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INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV - TM576
Nesse sentido, pode-se inferir que as ações possessórias são aquelas que protegem a
posse de uma ameaça, turbação ou esbulho. As ações possessórias se dividem em três e estão
especificadas nos artigos 554 a 568 do Código Civil. Nos termos de ações possessórias
coletivas. O doutrinador Daniel Amorim Assumpção Neves vai dizer: “a tutela de posse
desenvolve-se por meio de três diferentes espécies de ações, chamadas de interditos
possessórios: reintegração de posse, manutenção de posse e interdito proibitório” (Neves,
2016, p. 846).
A primeira delas, a reintegração de posse, é aquela que visa recuperar a posse perdida
em razão de esbulho, que pode ser decorrente de clandestinidade, violência ou ainda
precariedade. Esbulhar significa dizer que um terceiro se apossou ilegitimamente de coisa
alheia mediante o uso de força e violência.
Ademais, vale salientar a função social da posse, esta resulta da função social da
propriedade aliada ao princípio da isonomia. Desse modo, pode-se dizer que a função social
tem como objetivo a proteção da sociedade de sua autonomia privada, ficando a cargo do
possuidor utilizar sua posse a fim de beneficiar a coletividade e não a si próprio, ou seja, este
deve subordinar a utilização dos bens ao atendimento de direitos em sua maioria sociais e não
individuais.
O ilustre Tepedino (apud Silva, 2016, p.23) discorre sobre a definição da Função
Social da Posse:
Importa mencionar que o Código de Processo Civil de 2015 passou a ter a finalidade
de resolução não apenas do litígio, mas de conflitos sociais ocasionados pela coletividade,
tendo como missão a satisfação material e legítima do entrave pelo Judiciário. O dispositivo
legal, no que toca ao procedimento, exige a adoção de providências diferenciadas para a
concessão da tutela provisória (565, CPC/2015) e formação da relação jurídica processual
(554, CPC/2015).
Assim, o artigo 554 do CPC, na seção de disposições gerais, dispõe sobre os litígios
coletivos. Veja-se:
Nesse ínterim, o CPC/15 também inovou no que tange aos litígios coletivos na seção
que trata das ações de manutenção e reintegração de posse. Diz o artigo 565:
Por fim, pode-se dizer que, em se tratando dos artigos 554 a 568 do Código de
Processo Civil uma das inovações mais significativas no contexto jurídico, com reflexos
imediatos no campo social, é a previsão de procedimento para os litígios coletivos que
decorrem da posse, visto que o Código anterior tutelava conflitos individuais, não fazendo,
contudo, menção expressa acerca dos litígios de caráter coletivo como faz o CPC/15.
Desse modo, com essa inovação de tratamento processual específico nos conflitos de
natureza fundiária coletiva, destacam-se: a previsão de providências no que se refere a
formação da relação jurídica processual e a concessão da tutela provisória nas ações de
possessórias de "força velha", condicionada a realização de uma audiência de mediação.