PRAZO, qual
seja, em regra 6 meses contados do CONHECIMENTO DA AUTORIA DA INFRAÇÃO (art. 38, CPP).
b.1) Conceito: ela ocorre pela declaração expressa da vítima de que não pretende ingressar com a ação ou pela
prática de ato incompatível com essa vontade.
Obs.1: uma vez recebendo os autos do inquérito, o MP terá, como regra, 5 dias para agir se o sujeito está PRESO, ou
15 dias se ele está em liberdade (art. 46, CPP). Essa é a regra geral.
Obs.2: se o promotor ofereceu denúncia, requereu diligências complementares ou promoveu o arquivamento do
inquérito, não caberá ação privada subsidiária.
PALAVRAS-
CHAVE PREVISÃO ENDEREÇAME POSSÍVEIS
PEÇA PEDIDOS PRAZO
(Momento LEGAL NTO TESES
processual)
Recebida e
Juiz de 1º grau
autuada a
Crimes de ação (Juiz de Direito
queixa-crime.
penal privada – da Vara
Citação,
atuação em Criminal; ou
processamento, 6 meses do
favor da Arts. 30 e 41 do Juiz Federal da Adequação do
condenação. conhecimento
QUEIXA-CRIME vítima. CPP e Art. 100, Vara Criminal; fato concreto
Fixação de da autoria do
Ainda não há §2º do CP ou ao tipo penal.
indenização “ex crime
ação Juiz de Direito
delicto”.
penal em do Juizado
Apresentar ROL
andamento. Especial
DE
Criminal)
TESTEMUNHAS
II – Prazo – 6 meses contados do ESGOTAMENTO DO PRAZO QUE O MP TINHA PARA AGIR, qual seja, em
regra 5 dias quando o sujeito está preso, ou 15 dias quando o sujeito está em liberdade (art. 46, CPP).
III – Poderes do MP: o promotor deve atuar como interveniente obrigatório, tendo amplos poderes, definidos no art.
29 do CPP. O promotor pode propor prova, apresentar recursos, complementar a ação incluindo mais réus, por
exemplo. Se a vítima fraquejar em qualquer momento, ela é afastada e o promotor retoma a demanda como parte
principal. Logo, não existe perdão ou perempção na ação penal privada subsidiária.
Obs.: se o promotor não intervir em todos os termos da ação privada subsidiária, teremos nulidade do processo
(art. 564, III, “d”, CPP).
4. Estudo da QUEIXA-CRIME
É necessário estudar ação penal – arts. 24 ao 62 do CPP; estudar ação civil ex delicto – arts. 63 ao 68 do CPP;
estudar procedimento do júri (arts. 406 e seguintes do CPP); e fazer os exercícios da área do aluno.
4.1 Conceito
A queixa-crime é uma petição inicial que caracteriza o exercício da ação penal privada. A petição inicial é
apresentada ao juiz, como objetivo de que seja deflagrado o processo.
Advertência: Vamos consultar o tipo penal para verificar a ação cabível. Constatando que o crime “se
procede mediante queixa”, é porque estamos diante de um delito no qual a ação privada é a cabível.
4.3 Endereçamento
A peça é usualmente apresentada perante o juiz de primeiro grau, salvo quando o réu goza de foro por
prerrogativa. Se o crime persecutido por ação privada for estadual, federal, de competência do juizado de
violência doméstica e familiar contra a mulher, verifica-se o endereçamento, pois existem crimes de ação
privada no contexto da Lei Maria da Penha; ou o crime pode ser de competência do juizado especial criminal
por se tratar de infração de menor potencial ofensivo.
a) Se a queixa-crime for manejada com o endereçamento para o juiz estadual, aponta-se da seguinte
maneira:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (...) VARA CRIMINAL DA COMARCA DE (...).
ATENÇÃO!!!
Até agora, as peças da OAB exploraram a competência estadual, com a unificação do exame.
ATENÇÃO!!!
A procuração será feita apenas se o enunciado da questão exigir expressamente.
c) Embasamento jurídico:
c.1) Ação privada exclusiva: se a ação privada é a exclusiva, os artigos que serão conjugados no preâmbulo são:
arts. 30 e 41 do CPP, combinados com o art. 100, § 2º, CP.
c.2) Ação privada personalíssima, que tem como o único legitimado o ofendido. Para esse tipo, o embasamento
jurídico são os artigos 30 e 41, combinados com os artigos 100, § 2º, e 236, parágrafo único, CP.
ATENÇÃO!!!
Quando a peça tem previsão constitucional, aponta-se no preâmbulo o dispositivo da Constituição Federal de 1988.
c.3) Ação privada subsidiária da pública, os artigos são o art. 5º, LIX, CF, combinado com o art. 29, CPP, e com o
art. 100, § 3º, CP.
d) Nome jurídico da peça.
Ação privada subsidiária da pública
A regra geral é que o nome jurídico da peça é “Queixa-crime”. No caso de uma ação privada subsidiária da pública, e
se a queixa-crime tiver cabimento em um delito da esfera pública, porque o promotor não agiu nos prazos que a lei
lhe confere, a queixa-crime será chamada de substitutiva, portanto tem cabimento no contexto das ações privadas
subsidiárias.
Narrativa fática
A narrativa fática para ajuizar uma ação criminal da queixa-crime é a parte essencial da peça, visto que a
responsabilidade penal pressupõe uma imputação, ou seja, atribuir um fato a alguém, moldada a um tipo penal.
Portanto, quem acusa deve narrar fatos com maestria, já que estes devem estar moldados a um tipo penal, ou não
haverá responsabilidade.
Obs.: devemos apresentar de forma lógica o fato apresentado no enunciado, empregando-se palavras próprias. É
importante termos em mente que os fatos narrados devem se amoldar ao tipo penal que estamos atribuindo ao
querelado.
Esboço jurídico
No esboço jurídico, deve constar os tipos penais e a subsunção, isto é, mostrar que o fato ocorrido se enquadra no
tipo penal atribuído ao querelado. Devem ser apresentados os artigos da lei que caracterizam as infrações apontadas.
Na sequência, faz-se o enquadramento fático ao tipo penal (subsunção). Além disso, é preciso fazer o apontamento
de qualificadoras, de causas de aumento de pena, de agravantes e demonstrar a autoria e a materialidade. Caso haja
pluralidade de crimes, formula-se o apontamento do eventual concurso de
crimes, ou seja, se há concurso material, se existe concurso formal ou continuidade delitiva.
Pedidos
Nos pedidos, há tópicos formais invariáveis que precisam estar na queixa-crime e os que irão personificar a peça, em
conformidade com o caso concreto. Assim, na parte dos pedidos, deve-se requerer que a peça seja recebida pelo
juiz, a citação do réu para se ver e processar, que ele seja condenado a pagar as custas processuais, que o juiz fixe o
mínimo de indenização cabível pelos danos que lhe foram causados, assim como protestar pela oitiva das
testemunhas que estão sendo arroladas na petição inicial.
Posto isso, na parte petitória, deve-se requerer o recebimento da inicial, a abertura de vistas ao Ministério Público
para manifestação como custos legis, a citação do querelado para a formulação da resposta escrita à acusação e
intimação para os demais termos do processo até o final do julgamento, momento em que deve ser condenado nas
penas dos artigos pertinentes.
Ademais, necessita-se requerer a fixação do valor mínimo de indenização pelos danos causados pelo crime,
conforme o art. 387, inciso IV, CPP. Há ainda o protesto por todas as provas pertinentes, a intimação oportuna das
testemunhas abaixo arroladas e a condenação ao pagamento das custas processuais.
Fechamento da peça
No fechamento da peça, há indicação do local, data e assinatura, sendo a queixa-crime uma das peças que o Exame
da OAB poderá exigir que o candidato apresente no último dia do prazo. O prazo para a elaboração é de seis meses
do conhecimento da autoria da infração (prazo decadencial – fatal, que não comporta suspensão, interrupção ou
prorrogação). Desse modo, é necessário demonstrar como contar esse prazo e, na peça, deve-se abrir um
tópico sobre a tempestividade.
5. Técnica Redacional da Peça
Caso concreto: Rodrigo, no dia 22/03/2022, sabendo que o fato era falso, mediante uso do Instagram, o que
caracteriza rede social, disse a Michele (que leu a mensagem), que Gilmar praticou crime de roubo envolvendo
aparelhos do celulares. Gilmar teve conhecimento da imputação no mesmo dia em que a mensagem foi postada na
rede social.
Ainda em 22/03/2022, Rodrigo encontrou Gilmar na Rua, e com clara intenção de ofensa, disse: “Você é um sujeito
desonesto e canalha”! Tal fato foi presenciado por Fabio.
Por sua vez, Gilmar sentiu-se ofendido com as condutas praticadas.
Com base nas informações constantes elabore a peça processual adequada, privativa de advogado, no último dia do
prazo, tendo em vista que Gilmar procurou o seu escritório para adoção das medidas judiciais pertinentes.
Obs.: é recomendado que se inicie a resolução do caso concreto com o check list da peça.
• Infração Cometidas:
– Calúnia (art. 138 do CP) + causa de aumento de pena (art. 141, § 2º, do CP):
atribuir falsamente a alguém a prática de um crime. Deve haver a narração de uma história,
como houve nesse caso com o relato da subtração de celulares. Diferentemente da
difamação, fato ofensivo a honra, que não está positivado como crime. Ressalte-se ainda que,
nesse caso concreto, há configuração da calúnia majorada, uma vez que o tipo penal foi
praticado mediante rede social. Trata-se de um crime, em sua forma comum, de menor
potencial ofensivo, mas que em sua forma majorada triplica a pena conforme art. 141, § 2º, do
CP, ficando a pena máxima em seis anos, o que retira a competência do Juizado Criminal e
remete para o rito ordinário.
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: (...)
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de
computadores, aplica-se em triplo a pena.
• Penas
O somatório das penas máximas (concurso material) ultrapassa a competência do juizado especial.
Esses crimes foram praticados conjuntamente e por isso vão integrar a mesma petição inicial que deverá ser
endereçada para a Vara Criminal Comum em razão de os somatórios das penas resultar em 6 anos e 6 meses.
• Peça:
Nas disposições comuns dos crimes contra a honra em seu art. 145, caput, do CP:
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art.
140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
• Rito:
Logicamente, pelo somatório das penas, o rito seria ordinário, aplicados aos crimes com pena máxima igual ou
superior a 4 anos na forma do art. 394 do CPP. Entretanto, existe um procedimento especial aplicável aos crimes
contra a honra, com a realização de audiência preliminar de conciliação. Todavia, iniciado o processo, seguirá no caso
o rito ordinário.
• Ação Penal:
Os crimes são de ação penal privada, conforme o art. 145 do CP.
• Momento:
O caso concreto aponta a fase preliminar, no momento de ajuizar a ação penal.
• Teses:
Imputação dos fatos trazidos no enunciado que estão subsumidos aos tipos penais caracterizando a infração
praticada.
Imputação de uma calúnia majorada em concurso com uma injúria simples.
• Situação prisional:
O sujeito está em liberdade.
• Competência:
A competência é da vara comum estadual.
PASSO A PASSO
1º passo: Endereçamento;
A queixa-crime é usualmente endereçada ao juiz de 1º grau.
“EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA.... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE...”
2º passo: Espaçamento;
Pular cinco linhas.
3º passo: Preâmbulo;
Destacar o checklist:
– Qualificação: deve ser exauriente;
– Assistência por advogado: fazer referência à procuração com poderes especiais;
Obs.: sem esse apontamento não haverá pontuação adequada, uma vez que a Lei exige.
– Nome jurídico da peça: Queixa-Crime (oferecer ou ajuizar);
– Artigos de lei para embasamento: arts. 30 e 41 do CPP c/c art. 100, § 2º, do CP.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando
necessário, o rol das testemunhas.
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará sua resposta dentro em três
dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os autos da exceção remetidos,
dentro em 24 vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem competir o julgamento. (...) .
§ 2º Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará liminarmente.
“Gilmar, nacionalidade..., naturalidade..., profissão..., estado civil..., filiação..., RG n...., CPF n...., residente e
domiciliado na Rua..., por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração com poderes especiais
anexa – art. 44 do CPP), vem à presença de Vossa Excelência com fulcro nos arts. 30 e 41 do CPP c/c art. 100,
§ 2º, do CP, apresentar QUEIXA-CRIME em face de Fábio Roque, nacionalidade..., naturalidade..., profissão...,
estado civil..., filiação..., RG n...., CPF n...., residente e domiciliado na Rua..., pelas razões de fato e de direito a
seguir apontadas.”
Obs.: se a questão trouxer as informações de qualificação, estas deverão ser preenchidas substituindo as reticências,
o que implica perda de ponto.
Por se tratar de uma queixa-crime a narrativa fática é o que antecede a subsunção dos fatos a norma penal.
“No dia 22 de março de 2022, Rodrigo, mediante uso da rede social Instagram, disse a Michele, mesmo
sabendo que o fato era falso, que Gilmar praticou o crime de roubo de celulares.
No mesmo dia, ao encontrar pessoalmente o querelante, e com a nítida intenção de ofender sua honra, o
querelado proferiu as seguintes palavras: “você é um sujeito desonesto e canalha”, fato presenciado por
Fabio.
Sentindo-se ofendido com as condutas do querelado, o demandante decidiu intentar a presente ação penal.
Em apertada síntese, eis o histórico dos fatos.”
Obs.: recomenda-se que ao final seja utilizada uma expressão técnica para conclusão da narrativa fática.
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos. (...)
Assim, a materialidade e a autoria da infração restam comprovadas, diante da documentação existente pelo uso da
rede social, bem como pela testemunha Michele, que leu a mensagem em questão, momento em que a honra
objetiva do querelante foi atacada.
Como se não bastasse, ainda é elementar destacar a incidência da causa de aumento de pena, prevista no § 2º do
art. 141 do CP, em face do meio empregado para a prática do delito, qual seja, a rede social.”
Obs.: usualmente não é realizada a transcrição do artigo, porém, por se tratar de uma queixa-crime, é essencial em
razão da subsunção do fato ao tipo penal.
5 (linhas)
________________ (nome + qualificação completa), vem, por seu advogado infra-assinado, cuja procuração com
poderes especiais nos moldes do art. 44 do CPP se apresenta, com fundamento nos arts. 30 e 41 do Código de
Processo Penal combinado com o art. 100, § 2.º, do Código Penal, oferecer, tempestivamente, a presente
QUEIXA-CRIME
em face de __________________ (qualificação do acusado) pelos motivos a seguir aduzidos:
I – Dos Fatos
(...)
→ narrar os fatos de forma simples, reduzida, com descrição de todas as circunstâncias em que o crime ocorreu
fornecidas no enunciado da questão.
II – Do Direito
(...)
→ adaptação do que ocorreu no mundo dos fatos com preceitos legais. Colocar dispositivo de lei.
III – Dos Pedidos
Diante do exposto, tendo o acusado infringido o(s) art.(s) ____ da Lei Penal Brasileira, requer a Vossa Excelência:
Termos em que,
Pede Deferimento,
Município, data
Advogado
OAB n.º....
ROL DE TESTEMUNHAS:
_________________
_________________
_________________
Peça Prático-Profissional Oficial (XV Exame Unificado):
Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das redes sociais
existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho.
Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de
pessoas no mundo contemporâneo.
No dia 19.04.2014, sábado, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite com parentes
e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Na
manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à
comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que
também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do
motivo da comemoração. Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de
Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: “não sei o motivo
da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito
de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo
dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no
horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrêlo!”.
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a
mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil pessoal. Enrico,
mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, que estavam
ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu
todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia
de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando
o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada.
Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você,
na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo. Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de
Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a
peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas
pertinentes. (Valor: 5,00 pontos)
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão.
FIM
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