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A DISCIPLINA
Objetivo
O objetivo dessa disciplina é desenvolver no acadêmico competências gerais ou de
fundamento de área, de acordo com as unidades de ensino e conteúdos estudados,
com foco nas habilidades necessárias para a atuação profissional.
Competências
Conhecer os conceitos, as características e a estruturação da Jurisdição, dos sujeitos
processuais, das tutelas processuais e do processo eletrônico. Empregar os conceitos,
as características e a estruturação da Jurisdição, dos sujeitos processuais, das tutelas
processuais e do processo eletrônico.
Contato:
leonardo.d.Alves@cogna.com.br
BIBLIOGRAFIA:
Código de Processo Civil (básico para o estudo)
_______
MEDINA, Paulo Roberto de Gouvêa Medina. Teoria Geral do Processo. Belo Horizonte: Ed. Del
Rey, 2012. p. 26.
Logo, a lide se caracteriza, pela resistência a uma pretensão manifestada por
alguém que quer obter o que entende lhe ser devido. Isso importa dizer que, em
virtude da não obtenção do bem de vida almejado, exatamente pela oposição
manifestada por aquele que poderia consentir, o prejudicado irá ter um juízo. Em
outras palavras, o insucesso da via consensual (de comum acordo) o levará a requerer
a intervenção do Estado, através da pessoa do Juiz.
Uma vez instaurada a relação processual válida, fatalmente, como regra geral, o
juízo decidirá sobre a lide específica, definindo se o bem de vida deve ser concedido,
ou não, ao demandante. Ora, a paz social, objetivo maior do Judiciário, recomenda que
os conflitos sejam solucionados de forma definitiva. Para que isso ocorra, o interessado
deverá, pelo princípio dispositivo, instar/provocar o Judiciário por meio da petição
inicial. De outro lado, o juízo haverá de, até mesmo em decorrência do princípio do
impulso oficial, conduzir o conflito a uma solução, desatando o mérito da lide.
O ideal é que todo processo alcance uma solução de mérito
(princípio da primazia do mérito), pela qual o juiz deliberará sobre o caso
concreto e contribuirá para a construção da paz social.
Essa triangulação vincula as partes, que estão em busca da solução para o conflito de
interesses entre elas estabelecido, e ao juiz/Estado caberá a função de julgar.
Ocorre que, tal como visto anteriormente, muitos outros sujeitos podem participar
da relação processual, como forma de garantir a efetiva prestação da tutela jurisdicional.
Deve-se também mencionar que as testemunhas, eventuais credores e o
arrematante nos processos de execução e, ainda, terceiros que de alguma forma possam vir a
ter sua esfera de direitos atingidas, também são considerados sujeitos do processo e devem
cooperar visando a solução das controvérsias.
SUJEITOS (ATORES) DO PROCESSO:
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente
será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir,
o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
ASSISTÊNCIA SIMPLES E LITISCONSORSIAL
1) Necessidade de interesse jurídico: na assistência alguém que está de fora do processo vem
para auxiliar no processo. Para isso, portanto, tem que haver interesse jurídico naquela
demanda. Ou seja, se o resultado daquela demanda puder interferir na relação jurídica
negocial com a parte, eu posso interferir.
- Exemplo 2: Augusto deve Flávia e portanto é devedor de Flávia. Flávia toma conhecimento
que Augusto é credor de um processo e pode ganhar dinheiro para pagá-la. Ela pode
ingressar como terceira interessada? NÃO, pois aqui o interesse não é jurídico pois não
muda a relação entre Flávia e Augusto. Aqui há um interesse econômico e não jurídico pois
Flávia vai continuar sendo credora de Augusto.
2) Pode ocorrer em qualquer grau de jurisdição: pode ocorrer inclusive em grau recursal,
sempre antes do trânsito em julgado da decisão.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
ASSISTÊNCIA SIMPLES
Da Assistência Simples - Artigo 121 ao 123 CPC/15
- Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e
sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
- ATENÇÃO: O ASSISTENTE SIMPLES NÃO É PARTE, ATUA COMO TERCEIRO. Sujeita-se aos mesmos
poderes e ônus. Exemplo: pode produzir prova, pode recorrer, pode ser condenado a pagar. A parte é
denominada ASSISTIDA.
- Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será
considerado seu substituto processual.
- ATENÇÃO: O substituição processual é uma palavra sinônima à legitimidade extraordinária. Sempre que
se lê substituto ou substituição processual pense em legitimação ou legitimado extraordinário.
- Legitimidade ordinária: Maria entra com uma ação para postular seus direitos em seu nome.
- Legitimidade extraordinária: O sindicato entra em nome dos funcionários. A mãe entra em lugar do
menor. São legitimidades previstas pelas lei.
- Sempre que eu tiver legitimidade extraordinária eu tenho autorização do ordenamento jurídico para tanto.
Aqui se autoriza o assistente atuar para defender os direitos do assistido nesse caso, conforme prevê a lei
no parágrafo único do artigo 121 do CPC/15.
- Se o assistido abandou o processo, o assistente pode então atuar em defesa do assistido. Pode pois a lei
expressamente o autorizou nesse sentido.
- Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido,
desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.
- Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em
processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
- Efeito de Intervenção: é diferente de coisa julgada. O assistente não poderá rediscutir a matéria, exceto nos casos
previstos em lei, artigo I e II do 123 do CPC/15.
ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL – Artigo 124 do CPC/15
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir
na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
Exemplo: Eu tenho um carro que está financiado com o Banco e vendo para o Giordano, mas não
aviso o Banco. Aí eu paro de pagar o carro para o Banco e este entra com uma ação executando o
contrato de financiamento contra mim. Nessa situação o Giordano poderá entrar como assistente
litisconsorcial do banco. Aqui o resultado do processo vai interferir diretamente no Giordano pois
ele poderá perder o carro e, assim, ele virará parte.
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa
exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
Exemplo: compro uma casa de alguém e depois descubro que essa casa pertencia a outrem
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido
no processo.
Exemplo: seguradora
Eu sou obrigada a denunciar a lide? A denunciação à lide é um benefício que a parte tem para
que alguém cumpra a sua obrigação prevista por lei e que te vai garantir o direito de regresso.
Porém não é obrigatório e nada impede que depois eu possa discutir esse direito de regresso por
meio de AÇÃO AUTÔNOMA.
- Possibilidade de apenas uma denunciação sucessiva. Exemplo: quem foi denunciado pode
denunciar a outra pessoa, mas esta outra pessoa não pode mais denunciar.
- ATENÇÃO: então sempre que não for possível a denunciação a lide pode entrar com a ação
autônoma.
- Intervenção de terceiro feita pelo réu no prazo que ele tem para contestar.
- Exemplo: situação do dedo duro. Eu fiz mas não fiz sozinho.
- O rol é taxativo, nos termos da lei.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto,
o prazo será de 2 (dois) meses.
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim
de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na
proporção que lhes tocar.
Exemplo: o devedor que pagou a dívida total pode executar nos mesmos autos as quotas dos demais
devedores.
PERSONALIDADE JURÍDICA (para entender o Incidente de Desconsideração da PJ)
• A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõem. Este princípio, de
suma importância para o direito empresarial, também se aplica as sociedades.
LEGITIMADOS: Parte e MP
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério
Público, quando lhe couber intervir no processo.
FINALIDADE DA TEORIA
REQUISITOS
1) Desvio de finalidade
2) Abuso da personalidade
3) Confusão patrimonial
Direito Material e Direito Processual
Código Civil, art. 50: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da
parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.
CPC 2015, art. 133 ao 137: Incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Visa a
garantia do contraditório e da ampla defesa e do devido processo legal, ambos princípios
de ordem constitucional.
Direito Material e Direito Processual
Caso se decida por não ser caso de desconsideração, aquele que foi citado por força
do incidente será excluído do processo, encerrando-se assim sua participação. De outro
lado, caso se decida pela desconsideração, o sujeito que ingressou no processo passará a
ocupar posição de demandado, em litisconsórcio com o demandado original.
Direito Material e Direito Processual
Importante salientar que esse incidente não estava previso no CPC anterior e veio
assegurar o direito ao exercício do contraditório e da ampla defesa e do devido processo
legal no que diz respeito ao fenômeno da desconsideração da personalidade jurídica. Ex:
antes do CPC/15, o STJ admitia a DPJ sem prévia citação daqueles que seriam atingidos
pelos efeitos da decisão. (STJ, RESP 1.266.666/SP, rel. Min, Nancy Andrighi, j. 09.08.2011). =
NÍTIDA AFRONTA AO PRINCÍPIO CONTITUCIONAL DO CONTRADITÓRIO E DEVIDO PROCESSO
LEGAL.
INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA - Artigo 133 a 137 do CPC/15
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério
Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento
de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição
inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da
personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas
cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. VER ARTIGO 1.015,IV CPC/15
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será
ineficaz em relação ao requerente. (se houver venda do patrimônio do sócio no curso do processo poderá ser
considerado fraude à execução).
Desconsideração inversa da PJ - Artigo 133, do CPC/15
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do
Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Casos comuns:
- Isso porque parte-se do pressuposto que ele pode ajudar o julgador no momento de prolatar a decisão.
- No CPC/73 o amicus curiae era mencionado apenas nos tribunais superiores. Agora, o CPC/15 amplia esse
rol para a intervenção também no juízo de primeiro e segundo grau.
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a
repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada,
com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a
repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada,
com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos,
ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º.
Exemplo: A CEF pretende intervir num processo que tramita na justiça estadual que não é parte. Em que pese seja a CEF
seja de competência da justiça federal, ela vai se manifestar na justiça estadual;
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. (IRDR o
amicus curiae pode recorrer)