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Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem

Processo Penal Processo Penal

Queridos alunos,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com


muito carinho para que você possa absorver, de forma
rápida, conteúdos de qualidade!

Lembre-se: você já evoluiu muito até aqui. Não desista!


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Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo!

Com carinho,
Equipe Ceisc ♥

PROCESSO PENAL
PROF. MAURO STÜRMER

PROF.ª LETÍCIA NEVES

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Processo Penal Processo Penal

*Para todos verem: esquema

Jurisprudência STF e STJ: no caso de Deputados Federais/Senadores e Governador,


há dois critérios para foro de prerrogativa: 1) Esteja no cargo/diplomado; 2) Crime tenha
relação com o cargo.

*Para todos verem: esquema

1. Competência Se a resposta for não à pergunta


2 1, passamos a analisar em qual
justiça será julgado.
• Limite da jurisdição.
• Advém de uma regra legal. • Militar Eleitoral;
*Para todos verem: esquema
• Comum (Estadual ou Federal).

*Para todos verem: esquema


MATÉRIA PESSOA LUGAR

3 Território/jurisdição

ABSOLUTA ABSOLUTA RELATIVA


IMPRORROGÁVEL IMPRORROGÁVEL PRORROGÁVEL
• Regra: lugar de consumação | teoria do resultado;
• Exceção: JECRIM | teoria da atividade.

1.1. Guia de competência *Para todos verem: esquema

*Para todos verem: esquema


Jurisprudência: crimes contra à vida (dolosos ou culposos) devem levar em
consideração a comunidade que foi atingida e a produção da prova | teoria da atividade.

1 O autor tem foro por


prerrogativa de função?

• Não sabendo o local do crime: domicílio ou residência do réu;


• Mais de um domicílio: prevenção;
• Prefeito: Tribunal de Justiça; • Não tem residência certa ou ignorado o paradeiro: juiz que primeiro tomar
• Governador: Superior Tribunal de Justiça; conhecimento.
• Deputado Federal/Senador: Supremo Tribunal Federal;
• Juiz em atividade: Tribunal que atua, independentemente do local do crime; Veja o esquema na página a seguir...
• Promotor em atividade: Tribunal que atua, independentemente do local do crime.

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Processo Penal Processo Penal

*Para todos verem: esquema 1.3. Como resolver questões sobre modificação de competência?

Quando incerta *Para todos verem: esquema


dívida
Infrações da mesma
Júri + outro crime: Conexão e continência:
categoria:
Crime permanente
PREVENÇÃO
(sequestro)
Tudo vai à Júri, exceto crime Lugar do crime mais Lugar de maior número de
eleitoral, crime militar e ato
grave infrações
infracional
Infração continuada
Atenção: No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente
o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver
1.2. Causas de modificação da competência residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
*Para todos verem: esquema

1.4. Justiça Federal


• Tribunal Regional Federal: Revisão Criminal.
CONEXÃO CONTINÊNCIA
• Não é recurso, é ação autônoma de impugnação.

*Para todos verem: esquema

Intersubjetiva: simultaneidade, concurso Concurso de pessoas ou uma pessoa em


ou reciprocidade concurso de crimes

3. Bens, interesses ou
1. Nunca julga 2. Julga crimes serviços da União, autarquia
Juiz Federal:
contravenção (crime político)
e empresa pública
Objetivas: material ou probatória

Resolva a questão a seguir:


Ainda, o Código de Processo Penal prevê:

1) FGV - 2019 - OAB - 29º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a Anderson, Cláudio e Jorge arquitetam um plano para praticar crime contra a agência de um banco,
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
[...]
empresa pública federal, onde Jorge trabalhava como segurança. Encerrado o expediente, em
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 03/12/2017, Jorge permite a entrada de Anderson e Cláudio no estabelecimento e, em conjunto, destroem
1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de um dos cofres da agência e subtraem todo o dinheiro que estava em seu interior. Após a subtração do
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento dinheiro, os agentes roubam o carro de Júlia, que trafegava pelo local, e fogem, sendo, porém, presos
frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do dias depois, em decorrência da investigação realizada. Considerando que a conduta dos agentes
domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela configura os crimes de furto qualificado (pena: 2 a 8 anos e multa) e roubo majorado (pena: 4 a 10 anos
prevenção. e multa, com causa de aumento de 1/3 até metade), praticados em conexão, após solicitação de
esclarecimentos pelos envolvidos, o(a) advogado(a) deverá informar que

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Processo Penal Processo Penal

A) a Justiça Federal será competente para julgamento de ambos os delitos conexos. • Deve o APF ser enviado ao Juiz (que marcará audiência de custódia);
B) a Justiça Estadual será competente para julgamento de ambos os delitos conexos.
C) a Justiça Federal será competente para julgamento do crime de furto qualificado e a Justiça Estadual, • Falta de testemunha não impede o flagrante;
para julgamento do crime de roubo majorado, havendo separação dos processos.
D) tanto a Justiça Estadual quanto a Federal serão competentes, considerando que não há relação de
• Art. 304 § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização
especialidade entre estas, prevalecendo o critério da prevenção. criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a
liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.

2. Prisão 2.3. Preventiva


• Cabe na fase do IP ou da Ação Penal.
*Para todos verem: esquema
• Não pode ser decretada de ofício pelo juiz.
• Quando ilegal deve ser relaxada (art. 5º, LXV da CF).
Art. 311, 312, 313
Preventiva
e 318-A do CPP • Quando não mais necessária deve ser revogada (art. 316 do CPP).
Prisões
cautelares • Admissibilidade prevista no art. 313 do CPP.

Temporária Lei 7.960/89


Cabível:
*Para todos verem: esquema
2.1. Temporária (só cabível na fase do Inquérito Policial)
• 05 dias, prorrogáveis por mais 05 dias; Ordem Pública;

• Crime hediondo: 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias.


Ordem Econômica;

2.2. Flagrante
Preventiva

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: Assegurar a aplicação da Lei Penal;

I - está cometendo a infração penal (próprio) ;


II - acaba de cometê-la (próprio); Conveniência da Instrução Criminal;

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
Descumprimento de qualquer das
situação que faça presumir ser autor da infração (impróprio); obrigações impostas por força de outras
medidas cautelares;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
Houver dúvida sobre a identidade civil da
presumir ser ele autor da infração (presumido). pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la.

Observações:
• Deve ser revista a cada noventa dias;
Juiz, MP e Família devem ser IMEDIATAMENTE comunicados:
• Possível ser ser domiciliar (art.318 do CPP);
• Em 24 horas;
• Direito da Mulher gestante ou mãe de criança ou pessoa deficiente (art. 318-A do
• Deve ser expedida a nota de culpa;
CPP).

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Processo Penal Processo Penal

Resolva a questão a seguir: 3.3. Outras formas de investigação

2) FGV - 2021 - OAB - 33º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Fernando foi preso em flagrante e indiciado pela suposta prática do crime previsto no Art. 306 da Lei Artigo 4º do CPP. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no
território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações
9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), pois conduzia veículo automotor em via pública sob a influência
penais e da sua autoria.Parágrafo único. A competência definida neste artigo não
de álcool. O magistrado competente, ao analisar o auto de prisão em flagrante, concedeu a liberdade excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma
provisória, aplicando a cautelar de suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor. Fernando, função.
entendendo que a cautelar prejudicaria seu sustento, já que era motorista de caminhão, solicita que você,
como advogado(a), adote as medidas cabíveis para questionar a decisão do magistrado de aplicar a
cautelar alternativa de suspensão da habilitação. Considerando apenas as informações expostas, de 3.4. Investigação pelo Ministério Público
acordo com a Lei nº 9.503/97, o(a) advogado(a) de Fernando não poderá apresentar recurso, tendo em
vista que a decisão que aplica cautelar alternativa é • Procedimento investigatório criminal: PIC;

A) irrecorrível. • Teoria dos poderes implícitos;


B) poderá apresentar recurso de apelação. • A fundamentação para que o MP possa investigar.
C) poderá apresentar recurso em sentido estrito.
D) poderá apresentar recurso de agravo. *Para todos verem: esquemas

Respeito aos direitos fundamentais

3. Inquérito Policial Situações que tem cláusula de reserva de jurisdição

Respeitar prerrogativas dos advogados


3.1. Conceito
Procedimento administrativo com a finalidade de buscar elementos de autoria (quem fez) Investigação realizadas por membros

e de materialidade (qual o delito) para que uma futura ação penal seja proposta.
Presidido pelo Delegado de Polícia.
*Para todos verem: esquema.
Formas de
início

Ação penal
Ação penal Ação penal
pública
incondicionada privada
condicionada

Requisição do Requerimento da Representação


Juiz ou Notícia de Auto de prisão da vítima ou Se a vítima buscar a
Ex officio vítima ou de seu Delegacia de Polícia
Ministério representante qualquer pessoa em flagrante representante
Público legal autorizando o início
legal da investigação.

3.2. Natureza jurídica


• Natureza jurídica é de procedimento administrativo. • Em caso de denúncia anônima, deve ser realizada uma investigação prévia para ver a
viabilidade da denúncia;
• Elementos informativos são diferentes de provas? Sim! (art. 155 do CPP).

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Processo Penal Processo Penal

*Para todos verem: esquema *Para todos verem:esquema

INQUÉRITO POLICIAL: AÇÃO PENAL: Requer novas


diligências
Juiz encaminha Ministério
- Elementos informativos; - Provas; ao MP Público
Delegado Concorda com o
Oferece arquivamento
encaminha os
- Não há contraditório e - Há contraditório e ampla autos ao juiz
denúncia
ampla defesa. defesa. Discorda do
Encaminha ao arquivamento,
Juiz concorda
chefe do MP determinando
Arquivamento que outro
Juiz discorda ofereça a
Atenção: não se pode condenar com base exclusiva em elementos informativos. denúncia ou ele
mesmo oferece

Resolva a questão a seguir:


3.5. Características do Inquérito Policial
3) FGV - 2018 - OAB - 27º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
*Para todos verem: esquema
Após receber denúncia anônima, por meio de disque-denúncia, de grave crime de estupro com resultado
morte que teria sido praticado por Lauro, 19 anos, na semana pretérita, a autoridade policial, de imediato,
Obrigatório instaura inquérito policial para apurar a suposta prática delitiva. Lauro é chamado à Delegacia e apresenta
sua identidade recém-obtida; em seguida, é realizada sua identificação criminal, com colheita de digitais
e fotografias. Em que pese não ter sido encontrado o cadáver até aquele momento das investigações, a
Discricionário autoridade policial, para resguardar a prova, pretende colher material sanguíneo do indiciado Lauro para
fins de futuro confronto, além de desejar realizar, com base nas declarações de uma testemunha
presencial localizada, uma reprodução simulada dos fatos; no entanto, Lauro se recusa tanto a participar
Dispensável
da reprodução simulada quanto a permitir a colheita de seu material sanguíneo. É, ainda, realizado o
reconhecimento de Lauro por uma testemunha após ser-lhe mostrada a fotografia dele, sem que fossem
colocadas imagens de outros indivíduos com características semelhantes. Ao ser informado sobre os
Informativo
fatos, na defesa do interesse de seu cliente, o(a) advogado(a) de Lauro, sob o ponto de vista técnico,
deverá alegar que
Características Escrito
A) o inquérito policial não poderia ser instaurado, de imediato, com base em denúncia anônima
isoladamente, sendo exigida a realização de diligências preliminares para confirmar as informações
Sigiloso iniciais.
B) o indiciado não poderá ser obrigado a fornecer seu material sanguíneo para a autoridade policial, ainda
que seja possível constrangê-lo a participar da reprodução simulada dos fatos, independentemente de
Inquisitivo sua vontade.
C) o vício do inquérito policial, no que tange ao reconhecimento de pessoa, invalida a ação penal como
um todo, ainda que baseada em outros elementos informativos, e não somente no ato viciado.
Indisponível D) a autoridade policial, como regra, deverá identificar criminalmente o indiciado, ainda que civilmente
identificado, por meio de processo datiloscópico, mas não poderia fazê-lo por fotografias.
Temporário

4. Ação Penal
3.6. Encerramento do IP
Veja o esquema na página a seguir... 4.1. Conceito
Direito subjetivo de pedir/requerer ao Estado-juiz a aplicação do direito objetivo no caso
concreto.

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• Condições da ação: 4.1.3 Ação Penal Privada


*Para todos verem: esquema • Manejada por advogado através da queixa-crime;
• Personalíssima;
Possibilidade
jurídica do pedido • Somente uma pessoa pode entrar com a ação;
• A única situação está prevista no art. 236 do Código Penal;

Justa causa
Legitimidade • Exige procuração com poderes especiais (art. 44 do CPP).
da parte

Atenção:
Interesse Art. 24, CPP
(...)
§ 2o. Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da
União, Estado e Município, a ação penal será pública.

4.1.1. Espécies da ação penal Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
*Para todos verem: esquema
4.2. Princípios
*Para todos verem: esquema
Espécies
PÚBLICA PRIVADA

Pública Privada Obrigatoriedade: tendo elementos e


de autoria e materialidade, o Conveniência e oportunidade:
Ministério Púbico é obrigado a renúncia
entrar com a ação penal.

Condicionada Personalíssima Subsidiária


Incondicionada Exclusiva
da pública
Indisponível: o Ministério Público
não pode desistir da ação penal Disponível: perdão
proposta.
Requisição do
Representação
Ministro da Justiça

4.3. Institutos aplicáveis a ação penal privada

4.1.2. Ação Penal Pública *Para todos verem: esquemas

• Manejada pelo Ministério Público através de denúncia;


Antes do Quando ofertado
• Incondicionada; RENÚNCIA: início da ação Ato unilateral a um, atinge os
penal demais.
• Condicionada Representação (procuração com poderes especiais - art. 39 do CPP) ou
requisição.

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Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
Quando ofertado
Após o início portador de diploma de curso superior.
PERDÃO: Ato bilateral a um, atinge os § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
da ação penal
demais. portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
4.4. Perdão § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão
dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas
• Se um aceitar e os outros não, o processo segue contra os que não aceitaram;
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
• Aceitação: expressa ou tácita (se o réu não se manifestar em 3 dias).
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os
peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o quereladoserá
prazo, o que declararão no auto.
intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser
cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
em parte.

Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará
4.5. Provas a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da
verdade.
• Prova ilegal/ilícita deve ser desentranhada;
• É possível a prova emprestada. Art. 185, § 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança
do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do
defensor e a publicidade do ato.
Resolva a questão a seguir: § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou
4) FGV - 2017 - OAB - 22º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde quea
Durante audiência de instrução e julgamento em processo em que é imputada a José a prática de um medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades:
crime de roubo majorado pelo concurso de agentes, Laís e Lívia, testemunhas de acusação, divergem I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso
em suas declarações. Laís garante que presenciou o crime e que dois eram os autores do delito; já integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o
deslocamento;
Lívia também diz que estava presente, mas afirma que José estava sozinho quando o crime foi
II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante
cometido. A vítima não foi localizada para prestar depoimento. Diante dessa situação, poderá o dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância
advogado de José requerer pessoal;
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja
A) a realização de contradita das testemunhas. possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste
B) a realização de acareação das testemunhas. Código;
C) a instauração de incidente de falsidade. IV – responder à gravíssima questão de ordem pública.
D) a suspensão do processo até a localização da vítima, para superar divergência.
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos
em qualquer fase do processo.

Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata,
4.6. Principais artigos do CPP serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea
nomeada pela autoridade.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquerdas
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. partes.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecidoos
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos


utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em
locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
reconhecimento até o descarte.

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5.3. Rejeição da denúncia ou queixa


Causas de rejeição da denúncia ou queixa-crime:

*Para todos verem: esquemas

5. Instrução Criminal

5.1. Procedimento comum ordinário (arts. 394 a 405 do CPP)

*Para todos verem: esquema

Rejeita
liminarmente a
denúncia ou
Oferecimento queixa-crime Absolve
da denúncia sumariamente
Juiz
ou queixa- Art 397, CPP
crime Resposta à
Recebe a acusação
denúncia ou Citação
queixa-crime Prazo 10 dias Juiz Designa a
(10 dias) Sentença
Conteúdo: art. audiência de
Art. 396, CPP instrução e (art. 386/387
396, A, CPP
julgamento CPP)
Art. 400, CPP

Súmula 707 do STF. Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer
5.2. Oferecimento da denúncia ou queixa-crime contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de
defensor dativo.
*Para todos verem: esquema

A denúncia ou queixa conterá: 5.4. Recebimento da denúncia ou queixa-crime


(art. 41 do CPP)
• Decisão irrecorrível;
A exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias; • Poderá ser atacada através de habeas corpus, que não é recurso.

A qualificação do acusado ou esclarecimento


pelos quais se possa identificá-lo; 5.5. Citação
A classificação do crime;
Veja o esquema na página a seguir...

Quando necessário, o rol de testemunhas.

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*Para todos verem: esquema *Para todos verem: esquema


Excludentes de culpabilidade, exceto inimputabilidadeAtipicidade da condutaExtinção da

REAL/PESSOAL Excludentes de ilicitude


CITAÇÃO

HORA CERTA E Excludentes de culpabilidade, exceto inimputabilidade


FICTA/PRESUMIDA EDITAL

Atipicidade da conduta

RÉU SE OCULTA
Extinção da punibilidade

ibilidade
Réu não encontrado: • Se não houver absolvição sumária é obrigatória a designação de audiência.
• Se o acusado comparece ao processo, segue normalmente;
• Se não comparece nem constitui defensor: o processo ficará suspenso e contagem de 5.8. Audiência
prescrição - art. 366 do CPP.
Art. 400 do CPP.
*Para todos verem: esquema

Súmula 415 do STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo


máximo da pena cominada. Peritos/acare-
Debates
Oitiva do Oitiva da ações/reconheci
Interrogatório orais/alegações
ofendido acusação/defesa mento de
orais
pessoas e coisas
5.6. Resposta à acusação – art. 396–A DO CPP
• 10 dias.
Poderá ocorrer a conversão dos debates orais em memoriais em razão da
Súmula 710 do STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e complexidade/número de acusados/ pendência de diligências.
não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. Prazo: 05 dias.
Súmula 310 do STF: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com
efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo
se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir.
6. Procedimento Especial dos Crimes Dolosos contra a Vida
Observação: é possível a defesa solicitar na resposta à acusação que o juiz analise
novamente a hipótese de rejeição da denúncia ou queixa. É um procedimento bifásico, a primeira fase está prevista nos artigos 406 a 421 do CPP,
e a segunda fase está prevista nos artigos 422 a 497 CPP. Quando se fala em crimes dolosos
contra a vida se fala do Tribunal do Júri, mas apenas se fala em júri com conselho de sentença,
5.7. Absolvição sumária
na segunda fase. Antes de se chegar ao conselho de sentença terá todo um procedimento na
Art. 397 do CPP.
primeira fase que é similar ao do rito ordinário.
Veja o esquema na página a seguir... Os crimes dolosos contra a vida estão previsto no artigo 74, §1º do CPP, homicídio
doloso, infanticídio, instigação ao suicídio e aborto. Se tiver um crime doloso contra a vida

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cometido com outro de outra espécie, por exemplo, crime de estupro, ambos serão julgados no Em relação à segunda fase do Júri, julgamento em Plenário é importante a lembrança de
tribunal do júri. Quando ocorre um crime doloso contra à vida teremos o oferecimento da dois artigos:
denúncia ou queixa. O juiz pode proferir uma decisão de rejeição se presentes às hipóteses do
Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer
art. 395 CPP. Ou pode receber a denúncia ou queixa, quando irá determinar a citação do acusado referências
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação
para apresentar a resposta a acusação no prazo de 10 dias (art. 406 CPP). No artigo 406, §§ 4º ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou
prejudiquem o acusado
e 5º prevê que nessa primeira fase a defesa e a acusação terão direito à 08 testemunhas. II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em
Apresentada a resposta à acusação, diferente do rito ordinário, o juiz, é dada vista à acusação seu prejuízo.

(art. 409 CPP, pelo prazo de 05 dias para que o MP se manifesta sobre documentos e alegações Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição
de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias
trazidos na resposta. O MP se manifestando o juiz designará audiência do artigo 411 do CPP. A úteis, dando-se ciência à outra parte.
Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer
ordem de inquirição será a mesma, primeiro a vítima (se possível), testemunhas de acusação, outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros,
croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato
testemunhas de defesa, peritos, reconhecimento de pessoas ou coisas, acareações, oitiva do submetida à apreciação e julgamento dos jurados.
acusado e por fim alegações finais orais. Decisões do juiz que encerram a primeira fase do júri,
decisões próprias do juiz: pode proferir uma decisão de pronúncia (art. 413 CPP), que é a decisão Resolva a questão a seguir:
que vai conduzir o réu para a segunda fase. Ou uma decisão de impronúncia (art. 414 CPP). Ou
ainda pode proferir uma decisão de absolvição sumária, que ocorre após a instrução. (art. 415 5) FGV – 2022 - OAB – 34° Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
CPP) Ou ainda poderá proferir uma decisão de desclassificação (art. 419 CPP). O juiz vai Ao término da instrução criminal no processo em que Irineu foi denunciado pelo crime de homicídio
doloso consumado que vitimou Alberto, o advogado de Irineu teve a palavra em audiência para fazer
pronunciar quando, após a instrução, estiver convencido da materialidade ou dos indícios de suas alegações finais (juízo de admissibilidade da acusação). No curso do inquérito policial o
Delegado de Polícia representou ao juízo competente pelo incidente de insanidade mental, cujo laudo
autoria ou participação do acusado. O juiz não pode julgar, ele tem que fazer uma fundamentação afirmou que, na data em que o crime foi praticado, Irineu era inteiramente incapaz de entender o
(art. 413, §1º, CPP) indicando de forma comedida a sua fundamentação. Por exemplo o Juiz não caráter ilícito do fato. Ouvidas as testemunhas arroladas na denúncia, Roberta, cliente que estava no
bar em que aconteceu o crime, declarou que Irineu tinha traços semelhantes àqueles da pessoa que
poderá dizer de forma peremptória que não existiu a legítima defesa, se fizer ele estará efetuou o disparo de arma de fogo, mas não poderia afirmar com certeza a autoria. No mesmo sentido
foi o depoimento de Laércio, que era garçom daquele estabelecimento comercial. Rui, que estava no
usurpando as funções dos jurados o que gera uma nulidade da decisão de pronúncia.
caixa do bar, e Ana, a gerente, disseram não ter condições de reconhecer o réu. Irineu sempre negou
Crimes dolosos contra a vida previstos no art. 74, §1º do Código de Processo Penal e a autoria do homicídio. Você, como advogado(a) de defesa de Irineu, em alegações finais, deve
sustentar a tese de
crimes conexos.
Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, A) nulidade do processo desde a decisão que determinou o exame de insanidade mental, pois o
Delegado de Polícia não poderia representar pelo incidente de insanidade mental, por não ter
122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. qualidade de parte.
B) absolvição sumária, em razão do laudo do exame de insanidade mental ter afirmado que Irineu era
Atenção: o delito de latrocínio não vai a júri. Súmula 603 do STF. absolutamente incapaz, por doença mental, sem condições, à época, de entender o caráter ilícito do
fato.
*Para todos verem: esquema C) impronúncia de Irineu, posto que a prova testemunhal não revelou a existência de indícios
suficientes de autoria.
D) despronúncia, em razão das declarações de Rui e Ana, que não reconheceram Irineu como autor
do disparo de arma de fogo.

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Processo Penal Processo Penal

Dirimir obscuridade, contradiçãoou


7. Recursos Embargos
declaratórios do Art. 83 da 5 dias para oposição
omissão.
Expressamente, conforme consta
JECRIM Lei 9.099/95 na Lei, os embargos interrompem o
prazo para interposição derecurso.

*Para todos verem: quadro


Embargos Art. 609, § único, do Recurso privativo da defesa.
10 dias para
Recurso Base legal Prazo Dicas importantes infringentes e de CPP Decisão não unânime e
oposição
Nulidades desfavorável ao réu.

Em regra, a decisão que rejeita a


peça acusatória é recorrível via Denegar recurso ou quando admiti-
Arts. 581 a 592 do Recurso no sentido estrito. lo obstar à sua expedição e
5 dias (interposição)
Recurso em CPP No JECRIM utiliza-se apelação. Carta Art 639, ss... 48 horas seguimento.
2 dias (razões)
sentido estrito No júri caberá RESE para testemunhável do CPP Recurso residual, utilizado quando
2 dias (contrarrazões)
Súmula 707 do STF pronúncia e desclassificação. não houve recurso próprio.
As hipóteses previstas nos incisos (Ex: denegar RESE ou Agravo em
XII, XVII, XIX e XXIII do art. 581 do Execução.)
CPP são passíveis de Agravo em
Execução, pois estão revogados
tacitamente. Atenção a nova Cabível de decisão denegatória de
hipótese do inc. XXV. Recurso Ordinário Habeas Corpus proferida no âmbito
Constitucional em Art. 102, II, “a” da CF 5 dias dos Tribunais.
Habeas Corpus e Lembrar que se o habeas corpus for
Súmula 705 do STF. 105, II, “a” da CF denegado por juiz de direito, caberá
Possibilidade de apresentar razões RESE.
perante o Tribunal de Justiça
(razões extemporâneas e Recurso Ordinário
irregularidade) – art. 600, §4º do em mandado de Art.105, II, “b” da CF Cabível de decisão denegatória
5 dias (interposição)
CPP. segurança e 15 dias de mandado de segurança no
Apelação Arts. 593 a 603 do 8 dias (razões)
Limitadas as hipóteses de apelação Art.33 da lei 8.038/90 âmbito do TJ’S e TRF’S.
CPP 8 dias (contrarrazões)
no Tribunal do Júri – art.593, III, do
CPP: somente em virtudes daqueles
fundamentos legalmente Recurso especial Art. 105, III, CF 15 dias Exigência do prequestionamentoda
estabelecidos (Súmula 713 do STF). matéria objeto de recurso.

Exigência do prequestionamentoda
Recurso matéria objeto de recurso.
Art. 102, III, da CF 15 dias
extraordinário Demonstração da repercussão
Prazo único.
geral.
Não se aplica o art. 600, §4º do
10 dias (interposição CPP.
Apelação no Art. 82 da Lei e razões em conjunto) Julgado pela TRC (Turma
JECRIM 9.099/96 Recursal Criminal).
Agravo em Art. 197 da LEP 5 dias Cabível contra as decisões
10 dias Cabimento contra a rejeição da
Execução Penal proferidas pelo Juiz da Vara de
(contrarrazões) peça acusatória. Súmula 700 do STF Execução Criminal.

Art. 382 CPP Dirimir ambiguidade, contradiçãoou


Embargos (sentença) omissão.
declaratórios do De acordo com a doutrina, os
CPP Art. 619 do CPP 2 dias para oposição embargos do CPP interrompem o
(acórdão) prazo para eventual recurso cabível.

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Processo Penal Processo Penal

Prof.ª Letícia Neves

6) FGV – 2020 - OAB – 31º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Mariana foi vítima de um crime de apropriação indébita consumado, que teria sido praticado por Paloma. Ao tomar
conhecimento de que Paloma teria sido denunciada pelo crime mencionado, inclusive sendo apresentado pelo
Ministério Público o valor do prejuízo sofrido pela vítima e o requerimento de reparação do dano, Mariana passou a
acompanhar o andamento processual, sem, porém, habilitar-se como assistente de acusação. No momento em que
constatou que os autos estariam conclusos para sentença, Mariana procurou seu advogado para adoção das
medidas cabíveis, esclarecendo o temor de ver a ré absolvida e não ter seu prejuízo reparado. O advogado de
Mariana deverá informar à sua cliente que

A) não poderá ser fixado pelo juiz valor mínimo a título de indenização, mas, em caso de sentença
condenatória, poderá esta ser executada, por meio de ação civil ex delicto, por Mariana ou seu representante
legal.
B) poderá ser apresentado recurso de apelação, diante de eventual sentença absolutória e omissão do
Ministério Público, por parte de Mariana, por meio de seu patrono, ainda que não esteja, no momento da
sentença, habilitada como assistente de acusação.
C) poderá ser fixado pelo juiz valor a título de indenização em caso de sentença condenatória, não podendo a
ofendida, porém, nesta hipótese, buscar a apuração do dano efetivamente sofrido perante o juízo cível.
D) não poderá ser buscada reparação cível diante de eventual sentença absolutória, com trânsito em julgado,
que reconheça não existir prova suficiente para condenação.

7) FGV – 2021 - OAB – 33º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Paulo, advogado, foi intimado de duas decisões proferidas pelo juízo da execução penal do Rio de Janeiro, em
relação a dois de seus clientes. Na primeira, foi determinada a perda de 1/5 (um quinto) dos dias remidos por Lúcio,
considerando que foi reconhecida, por meio de procedimento regular, observadas as exigências legais, a prática de
falta grave pelo mesmo. Na segunda decisão, o pedido de progressão de regime formulado por Paulo em relação
ao apenado Flávio foi deferido, tendo o magistrado fixado, como condição a ser observada no regime aberto, o
cumprimento de prestação de serviços à comunidade. Diante das intimações, Paulo poderá apresentar

A) recurso em sentido estrito para questionar as duas decisões do magistrado, que seriam ilegais.
B) agravo para questionar as duas decisões do magistrado, que seriam ilegais.
C) agravo para questionar apenas a decisão que determinou a perda dos dias remidos, que seria ilegal, mas
não a que fixou condições especiais para a progressão de regime.
D) agravo para questionar a decisão que fixou a prestação de serviço à comunidade como condição para a
progressão para o regime aberto, não havendo ilegalidade, porém, na determinação da perda de 1/5 (um
quinto) dos dias remidos por Lúcio.

8) FGV – 2020 - OAB – 33º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Tiago e Talles, imputando-lhes a prática do crime de sequestro
qualificado, arrolando como testemunhas de acusação a vítima, pessoas que presenciaram o fato, os policiais
responsáveis pela prisão em flagrante, além da esposa do acusado Tiago, que teria conhecimento sobre o ocorrido.
Na audiência de instrução e julgamento, por ter sido arrolada como testemunha de acusação, Rosa, esposa de
Tiago, compareceu, mas demonstrou que não tinha interesse em prestar declarações. O Ministério Público insistiu
na sua oitiva, mesmo com outras testemunhas tendo conhecimento sobre os fatos. Temendo pelas consequências,
já que foi prestado o compromisso de dizer a verdade perante o magistrado, Rosa disse o que tinha conhecimento,
mesmo contra sua vontade, o que veio a prejudicar seu marido. Por ocasião dos interrogatórios, Tiago, que seria
interrogado por último, foi retirado da sala de audiência enquanto o corréu prestava suas declarações, apesar de
seu advogado ter participado do ato. Com base nas previsões do Código de Processo Penal, considerando apenas
as informações narradas, Tiago:

A) não teria direito de anular a instrução probatória com fundamento na sua ausência durante o interrogatório
de Talles e nem na oitiva de Rosa na condição de testemunha, já que devidamente arrolada pelo Ministério
Público.
B) teria direito de anular a instrução probatória com fundamento na ausência de Tiago no interrogatório de
Talles e na oitiva de Rosa na condição de testemunha.

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Processo Penal Processo Penal

C) não teria direito de anular a instrução probatória com base na sua ausência no interrogatório de Talles, mas 12) FGV – 2021 - OAB – 33º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
deveria questionar a oitiva de Rosa como testemunha, já que ela poderia se recusar a prestar declarações. Vanessa foi presa em flagrante, logo após cometer um crime de furto em residência. A proprietária do
D) não teria direito de anular a instrução probatória com base na sua ausência no interrogatório de Talles, mas imóvel, Jurema, 61 anos, informou aos policiais que viu, pelas câmeras de segurança, Vanessa escalando o alto
deveria questionar a oitiva de Rosa como testemunha, pois, em que pese seja obrigada a prestar muro da residência e ingressando na casa, acreditando a vítima que a mesma rompeu o cadeado da porta, já que
declarações, deveria ser ouvida na condição de informante, sem compromisso legal de dizer a verdade. este encontrava-se arrombado. Por determinação da autoridade policial, um perito oficial compareceu à residência
de Jurema e realizou laudo pericial para confirmar que o muro que Vanessa pulou era de grande altura e
demandava esforço no ato. Deixou, porém, de realizar a perícia no cadeado e na porta por onde Vanessa teria
9) FGV – 2023 - OAB – 37º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase entrado na casa.
Antônio Silva foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pelo crime de tráfico de drogas. Você, como advogado(a), foi constituído(a) por Vanessa para a apresentação de alegações finais. Considerando as
Essa denúncia foi rejeitada pelo juízo da 50ª Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, por falta de prova mínima informações expostas, você deverá alegar que
da autoria e materialidade (justa causa). O órgão ministerial então interpôs recurso em sentido estrito dessa decisão,
já arrazoado. Para evitar a caracterização de uma nulidade processual, é correto afirmar que o juízo deve, em A) a perícia realizada no muro não poderá ser considerada prova, mas tão só elemento informativo a
seguida ser confirmado por provas produzidas sob o crivo do contraditório, tendo em vista que as partes não
participaram da elaboração do laudo.
A) nomear defensor público para apresentar contrarrazões recursais em favor de Antônio. B) deve ser afastada a qualificadora com fundamento no rompimento de obstáculo, já que não foi produzida
B) nomear defensor dativo para apresentar contrarrazões recursais em favor de Antônio. prova pericial, não sendo suficiente a confissão da acusada.
C) notificar Antônio para apresentar contrarrazões recursais. C) a perícia realizada para demonstrar a escalada foi inválida, pois não foi realizada por dois peritos oficiais,
D) remeter os autos ao Tribunal competente. nos termos da determinação do Código de Processo Penal.
D) a idade da vítima não foi comprovada por documento idôneo, não podendo ser reconhecida agravante por
tal fundamento.
10) FGV – 2023 - OAB – 36º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
Hamilton, vendedor em uma concessionária de automóveis, mantém Priscila em erro, valendo-se de fraude para
obter vantagem econômica ilícita, consistente em valor de comissão maior do que o devido na venda de um veículo 13) FGV – 2021 - OAB – 32º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
automotor. A venda e a obtenção da vantagem ocorrem no dia 20 de novembro de 2019. O fato chega ao Caio praticou um crime de furto (Art. 155 – pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa) no interior da sede da Caixa
conhecimento da autoridade policial por notícia feita pela concessionária, ainda em novembro de 2019 e, em 2 de Econômica Federal, empresa pública, em Vitória (ES), ocasião em que subtraiu dinheiro e diversos bens públicos.
março de 2020, o Ministério Público oferece denúncia em face de Hamilton, imputando-lhe a prática do crime de Ao sair do estabelecimento, para assegurar a fuga, subtraiu, mediante grave ameaça, o carro da vítima, Cláudia
estelionato. Embora tenha sido ouvida em sede policial, Priscila não manifestou sua vontade de ver Hamilton (Art. 157 – pena: reclusão, de 4 a 10 anos, e multa). Houve perseguição policial, somente vindo Caio a ser preso na
processado pela prática delitiva. A denúncia é recebida e a defesa impetra habeas corpus perante o Tribunal de cidade de Cariacica, onde foi encontrado em seu poder um celular produto de crime anterior (Art. 180 – pena:
Justiça. No caso, assinale a opção que apresenta a melhor tese defensiva a ser sustentada. reclusão, de 1 a 4 anos, e multa). Considerando a conexão existente entre os crimes de furto simples, roubo simples
e receptação, bem como a jurisprudência dos Tribunais Superiores, assinale a opção que indica a Vara Criminal
A) A ausência de condição específica de procedibilidade, em razão da exigência de representação da ofendida. competente para o julgamentode Caio. No momento das alegações finais, o advogado de Francisco, sob o ponto de
B) A ausência de condição da ação, pois caberia à vítima o ajuizamento da ação penal privada no caso concreto. vista técnico, deverá destacarque
C) A necessidade de remessa dos autos ao Procurador-geral de Justiça para que haja oferta de acordo de não
persecução penal. A) A Justiça Estadual, em relação aos três crimes, sendo competente, territorialmente, a comarca de Vitória.
D) A atipicidade da conduta, em razão do consentimento da vítima, consistente na ausência de manifestação B) A Justiça Estadual, em relação aos três crimes, sendo competente, territorialmente, a comarca de Cariacica.
de ver o acusado proceso. C) A Justiça Federal, em relação ao crime de furto, e a Vara Criminal de Vitória, da Justiça Estadual, no que
tange aos crimes de roubo e receptação.
D) A Justiça Federal, em relação a todos os delitos.
Prof. Mauro Stürmer

11) FGV – 2022 - OAB – 35º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase 14) FGV – 2021 - OAB – 32º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
Rodrigo responde ação penal pela suposta prática do crime de venda irregular de arma de fogo de uso restrito, Após concluído inquérito policial para apurar a prática do crime de homicídio em desfavor de Jonas, o Ministério
na condição de preso. O magistrado veio a tomar conhecimento de que Rodrigo seria pai de uma criança de 11 Público requereu o seu arquivamento por falta de justa causa, pois não conseguiu identificar o(s) autor(es) do delito,
anos de idade e que seria o único responsável pelo menor, que, inclusive, foi encaminhado ao abrigo por não ter o que restou devidamente homologado pelo juiz competente. Um mês após o arquivamento do inquérito policial,
outros familiares ou pessoas amigas capazes de garantir seus cuidados. Com esse fundamento, substituiu, de ofício, uma testemunha, que não havia sido anteriormente identificada, compareceu à delegacia de polícia alegando
a prisão preventiva por prisão domiciliar. Rodrigo, intimado da decisão, entrou em contato com seu(sua) possuir informações quanto ao autor do homicídio de Jonas. A família de Jonas, ao tomar conhecimento dos fatos,
advogado(a) em busca de esclarecimentos sobre o cabimento da medida e suas consequências. A defesa técnica procura você, como advogado(a) da família, para esclarecimentos. Diante da notícia de existência de novas provas
de Rodrigo deverá esclarecer que a concessão da prisão domiciliar foi aptas a identificar o autor do crime, você deverá esclarecer aos familiares da vítima que o órgão ministerial:

A) adequada, e o tempo recolhido em casa justifica o reconhecimento de detração do período de cumprimento, A) poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento não faz coisa julgada
que deverá ser observado na execução da pena, mas não no momento da fixação do regime inicial do materialindependentemente de seu fundamento.
cumprimento de pena. B) não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento é imutável na
B) adequada, e o tempo recolhido em casa justifica o reconhecimento de detração do período de cumprimento, presente hipótese.
que poderá ser observado no momento da fixação do regime inicial de cumprimento de pena. C) não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois se trata de mera notícia, inexistindo efetivamente
C) inadequada, pois somente admitida para as mulheres que sejam mães de crianças menores de 12 anos. qualquer prova nova quanto à autoria do delito.
D) adequada, mas não justifica o reconhecimento de detração. D) poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento fez apenas coisa julgada
formal no caso concreto.

27 28
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Processo Penal Processo Penal

15) FGV – 2021 - OAB – 32º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
Vitor foi denunciado pela suposta prática dos crimes de furto e ameaça, já que teria ingressado em estabelecimento
comercial e, enquanto subtraía produtos, teria, para garantir o sucesso da empreitada delitiva, ameaçado o Gabaritos das questões:
funcionário que realizava sua abordagem. Considerando que o funcionário não compareceu em juízo para
esclarecimento dos fatos, Vitor veio a ser absolvido por insuficiência de provas, transitando em julgado a sentença.
Outro promotor de justiça, ao tomar conhecimento dos fatos e localizar o funcionário para ser ouvido em juízo, veio
a denunciar Vitor pelo mesmo evento, mas, dessa vez, pelo crime de roubo impróprio. 1–A 2–C 3–A 4–B 5–C 6–B 7–D 8–C 9–C 10 – A
Após citação, caberá ao(à) advogado(a) de Vitor, sob o ponto de vista técnico,
11 – B 12 – B 13 – D 14 – D 15 – D
A) buscar a desclassificação para o crime de furto simples em concurso com o de ameaça no momento das
alegações finais, mas não a extinção do processo, considerando que a absolvição anterior foi fundamentada
em insuficiência probatória.
B) requerer, em resposta à acusação, a absolvição sumária de Vitor, pois está provado que o fato não ocorreu.
C) apresentar exceção de litispendência, requerendo a extinção do processo.
D) presentar exceção de coisa julgada, buscando extinção do processo.

REAL/P ES HORA CERTA

Réu se oculta

EDITAL

29 30

Caderno de Questões – Direito Ambiental


Mateus Silveira
Queridos alunos,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com


muito carinho para que você possa absorver, de forma
rápida, conteúdos de qualidade!

Lembre-se: você já evoluiu muito até aqui. Não desista!


Derrube as barreiras que separam você do seu sonho.

Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo!

Com carinho,
Equipe Ceisc ♥

PROCESSO CIVIL
PROF. LEONARDO FETTER
PROF.ª TATIANE KIPPER

Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem
Processo Civil Processo Civil

exercido deveria ser concreto).


Importante: O sistema processual brasileiro definiu dois tipos de ação: Ação de
Conhecimento e Ação de Execução. Apenas essas, então, são ações possíveis de serem
apresentadas com o objetivo de busca a prestação jurisdicional.

1.3. Rito ou Procedimento


Frise-se, já de início, que rito ou procedimento são sinônimos. E, de forma bem objetiva e
1. Jurisdicação, Ação, Rito/Procedimento
simples, o rito/procedimento nada mais é do que a forma (regras) estabelecida pela lei processual
para o tramitar da ação perante o Poder Judiciário. Ou seja, a lei define a soma de atos

1.1. Jurisdição processuais que deverão acontecer entre o início (petição inicial) e o fim da ação (sentença).

A jurisdição é o poder-dever do Estado de compor/solucionar litígios. Assim, Importante: Identificado o pedido (a pretensão que a parte vai levar ao Poder Judiciário),

considerando as regras inerentes ao Estado Democrático de Direito, faz-se necessário identificar será possível identificar o rito pelo qual este pedido vai tramitar perante o Poder Judiciário.

quem possui esse poder-dever, quem possui a responsabilidade de não deixar que os Mas qual a forma desta identificação?
*Para todos verem: esquema
cidadãos, por suas próprias mãos, busquem solucionar um conflito de interesses.
O Poder Judiciário é responsável pela jurisdição, o Poder Judiciário está investido em PROCEDIMENTO ESPECIAL
jurisdição. Compreende-se que esta função jurisdicional é delegada ao Poder Judiciário pelo
•Todos os pedidos que vão tramitar utilizando ou respeitando um rito/procedimento
Estado. Ainda, fala-se em poder-dever, uma vez que, o Poder Judiciário não pode abrir mão especial devem ter previsão expressa no CPC, a partir do art. 539. Cabeção,
importante: também pode haver previsão em lei especial, como por exemplo a Lei de
dessa responsabilidade. Quando um conflito de interesses é levado até o Poder Judiciário, ele Alimentos, a qual prevê procedimento especial para o pedido de alimentos.
tem a obrigação de resolver, ele não pode negar a solução do litígio.
Cabeção, importante: O exercício da jurisdição (este poder/dever de compor litígios) é PROCEDIMENTO COMUM

inerte – ou seja, para ser exercido existe a necessidade de provocação (o juiz não tem autonomia
• O uso deste também é definido pelo pedido, mas de uma forma ainda mais simples:
para agir por conta própria, ou seja, de ofício, deve necessariamente ser provocado pela parte para todos os pedidos que não tiverem previsão de uso do procedimento especial, será
utilizado o procedimento comum.
interessada, conforme o artigo 2º do CPC). É o chamado de princípio da ação ou da demanda,
ou princípio da iniciativa da parte.

1.2. Ação
2. Intervenção de Terceiros
A forma adequada do cidadão provocar o Poder Judiciário, retirando-o da sua inércia, é a
ação, ou seja, é através da ação, que o Poder Judiciário sai da sua inércia e passa a exercer São formas de intervenção de terceiros, classificadas no CPC:
a jurisdição, o poder-dever de solucionar conflitos de interesses.
O chamado direito de Ação é abstrato (e não concreto), ou seja, para entrar com uma Veja o esquema na página a seguir...
ação o autor não precisa ter o direito material garantido (perfeitamente possível, dessa forma,
que uma ação seja julgada improcedente – pensar diferente se chegaria no absurdo de dizer que
o autor somente poderia entrar com a ação se fosse ganhar – ou seja, o direito de ação para ser

3 4
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*Para todos verem: esquema

Resolva a questão a seguir:


Da Assistência (arts. 119 a 124 do CPC)
1) FGV – 2019 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXX – Primeira Fase
Daniel, sensibilizado com a necessidade de Joana em alugar um apartamento, disponibiliza-se a ser
seu fiador no contrato de locação, fazendo constar nele cláusula de benefício de ordem. Um ano e
Denunciação da lide (arts. 125 a 129 do CPC) meio após a assinatura do contrato, Daniel é citado em ação judicial visando à cobrança de aluguéis
atrasados. Ciente de que Joana possui bens suficientes para fazer frente à dívida contraída, Daniel
consulta você, como advogado(a), sobre a possibilidade de Joana também figurar no polo passivo da
Chamamento ao processo (arts. 130 a 132 do CPC) ação. Diante do caso narrado, assinale a opção que apresenta a modalidade de intervenção de
terceiros a ser arguida por Daniel em sua contestação.

Do Incidente da Desconsideração da Personalidade Jurídica (arts. 133 a 137 do A) Assistência.


CPC) B) Denunciação da lide.
C) Chamamento ao processo.
D) Nomeação à autoria.
Do Amicus curiae (art. 138 do CPC)

A assistência trata-se de uma intervenção voluntária, em que um terceiro interessado no 3. Petição Inicial
conteúdo da sentença intervém no processo a fim de assistir e ajudar a parte com a qual tenha
relação jurídica. Quando existe um conflito de interesses e a pessoa não consegue solucionar de forma

A denunciação da lide é a intervenção originada pela iniciativa de uma das partes, que consensual com a outra parte, é necessário buscar no Poder Judiciário essa solução. O juiz não

será chamado de denunciante, cujo objetivo é garantir o direito de regresso no caso de age por ofício nos processos, isto é, faz-se necessária a iniciativa da parte através da petição

improcedência do processo. inicial.

Cabeção, importante! A petição inicial deve obedecer aos requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC.

Esse direito de regresso somente será julgado pelo juiz se o denunciante perder a ação Observação: Toda petição inicial deverá ter, obrigatoriamente, valor da causa. O valor da

principal. Se a denunciação não for feita, ou for indeferida (ou não for permitida), o direito de causa, como regra, corresponde ao valor do pedido ou dos pedidos, caso ocorra a cumulação,

regresso pode ser buscado em ação autônoma – art. 124, §1º do CPC. ou seja, mais de um pedido, conforme o art. 292 do CPC. Contudo, importante observar o inciso

O chamamento ao processo ocorre quando o réu chama a integrar o polo passivo da III do art. 292 do CPC: “na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas

demanda (apenas em processos de conhecimento) os demais devedores da mesma dívida, pelo autor”.

configurando o litisconsórcio passivo.


O incidente da desconsideração da personalidade jurídica tem como finalidade a
4. Audiência de Mediação/Conciliação
responsabilização das pessoas físicas, sócias de empresas, pelos atos da pessoa jurídica. Os
requisitos para as relações civis são: abuso de poder, confusão patrimonial ou desvio de De acordo com o artigo 334 do CPC, o juiz ao receber a petição - não sendo caso de
finalidade, conforme art. 50 do CC, bem como aqueles inseridos no CDC (art. 28). improcedência liminar ou indeferimento - deverá designar a audiência de conciliação ou
O amicus curiae tem como finalidade auxiliar na formação de convencimento do juiz. mediação com antecedência mínima de 30 dias, sendo que o réu terá que ser citado, pelo menos
Para que seja admitido o Amicus Curie, deverá ser observada a relevância da matéria, a 20 dias antes da audiência.
especificidade do tema objeto da demanda e a repercussão social da controvérsia. Lembrando que, para não ocorrer a audiência ambas as partes deverão demonstrar

5 6

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Processo Civil Processo Civil

desinteresse (o autor deve afirmar na petição inicial e o réu até 10 dias antes da audiência, por A contestação é dividida em dois momentos, sendo eles a defesa processual e a defesa
simples petição) – art. 334, §4º, I do CPC. de mérito. A defesa processual é denominada preliminares, e o réu encontra-se limitado
A audiência também não será realizada se o juiz, ao receber a inicial, entender que ao rol apresentado no art. 337 do CPC, ou seja, não cabe ao réu trazer em preliminar algo que
não é o caso de autocomposição – situação em que mandará citar o réu para contestar. não esteja elencado no referido artigo. A defesa de mérito é a contestação, específica e
Ocorrendo a audiência, o comparecimento das partes é obrigatório, sob pena de ato objetiva, dos fatos e dos pedidos que o autor alegou na petição inicial, de acordo com o art. 336
atentatório contra à dignidade da justiça e sob pena de multa de 2% da vantagem econômica do CPC.
pretendia ou do valor da causa, na forma do art. 334, §8º do CPC.
As partes devem comparecer e estarem acompanhadas de seus respectivos advogados
5.1. Princípio da eventualidade ou da concentração de defesa
ou defensores públicos (art. 334, § 9º do CPC) Ao contrário do que ocorrer na petição inicial, a contestação não possui requisitos a serem

Contudo, se a parte não puder comparecer, poderá ser representada por seu advogado, preenchidos obrigatoriamente. Cabe ao réu alegar na contestação toda matéria de defesa, de

desde que tenha procuração com poderes específicos (art. 334, §10 do CPC). forma específica, expondo as razões de fato e de direito para impugnar o pedido do autor (art.
336, do CPC).

Resolva a questão a seguir:


5.2. Ônus da impugnação especificada
2) FGV – 2019 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXIX – Primeira Fase O réu não pode apresentar, como regra, contestação genérica, devendo enfrentar de
Maria ajuizou ação em face de José, sem mencionar, na inicial, se pretendia ou não realizar audiência
de conciliação ou mediação. Assim, o juiz designou a referida audiência, dando ciência às partes. O forma específica tudo aquilo que foi alegado pelo autor, na petição inicial. E, aqui, fato não
réu informou ter interesse na realização de tal audiência, enquanto Maria, devidamente intimada,
contestado será considerado presumidamente verdadeiro, conforme o art. 341 do CPC.
quedou-se silente. Chegado o dia da audiência de conciliação, apenas José, o réu, compareceu. A
respeito do caso narrado, assinale a opção que apresenta possível consequência a ser suportada por Excepcionalmente, conforme previsão do art. 341, parágrafo único do CPC, será
Maria.
autorizada e permitida a contestação genérica. O réu pode então, na contestação, apresentar
A) Não existem consequências previstas na legislação pela ausência da autora à audiência de
sua defesa processual (as denominadas preliminares, previstas no art. 337 do CPC) e de mérito
conciliação ou mediação.
B) Caso não compareça, nem apresente justificativa pela ausência, Maria será multada em até 2% da (rebatendo de forma específica os fatos – art. 341 do CPC – e os pedidos, art. 336 do CPC).
vantagem econômica pretendida ou do valor da causa.
C) Diante da ausência da autora à audiência de conciliação ou mediação, o processo deverá ser
extinto.
D) Diante da ausência da autora à audiência de conciliação ou mediação, as alegações apresentadas 6. Tutela Provisória
pelo réu na contestação serão consideradas verdadeiras.

É uma decisão provisória, ainda não definitiva. É dividida em: tutela de evidência e tutela
de urgência.
5. Contestação O pedido da tutela provisória de evidência deverá estar fundamentado em um direito
claro e objetivo, em um direito evidente. Essa tutela somente poderá ser pedida e
O Direito Processual Civil obedece ao devido processo legal, assim, após a primeira
concedida/deferida nos casos previstos no art. 311 do CPC e sua análise será incidental.
manifestação do autor, que se dá através da petição inicial, o réu deve ter a oportunidade de se
Por outro lado, a tutela de urgência exige, para sua concessão, a presença dos requisitos
defender. A forma processual do réu/demandado de apresentar sua defesa é chamada de
do art. 300 do CPC, podendo ser requerida e analisada de forma incidente ou antecedente.
contestação.
Deverá ser protocolada no prazo de 15 dias, obedecido o art. 335 do CPC

7 8
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Extinção do processo com resolução de mérito – art. 487 do CPC.


7. Sentença, Coisa Julgada e Ação Rescisória No artigo 487, inciso I do CPC, encontra-se a forma mais completa de extinção da causa
com resolução do mérito, ocorre quando o juiz acolhe ou rejeita (no todo ou em parte) o pedido
7.1. Sentença formulado na ação (petição inicial) ou na reconvenção. O inciso II do artigo 487 do CPC traz a
A sentença é ato do juiz que extingue o processo (art. 316 do CPC) com ou sem resolução resolução do mérito também quando o juiz reconhecer a prescrição ou a decadência (importante
do mérito (art. 485 e 487, do CPC). observar que o dispositivo autoriza ao juízo o reconhecimento da prescrição ou da decadência
de ofício). E, por fim, também haverá resolução do mérito quando o juiz homologar o
*Para todos verem: esquema
reconhecimento do pedido (art. 487, III, “a” do CPC), transação (art. 487, III, “b” do CPC) e a
renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção (art. 487, III, “c” do CPC).
SENTENÇA TERMINATIVA SENTENÇA DE MÉRITO
A sentença possui limites que, se não respeitados, provocam sua nulidade, são as
Que põe fim ao processo, sem resolver São as sentenças que decidem o chamadas sentenças ultra petita, citra petita e extra petita. Sentença extra petita é aquela
o mérito, conforme o artigo 485, do mérito da questão, todo ou em parte,
CPC, o direito a ação permanece, decisão com resolução do mérito, que o juiz julga pedido que não foi proposto pelo autor. Sentença ultra petita é aquela que o juiz
mesmo após proferida a sentença. segundo o artigo 487, do CPC.
condena o réu em quantidade superior à pedida. A sentença infra ou citra petita é quando o
juiz deixa de apreciar algum pedido da parte, quando houver cumulação de pedidos.

O magistrado, após a publicação da sentença, não poderá mais alterá-la (art. 494 e 505,
7.2. Coisa Julgada
do CPC).
A coisa julgada é o efeito que atinge a decisão de mérito não mais sujeita a recurso,
Extinção do processo sem resolução de mérito – art. 485.
tornando-a imutável e indiscutível – art. 502 do CPC.
A extinção regulada pelo art. 485 do CPC terá como fundamento as circunstâncias listadas
A decisão sem mérito (art. 485 do CPC) não mais sujeita a recurso gera a denominada
nos incisos de tal dispositivo.
coisa julgada formal (a qual permite que se promova uma nova ação discutindo e buscando os
Cabeção, importante! mesmos pedidos – art. 486 do CPC).
• A extinção sem resolução do mérito não gera coisa julgada material (art. 502 do CPC) Cabeção, importante:
e não impede que o autor entre novamente com a mesma ação (art. 486 do CPC). • Nenhum juiz pode decidir questões já decididas anteriormente (efeito da coisa
• Identificar os conceitos de perempção (art. 486, §3º do CPC), Litispendência julgada) – todavia, existe exceções previstas nos incisos do art. 505, I e II do CPC. A coisa
(art.337, §§ 1º, 2º e 3º do CPC) e coisa julgada (art. 337, §§ 1º e 4º, art. 502 do CPC). julgada não atinge terceiros (que não participaram do processo) – art. 506 do CPC.
• A desistência da ação, como causa de extinção sem resolução do mérito, pode ser • Não é permitido as partes discutirem novamente questões já decididas e preclusas
apresentada até a sentença (art. 485, §5º do CPC) – antes do oferecimento da (art. 507 do CPC).
contestação sem necessidade de consentimento do réu; se o pedido ocorrer depois da
contestação, será necessário o consentimento do réu (art. 485, §4º do CPC). 7.3. Ação Rescisória
• Quando ocorre o falecimento do titular do direito intransmissível, o direito se extingue A ação rescisória é a forma de atacar a coisa julgada – somente ataca decisões de mérito,

com a pessoa do titular, conforme o inciso IX do art. 485 do CPC (no entanto, quando sendo permitida apenas e tão somente se fundamentada nos casos do art. 966 do CPC. De outra

o direito for transmissível aplica-se o art. 110, sem a extinção, mas sim com a sucessão forma, emergem situações de exceção, conforme o art. 966, §2º do CPC, em que será rescindível

da parte falecida pelos seus herdeiros ou sucessores). a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:

9 10

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*Para todos verem: esquema C) ajuizar rescisória, demonstrando que a sentença foi fundada em prova cuja falsidade foi apurada
em processo criminal.
D) requerer cumprimento de sentença diretamente no juízo criminal, para que a decisão que
II) Admissibilidade do recurso reconheceu a falsidade do documento valha como título judicial para transferência da
I) Nova propositura da demanda; propriedade do imóvel para seu nome.
correspondente.

Ainda, pode ser proposta no prazo de dois anos a partir do trânsito em julgado (art. 975
do CPC). A competência para julgar a rescisória é do Tribunal – a denominada competência
originária.

Resolva a questão a seguir:

3) FGV – 2021 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXII – Primeira Fase


Em determinada demanda indenizatória, houve a condenação do réu para pagar a quantia de R$
8. Recursos pelo Código de Processo Civil
10.000 (dez mil reais) em sentença transitada em julgada em prol do autor.
Na qualidade de patrono deste último, assinale a opção que representa a medida adequada a ser • Os recursos atacam decisão judicial, com o objetivo, em tese de reformar ou invalidar
providenciada.
ou suprir um vício.
A) Aguardar o depósito judicial da quantia referente à condenação, pois as sentenças que condenam
a obrigação de pagar são instauradas de ofício, independentemente de requerimento do • O CPC traz o rol dos recursos cabíveis no artigo 994 do CPC.
exequente, assim como as obrigações de fazer e não fazer.
B) Peticionar a inclusão de multa legal e honorários advocatícios tão logo seja certificado o trânsito *Para todos verem: esquema
em julgado, independentemente de qualquer prazo para que o réu cumpra voluntáriamente a
obrigação, já que ela deveria ter sido cumprida logo após a publicação da sentença. Apelação
C) Aguardar a iniciativa do juiz para instauração da fase executiva, para atender ao princípio da
cooperação, consagrado no Art. 6º do CPC.
D) Peticionar para iniciar a fase executiva após a certificação do trânsito em julgado, requerendo a Agravo de instrumento
intimação do devedor para pagamento voluntário no prazo de 15 dias, sob pena de acréscimos de
consectários legais. Agravo interno
Recursos: Art. 994 do

Agravo em recurso especial e agravo


em recurso extraordinário
Resolva a questão a seguir:
CPC

Embargos de declaração
4) FGV – 2021 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXII – Primeira Fase
Em um processo em que Carla disputava a titularidade de um apartamento com Marcos, este obteve
sentença favorável, por apresentar, em juízo, cópia de um contrato de compra e venda e termo de Embargos de divergência
quitação, anteriores ao contrato firmado por Carla. A sentença transitou em julgado sem que Carla
apresentasse recurso. Alguns meses depois, Carla descobriu que Marcos era réu em um processo Recurso especial
criminal no qual tinha sido comprovada a falsidade de vários documentos, dentre eles o contrato de
compra e venda do apartamento disputado e o referido termo de quitação. Carla pretende, com base
em seu contrato, retornar a juízo para buscar o direito ao imóvel. Para isso, ela pode: Recurso extraordinário

A) Interpor recurso de apelação contra a sentença, ainda que já tenha ocorrido o trânsito em julgado, Recurso ordinário
fundado em prova nova.
B) propor reclamação, para garantir a autoridade da decisão prolatada no juízo criminal, e formular
pedido que lhe reconheça o direito ao imóvel.

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interlocutórias que não admitam agravo de instrumento não precluem, devendo ser atacadas em
*Para todos verem: esquema
preliminar de apelação ou nas contrarrazões, conforme previsão do art. 1.009, §1º do CPC.
Decisões Cuidado: Qualquer matéria prevista no artigo 1.015 do CPC, se decidida na sentença, é
recorríveis
atacada por recurso de apelação, conforme art. 1.009, §3º do CPC.
Cuidado: O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela
Decisão provisória é impugnável na apelação, conforme art. 1.013, §5º do CPC.
Decisão
Sentença Acórdão monocrática do
interlocutória Efeito Regressivo:
relator
• Possibilidade de retratação, no prazo de cinco dias.

Decisões interlocutórias e sentenças: • No CPC se admite a retratação no recurso de apelação em três situações específicas:
• Juiz de 1º grau *Para todos verem: tabela

Decisões monocráticas e acórdãos: Art. 331 do CPC Indeferimento da petição inicial


• Pronunciamentos dos Tribunais

d Cuidado: Art. 1.001 do CPC - Dos despachos não cabe recurso. Art. 332, §3º do CPC Improcedência liminar do pedido
Obs: Tem ainda a decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal de origem, que
inadmitir Recurso Especial ou Recurso Extraordinário, conforme 1.042 do CPC. Extinção do processo sem resolução de mérito
Art. 485, §7º do CPC

9. Recurso de Apelação
Efeito suspensivo: Suspende a eficácia da decisão recorrida.
De regra, pelo CPC, o único recurso que possui efeito suspensivo automático é a
*Para todos verem: tabela
apelação, conforme art. 1.012 do CPC.
Previsão legal Exceção: no recurso de apelação, não há efeito suspensivo nas decisões listadas no
art. 1.012, §1º, do CPC e caso uma lei especial tenha tal previsão:
Artigos 1.009 a 1.014 do Código de Processo Civil.
*Para todos verem: tabela

Cabimento: Recurso cabível contra sentença. Sentença, conforme conceito do artigo 203, Inciso I Homologa divisão ou demarcação de terras
§1º do CPC é pronunciamento judicial de Primeiro grau, que, ressalvadas as previsões expressas Inciso II Condena a pagar alimentos
dos procedimentos especiais, coloca fim à fase cognitiva do procedimento comum ou extingue a Extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os
Inciso III
execução, seja sem resolução de mérito (art. 485 do CPC) ou com resolução de mérito (art. 487 embargos do executado
Inciso IV Julga procedente o pedido de instituição de arbitragem
do CPC). Atenção: pode haver sentença antes mesmo da citação.
Por exemplo: improcedência liminar do pedido, indeferimento da petição inicial e sentença Inciso V Confirma, concede ou revoga tutela provisória

de extinção do processo por desistência. Inciso VI Decreta a interdição


Preliminar de apelação: Na fase de conhecimento, as questões resolvidas em decisões

13 14

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Nas hipóteses em que o recurso de apelação não tenha efeito suspensivo automático, a
parte pode requerê-lo, demonstrando a probabilidade de provimento do recurso e risco de dano
10. Agravo de Instrumento
grave de difícil ou impossível reparação, conforme o artigo 1.012, §4º, e o artigo 995, parágrafo
*Para todos verem: tabela
único, ambos do CPC.
Do julgamento do incidente de resolução de demandas repetitivas (vários processos Previsão legal
discutindo a mesma matéria de direito) cabe recurso especial, se ferir lei federal, ou recurso
Artigos 1.015 a 1.020 do Código de Processo Civil.
extraordinário, se ferir norma constitucional. Nesses casos, os recursos terão efeito suspensivo
automático, conforme artigo 987, §1º, do CPC.
Recurso adequado para atacar as decisões interlocutórias proferidas pelo juiz de primeiro
Resolva a questão a seguir: grau, conforme previsão do artigo 1.015 do CPC. Conforme o referido artigo, cabe agravo de
instrumento das decisões interlocutórias que versarem sobre:
5) FGV – 2022 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXV – Primeira Fase
João ajuizou ação de indenização por danos materiais e morais contra Carla. Ao examinar a petição *Para todos verem: tabela
inicial, o juiz competente entendeu que a causa dispensava fase instrutória e, independentemente da
citação de Carla, julgou liminarmente improcedente o pedido de João, visto que contrário a enunciado Inciso I Tutelas provisórias
de súmula do Superior Tribunal de Justiça. Nessa situação hipotética, assinale a opção que indica o
recurso que João deverá interpor.
Inciso II Mérito do processo
Inciso III Rejeição da alegação de convenção de arbitragem
A) Agravo de instrumento, uma vez que o julgamento de improcedência liminar do pedido ocorre por
meio da prolação de decisão interlocutória agravável. Inciso IV Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
B) Agravo de instrumento, tendo em vista há urgência decorrente da inutilidade do julgamento da
questão em recurso de apelação. Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido
Inciso V
C) Apelação, sendo facultado ao juiz retratar-se, no prazo de cinco dias, do julgamento liminar de de sua revogação
improcedente do pedido. Inciso VI Exibição ou posse de documento ou coisa
D) Apelação, sendo o recurso distribuído diretamente a um relator do tribunal, que será responsável
por intimar a parte contrária a apresentar resposta à apelação em quinze dias. Inciso VII Exclusão de litisconsorte
Inciso VIII Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio

Resolva a questão a seguir: Inciso IX Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros


Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos
6) FGV – 2021 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXIII – Primeira Fase Inciso X
embargos à execução
Após anos de relacionamento conjugal, Adriana e Marcelo resolvem se divorciar. Diante da recusa do
cônjuge ao pagamento de alimentos, Adriana, desempregada, resolve ingressar com ação a fim de Inciso XI Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §1º
exigir o pagamento. A ação teve regular processamento, tendo o juiz proferido sentença de
procedência, condenando o réu ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) mensais à autora, sendo Inciso XII VETADO
publicada no dia seguinte. Inconformado, o réu interpõe recurso de apelação, mas Adriana promove,
imediatamente, o cumprimento provisório da decisão. Diante das informações expostas, assinale a
Inciso XIII Outros casos expressamente referidos em lei
afirmativa correta. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
Par. Único interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de
A) A sentença não pode ser executada neste momento, pois o recurso de apelação possui efeito
suspensivo. cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo
B) A sentença não pode ser executada, uma vez que a sentença declaratória não permite a execução de inventário
provisória.
C) Poderá ser iniciada a execução provisória, pois a sentença que condena a pagar alimentos
Cuidado: O STJ em novembro de 2018 manifestou entendimento de que a taxatividade do
começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação.
D) Pode ser iniciada execução provisória, pois os recursos de apelação nunca possuem efeito artigo 1.015 é mitigada, sendo que quando for urgente ou inútil esperar até a sentença para
suspensivo.

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impugnar em preliminar de apelação a decisão interlocutória proferida na fase de conhecimento,


caberá agravo de instrumento, mesmo que a decisão proferida na fase de conhecimento não
13. Recurso Ordinário
esteja no rol do artigo 1.015 do CPC.
*Para todos verem: tabela

Previsão legal
11. Embargos de Declaração
Arts. 1.027 e 1.028 do Código de Processo Civil e Arts. 102, II, e 105, II, da CF.
*Para todos verem: tabela

Previsão legal Cabimento: Pode ser julgado pelo STF OU STJ.


Artigo 1.022 A 1.026 do Código de Processo Civil. Conforme o CPC, caberá ao STF (art. 1.027, I do CPC) o julgamento do recurso ordinário
quando a decisão for denegatória de mandado de segurança, mandado de injunção e habeas

Cabimento: Atacam qualquer decisão judicial. Recurso adequado para sanar vício de data e for em competência originária dos tribunais superiores. Ainda, conforme o inciso II, alínea

contradição, obscuridade, omissão ou erro material. Interrompem o prazo para interpor qualquer “a” do art. 1.027 do CPC, compete ao STJ o julgamento do recurso ordinário quando a decisão

recurso. O prazo é de 05 dias. Lembrar que os embargos de declaração podem ser opostos para for denegatória de mandado de segurança em competência originária proferida pelo TJ ou TRF.

fins de pré-questionamento. O recurso ordinário pode atacar sentença, desde que envolva as partes referidas no inciso
II do art. 109 da CF, consoante art. 1.027, II, alínea b, do CPC, ou seja, os processos em que
forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município
12. Agravo Interno ou pessoa residente ou domiciliada no País. Neste caso, o recurso ordinário será julgado pelo
STJ.
*Para todos verem: tabela

Previsão legal Resolva a questão a seguir:

Artigo 1.021 do Código de Processo Civil. 7) FGV – 2021 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXXII – Primeira Fase
Em determinado Mandado de Segurança individual, contra ato de um dos Ministros de Estado, o
Superior Tribunal de Justiça, em sua competência constitucional originária, denegou a segurança na
Cabimento: Recurso adequado para atacar decisão monocrática do relator, nos termos primeira e única instância de jurisdição. Diante do julgamento desse caso concreto, assinale a opção
que apresenta a hipótese de cabimento para o Recurso Ordinário Constitucional dirigido ao STF.
do artigo 1.021 do CPC. Observar, ainda, que cabe agravo interno de outras situações expressas
A) Os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única
no CPC, tais como por exemplo, art. 1.030, §2º c/c I e III; parágrafo único do artigo 136 do CPC; instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão.
1.035, §7º do CPC; 1.036, §3; 1.037, §13º, II do CPC; B) Os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em última
instância pelos tribunais superiores, quando concessiva a decisão.
Há possibilidade de retratação, depois de oportunizadas as contrarrazões. Não havendo C) Os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou
pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a
retratação, o recurso é julgado pelo órgão colegiado (que proferirá acordão), consoante art.
decisão.
1.021, §2º, do CPC. D) Os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e,
de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país.

Cabimento

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Processo Civil Processo Civil

14. Recurso Especial e Extraordinário 15. Consignação em Pagamento

*Para todos verem: tabela


*Para todos verem: tabela
Previsão Legal
Previsão legal

Arts. 334 e seguintes do CC.


Recurso Especial – art. 105, III da CF;
Arts. 539 a 549 do CPC.
Recurso Extraordinário – art. 102, III da CF;
O CPC a partir do art. 1.029 a 1.035 estabelece o procedimento do recurso especial e
do recurso extraordinário.
Cabimento: O Código de Processo Civil não traz as hipóteses em que cabe a
consignação em pagamento, e sim o Código Civil, por exemplo, nas situações do art. 335 do
CC. O CPC prevê que a consignação pode ser de coisa ou de quantia em dinheiro. E, quando
Procedimento: Será interposto perante o Presidente ou o Vice-Presidente do Tribunal
for de quantia em dinheiro, pode ser feita mediante ação ou procedimento extrajudicial em
recorrido que proferiu o acórdão que feriu a lei federal (RECURSO ESPECIAL) ou a norma
estabelecimento bancário oficial no local do pagamento.
constitucional (RECURSO EXTRAORDINÁRIO). A parte contrária é intimada para oferecer
A consignação em pagamento é um procedimento especial previsto no CPC, com o intuito
contrarrazões no prazo de 15 dias, sendo realizado o juízo de admissibilidade pelo Presidente
de extinguir a obrigação e liberar o devedor.
ou Vice-Presidente do tribunal recorrido, podendo tomar uma das condutas do art. 1.030 do CPC.
O recurso especial é julgado pelo STJ e o recurso extraordinário julgado pelo
STF.Interposto perante o Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal Recorrido e não admitindo 16. Ação Monitória
o recurso, caberá agravo em recurso especial ou agravo em recurso extraordinário, salvo
quando a decisão estiver fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de *Para todos verem: tabela
repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. Nesse caso, será agravo interno
Previsão legal
(art. 1.030, §2º, do CPC).
Exemplo: Julgamento de recursos repetitivos (vários recursos especiais ou
extraordinários versando sobre a mesma matéria de direito). O acórdão do Tribunal de Justiça Arts. 700 a 702 do CPC.

está de acordo com o entendimento firmado no julgamento desses recursos repetitivos. Por tal
razão, foi inadmitido o RECURSO ESPECIAL pelo Presidente do Tribunal recorrido. Nesse caso,
Cabimento: O art. 700 do CPC estabelece que a ação monitória pode ser proposta por
o recurso adequado não será agravo em recurso especial, mas agravo interno.
aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de
exigir do devedor capaz:
• O pagamento de quantia em dinheiro;
• A entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
• O adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

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Lembre-se de que, a PROVA ESCRITA, pode consistir em prova oral documentada, fiduciário, ou possuidor.
produzida antecipadamente nos termos do art. 381 do CPC, conforme o artigo 700, §1º do CPC. Ainda, conforme o § 2º do art. 674 do CPC, considera-se terceiro, para ajuizamento dos
Lembre-se de que o meio de defesa do Réu na ação monitória não é contestação, e, sim, embargos:
Embargos à Ação Monitória (embargos monitórios). I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua
meação, ressalvado o disposto no art. 843 ;
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da
alienação realizada em fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da
17. Oposição personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real
de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios
*Para todos verem: tabela respectivos.

Previsão Legal

Arts. 682 a 686 do CPC.

Cabimento: Utilizada por terceiro, quando este pretender, no todo ou em parte, a coisa
ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer
oposição contra ambos.
Cuidado: As partes na ação de oposição são chamadas de opoente (quem propõe a
oposição) e opostos (em face de quem se opõe a oposição, sendo os autores e réus do processo
principal).

18. Embargos de Terceiros

*Para todos verem: tabela

Previsão legal

Arts. 674 a 681 do CPC.

Os embargos de terceiro é ajuizado por terceiro, que então não sendo parte no processo,
sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito
incompatível com o ato constritivo, que poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por
meio de embargos de terceiro. Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive

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Prof. Leonardo Fetter

8) FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXV - Primeira Fase


Alcebíades ajuizou demanda de obrigação de fazer pelo procedimento comum, com base em cláusula contratual,
no foro da comarca de Petrópolis. Citada para integrar a relação processual, a ré Benedita lembrou-se de ter
ajustado contratualmente que o foro para tratar judicialmente de qualquer desavença seria o da comarca de Niterói,
e comunicou o fato ao seu advogado. Sobre o procedimento a ser adotado pela defesa, segundo o caso narrado,
assinale a afirmativa correta.

A) A defesa poderá alegar a incompetência de foro antes da audiência de conciliação ou de mediação.


B) A defesa poderá alegar a incompetência a qualquer tempo.
C) A defesa só poderá alegar a incompetência de foro como preliminar da contestação, considerando tratar-se
de regra de competência absoluta, sob pena de preclusão.
D) A defesa tem o ônus de apresentar exceção de incompetência, em petição separada, no prazo de resposta.

9) FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado – XXXIII - Primeira Fase


Joana, em decorrência de diversos problemas conjugais, decidiu se divorciar de Marcelo. Contudo, em razão da
resistência do cônjuge em consentir com sua decisão, foi preciso propor ação de divórcio. Após distribuída a ação,
o juiz determinou a emenda da petição inicial, tendo em vista a ausência de cópia da certidão do casamento
celebrado entre as partes, dentre os documentos anexados à inicial. Considerando o caso narrado e as disposições
legais a respeito da ausência de documentos indispensáveis à propositura da ação, assinale a afirmativa correta.

A) Ausente documento indispensável à propositura da ação, a petição inicial deve ser indeferida de imediato.
B) A certidão de casamento é documento indispensável à propositura de qualquer ação. Constatando-se sua
ausência, deve o autor ser intimado para emendar ou completar a inicial no prazo de 5 (cinco) dias.
C) Ausente documento indispensável à propositura da ação, o autor deve ser intimado para emendar ou
completar a inicial no prazo de 15 (quinze) dias.
D) A ausência de documento indispensável à propositura da ação configura hipótese de improcedência liminar.

10) FGV - 2023 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase
Marcela ajuizou ação de cobrança em face de Gabriel, seu vizinho, a fim de obter o pagamento de aluguéis vencidos
no período de fevereiro a junho de determinado ano, relativos à locação da sua vaga de garagem. Uma vez citado,
Gabriel apresentou contestação tempestivamente, invocando uma questão preliminar de falta de interesse
processual. Instada a se manifestar em réplica, Marcela alegou que teria cometido um erro material na digitação da
sua petição inicial, uma vez que nela deveria ter constado, como termo final da dívida, o mês de “julho” - e não de
“junho”. Sem a oitiva de Gabriel, constatando não haver mais provas a serem produzidas, o juiz proferiu sentença,
condenando o réu ao pagamento dos aluguéis relativos aos meses de fevereiro a julho. Surpreso com a sentença,
Gabriel questionou o seu advogado sobre os termos da condenação.
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

A) Por não se tratar de modificação, mas de simples retificação de erro material, Marcela poderia ter requerido
a alteração do pedido a qualquer tempo, sendo dispensável a manifestação de Gabriel.
B) Em se tratando de alteração do pedido posterior à citação, Marcela não poderia tê-lo feito sem o
consentimento de Gabriel e sem que ele fosse ouvido.
C) Marcela poderia ter alterado o pedido, independentemente do consentimento de Gabriel, desde que ele
fosse ouvido.
D) Por se tratar de alteração do pedido antes do saneamento do processo, o consentimento de Gabriel era
desnecessário.

11) FGV - 2022- OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase
Paulo Filho pretende ajuizar uma ação de cobrança em face de Arnaldo José, tendo em vista um contrato de
compra e venda firmado entre ambos. As alegações de fato propostas por Paulo podem ser comprovadas apenas
documentalmente, e existe uma tese firmada em julgamento de casos repetitivos. Ao questionar seu advogado
sobre sua pretensão, Paulo Filho buscou saber se existia a possibilidade de que lhe fosse concedida uma tutela

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Processo Civil Processo Civil

de evidência, com o intuito de sanar o problema da forma mais célere. Como advogado(a) de Paulo, assinale a 14) FGV - 2023 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXVII - Primeira Fase
afirmativa correta. Albieri, com base em prova escrita e sem eficácia de título executivo, afirma ter direito de exigir de Juliana o
pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Nesse sentido, Albieri procura você, como advogado(a), para ajuizar
A) A tutela da evidência será concedida, caso seja demonstrado o perigo de dano ou o risco ao resultado útil Ação Monitória em face de Juliana, exigindo o pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais). O juiz da causa observou
do processo, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese que o direito do autor era evidente e deferiu a expedição de mandado de pagamento, concedendo ao réu prazo de
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. 15 (quinze) dias para o cumprimento. Juliana alega que Albieri pleiteia quantia superior à devida, razão pela qual
B) A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco pretende, por meio de seu advogado, opor embargos à ação monitória. Na qualidade de patrono de Juliana, assinale
ao resultado útil do processo, somente quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto a opção que apresenta a medida adequada a ser providenciada.
propósito protelatório da parte.
C) A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco A) Juliana poderá opor, nos próprios autos, embargos à ação monitória caso garanta o valor em juízo
ao resultado útil do processo, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas previamente, bem como, quando alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, deverá declarar de
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. imediato o valor que entende correto, sem necessidade de apresentar o demonstrativo discriminado e
D) A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco atualizado da dívida.
ao resultado útil do processo, somente quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente B) Se Juliana alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, não precisa indicar o valor correto da dívida.
dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Além disso, independentemente de prévia segurança do juízo, Juliana pode opor embargos à ação monitória.
C) Juliana poderá opor, nos próprios autos, embargos à ação monitória caso garanta o valor em juízo
previamente, bem como, quando alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, não precisa indicar o
valor correto da dívida.
Prof.ª Tatiane Kipper D) Juliana poderá opor embargos à ação monitória, independentemente de prévia segurança do juízo, bem
como, quando alegar que Albieri pleiteia quantia superior à devida, deverá declarar de imediato o valor que
entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida.
12) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase
João Eustáquio, após passar por situação vexatória promovida por Lucia Helena, decide procurar um advogado. 15) FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase
Após narrar os fatos, o advogado de João Eustáquio promove uma ação indenizatória em face de Lucia Helena, no Pedro possui uma fazenda contígua à de Vitório. Certo dia, Pedro identificou que funcionários de Vitório estavam
Juizado Especial Cível de Sousa/PB. retirando parte da cerca divisória entre as fazendas, de modo a aumentar a área da fazenda de Vitório e reduzir a
Lucia Helena, devidamente representada por seu advogado, apresenta contestação de forma oral, bem como sua. Inconformado, Pedro ajuizou ação de interdito proibitório, pelo procedimento especial das ações possessórias,
apresenta uma reconvenção contra João Eustáquio. João Eustáquio, indignado com tal situação, questiona se é com pedido para que Vitório se abstenha de ocupar a área de sua fazenda, bem como indenização pelos gastos
válida a defesa processual promovida por Lucia Helena. Como advogado de João Eustáquio, nos termos da Lei nº com a colocação de nova cerca divisória, de modo a retomar a linha divisória antes existente entre as fazendas. O
9.099/95, assinale a afirmativa correta. juiz, entendendo que a pretensão de Pedro é de reintegração de posse, julga procedente o pedido, determinando
que Vitório retire a cerca divisória que seus funcionários colocaram, bem como indenize Pedro em relação ao valor
A) A contestação pode ser apresentada de forma oral, porém não se admitirá a apresentação de reconvenção. gasto com a colocação de nova cerca divisória. Você, como advogada(o) de Vitório, analisou a sentença proferida.
B) A contestação não pode ser apresentada de forma oral, sendo somente permitida de forma escrita. Além Assinale a opção que indica corretamente sua análise.
disso, não se admitirá a apresentação de reconvenção.
C) A reconvenção pode ser apresentada, prezando pelo princípio da eventualidade, porém a contestação deve A) O juiz violou o princípio da congruência, pois não é dado ao juiz conceder prestação diversa da pretendida
ser feita de forma escrita. pelo autor da demanda.
D) A contestação pode ser apresentada de forma oral, bem como é cabível a apresentação de reconvenção. B) O pedido de condenação do réu ao pagamento de indenização deveria ser extinto sem resolução do mérito,
pois não é lícita a cumulação de pedidos em sede de ações possessórias.
C) Na hipótese, houve aplicação da fungibilidade das ações possessórias.
13) FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIV - Primeira Fase D) Houve inadequação da via eleita, pois a ação cabível seria a ação de demarcação de terras particulares.
Arthur ajuizou ação perante o Juizado Especial Cível da Comarca do Rio de Janeiro, com o objetivo de obter
reparação por danos materiais, em razão de falha na prestação de serviços pela sociedade empresária Consultex.
A sentença de improcedência dos pedidos iniciais foi publicada, mas não apreciou juridicamente um argumento 16) FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase
relevante suscitado na inicial, desconsiderando, em sua fundamentação, importante prova do nexo de causalidade. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, se deparando com pedido de instauração de Incidente de
Arthur pretende opor embargos de declaração para ver sanada tal omissão. Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) para solucionar as causas de um acidente aéreo com numerosas
Diante de tal cenário, assinale a afirmativa correta. vítimas, que demandaria a realização de prova pericial para aferir se houve falha elétrica ou se algum outro fator
causou a queda da aeronave, designou sessão de julgamento para análise colegiada a respeito do cabimento do
A) Arthur poderá opor embargos de declaração, suspendendo o prazo para interposição de recurso para a incidente. A respeito da referida análise quanto ao cabimento e às consequências da instauração, assinale a
Turma Recursal. afirmativa correta.
B) Os embargos não interrompem ou suspendem o prazo para interposição de recurso para a Turma Recursal,
de modo que Arthur deverá optar entre os embargos ou o recurso, sob pena de preclusão. A) O IRDR é cabível, e, uma vez admitida sua instauração, não haverá a suspensão dos processos ajuizados
C) Eventuais embargos de declaração interpostos por Arthur interromperão o prazo para interposição de pelas múltiplas vítimas, e o entendimento firmado no IRDR apenas será aplicável aos processos que venham
recurso para a Turma Recursal. a ser ajuizados após a sua prolação.
D) Arthur não deverá interpor embargos de declaração pois estes não são cabíveis no âmbito de Juizados B) O IRDR não é cabível, uma vez que a técnica processual visa apenas a resolver controvérsia sobre questão
Especiais. unicamente de direito, seja processual ou material.
C) A instauração do IRDR é possível, uma vez que visa a resolver controvérsia sobre questão de fato, com o
objetivo de permitir a realização de prova pericial única, tal como na hipótese concreta.
D) Não é possível instaurar o IRDR, que apenas é cabível em primeira instância e nos tribunais superiores.

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Processo Civil

Gabaritos das questões:

1-C 2-B 3-D 4-C 5-C 6-C 7-A 8-A

9-C 10 - B 11 - C 12 - A 13 - C 14 - D 15 - C 16 - B

27
Queridos alunos,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com


muito carinho para que você possa absorver, de forma
rápida, conteúdos de qualidade!

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Derrube as barreiras que separam você do seu sonho.

Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo!

Com carinho,
Equipe Ceisc ♥

FILOSOFIA DO DIREITO
PROF. DOUGLAS AZEVEDO

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Filosofia do Direito Filosofia do Direito

1.2. John Locke


O Estado de natureza também é o ponto de partida, mas, diferentemente do modelo
hobbesiano, para Locke o homem tende a ser bom e viver bem. Existem alguns direitos no
Estado de natureza (direitos naturais), a saber: a vida,a propriedade privada, a liberdade. Tem-
se, pois, a adoção de uma visão jusnaturalista, na qual já existiam direitos na natureza derivados
da razão humana,mesmo antes do surgimento do Estado.
O trabalho era o critério para a propriedade de terras. Eventualmente poderia haver
1. Contratualismo
disputas, configurando um estado de guerra temporário. Seria, portanto, interessante haver uma
Os autores a seguir analisados (Hobbes, Locke e Rousseau) buscam explicar o instituição para julgar as disputas, prevenir abusos, punir os que descumprem as leis naturais
surgimento da entidade estatal ou, mais precisamente, o motivo de os homens abrirem mão de etc.
parte de sua liberdade, conferindo poderes a um grupo seleto de indivíduos – quer dizer, Surge, assim, o contrato social e, com o consentimento das partes, há a cessão de direitos
analisam o surgimento dos Estados e as relações de poder. Para tanto, todos partem de um ao Estado com o intuito de se poder criar as próprias leis, um sistema coercitivo e instituir juízes
mesmo ponto: um Estado de Natureza no qual o homem se encontrava antes do surgimento do imparciais. A ideia, portanto, é a de melhorar algo que já era bom.
Estado. Assim, modelo de governo = democracia representativa; papel do Estado = garantia das
liberdades individuais.

1.1. Thomas Hobbes Por fim, vale destacar o direito de defesa proposto por Locke. Para o autor,se o governo

O ponto de partida para Hobbes é o Estado de natureza, quer dizer, um momento anterior representante não garante à população os direitos de liberdade e a propriedade privada, o povo

ao surgimento do Estado e da sociedade. Nesse momento, o autor entende que os homens, pode contra ele se insurgir.

imbuídos de um forte senso de autopreservação, viviam num estado de guerra de todos contra
todos, no qual imperava a insegurança e o medo, razão pela qual afirmou ser o homem o lobo 1.3. Rousseau
do próprio homem. No Estado natural de Rousseau, o homem é bom; ele era solitário (grupo familiar, no
Para romper esse estado de insegurança, os homens se juntam e, por um ato de vontade, máximo) e os indivíduos respeitavam a liberdade uns dos outros. O eventual crescimento
celebram o contrato social (que, como contrato celebrado, deve ser cumprido), pelo qual populacional acaba por instituir o chamado Estado de sociedade, no qual alguns homens tomam
transferem seus direitos e liberdades a outro homem, que passará a governar todos, criando para si propriedade, dando início a umasociedade desigual e corrompida. As leis protegem os
mecanismos para proteger o direito à vida. ricos etc. Há, portanto, a corrupção do homem pela sociedade. Não há liberdade, pois só alguns
O Estado, portanto, deveria ser forte e com o poder centralizado. logo, o autor defende a fazem as leis.
ideia de um estado absolutista, pois seria o mais apto a impedir o retorno ao Estado de Natureza. O contrato social seria celebrado para se sair desse Estado de sociedade para um novo
Nota-se, pois, que o direito passa a efetivamente surgir após a estrutura estatal estar consolidada. modelo. Para isso, seria necessário romper a alienação inicial dos oprimidos e instaurar um
Ao súdito deste poder absoluto caberia, assim, o dever de obedecer aos comandos do soberano modelo de democracia participativa pautada na ideia de vontade geral – entendida como o
(ideia de liberdade dos súditos). substrato das vontades coletivas; o interesse comum “norteando” a sociedade; o que cada
homem quer em comum com seus semelhantes.

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Filosofia do Direito Filosofia do Direito

Resolva a questão a seguir: As coisas possuem preço, as pessoas possuem dignidade.


Ex.: Por que não mentir? Segundo o imperativo hipotético, alguém podecontar uma
1) FGV – 2022 – OAB – 34º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
Mas tal como os homens, tendo em vista conseguir a paz, e através disso sua própria conservação, mentira buscando evitar sofrimento, ou para se livrar de uma situação negativa. Pela lógica do
criaram um homem artificial, ao qual chamamos Estado, assim também criaram cadeias artificiais,
chamadas leis civis, as quais eles mesmos, mediante pactos mútuos, prenderam numa das pontas à
imperativo categórico, o indivíduo não deve mentir pois não é o correto; é inviável para uma
boca daquele homem ou assembleia a quem confiaram o poder soberano, e na outra ponta a seus ordem social que as pessoas mintam quando acharem que podem o fazer. Logo, o caráter
próprios ouvidos.
Thomas Hobbes universal – por meio da razão, o ser humano já consegue chegar a esta conclusão, não importa
em qual cultura ele esteja inserido. Outrossim, a ação só estará conforme a moralidade, para
Em seu livro Leviatã, Hobbes fala de um direito natural à liberdade de preservar sua própria vida.
Porém, ele fala, também, da liberdade resultante do Pacto que institui o Estado Civil, isto é, da Kant, caso eu não minta por não querer mentir; se eu não o faço em virtude de minha boa
liberdade dos súditos.
Assinale a opção que expressa essa ideia de liberdade dos súditos, segundo Hobbes no livro em vontade, e não apenas por medo de uma punição. Logo, a boa vontade é elemento fundamental
referência. na ação moral – o indivíduo deve agir daquela forma pois ela é correta, independentemente dos
A) Agir conforme os princípios do direito internacional, das tradições e dos costumes que são fins.
amplamente conhecidos pelos governos e pelos povos.
B) Ser livre para instaurar uma assembleia soberana que decida acerca das condutas que serão Em outras palavras, o agente, ao agir, precisa querer o resultado bom, e não agir apenas
permitidas, proibidas e obrigatórias no âmbito do Estado Civil. por interesse pessoal. A ação é boa independente dos fins que se alcança com ela. Essa boa
C) O poder do mais forte de decidir sobre os mais fracos, tal qual fazem os Estados soberanos após
batalharem entre si e algum deles vencer a guerra. vontade, portanto, não deve ser afetada pelas inclinações, mas sim pela vontade de agir por
D) A liberdade de fazer as coisas conforme elas foram reguladas pelo poder soberano, tais como
comprar, vender e realizar outros contratos mútuos. dever.
Exemplo de boa vontade: o comerciante que pratica preços justos por receio de que,
caso cobre valores elevados, acabe perdendo clientes para os concorrentes. Embora o resultado
seja a prática dos preços justos e em conformidade com os demais vendedores, a intenção do
2. Teorias Éticas – Kant e Utilitarismo
comerciante está moralmente maculada, pois não o faz pensando ser o certo, seu dever e
obrigação, mas tão somente para evitar seu prejuízo. Caso esse comerciante exerça preços
2.1. Immanuel Kant
justos motivado por uma noção de dever e obrigação moral, estará, portanto, imbuído de boa
Kant era Iluminista, ou seja, buscava romper com a moralidade anterior que tolhia a
vontade. Isso não quer dizer que o homem não deva se preocupar com sua felicidade (os
liberdade dos indivíduos. Para tanto, Kant vai tentar elaborar uma teoria da moralidade fundada
imperativos hipotéticos), a questão é que esta não pode ser considerada quando a questão
na razão – caráter universal (vale para todo o mundo).
permeia a esfera do seu dever moral. É esse agir que nos tornaria, portanto, dignos da felicidade.
Em sua obra, Kant aborda a questão da ética da moral, bem como aspectos jurídicos e
A lei, por sua vez, é algo cumprido pelo medo da coação, logo, é externa ao indivíduo. A
políticos, sobretudo sob a lógica de como orientar nossa ação. Nesse contexto é que o autor
boa vontade, por sua vez, é interna – a vontade de agir de forma ética está dentro do próprio
apresenta os imperativos. Estes (que são os princípios) podem ser hipotéticos (inclinações –
sujeito.
sede, fome, desejo, etc) como categóricos (baseados na razão). Nesses últimos, a ação passa
Por fim, temos que, para Kant, a justiça consiste em agir conforme o imperativo
a ser um fim em si mesma –é o certo a ser feito, é o puro dever.
categórico, pois ao assim fazê-lo, estamos adequando nossa conduta a uma máxima universal
Transcrevendo os imperativos categóricos de Kant temos:
benéfica para todos.
“Age de modo que a tua ação possa se tornar uma lei universal.”
“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como napessoa de
2.2. Utilitarismo
qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca como meio.”
O utilitarismo foi uma corrente filosófica pragmática e consequencialista, isto é, estava

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Filosofia do Direito Filosofia do Direito

preocupada com o resultado das ações, e não com os meios. Em outras palavras, o que importa determinação clara e unívoca. Certas vezes a filosofia oferece uma base mais consistente de reflexão
e argumentação.
são os fins obtidos, e não os meios utilizados parase chegar até eles. Assinale a opção que apresenta o conhecido imperativo categórico de Kant, muitas vezes citado nos
debates relativos a essas situações dramáticas.

2.3. Jeremy Bentham A) O homem é um animal político e como tal possui o sentimento do bem e do mal, do justo e do
injusto, sobre os quais pode se manifestar graças ao dom da fala e de sua capacidade de comunicação.
Para Bentham, as ações são boas quando promovem a felicidade (ação moralmente B) A normatização que regula a relação entre o todo e as partes deve ser considerada justa, de forma
a realizar a distribuição proporcional dos bens comuns.
correta) e más quando geram infelicidade (moralmente incorreta). Para melhor representar a C) Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro,
teoria do autor, vale citar o seu princípio da utilidade: toda ação deve ser aprovada/rejeitada sempre e simultaneamente como um fim e nunca como um meio.
D) O mundo ético vivo é o espírito em sua verdade; assim que o espírito chega ao saber abstrato de
conforme tendência de aumentar oureduzir o bem-estar (seu e geral). sua essência, a eticidade decai na universalidade formal do Direito.
Deve-se, portanto, agir de forma a produzir uma maior quantidade de bem- estar.
Ex.: cinco pessoas estão amarradas em um trilho de trem e uma pessoa em outro. Um
indivíduo, puxando uma alavanca, pode escolher matar um ou cinco. Pela lógica utilitarista, 3. Positivismo Jurídico e Jusnaturalismo
deveríamos sempre escolher poupar cinco vidas, independentemente de quem fosse essa uma
O positivismo jurídico apresenta-se de diversas formas ao longo dahistória e por meio de
pessoa a ser sacrificada.
diversas escolas. Para nossa prova, vale a pena destacar a escola da exegese, por ser a pioneira
Bentham trabalha a ideia, portanto, de quantidade de bem-estar/felicidade como critério
e por já ter sido diretamente cobrada no exame Positivismo exegético é a tentativa de prever
para a justiça.
todas as condutas humanasnos códigos; a simples aplicação da subsunção, ou seja, o fato se
amolda ao textolegal. O papel do juiz era o de “juiz boca de lei”, pois apenas identificava o fato e
2.4. John Stuart Mill aplicava a lei sem qualquer interpretação. Tal modelo, todavia, logo foi entendido como
Trabalha também com a qualidade do prazer, não só a quantidade. insuficiente, pois impossível de se prever todas as condutas humanas em códigos.
Em outras palavras, entende que alguns prazeres têm mais valor do que outros, como os Para além do positivismo exegético, vale pontuar a ideia central das diversas correntes do
prazeres do pensamento, do sentimento e da imaginação, que resultam da experiência de positivismo: a ideia de direito como ciência, o qual recebe validade quando posto pela autoridade
apreciar a beleza, a verdade, o amor, a liberdade, o conhecimento, a criação artística. Assim, competente. Assim, se a lei foi criada pela autoridade devidamente incumbida de tal tarefa, e
por exemplo, se uma grande mansão euma pequena biblioteca estivessem pegando fogo, deve- submetida ao devido processolegislativo de elaboração, tal lei é válida e eficaz, mesmo que
se salvar primeiro a biblioteca por ser mais importante, mesmo que menor. grande parte da população a considere injusta ou insuficiente.
Mill também é um crítico da chamada “ditadura das maiorias” – mostra que,num modelo Alguns autores, como Bobbio, ainda vão classificar o positivismo como uma espécie de
democrático, muitas vezes é possível que o interesse de grupos majoritários seja prejudicial ideologia, pois além de uma teoria, no sentido em que descreve o direito, o positivismo também
a grupos minoritários, os quais devem, portanto, ter seus direitos resguardados pelo direito (ideia é uma forma de querer o direito - a noção do deverabsoluto de se obedecer às leis.
de caráter contra majoritário do âmbito de proteção). Ou seja, mesmo dentro do cálculo Já no que toca ao jusnaturalismo, temos a ideia de leis naturais que independem de leis
utilitarista, Mill entende que violar direitos de uma minoria é pior para o todo. positivas, ou seja, que existem regramentos na “natureza” e que o ser humano, sendo dotado de
razão, compreende e segue. Por exemplo, é preciso estar escrito em código penal que matar
Resolva a questão a seguir: alguém é errado ou o ser humano é capas de compreender, naturalmente, que tal prática é
incorreta?
2) FGV – 2023 – OAB – 37° Exame da Ordem Unificado – Primeira Fase
Operadores do Direito, com relativa frequência, precisam enfrentar situações dramáticas que envolvem
a vida humana ou o corpo humano. Em casos como esses, nem sempre a lei oferece uma

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Filosofia do Direito Filosofia do Direito

3.1. Hans Kelsen interpretação, Kelsen imagina a figura de uma moldura de quadro, que representa o limite dentro

Kelsen abordou o direito como ciência: se existem leis que explicam a natureza e são do qual uma interpretação é válida, limite este estabelecido pelas próprias normas

válidas em todo o mundo, o direito também deveria ter validade objetiva e uma base universal hierarquicamente superiores.

(notamos aqui uma certa influência kantiana). Este aspecto é fundamental na compreensão da
A norma superior = moldura (esfera de ação da norma inferior). Há, assim,dois momentos:
obra do autor: a separação do direito entre o que ele é na prática jurídica (ser) do que ele é como
1) Determinação objetiva da moldura colocada pela norma superior, por meio de um ato
ciência (dever ser).
cognoscitivo;
Kelsen não se preocupa em trabalhar o conteúdo do direito, pois este é relativo (cada país
2) Escolha subjetiva, por meio de um ato de vontade, de uma das possíveis opções
tem leis diferentes, logo, impossível de se conceber bases universalmente validas). Logo, direito
apresentadas pela norma superior para transformação em Direito positivo.
não é aquilo que é justo, mas sim o que é posto por uma autoridade competente. O que Kelsen
verifica ser universal é a estrutura do direito; sua manifestação normativa (dever ser); a relação Em outras palavras, primeiro o intérprete verificará os limites de aplicaçãoimpostos pelas
de imputação que busca tornar válida/inválida uma conduta, entre outros aspectos. próprias normas e, assim, decidirá, e qualquer coisa que decidir dentro desses limites configurará
A seguir, alguns pontos importantes de sua teoria que aparecem na prova. uma decisão válida.
Todavia, caso o magistrado realize uma interpretação fora da moldura, esta também será
3.1.1. Modelo Escalonado e Norma Fundamental direito, pois se trata de intérprete autêntico. O próprio Kelsen deixa claro em sua obra que, pela

O ordenamento jurídico, para Kelsen, obedece a uma ordem escalonada de validade. Quer via da interpretação autêntica (quer dizer, pelo órgão jurídico que a tem de aplicar), também é

dizer, as normas inferiores (sentenças, por exemplo) obedecem às normas (leis) e delas adquirem possível se produzir uma norma que se situe completamente fora da moldura que a norma a ser

sua validade, recebendo, por sua vez, validadeda norma superior (a Constituição). aplicada representa.

Assim, o que dá “validade” a um sistema jurídico? Sua Constituição. O que dá validade e Por meio dessa interpretação, poder-se-ia, então, criar direito não só no caso em que a

objetividade a uma Constituição? A constituição anterior. Mas como proceder ante esse retorno interpretação tem caráter geral, em que, portanto, existe interpretação autêntica no sentido usual

infinito? Por meio da norma fundamental. da palavra, mas também no caso em queé produzida uma norma jurídica individual por meio

A norma fundamental é fictícia; pressuposta (pelo intelecto, não pela vontade) – sem ela, de um órgão aplicador do Direito, desde que o ato deste órgão já não possa ser anulado, desde

o retorno infinito só seria explicado por questões alheias ao direito. A Constituição, por sua vez, que ele tenha transitado em julgado (KELSEN, 2009).

dá objetividade e validade às normas gerais,que, por sua vez, darão objetividade e validade às É notório que, pela via de uma interpretação autêntica deste tipo, é muitas vezes criado

normas individuais. A norma fundamental poderia, por exemplo, ser entendida como o Direito novo, especialmente pelos tribunais de última instância.

comando de que “devemos seguir a Constituição Federal”, muito embora isto não esteja
positivado em nenhum lugar – logo, pressuposta. 3.2. Herbert Hart
O que interessa da teoria de Hart para se enfrentar a prova de filosofia dodireito reside na
3.1.2. Moldura e interpretação distinção apontada pelo autor sobre as normas e na questão da indeterminação legislativa.

Kelsen aponta existirem duas espécies de indeterminação da lei: Inicialmente, o autor, um dos mais importantes positivistas, entende que um ordenamento jurídico

1) Intencional (lei das alternativas a serem escolhidas. Ex.: trabalho comunitário ou é composto por um sistema denormas primárias e secundárias:

prestação pecuniária); Veja o esquema na página a seguir...

2) Não intencional (plurissignificância das palavras). Para enfrentar os limites da

9 10

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Filosofia do Direito Filosofia do Direito

*Para todos verem: esquema é um núcleo de sentido fixo, o que, segundo Hart,afasta a ideia de que o direito é o que os juízes
dizem. Assim, a discricionariedade estaria em um plano intermediário entre arbitrariedade e
aplicação literal da lei.
• São regras de obrigação que impõem condutas ou abstenções.
Normas
primárias
Resolva a questão a seguir:

• Surgem para corrigir defeitos das normas primárias. Se dividem em: 3) FGV – 2019 – OAB – 28º Exame da Ordem Unificado – Primeira Fase
Normas modificação, julgamento e reconhecimento. Isso pressupõe que a norma de justiça e a norma do direito positivo sejam consideradas como
secundárias simultaneamente válidas. Tal, porém, não é possível, se as duas normas estão em contradição, quer
dizer, entram em conflito uma com a outra. Nesse caso apenas uma pode ser considerada como válida.

Hans Kelsen

Sobre a relação entre validade e justiça da norma, o jusfilósofo Hans Kelsen, em seu livro O Problema
As normas secundárias se dividem em: da Justiça, sustenta o princípio do positivismo jurídico, para afirmar que:

a) de modificação (disciplinam mecanismos para modificação, revogaçãoou introdução de A) a validade de uma norma do direito positivo é independente da validade de uma norma de justiça.
B) o direito possui uma textura aberta que confere, ao intérprete, a possibilidade de buscar um
uma norma primária); equilíbrio entre interesses conflitantes.
b) julgamento (que outorgam a determinadas pessoas poder de julgar violações das C) o valor de justiça do ato normativo define a validade formal da norma; por isso valor moral e valor
jurídico se confundem no direito positivo.
normas primárias); D) a validade de uma norma jurídica se refere à sua dimensão normativa positiva, à sua dimensão
axiológica, e também, à sua dimensão fática.
c) reconhecimento → legitima o sistema das normas primárias → aceitação social da
norma, logo, questão fática, não normativa. Atenção especial a esta última informação, pois já
foi cobrada: no momento em que se fala de aceitação social da norma, abre-se espaço para
4. Outros temas e teorias de Filosofia do Direito
juízos valorativos no universo dodireito, razão pela qual o positivismo de Hart é chamado de soft
(brando).
4.1. Norberto Bobbio
Outro ponto relevante para a prova abordado por Hart é a questão da textura aberta do Norberto Bobbio, em sua obra Teoria do ordenamento jurídico, destaca que um
direito que ocorrem por dois motivos: ordenamento precisa, para sua devida manutenção, de três elementos:
1) imprecisão linguística na descrição de uma norma prejudicando o método da subsunção
*Para todos verem: esquema
e do silogismo;
2) impossibilidade de prever todas as condutas possíveis.
Unidade
Para o primeiro caso, Hart utiliza como exemplo uma norma que proíbe o ingresso de • Norma fundamental que funda e sustenta o sistema.

veículos automotores em determinado local, mas, conforme novas tecnologias se desenvolvem, Coerência
exsurge a questão acerca de se novos inventos de locomoção enquadram-se na categoria de • Ordenamento sistemático - ideia de relação entre as normas.
veículos automotores. Completude
Muito embora exista tal indeterminação, ainda há grande margem de segurança na • Possibilidade de que todo caso seja resolvido pelo ordenamento.
maioria dos casos, quer dizer, as normas apresentam noção de sentido. Essa noção de sentido

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Filosofia do Direito Filosofia do Direito

É nesse último ponto que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) tem insistidona prova: nas Outro tema trabalhado pelo autor é a questão da sanção no âmbito do direito. Para Bobbio,
lacunas e nas antinomias. a sanção pode ser moral (aquela que obriga a consciência dos destinatários da norma,
Lacunas podem ser: produzindo um sentimento de culpa), social (aquela que resulta dos costumes e da vida em
1) próprias: espaço vazio no sistema; sociedade, objetivando tornar o convívio social mais fácil) e a sanção jurídica (criada para casos
2) impróprias: originam-se da comparação do sistema real versus ideal (Ex.: a lei sobre de violação de regras estipuladas pelas leis e aplicada por pessoas já determinadas), ou seja,
aborto brasileiro é injusta se comparada com a legislação alemã sobre o tema). trata-se de sanção devidamente institucionalizado.

As lacunas próprias podem ser resolvidas por meio da:


Resolva a questão a seguir:
1) Heterointegração: busca-se alternativa em ordenamento diverso – direito natural,
internacionais, costume, doutrina etc.; 4) FGV – 2022 – OAB – 35° Exame da Ordem Unificado – Primeira Fase
É possível que, diante de um caso concreto, seja aceitável a aplicação tanto de uma lei geral quanto
2) Autointegração: busca-se alternativa dentro do ordenamento (analogia,princípios gerais de uma lei especial. Isso, segundo Norberto Bobbio, em seu livro Teoria do Ordenamento Jurídico,
do direito, interpretação extensiva). caracteriza uma situação de antinomia.
Assinale a opção que, segundo o autor na obra em referência, apresenta a solução que deve ser
adotada.
A analogia é utilizada naquelas situações não reguladas de forma expressa pelo legislador,
A) Deve ser feita uma ponderação de princípios entre a lei geral e a lei especial, de forma que a lei que
momento no qual se devem buscar regras previstas paracasos semelhantes, estendendo-se o se revelar menos razoável seja revogada.
alcance. B) Deve prevalecer a lei especial sobre a lei geral, de forma que a lei geral seja derrogada, isto é, caia
parcialmente.
Princípios gerais de direito são aqueles postulados genéricos que, muitas vezes, dão C) Deve ser verificada a data de edição de ambas as leis, pois, nesse tipo de conflito entre lei geral e
lei especial, deve prevalecer aquela que for posterior.
fundamento às regras inferiores de um ordenamento jurídico. Importante lembrar que eles fazem
D) Deve prevalecer a lei geral sobre a lei especial, pois essa prevalência da lei geral é um momento
parte do ordenamento, muito embora nem sempre estejam positivados em um texto. ineliminável de desenvolvimento de um ordenamento jurídico.

Interpretação extensiva é aquela na qual se parte de uma norma e se procura estabelecer


seu significado e sua abrangência, quer dizer, nos casos em que o legislador disse, no texto,
menos do que tinha a intenção de dizer. A ideia, portanto, é a de se buscar a real intenção do
legislador na hora da aplicação.
As lacunas impróprias só podem ser solucionadas pelo próprio Poder Legislativo, já as
antinomias são duas normas válidas e vigentes incompatíveis entre si.
Elas podem ser:
1) aparentes/solúveis: critérios de solução.
• critério cronológico: havendo duas normas incompatíveis, prevalece anorma posterior;
• critério hierárquico: havendo duas normas incompatíveis, prevalece a
hierarquicamente superior;
• critério da especialidade: havendo duas normas incompatíveis, umageral e outra
especial (ou excepcional), prevalece a segunda.

2) reais/insolúveis: incompatibilidade, “impossível” de resolver.

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Filosofia do Direito

Gabaritos das questões:

1–D 2–C 3–A 4–B

15
Queridos alunos,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com


muito carinho para que você possa absorver, de forma
rápida, conteúdos de qualidade!

Lembre-se: você já evoluiu muito até aqui. Não desista!


Derrube as barreiras que separam você do seu sonho.

Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo!

Com carinho,
Equipe Ceisc ♥

ÉTICA
PROF. LEONARDO FETTER

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Ética Ética

d) Caixa de Assistência dos Advogados (art. 62 do Estatuto):


As Caixas de Assistência dos Advogados (CAA), dotadas de personalidade jurídica própria,
são criadas pelos Conselhos Seccionais (art. 121 do Regulamento Geral), quando estes contarem
com mais de 1.500 (mil e quinhentos) inscritos – art. 45, § 4º, do Estatuto.
e) Conferência Nacional dos Advogados (arts. 145 a 149 do Regulamento Geral):
É órgão consultivo máximo do Conselho Federal, reunindo se trianualmente (sempre no
segundo ano do mandato).
1. Órgãos da OAB
f) Tribunal de Ética e Disciplina:
Sua competência – melhor seria dizer atribuição – está definida no art. 71 do Código de
1.1. Eleições (art. 63ª a 67 do Estatuto e arts. 128 a 137-C do Regulamento Ética e Disciplina.
Geral) Será composto por Conselheiros Seccionais ou advogados de notável reputação ética

a) Conselho Federal (arts. 51 a 55 do Estatuto e arts. 62 a 73 do Regulamento Geral): profissional, eleitos pelo Conselho Seccional (art. 114, § 1º, do Regulamento Geral), com o

É o órgão supremo da OAB com sede na capital federal – art. 45, § 1º, do Estatuto. mandato de três anos (art. 114, § 2º, do Regulamento Geral).

É integrado por três Conselheiros Federais (a chamada delegação) oriundos dos Conselhos
Seccionais (equivocadamente chamada de OAB Estadual). Tais conselheiros são eleitos Resolva a questão a seguir:

(compõem a chapa do Conselho Seccional) e têm mandato de três anos. 1) FGV – 2018 – OAB – 26° Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
O Conselho Seccional X pretende criar a subseção Z, que abrange três municípios. Estima-se que, na área
b) Conselhos Seccionais (arts. 56 a 59 do Estatuto): territorial pretendida para a subseção Z, haveria cerca de cinquenta advogados profissionalmente
Objetivamente, temos um Conselho Seccional por Estado (por isso conhecido como OAB domiciliados. O mesmo Conselho Seccional também pretende criar as subseções W e Y, de modo que W
abrangeria a região norte e Y abrangeria a região sul de um mesmo município. Considerando o caso
Estadual – ou Seção Estadual da OAB, embora não mais exista essa última denominação) – art. narrado, de acordo com o Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
45, § 2º, do Estatuto.
A) Não é autorizada, pelo Estatuto da Advocacia e da OAB, a criação da subseção Z com a área territorial
É composto pelo Presidente e por sua Diretoria, bem como pelos Conselheiros pretendida. Quanto às subseções W e Y, poderão ser criadas se contarem, cada qual, com um número
mínimo de cem advogados nela profissionalmente domiciliados.
Estaduais (estes têm direito de votar, de decidir e deliberar – e o voto é unipessoal, B) Não é autorizada, pelo Estatuto da Advocacia e da OAB, a criação da subseção Z, em razão da área
diferentemente do Conselho Federal, que é por delegação) – art. 56 do Estatuto territorial pretendida. Quanto às subseções W e Y, poderão ser criadas se contarem, cada qual, com um
número mínimo de quinze advogados nela profissionalmente domiciliados.
c) Subseção (arts. 60 e 61 do estatuto): C) A criação da subseção Z, com a área territorial pretendida, é autorizada pelo Estatuto da Advocacia e
da OAB. Da mesma forma, as subseções W e Y poderão ser criadas se contarem, cada qual, com um
É parte autônoma do Conselho Seccional (art. 45, § 3º, do Estatuto) – abrange um ou mais número mínimo de quinze advogados nelas profissionalmente domiciliados.
municípios (desde que possua pelo menos 15 [quinze] advogados a ela vinculados – art. 60, § 1º, D) A criação da subseção Z, com a área territorial pretendida, é autorizada pelo Estatuto da Advocacia e
da OAB. Já a criação das subseções W e Y, em razão da área territorial pretendida, não é autorizada pelo
do Estatuto). Estatuto da Advocacia e da OAB, independentemente do número de advogados nela profissionalmente
domiciliados.
Quando tiver mais do que cem advogados inscritos e vinculados, a subseção poderá criar
seu Conselho – art. 60, § 3º, do Estatuto (e este Conselho poderá instruir processo disciplinar,
conforme art. 120 do Regulamento Geral). Quanto às eleições para órgãos de gestão da OAB – art. 45 do Estatuto da OAB –,
objetivamente:
a) São eleições diretas (para o Conselho Seccional, a Subseção e a CAA) – todos os
advogados em dia com a anuidade tem obrigação de votar (art. 63, § 1º, do Estatuto combinado

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com o art. 134 do Regulamento Geral) – mesmo para o advogado maior de 70 anos o voto será A inscrição deverá ser feita perante o Conselho Seccional onde o advogado exercerá a
obrigatório; advocacia com HABITUALIDADE.
b) O mandado é de três anos (arts. 65 do Estatuto e 114, § 2º, do Regulamento Geral); Será denominada INSCRIÇÃO PRINCIPAL – art. 10 do Estatuto.
c) A eleição para o Conselho Federal é indireta – votam apenas os Conselheiros Federais; Poderá o advogado, facultativamente, buscar inscrição em outro Conselho Seccional, a
d) O voto é secreto e em chapas (não pessoas de forma individual) – a composição da denominada INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR.
chapa respeita o art. 132, § 1º do Regulamento Geral.
2.1.1. Incompatibilidade e impedimento (arts. 27 a 30 do Estatuto)
Resolva a questão a seguir:
Incompatibilidade é a proibição total do exercício da advocacia, já impedimento é a
2) FGV – 2016 – OAB – 19° Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase proibição parcial (limitação) do exercício da advocacia.
Os jovens Rodrigo, 30 anos, e Bibiana, 35 anos, devidamente inscritos em certa seccional da OAB, desejam A incompatibilidade pode ser definitiva (gerará o cancelamento da inscrição) ou temporária
candidatar-se, pela primeira vez, a cargos de diretoria do Conselho Seccional respectivo. Rodrigo está
regularmente inscrito na referida seccional da OAB há seis anos, sendo dois anos como estagiário. Bibiana, (circunstância que acarretará o licenciamento da inscrição).
por sua vez, exerceu regularmente a profissão por três anos, após a conclusão do curso de Direito. Contudo,
afastou se por dois anos e retornou à advocacia há um ano. Ambos não exercem funções incompatíveis Causas que geram a incompatibilidade (art. 28 do Estatuto).
com a advocacia, ou cargos exoneráveis ad nutum. Tampouco integram listas para provimento de cargos Causas que geram o impedimento (art. 30 do Estatuto).
em tribunais ou ostentam condenação por infração disciplinar. Bibiana e Rodrigo estão em dia com suas
anuidades. Considerando a situação narrada, assinale a afirmativa correta.

A) Apenas Bibiana preenche as condições de elegibilidade para os cargos. Resolva a questão a seguir:
B) Apenas Rodrigo preenche as condições de elegibilidade para os cargos.
C) Bibiana e Rodrigo preenchem as condições de elegibilidade para os cargos. 3) FGV – 2018 – OAB – 27º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
D) Nenhum dos dois advogados preenche as condições de elegibilidade para os cargos. Lúcio pretende se inscrever como advogado junto à OAB. Contudo, ocorre que ele passou por
determinada situação conflituosa que foi intensamente divulgada na mídia, tendo sido publicado, em
certos jornais, que Lúcio não teria idoneidade moral para o exercício das atividades de advogado.
Considerando que Lúcio preenche, indubitavelmente, os demais requisitos para a inscrição, de acordo
com o Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.
2. Inscrição
A) A inidoneidade moral apenas poderá ser suscitada junto à OAB por advogado inscrito e deve ser
declarada por meio de decisão da diretoria do conselho competente, por maioria absoluta, em
2.1. Advogado procedimento que observe os termos do processo disciplinar.
B) A inidoneidade moral poderá ser suscitada junto à OAB por qualquer pessoa e deve ser declarada por
A condição de advogado se adquire com a inscrição na OAB (e não com a aprovação no meio de decisão de, no mínimo, dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em
procedimento que observe os termos do processo disciplinar.
Exame da OAB – este é apenas um dos requisitos para postular a inscrição). C) A inidoneidade moral apenas poderá ser suscitada junto à OAB por advogado inscrito e deve ser
Desta forma, os requisitos para inscrição na OAB estão definidos no art. 8º do Estatuto: declarada por meio de decisão, por maioria absoluta, de todos os membros do conselho competente, em
procedimento que observe os termos do processo disciplinar.
• Capacidade civil; D) A inidoneidade moral poderá ser suscitada junto à OAB por qualquer pessoa e deve ser declarada por
meio de decisão, por maioria simples, do Tribunal de Ética e Disciplina do conselho competente, em
• Diploma / certidão de conclusão; procedimento que observe os termos do processo disciplinar.

• Título de eleitor / serviço militar;

• Aprovação no exame da OAB; Resolva a questão a seguir:


• Não exercício de atividade incompatível; 4) FGV – 2016 – OAB – 20º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
Renata, devidamente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, exerce, há muitos anos, atividades
• Idoneidade moral.
privativas da advocacia. Ocorre que Renata concorre a deputada estadual, encontrando se em curso
diversos processos em que ela atua como advogada. Caso Renata seja eleita, é correto afirmar que

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A) ela ficará impedida de exercer a advocacia apenas contra ou a favor de pessoas jurídicas de direito A) autonomamente, após um ano de estágio.
público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais B) conjuntamente com um advogado, em todos os atos da advocacia.
ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. C) autonomamente, em alguns atos permitidos pelo advogado.
B) ela ficará sujeita à proibição total ao exercício da advocacia, pois este é incompatível, mesmo em causa D) vinculado ao advogado em atos judiciais, mas não em atos contratuais.
própria, com as atividades dos membros do Poder Legislativo.
C) ela ficará impedida de exercer a advocacia apenas contra ou a favor de pessoas jurídicas de direito
público. 2.3. Licenciamento da Inscrição (art. 12 do estatuto)
D) ela ficará sujeita à proibição total ao exercício da advocacia, pois este é incompatível, mesmo em
causa própria, com as atividades dos membros do Poder Legislativo, mas poderá atuar, Licenciamento é forma de interrupção temporária da inscrição.
excepcionalmente, nos feitos que já estavam em curso antes do exercício de seu mandato parlamentar.
O advogado licenciado não perde o número (tampouco sua inscrição é cancelada).
É uma forma de o advogado suspender sua capacidade postulatória – durante o período
2.2. Estagiário
de licenciamento, ele não pode advogar (nem paga a anuidade).
Para obter a inscrição como estagiário, devem ser obedecidos os requisitos do art. 9º do
Hipóteses de Licenciamento (incisos do art. 12 do Estatuto):
Estatuto, os quais são praticamente os mesmos exigidos para o advogado, salvo o diploma e o
• Requerimento justificado;
exame da OAB.
• Exercício – temporário – atividade incompatível;
A inscrição do estagiário deverá ser feita no Conselho Seccional onde ser localize o seu
• Doença mental curável.
curso jurídico (art. 9º, § 2º do Estatuto).
O estagiário com inscrição na OAB paga anuidade (mas não pode votar) e tem direito a
2.4. Cancelamento (art. 11 do Estatuto)
praticar todos os atos privativos da advocacia, desde que em conjunto com o advogado (e sob a
Configura interrupção definitiva do exercício da advocacia. Com o cancelamento, a
responsabilidade deste) – arts. 3º, § 2º, do Estatuto e 29 do Regulamento Geral.
pessoa deixa de ser advogado, perdendo sua capacidade postulatória.
De forma isolada, ou seja, sem a presença do advogado, o estagiário pode (art. 29, § 1º,
Pode acontecer em cinco hipóteses (incs. do art. 11 do Estatuto):
do Regulamento Geral):
• A pedido (personalíssimo) – não precisa ser fundamentado, mas deve ser assinado
• Obter carga dos autos;
pelo advogado postulante;
• Obter certidões;
• Exclusão (pena mais grave do Estatuto) – a punição com a exclusão gerará o
• Obter petição de juntada (assinando sozinho).
cancelamento da inscrição;
Será permitido ao estagiário o exercício de atos extrajudiciais com autorização do • O exercício de atividade incompatível (forma definitiva);
advogado (art. 29, § 2º, do Regulamento Geral). • Perda dos requisitos da inscrição (art. 8º do Estatuto);
• Falecimento do advogado.
Resolva a questão a seguir:

5) FGV – 2013 – OAB – 11º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase


Ferrari é aluno destacado no curso de Direito, tendo, no decorrer dos anos, conseguido vários títulos
3. Advogado Empregado (arts. 18 A 21 do Estatuto
universitários, dentre eles, medalhas e certificados. Indicado para representar a Universidade em que e arts. 11 a 14 do Regulamento Geral)
estudou, foi premiado em evento internacional sobre arbitragem. A repercussão desse fato aumentou seu
prestígio e, por isso, recebeu numerosos convites para trabalhar em diversos escritórios de advocacia.
Aceito o convite de um deles, passou a redigir minutas de contratos, sempre com supervisão de um
advogado. Após um ano de estágio, conquistou a confiança dos advogados do seu setor e passou a ter É um profissional assalariado, mas essa relação de emprego não pode retirar sua
autonomia cada vez maior. Diante dessas circunstâncias, passou a chancelar contratos sem a independência profissional. A jornada de trabalho do advogado empregado foi definida para oito
interferência de advogado.
Nos termos do Estatuto da Advocacia, o estagiário deve atuar horas diárias e quarenta horas semanais.

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Ética Ética

Resolva a questão a seguir: C) Não é permitido que Pasquale integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a sociedade de
advogados Y. Tampouco é autorizado que integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a
sociedade unipessoal de advocacia.
6) FGV – 2012 – OAB – 6º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
D) É permitido que Pasquale integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a sociedade de
Mévio é advogado empregado de empresa de grande porte atuando como diretor jurídico e tendo vários advogados Y. Também é autorizado que integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a
colegas vinculados à sua direção. Instado por um dos diretores, escala um dos seus advogados para sociedade unipessoal de advocacia.
atuar em processo judicial litigioso, no interesse de uma das filhas do referido diretor. À luz das normas
estatutárias, é correto afirmar que

A) a defesa dos interesses dos familiares dos dirigentes da empresa está ínsita na atuação profissional
do advogado empregado. 5. Honorários Advocatícios (arts. 22 a 26 do Estatuto e 48 a
B) a atuação do advogado empregado nesses casos pode ocorrer voluntariamente, sem relação com o 54 do Código de Ética e Disciplina
seu emprego.
C) a relação de emprego retira do advogado sua independência profissional, pois deve defender os
interesses do patrão.
D) em casos de dedicação exclusiva, a jornada de trabalho máxima do advogado será de quatro horas Honorários convencionados/contratados: contratados e fixados entre o advogado e o
diárias e de vinte horas semanais. cliente, sendo como regra uma obrigação de meio (e não de resultado – poderá, excepcionalmente,
ser de resultado quando, por exemplo, o advogado for contratado para elaborar uma minuta de
contrato).
4. Sociedade de Advogados (arts. 15 a 17 do Estatuto e
Honorários quota litis (parte na lide): é maneira de contratar honorários com o cliente (é
arts. 37 a 43 do Regulamento Geral)
fixado um percentual no resultado, no benefício que o cliente receber).
Honorários arbitrados: serão fixados pelo poder judiciário, mediante postulação (ação do
Pessoa jurídica, formada única e exclusivamente por advogados (seus sócios), com o
advogado contra o cliente), pois não foram convencionados previamente.
objetivo de atuar em atividades privativas da advocacia (arts. 15 e 16 do Estatuto e 37 do
Ou seja: ausente o contrato escrito entre cliente e advogado, negando se o cliente a efetuar
Regulamento Geral).
o pagamento, a alternativa do profissional da advocacia será entrar com uma ação contra o cliente,
O nome da sociedade de advogados deve respeitar a regra do art. 38 do Regulamento
pedindo que o juiz arbitre os honorários – art. 22, § 2º, do Estatuto.
Geral, podendo constar e ser incluído o nome social do advogado.
Vale recordar que é possível a criação de sociedade de advogados unipessoal – com Honorários de sucumbência: verba honorária fixada pelo poder judiciário, em processo

apenas um sócio (arts. 15 e 16, § 4º, do Estatuto e 37 do Regulamento Geral). judicial, que condena a parte vencida (perdedora no processo) ao pagamento de honorários em
favor do advogado da parte vencedora (o percentual deverá obedecer ao art. 85, § 2º, do CPC,
Resolva a questão a seguir: sendo entre 10% e 20% da condenação).
Honorários assistenciais: na forma do art. 22, § 6º, do estatuto, são aqueles fixados em
7) FGV – 2018 – OAB – 26º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
O advogado Pasquale integra a sociedade de advogados X, juntamente com três sócios. Todavia, as suas ações coletivas propostas por entidades de classe em substituição processual, sem prejuízo aos
funções na aludida sociedade apenas ocupam parte de sua carga horária semanal disponível. Por isso, a
fim de ocupar o tempo livre, o advogado estuda duas propostas: de um lado, pensa em criar, paralelamente, honorários convencionais.
uma sociedade unipessoal de advocacia; de outro, estuda aceitar a oferta, proposta pela sociedade de Simplificando, seriam honorários de sucumbência, fixados na Justiça do Trabalho, em
advogados Y, de integrar seus quadros. Considerando que todas as pessoas jurídicas mencionadas teriam
sede na mesma área territorial de um Conselho Seccional da OAB, assinale a afirmativa correta. benefício dos advogados contratados pelos sindicatos para defesa de direitos coletivos.

A) É permitido que Pasquale integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a sociedade de


advogados Y. Todavia, não é autorizado que integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a 5.1. Advocacia pro bono (art. 30 do Código de Ética e Disciplina)
sociedade unipessoal de advocacia.
B) É permitido que Pasquale integre simultaneamente a sociedade de advogados X e a sociedade Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária (GEV) de
unipessoal de advocacia. Todavia, não é autorizado que integre simultaneamente a sociedade de
advogados X e a sociedade de advogados Y. serviços jurídicos – essas são as características principais (art. 30, § 1º).

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Esse tipo de atuação pode acontecer em favor de instituições sociais sem fins econômicos 6.1. Renúncia (art. 5º, §3º do Estatuto e art. 16 do Código de Ética e
e de seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação Disciplina)
de profissional (art. 30, § 1º, do Código de Ética e Disciplina).
Forma de extinção da procuração – e dos poderes nela outorgados.
Também pode ser exercida para pessoas naturais hipossuficientes (art. 30, § 2º, do Código
Notificado o cliente (a forma da notificação está regulada no art. 6º do Regulamento Geral),
de Ética e Disciplina).
o advogado ainda é responsável pelos atos processuais por dez (10) dias – art. 5º, § 3º, do
Estatuto (caso um novo profissional se habilite antes de terminado tal prazo, encerra-se a
Resolva a questão a seguir:
responsabilidade).
8) FGV – 2018 – OAB – 26º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
O advogado Fabrício foi contratado por José para seu patrocínio em processo judicial, por meio de 6.2. Revogação (art. 17 do Código de Ética e Disciplina)
instrumento firmado no dia 14-11-2012. No exercício do mandato, Fabrício distribuiu, em 23-11-2012,
petição inicial em que José figurava como autor. No dia 6-11-2013, nos autos do processo, Fabrício foi Forma de extinção da procuração e dos poderes nela outorgados – nesse caso, por
intimado de sentença, a qual fixou honorários advocatícios sucumbenciais, no valor de dez mil reais, em
seu favor. A referida sentença transitou em julgado em 21-11-2013. Considerando que não houve causa iniciativa do cliente.
de suspensão ou interrupção do prazo prescricional, de acordo com a disciplina do Estatuto da Advocacia
Na revogação, não existe o prazo de responsabilização por 10 (dez) dias, ou seja,
e da OAB, assinale a afirmativa correta.
revogados os poderes, encerrada está a responsabilidade do advogado quanto à defesa dos
A) A pretensão de cobrança dos honorários sucumbenciais, fixados em favor de Fabrício, prescreve no
prazo de cinco anos, a contar de 14-11-2012. interesses do ex-cliente.
B) A pretensão de cobrança dos honorários sucumbenciais, fixados em favor de Fabrício, prescreve no
prazo de cinco anos, a contar de 6-11-2013.
C) A pretensão de cobrança dos honorários sucumbenciais, fixados em favor de Fabrício, prescreve no 6.3. Substabelecimento (art. 26 do Código de Ética e Disciplina)
prazo de cinco anos, a contar de 21-11-2013.
D) A pretensão de cobrança dos honorários sucumbenciais, fixados em favor de Fabrício, é imprescritível, Forma de o advogado transferir os poderes recebidos na procuração para outro advogado
tendo em vista seu caráter alimentar.
(relação advogado com advogado – art. 26 do Código de Ética e Disciplina).

Resolva a questão a seguir:

6. Procuração 9) FGV – 2018 – OAB – 26º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
O advogado José Maria celebrou contrato de mandato, há muitos anos, com o cliente Antônio para
defendê-lo extrajudicialmente em certa questão. O instrumento não previu, de forma expressa, o prazo
Para que o advogado atue em nome de seu cliente, necessário que ele receba poderes de duração do mandato. Considerando a hipótese descrita, assinale a afirmativa correta.

para tanto. A forma processual é a outorga da procuração. A) Ausente previsão de prazo no instrumento, o contrato de mandato extrajudicial é válido e será extinto
pelo decurso do prazo de 15 anos, salvo renovação expressa.
Dessa forma, o advogado, para postular em juízo, deve ter procuração (ou seja, estar
B) Ausente previsão de prazo no instrumento, o mandato extrajudicial é válido e não será extinto pelo
habilitado a representar o cliente) – conforme previsão expressa dos arts. 5º do Estatuto e 104 do decurso de qualquer prazo.
C) Ausente previsão de prazo no instrumento, o mandato extrajudicial é anulável e não será extinto pelo
CPC. Excepcionalmente, comprovando urgência (art. 5º, § 1º, do Estatuto) ou para evitar decurso de qualquer prazo, mas a anulabilidade pode ser pronunciada por decisão judicial, mediante
preclusão, decadência ou prescrição (art. 104 do CPC), poderá o advogado postular em juízo sem alegação dos interessados.
D) Ausente previsão de prazo no instrumento, o mandato extrajudicial é válido e será extinto pelo decurso
procuração (deverá, todavia, apresentar tal documento no prazo de 15 dias, prazo esse prorrogável do prazo de 20 anos, salvo renovação expressa.
por mais 15 – arts. 5º, § 1º, do Estatuto e 104, § 1º, do CPC).

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Inviolabilidade do escritório (local de trabalho) – art. 7º, II: é garantida ao advogado a


7. Atividades Privativas do Advogado (arts. 1º a 5º do inviolabilidade dos seus instrumentos de trabalho – aí incluídos todos os documentos relativos ao
Estatuto)
serviço da advocacia.
Comunicação com o cliente – art. 7º, III: tem direito o advogado a comunicar-se pessoal
São atividades privativas da advocacia:
e reservadamente com seu cliente (mesmo sem procuração), ainda que o cliente esteja recolhido
• Consultoria e assessoria jurídica;
na condição de incomunicável.
• Direção e gerência jurídica;
Prisão em flagrante do advogado – art. 7º, IV: o advogado tem direito de, quando for
• Visar atos constitutivos (contratos sociais) de pessoa jurídica.
preso em decorrência do exercício da profissão (da advocacia), ter a presença de representante
na OAB na lavratura do flagrante.
Postular em juízo: é atividade privativa, mas com as seguintes exceções:
Local da prisão – art. 7º, V: tem direito o advogado, antes de sentença condenatória
• Habeas Corpus (em qualquer instância – art. 1º, § 1º, do Estatuto); transitada em julgado, de ser recolhido preso em sala de Estado Maior (com instalação e
• Jus Postulandi trabalhista (nas Varas e Tribunais de segunda instância – ação comodidade condigna).
rescisória e postulação perante o TST exigem advogado);
• JEC (limitação de valor – art. 9º da Lei nº 9.099/1995); Resolva a questão a seguir:
• JEF/JEFP (Lei nº 10.259/2001);
11) FGV – 2019 – OAB – 29º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
• Revisão Criminal (art. 623 do CPP). O advogado X foi preso em flagrante enquanto furtava garrafas de vinho, de valor bastante expressivo,
em determinado supermercado. Conduzido à delegacia, foi lavrado o auto de prisão em flagrante, sem a
presença de representante da OAB. Com base no disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale
Resolva a questão a seguir: a afirmativa correta.

10) FGV – 2015 – OAB – 17º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase A) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada de nulidade, em razão da ausência de
representante da OAB, devendo a prisão ser relaxada.
Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, para sua admissão em registro, em não se tratando
de empresas de pequeno porte e de microempresas, consoante o Estatuto da Advocacia, devem: B) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é viciada, desde que haja comunicação expressa à
seccional da OAB respectiva.
C) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada de nulidade, em razão da ausência de
A) apresentar os dados do contador responsável.
representante da OAB, devendo ser concedida liberdade provisória não cumulada com aplicação de
B) permitir a participação de outros profissionais liberais.
C) conter o visto do advogado. medidas cautelares diversas da prisão.
D) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é viciada e independe de comunicação à seccional da
D) indicar o advogado que representará a sociedade.
OAB respectiva.

8.1. Direitos da Mulher Advogada (art. 7º-A do Estatuto)


Fixou o Estatuto, no art. 7º-A, uma série de direitos que a advogada mulher possui,
8. Direitos e Prerrogativas do Advogado (arts. 6º e 7º do
Estatuto) especificamente aquela que for gestante, lactante, que der à luz ou adotar. Perceba-se, então:
1. Advogada gestante (art. 7º A, I, do Estatuto) tem o direito de:

Objetivamente, o art. 7º deve ser lido, estudado e entendido na sua integralidade – valem, • Não se submeter a detector de metais ou aparelhos de raios X ao acessar órgãos

aqui, algumas observações sobre aquelas circunstâncias (direitos) que emergem mais públicos ou privados (a);

importantes. • Vaga em garagem de fóruns e Tribunais (b); e


• Preferência em sustentações orais, julgamentos e audiências (art. 7º A, III).

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Resolva a questão a seguir:


2. Advogada lactante/adotante/deu à luz tem direito a:
• Acesso a creche (art. 7º A, III); 13) FGV – 2016 – OAB – 20º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase
Júlia é advogada de Fernando, réu em processo criminal de grande repercussão social. Em um programa
• Preferência em sustentações orais, julgamentos e audiências (art. 7º A, III). vespertino da rádio local, o apresentador, ao comentar o caso, afirmou que Júlia era “advogada de porta
de cadeia” e “ajudante de bandido”. Ouvinte do programa, Rafaela procurou o Conselho Seccional da
OAB e pediu que fosse promovido o desagravo público. Júlia, ao tomar conhecimento do pedido de
3. Advogada adotante e que deu à luz tem direito à suspensão de prazos processuais Rafaela, informou ao Conselho Seccional da OAB que o desagravo não era necessário, pois já ajuizara
(desde que seja a única advogada do cliente e que o tenha notificado – arts. 7º A, IV, e 313, IX, do ação para apurar a responsabilidade civil do apresentador. No caso narrado,

CPC). A) o pedido de desagravo público só pode ser formulado por Júlia, que é a pessoa ofendida em razão do
exercício profissional.
Tal suspensão será de 30 (trinta) dias, conforme o art. 313, § 6º, do CPC.
B) o pedido de desagravo pode ser formulado por Rafaela, mas depende da concordância de Júlia, que
é a pessoa ofendida em razão do exercício profissional.
C) o pedido de desagravo pode ser formulado por Rafaela, e não depende da concordância de Júlia,
Resolva a questão a seguir: apesar de esta ser a pessoa ofendida em razão do exercício profissional.
D) o pedido de desagravo público só pode ser formulado por Júlia, que é a pessoa ofendida em razão do
12) FGV – 2017 – OAB – 22º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase exercício profissional, mas o ajuizamento de ação para apurar a responsabilidade civil implica a perda de
Viviane, Paula e Milena são advogadas. Viviane acaba de dar à luz, Paula adotou uma criança e Milena objeto do desagravo.
está em período de amamentação. Diante da situação narrada, de acordo com o Estatuto da OAB,
assinale a afirmativa correta.

A) Viviane e Milena têm direito a reserva de vaga nas garagens dos fóruns dos tribunais. 8.3. Sigilo profissional (arts. 35 a 38 do Código de Ética e Disciplina)
B) Viviane e Paula têm direito à suspensão de prazos processuais, em qualquer hipótese, desde que haja
notificação por escrito ao cliente. O sigilo profissional do advogado é inerente à profissão (art. 35 do Código de Ética e
C) Viviane, Paula e Milena têm direito de preferência na ordem das audiências a serem realizadas a cada
dia, mediante comprovação de sua condição. Disciplina), não dependendo de cláusula de confidencialidade (é de ordem pública, não há
D) Paula e Milena têm direito a entrar nos tribunais sem serem submetidas a detectores de metais e
necessidade de solicitação – art. 36 do CED).
aparelhos de raio X.
E, importante: abrange toda e qualquer comunicação entre cliente e advogado – todas são

8.2. Desagravo – art. 7º, XVII, §5º, do Estatuto e arts. 18 e 19 do confidenciais (art. 36, § 1º, do CED).

Regulamento Geral
O desagravo é forma que a OAB tem, como instituição de classe, para responder a ofensas 9. Publicidade (arts. 39 a 47 do Código de Ética e
exaradas contra advogados no exercício (ou em razão) da profissão. Disciplina)
Como a ofensa atinge não só o advogado, mas todos os advogados, o pedido pode ser feito
por qualquer pessoa (e também, nessa mesma linha, o desagravo não depende de concordância A palavra-chave nas regras referentes à publicidade é a moderação. Não pode a
do ofendido, que não pode dispensá-lo, devendo ser promovido a critério do Conselho). publicidade ter um viés mercantilista, empresarial, industrial ou comercial (art. 39 do Código de
Quem decide se haverá ou não o desagravo é o Conselho Seccional – no caso de urgência, Ética e Disciplina).
poderá a diretoria do Conselho conceder imediatamente o desagravo, ad referendum do órgão Objetivamente, não pode o advogado fazer propaganda de seus serviços ou atividades –
competente do Conselho. a publicidade deve ser informativa e não voltada para a captação de clientela.

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Resolva a questão a seguir: A) Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, tanto pelo fato de
não haver ciência de Gabriel, como por não haver autorização de José.
14) FGV – 2018 – OAB – 25º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase B) Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, pelo fato de não haver
O advogado Valter instalou, na fachada do seu escritório, um discreto painel luminoso com os dizeres ciência de Gabriel, mas não por não haver autorização de José.
“Advocacia Trabalhista”. A sociedade de advogados X contratou a instalação de um sóbrio painel C) Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, pelo fato de não
luminoso em um dos pontos de ônibus da cidade, onde constava apenas o nome da sociedade, dos haver autorização de José, mas não por não haver ciência de Gabriel.
advogados associados e o endereço da sua sede. Já a advogada Helena fixou, em todos os elevadores D) Guilherme não cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, sem ciência de
do prédio comercial onde se situa seu escritório, cartazes pequenos contendo inscrições sobre seu nome, Gabriel ou autorização de José.
o ramo do Direito em que atua e o andar no qual funciona o escritório. Considerando as situações
descritas e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta.
10.2. Processo Disciplinar
A) Apenas Valter e a sociedade de advogados X violaram a disciplina quanto à ética na publicidade
profissional. O processo disciplinar será instaurado de ofício ou mediante representação – arts. 72 do
B) Apenas Helena violou a disciplina quanto à ética na publicidade profissional.
C) Valter, Helena e a sociedade de advogados X violaram a disciplina quanto à ética na publicidade Estatuto e 55 do Código de Ética e Disciplina (e a representação não pode ser anônima – art. 55,
profissional.
§ 2º, do Código de Ética e Disciplina).
D) Apenas a sociedade de advogados X e Helena violaram a disciplina quanto à ética na publicidade
profissional. A atribuição (competência) para conduzir o processo, na primeira instância, será do TED –
arts. 70, § 1º, do Estatuto e 71, I, do Código de Ética e Disciplina.

10. Infrações Disciplinares (art. 34 do Estatuto) 10.3. Termo de Ajustamento de Conduta – TAC
TAC – Termo de Ajustamento de Conduta - arts. 47-A e 58-A do Código de Ética e
As infrações são condutas negativas ou comportamentos indesejados do advogado, Provimento 200 do Conselho Federal da OAB.
definidas e tipificadas pelo Estatuto (e não podem ser objeto de interpretação extensiva ou O TAC é uma forma de suspensão do Processo Administrativo/Disciplinar, nos casos de
analógica). infrações relacionadas a:
a) Publicidade Irregular; ou
10.1. Sanções disciplinares (arts. 35 a 43 do Estatuto) b) Pena de Censura (quando não houver gerado repercussão negativa para a classe).
As sanções (penas) disciplinares, para serem aplicadas, exigem devido processo legal
(contraditório e ampla defesa) – ou seja, processo disciplinar válido. Tem direito ao TAC tanto o advogado quanto o estagiário – desde que primário (ou

Dividem se em censura – art. 36 do Estatuto (existindo atenuantes – art. 40 do Estatuto – reabilitado).

pode ser substituída por advertência – art. 36, par. ún., do Estatuto), suspensão (art. 37 do
Estatuto) e exclusão (art. 38 do Estatuto). 10.4. Prescrição (art. 43 do estatuto)
A prescrição da pretensão punitiva ocorre após cinco anos da ciência oficial dos atos que
Resolva a questão a seguir: poderiam gerar a abertura de um processo disciplinar – art. 43 do Estatuto.
15) FGV – 2016 – OAB – 20º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase Esse prazo será interrompido pelas seguintes circunstâncias – art. 43, § 2º, do Estatuto:
Guilherme é advogado de José em ação promovida por este em face de Bruno, cujo advogado é Gabriel. a) Instauração do processo disciplinar;
Na audiência de conciliação, ao deparar-se com Bruno, Guilherme o reconhece como antigo amigo da
época de colégio, com o qual havia perdido contato. Dias após a realização da audiência, na qual foi b) Notificação regular do acusado;
frustrada a tentativa de conciliação, Guilherme se reaproxima de Bruno, e com vistas a solucionar o litígio,
estabelece entendimento sobre a causa diretamente com ele, sem autorização de José e sem ciência de c) Decisão condenatória recorrível.
Gabriel. Na situação narrada,

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Resolva a questão a seguir:

16) FGV – 2018 – OAB – 25º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase Gabaritos das questões:
Carlos praticou infração disciplinar, oficialmente constatada em 09 de fevereiro de 2010. Em 11 de abril
de 2013, foi instaurado processo disciplinar para apuração da infração, e Carlos foi notificado em 15 de
novembro do mesmo ano. Em 20 de fevereiro de 2015, o processo ficou pendente de julgamento, que só 1–C 2–D 3–B 4–A 5–B 6–B 7–C
veio a ocorrer em 1º de março de 2018. De acordo com o Estatuto da OAB, a pretensão à punibilidade
da infração disciplinar praticada por Carlos
8–C 9–B 10 – C 11 – B 12 – C 13 – C 14 – D
A) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos entre a constatação oficial da falta e a
instauração do processo disciplinar. 15 – A 16 – C 17 – D
B) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de seis meses entre a instauração do processo
disciplinar e a notificação de Carlos.
C) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos de paralisação para aguardar julgamento.
D) não está prescrita, tendo em vista que não decorreram cinco anos entre cada uma das etapas de
constatação, instauração, notificação e julgamento.

10.5. Reabilitação (art. 41 do Estatuto)


Tem direito advogado punido de pretender a reabilitação, uma forma de, ultrapassado
determinado prazo, afastar dos seus assentamos e registros a referência sobre a punição sofrida
(maneira de “limpar a ficha”).
O Estatuto prevê de forma expressa – art. 41 – que será permitido requerer, após um ano
do cumprimento da pena, a reabilitação.

Resolva a questão a seguir:

17) FGV – 2011 – OAB – 5º Exame de Ordem Unificado – Primeira Fase


José foi condenado criminalmente, com sentença transitada em julgado, e, paralelamente, punido
também em processo disciplinar perante a OAB em função dos mesmos atos que resultaram naquela
condenação criminal.
Nos termos das normas estatutárias, é correto afirmar que

A) a reabilitação administrativa independe da criminal.


B) ambas as reabilitações podem tramitar paralelamente.
C) a reabilitação administrativa é pressuposto da criminal.
D) é pressuposto da reabilitação à OAB o deferimento da criminal.

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