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1. falar do direito.
3. base legal.
Casos Práticos 1
Norma de direito privado:
tribunal judicial.
responsabilidade civil.
No caso concreto, temos uma questão de analisar qual o direito a ocupar. Sabe-se
que o D. Objetivo é o conjunto de normas pertencentes a um ordenamento jurídico,
posteriormente dividido em direito privado e direito público. Na sociedade podemos
ter três tipos de relações: entre particulares, entre entidades públicas e entre
particular e entidade pública. O último tipo encontra mais controvérsia: quanto a qual
direito aplicar. Neste sentido, criam-se três teorias:
1. teoria dos interesses: se for do interesse público, então é direito público; se for
do interesse privado, então é direito privado. Na sociedade atual, é impossível
efetuar uma distinção de interesses, visto que existe instrumentalização do
direito privado pelas entidades públicas, assim como uma justaposição dos
direitos individuais e públicos.
3. teoria dos sujeitos: domina a doutrina. Aqui, não é o interesse, nem a estrutura
que interessam, mas sim a qualidade da norma jurídica aplicar.
Casos Práticos 2
móveis ou imóveis, podem ser objeto de direitos de propriedade regulados neste
código. No artigo 1305º, diz-se que o proprietário goza exclusivamente destes seus
objetos, dentro dos limites e restrições da lei. Uma vez que, de acordo com a teoria
dos sujeitos, a norma invocada e aplicada neste caso é uma norma de direito
privado. Logo, a via judicial é o caminho certo a adotar. O António propõe a ação no
tribunal correto. Neste caso, apesar do munícipio ter ius imperium, irá ser julgado
como ente privado.
Em hora de ponta, com um intenso movimento de trânsito, Alberto pisa, sem querer,
o pé de Bernardo que sofre de graves problemas arteriais e circulatórios. Em
consequência da lesão contraída e das graves complicações, é amputada uma
perna a Bernardo.
a) Bernardo pede uma indemnização a Alberto. Quid iuris?
Princípio casum sensit dominus: quem comete o dano arca com ele.
Princípio pacta sunt servanda: os contratos devem ser respeitados,
necessário para a responsabilidade civil contratual.
5 pressupostos:
1. dano.
2. ilicitude.
3. culpa.
5. nexo de causalidade.
Casos Práticos 3
A RC extracontratual pode ser por factos ilícitos, pelo risco ou por factos
lícitos.
Neste caso: RC extracontratual por facto ilícito (artigo 70º e 483º do CC) —
violação de direitos absolutos.
2. ilicitude: juízo do ponto de vista objetivo, que viola direitos relativos (RC
contratual) ou direitos absolutos (RC extracontratual); No caso, violam-se
direitos absolutos, em concreto o direito de personalidade, estipulado no artigo
70º do CC.
3. Culpa: juízo de censura do ponto de vista subjetivo, visto que o infrator deve e
pode agir de outra forma (artigo 787º do CC). A culpa será aferida com a
diligência de um bom “pater familias”. É ao lesado que incumbe provar que o
lesante é culpado — ónus da prova. No caso concreto, B deve requerer ónus da
prova, e deve-se descobrir se houve dolo (intenção) ou negligência (violou um
mero dever de cuidado). Assim, A pisou “sem querer” em B. Resta aferir se A é
imputável ou não (artigo 488º e 483º), sendo este termo definido como “aquele
capaz de entender ou crer” de praticar um ato, ou seja, de acordo com o
enunciado, nada nos leva a crer que a A seja imputável.
Casos Práticos 4
de obter devido ao comportamento do lesante), no caso de danos patrimoniais.
Neste caso, B teve danos não patrimoniais, no entanto, eventualmente, pode ter
incorrido em danos patrimoniais, com lucros cessantes, devido aos cuidados
hospitalares e aos salários perdidos em torno da recuperação da perda da
perna, por exemplo.
Numa festa de casamento, Ana dirigiu-se a uma mesa onde Vasco, dono do hotel,
servia aos convidados chouriços assados numa assadeira que Vasco tentou
reabastecer, tendo apontado para a mesma um frasco contendo álcool que
começou, de imediato, a arder. Vasco, apercebendo-se disso, reagiu e puxou a
garrafa, o que fez com o que álcool tivesse sido projetado para a frente, acabando
por cair sobre Ana que foi atingida pelo fogo na face, no pescoço, no tórax e no
braço direito. O álcool inflamado ardeu no corpo de Ana durante cerca de 10
segundos até ser apagado por outros convidados, tendo Ana sofrido queimaduras
de 1.º e 2.º grau, numa área de 20 % da superfície cutânea total. Além disso, o
vestido de Ana ficou destruído e Ana teve de ser hospitalizada, ficando sem
Casos Práticos 5
trabalhar durante 30 dias. Quid iuris? (Adaptado do Acórdão do Supremo Tribunal de
Justiça, com o número convencional JSTJ000, de 07/07/2009, in www.dgsi.pt).
culpa: juízo de censura do ponto de vista subjetivo, onde o infrator pode e deve
agir de outra forma. A culpa afere-se com o critério “bonus pater familias” (artigo
487º). No caso concreto, o Vasco agiu com negligência, pois violou um mero
dever de cuidado, e agiu sem intenção, caso contrário, teria agido com dolo. De
acordo com o artigo 488º, Vasco mostra-se imputável. Cabe ao lesado provar a
culpa do lesante — ónus da prova (artigo 487º).
Casos Práticos 6
causalidade adequada (artigo 563º) diz que a indemnização só existe se não
houver probabilidade de o lesado ter sofrido esse dano sem o lesante, exigindo
um facto prévio que seja idóneo e adequado tanto em abstrato, como em
concreto, para produzir esse efeito. Em abstrato, é natural que alguém que se
encontre próximo de uma assadeira onde se utiliza álcool possa ser alvo de
danos. O facto é idóneo e adequado.
Vasco deve indemnizar Ana, de acordo com a teoria da diferença prevista no artigo
562º. Caso não seja possível a restituição natural, deve ocorrer o equivalente
pecuniário. No caso concreto, pode existir a restituição natural do vestido, caso este
ainda esteja à venda, caso não esteja pode ocorrer o equivalente pecuniário. Os
restantes danos devem ser recompensados através de equivalente pecuniário.
Casos Práticos 7
danos, pelo que as pessoas que delas usufrutam, hão de ter de indemnizar
— artigo 503º.
3. Vanessa comprou a Miguel 100 rosas para enfeitar a igreja do Bom Jesus no dia
do seu casamento, tendo ficado acordado que as flores seriam entregues
algumas horas antes da cerimónia. Como Miguel não compareceu na hora
combinada, Vanessa telefonou-lhe, acabando aquele por lhe confessar que se
tinha esquecido da sua encomenda. Vanessa contactou a florista Bé que lhe
vende e entrega as flores a tempo de enfeitar a igreja, cobrando-lhe, contudo, o
dobro do valor que Vanessa tinha combinado com Miguel, justificando o preço
com a urgência do pedido. Vanessa quer recuperar o prejuízo que sofreu em
virtude do esquecimento de Miguel. Quid iuris?
Artigo 879º:
Casos Práticos 8
Caso de responsabilidade civil contratual:
Tópicos:
Estamos perante rc contratual, visto que há uma relação jurídica prévia, onde foi
celebrado um contrato de compra e venda (artigo 874º), transmite-se uma
propriedade — coisa ou direito—, mediante o pagamento de um preço. Os seus
efeitos estão previstos no artigo 879º, sendo que existe um efeito — transmissão
de algo — e dois efeitos obrigacionais — obrigação de entrega e obrigação de
pagamento—. Tal sucedeu-se no caso concreto, isto é, a Vanessa e o Miguel
fizeram essa transação.
3. culpa: juízo de censura do ponto de vista subjetivo sobre o próprio sujeito, pois
ele podia ter agido de outra forma. A avaliação é realizada com base no critério
bonus pater familias (artigo 799º/2 e 487º/2).
Casos Práticos 9
a. uma das diferenças: não se fala da imputabilidade, mas sim das
capacidades de realizar o contrato — se as partes tem capacidade de
realizar o contrato, também o devem cumprir.
b. ónus da prova: incumbe ao devedor provar que não agiu com culpa (artigo
789º/1) — há uma inversão do ónus da prova. Assim, cabe ao Miguel provar
que agiu sem culpa.
4. dano: prejuízo que o lesado sofreu na sua esfera jurídica, como consequência
da ação do lesante. Danos patrimoniais emergentes: pagou o dobro do preço
acordado com Miguel. Eventualmente, ocorrem danos não patrimoniais: stress e
ansiedade.
5. nexo de causalidade: o ato que provocou o dano tem que ser adequado e
idóneo, e tem de o ser em concreto e em abstrato. Teoria da causalidade
adequada — artigo 563º. No caso concreto, é adequado e idóneo.
poderá haver limitação da indemnização, nos termos do artigo 494º, visto que o
Miguel agiu com negligência. Prazos — prescrição de 20 anos (artigo 309º) do
CC.
Casos Práticos 10
administradas três anestesias. Por causa desta ação, Augusto ficou com dores
permanentes, edema facial, alterações da sensibilidade, dificuldade de mastigação e
incontinência salivar. Após, foi efetuada uma radiografia à boca de Augusto e foi
diagnosticada a formação de um quisto e uma fratura no maxilar inferior que foi
resultado do processo de extração do dente. Augusto sofreu dores fortes e outros
danos psicológicos e sociais, chegando a babar-se e a morder o lábio inferior sem
que disso se apercebesse. Quid iuris? (Adaptado do processo n.º 674/2001.P L.S1
decidido pelo STJ em 22-09-2011, in www.dgsi.pt)
Neste caso, a RC contratual é a mais favorável ao lesado, uma vez que o prazo
de prescrição é de 20 anos.
Pressupostos:
Casos Práticos 11
5. nexo de causalidade: há nexo.
Casos Práticos 12
Existência de uma relação de comissão: é necessário existir um ato praticado
por conta de outrem e sob a direção deste – ora, no caso em concreto, temos
uma relação de comissão entre António e César, na medida em que António
(comitente), incube César (comissário), seu funcionário, com quem,
pressupomos, ter celebrado um contrato de trabalho;
A produção do dano tenha ocorrido no exercício da função: Isto é, há um nexo
instrumental que liga os atos provocadores dos danos à função exercida pelo
comissário – o dano causado pelo comissário tem que ter sido
causado/realizado no decorrer de qualquer ato compreendido no quadro geral
de competência e poderes conferidos ao comissário por parte do comitente –
ora, como vimos, César encontrava-se no decorrer do exercício das suas
funções, no âmbito de uma normal competência que lhe havia sido conferida,
quando provocou um dano.
Obrigação de indemnizar por parte do comissário – conforme já verificamos com
a análise dos pressupostos, o comissário, César, tem obrigação de indemnizar
Daniel por forma do preenchimento dos pressupostos do artigo 483º do CC.
Podemos concluir que estão igualmente reunidos os requisitos de que depende
a aplicação do artigo 500.º do CC e por isso, o comitente, António, assume,
independentemente da sua culpa, o risco derivado de ter incumbido o
comissário (César) do exercício de certa função, ficando obrigado a indemnizar
o lesado pelos danos causados (caso de responsabilidade objetiva do
comitente).
3. culpa: negligência.
Casos Práticos 13
António também é responsável — responsabilidade solidária, Daniel pode pedir
a indemnização a António ou a César.
Artigo 500º:
RC extracontratual.
direitos absolutos.
1. comitente e comissário.
2. nexo instrumental.
3. obrigação de indemnizar.
Artigo 800º:
rc contratual.
direitos relativos.
Importa começar por reiterar que, regra geral, a indemnização é exigida pelo lesado
ao comitente porque normalmente, e em abstrato, é este que apresenta um
património maior (é a entidade empregadora, é quem contrata os serviços, parece
ter maior poder económico).
No entanto, se estivermos perante uma situação concreta em que o comissário
tenha uma melhor situação económica que o comitente, o lesado pode escolher
pedir indemnização ao comissário – art. 500.º n.º 3 do CC.
Se tivesse ganho a lotaria não haveria lugar à limitação da indemnização por mera
culpa, nos termos do artigo 494.º CC.
Caso o Daniel exigisse a indemnização a César, este não teria direito de regresso
sobre António porque este não teve culpa na produção do dano, logo César pagaria
a totalidade da indemnização.
Casos Práticos 14
António trabalha como pintor na empresa, “Tinta Fresca, S.A.”. Um dia, esta
incumbe-o de pintar as divisões da casa de Bernardo, um cliente, que contratara os
seus serviços. Contudo, ao executar estes trabalhos, aproveitando o facto de
Bernardo não estar em casa, apropria-se duma boneca de porcelana que pretende
oferecer à filha. Quando Bernardo chega a casa ao fim do dia descobre, além da
falta da boneca, que a casa fora pintada de verde em vez do azul que tinha
encomendado, visto António ter trocado as latas das tintas. Quem é responsável e
em que termos?
Que tipo de diretos é que foram violados? Temos a violação de direitos relativos
(trocado as tintas) e absolutos (furto da boneca).
Aqui não é o mesmo facto que dá origem aos dois tipos de responsabilidade
(apenas se fosse o mesmo facto a dar origem ao mesmo tempo a violação
de diretos relativos e absolutos é que aplicamos a teoria da consunção,
como no caso do dentista). Não aplicamos a teoria da conjunção e analisamos
os dois tipos da responsabilidade individualmente.
Casos Práticos 15
indemnização por equivalente pecuniário. Cálculo da indemnização (Art. 564º),
prazo (Art. 498º/1 e 3) pode constituir o crime de furto.
Podemos ter RC por atos de outrem. Violados direitos absolutos, Art. 500º
pressupostos: o pressuposto do exercício das funções não está preenchido. Isto
porque, A não foi contratado para furtar bonecas, há penas um nexo temporal e
local. Na existência de um dano que tenha sido produzido no exercício da função,
neste caso concreto, havia apenas um nexo temporal e local, não existia um
nexo instrumental com o exercício das funções, ou seja, dentro do quadro de
competências a que cabia ao A.
Quanto ao primeiro, existe uma relação de comissão, e quanto ao terceiro vimos que
nos termos da RC extracontratual por atos ilícitos A tem de indemnizar.
Todavia, como falta um dos pressupostos a tinta fresca não será responsável nos
termos do Art. 500º.
RC contratual
Todavia, o A também trocou a cor da tinta que havia sido contratualizado para pintar
a casa, portanto termos o domínio da RC civil contratual. Fundamento: pacta sunt
servanda.
É necessário que estejam preenchidos 5 pressupostos
Casos Práticos 16
Mas o A estava ali por instrução de alguém, há violação de direitos relativos (RC
contratual), aplicamos o Art. 800º. Pressupostos:
No cumprimento da obrigação.
Casos Práticos 17
Não aplicamos a teoria da consunção.
RC contratual:
Indemnização por equivalente pecuniário.
Art. 500º, porque a empresa teve a possibilidade de eleger a pessoa e portanto deve
arcar com o risco (ubi comoda, ibi comoda, ver nos slides).
Pressupostos:
RC extracontratual:
Obrigação de indemnizar.
A estava a cumprir uma ordem da empresa e portanto, cumpriria, aferir os
pressupostos do Art. 800º.
Estando preenchido o devedor (a empresa) responderá pelos atos praticado pelo
sue auxiliar, como se fosse ele mesmo a praticar aquele facto, não havendo direito
de regresso.
Verificou-se nas duas situações verificou-se uma exceção ao princípio cassum sentit
dominus.
Casos Práticos 18
Podemos concluir que estão igualmente reunidos os requisitos de que depende a
aplicação do artigo 500.º do CC e por isso, o comitente, Bom Comer, Lda, assume,
independentemente da sua culpa, o risco derivado de ter incumbido o comissário
(Anacleto) do exercício de certa função, ficando obrigado a indemnizar o lesado
pelos danos causados (caso de responsabilidade objetiva do comitente).
Acontece, porém, que da análise ao enunciado é possível concluir que ANACLETO
estava a realizar uma obrigação / a prestar um serviço contratado pela empresa
BOM COMER, LDA. Ora, segundo o disposto no artigo 800.º do CC – O DEVEDOR
RESPONDE SEMPRE PERANTE O CREDOR PELOS ATOS DO SEU AUXILIAR.
Assim, temos de verificar se estão preenchidos os pressupostos do artigo 800.º do
CC – de modo a que a BOM COMER, LDA. possa ser responsável pelos atos
praticados pelo seu auxiliar.
Artigo 800º:
Pressupostos: (1) ato, (2) danoso, (3) praticado pelo auxiliar, (4) no
cumprimento da obrigação contratual do devedor, (5) com culpa, (6) que viole
direitos relativos do credor.
Os serviços da Câmara Municipal de Vila Esburacada colocaram em plena via
pública uma barra de cimento junto a um buraco. A barra e o buraco foram
originadas por obras na via, não tendo a Câmara sinalizado tais obstáculos,
constituindo estes um perigo para a circulação dos utentes naquela via. Sucedeu
que, o veículo, propriedade de Américo, colidiu com a barra de cimento e acabou
por cair no referido buraco. Américo pede uma indemnização à Câmara pelos danos
sofridos. Terá razão?
Américo: privado.
3 teorias:
1. teoria dos interesses: se for do interesse público, então é direito público; se for
do interesse privado, então é direito privado. Na sociedade atual, é impossível
efetuar uma distinção de interesses, visto que existe instrumentalização do
direito privado pelas entidades públicas, assim como uma justaposição dos
direitos individuais e públicos.
Casos Práticos 19
público. E os particulares agem em paridade— d. privado— estrutura horizontal.
Esta teoria não dá resposta, pois mesmo em situações de direito privado podem
existir relações de superioridade, tal como no direito público podem haver
situações de paridade.
3. teoria dos sujeitos: domina a doutrina. Aqui, não é o interesse, nem a estrutura
que interessam, mas sim a qualidade da norma jurídica aplicar.
a CM, pois tem o poder de adjudicar e mandar analisar dada obra pública, e no
caso concreto não cumpriu, pois não realizou devidamente a realização daquela
obra.
Pressupostos:
2. ilicitude: juízo do ponto de vista objetivo, que viola direitos relativos (RC
contratual) ou direitos absolutos (RC extracontratual); caso concreto: violação de
direitos absolutos (artigos 1302º e 1305º) — esfera privada afetada por um ente
público. No entanto, há violação da norma pública do DR que ordena a
realização da obra e que dispõe, quanto à obrigatoriedade da sua sinalização
que não se cumpre efetivamente.
3. Culpa: juízo de censura do ponto de vista subjetivo, visto que o infrator deve e
pode agir de outra forma (artigo 787º do CC). A culpa será aferida com a
diligência de um bom “pater familias”. É ao lesado que incumbe provar que o
lesante é culpado — ónus da prova. Resta aferir a imputabilidade. Caso
concreto: Há negligência, viola-se um mero dever de cuidado. Há prova da culpa
pela parte do lesado (artigo 4º do Regulamento de responsabilidade civil
extracontratual do estado e demais entidades públicas) e afere-se de acordo
com o critério do bon pater familis (artigo 478º/2). Há presunção de culpa, nos
termos do artigo 493º do CC, a execução de uma obra pode ser considerada
uma atividade perigosa.
Casos Práticos 20
4. dano: juízos que o lesado sofreu na sua esfera jurídica em consequência do
comportamento do lesante. Podem ser danos patrimoniais (avaliados
pecuniariamente) ou não patrimoniais (aqueles que apesar de não serem
suscetíveis de avaliação pecuniária são suficientemente graves para merecer a
tutela), que por sua vez podem ser danos emergentes (danos que emergem
diretamente da ação do lesante) e lucros cessantes (lucros que o lesado deixa
de obter devido ao comportamento do lesante), no caso de danos patrimoniais.
No caso concreto: danos emergentes (reparação da viatura) e lucros cessantes
(privação do uso da viatura) e, eventualmente, não patrimoniais — artigo 2º do
regulamento da responsabilidade civil extracontratual do estado e das demais
entidades públicas; deve voltar a reparar a situação e voltar a considerar a
situação antes daquele facto. O prazo de prescrição são 3 anos (artigo 498º).
Por norma, será a CM a responder por virtude do princípio de responsabilidade
do agente/funcionário público — artigo 7º/1 do regulamento, sem prejuízo da
responsabilidade solidária, em caso de dolo ou culpa grave (artigo 6º e 8º deste
regulamento)
Nota: a CRP só se aplica de forma especial, quando tiver ingerência do estado e for
necessário o ius imperium ou quando um privado com força semelhante a uma
entidade pública. Uma norma do CC está em conformidade com a CRP —
característica conformadora. Só aplicamos a CRP, quando o CC não tiver lá a
norma.
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artigo 28º: indemnização por ato discriminatório.
A CRP, apresenta-se como uma ordem normativa superior e, portanto, tem força
conformadora do direito privado, o que significa que as normas devem estar em
imediata sintonia com a CRP. Assim, as normas de direito privado devem
concretizar os princípios e normas previstos nos preceitos da CRP, de forma
mediata. Diz o artigo 18º da CRP, que os DLGs são historicamente direitos que
intervêm na defesa do cidadão contra o estado, daí a possibilidade da sua
aplicação direta nas suas relações estabelecidas entre o estado e os
particulares. Porém, existem também situações em que, mesmo entre
particulares, existe uma situação de desigualdade. Portanto, o artigo 18º da
CRP assume uma função protetora:
Por outro lado, isto significa que a aplicabilidade imediata do artigo 18º da CRP
apenas se justifica quando:
2. quando as normas de direito privado não são suficientes para a tutela dos
direitos em causa.
Casos Práticos 22
entidades que não o Estado, estruturadas com base no direito privado e que
atendendo à sua posição superior face ao individuo podem pôr em causa a
liberdade individual).
Casos Práticos 23
no caso concreto, tanto o CC como o código do trabalho, ambos normativos do
direito privado tutelam devidamente a situação em crise, ou seja, a existência de
discriminação no trabalho. O artigo 24º do Código do Trabalho diz-nos que não é
admissível que nenhuma situação de discriminação na relação laboral, e o artigo
28º do mesmo código diz-nos que no caso, não existia pode haver lugar à
obrigação de indemnizar.
nessa medida, não seria necessário recorrer de imediato à proteção dos DLGs
do artigo 28º da CRP, porque as normas de direito privado eram capazes de
tutelar devidamente esta situação.
Casos Práticos 24
se a uma florista, Beatriz. No entanto, como esta não gosta de António, recusa-se a
vender-lhe o ramo. António, estudante do curso de Direito, diz a Beatriz que está a
violar o princípio da igualdade. Beatriz insiste na recusa. Quid iuris?
Contratos:
artigo 202º:
1. Diz-se coisa tudo aquilo que pode ser objeto de relações jurídicas.
2. Consideram-se, porém, fora do comércio todas as coisas que não podem ser
objeto de direitos privados, tais como as que se encontram no domínio público e as
que são, por sua natureza, insusceptíveis de apropriação individual.
Casos Práticos 25
parte integrante (artigo 204º/3): são partes integrantes todas as coisas
móveis ligadas materialmente ligada ao prédio com carácter de
permanência.
fruto:
1. Diz-se fruto de uma coisa tudo o que ela produz periodicamente, sem prejuízo
da sua substância.
princípio do
Casos Práticos 26
coisa ou da titularidade do direito. E prevê-se obrigações, a de pagar o preço e a de
entregar a coisa (alínea B e C). Para existir um contrato deve haver convergência de
vontades, tal como nos diz o artigo 232º do CC. Ou seja, têm de haver uma proposta
seguida de uma aceitação; o contrato não fica concluído caso as partes não
acordem em todas as disposições.
No caso concreto, cumpre ainda identificar o objeto mediático desta relação jurídica,
ou seja, a coisa nos termos do artigo 202º/1, ou seja, tudo aquilo que se pode
estabelecer e transmitir direitos privados. O aquecimento central é uma parte
integrante, visto que o artigo 204º/3 nos diz que é parte integrante toda a coisa
móvel ligada materialmente ao prédio com carácter de permanência, não é,
portanto, um elemento de estrutura do prédio, mas aumenta os níveis de segurança
e bem-estar. Nos termos do artigo 408º, em via de regra e de acordo com o princípio
da consensualidade ou da transferência consensual do domínio, a constituição ou
transferência de direitos reais sobre coisas reais dá se sobre meio de contrato.
Todavia, como a lei indica à exceções a este princípio. No nosso caso concreto, a
coisa é parte integrante e, nos termos do artigo 408º/2, só se verifica no meio da
separação. Nos termos do artigo 880º, o vendedor fica obrigado a efetuar as
diligências necessárias para que o comprador obtenha os bens vendidos. Assim, o
aquecimento central é, nos termos da alínea E, do artigo 204º/1/3, uma parte
integrante. Isto significa que, neste preciso momento, enquanto não existir a
transferência da coisa, o contrato produz apenas os seus efeitos obrigacionais e o
direito real de propriedade continua a pertencer a Lucrécia.
Casos Práticos 27
219º do cc, porém, há situações em que a lei exige forma especial, como é o caso
de compra e venda de imóveis, onde é exigido escritura pública ou documento
particular autenticado, sob forma de nulidade. No que respeita à transferência da
propriedade, cumpre-se dizer que, de acordo com o princípio da consensualidade,
dá-se por meio do contrato, que é o que sucede nesta situação, pois não cabe em
nenhuma das exceções, pois não é parte componente, integrante nem fruto. Assim,
Natália passa a ser proprietária no imóvel, o mesmo se diga face ao aquecimento
central visto que nada nos diz que foi retirado materialmente do prédio e, portanto,
acompanhará, a transferência do imóvel. Em suma, Natália é proprietária do imóvel
e do aquecimento central. Marta não terá direito a exigir o aquecimento central, mas
a Lucrécia poderá responder nos termos da responsabilidade civil contratual no
artigo 798º, visto que existiu um incumprimento do contrato.
a. artigo 874º.
c. artigo 232º.
f. artigo 205º (coisa móvel), há liberdade de forma, nos termos do artigo 219º.
h. sendo uma coisa móvel, nos termos do artigo 205º, visto que pode ser
transportada de um lado para o outro sem se deteriorar, a mobília pertence
a Bernardo.
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a. artigo 874º.
g. sendo uma coisa móvel, nos termos do artigo 205º e 210º, visto que pode
ser transportada de um lado para o outro sem se deteriorar, a antena
pertence a Cristina (caso fosse considerada parte integrante, a solução era
diferente).
3. elevador ao museu.
a. artigo 874º.
b. efeitos: 879º.
a. artigo 874º.
b. efeitos: 879º.
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c. artigo 232º — manifestação da vontade.
Em Maio, Amândio vendeu a Belmiro as laranjas do seu pomar que iria colher no
mês de Dezembro. Dois meses depois, Amândio celebra um novo contrato, através
do qual troca as laranjas – ainda não colhidas – por um automóvel de Constantino.
Em Novembro, o mesmo Amândio decide vender todo o pomar a Dimas. Quer
Belmiro quer Constantino exigem de Dimas que lhes entregue as laranjas entretanto
colhidas. Quid iuris?
a. artigo 874º.
e. objeto mediato: fruto (artigo 212º) e coisa futura (ainda não foi possível a
sua colheita).
f. enquanto não forem colhidos, os frutos fazem parte das coisas imóveis
(artigo 204º/1/c e remissão para o artigo 408º/2 — pode acontecer em certos
casos).
Casos Práticos 30
2. Amândio troca as laranjas (futuras) por um automóvel de Constantino.
b. artigo 874º.
a. artigo 874º.
Casos Práticos 31
Princípio nemo plus iuris: ninguém pode transmitir um direito que não tem ou
mais forte do que tem.
Exceção:
Pressupostos do 291º:
3. a título oneroso.
1. Por acordo entre ambos, o contrato de compra e venda foi celebrado por
documento particular. Quid iuris?
Casos Práticos 32
e. A forma não é específica, fazendo com que este contrato seja nulo — a
nulidade não produz efeitos jurídicos e não produz a transferência de
direito de propriedade — Artigo 220º (inobservância da forma legal) +
219º.
a. B — C (ccv).
f. sendo um negócio nulo (de A e B), princípio nemo plus iuris, B não podia
vender algo que não era seu, assim, o negócio entre B e C é também
nulo, este não produz efeitos jurídicos (efeitos do artigo 879º/a/b/c), C
nada adquire exceto o direito de oponibilidade relativo (291º) — se os
pressupostos se verificarem.
Casos Práticos 33
g. a ação de nulidade pode ser proposta a todo o tempo, tal como diz o
artigo 286º. A sentença de nulidade será declarativa e produzirá apenas
efeitos restitutivos. Todavia, o C estará protegido da ação de nulidade de
A, designadamente se for terceiro de boa-fé (291º), desde que estejam
protegidos os seus pressupostos.
iv. o terceiro tem de estar a boa fé— tem de estar de boa fé, para
efeitos do 291º/3, aquele que desconhece sem culpa o vício do
negócio nulo.
vi. tem que ter decorrido 3 anos, sobre a data do 1º negócio sem que a
ação de nulidade tenha sido proposta: 1º negócio em 2000 e 1ª
ação proposta em 2004º, ou seja, passaram 3 anos.
Casos Práticos 34
efeitos previstos no artigo 879º/a/b/c + 408º vão produzir os seus efeitos
provisoriamente.
c. Isto significa, que a coação pode ser invocável pelo A no prazo de 1 ano
a contar desde a cessação do vício (287º). A anulabilidade é sanável
mediante validação subjetiva e mediante confirmação expressa ou tácita
do sujeito.
Características da nulidade:
Casos Práticos 35
Características da anulabilidade:
957º + 408º.
253º (dolo).
princípio nemo plus iuris: não podemos transmitir mais do que temos —
apenas a nível provisório, neste caso concreto.
Todavia, C fica protegido, nos termos do artigo 291º, desde que estejam
preenchidos todos os pressupostos.
Casos Práticos 36
2 - direitos incompatíveis — direito de propriedade de A e direito de propriedade
a título provisório de C (preenchido).
3 - adquirido a título oneroso — CCV, com efeitos de pagamento de um preço
(879º).
4 - terceiro de boa-fé — é considerado terceiro de boa fé aquele que
desconhecia sem culpa. Este não está preenchido, pois C suspeitava que B
tinha adquirido a nível irregular.
5 - registo de aquisição anterior à proposição de anulabilidade— preenchido.
6 - corridos 3 anos após a data do primeiro negócio — preenchido.
B, neste caso, não está protegido, pois não era terceiro de boa fé — com
efeitos restituitivos e retroativos.
Casos Práticos 37
Sucede que B não regista, e A vende a C— outro CCV, com os critérios
já mencionados.
O B não tinha registado a sua aquisição, sendo que nos diz o artigo 1º
do CRegP, que o registo serve apenas para publicidade e não tem efeito
constitutivo, tendo em vista apenas a segurança jurídica.
Todavia, para que C fique protegido, deve ser de boa fé (parece ser),
no artigo 7º diz que se presume que o titular do direito é aquele que
aparece inscrito no registo. No caso concreto, seria A a aparecer, visto
que B não havia registado. C seria, portanto, um terceiro de boa-fé para
efeitos de registo. Como C regista, o artigo 6º estabelece que o princípio
da prevalência do direito inscrito em 1º lugar.
Casos Práticos 38
processo executivo proposto contra A, verifica no registo predial que o
terreno está ali inscrito na titularidade de A e penhora o referido terreno,
efetivando-se, de imediato, o respectivo registo predial. B considera-se o
legítimo dono do terreno e entende reagir contra a penhora. Quid iuris?
António, coação moral, vende a Bernardo a sua vivenda de férias. Bernardo procede
de imediato ao respetivo registo. Meses mais tarde, Bernardo vende-a a Carlos que
desconhecia o ocorrido entre António e Bernardo, mas que não regista a sua
aquisição. Bernardo, verificando que continua a figurar no registo como o
proprietário da vivenda, volta a vendê-la a Daniel que conhecia a forma como
Bernardo a adquirira, mas ignorava a venda anterior. Daniel regista a sua aquisição.
artigos 874º + 879º + 232º + 202º + 203º + 204º/7/a + 875º + 408º/1 + 255º +
256º+ 287º + 288º + 289º.
artigo 1º + 2º do CRegPred.
Negócio entre B e D:
Casos Práticos 39
só produzirá efeitos erga omnes a partir do momento em que ocorrer esse
registo (5º/1). Isto significa que o contrato entre B e D é válido.
D está de boa fé, pelo que fica protegido — no artigo 7º diz que se presume
que o titular do direito é aquele que aparece inscrito no registo → trata-se de
uma aquisição tabular a non domino, através das leis do registo.
alínea a: cumprida.
alínea b: cumprida.
alínea c: cumprida.
2. Imagine que António, cessando a coação moral, tenta recuperar a vivenda. Quid
iuris?(Frequência de 20/01/2003).
D terá de ser um terceiro de boa fé, para efeitos do 291º, isto é, tem de
desconhecer sem culpa o vício do primeiro negócio. Neste caso, não está
preenchido, pois o enunciado diz que Daniel conhece a forma como o B
tinha adquirido. D não é terceiro de boa fé.
Casos Práticos 40
tem de ter decorrido mais de 3 anos desde a data do primeiro negócio. O
enunciado não diz nada, então presume-se que esteja verificado.
874º + 879º + 232º + 202º + 203º + 204º + 875º + 408º/1 + 255º + 256º+ 287º +
288º + 289º.
a nulidade deste caso, vai para além da venda de coisa alheia, tem uma
“condição impossível” → nulidade autónoma.
Em Janeiro de 2007, António doou, sob coação moral, a sua moradia de férias a
Bento, o qual registou o seu ato aquisitivo. Em Abril de 2010, Bento arrendou a
moradia a Carlos para o período referente ao mês de Agosto. Contudo, como mais
tarde Dário lhe ofereceu o dobro da renda, Bento voltou a arrendar a moradia a
Dário, para o mesmo período. Todos os contratos foram celebrados sob a forma
legalmente prescrita.
Casos Práticos 41
Artigo 1022º + 140º + 232º + 940º + 954º + 947º + 220º + 287º + 288º +289º+
408º/1.
b. Artigo 4º + 5º/1/4.
3. Imagine, agora, que, em vez dos dois arrendamentos, Bento realizou duas
vendas. Considere, ainda, que apenas Dário registou a sua aquisição e que,
apesar de conhecer a venda celebrada entre Bento e Carlos ignorava o que se
Casos Práticos 42
passara entre António e Bento. Cessando a coação moral em Dezembro de
2010, António tenta recuperar a moradia. Quid iuris?
D sabia a venda entre B e C. C sabia que B já não era proprietário, por isso não
é terceiro de boa fé, para efeitos do registro, porque embora as presunções do
registro, ele sabia que o registro não estava de acordo com a realidade jurídica.
O direito de C prevalece porque o registro não tem efeitos constitutivos. O direito
de D extingue-se. Temos uma sequência — 291º.
desconhecer sem culpa o vício do primeiro negócio: nada é dito, por isso
presume-se que desconhece.
dupla proteção:
meios de reação:
responsabilidade civil.
Casos Práticos 43
legitimidade: quem pode pedir a tutela dos direitos de personalidade? — o
próprio e os herdeiros.
O bar ZIX situado numa zona residencial de Albufeira produz e/ou reproduz som
musical diariamente até às 4H00 da madrugada. Bernardo, que habita o 1.º andar
de um prédio que dista 100 metros do local onde o bar está instalado, alega que:
ouve o som emitido pelo aludido bar dentro de sua casa; mesmo de portas e janelas
fechadas, consegue ouvir o som produzido por um batuque; o som impede-o de
estar em casa sossegada e tranquilamente com familiares e amigos e de ver
televisão, ler e trabalhar, assim como o impediu de conciliar o sono; tal som tem-lhe
causado insónias, desgaste físico e intelectual e irritabilidade. A faturação anual do
bar é de € 1.000.000.
Considere que é contactado por Bernardo. Quid iuris? (Adaptado do ac. do STJ de
17.01.2002, Rev. 4140/01, in Cadernos de Direito Privado n.º 12, Outubro/Dezembro
2005,pp. 13 a 20).
Casos Práticos 44
impõem a adoção de providências cíveis adequadas à circunstância do caso,
com o fim de evitar a consumação da ameaça (providências preventivas), ou
para atenuar os efeitos da ofensa já cometida (providências de remédio). No
caso concreto, podia pedir a providência cível de remédio. Independentemente
das providências cíveis serem ordenadas, poderia pedir a atribuição de um
instituto da responsabilidade civil extracontratual por factos ilícitos, nos termos
do artigo 483º do CC, por violação dos direitos de personalidade.
Casos Práticos 45
alheia, e por outro lado, proíbe-se que alguém divulgue factos ocorridos na
intimidade da vida privada, nomeadamente, de Manuela.
1. Uma semana após o programa ter começado a ser exibido ao público, Paloma
decide sair da casa e pretende opor-se à exibição de qualquer imagem sua.
Quid iuris?
Casos Práticos 46
ofensa. O consentimento para essa limitação esta previsto no 81º/1, sendo
que este consentimento é em todo o caso nulo, se for contrário à ordem
pública. O consentimento para ser válido e legal tem que ser esclarecido,
consciente, informado, devidamente ponderado, concreto, legal e não pode
ser deduzido de um comportamento anterior. No caso concreto, parece-nos
que o consentimento dela para a limitação dos direitos de imagem e sobre a
integridade física da vida privada é válida à luz do artigo referido. Todavia,
no artigo 81º/2 do CC, esta limitação é revogada a todo o tempo; o que foi
exatamente que Paloma fez, sem prejuízo da mesma ter de indemnizar
pelas legítimas expetativas que criou à outra parta.
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