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Licenciado para Jose Ferreira Neto

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Licenciado para Jose Ferreira Neto


25 s
Alberto Caramalho

ano
em ografia
T e r m

Licenciado para Jose Ferreira Neto


Copyright © 2012 Alberto Caramalho

Título: 25 anos em termografia

Autor: Alberto Caramalho

Edição do Autor

1ª Edição

ISBN: 978-989-97792-0-4

Revisão: Susana Sacoto


Paginação: addSymbol, Lda.

Impresso em Portugal pela Bubok

As sugestões e informações dadas neste livro, não devem ser interpretadas como modelo único a seguir,
assim como, as temperaturas admissíveis nos vários equipamentos não devem ser tomados como valores
padrão, mas como resultado da experiência profissional do autor durante mais de 25 anos consecutivos
na área da termografia.

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Agradecimentos

Para escrever este livro, apesar da experiência acumulada em inspecções termográficas


ser superior a 25 anos, tive que recorrer a algumas entidades, que sempre me
apoiaram e incentivaram a avançar com este projecto, que me autorizaram na
colocação de textos e de algumas imagens de artigos seus. Os meus agradecimentos
à FLIR SYSTEMS (textos e algumas imagens térmicas que constam nas páginas 42, 44,
45, 46, 47, 48, 49, 441 e 442) ALAVA INGINIEROS e aos Engenheiros Pedro Rebelo,
Carlos Aroeira e Engenheira Clara Pinto da MRA Instrumentação.

Ao Engenheiro José Parsotam, que desde a primeira hora me incentivou duma forma
muito particular, o meu muito obrigado.

Os meus agradecimentos também, aos responsáveis e colaboradores, das muitas


empresas que me possibilitaram e continuam a possibilitar a realização das inspecções
termográficas nas suas instalações, sempre de forma muito profissional e correcta, de
parte a parte.

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25 Anos em Termografia

O que é a termografia? Para que serve? Como se utiliza? Quais as suas vantagens?
São estas as questões a que espero responder neste livro.
Ao longo dos últimos 25 anos, inspeccionei milhares de quilómetros de cabos de
tensão; centrais de produção de energia eléctrica e subestações, unidades fabris
dos mais variados sectores, navios petrolíferos, estádios de futebol, postos de
transformação. São tão variadas as áreas onde trabalhei, quanto as utilizações para
a termografia. E é essa multiplicidade de aplicações que me motiva a partilhar com
o leitor tudo aquilo que aprendi durante a minha carreira profissional, esperando,
desta forma, ajudar quem agora se inicia neste ramo de actividade, ou quem apenas
deseja saber um pouco mais sobre sistemas termográficos.
Para o leitor, que agora começa a interessar-se pela termografia, ficam aqui os meus
apontamentos, recolhidos ao longo de várias décadas de investimento profissional e
pessoal na área. Espero que, no fim, o leitor entenda e, acima de tudo, ganhe gosto
por esta actividade que, apesar de quase invisível no nosso dia-a-dia, se revela de
grande importância no seu objectivo final: a nossa segurança.


Alberto Caramalho

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Índice I

Índice

Agradecimentos 3

25 Anos em Termografia 5

1. Introdução 5
1.1. Âmbito 6

2. Histórico 7
2.1. Avanços nos Sistemas de Termografia 10

3. Teoria dos Infravermelhos e da Termografia 15


3.1. Introdução 15
3.2. Princípios da Radiação Térmica 15
3.3. Espectro Electromagnético 16
3.3.1. Espectro Electromagnético - Tabela de Valores de Frequências 16
3.3.2. Espectro dos Infravermelhos 17
3.4. Radiação do Corpo Negro (Irradiador Ideal) 17
3.5. Lei de Planck 19
3.6. Lei de Deslocamento de Wien 20
3.7. Lei de Stefan – Boltzmann - (Josef Stefan, 1835 – 1893 /
Ludwig Boltzmann, 1844 – 1906) 21
3.8. Corpos Cinzentos ou Corpos Reais - Emissores Não Corpo Negro 21
3.9. Revestimento Absorvente Perfeito 24
3.10. Materiais Semitransparentes a Infravermelhos 25
3.11. Transmissão Espectral da Atmosfera 25
3.12. Bandas Espectrais onde Funcionam
os Actuais Sistemas de Termografia 26
3.13. Diferença entre Sistemas de Onda Média e de Onda Larga 27
3.14. Comportamento Espectral do Vidro 28
3.15. Classificação dos Sistemas de Termografia 28
3.15.1. Pontuais – Pirómetros de Infravermelhos 28
3.15.2. Lineares – Scanners de Linha 29
3.15.3. Superficiais – Câmaras Termográficas 29

4. Câmaras Termográficas 31
4.1. O que é uma Câmara Termográfica? 31
4.2. Sistemas para Formação de Imagem 32
4.2.1. Tipos de Refrigeração 32
4.3. Fórmula de Medição 33
4.4. Cuidados a ter com as Câmaras Termográficas 37
4.5. Evolução dos Sistemas de Termografia 37

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II Índice

5. Aplicações da Termografia 39

6. Vantagens em Fazer Termografia 51


6.1. Porquê utilizar a Termografia? 51
6.2. Mais-valias da Termografia: 51
6.3. Outras Vantagens em Fazer Termografia 52

7. Procedimentos em Inspecções de Termografia 53


7.1. Conhecimentos Básicos para a Realização da Inspecção 53
7.1.1. Valores de Temperaturas a conhecer 53
7.1.2. Temperatura Máxima Admissível (TMA) 53
7.1.3. Falhas nos Equipamentos Eléctricos e Mecânicos 54
7.1.4. Sobreaquecimento 55
7.1.5. Conhecimento dos Equipamentos a examinar 56
7.1.6. Grau de Intervenção 57
7.1.7. Variação da Temperatura com a Intensidade de Corrente 58
7.2. Preparação do Trabalho 58
7.3. Avaliação do Local onde se vai Desenrolar a Inspecção 59
7.3.1. Estado do local da inspecção 59
7.3.2. Quantidade de pessoas necessárias para a Inspecção 60
7.4. Fase de Inspecção 60
7.4.1. Execução da Inspecção 60
7.4.2. Reflexos 62
7.4.3. Identificação do Sobreaquecimento 67
7.5. Fase de Medição 67
7.5.1. Factores a considerar na Medição 67
7.5.2. Factores que afectam a Medição 68
7.5.3. Emissividade 69
7.5.4. Registo da Imagem Térmica do Equipamento com interesse 75
7.5.5. Medições em Instalações Localizadas ao Ar Livre 76
7.5.6. Presença de Vento 76
7.5.7. Chuva e Neve 77
7.6. Relatório Provisório 77
7.7. Relatório Final de Inspecção 77
7.8. Intervenção da Manutenção 80
7.9. Controlo dos Equipamentos Intervencionados 81

8. Inspector de Termografia 83
8.1. Requisitos e formação 83
8.2. Certificação 84
8.3. Regras Básicas de um Inspector de Termografia 85
8.4. Curiosidades 85

9. Periodicidade entre Inspecções 89

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Índice III

10. Exemplos 91
10.1. Resumo 91
10.2. Cabo Condutor 97
10.3. Barramento de Baixa Tensão 126
10.4. Régua de Bornes 140
10.5. Disjuntor de Baixa Tensão 153
10.6. Contactor de Baixa Tensão 173
10.7. Térmico 189
10.8. Fusível de Baixa Tensão 200
10.9. Interruptor - Telerruptor 231
10.10. Fichas e Pinças de Ligação 243
10.11. Transformador de Intensidade em Circuitos de Baixa Tensão 254
10.12. Condensadores 260
10.13. Transformador – Baixa Tensão 269
10.14. Electrónica – Correntes Fracas 277
10.15. Baterias de Corrente Contínua 294
10.16. Ligadores de Circuitos de Terras 300
10.17. Indução 308
10.18. Transformadores de Potência 316
10.19. Barramento de Média Tensão 340
10.20. Disjuntor de Média Tensão 346
10.21. Seccionador de Alta e Média Tensão 353
10.22. Fusível de Média Tensão 363
10.23. Transformadores de Medida – Média e Alta Tensão 367
10.24. Caixa Fim de Cabo de Alta e Média Tensão 375
10.25. Isolador de Média e Alta Tensão 381
10.26. Descarregador de Sobretensões – Pára-Raios 389
10.27. Linhas Aéreas 393
10.27.1. Linhas Aéreas de Baixa Tensão 408
10.28. Motores 411
10.29. Isolamento Térmico 425

Curiosidades – Imagens Térmicas Diferentes 443

Glossário 453

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IV Índice

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Introdução 5

1. Introdução

Sociedade, desenvolvimento, presente e futuro, estão cada vez mais dependentes


do consumo de energia em todas as suas vertentes e, em particular, do consumo de
energia eléctrica. Instalações paradas, mesmo que por pouco tempo, têm hoje em dia
custos elevados. Sendo assim, é de extrema importância a garantia da qualidade do
fornecimento de energia eléctrica aos consumidores, sejam eles primários, secundários
ou terciários.

25 Anos em Termografia é um livro técnico, com fortes ligações à área da manutenção


preventiva, nomeadamente nas inspecções aos equipamentos eléctricos, que foi, e
ainda é, a área onde a termografia é mais utilizada a nível mundial e é onde este livro
se vai focalizar, pois é nessa área que o autor se sente mais à vontade, devido aos
mais de 25 anos de experiência acumulada em inspecções nos mais variados tipos de
instalações, equipamentos e locais. É feita também uma ligeira abordagem a alguns
equipamentos mecânicos e ao isolamento térmico de edifícios.

Como sabemos, não podemos colocar as nossas mãos nos equipamentos que se encontrem
em laboração para sabermos se estão frios, quentes ou muito quentes, sejam eles eléctricos
ou não, e é aqui que a termografia se revela como uma ferramenta indispensável na área
da manutenção preventiva, pois os equipamentos são examinados nas suas condições
normais de serviço, sem necessidade de qualquer interrupção no seu funcionamento.

A termografia permite a medição à distância e sem contacto das temperaturas


superficiais dos objectos observados, bem como a visualização da distribuição dessas
temperaturas, ou seja, a forma em que elas se manifestam nesse objecto. Todos os
corpos acima do zero absoluto (- 273,15 ºC) emitem calor, que é constantemente
absorvido e reemitido por nós próprios e por tudo o que nos rodeia; termografia é o
termo usado para descrever o processo de tornar essas radiações térmicas visíveis e
susceptíveis de interpretação e utiliza a banda espectral dos infravermelhos. De uma
forma simplista, podemos dizer que a termografia é a técnica que estende a visão
humana através do espectro infravermelho.

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6 Introdução

Para termos uma ideia da realidade actual, seriam necessárias muitas, mas mesmo
muitas, folhas de papel A4, para colar os recortes de jornais que todos os dias por
esse mundo fora reportam situações de incêndios em edifícios e outras instalações,
com origem em curto-circuitos, provocados por sobreaquecimentos e, se a tudo
isto, somarmos as inúmeras notícias que aparecem nas rádios e televisões com o
mesmo tipo de incidentes? E a quantidade de incêndios e outras anomalias que não
são do conhecimento público, mas que acontecem não poucas vezes em todo o tipo de
instalações? Daí resultam, quase sempre, avultados prejuízos materiais e, em algumas
vezes, com repercussões físicas mais ou menos graves em vidas humanas, sendo que
também o próprio meio ambiente é prejudicado, já que em algumas situações são
libertados gases nocivos para a atmosfera, que vão piorar ainda mais o ar que todos
respiramos. Vamos então falar de uma técnica que pode ajudar a prevenir estas situações:
vamos falar de termografia e da sua importância na área da manutenção preventiva.

A utilização da termografia é muito vasta, desde a medicina, passando pelas


aplicações militares e meteorologia, até à manutenção preventiva em todas as áreas
de actividade industrial.

Um dos factores que mais influenciou o autor a escrever este livro foi a inexistência
no mercado de uma obra que abranja, de uma forma consistente, este tema, ou
seja, que foque não só o histórico e a teoria dos infravermelhos e da termografia,
como também as suas directas ligações aos aspectos práticos no campo de acção e
de intervenção. Foi este vazio em termos de documentação que mais sensibilizou
o autor a avançar com este projecto, que ao fim de mais de três anos de trabalho
viu agora o seu epílogo. Dos seus mais de vinte e cinco anos de actividade nesta
área, resultaram mais de 40.000 horas com câmaras termográficas aos ombros, em
que recolheu uma quantidade superior a 180.000 imagens térmicas e outras tantas
fotos dos mais distintos equipamentos e aparelhos existentes no mercado. As
imagens seleccionadas para este livro, foram retiradas de um álbum que o autor foi
construindo, dia após dia, ao longo destas duas dezenas e meia de anos.

1.1. Âmbito
Este livro é direccionado para aqueles que agora se iniciam na área de inspecções de
termografia, para todos os que, de uma maneira geral, estão ligados à manutenção,
chefes e executantes, directores fabris, responsáveis pela segurança de instalações,
empresas seguradoras. A sua leitura e consulta pode ser também uma mais-valia
para alunos de cursos técnicos e de escolas técnico profissionais, por exemplo nas áreas
de electricidade e de mecânica e, particularmente, para quem gosta de ler e tomar
conhecimento de coisas que desconheciam até agora, ou já tenham ouvido falar, ainda
que de uma forma ligeira. Não é de todo descabido o autor estar convencido que este livro
pode ajudar a que o nome da termografia seja efectivamente mais falado e divulgado
entre todas as áreas de actividade da nossa sociedade empresarial e, ao mesmo tempo,
levar à criação de um espaço onde esta técnica se encaixe e desenvolva com naturalidade,
como por exemplo, a sua integração como matéria escolar de disciplinas técnicas.

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Histórico 7

2. Histórico
1800 – Descoberta da Radiação Infravermelha


Sir William Herschel (1738 – 1832) ........

A descoberta da radiação infravermelha aconteceu por acaso no ano de 1800, por


Sir William Herschel, astrónomo real do Rei Jorge III de Inglaterra, já famoso na
altura por ter descoberto o planeta Urano quando procurava um filtro óptico para
reduzir o brilho da imagem do sol nos telescópios durante as observações solares.
Ao testar várias amostras de vidro de cor que permitiam reduções semelhantes do
brilho, ficou intrigado quando se apercebeu que algumas das amostras deixavam
passar muito pouco calor do sol, enquanto outras deixavam passar tanto calor que,
após alguns segundos de observação, os olhos corriam o risco de sofrerem lesões.
Herschel imediatamente se convenceu da necessidade de proceder a uma experiência
sistemática, com o objectivo de descobrir um único material que permitisse obter
a redução do brilho pretendida, bem como uma redução máxima do calor. Iniciou
então a sua experiência, repetindo a experiência de Newton sobre o prisma, tentando,
no entanto, estudar o efeito térmico em vez da distribuição visual da intensidade no
espectro. Começou por escurecer com tinta o bolbo de um termómetro de mercúrio
em vidro sensível e, utilizando-o como detector de radiações, procedeu ao teste do
efeito térmico das várias cores do espectro formado sobre a superfície de uma mesa,
fazendo passar a luz do sol através de um prisma de vidro. Outros termómetros,
colocados fora do alcance dos raios solares, serviram de controlo. À medida que
o termómetro escurecido era lentamente deslocado através das cores do espectro,
as leituras da temperatura registavam um aumento contínuo desde o violeta até
ao vermelho. Este resultado não era de todo inesperado, uma vez que o cientista

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8 Histórico

italiano Marsilio Landriani (1746 – 1815), durante uma experiência semelhante em


1777, já tinha observado mais ou menos o mesmo efeito. No entanto, foi Herschel o
primeiro a reconhecer que deveria existir um ponto onde o efeito térmico atingia um
valor máximo e que as medições limitadas à porção visível do espectro não tinham
conseguido localizar.

Ao mover o termómetro para a região escura, para além da extremidade vermelha do


espectro, Herschel teve a confirmação de que o calor continuava a aumentar. Quando
encontrou o ponto máximo, este encontrava-se muito para além da extremidade
vermelha – hoje conhecida por “comprimentos de onda infravermelhos”.
Quando Herschel revelou a sua descoberta, referiu-se a essa nova porção do espectro
electromagnético como “espectro termométrico”. Quando se referia à radiação
propriamente dita, utilizava por vezes a expressão “calor escuro” ou simplesmente
“os raios invisíveis”. Ironicamente e contrariamente à crença geral, não foi Herschel
quem deu origem ao termo “infravermelho”. Esta palavra só começou a aparecer
impressa cerca 75 anos mais tarde, não se sabendo ainda muito bem a quem pertence
o mérito da sua origem.

O facto de Herschel ter utilizado vidro no prisma da sua primeira experiência


envolveu-o em algumas controvérsias com os seus contemporâneos acerca da
existência real dos comprimentos de onda dos infravermelhos. Alguns cientistas,
na tentativa de comprovar a sua descoberta, utilizaram indiscriminadamente
vários tipos de vidro, com diferentes transparências nos infravermelhos. Através de
experiências posteriores, Herschel constatou as limitações na transparência do vidro
relativamente à recém-descoberta radiação térmica, vendo-se obrigado a concluir que
a óptica de infravermelhos estaria provavelmente condenada à utilização exclusiva
de elementos reflectores, ou seja, espelhos planos e curvos. Felizmente, isto apenas
foi verdade até 1830, ano em que o cientista italiano Macedónio Melloni (1798 – 1854)
fez a sua grande descoberta: o sal-gema de origem natural (NaCi) (disponível em
cristais naturais suficientemente grandes para serem transformados em lentes e
prismas) é invulgarmente transparente aos infravermelhos. Como resultado desta
descoberta, o sal-gema tornou-se no principal material óptico de infravermelhos e
assim se manteve durante os cem anos seguintes, até ser dominada a arte de criar
cristais sintéticos, nos anos 30 do século XX.
Os termómetros, enquanto detectores de radiações, mantiveram-se insubstituíveis
até 1829, ano em que Nobili inventou o par termoeléctrico (o termómetro utilizado
por Herschel permitia leituras até aos 0,2º C, ou 0,036 ºF e os modelos posteriores
permitiam efectuar uma leitura até aos 0,05 ºC, ou 0,09 ºF). Assistiu-se então a um
avanço notável, quando Melloni ligou vários pares termoeléctricos em série para
formar a primeira termopilha. O novo dispositivo era pelo menos 40 vezes mais
sensível que o melhor termómetro da altura para detecção da radiação térmica – capaz
de detectar o calor libertado pelo corpo de uma pessoa a uma distância de três metros.

A primeira imagem térmica tornou-se possível em 1840, resultado do trabalho


efectuado por Sir John Herschel, filho do descobridor dos infravermelhos e, também
ele, um astrónomo famoso na altura. Baseando-se na evaporação diferencial de
uma película fina de petróleo quando exposta a um padrão térmico incidindo nela,

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Histórico 9

era possível ver-se a imagem térmica através da luz reflectida onde os efeitos de
interferência da película de petróleo tornavam a imagem visível a olho nu. Sir John
conseguiu ainda obter um registo rudimentar da imagem térmica em papel, a que
chamou “termógrafo”.

O aperfeiçoamento do detector de infravermelhos progrediu lentamente. Outra


descoberta importante feita por Samuel P. Langley (1834 – 1906) em 1880, foi
a invenção do bolómetro. Este consistia numa tira fina e enegrecida de platina
ligada a um braço de um circuito de ponte de Wheatstone sobre o qual incidiam
as radiações infravermelhas e ao qual respondia um galvanómetro sensível. Diz-se
que este aparelho permitiu detectar o calor libertado pelo corpo de uma vaca que se
encontrava a uma distância de 400 metros.

Um cientista Inglês, Sir James Dewar, utilizou pela primeira vez gases liquefeitos
como agentes de refrigeração, tais como nitrogénio líquido com uma temperatura
de – 196 ºC (- 320,8 ºF)) em pesquisas a baixa temperatura. Em 1892, inventou um
contentor isolado por vácuo único, no qual é possível armazenar gases liquefeitos
durante dias seguidos. A vulgar “garrafa-termo”, utilizada para conservar bebidas
quentes e frias, baseia-se neste invento.

Entre 1900 e 1920, os inventores de todo o mundo “descobriram” os infravermelhos.


Foram emitidas muitas patentes para dispositivos de detecção de pessoas, artilharia,
aviões, barcos e até icebergues. O primeiro sistema operativo, no sentido actual
do termo, começou a ser desenvolvido durante a primeira guerra mundial (1914 –
1918), em que ambas as partes beligerantes possuíam programas de investigação
vocacionados para a exploração militar dos infravermelhos. Estes programas
incluíam sistemas experimentais para intrusão/detecção do inimigo, detecção de
temperatura à distância, comunicações seguras e orientação de “torpedos aéreos”.
Um sistema de procura por infravermelhos testado durante este período permitia
detectar um avião em aproximação a uma distância de 1,5 km (0,94 milhas) ou uma
pessoa a mais de 300 metros (984 pés).

Os sistemas mais sensíveis até essa altura baseavam-se todos em variantes da ideia do
bolómetro, mas o período entre as duas grandes guerras assistiu ao desenvolvimento
de dois novos e revolucionários detectores por infravermelhos: o conversor de
imagens e o detector de fotões. Inicialmente, o conversor de imagens recebeu maior
atenção por parte dos militares, dado que, pela primeira vez na história, permitia
que um observador visse literalmente no escuro. Porém, a sensibilidade do conversor
de imagens limitava-se aos comprimentos de onda próximos dos infravermelhos e
os alvos militares de maior importância (como por exemplo os soldados inimigos)
tinham de ser iluminados por feixes infravermelhos de detecção. Uma vez que isto
envolvia o risco de denunciar a posição do observador a um observador inimigo
com o mesmo equipamento, é compreensível que o interesse dos militares pelo
conversor de imagens tenha desvanecido. As desvantagens táctico-militares dos
chamados sistemas “activos” de formação de imagens térmicas (ou seja, equipados
com feixes de detecção) incentivaram, logo após a segunda guerra mundial
(1939 – 1945), programas militares secretos abrangentes de pesquisa de infravermelhos

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10 Histórico

para estudarem a possibilidade de desenvolverem sistemas “passivos” (sem feixes


de detecção) com base no extremamente sensível detector de fotões. Durante esse
período, as regras do sigilo militar proibiam terminantemente a divulgação do estado
de desenvolvimento da tecnologia da formação de imagens de infravermelhos. O
véu só começou a ser levantado em meados dos anos cinquenta do século XX e, a
partir daí, começaram finalmente a estar à disposição das comunidades industrial e
científicas civis, dispositivos apropriados de formação de imagens térmicas.

2.1. Avanços nos Sistemas de Termografia

Nos últimos 25 anos, assistimos a incríveis melhorias nos sistemas de termografia,


nomeadamente nos aspectos da qualidade, performance, durabilidade, dimensão,
peso e manuseamento. O primeiro sistema de termografia com que o autor trabalhou,
no ano de 1983, era composto por um monitor que era colocado à cintura através
de uns suspensórios e por uma câmara onde se fixava a lente, sendo este conjunto
segurado através de um punho. A bateria de alimentação andava a tiracolo e era
de dimensões um pouco avantajadas, pesando todo o sistema mais de seis quilos.
O detector de infravermelhos deste sistema necessitava ser arrefecido, sendo
utilizado azoto líquido (- 196 ºC) para esse efeito, o que obrigava a andar sempre
com um vasilhame cheio desse gás liquefeito, implicando isto constante cuidado
na forma em como era manuseado e transportado de um lado para o outro. As
imagens térmicas que proporcionava eram a preto e branco, em que as zonas mais
quentes manifestavam-se em tons esbranquiçados e as mais frias em tons mais
escuros (ver imagens térmicas abaixo). Para se obterem valores de temperaturas
era necessário recorrer a uma fórmula do fabricante, em que eram tomadas em
consideração a emissividade do objecto a medir, a distância entre a câmara e esse
objecto, temperatura ambiente, escala de temperaturas seleccionada e a quantidade
de isotérmicas obtidas no ponto mais quente da imagem. Estava então encontrado o
valor de temperatura máxima nesse objecto e, podem crer, com considerável grau de
precisão. Por exemplo, num dos muitos trabalhos efectuados com esse sistema, mais
precisamente à superfície exterior de uma chaminé de uma central termoeléctrica,
medimos num determinado ponto da zona mais quente da sua superfície exterior
85 ºC e, logo após esta medição, um funcionário dessa central com utilização de um
termómetro de contacto (utilizando a escada vertical de serviço) obteve 86 ºC no
mesmo ponto. Este é um dos muitos exemplos que poderiam atestar a boa precisão
de medida desse sistema de termografia, há vinte cinco anos atrás. Apresentam-se
abaixo algumas imagens térmicas (termogramas) obtidos com essa máquina, mais
precisamente um AGA 750 THERMOVISION:

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Histórico 11

Imagem térmica 2.1. Foto 2.1.1.

2.1. Disjuntor de 60 KV - Câmara de corte da fase esquerda com forte sobreaquecimento;


ligador da fase direita também com algum aquecimento (setas a vermelho).

2.1.1. Foto obtida após intervenção, que mostra o estado em que se encontrava a câmara de corte
esquerda (setas de cor vermelha) e uma das câmaras de corte em bom estado (setas de cor verde).

Imagem térmica 2.2. Foto 2.2.1.

2.2. Arco da fase esquerda, na saída de um pórtico de subestação, com muito forte sobreaquecimento
(seta de cor vermelha). As setas de cor amarela localizam os arcos das fases do meio e direita,
em bom estado. O arco apresenta-se muito quente em toda a sua extensão.

2.2.1. Localização do arco, no pórtico de saída da subestação.

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12 Histórico

Imagem térmica 2.3. Imagem térmica 2.4.

2.3. Pára-raios de 220 KV - Fase esquerda com forte sobreaquecimento (na imagem identificado com seta
de cor vermelha) e os das fases do meio e direita, em bom estado (setas de cor amarela).
Este pára-raios acabou por explodir no dia seguinte à sua detecção,
não tendo havido tempo para a sua substituição.

2.4. Pára-raios de 220 KV - Fases do meio e direita com sobreaquecimento


(identificados com setas de cor vermelha) e, a amarelo, o da fase esquerda
que se encontrava em bom estado, ou seja, à temperatura ambiente.

Imagem térmica 2.5. Imagem térmica 2.6.

2.5. Disjuntor de 220 KV – Câmara de corte da fase direita com forte sobreaquecimento,
com origem nos contactos superiores (seta de cor vermelha).
A amarelo, as fases esquerda e meio, que se encontravam em bom estado.

2.6. Seccionador de alta tensão – ligações nas tomadas de corrente com forte sobreaquecimento
(setas de cor vermelha) e a amarelo uma tomada de corrente em bom estado.

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Histórico 13

Os termogramas eram obtidos através de uma Polaroid, colocada no ecrã do monitor


e, como já foi referido, as imagens ficavam registadas a preto e branco. As fotos
eram recolhidas com uma máquina fotográfica, também Polaroid ou com utilização
de uma máquina de melhor qualidade, obrigando neste caso a idas constantes a
estúdios fotográficos para a sua revelação. O segundo “brinquedo” do autor era
também pesadinho, aproximadamente 6 quilos, mas era compacto e dava já os
valores de temperaturas directamente, armazenava as imagens térmicas em memória
digital, sendo arrefecido termo electricamente (-70 ºC), não sendo agora necessário
o indesejável recipiente com azoto líquido e era acompanhado por um software
para trabalhar as imagens térmicas. Tinha uma saída de vídeo que possibilitava a
gravação em VHS das imagens térmicas, em movimento ou não. Em simultâneo,
recorria a um outro sistema de termografia de marca AGEMA (agora FLIR), sendo
que a principal diferença localizava-se na forma como gravava as imagens térmicas,
que era em disquete.

Hoje em dia, existem no mercado sistemas de termografia com uma qualidade a


todos os títulos notável, quer em nitidez de imagem, quer em performance, quer nas
aplicações. O sistema com que o autor actualmente trabalha, da FLIR SYSTEMS, além
de pequeno e muito leve, possibilita a gravação de voz em cima de cada imagem
para a sua identificação, obtenção de foto digital através de uma pequena câmara no
seu interior e um sem número de funções que tornam este sistema numa máquina
muitíssimo boa para a execução de inspecções de termografia. É acompanhado
por um excelente software que permite trabalhar de uma forma muito profissional
as imagens térmicas e elaborar relatórios com todos os elementos necessários e
esteticamente muito bonitos.

Tive a sorte e o privilégio de trabalhar com distintos sistemas de termografia, uns


mais completos que outros e de acompanhar toda a sua evolução ao longo dos
referidos 25 anos.

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14 Histórico

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Teoria dos infravermelhos e da termografia 15

3. Teoria dos Infravermelhos


e da Termografia

3.1. Introdução

Existem outras formas de luz (ou radiação) que não podemos ver; o olho humano
só pode ver uma pequena parte do espectro electromagnético: num dos extremos
do espectro não podemos ver a luz ultravioleta e, no outro extremo, os nossos olhos
não podem ver os infravermelhos. As radiações infravermelhas encontram-se entre
as zonas visíveis e invisíveis do espectro electromagnético, a principal fonte de
radiação infravermelha é o calor ou radiação térmica e qualquer objecto que tenha
uma temperatura acima do zero absoluto (-273 ºC / 60 K), emite uma radiação na
zona dos infravermelhos; aqueles objectos que pensamos estarem muito frios, como
por exemplo cubos de gelo, também emitem radiação, os calores que sentimos do sol,
de um fogo ou de um radiador, também são infravermelhos. Ainda que os nossos
olhos não o vejam, os nervos da nossa pele podem sentir o calor; quanto mais quente
está o objecto, maior quantidade de radiação infravermelha ele emitirá.

3.2. Princípios da Radiação Térmica

Radiação Térmica é o processo pelo qual o calor é transferido de um corpo sem o


auxílio do meio interveniente e em função da sua temperatura. A radiação térmica
não necessita da existência de um meio interveniente e ocorre inteiramente no
vácuo, não havendo necessidade de um meio material para a colisão de partículas
ou transferência de massa. Isto deve-se ao facto de a radiação térmica se propagar
através de ondas electromagnéticas. A radiação térmica é um fenómeno ondulatório,
semelhante às ondas de rádio, raios-gama, raio-X, etc., diferindo apenas no
comprimento de onda. Este conjunto de fenómenos de diferentes comprimentos de
ondas é conhecido como espectro electromagnético (figura 3.3.0).

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16 Teoria dos infravermelhos e da termografia

3.3. Espectro Electromagnético

Figura 3.3.0. Espectro electromagnético

O espectro electromagnético é dividido arbitrariamente em diversas regiões de


comprimento de onda, designadas por bandas, distinguidas pelos métodos utilizados
para produzir e detectar a radiação; não existe nenhuma diferença fundamental
entre a radiação nas diferentes bandas do espectro electromagnético. Gerem-se todas
pelas mesmas leis e as únicas diferenças devem-se às diferenças no comprimento de
onda. A termografia utiliza a banda espectral dos infravermelhos: na extremidade da
onda curta, a fronteira situa-se no limite da percepção visual, na área a vermelho, na
extremidade de onda longa, funde-se com os comprimentos de onda das microondas
e radioeléctricas, em termos de milímetros, muito embora os comprimentos de onda
sejam fornecidos em µm (microns), são ainda frequentemente utilizadas outras
unidades para medir o comprimento de onda nesta região espectral, por exemplo o
nanómetro (nm) e o ÅngstrÖm (Å).

As relações entre as diferentes medições de comprimento de onda são as seguintes:

3.3.1. Espectro Electromagnético – Tabela de Valores de Frequências


Muito Baixa Frequência < 30 KHZ
Baixa Frequência 30 KHZ – 650 KHZ
Média Frequência 650 KHZ – 1700 KHZ
Onda Curta 1,7 MHZ – 30 MHZ
Muito Alta Frequência 30 MHZ – 300 MHZ
Ultra Alta Frequência 300 MHZ – 3000 MHZ
Micro Ondas 3 GHZ – 300 GHZ

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Teoria dos infravermelhos e da termografia 17

FIR (Far Infrared) 300 GHZ – 6 THZ


INFRAVERMELHOS MIR (Médium Infrared) 6 THZ – 120 THZ
NIR ( Near Infrared) 120 THZ – 384 THZ
Luz Visível 384 THZ – 789 THZ
Ultra Violeta 789 THZ – 30 PHZ
Raios X 30 PHZ – 30 EHZ
Raios Gama > 30 EHZ

Radiação não ionizante até à luz visível


Radiação ionizante desde os ultra violeta aos raios gama

3.3.2. Espectro dos Infravermelhos

IR = Infrared

A banda dos infravermelhos é frequentemente subdividida em quatro bandas mais


pequenas, cujos limites são também escolhidos de forma arbitrária e incluem: a
próxima de infravermelhos (0,75 – 3 µm); a média de infravermelhos (3 – 6 µm); a
afastada de infravermelhos (6 – 15 µm), e a extrema de infravermelhos (15 – 100 µm).

3.4. Radiação do Corpo Negro (Irradiador Ideal)

Um corpo negro consiste num objecto que absorve toda a radiação de que é alvo,
em qualquer comprimento de onda. A aparente utilização imprópria de negro para
um objecto que emite radiação é explicada pela Lei de Kirchhoff (Gustav Robert
Kirchhoff – 1824 – 1887), que determina que um corpo capaz de absorver toda a
radiação em qualquer comprimento de onda é igualmente capaz na emissão de
radiações.

A construção de uma fonte de corpo negro é, em princípio, muito simples.


As características de radiação de uma abertura numa cavidade isotérmica, feita de

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18 Teoria dos infravermelhos e da termografia

um material absorvente opaco, representam quase exactamente as propriedades


de um corpo negro. Uma aplicação prática do princípio para a construção de um
absorvente perfeito de radiação consiste numa caixa que é impermeável à luz,
excepto numa abertura que existe num dos lados. Qualquer radiação que entre pelo
orifício é dispersa e absorvida por reflexões repetidas e, assim, apenas uma fracção
infinitesimal pode, eventualmente, escapar. A escuridão conseguida na abertura é
quase igual à de um corpo negro e quase perfeita para todos os comprimentos de onda:

Figura 3.4.1. Exemplo de um corpo negro

Instalando um elemento de aquecimento adequado a tal cavidade isotérmica,


consegue-se o que é designado por radiador de cavidade. Uma cavidade isotérmica
aquecida a uma temperatura uniforme gera radiação de corpo negro, cujas
características são determinadas exclusivamente pela temperatura da cavidade.
Estes radiadores de cavidade são, normalmente utilizados como fontes de radiação
em padrões de referência de temperatura em laboratório para calibrar instrumentos
termográficos, tais como as câmaras da FLIR SYSTEMS, por exemplo.

Caso a temperatura de radiação do corpo negro aumente para um valor superior a


525 ºC (977 ºF), a fonte começa a tornar-se visível, de forma que, a olho nu, deixa de
parecer negro. Esta é a temperatura de aquecimento vermelho incipiente do radiador,
que depois se transforma em laranja ou amarelo à medida que a temperatura aumenta.
De facto, a definição da designada temperatura de cor de um objecto é a temperatura
à qual um corpo negro teria de ser aquecido para conseguir a mesma aparência.

Tomemos agora em consideração três expressões que descrevem a radiação emitida por
um corpo negro: lei de Planck; lei do deslocamento de Wien; lei de Stefan-Boltzmann.

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Teoria dos infravermelhos e da termografia 19

3.5. Lei de Planck

Max Planck (1858 – 1947) conseguiu descrever a distribuição espectral da radiação


emitida por um corpo negro através da seguinte fórmula:

Em que:

O factor 10-6 é utilizado, uma vez que a emitância espectral nas curvas é expressa em
Watt/m²m. Caso o factor seja excluído, a dimensão será Watt/m²µm.

A fórmula de Planck, quando representada graficamente para várias temperaturas,


produz uma família de curvas. Seguindo qualquer curva Planck específica, a
emitância espectral é de zero a λ = 0, depois aumenta rapidamente para uma máxima
a um comprimento de onda λ máx. e depois de o ultrapassar, aproxima-se novamente
do zero a comprimentos de onda muito longos (Figura 3.5.1). Quanto mais elevada
for a temperatura, mais curto o comprimento de onda ao qual a máxima é registada.

Figura 3.5.1. Emitância radiante espectral do corpo negro segundo a lei de Planck,
representada graficamente para várias temperaturas absolutas.

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20 Teoria dos infravermelhos e da termografia

3.6. Lei de Deslocamento de Wien

Ao diferenciar a fórmula de Planck no que respeita a λ, e descobrindo a máxima,


temos:

Esta é a fórmula de Wien (Wilhelm Wien - 1864 – 1928), que exprime matematicamente
a observação comum de que as cores variam de vermelho até laranja ou amarelo à
medida que a temperatura de um radiador térmico aumenta. O comprimento de onda
da cor é o mesmo que o calculado para λ máx. É conseguida uma boa aproximação
ao valor de λ máx. para uma determinada temperatura de corpo negro se aplicar a
regra do polegar 3 000/T µm. Assim, uma estrela tão quente como a Sírio (11 000 K),
que emite uma luz branca-azulada, irradia com o pico de emitância radiante espectral
que ocorre dentro do espectro ultravioleta invisível, a um comprimento de onda de
0,27 µm. O Sol (aproximadamente 6 000 K) emite luz amarela, regista o pico a cerca
de 0,5 µm no centro do espectro de luz visível.
A uma temperatura ambiente (300 K) o pico de emitância radiante regista-se a 9,7 µm,
na banda afastada de infravermelhos, enquanto que, à temperatura do nitrogénio
líquido (77 K), a máxima da quase insignificante quantidade de emitância radiante
regista-se a 38 µm, nos comprimentos de onda extremos de infravermelhos.

Curvas de Planck registadas


graficamente em escalas semi-log
de 100 K a 1000 K. A linha pontilhada
representa o lugar geométrico da
emitância radiante máxima a cada
temperatura, conforme descrito na
lei do deslocamento de Wien.

1. Emitância radiante espectral


(W/cm²(µm))
2. Comprimento de onda (µm)

Figura 3.6.1. Curvas de Planck

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Teoria dos infravermelhos e da termografia 21

3.7. Lei de Stefan – Boltzmann


- (Josef Stefan, 1835 – 1893 /
Ludwig Boltzmann, 1844 – 1906)

Ao integrar a fórmula de Planck de λ = 0 a λ = ∞ , obtemos a emitância radiante total


(Wb) de um corpo negro:

Esta é a fórmula de Stefan-Boltzmann, que determina que a energia emissiva total de


um corpo negro é proporcional à quarta potência da sua temperatura absoluta (T).
Graficamente, Wb representa a área abaixo da curva de Planck para uma temperatura
específica. Pode ser demonstrado que a emitância radiante no intervalo λ = 0 a λ máx
é apenas 25% do total, o que representa, aproximadamente, a quantidade de radiação
do sol que é registada dentro do espectro de luz visível.
Utilizando a fórmula Stefan-Boltzmann para calcular a energia irradiada pelo
corpo humano, a uma temperatura de 300 K e numa área de superfície externa
de aproximadamente 2 m², obtemos 1 KW. Esta perda de energia não poderia ser
suportada se não fosse a absorção de radiação de compensação das superfícies
adjacentes, a temperaturas ambiente que não variam drasticamente da temperatura
do corpo ou, naturalmente, tendo em conta o vestuário.

3.8. Corpos Cinzentos ou Corpos Reais -


Emissores Não Corpo Negro

Até agora, apenas foram considerados os radiadores e a radiação de corpo negro. No


entanto, os objectos reais quase nunca estão em conformidade com estas leis numa
região de comprimento de onda alargada, muito embora possam apresentar um
comportamento próximo do corpo negro em determinados intervalos espectrais.

Em física, um corpo é considerado negro quando absorve toda a energia que nele
incide. Na realidade isto quase nunca acontece. Podem ocorrer três processos que
evitam que um objecto real se comporte como um corpo negro: pode ser absorvida
uma fracção da radiação incidente (α), pode ser reflectida uma fracção (ρ) e pode
ser transmitida uma fracção (τ). Estas quantidades de energia variam em maior ou
menor percentagem dependentemente das características do corpo.
Uma vez que todos estes factores são mais ou menos dependentes do comprimento
de onda, o índice λ é utilizado para representar a dependência espectral das suas
definições. Assim:

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22 Teoria dos infravermelhos e da termografia

A absorção espectral αλ = à relação da energia radiante espectral absorvida por um


objecto com a que incide sobre si.
A reflexão espectral ρλ = à relação da energia radiante espectral reflectida por um
objecto com a que incide sobre si.
A transmissão espectral τλ = à relação da energia radiante espectral transmitida
através de um objecto com a que incide sobre si.

É de notar que estamos a falar dos três destinos possíveis da energia incidente sobre
um objecto real. Desta forma, a soma destes três factores é sempre igual a 1 para
qualquer comprimento de onda. Resumindo, temos então a seguinte relação:
αλ + ρλ + τλ = 1
Segundo a lei de Kirchhoff, para qualquer material, a emissividade espectral e a
absorção espectral de um corpo são iguais em quaisquer temperaturas e comprimentos
de onda especificados, ou seja:
ελ = αλ donde:
ελ + ρλ + τλ = 1

Figura 3.8.1. Relação entre energia absorvida, transmitida e reflectida.

Para materiais opacos, τλ = 0, a relação simplifica-se para: αλ + ρλ = 1


(Uma vez que, como o corpo é opaco, o coeficiente de transmissão é igual a zero, τλ = 0,
isto significa que nenhuma parte de energia incidente passa através dele).
Outro factor, designado por emissividade, é necessário para descrever a fracção ε da
emitância radiante de um corpo negro produzida por um objecto a uma temperatura
específica. Deste modo, temos a seguinte definição:

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Teoria dos infravermelhos e da termografia 23

Emissividade espectral ελ = à relação de energia radiante espectral de um objecto


com a de um corpo negro à mesma temperatura e no mesmo comprimento de onda.
Expresso em termos matemáticos, isto pode ser escrito como a relação da emitância
espectral do objecto com a de um corpo negro da seguinte forma:

Em termos gerais, existem três tipos de fontes de radiação, que se distinguem pelas
formas como a emitância espectral de cada uma varia com o comprimento de onda.

• Um corpo negro, para o qual ελ = ε = 1;


• Um corpo cinzento, para o qual ελ = ε = constante inferior a 1;
• Um radiador selectivo, para o qual ε varia com o comprimento de onda.

Segundo a lei de Kirchhoff, para qualquer material, a emissividade espectral e a


absorção espectral de um corpo são iguais em quaisquer temperaturas e comprimentos
de onda especificados. Ou seja:
ελ = αλ

A partir disto obtemos, para um material opaco (visto que αλ + ρλ = 1):


ελ + ρλ = 1

Para materiais extremamente polidos ελ aproxima-se de zero, de forma que para um


material perfeitamente reflector (ou seja, um espelho perfeito), temos:
ρλ = 1

Para um radiador de corpo cinzento, a fórmula de Stefann-Boltzmann transforma-se em:

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24 Teoria dos infravermelhos e da termografia

Isto determina que a energia emissiva total de um corpo cinzento é a mesma de


um corpo negro à mesma temperatura reduzida proporcionalmente ao valor de ε do
corpo cinzento.

Figura 3.8.2. Emitância radiante espectral Figura 3.8.3. Emissividade espectral de três
de três tipos de radiadores. tipos de radiadores.

1: Emitância radiante espectral 1: Emissividade espectral


2: Comprimento de onda 2: Comprimento de onda
3: Corpo negro 3: Corpo negro
4: Radiador selectivo 4: Corpo cinzento
5: Corpo cinzento 5: Radiador selectivo

3.9. Revestimento Absorvente Perfeito

É possível, graças a certos tratamentos de superfície e pinturas, a obtenção, a partir


de um objecto qualquer, de uma muito boa aproximação ao radiador perfeito:

α=ε
Absorção = Emissão

Figura 3.9.1. Exemplo de aproximação a um revestimento absorvente perfeito.

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Teoria dos infravermelhos e da termografia 25

3.10. Materiais Semitransparentes a Infravermelhos

Consideremos um corpo semitransparente, não metálico, por exemplo, na forma de


uma placa espessa e plana de material plástico. Quando a placa é aquecida, a radiação
gerada no seu volume deve expandir-se até às superfícies através do material em
que é parcialmente absorvida. Além disso, quando chega à superfície, alguma dessa
radiação é reflectida novamente para o interior. A radiação reflectida em retorno é,
de novo, parcialmente absorvida, mas parte chega à outra superfície, através da qual
a grande maioria da radiação escapa e parte é novamente reflectida. Muito embora
as reflexões progressivas se tornem cada vez mais fracas, devem ser todas somadas
quando é calculada a emitância total da placa. Quando a série geométrica resultante é
somada, a emissividade efectiva de uma placa semitransparente é obtida da seguinte
fórmula:

Quando a placa se torna opaca, esta fórmula fica reduzida à fórmula única:
ελ = 1 - ρλ

Esta última relação é particularmente conveniente, pois é muitas vezes mais fácil
medir a reflexão do que medir directamente a emissividade.

3.11. Transmissão Espectral da Atmosfera

A atmosfera é bem transparente para o espectro da luz visível, o mesmo não


se passando com a radiação infravermelha. Em grande parte das aplicações da
termografia, a radiação a medir, tem que atravessar a atmosfera até chegar ao
equipamento com o sensor de infravermelhos. Ora, a atmosfera não tem um
comportamento transparente a esta radiação, tendo isso sim, umas características
de transmissão que dependem, entre outros factores, do comprimento de onda.
Esta absorção é produzida principalmente pelo oxigénio, pelo dióxido de carbono e
pelo vapor de água que existem na atmosfera. Estas diferentes absorções formam o
espectro de transmissão da atmosfera.

São duas as regiões do infravermelho médio ou térmico, em que a transmissão é


mais elevada, ou seja, a zona entre os 3 e 5 µm e, a zona entre os 8 e 13 µm. Ver figura
3.11.1.

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26 Teoria dos infravermelhos e da termografia

Figura 3.11.1. Transmissão espectral da atmosfera.

3.12. Bandas Espectrais onde Funcionam


os Actuais Sistemas de Termografia

Devido a constantes melhoramentos e avanços nesta tecnologia, hoje em dia são três
e não duas como há uns anos atrás, as bandas espectrais para as quais os detectores
dos sistemas de termografia são fabricados para captarem a radiação infravermelha,
sendo que, a que era considerada SW, passa agora a MW (Figura 3.12.1):

Existem algumas diferenças entre si, no que a aplicações diz respeito, por exemplo:
Onda Curta (SW): Muito bom em trabalhos de investigação, restauro de peças de
arte, aplicações militares, etc.
Onda Média (MW): muito bom para se inspeccionarem equipamentos através de
vidros e acrílicos.
Onda Larga (LW): muito bom para se examinarem equipamentos no exterior
de instalações com presença do sol, ou seja, em zonas expostas a reflexos solares
(Figura 3.13.2).

Além dos três grupos principais de detectores, existem subgrupos BB (1,5 a 5,0 µm),
MBB (2,5 a 5,0 µm) e, LWIR (7 a 14 µm).
As câmaras utilizadas em aplicações industriais possuem geralmente detectores de
3,5 a 5,0 µm, e 7,5 a 14 µm (ou 13,0 µm, conforme o fabricante), sendo que os outros
detectores são utilizados em aplicações muito especiais, tanto militares como em
investigação.

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Teoria dos infravermelhos e da termografia 27

Figura 3.12.1. Bandas espectrais de funcionamento dos detectores.

3.13. Diferença entre Sistemas de Onda Média


e de Onda Larga

Trabalhei com ambos os sistemas e, com qualquer um deles, se pode trabalhar com
garantias de grande qualidade, tanto em instalações interiores como exteriores, sendo
que os de onda larga eliminam melhor os reflexos solares. Isto é importante para a
examinação, por exemplo, de linhas aéreas de transporte e distribuição de energia
eléctrica e de subestações localizadas ao ar livre.

Subestação examinada sob presença de sol, em que se constata que o sistema de


onda larga proporciona melhor imagem que o de onda média, ou seja, os reflexos
solares são minimizados.

Onda Média (MW) Onda Larga (LW)

Figuras 3.13.1. e 3.13.2. Termogramas obtidos com sistemas de onda média e onda larga
respectivamente.

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28 Teoria dos infravermelhos e da termografia

3.14. Comportamento Espectral do Vidro

O gráfico abaixo mostra-nos o comportamento espectral do vidro, em função do


comprimento de onda dos sistemas de termografia utilizados, com utilização de
filtros para o efeito. A transmissão espectral através do vidro é superior na banda
dos 3-5 µm, ou seja, com utilização de um sistema de termografia SW (hoje MW), os
resultados obtidos serão bem melhores que um sistema LW.

Figura 3.14.1. Comportamento espectral do vidro.

3.15. Classificação dos Sistemas de Termografia


3.15.1. Pontuais – Pirómetros de Infravermelhos
• Sistema que permite a medição da temperatura de um ponto ou zona de
um corpo, sem estar em contacto com ele. A sua precisão depende muito da
resolução da óptica do equipamento, do diâmetro da área a medir, e da distância
a que se realiza a medida;
• Equipamentos fixos e portáteis.

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Teoria dos infravermelhos e da termografia 29

3.15.2. Lineares – Scanners de linha


• Permitem a obtenção de perfis de temperatura e a obtenção de mapas térmicos;
• Muito utilizados, por exemplo, em fornos rotativos para acompanhamento do
estado do isolamento térmico.

3.15.3. Superficiais – Câmaras termográficas


• Sistemas de formação de imagens térmicas, que permitem a visualização da
distribuição e quantificação de temperaturas em tempo real, na superfície dos
objectos observados;
• Aplicações muito vastas.

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30 Teoria dos infravermelhos e da termografia

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Câmaras Termográficas 31

4. Câmaras Termográficas

4.1. O que é uma Câmara Termográfica?

Uma câmara termográfica mede e reproduz em imagens a radiação de infravermelhos


emitida por um objecto. O facto de a radiação resultar da temperatura da superfície
do objecto, possibilita que a câmara calcule e mostre essa temperatura. As câmaras
actuais são muito fáceis de utilizar. Funcionam com alguns botões que se encontram
convenientemente dispostos, permitindo controlar as principais funções apenas com
as pontas dos dedos. A existência de um sistema de menus incorporados também
possibilita o fácil acesso a um software de câmara avançado, de fácil utilização, para
uma funcionalidade acrescida.

Para analisar dados sobre o objecto analisado, é possível capturar e armazenar


imagens em memória interna da câmara e/ou em cartão de memória. As imagens
podem ser analisadas quer no campo, através da utilização das funções de medição
em tempo real incorporadas na câmara, quer num PC, utilizando um software para
o efeito.
Estas câmaras, além da lente de infravermelhos (com possibilidade de utilização desde
uma grande angular até à teleobjectiva de 7º), incluem também, GPS, um ponteiro
laser, viewfinder, LCD policromático, lente de câmara fotográfica digital, sistema
bluetooth para colocação de voz em cima da imagem e baterias de alimentação.

A figura seguinte mostra, de uma forma simples, como o objecto de interesse aparece
na câmara de infravermelhos, ou seja, no sistema de termografia, neste caso, da FLIR
SYSTEMS. A energia infravermelha (A) proveniente de um objecto é focada por um
conjunto de lentes (B) sobre um detector de infravermelhos (C). O detector envia
a informação à electrónica do sensor (D) para processar a imagem. A electrónica
converte os dados provenientes do detector em uma imagem (E) que pode ser vista no
visor integrado num monitor de vídeo standard ou num monitor de cristais líquidos.

Figura 4.1.1. Funcionamento de uma câmara termográfica.

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32 Câmaras Termográficas

As câmaras termográficas proporcionam imagens térmicas em tons de cinzento ou


através de escalas de cores.
Permitem que se efectuem medidas e/ou a análise pormenorizada da própria
imagem observada.

4.2. Sistemas para Formação de Imagem

Existem dois tipos de sistemas para a formação de imagem:

Sistema FPA (Focal Plane Array)

Sistema de varrimento

Formação de imagem
Sistema de Varrimento Sistema FPA (Focal Plane Array)
A imagem é formada ponto a ponto, Possui um grande número de sensores
através de um conjunto de espelhos que captam todos os pontos
giratórios. da imagem.
Tempo de integração de 5 µs Tempo de integração de 15 ms
O varrimento óptico implica uma grande Os sistemas electrónicos substituem
complexidade mecânica os sistemas mecânicos.
Sensores do tipo MCT (mercúrio/ Composição típica dos sensores: Ptsi
cádmio/telúrio)

Algumas câmaras termográficas utilizam sistema de refrigeração com o objectivo de


aumentar a sensibilidade do sensor e minimizar a emissão do sensor.

4.2.1. Tipos de Refrigeração:


• Azoto líquido (- 196 ºC) – Método em desuso
• Termoeléctrico (- 70 ºC) – por efeito de Peltier
• Ciclo de Stirling fechado (- 196 ºC)

Outros tipos de sensores de elevada sensibilidade são os Microbolómetros (não


refrigerados e os QWIP (Quantum Well Infrared Photodetector).

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Câmaras Termográficas 33

4.3. Fórmula de Medição

Ao visualizar um objecto, a câmara recebe radiações emitidas não só pelo próprio


objecto, mas também pelo meio adjacente, reflectidas pela superfície do objecto. Ambas
as radiações são, em parte, atenuadas pela atmosfera na trajectória da medição. A estas,
junta-se uma terceira contribuição de radiações emitidas pela própria atmosfera.
Esta descrição da situação de medição, conforme ilustrado na figura 4.3.1 é,
até agora, uma descrição fiel das condições reais. É possível que tenha sido
negligenciada, por exemplo, a difusão da luz do sol na atmosfera ou a radiação
difusa proveniente de fontes de radiação intensa, fora do campo de visão. É difícil
quantificar essas perturbações. Porém, na maioria dos casos a sua quantidade é,
felizmente, suficientemente reduzida, a ponto de as tornar negligenciáveis. No caso
de não o serem, a configuração da medição poderá ser de tal ordem que o risco de
perturbações torna-se óbvio, pelo menos aos olhos de um inspector de termografia
experiente. É, pois, da responsabilidade do inspector alterar a situação da medição
com vista a evitar quaisquer perturbações, modificando, por exemplo, a direcção da
visão, protegendo a câmara contra fontes de radiação intensa, etc.

Aceitando a descrição anterior, pode utilizar-se a figura abaixo com vista a obter uma
fórmula para calcular a temperatura do objecto a partir da saída da câmara calibrada.

Figura 4.3.1. Representação esquemática da situação da medição termográfica geral

1: Meio adjacente; 2: Objecto; 3: Atmosfera; 4: Câmara

Supondo que a potência da radiação recebida W da fonte de temperatura de um


corpo negro Tfonte a uma distância curta gera um sinal de saída da câmara Ufonte
proporcional à entrada da potência (câmara linear de potência), podemos então
escrever (equação 1):
Ufonte = CW (Tfonte) ou, com representação simplificada: Ufonte = CWfonte
em que C é uma constante.

Se a fonte for um corpo cinzento com emitância ε, consequentemente, a radiação


recebida será εWfonte.

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34 Câmaras Termográficas

Estão encontrados os três termos de potência da radiação recolhidos, e que são:

1. Emissão a partir do objecto = ετWobj, sendo ε a emitância do objecto e τ a


transmitância da atmosfera. A temperatura do objecto é Tobj.

2. Emissão reflectida a partir das fontes ambientais = (1 – ε) τWrefl., sendo (1 – ε) a


reflexão do objecto. As fontes ambientais têm a temperatura Trefl.

Foi assumido que a Trefl é idêntica para todas as superfícies emissoras incluídas
no hemisfério, visto a partir de um ponto na superfície do objecto. Evidentemente,
esta é por vezes uma forma de simplificar a situação real. Trata-se, porém, de uma
simplificação necessária para se obter uma fórmula exequível e poder ser atribuído
pelo menos, teoricamente um valor a Trefl que represente uma temperatura eficaz
relativa a um meio adjacente complexo.

De notar ainda que partimos do princípio de que a emitância para o meio adjacente
é = 1. Isto está correcto de acordo com a lei de Kirchhoff: todas as radiações que
afectem as superfícies adjacentes serão, eventualmente, absorvidas pelas mesmas
superfícies. Assim, a emitância é = 1. (de notar, no entanto, que a discussão
anterior requer que se tome em consideração a esfera completa à volta do objecto).

3. Emissão a partir da atmosfera = (1-τ) τWatm. sendo (1 – τ) a emitância da atmosfera.


A temperatura da atmosfera é Tatm.

A potência total da radiação recebida pode agora ser formulada (equação 2):
Wtot = ετWobj + (1 – ε) τWrefl + (1 – τ ) Watm

Multiplica-se cada termo pela constante C da equação 1 e substitui-se os produtos CW


pelo U correspondente, de acordo com a mesma equação, obtendo-se (equação 3):
Utot = ετUobj + (1 – ε) τUrefl + (1 – τ) Uatm

Resolver a equação 3 para Uobj (equação 4) :

Esta é a fórmula de medição geral utilizada em todos os equipamentos termográficos


de uma das marcas mais conhecidas, fiáveis e comercializadas, a FLIR Systems.
As tensões da fórmula são:

Tensão de saída calculada da câmara para um corpo negro de temperatura


U obj Tobj, ou seja, uma tensão que pode ser directamente convertida em
temperatura real requerida do objecto.
U tot Tensão de saída medida da câmara para o caso real.
Tensão de saída teórica da câmara para um corpo negro de temperatura
U refl
Trefl de acordo com a calibragem.
Tensão de saída teórica da câmara para um corpo negro de temperatura
U atm
Tatm de acordo com a calibragem.

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Câmaras Termográficas 35

O inspector terá de fornecer um número de valores de parâmetros para o cálculo:

• Emitância do objecto ε;
• Humidade relativa;
• Distância ao objecto (Dobj);
• Temperatura (efectiva) do meio adjacente ao objecto, ou a temperatura ambiente
reflectida Trefl;
• Temperatura da atmosfera Tatm.

Esta tarefa pode, por vezes, tornar-se num “fardo” pesado para o inspector, uma
vez que não existem formas simples de encontrar valores precisos de emitância e
de transmitância atmosférica para o caso real. As duas temperaturas deixam de
constituir um problema, desde que o meio adjacente não contenha fontes de radiação
intensa e vasta.
Uma pergunta pertinente relacionada com esta situação é a seguinte: qual a
importância de se conhecerem os valores correctos destes parâmetros? Pode ser
importante ficar já com uma perspectiva do problema, analisando vários casos de
medição e comparando as magnitudes relativas dos três termos de radiação. Isto
dará indicações sobre quando é importante utilizar os valores correctos e de que
parâmetros.
As figuras abaixo ilustram as magnitudes relativas das três contribuições de radiação
para três temperaturas de objecto diferentes, duas emitâncias e duas amplitudes
espectrais: SW e LW. Os parâmetros restantes possuem os seguintes valores fixos:

τ = 0,88
Trefl = + 20 ºC (+ 68 ºF)
Tatm = + 20 ºC (+ 68 ºF)

É óbvio que a medição de temperaturas de objecto baixas é mais crítica do que a


medição de temperaturas altas, uma vez que as fontes de radiação “perturbadoras”
são relativamente mais fortes no primeiro caso. Se a emitância do objecto também
fosse baixa, a situação tornar-se-ia ainda mais difícil.

Finalmente, é necessário responder à questão acerca da importância de poder


utilizar-se a curva de calibragem acima do ponto de calibragem mais elevado, o que
se designa de extrapolação. Imaginemos que, num determinado caso, medimos Utot
= 4,5 Volts. O ponto de calibragem mais elevado da câmara era da ordem dos 4,1
Volts, um valor que o inspector desconhecia. Assim, mesmo que o objecto fosse um
corpo negro, ou seja, Uobj = Utot, estamos a efectuar a extrapolação da curva de
calibragem quando convertemos os 4,5 Volts em temperatura.

Agora, suponhamos que o objecto não é negro, possui uma emitância de 0,75
e a transmitância é de 0,92. Suponhamos, ainda, que os dois segundos termos da
equação 4, juntos, equivalem a 0,5 Volts. Então, o cálculo de Uobj através da equação
4 resulta em Uobj = 4,5/0,75/0,92–0,5 = 6,0. Esta é uma extrapolação algo exagerada,
particularmente se considerarmos que o amplificador do vídeo pode limitar a saída a
5 Volts! De notar que a aplicação da curva de calibragem é um procedimento teórico

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36 Câmaras Termográficas

onde não existem quaisquer limitações electrónicas ou outras. Considerando que, se


não tivessem havido quaisquer limitações de sinal na câmara e se esta tivesse sido
calibrada muito para além dos 5 Volts, a curva resultante seria bastante semelhante
à nossa curva real extrapolada para além dos 4,1 Volts, desde que o algoritmo de
calibragem se baseasse na física de radiação, como o algoritmo da FLIR SYSTEMS.
É evidente que deve existir um limite para estas extrapolações.

Figura 4.3.2. Magnitudes relativas das fontes de radiação


em condições de medição variáveis (câmara de SW)
1: Temperatura do objecto; 2: Emitância ;
Obj: Radiação do objecto; Refl: Radiação reflectida; Atm: Radiação atmosférica.
Parâmetros fixos :τ = 0,88 ; Trefl = 20 ºC (+68 ºF) ; Tatm = 20 ºC (+68 ºF)

Figura 4.3.3. Magnitudes relativas das fontes de radiação


em condições de medição variáveis (câmara de LW)
1: Temperatura do objecto; 2: Emitância ;
Obj: Radiação do objecto; Refl: Radiação reflectida; Atm: Radiação atmosférica.
Parâmetros fixos: τ = 0,88; Trefl = 20 ºC (+68 ºF); Tatm = 20 ºC (+68 ºF)

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Câmaras Termográficas 37

4.4. Cuidados a ter com as Câmaras Termográficas

• Não apontar a lente para fontes de radiação muito fortes, por exemplo, o sol;
• Ensaios sob chuva não muito intensa podem ser realizados, ainda que com
atenção redobrada, devendo a câmara ser protegida, por exemplo, com um saco
plástico de polietileno transparente. A correcção de atenuação causada pelo
saco de plástico pode ser efectuada ajustando a distância até ao objecto, até que
a leitura da temperatura seja a mesma que a obtida sem a cobertura de plástico;
• Quando passamos de uma inspecção no exterior com uma temperatura baixa
para o interior de uma outra, devemos aguardar algum tempo. Para se medir
correctamente, deve-se aguardar que a câmara aqueça o suficiente para que a
condensação se evapore. Isto permite também que o sistema de compensação
de temperatura interna se ajuste à alteração das condições;
• A limpeza da câmara e da própria lente deve-se fazer em conformidade com
as instruções do fabricante, sendo que, com a lente, se devem ter especiais
cuidados.

4.5. Evolução dos Sistemas de Termografia

Como foi referido no capítulo “Histórico”, trabalhei com distintas câmaras termográficas
de vários fabricantes, mas foi a FLIR SYSTEMS a que mais me impressionou, devido à
elevada qualidade e durabilidade dos seus sistemas. A sua evolução:

1965 - Primeiro sistema de imagens térmicas para manutenção condicional (Modelo 650).
1973 - Primeiro scanner de infravermelhos portátil com bateria para manutenção
condicional de aplicações industriais (Modelo 750).
1975 - Primeiro sistema compatível com TV (Modelo 525).
1978 - Primeiro sistema de exploração de comprimento de onda dual capaz de fazer
a gravação analógica em tempo real de fenómenos térmicos (Modelo 780).
Agente no crescimento do mercado de Pesquisa e desenvolvimento.
1983 - Primeiro sistema de medição e reprodução de imagens térmicas com medição
de temperatura visual em ecrã.
1986 - Primeiro sistema com refrigeração termoeléctrica.
1989 - Primeiro sistema de câmara de infravermelhos de peça única para Manutenção
Condicional e Pesquisa e Desenvolvimento com armazenamento digital
incorporado.
1991 - Primeiro sistema de relatório e análise termográfica baseado em Windows.
1993 - Primeiro sistema matriz de plano focal (FPA) para aplicações de Manutenção
Condicional e Pesquisa e Desenvolvimento.
1995 - Primeiro sistema completo de infravermelhos FPA tipo câmara de vídeo
(THERMACAM).
1997 - Primeiro sistema de Manutenção Condicionada/Pesquisa e Desenvolvimento
baseado em microbolómetro não refrigerado.

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38 Câmaras Termográficas

2000 - Primeiro sistema termográfico com reprodução de imagens térmicas e visuais.


2000 - Primeiro sistema termográfico que inclui gravação de dados térmicos/
visuais/ de voz e em texto.
2002 - Primeiro sistema termográfico automatizado (Modelo P60) a apresentar LCD
amovível com controlo remoto, armazenamento de imagens JPEG, ligações
avançadas, incluindo USB e IrDA sem fio, gravação de dados térmicos/
visuais/ em voz e em texto.
2002 - Primeira câmara termográfica portátil ultra-compacta de baixo custo (Série E).
A mais leve câmara de medição de infravermelhos disponível no mercado.
2003 - Primeira câmara de infravermelhos ultra-compacta, de baixo custo, para
instalação fixa, vocacionada para aplicações de segurança e automação.
2004 - Primeiros modelos de câmaras concebidos especialmente para termografia
de edifícios.

Actualmente, a FLIR tem câmaras com funções extremamente avançadas, por


exemplo:
Optimização de contraste (DDE); Controle remoto (Meterlink); Câmara visual
de alta qualidade; GPS; Fusão da imagem térmica na imagem visual, com várias
possibilidades; Gravação de vídeo, etc.
Alta qualidade de imagem e alta sensibilidade são características comuns nas câmaras
FLIR.

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Aplicações da Termografia 39

5. Aplicações da Termografia

Centros de Produção de Energia Eléctrica

Centrais Hídricas, Térmicas, Geotérmicas, Nucleares, Eólicas, Solares, Grupos de


emergência, etc.

Usualmente, são examinados os grupos geradores, travessias passa muros, caixas de


ligações e cabos condutores, transformadores de potência, de excitação, de serviços
auxiliares, de intensidade e de tensão, de isolamento, disjuntores e seccionadores,
reactâncias e condensadores, barramentos, incluindo os de neutros e de terras, ligadores
e uniões, caixas fim de cabo, descarregadores de sobretensões, isoladores, motores,
isolamento térmico de caldeiras, chaminés, condutas de vapor e de fluidos, etc.

Linhas Aéreas de Transporte e Distribuição de Energia

Linhas aéreas de muito alta, alta, média e baixa tensão

São examinados os cabos condutores e de terra, arcos e fiadores, ligadores, pinças de


amarração e de suspensão, uniões, isoladores, equipamentos de corte e de protecção,
seccionadores aéreos, descarregadores de sobretensões, caixas fim de cabo, etc. Este
trabalho é executado com utilização de viatura todo o terreno ou com helicóptero.

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40 Aplicações da Termografia

Nas linhas aéreas de baixa tensão, são examinados os cabos condutores, ligadores,
uniões e isoladores.
Estas inspecções podem ser complementadas com uma vistoria/ronda (exame visual
dos equipamentos, com utilização de binóculos).

Subestações – Postos de Transformação e de Seccionamento

São examinados os transformadores de potência, de medida, de serviços auxiliares,


descarregadores de sobretensões, disjuntores e seccionadores, ligadores e
barramentos, caixas fim de cabo, bancos de condensadores e reactâncias, travessias
passa-muros, isoladores, ligações à terra, etc.

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Aplicações da Termografia 41

Indústria

Todo o tipo de actividade industrial, desde petroquímicas, cimenteiras, celulose,


siderurgias, fundições, ramo automóvel, ramo alimentar, vidreiras, plásticos,
transformação, etc. São examinadas as subestações, salas eléctricas, postos de
transformação, quadros gerais e parciais de baixa tensão, quadros de comandos e
instrumentação, grupos geradores de emergência, motores, isolamento térmico dos
mais variados equipamentos. Verificação de níveis de líquidos em tanques e do
gradiente de temperaturas em válvulas, purgadores e permutadores de calor, são
entre outros, equipamentos também usualmente examinados.

Dispositivos Mecânicos e Força Motriz

Nesta área, a termografia é um óptimo complemento a outros tipos de ensaios não


destrutivos. Detecção de sobreaquecimentos em chumaceiras, problemas por fricção,
alinhamento de eixos, defeitos em rolamentos, caixas de bornes de ligações, anéis e
escovas, polies, correias, etc.

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42 Aplicações da Termografia

Construção Civil

A termografia é também uma ferramenta muito útil na área da construção civil,


nomeadamente na verificação da distribuição de temperaturas em tapetes de alcatrão
e na detecção de fendas e/ou fissuras em pontes, edifícios e paredões de barragens,
entre outros exemplos. Determinação de perdas energéticas através de paredes,
verificação de problemas de isolamento e localização de humidades internas são
outras, entre tantas, as aplicações da termografia.

Electrónica – Correntes Fracas e Instrumentação

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Aplicações da Termografia 43

Quadros de instrumentação e de comandos, mesmo com intensidades de corrente


fracas. São normalmente verificados: distribuição de temperaturas e análise térmica
de placas de circuitos impressos; inspecção e controlo de qualidade de placas;
detecção e localização de curto circuitos; estudo térmico de dissipadores e de outros
elementos; ligações nos circuitos de potência, etc.

Telecomunicações

Redes fixas e móveis - examinados os postos de transformação, quadros gerais


e parciais de baixa tensão, bancos de baterias de corrente contínua, armários
de rectificadores, bastidores de distribuição, grupos geradores de emergência,
verificação da distribuição de temperaturas nos data centers, etc.

Edifícios e Superfícies Comerciais

Examinados os postos de transformação, quadros gerais e parciais de baixa tensão,


quadros de comandos e de gestão técnica, caixas de coluna, grupos geradores de
emergência, motores e isolamento térmico de equipamentos. Verificação de infiltração
de humidade ou qualidade do isolamento são também, tarefas normalmente
realizadas.

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44 Aplicações da Termografia

Perdas Energéticas em Edifícios

Outra das aplicações obrigatórias da termografia é, cada vez mais, a análise à


qualidade do isolamento de habitações e edifícios, no sentido de se evitarem perdas
desnecessárias de energia, com os inerentes custos que daí resultam para todos
nós. Uma habitação ou edifício com deficiente isolamento térmico nas paredes,
tectos e janelas, tem custos com energia consideravelmente elevados, aos quais, se
somarmos o desperdício dessa energia (não é mais utilizada), tudo isto assume um
papel deveras preocupante, tanto mais agora que as fontes de energia são cada vez
mais escassas e caras. Infiltrações de humidade em edifícios e habitações são também
fáceis de localizar e identificar. Rupturas em tubagens de água e de outros fluidos que
passam no interior de paredes ou por baixo do chão são de fácil e rápida localização,
evitando-se assim os sempre incómodos e indesejáveis rasgos no cimento e azulejos.

Painéis e Telhas Solares

Painéis solares - Energia limpa, amiga do ambiente e barata, felizmente cada vez
mais usada; também nesta área a termografia é importante, por exemplo, na detecção
de eventuais falhas nas células dos painéis solares.

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Aplicações da Termografia 45

Controlo de Qualidade e Recepção de Materiais

Exames termográficos, durante e após fabrico, são uma garantia de qualidade


acrescida nos mais variados tipos de materiais. Vários testes podem também ser
realizados em laboratório com utilização de sistemas de termografia, desde ensaios de
aquecimento em ligadores e estatores de motores, ao comportamento da distribuição
de temperaturas em equipamentos, em função da variação da corrente eléctrica que
os percorrem. Ensaios de rigidez dieléctrica em cadeias e colunas de isoladores e na
recepção de materiais (por amostragem) após fabrico, são outros entre muitos dos
ensaios que se podem realizar.

Navios

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46 Aplicações da Termografia

São examinados os quadros gerais e parciais de baixa tensão, quadros dos grupos
geradores e de emergência, motores, isolamento térmico de máquinas, de condutas de
vapor e outros fluidos, válvulas e purgadores, sendo que nos navios os equipamentos
à vista ou sem isolamentos têm valores limite de temperaturas que não podem ser
ultrapassados.

Aviação e Aeroportos

Podem ser examinadas as estruturas interiores e exteriores dos aviões, caracterização


térmica dos reactores, comportamento térmico das pás, trens de aterragem, incluindo
pneus, etc. Subestações, postos de transformação, quadros gerais e parciais de baixa
tensão, quadros de comandos e instrumentação, grupos geradores de emergência,
motores, por exemplo dos terminais de carga e descarga, de ventilação e verificados
os isolamentos térmicos dos edifícios.

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Aplicações da Termografia 47

Medicina

Os médicos recorrem cada vez mais à termografia para a detecção de certas


patologias, sendo este um método de diagnóstico extremamente seguro, eficaz e
indolor. Determinação de problemas circulatórios e musculares, localização de
condições inflamatórias, etc.

Veterinária

Também os animais, quando se magoam, não conseguem explicar a quem de direito


onde está a origem da mazela e, não havendo fracturas expostas ou outras marcas
visíveis (principalmente quando o tempo para o diagnóstico é curto), ganha aqui
especial relevo a termografia. Por exemplo, em cavalos de corrida, a termografia é
uma técnica indolor, rápida e segura para a localização da zona ou zonas do animal
que se encontrem com alguma lesão. As áreas afectadas apresentarão com toda a
certeza temperaturas diferentes que as que se encontrem em boas condições. Com
esta preciosa ajuda, um médico veterinário diagnostica, muito rapidamente, o tipo
de acção a desenvolver.

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48 Aplicações da Termografia

Vigilância e Salvamento

Com ou sem luz, de dia ou de noite, é possível, com a utilização de um sistema


de termografia, a realização de várias tarefas nestas áreas de intervenção: vigilância
aérea, policiamento, por exemplo tráfico marítimo, detecção de intrusos, localização
de pessoas desaparecidas, visão nocturna, combate a incêndios, etc.

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Aplicações da Termografia 49

Aplicações Militares

Os militares recorrem com muita frequência à termografia para várias tarefas neste ramo.

Restauro de obras de Arte e de Monumentos

Uma área muito nobre, que tem a ver com o restauro e beneficiação de obras de arte e
de edifícios de património histórico, tais como frescos e monumentos, verificação da
autenticidade tanto de obras, como de assinaturas de autores, são outra das aplicações
da termografia, sendo aqui utilizados sistemas mais sensíveis, ou seja os SW.

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50 Aplicações da Termografia

Impacte Ambiental

Área muito importante para todos nós, também aqui a termografia é uma ferramenta
útil e eficaz, por exemplo, para verificação do gradiente térmico em zonas de
descargas de águas e resíduos utilizados em unidades industriais ou em centros de
produção de energia para rios e oceanos; detecção e estudo da influência de resíduos
sólidos ou líquidos derivados de grandes indústrias; evolução da taxa de crescimento
da vegetação; determinação da temperatura correcta em superfícies marítimas de
espécies vegetais e animais, etc.

Meteorologia

Outra das áreas de intervenção e de aplicação da termografia é a meteorologia, recorrendo


aqui a potentes sistemas que, em colaboração com satélites, fornecem a todo o tempo,
imagens térmicas e outras, das condições atmosféricas por esse mundo fora.

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Vantagens em fazer Termografia 51

6. Vantagens em Fazer Termografia

6.1. Porquê utilizar a Termografia?


Como foi já referido, a termografia permite determinar à distância e sem contacto,
as temperaturas superficiais dos objectos observados. Pelo conhecimento dessas
temperaturas, pode fazer-se o diagnóstico precoce de avarias ou a optimização
da exploração de instalações. Através da identificação de pontos quentes ou do
mapeamento das temperaturas dos equipamentos, é possível evitar prejuízos graves.
Recorrendo regularmente às inspecções de termografia, é possível detectar, ainda
na fase de incubação, avarias que podem vir a originar curto-circuitos, como por
exemplo maus contactos, tantas vezes responsáveis por incêndios e destruição
de aparelhos. Podem também localizar-se causas de desperdícios de energia, por
exemplo, deficiências em isolamentos térmicos, de que resultam sempre consumos
exagerados e inúteis de combustíveis. É uma grande vantagem a utilização da
termografia, uma mais-valia na manutenção preventiva, sendo um investimento
altamente compensador, quer pelas economias que proporciona, quer pelos danos
que consegue prevenir, quer ainda pelas interrupções de produção que consegue
evitar.

6.2. Mais-valias da Termografia:

− Equipamentos são examinados em serviço, não sendo necessária qualquer


interrupção do seu normal funcionamento;
− Sem contacto físico entre inspector e equipamentos a examinar;
− Análise de grandes áreas em tempos reduzidos;
− Possibilidade de análise de objectos móveis e de difícil acesso;
− Visualização da distribuição das temperaturas em tempo real:
− Possibilidade de se seguirem fenómenos transitórios de temperaturas;
− Medição de temperaturas em vários objectos em simultâneo;
− Acréscimo da segurança de pessoas e bens;
− Optimização da manutenção;
− Prevenção de avarias antes que aconteçam;
− Localização das áreas de intervenção com exactidão;
− Menor consumo de energia = ganhos consideráveis, pois, como sabemos, ligadores
com apertos incorrectos proporcionam perdas de energia por efeito de joule;
− Acréscimo do tempo de vida dos equipamentos;
− Aumento de intervalos entre manutenções;
− Medições com precisão comprovada, acima dos sistemas convencionais ou de
contacto.

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52 Vantagens em fazer Termografia

6.3. Outras Vantagens em Fazer Termografia

Ao abrir-se um quadro eléctrico para se fazer termografia, podem também detectar-


-se outras anomalias, como por exemplo:

− Muitas vezes é detectada a presença de pequenos animais no seu interior, vivos


ou não, e que colocam em perigo o bom funcionamento de um determinado
circuito ou instalação e a própria segurança de pessoas;
− Verificação de equipamentos que, embora estando fora de serviço, apresentam
indícios de terem suportado temperaturas elevadas, devendo, nestes casos, ser
seguidos os procedimentos de consignação, no sentido de os mesmos não serem
religados e seja efectuada a sua reparação ou substituição;
− Acontece com alguma frequência a observação de cabos condutores encostados
a fontes de calor, por exemplo resistências e enrolamentos e núcleos de
transformadores, com temperaturas elevadas de funcionamento e que
podem danificar seriamente o isolamento desses cabos condutores, com as
consequências que daí resultarão;
− Infiltrações de água ou de outros fluidos nos quadros eléctricos e nas caleiras
onde passam os cabos condutores;
− Grau de sujidade nos equipamentos, tantas vezes responsável por avarias, é
também verificado pelo inspector de termografia e por quem o acompanha;
− Presença de materiais ou equipamentos em posições incorrectas que, ao serem
tocados inadvertidamente, podem cair sobre os barramentos;
− Estado deficiente de fechaduras e dobradiças de portas de quadros eléctricos;
− Iluminação insuficiente no local a examinar, etc.

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 53

7. Procedimentos em Inspecções
de Termografia

7.1. Conhecimentos Básicos


para a Realização da Inspecção
7.1.1. Valores de Temperaturas a conhecer
Quem vai executar a inspecção termográfica deve ter conhecimento que as
temperaturas ambientes excessivamente elevadas alteram a capacidade de carga
dos equipamentos. Por exemplo, em instalações interiores para celas de média e
alta tensão, com uma temperatura do compartimento de + 40 ºC, a corrente máxima
prevista para a instalação não poderá ser utilizada permanentemente, uma vez que,
neste caso, não haveria margem adequada para um aumento de temperatura da
cela. As normas internacionais definem que o limite superior da temperatura de um
compartimento é + 40 ºC e o inferior é – 5 ºC. No caso de disjuntores de baixa tensão,
a corrente nominal máxima prevista somente poderá manter-se continuamente até
uma temperatura ambiente de 45 ºC e, em alguns casos, até aos 60 ºC (segundo as
especificações técnicas do fabricante). Com temperaturas ambientes superiores,
a carga no disjuntor deverá ser reduzida, o que, a não acontecer, irá alterar o
comportamento térmico do aparelho. Isto deve ser tomado em consideração para
todo o tipo de equipamentos e aparelhos.

7.1.2. Temperatura Máxima Admissível (TMA)


É uma das variáveis mais importantes para uma correcta implementação de um
programa de manutenção preventiva em equipamentos e componentes eléctricos.
Ou seja, é a temperatura máxima sob a qual o componente pode funcionar e não deve
ser ultrapassada. O seu valor pode ser conhecido através das especificações técnicas
dos componentes, ou junto dos fabricantes. Na impossibilidade de se conhecerem
estes valores, recomenda-se a consulta da tabela abaixo apresentada (figura 7.1.2.1),
fundamentada em normas internacionais, em tabelas de alguns fabricantes, referências
da IEC e na experiência de vários autores, incluindo os meus próprios conhecimentos,
adquiridos ao longo destes mais de 25 anos em inspecções de termografia.

COMPONENTE TMA (ºC)

Cabo condutor com isolamento em PVC (cloreto de polivinil) 70


Cabo condutor com isolamento em EPR (borracha etileno propileno) 90
Cabo condutor com isolamento em XLPE (polietileno reticulado) 90
Ligações com parafusos 70
Ligações e barramentos de baixa tensão (BT) 90
Ligações recobertas de prata ou níquel 90

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54 Procedimentos em Inspecções de Termografia

COMPONENTE TMA (ºC)

Régua de bornes 70
Fusível (corpo) 100
Alta e média tensão
Cabo condutor isolado, até 15 KV 70
Cabo condutor isolado para alta tensão 60
Ligações em linhas aéreas de transporte e distribuição de energia 50

TRANSFORMADORES SECOS Ponto mais quente - TMA (ºC)

Classes térmicas dos materiais isolantes


Classe térmica (A) 105
Classe térmica (B) 130
Classe térmica (F) 155
Classe térmica (H) 180

TRANSFORMADORES A ÓLEO TMA (ºC)

Ligações 60
Corpo 90
Figura 7.1.2.1. Tabelas de temperaturas para vários materiais.

É muito importante salientar que estes são valores que não devem ser verificados nas
inspecções pois, ao acontecer, tal situação recomendaria uma intervenção urgente,
dado que os valores máximos admissíveis estariam já atingidos e, com o decorrer
do tempo e variações de cargas, essa temperatura muito provavelmente atingiria
patamares superiores. Em suma, mesmo quando se detectam temperaturas inferiores
aos valores apresentados, deve-se analisar pormenorizadamente caso a caso, tendo
em consideração a temperatura registada e as condições de serviço na altura.
No capítulo 10, são dados vários exemplos dos mais distintos equipamentos em
diferentes condições de serviço, que nos dão uma ideia aproximada dos valores de
temperaturas em que devem funcionar e que não devem ser ultrapassados.

7.1.3. Falhas nos Equipamentos Eléctricos e Mecânicos


Um inspector de termografia deve ter conhecimento que as falhas nos equipamentos
eléctricos se devem fundamentalmente ao aumento da resistência ou ao aumento da
intensidade de corrente. Segundo a lei de Joule:

P = I2 x R

Um aumento da resistência de contacto dá origem a um aumento da potência dissipada


nesse mesmo contacto, o que, em condições normais, dá lugar a um aumento da sua

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 55

temperatura, originando um “ponto anormalmente quente”, também conhecido por


sobreaquecimento.
Nos equipamentos eléctricos, um sobreaquecimento pode ter como origem em,
vários factores, tais como:

• Fenómenos de oxidação ou de corrosão nos pontos de ligação e de contacto;


• Contactos com pressão incorrecta, devido a insuficiente pressão das suas molas;
• Zona de contacto defeituosa;
• Contacto entre materiais diferentes (bimetálicos);
• Ligações incorrectas, devido a apertos insuficientes, ou mesmo demasiada força
aplicada;
• Terminais e ponteiras mal cravados, ou de secção diferente dos cabos que neles
ligam;
• Defeitos internos nos aparelhos;
• Desgaste/fadiga dos componentes;
• Sub-dimensionamento dos aparelhos e equipamentos, tendo em consideração a
intensidade de corrente que os percorrem.

Nos equipamentos mecânicos podem-se verificar, por exemplo:

• Aquecimento excessivo de motores e escovas;


• Defeitos em rolamentos;
• Alinhamento de eixos;
• Estado de bobinagens;
• Problemas de fricção;
• Desgaste de paredes de isolamento térmico, por exemplo, de tijolo refractário;
• Localização de fugas de calor;
• Controlo de eficiência de queimadores;
• Funcionamento de permutadores de calor, purgadores, válvulas, etc.;
• Verificação de níveis em tanques e outros depósitos.

O acompanhamento dos valores de temperaturas dos diferentes elementos


mecânicos pode ser fundamental para a elaboração de um diagnóstico prévio do seu
funcionamento e prevenir futuras avarias.

7.1.4. Sobreaquecimento
Como é sabido, a finalidade da inspecção de termografia é a detecção de equipamentos
que apresentem sobreaquecimento, ou pontos anormalmente quentes (diferença de
temperatura entre um componente em mau estado e um outro nas mesmas condições
de serviço e em bom estado), para a sua posterior reparação ou substituição, evitando-
-se assim avarias com maior ou menor grau de gravidade.

Vamos utilizar frequentemente a palavra sobreaquecimento, pois é a sua procura nos


mais variados tipos de equipamentos a razão de ser da inspecção. Como sabemos
então que estamos em presença de um sobreaquecimento? Em circuitos eléctricos,
podemos estar em presença de equipamentos que apresentem temperaturas de 80 ºC

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56 Procedimentos em Inspecções de Termografia

e estas serem consideradas normais para as suas condições habituais de serviço. Por
exemplo, bobines de contactores, enrolamentos e núcleos de transformadores podem
muito bem suportar estas temperaturas e, se falarmos de resistências, estes valores
podem subir algumas dezenas de graus Célsius e serem perfeitamente admissíveis.
Num circuito trifásico é facilmente detectado um sobreaquecimento pois, em
princípio, as três fases devem apresentar temperaturas semelhantes. No entanto,
acontece com alguma frequência as três fases apresentarem sobreaquecimento, sendo
então necessário, por parte do inspector, conhecimentos suficientes dos valores de
temperaturas que os equipamentos podem suportar para as várias condições de
serviço. Num circuito monofásico ou num outro qualquer, um operador experiente
não tem dificuldades em localizar e identificar qualquer equipamento que apresente
temperaturas superiores às que deveria ter.

Uma das perguntas que mais vezes é colocada ao inspector de termografia é: qual
o valor de temperaturas que determinado aparelho pode suportar, estando em
funcionamento? A resposta a esta questão não é tão fácil assim, pois vários factores
devem ser tomados em consideração antes de nos pronunciarmos. É importante
conhecer os valores que constam na tabela 7.1.2.1.
Os equipamentos e aparelhos trazem, de fábrica, tabelas com os valores das
condições de funcionamento, tanto para a carga máxima que podem suportar em
regime permanente, como para a temperatura máxima ambiente admissível do local
onde vão funcionar.
A consulta e conhecimento destas tabelas é importante, mas, na prática, outros
valores se colocam e, em primeiro lugar, vêm as condições de serviço na altura dos
ensaios, que devem ser comparadas com as de outros períodos de funcionamento.

Exemplo: Um determinado aparelho apresenta-se exteriormente com uma


temperatura de 60 ºC, e este pode ser um valor perfeitamente admissível para o
seu normal funcionamento desde que as condições de serviço estejam próximas
das consideradas normais no circuito onde está inserido, mas, se na altura estiver a
funcionar com cargas bem inferiores às que noutros períodos atinge, então estes 60 ºC
representam já uma séria ameaça para o seu tempo de vida.
Na altura dos ensaios é muito importante conhecer:

• Valor da temperatura ambiente na zona do equipamento a examinar;


• Valor da intensidade de corrente de serviço do circuito;
• Valor da Intensidade de corrente nominal do circuito;
• Nível de tensão;
• Tempo em serviço.

7.1.5. Conhecimento dos equipamentos a examinar


Como foi referido, os equipamentos a examinar possuem determinados
comportamentos térmicos que devem ser do conhecimento do inspector de
termografia. Ou seja, quanto mais o inspector souber dos equipamentos sujeitos a
examinação, tanto maior será a qualidade da inspecção. No entanto, devido à enorme
quantidade e variedade de equipamentos existentes nas instalações, é extremamente

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 57

difícil para um inspector de termografia possuir um conhecimento aprofundado de


cada um deles. Sendo assim, é muito importante que quem acompanha a inspecção,
para além da abertura e fecho dos quadros eléctricos, seja uma pessoa que conheça
bem esses equipamentos. Na examinação de outro tipo de equipamentos, é também
uma mais-valia que, quem acompanha a inspecção, tenha também conhecimentos
razoáveis sobre os equipamentos sujeitos a inspecção.

7.1.6. Grau de Intervenção


Quando se detecta um sobreaquecimento, é feita, logo na altura, uma avaliação do
grau de intervenção recomendado e que pode ser: (1), (2), (3), (4)
(1) – Ligeiro sobreaquecimento: Corrigir na próxima acção de conservação. Vigiar.
As temperaturas obtidas e as condições de serviço do equipamento não colocam em
risco a instalação durante alguns meses.
(2) – Sobreaquecimento de nível médio: Reparação em paragem programada.
As temperaturas obtidas e as condições de serviço do equipamento já recomendam
alguma atenção, pelo que se deve preparar a sua reparação para uma altura que
não afecte muito a normal laboração da instalação, por exemplo, durante o período
nocturno ou num fim-de-semana, não devendo esta acção ultrapassar os 3 meses
entre a data em que foi detectado o sobreaquecimento e a data de intervenção.
(3) – Forte sobreaquecimento: Reparação urgente
As temperaturas obtidas e as condições de serviço do equipamento colocam sérios
riscos de incidente a muito curto prazo, pelo que a sua reparação deve ser efectuada
com a máxima brevidade.
(4) – Muito forte sobreaquecimento: Intervenção imediata
As temperaturas obtidas e o estado do equipamento indiciam risco de ruptura a
qualquer momento.

A correcta avaliação para cada caso exige informações detalhadas sobre o


comportamento térmico dos componentes, ou seja, devemos conhecer o valor
da temperatura máxima admissível nos materiais envolvidos, a função que o
componente desempenha no sistema e a sua importância nesse circuito.

Na avaliação do grau de gravidade deve-se considerar:

• Temperatura máxima obtida;


• Temperatura de referência (valor obtido num componente nas mesmas
condições de serviço e considerado em bom estado);
• Temperatura ambiente;
• Condições de serviço;
• Condições nominais;
• Tempo em serviço;
• Variações da carga de serviço.

A qualidade desta avaliação depende também da experiência do inspector de


termografia, por exemplo, uma diferença de temperatura de 30 ºC entre equipamentos
nas mesmas condições de serviço pode recomendar um grau de intervenção (2) e, por

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58 Procedimentos em Inspecções de Termografia

outro lado, uma diferença de 3 ºC entre elementos também nas mesmas condições de
serviço, recomendarem um grau de intervenção (3). Na primeira situação encontram-se
os ligadores, cabos condutores, bobines de equipamentos vários, etc. e, na segunda
situação, encontram-se os descarregadores de sobretensões ou pára-raios e também a
cabeça de transformadores de intensidade instalados em circuitos de níveis de carga
mais elevados. É fundamental conhecer a percentagem da intensidade de serviço
em relação à nominal nesse circuito e se o mesmo está nas condições normais de
funcionamento e há quanto tempo. Isto é muito importante na avaliação para cada
caso. Como foi já referido, podemos estar em presença de pequenas diferenças de
temperaturas entre o equipamento com sobreaquecimento e um outro de referência
e ser recomendada uma intervenção urgente, se por exemplo, as condições de
laboração na altura dos ensaios estiverem abaixo das suas condições normais de
funcionamento.
Cabe no entanto, ao responsável da manutenção da instalação, a última palavra sobre
as medidas a tomar, em função do grau de gravidade de cada caso.

7.1.7. Variação da Temperatura com a Intensidade de Corrente


A fórmula a seguir apresentada, dá-nos um valor teórico, com alguma margem de
erro, mas que serve para termos uma ideia dos valores de temperaturas que atingiria
um determinado equipamento, ao ver aumentar a sua intensidade de corrente em
relação à que tinha na altura dos ensaios. Podemos assim aferir da variação do valor
de temperatura dum determinado equipamento, com o aumento da intensidade de
corrente que venha a suportar.

ΔT2 - diferença de temperatura que queremos conhecer (sobreaquecimento 2)


I2 - valor da intensidade que queremos conhecer
I1 - valor da intensidade na altura dos ensaios
ΔT1 - diferença de temperatura na altura dos ensaios (sobreaquecimento 1)
1.6 - Valor obtido após muitos ensaios e experiências efectuadas por várias empresas de serviços de
termografia e certificadoras de técnicos inspectores.

7.2. Preparação do Trabalho

É importante que, quem vai executar a inspecção, e no sentido de melhor rentabilizar o


tempo necessário para esse efeito, tenha conhecimento prévio dos seguintes factores:

• Localização da instalação;
• Previsão da duração do tempo de trajecto;

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 59

• Se a inspecção se vai desenvolver em equipamentos eléctricos, mecânicos,


isolamento térmico, ou outro;
• Saber a quantidade aproximada dos equipamentos a examinar;
• Previsão do tempo de duração do trabalho;
• Necessidade ou não de pernoitar na zona da inspecção;
• Quem vai acompanhar os trabalhos em representação do cliente;
• Acordar com cliente data, hora e local de encontro para início da inspecção;
• Preparação dos equipamentos a utilizar, desde a verificação da carga das baterias,
estado de limpeza das lentes e corpo da câmara termográfica, situação do cartão
de memória de armazenamento das imagens ou de outro qualquer sistema
para esse efeito, máquina fotográfica e todos os seus acessórios, carregadores
de baterias e respectivos cabos de alimentação, bloco de apontamentos, canetas,
pequena lanterna, gravador de voz quando utilizado e respectiva bateria,
fardamento e verificar os EPI (equipamentos de protecção individual). Se o
trabalho se desenvolver no exterior, não esquecer o anemómetro para medição
da velocidade do vento.

7.3. Avaliação do Local onde se vai desenrolar


a Inspecção
7.3.1. Estado do Local da Inspecção
Antes de darmos início à inspecção, devemos fazer uma ligeira observação ao
local onde a mesma se vai desenvolver, no sentido de verificarmos as condições de
segurança no mesmo, nomeadamente:

• Verificação da existência ou não de objectos metálicos próximos dos quadros


eléctricos, que possam eventualmente cair para o seu interior quando abertos;
• Presença na zona de animais que, em caso afirmativo, devem ser mandados
para bem longe dos trabalhos;
• Se existir chão falso, verificar com atenção se as tampas estão colocadas
correctamente, pois vamos andar de um lado para o outro concentrados na
análise termográfica e podemos pôr os pés onde não queremos (ver foto 7.3.1.1);
• Em zonas com caleiras (locais onde passam os cabos eléctricos) verificar se as
tampas estão também devidamente colocadas, o mesmo acontecendo em locais
de passagem para pisos inferiores;
• Existência de iluminação suficiente para nos movermos em segurança;
• Ter em atenção, eventuais infiltrações de água por tectos, principalmente
quando por cima de barramentos sem protecção;
• Verificar com atenção, se todos os quadros eléctricos estão devidamente protegidos
com portas, acrílicos, ou com redes de protecção, pois existem muitos locais onde
vamos trabalhar em que os barramentos têm protecção exterior deficiente, sendo
preciso então toda a atenção ao movimentarmo-nos;
• Existência ou não de óleos ou outros produtos escorregadios no chão;

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60 Procedimentos em Inspecções de Termografia

• Verificar se existem empilhadores em movimento na zona;


• Muita, mas mesmo muita atenção, aos botões de paragem de emergência,
existentes em grande número de circuitos (em muitos casos encontram-se
salientes para fora do quadro) pois, se forem tocados, ainda que levemente,
podem levar à paragem de toda uma instalação, com todas as consequências
que daí resultam (ver foto 7.3.1.2); nos comandos de vários equipamentos que
se encontrem salientes, devemos ter também a mesma atenção.

Foto 7.3.1.1. Troço sem tampa em chão falso Foto 7.3.1.2. Botões de paragem de emergência

Os procedimentos em cima descritos dizem respeito a trabalhos a realizar em todos


os tipos de instalações, eléctricas ou não.

7.3.2. Quantidade de Pessoas necessárias para a Inspecção


No local onde vamos efectuar a inspecção não devem estar muitas pessoas presentes;
apenas o inspector de termografia e um ou dois responsáveis da parte do cliente,
que indicarão a localização dos equipamentos a examinar e procederão à abertura e
fecho dos quadros eléctricos. Toda a atenção é fundamental para a correcta realização
da inspecção e, se existirem outros elementos nas proximidades, a curiosidade
leva sempre a perguntas e mais perguntas e, mesmo que não queiramos, a nossa
concentração não vai ser a mais indicada. A satisfação da curiosidade dessas pessoas
pode-se fazer, com todo o gosto e atenção, no final da inspecção.

7.4. Fase de Inspecção


7.4.1. Execução da Inspecção
Partindo do princípio que estão reunidas as condições de segurança na zona,
garantida a presença de quem vai acompanhar os trabalhos em representação de
Cliente, havendo autorização para o início da inspecção e estando devidamente
fardados e com o equipamento de segurança individual adequado para esse local,
podemos começar por colocar a bateria no sistema de termografia.

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 61

Começamos por anotar todos os quadros que vamos analisar e referir os circuitos que
estejam na altura fora de serviço. Se tivermos já uma listagem com todos os circuitos
existentes em cada quadro tanto melhor, pois será só colocar um sinal (X) em frente
ao respectivo circuito. Deverá ser anotada a intensidade de corrente de serviço e
a nominal para cada circuito, desde que existam aparelhos de medida para esse
efeito e a temperatura ambiente na zona. Verificar a possibilidade ou não de troca de
circuitos que estejam em serviço pelos de reserva, no sentido de serem examinados
na maior quantidade possível. O mesmo procedimento aplica-se à examinação dos
equipamentos não eléctricos. Dá-se então início à inspecção propriamente dita. Em
seguida, ficam alguns pontos que podem ajudar a executar a inspecção de uma forma
mais abrangente e a tirar algumas dúvidas que eventualmente possam existir.

Em quadros eléctricos de distribuição, a inspecção ou análise termográfica começa


preferencialmente pela examinação dos circuitos com maior carga na altura
dos ensaios (mesmo procedimento para circuitos de alta tensão e equipamentos
mecânicos). Depois, e no sentido de não ficar nenhum circuito por examinar, devemos
ter sempre um padrão de orientação, ou seja, começamos por um lado do quadro e
vamos examinando os equipamentos de cima para baixo e assim sucessivamente até
ao outro lado desse quadro. Os quadros eléctricos devem ser, sempre que possível,
examinados pela frente e pelo verso pois, muitas vezes, os equipamentos estão à vista
num dos lados mas não no outro. O mesmo procedimento aplica-se à examinação
dos equipamentos não eléctricos.

Nos quadros de baixa tensão, todos os equipamentos devem ser cuidadosamente


examinados, desde os aparelhos de corte, protecção e medida, aos cabos condutores,
barramentos e respectivos isoladores de apoio, ligações e uniões, transformadores e
fontes de alimentação, bornes, circuitos de terras, e as esteiras com cabos nas zonas
circundantes devem também ser analisadas, incluindo as caves das salas eléctricas.
Ou seja, numa instalação eléctrica, devem ser examinados todos os elementos activos
e não activos, tais como as ligações à terra, com a finalidade, não só de se detectarem
eventuais sobreaquecimentos mas, também, para verificação de outras anomalias,
como ilustra a figura seguinte (falta de barramento em circuito de terras de protecção
de uma sala eléctrica):

Foto 7.4.1.1. Falha num barramento de terras.

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62 Procedimentos em Inspecções de Termografia

Observações: Ao examinarem-se os barramentos de terras, verificou-se a falta de um barramento, no


circuito das terras de protecção, desconhecendo-se a razão para esta situação, sendo de imediato
comunicado ao responsável da instalação esta anomalia.

Em situações de celas ou gavetas que tenham encravamento, não sendo possível


a sua abertura em serviço, devemos examiná-las pela superfície exterior e na zona
onde saem os cabos condutores, detectando-se assim, em muitos casos, temperaturas
excessivas que indiciam que alguma coisa não está bem no seu interior. Esta situação
é também aplicada às celas de média tensão e em transformadores blindados ou com
encravamento.

A examinação dos equipamentos deve ser feita através de ângulos diferentes, pelos
seguintes motivos:

• Muitas vezes, a origem do sobreaquecimento está localizada em pontos não


visíveis, por exemplo em barramentos “escondidos” no verso do quadro. O
calor propaga-se ao longo dos cabos ou de outros componentes e vai aquecer
determinada área de um outro equipamento;
• Serve também para nos certificarmos que a área quente é totalmente vista, ou
seja, que não desaparece por detrás de algo que possa ocultar o ponto mais
quente;
• Outra das razões porque os componentes devem ser examinados de ângulos
diferentes é, não só para garantirmos que todos os elementos são vistoriados,
mas também para localizarmos os inevitáveis reflexos, que podem ter como
origem as mais variadas fontes. Já que falamos em reflexos, (também eles nos
irão acompanhar frequentemente nas inspecções termográficas) com alguma
atenção, são facilmente localizados e anulados.
⇒ Ter no entanto em atenção que, para se medir e registar as imagens térmicas,
o ângulo de observação não deve ser superior a 45º / 50º.

7.4.2. Reflexos
No interior dos quadros eléctricos, devemos ter em atenção que muitos componentes
encontram-se encobertos por outros e, aqui, a experiência do inspector é sem dúvida
uma mais-valia. As celas ou gavetas onde esses componentes se encontram, como foi
referido, têm geralmente, na sua superfície interior, acabamentos polidos, com muita
reflectividade. Estas paredes interiores devem então ser examinadas com muita
atenção, pois aí irão aparecer imagens reflectidas pelos equipamentos que apresentem
temperaturas mais altas (e mesmo por nós próprios e pela câmara termográfica).
Temos então que saber distinguir se é ou não um ponto anormalmente quente ou,
por outro lado, tratando-se de um ponto quente, ser considerada uma situação
normal, por exemplo, quando as fontes dos reflexos forem resistências, bobines de
contactores, núcleos de transformadores, ou mesmo lâmpadas de iluminação (ver
imagens abaixo).
Se nos movermos de um lado para o outro e o ponto, que numa primeira fase foi
considerado anormalmente quente, também se mover, fica claro que se tratam de
reflexos e não de um componente com sobreaquecimento.

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 63

Exemplos de reflexos em paredes de quadros eléctricos:

Figura 7.4.2.1. Reflexo do próprio inspector. Figura 7.4.2.2. Localização do reflexo.

À esquerda, reflexo do próprio inspector em parede (polida) de um quadro eléctrico


(7.4.2.1) e, à direita, foto (7.4.2.2) dessa parede (seta a vermelho indica a posição onde
a imagem térmica é reflectida). Na imagem térmica, é a lente da câmara termográfica
que aparece mais quente (isotérmica a vermelho).

Figura 7.4.2.3. Reflexo de um fusível. Figura 7.4.2.4. Localização do reflexo.

Fusível de rolo em cela (gaveta) de quadro de baixa tensão – A imagem térmica


(7.4.2.3) mostra-nos um forte sobreaquecimento por cima do fusível da fase direita.
Este ponto não é visível no próprio fusível, pois o espaço entre o fusível e a parte
superior da cela é muito reduzido. Como a superfície da cela é polida, o ponto mais
quente aparece aí reflectido. Ou seja, a área esbranquiçada (zona mais quente) que
aparece na parte superior da cela representa o condutor que liga na entrada do
referido fusível. De salientar que o condutor que liga no fusível do meio, também se
apresenta mais quente que o da esquerda. Na foto (7.4.2.4), as setas de cor amarela
indicam os pontos da parte superior da cela, onde aparecem os reflexos referentes aos
pontos anormalmente quentes e as setas de cor vermelhas indicam onde na realidade
se situam nos próprios fusíveis.

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64 Procedimentos em Inspecções de Termografia

Figura 7.4.2.5. Reflexo de uma resistência. Figura 7.4.2.6. Localização do reflexo.

O termograma (7.4.2.5) mostra-nos um reflexo de uma resistência anti-humidade


em parede polida (de um quadro eléctrico). Na foto (7.4.2.6), a imagem térmica
projectada na parede polida, é identificada por seta de cor vermelha e a localização
real da resistência é identificada com seta de cor verde. Ou seja, a imagem que
aparece no termograma não é mais que um reflexo na parede do quadro. Se olharmos
atentamente, a ficha de alimentação da resistência (seta de cor amarela na foto),
aparece no seu lado esquerdo, enquanto na imagem reflexo, a mesma aparece no
lado direito.

Figura 7.4.2.7. Reflexo em barramento. Figura 7.4.2.8. Localização do reflexo.

Barramento à saída de um disjuntor de baixa tensão – fase inferior aparenta ter


sobreaquecimento (7.4.2.7) mas não passa de um reflexo (7.4.2.8 - seta de cor
vermelha), cuja origem é o próprio inspector.

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 65

Figura 7.4.2.9. Figura 7.4.2.10.


Reflexo de um transformador seco. Local onde aparece o reflexo.

Imagem térmica de um cabo de média tensão na saída de um transformador seco. A


trança de terra da fase mais afastada aparenta estar mais quente, mas não é mais que
um reflexo do calor irradiado pelo núcleo do transformador (7.4.2.9). Estas tranças
de terra têm uma emissividade muito baixa, devido ao seu acabamento polido. As
tranças das fases do meio e mais próxima encontram-se escondidas no outro lado
dos cabos, enquanto a trança da fase mais afastada está virada para o transformador.
(7.4.2.10) – Foto dos cabos MT.

Figura 7.4.2.11. Termograma de um Figura 7.4.2.12. Foto do TR.


transformador de BT.

Figura 7.4.2.13. Reflexo do transformador. Figura 7.4.2.14. Localização do reflexo.

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66 Procedimentos em Inspecções de Termografia

7.4.2.11. Imagem térmica de transformador de baixa tensão e,


à sua direita, foto do mesmo (7.4.2.12).

7.4.2.13. Reflexo do transformador na parede (polida) de um quadro eléctrico e,


à sua direita, foto (7.4.2.14) com indicação onde é reflectido
o referido transformador (seta de cor vermelha).

(A) (B)

(C) (D)

(E) (F)
Figuras 7.4.2.15. Reflexo de reactância em parede polida de cela de média tensão

(A) – Termograma de reactância


(B) – Foto da reactância
(C) – Termograma de parte de reactância e respectivo reflexo.
(D) – Local onde aparece o reflexo.
(E) – Reflexo de reactância
(F) – Local onde aparece o reflexo.

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 67

• Imagem térmica (A) que vemos no termograma superior é uma reactância e, à


sua direita, a respectiva foto (B) (seta vermelha);
• Termograma do meio (C), mostra parte dessa reactância e o reflexo que aparece
em parede polida de cela de média tensão. Foto do meio (D) mostra o local
da reactância (seta amarela) e a área onde aparece a imagem térmica reflectida
(seta azul) na parede polida da cela;
• Termograma inferior (E), mostra apenas o reflexo da reactância na referida
parede polida e, à direita, a foto (F) indica o local onde aparece o referido reflexo
(seta azul);
⇒ Podemos aproveitar a existência destes reflexos para a examinação de
pontos de ligação de equipamentos que estejam em locais não visíveis.

No exterior, por exemplo, numa subestação ou a examinar uma linha de alta tensão,
a presença do sol obriga a uma especial atenção, pois os reflexos são constantes e
confundem-se com pontos de temperaturas mais altas que aqueles que não têm
reflexos. Se for um ponto anormalmente quente, seja de que ângulo for a observação,
ele apresentará sempre sobreaquecimento. Pelo contrário, se, ao movermo-nos, esse
ponto também se mover, claro está que estamos em presença de um reflexo.

7.4.3. Identificação do Sobreaquecimento


Todos os componentes que apresentem sobreaquecimento deverão ser anotados
para posterior apresentação no relatório e serem referenciados todos os elementos
que ajudem à sua identificação, tais como o local e posição, exemplo: número da
sala eléctrica, do quadro ou armário, circuito, equipamento, condições de serviço e
nominais, parâmetros do objecto.

7.5. Fase de Medição


7.5.1. Factores a considerar na Medição
Uma câmara de termografia mede e reproduz em imagens a radiação de
infravermelhos emitida pelos objectos. O facto de a radiação resultar da temperatura
da superfície do objecto, possibilita que a câmara calcule e mostre essa temperatura.
No entanto, a radiação medida pela câmara não depende apenas da temperatura do
objecto, mas varia também em função da emissividade. A radiação resulta ainda do
meio exterior e reflecte-se no objecto. A radiação do objecto e a radiação reflectiva
serão também influenciados pelo efeito de absorção da atmosfera.

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68 Procedimentos em Inspecções de Termografia

7.5.2. Factores que Afectam a Medição

Figura 7.5.2.1. Factores que afectam a medição.

1: Câmara; 2: Atmosfera; 3: Meio Adjacente; 4: Objectivo

Para medir a temperatura com precisão é, portanto, necessário compensar os efeitos


de um determinado número de diferentes fontes de radiação. Isto é feito na altura e
automaticamente pela câmara. Os seguintes parâmetros do objecto devem, todavia,
ser introduzidos na câmara:

− Emissividade: O principal parâmetro do objecto a definir correctamente (ver 7.5.3);


− Temperatura ambiente reflectida: Este parâmetro é utilizado para compensar a
radiação reflectida no objecto e a radiação emitida pela atmosfera entre a câmara
e o objecto.Caso a emissividade seja baixa, a distância seja demasiado grande e a
temperatura do objecto seja relativamente próxima à ambiente, será importante
regular e compensar correctamente a temperatura ambiente;
− Temperatura ambiente atmosférica: É a temperatura da atmosfera entre a
câmara e o objecto;
− Distância entre a câmara e o objecto: É a distância entre o objecto e a lente frontal
da câmara.Este parâmetro é utilizado para compensar o facto de a radiação
estar a ser absorvida entre o objecto e a câmara e o facto de a transmitância cair
consoante a distância considerada;

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 69

− Humidade relativa: A câmara também pode compensar o facto de a


transmitância depender, em parte, da humidade relativa da atmosfera. Para o
fazer, define-se a humidade relativa para o valor correcto. Para distâncias curtas
e humidade normal, a humidade relativa pode, normalmente, ser deixada num
valor predefinido de 50%.

7.5.3. Emissividade
A relação entre a radiação emitida por um objecto e a que emitiria o corpo negro à mesma
temperatura e mesmo comprimento de onda, é uma definição para emissividade e o
seu valor está compreendido entre 0 e 1. Este é o parâmetro mais importante para a
medição da temperatura dos objectos de interesse e o seu valor deve ser introduzido
correctamente nos sistemas de termografia. A título de exemplo, se um objecto tiver 72
ºC para uma emissividade de 0,90 atribuída correctamente e, se por qualquer motivo,
modificarmos esse valor para 0,60, estamos a introduzir um considerável erro na
operação, pois agora são registados não os 72 ºC, mas 92 ºC, ou seja, 20 ºC de diferença.
Um material com uma superfície fosca ou oxidada tem uma emissividade
consideravelmente mais elevada que um que apresente a sua superfície polida ou
espelhada. Normalmente, os materiais dos objectos e os tratamentos de superfície
possuem uma gama de emissividade compreendida entre 0,1 e 0,95. A emissividade
de uma superfície extremamente polida (espelho) é inferior a 0,1, enquanto uma
superfície oxidada ou pintada possui uma emissividade bastante mais elevada.
Tinta à base de óleo, independentemente da cor no espectro visível, possui uma
emissividade superior a 0,90 em infravermelhos.

Os metais não oxidados representam um caso extremo de quase perfeita opacidade


e de elevada reflectividade espectral, o que não varia muito com o comprimento de
onda. Consequentemente, a emissividade dos metais é baixa, aumentando apenas
com a temperatura. Os metais apresentam geralmente uma emissividade fraca
no infravermelho e tem tendência a elevar-se com a temperatura do metal. Este
desenvolvimento torna-se maior, logo que haja formação de óxido na superfície do
material aquecido.

Nos não metais, a emissividade tende a ser elevada (normalmente acima de


0,80) e diminui agora com o aumento da temperatura. Em todos os casos, este
desenvolvimento depende do estado da superfície do material.
Tudo isto depende do comprimento de onda, da direcção de observação em relação
à superfície e da temperatura dessa superfície.

De uma forma geral, a emissividade espectral varia com o comprimento de onda


de uma forma relativamente lenta para os objectos sólidos e apresenta flutuações
rápidas para as substâncias gasosas e líquidas.
Normalmente, a emissividade duma superfície no espectro visível não tem grande
relação com a emissividade no espectro infravermelho.

A título de curiosidade, a neve, com uma emissividade visível fraca, tem uma
emissividade bastante elevada nos infravermelhos (esta propriedade permite-lhe

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70 Procedimentos em Inspecções de Termografia

um retorno ao estado líquido de forma lenta, mesmo estando exposta ao sol) e a pele
humana possui uma emissividade próxima de 1.
No aço, o calor vai em frente e no alumínio o calor espalha-se. O calor em material
oxidado é reflectido no seu interior.

Factores que influenciam a emissividade:

• Superfície;
• Material;
• Temperatura;
• Comprimento de onda;
• Geometria;
• Ângulo de observação.

Uma câmara termográfica capta qualquer radiação através da lente, não apenas a
radiação emitida pelo objecto visualizado, mas também a radiação proveniente de
outras fontes e que tenha sido reflectida pelo alvo. Em superfícies muito polidas
(tipo espelho) não é possível medir a sua temperatura correctamente, a não ser que,
junto à área que queremos medir (se tal for possível), coloquemos um pedaço de
fita eléctrica com elevada emissividade ou se pintarmos essa zona com tinta fosca.
O valor obtido será idêntico ao da área em que queremos conhecer a temperatura,
devido à propagação do calor.

Os sistemas de termografia, quando adquiridos, são acompanhados por uma tabela


de emissividades elaborada pelo fabricante para os mais variados tipos de materiais
e acabamentos distintos das suas superfícies e temperaturas de funcionamento. Estas
tabelas são muito importantes para quem vai utilizar os sistemas de termografia, mas
eu sou a favor que seja o próprio inspector a elaborar as suas tabelas de emissividades,
conseguidas com amostras dos materiais que se vão encontrando inspecção após
inspecção, nas mais variadas condições de funcionamento e estados de apresentação
das suas superfícies.

Na prática, podemos determinar a emissividade de uma amostra de um material da


seguinte forma:

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 71

1º Passo – determinação da temperatura aparente reflectida:

Método 1: método directo

Etapa Acção
Procure fontes de reflexão possíveis, considerando que o ângulo de
incidência = ângulo de reflexão (a = b)

Figura 7.5.3.1. 1 - Fonte de reflexão


Se a fonte de reflexão for um ponto fonte, modifique a fonte, obstruindo-a
com um pedaço de cartão.

Figura 7.5.3.2. 1 - Fonte de reflexão


Meça a intensidade de radiação (= temperatura aparente) da fonte de
reflexão utilizando as seguintes definições:
Emissividade: 1,0 Distância ao objecto: 0
É possível medir a intensidade da radiação através de um dos métodos
seguintes:

Figuras 7.5.3.3. 1 - Fonte de reflexão

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72 Procedimentos em Inspecções de Termografia

Atenção:
A utilização de um par termoeléctrico para medir a temperatura de reflexão não é
aconselhável por duas razões importantes:

• Um par termoeléctrico não mede a intensidade da radiação; e


• Um par termoeléctrico requer um contacto térmico muito bom com a superfície,
normalmente através da colagem ou da cobertura do sensor com um isolador
térmico.

Método 2: método reflector

Etapa Acção
1 Amarrote uma porção grande de uma folha de alumínio.

2 Alise a folha e cole-a a um pedaço de cartão do mesmo tamanho.


Coloque o pedaço de cartão à frente do objecto que pretende medir.
3
Certifique-se de que o lado com a folha de alumínio aponta para a câmara.
4 Defina a emissividade para 1,0.

Meça e tome nota da temperatura aparente da folha de alumínio.

Figura 7.5.3.4. Medir a temperatura aparente da folha de alumínio

2º Passo: Determinação da emissividade

Etapa Acção
1 Seleccione um local para colocar a amostra.
Determine e defina a temperatura aparente reflectida em conformidade
2
com o procedimento anterior.

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 73

Etapa Acção
Coloque um pedaço de fita eléctrica com uma emissividade elevada
3
na amostra
Aqueça a amostra, no mínimo, 20 K acima da temperatura da divisão.
4
O aquecimento deve ser razoavelmente uniforme.
5 Foque e ajuste automaticamente a câmara e imobilize a imagem.
Ajuste o Nível e o Campo para obter o melhor brilho e contraste para
6
a imagem.
7 Defina a emissividade para a da fita (normalmente 0,97).
Meça a temperatura da fita utilizando uma das seguintes funções de
medição:
• Isotérmica (ajuda-o a determinar a temperatura e quão uniforme foi
8
o aquecimento da amostra);
• Ponto (cursor de medição), mais simples;
• Caixa Média (boa para superfícies com emissividade variável).
9 Anote a temperatura.
10 Desloque a função de medição para a superfície da amostra.
Altere a definição da emissividade até conseguir ler a mesma
11
temperatura da medição anterior.
12 Anote a emissividade.

Tenha em atenção o seguinte:

• Evite a convecção forçada;


• Procure uma área circundante termicamente estável que não gere pontos de
reflexão;
• Utilize fita de alta qualidade não transparente e com elevada emissividade;
• Este método assume que as temperaturas da fita e da superfície da amostra são
as mesmas. Caso contrário, a medição da emissividade será incorrecta.

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74 Procedimentos em Inspecções de Termografia

REDMIL
TABELA DE EMISSIVIDADES

Materiais que mais vezes aparecem em instalações eléctricas e mecânicas, tendo em


consideração os sistemas de banda larga.

Alumínio bem polido (brilhante) 0,05


Alumínio polido 0,10
Alumínio anodizado (preto, opaco) 0,95
Alumínio oxidado 0,30 – 0,90
Aço inoxidável laminado 0,45
Aço inoxidável (tratado a jacto de areia) 0,70
Aço inoxidável oxidado 0,85
Água destilada 0,96
Água (gelo suave) 0,96-0,97
Água (neve) 0,80 – 0,85
Alcatrão 0,79 – 0,80
Alcatrão (papel) 0,91 – 0,93
Amianto (papel) 0,93 – 0,95
Amianto (ladrilho de pavimento) 0,94
Betão 0,92
Borracha 0,95
Bronze polido 0,10
Bronze puroso/rugoso 0,55
Bronze-Alumínio 0,60
Carbono (pó de carvão / pó de grafite) 0,96 – 0,97
Chumbo oxidado 0,63
Cobre polido 0,10
Cobre oxidado 0,60 – 0,70
Cobre muito oxidado 0,88 – 0,90
Ferro galvanizado 0,85
Latão bem oxidado 0,60
Madeira 0,80 – 0,90
Óleo lubrificante 0,46 – 0,70
Óxido de alumínio (em pó) 0,46
Óxido de cobre (vermelho, em pó) 0,70
Papel amarelo 0,72
Papel azul, escuro 0,84
Papel preto opaco 0,89
Pavimento em asfalto 0,96
Pele humana 0,98
Plástico 0,90 – 0,94
Porcelana branca, brilhante 0,70 – 0,75

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 75

Porcelana vitrificada 0,92


Reboco - Gesso 0,90
Tijolo alvenaria 0,94
Tinta 0,90 – 0,96
Verniz 0,90 – 0,93

7.5.4. Registo da Imagem Térmica do Equipamento


com interesse
Quando se detecta um equipamento com sobreaquecimento, é necessário fazer a
medição das temperaturas com algum rigor para avaliarmos o grau de intervenção
e se proceder à recolha das imagens térmicas e respectivas fotos que vão constar no
relatório de inspecção. Para esse efeito é recomendado que:

• O equipamento de termografia esteja bem seguro, ou seja, sem tremuras;


• O objecto esteja correctamente focado pela lente da câmara termográfica (muito
importante);
• Se verifique que a paleta de cores irá abarcar desde os valores mais baixos
de temperaturas ao valor mais alto, todos os elementos que compõem a
imagem, bastando para isso que a escala do nível de temperaturas da câmara
de termografia esteja correctamente seleccionada (algumas câmaras têm uma
função que automaticamente selecciona a escala de temperaturas). Os valores
da emissividade, distância ao objecto, temperaturas ambiente reflectida e
atmosférica e humidade relativa devem ser introduzidos correctamente, sendo
que existem no mercado, sistemas de termografia que trazem, de fábrica, (por
exemplo a FLIR SYSTEMS) estes valores pré-definidos, sendo alterados
apenas quando tal se justifique;
• Posteriormente, no escritório, podem-se fazer correcções pontuais, por exemplo
ao valor da emissividade, havendo situações que implicam a necessidade de se
introduzirem valores diferentes para os vários materiais dos equipamentos que
compõem essa imagem;
• Na imagem térmica devem ficar registados todos os pontos de interesse, desde
a zona com defeito aos elementos tomados como referência e, sempre que
possível, a não deixarem quaisquer dúvidas na identificação do equipamento
em causa;
• A fotografia deve ser obtida precisamente do mesmo ângulo em que foi obtido
o registo térmico e abranger os mesmos componentes;
• Dependendo da importância do equipamento em questão, podem ser recolhidas
várias imagens térmicas, em condições diferentes de serviço, no sentido de se
compreender como ele se comporta em função da variação do seu estado de
funcionamento, ou seja, da carga de serviço.

Quando em presença de equipamentos que apresentem temperaturas que ponham em


perigo a muito curto prazo a instalação, é de imediato comunicado ao representante
de cliente essa situação, e é elaborada e entregue na altura, uma ficha de intervenção

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76 Procedimentos em Inspecções de Termografia

urgente, que deverá ser assinada pela pessoa que a recepciona, ficando uma cópia na
posse do inspector de termografia. Equipamentos que não apresentem temperaturas
elevadas, mas indiciem estar em mau estado, devem também constar nestes
impressos. Em seguida, exemplifica-se uma dessas fichas.

REDMIL - Termografia
ÁREA: Sala Eléctrica A Data:
LOCALIZAÇÃO: MCC - AB CIRCUITO: Motor da bomba 1202
EQUIPAMENTO / TEMPERATURAS: Contactor com 133 ºC
GRAU DE INTERVENÇÃO: (3) URGENTE
OBSERVAÇÕES: Contactor em mau estado. Deve ser substituído.
Tomei conhecimento: Inspector de Termografia:

É usual entregar, juntamente com esta ficha, a imagem térmica e respectiva foto do
equipamento em causa, com o auxílio de um computador e impressora portáteis.

7.5.5. Medições em Instalações Localizadas ao Ar Livre


Se o equipamento a examinar estiver instalado no exterior duma instalação, além da
distância ao objecto, devemos também ter em consideração algumas condicionantes
atmosféricas, tais como a velocidade do vento e a presença de chuva ou de neve,
pois estes são factores que provocam arrefecimentos forçados nos equipamentos
examinados. A presença de nevoeiro condiciona muito os ensaios, devido ao vapor
de água existente na atmosfera, dificultando a transmissão da radiação infravermelha
entre os equipamentos a examinar e a câmara de termografia.

7.5.6. Presença de Vento


Quando superior a 1m/segundo, a velocidade do vento deve ser tomada em
consideração. Um sobreaquecimento medido a uma velocidade de vento de 5 m/s
será aproximadamente duas vezes superior do que a 1 m/s. Uma temperatura
excessiva medida a 8 m/s será 2,5 vezes mais alta do que a 1 m/s. Este factor de
correcção, que é baseado em medições empíricas, é normalmente aplicável até 8 m/s.
Com a velocidade do vento superior a este valor, os ensaios não se devem realizar.
Não nos podemos esquecer que um ligeiro sobreaquecimento pode não ser detectado
devido à acção do vento. Existem contudo excepções, tais como montanhas e outros
locais constantemente sob presença de ventos fortes, que obrigam a que, com a maior
das atenções, os equipamentos sejam também examinados.
O factor de correcção empírico pode ser o indicado:

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 77

Velocidade do vento Velocidade do vento


Factor de correcção
(m/s) (nós)
1 2 1
2 4 1.36
3 6 1.64
4 8 1.86
5 10 2.06
6 12 2.23
7 14 2.40
8 16 2.54

Da multiplicação do sobreaquecimento medido pelo factor de correcção, resulta a


temperatura excessiva sem vento, ou seja, a 1 m/s.

7.5.7. Chuva e Neve


Se os ensaios decorrerem sob queda de chuva fraca ou ligeiros flocos de neve, podemos
trabalhar, ainda que sem a qualidade conseguida sem a sua presença mas, muitas
vezes, estamos obrigados a prazos inflexíveis para a examinação de certas instalações
e a inspecção tem que ser realizada, devendo nestas alturas estarmos preparados
para o mais rapidamente possível executarmos esta tarefa. Nestas situações, a câmara
deve ser protegida, por exemplo, com um saco plástico de polietileno transparente.

7.6. Relatório Provisório

No final de cada inspecção, deverá ser apresentada ao responsável de manutenção


uma listagem (ficha de visita) com todas as anomalias detectadas e referenciados
os equipamentos que recomendem uma intervenção o mais rápido possível.
Deverão também ficar na instalação as imagens térmicas e respectivas fotos dos
sobreaquecimentos mais relevantes. Todas as imagens podem, sem qualquer
problema, ser passadas para um computador do responsável da manutenção logo
no final da inspecção.

7.7. Relatório Final de Inspecção

O Relatório é a cara e a imagem da empresa de termografia responsável pela


execução da inspecção e define a qualidade dos seus técnicos inspectores. Deverá
ser de simples consulta e conter o máximo de informação dos equipamentos
examinados, nomeadamente dos que apresentem sobreaquecimento. Este relatório

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78 Procedimentos em Inspecções de Termografia

deverá ser entregue ao cliente, no máximo, dez dias após a conclusão da inspecção e
nele deverão constar:

• Identificação do Cliente, localização da instalação e data da inspecção;


• Tipo de inspecção, se equipamentos eléctricos, isolamento térmico, motores, etc.;
• Nome e categoria do funcionário representante do Cliente que acompanhou a
Inspecção;
• Identificação do inspector de termografia e cópia da sua habilitação para o efeito;
• Identificação do responsável técnico da empresa de termografia;
• Tipo de equipamento usado na inspecção e respectivo certificado de calibração;
• Equipamentos examinados e condições de serviço;
• Equipamentos não examinados e por que motivo;
• Por cada equipamento com sobreaquecimento, deverá ser apresentado um
termograma e respectiva foto, sugerido o grau de intervenção e o procedimento
recomendado para a resolução da anomalia;
• Em observações são descritas outras situações que se julguem relevantes;
• Em função de serem ou não equipamentos eléctricos a razão da inspecção, o
conteúdo do relatório é mais ou menos igual para todas as situações;
• No relatório de inspecção, podem também constar, e em função da quantidade
de visitas, mapas e gráficos com dados estatísticos, ou seja, o histórico dos
equipamentos.

O Relatório de inspecção termográfica deverá ser analisado pelos responsáveis


de manutenção do cliente, no sentido de serem efectuadas as recomendações nele
descritas, e tendo como finalidade o aproveitar ao máximo a inspecção. Não faria
qualquer sentido a realização da inspecção termográfica, e depois nada se fazer para
a correcção das anomalias detectadas. É muito importante que o mesmo, ou uma
cópia, chegue às mãos do pessoal que vai proceder à intervenção, ou seja, de quem
vai corrigir, pois não poucas vezes esse relatório fica retido em algum gabinete, não
se retirando daí todos os proveitos da inspecção.
Na página seguinte, apresenta-se um exemplo de um template, normalmente usado,
sendo que muitos outros formatos podem ser utilizados.

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 79

Electricidade Relatório de termografia Data:


LOCALIZAÇÃO Quadro Geral de Distribuição de Baixa Tensão
CIRCUITO 1300 NMV
EQUIPAMENTO Fusível
TEMPERATURAS Fase R: 43 ºC Fase S: 102 ºC Fase T: 38 ºC
Beneficiar base da maxila do lado esquerdo
ACÇÃO
(molas de pressão).
GRAU INTERVENÇÃO (3) Temperatura Ambiente: 18 ºC
CARGA (Ampere) Fase R: 73 Fase S: 73 Fase T: 73 Nominal: 250
A fase R apresenta-se um pouco mais quente
OBSERVAÇÕES
que a T, devido ao calor provocado pela fase S.

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80 Procedimentos em Inspecções de Termografia

7.8. Intervenção da Manutenção

A razão de ser da inspecção é a detecção e identificação de equipamentos que


apresentem sobreaquecimento para posterior intervenção, ou através de reparação,
ou da sua substituição ou, ainda, através do acompanhamento da evolução das
temperaturas então obtidas.

Garantir a produção dentro do tempo previsto e ao custo adequado podem ser


objectivos importantes da equipa de manutenção. As informações recolhidas
através da inspecção de termografia podem ser utilizadas para melhorar a eficácia
da reparação, assim como para se atingirem os restantes objectivos, com um risco
calculado.

No relatório de inspecção, cabe ao inspector de termografia sugerir o procedimento


recomendado para cada caso, pois ele sabe analisar como ninguém a imagem térmica
de um qualquer equipamento e definir qual a acção a desenvolver pela equipa de
manutenção.

Uma situação que acontece com alguma frequência é que um determinado


componente, ao ser reparado, ficar no executante, a sensação que não havia razão
para a intervenção, pois não se verificava nada de anormal mas, na realidade, a maior
parte das vezes esse sobreaquecimento desaparece. São os chamados pontos nulos.
Diz-nos a experiência que, em situações de pequenas diferenças de temperaturas,
uma simples limpeza das superfícies de contacto, ou um desligar seguido de ligar
desse aparelho, pode resultar na resolução do problema anteriormente detectado
com a inspecção termográfica.
É importante que quem vai intervir tenha conhecimentos sobre os equipamentos
instalados, para uma correcta avaliação e análise dos pontos com defeito.
Nota importante: Na baixa tensão, acontece com alguma frequência que, logo após a
detecção de um sobreaquecimento, o electricista que acompanha a inspecção tentar
na altura resolver o problema através de reapertos. Isto é contra producente e não se
recomenda, pois daqui podem resultar situações muito desagradáveis. A título de
exemplo, ao examinar um quadro eléctrico durante o funcionamento de uma grande
feira mundial, detectei numa régua de bornes temperaturas de 150 ºC em dois deles.
Devido ao mau estado em que se encontravam, recomendavam uma intervenção
urgente, mas nunca com os circuitos em serviço. O que aconteceu foi que o referido
electricista, na minha ausência temporária do local, tentou reapertá-los, causando
um enorme curto-circuito, felizmente sem consequências físicas para o electricista,
mas colocando às escuras todo um pavilhão cheio de equipamentos audiovisuais em
serviço e de ilustres visitantes.
Outra, entre mais algumas situações destas ocorridas, aconteceu logo após a detecção
de um sobreaquecimento num contactor de circuitos de comandos numa fábrica.
Estamos a falar de correntes fracas, mas o que é um facto é que, ao ser reapertado
em serviço, toda uma linha de enchimento veio abaixo, pois o condutor em causa
tinha a ponteira solta que estava apenas encostada ao borne de ligações do contactor,
originando pequenos arcos eléctricos com consequentes interrupções de contacto,

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Procedimentos em Inspecções de Termografia 81

que provocaram o disparo deste equipamento. Ou seja, a inspecção é uma coisa,


e a reparação dos equipamentos é outra, devendo acontecer em espaços temporais
diferentes, e em conformidade com o grau de intervenção (1), (2), (3) ou (4).

7.9. Controlo dos Equipamentos Intervencionados

Os equipamentos que foram sujeitos a reparação devem ser examinados, por


termografia, o mais breve possível após a data de intervenção. As estatísticas
relativas ao efeito da reparação indicam que cerca de um terço dos defeitos reparados
continuam a indicar sobreaquecimento, ou seja, esses defeitos apresentam um
risco potencial de avaria. Quer isto dizer que, aguardar pela próxima inspecção de
termografia programada, representa um risco desnecessário para a instalação.

Quando um defeito continua a indicar sobreaquecimento após a sua reparação, a


determinação da causa do sobreaquecimento optimiza o procedimento de reparação,
ajuda a escolher os melhores fornecedores de componentes e a detectar deficiências
na concepção da instalação.

Muitas vezes, em vez de reparar os componentes com defeito, e tendo em consideração


o tempo necessário para a manutenção e a paragem de produção, é sugerido que
os mesmos se mantenham sob controlo. Monitorizar a temperatura de um defeito
identificado, que não seja possível reparar na altura, por exemplo, devido ao facto
de não haver peças disponíveis para a sua substituição, pode muitas vezes pagar os
custos inerentes a grande quantidade de inspecções termográficas. Ou seja, podem-
se vigiar os componentes com defeito e acompanhar a evolução das temperaturas até
que seja possível a reparação ou substituição do componente defeituoso.

É usual indicar no relatório de inspecção, em espaço reservado para esse efeito, o tipo
de intervenção que foi efectuada e a causa do sobreaquecimento.

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82 Procedimentos em Inspecções de Termografia

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Inspector de termografia 83

8. Inspector de Termografia

8.1. Requisitos e Formação


Homem ou mulher, deve ter formação académica de nível médio ou superior, de
preferência em electrotecnia e com conhecimentos de mecânica geral.
A sua preparação deverá começar pela vertente teórica para que, após a assimilação
dos termos mais usados em termografia, se possa passar então a trabalhar os aspectos
práticos.

O formando deve acompanhar um inspector com muita experiência, nos mais


variados tipos de instalações e equipamentos, no mínimo durante seis meses, no
sentido de, à medida em que surgirem as dúvidas, elas possam ser de imediato
dissipadas.

Aprender a manusear um equipamento de termografia é muito fácil e rápido, mas


a interpretação das imagens que vão sendo obtidas e o procedimento recomendado
para cada caso já não é bem assim, pois aqui a experiência em inspecções de
termografia ganha especial relevância.

Um inspector de termografia tem que estar completamente á vontade numa inspecção,


ou seja, desde o modo correcto de a executar, ao saber avaliar rapidamente e sem
margem de erro o grau de gravidade de cada caso, pois não poucas vezes somos
deparados com situações que recomendam uma paragem imediata da instalação.
Nestes casos, normalmente é solicitada a presença de um responsável de direcção da
instalação, para confirmar e assumir ele próprio, no local, as acções a desenvolver.
Ora, se o inspector não estiver à vontade naquilo que faz, já imaginaram os vários
cenários que podem acontecer? Por exemplo, a instalação sai de serviço após
recomendação do inspector de termografia e, ao vistoriar-se o equipamento com o
sobreaquecimento, verifica-se que não existiu razão para esta tomada de posição, ou
seja, o equipamento em causa ainda podia funcionar durante mais alguns dias, mesmo
apresentando temperatura elevada, sendo que a sua reparação seria efectuada após
paragem programada. Uma coisa é a recomendação para uma intervenção urgente e
outra para intervenção imediata. Falamos em pormenor destes termos no capítulo 7.
Mais uma vez, realçamos que um inspector em início de carreira deve acompanhar,
durante bastante tempo, um outro, muito experiente, e isto inclui os seus primeiros
trabalhos.
O inspector de termografia não deve abrir nem fechar os quadros eléctricos, sendo
esta tarefa efectuada pela pessoa ou pessoas da instalação que forem designadas
para acompanhar os trabalhos. Isto é muito importante pois se, numa dessas
manobras, algum equipamento é tocado inadvertidamente, por exemplo na patilha
de disparo desse circuito, originando a sua saída de serviço, cria-se aqui uma
situação muito desagradável, já que, se tal acontecer num circuito de iluminação ou
de ar condicionado, não será muito complicado, mas se for um circuito de tomadas
em que estejam computadores ou outras máquinas ligadas, pode esta ocorrência

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84 Inspector de termografia

acarretar outras consequências. Se isto suceder pela acção dum trabalhador da casa,
as coisas são resolvidas internamente, o mesmo não se passando se for o inspector
de termografia o causador do incidente, pois para todos os efeitos é um trabalhador
de fora, e a primeira questão que é logo colocada: quem é que autorizou que um
funcionário do exterior mexesse nesse equipamento?
Outra razão: quadros metálicos que tenham peças soltas no seu interior, ao serem
mexidos, podem eventualmente causar curto-circuitos, com as consequências mais
ou menos graves que daí resultarão para as pessoas presentes e para os equipamentos.
Outra das situações possíveis é o desconhecimento, por parte do inspector, da
existência de dispositivos fim de curso num determinado quadro que, ao ser aberto,
o colocará fora de serviço. Um técnico da casa estará, concerteza, precavido para
estas situações.

Esta tarefa exige uma considerável disponibilidade física, pois frequentemente


vamos examinar circuitos ao nível do chão e outros a um nível superior ao da nossa
cabeça, e isto durante várias horas por dia.
Frescura mental é também recomendada, pois vamo-nos movimentar no interior de
instalações com os equipamentos em carga, a distâncias muito curtas dos mesmos,
sendo fundamental uma total concentração naquilo que estamos a fazer, não havendo
qualquer margem para distracções ou descuidos. Nos tempos livres, sempre que
possível, umas corridas e umas idas ao ginásio, acreditem, são bem-vindas para
quem vai fazer este tipo de trabalho.
Como conclusão, um inspector de termografia deve executar a inspecção, seguindo
todos os procedimentos para o efeito, saber avaliar o grau de intervenção para cada
caso, e recomendar as acções a desenvolver no sentido de se corrigirem as anomalias
eventualmente detectadas. Deve estar também á vontade para a elaboração dos
relatórios de inspecção, implicando isto algum conhecimento em trabalhar com
computadores.

8.2. Certificação

Alguns fabricantes de equipamentos de termografia, por exemplo a FLIR SYSTEMS,


têm para oferecer aos seus clientes compradores cursos sobre esta técnica, onde são
abordados os termos teóricos mais usados em termografia e onde são ministrados
os conhecimentos básicos sobre o funcionamento dos seus sistemas. São tomados
conhecimentos, fundamentalmente teóricos e, no final do curso, em função do
aproveitamento ou não, é passado o documento que atesta a sua certificação. Em
alguns casos, os interessados na certificação têm que comprovar que no seu currículo
consta um certo número de horas em inspecções de termografia.

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Inspector de termografia 85

8.3. Regras Básicas de um Inspector de Termografia

• Respeitar e cumprir, na íntegra, normas de segurança e outras existentes


• Muito boa qualidade e atenção na execução da inspecção
• Mover-se em segurança
• Não abrir nem fechar quadros eléctricos
• Não mexer nos equipamentos instalados
• Passar o mais despercebido possível, sem se fazer notar
• Deixar boa imagem, sua e da empresa que representa

8.4. Curiosidades

Ao longo dos mais de 25 anos em inspecções de termografia, o autor detectou


temperaturas muito altas nos mais variados tipos de equipamentos eléctricos e, em
algumas vezes, foi colocado perante situações um pouco complicadas, ficando aqui
o resumo de algumas delas.

Num posto de transformação subterrâneo, encontrava-se no 2º piso inferior e, ao


apontar o equipamento de termografia para o quadro geral de baixa tensão, o cursor
de medição da câmara termográfica começou a subir de uma forma rapidíssima,
50 ºC …. 150 ºC … 300 ºC …. 500 ºC …. 600 ºC … isto tudo em poucos segundos, pelo
que perguntou a quem o acompanhava se existia alguma resistência no local, ao que
responderam negativamente. Entretanto, a câmara indicava já um valor superior a
700 ºC e, olhando com atenção para onde a câmara estava a apontar viu, à vista
desarmada, a radiação de calor que saía de um parafuso de aperto do corte geral
desse quadro eléctrico, apresentando esse parafuso uma cor esbranquiçada, pelo que
sugeriu ao seu parceiro que de imediato abandonassem o local, pois ainda tinham
que subir dois lanços de escada na vertical para chegarem ao exterior do posto de
transformação. Quando no exterior, foi comunicado ao piquete de serviço dessa área
a anomalia, tendo-se de imediato realizado os procedimentos para o isolamento do
posto de transformação, para a respectiva acção de reparação. Nesta situação, o autor
nem pensou duas vezes, pois a sua segurança estava em primeiro lugar, pelo que
acabou por não fazer a recolha da imagem térmica nem da foto do equipamento com
sobreaquecimento. A informação que receberam, de quem executou a reparação, foi
que tiveram muita sorte em não terem levado com uma explosão em cima, devido ao
estado degradado em que se encontrava o corte geral, onde estavam a circular mais
de 1500 Ampere.

Numa fábrica de produção de cimento, mediu o autor 280 ºC num ligador de um


transformador de intensidade, localizado numa cela de média tensão, que “era só” a
chegada do transformador principal. Como se recomendava uma intervenção muito

Licenciado para Jose Ferreira Neto


86 Inspector de termografia

urgente, foi chamado ao local o Director dessa fábrica, para ser ele a decidir o que
fazer. Haviam muitas encomendas em lista de espera, mas uma delas tinha prazo
de entrega muito apertado, pelo que foi sugerido pelo Director, e de acordo com o
responsável da manutenção, que o TI com sobreaquecimento fosse arrefecido através
de um ventilador colocado no local para esse efeito e alguns circuitos foram retirados
de serviço, para se baixarem as cargas nessa área. A ideia era que, esse ponto com
defeito, aguentasse até ao sábado seguinte, de forma a garantir a satisfação da
encomenda principal. Esse TI foi vigiado hora a hora, para não haver nenhuma
surpresa desagradável. Tudo foi bem sucedido mas, no sábado, ao reparar-se a
ligação, verificou-se que o TI, devido às altas temperaturas suportadas, encontrava-
se bastante degradado, pelo que teve que ser substituído. Ou seja, aquilo que se tinha
programado fazer em duas horas, acabou por demorar três dias, pois não havia TI
de reserva.

Encontrava-se o autor numa área de uma determinada fábrica a examinar


equipamentos, quando foi chamado a uma outra sala eléctrica, pois o operador de
serviço que por lá passava sentiu um cheiro intenso a queimado e não sabia a sua
origem. Era o corpo de um transformador de intensidade de baixa tensão que se
encontrava já a derreter e apresentava-se com mais de 600 ºC.

Num posto de transformação, mediu 690 ºC num ligador de uma travessia passa-
muros, na chegada da linha aérea de média tensão. Foi de imediato comunicado ao
responsável da zona, que providenciou a saída de serviço de parte da linha aérea onde
este posto de transformação se encontrava ligado e se procedesse à sua reparação.

Numa central termoeléctrica, detectou um pára-raios de 220KV com sobreaquecimento


e sugeriu que o mesmo fosse de imediato retirado de serviço. Por questões de
exploração, o pára-raios continuou em funcionamento. Explodiu no dia seguinte.

Na examinação de um corte geral de um quadro de distribuição de baixa tensão, o


espaço entre a parede e os equipamentos em carga era muito pequeno. O aparelho
encontrava-se rente ao chão e, ao apontar a câmara, o autor verificou um ponto quente
a mexer-se. Era um gato que estava mesmo por baixo do barramento que ligava no
disjuntor. Barramento sem qualquer protecção, pelo que se o gato se levantasse
bruscamente, de certeza que iria provocar um incidente, com consequências graves
não só para ele, como para o autor e para o quadro eléctrico e, no fundo, para a
própria instalação. Chamou, com muito cuidado, o electricista que o acompanhava
e tentou explicar-lhe gestualmente o que se estava a passar. Ele compreendeu e, de
imediato, ligou para a sala de comando dessa zona, para isolarem (desligarem) à
distância esse circuito. Mais uma vez, foi uma questão de sorte, pois se o gato se
tem assustado, quase de certeza que iria tocar no barramento em carga e eu estava a
centímetros do centro deste problema.

Na examinação de um posto de transformação, aquando da abertura da porta de


entrada no mesmo, além de um cheiro intenso a óleo queimado, era perfeitamente
visível grande quantidade de fumo que saía do transformador de potência e sentia-
-se grande vibração no chão do PT. A segurança primeiro que tudo, pelo que, de

Licenciado para Jose Ferreira Neto


Inspector de termografia 87

imediato, fechou a porta (zona de passagem de pessoas) e contactou o piquete de


intervenção responsável pelo PT. À distância, desligaram e isolaram esse PT e, pouco
tempo depois, estavam no local a verificarem o estado exterior do transformador.
Constatou-se que faltava muito pouco tempo para a existência de um incêndio no
referido transformador.

Em muitas instalações, devido às inspecções termográficas, foram evitadas situações


muito delicadas. Algumas dessas situações implicaram intervenções imediatas e
em muitas outras, intervenções urgentes, sempre com resultados muito positivos,
evitando-se danos materiais e outros, que sem utilização da termografia, tal não seria
possível de evitar.

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88 Inspector de termografia

Licenciado para Jose Ferreira Neto


Periodicidade entre inspecções 89

9. Periodicidade entre Inspecções


A frequência das inspecções de termografia deve ter em consideração, entre outros,
os seguintes factores:

− Idade da instalação e dos equipamentos;


− Desgaste dos equipamentos em função das manobras a que são sujeitos;
− Variações constantes de cargas;
− Intensidades de corrente de serviço elevadas;
− Existência de vibrações nos locais onde estão instalados os equipamentos;
− Localização ambiental (poeiras, sol, humidade excessiva, proximidade do mar, etc.);
− Variações constantes de temperaturas ambientais;
− Importância da instalação no contexto do cliente.

Na pior das hipóteses, uma inspecção por ano deve ser levada em consideração. Duas
inspecções por ano, uma no Verão e outra no Inverno, seria já uma mais-valia para
uma garantia do bom funcionamento térmico dos equipamentos de uma instalação
e, a partir daqui e em função do que em cima foi escrito, passar-se a uma maior
frequência na sua execução.

Ter em atenção:

• Um equipamento com um ligeiro sobreaquecimento é mais fácil de reparar e


fica mais barato que um que apresente temperaturas elevadas, pois, muitas
vezes, implica a sua substituição e um maior tempo de indisponibilidade, com
os consequentes custos que daí resultam;
• Quanto maior for a periodicidade das inspecções, maiores serão as probabilidades
de se apanharem equipamentos com ligeiros sobreaquecimentos e menores as
probabilidades de se apanharem equipamentos com forte sobreaquecimento.
• Em baixo (figura 9.1.), imagem térmica e respectiva foto de um borne com
ligeiro sobreaquecimento, detectado ainda numa fase inicial e, na figura 9.2.,
apresenta-se a imagem térmica e foto do mesmo borne após intervenção.

Figura 9.1. Termograma e foto de um borne com ligeiro sobreaquecimento.

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90 Periodicidade entre inspecções

Figura 9.2.. Imagem térmica e foto, obtidas após reparação no borne da figura 9.1,
indicam que o mesmo ficou em óptimas condições, ou seja, sem quaisquer sobreaquecimentos.

Figura 9.3. Termograma e foto de um borne com temperatura muito alta.

Aqui, devido à muito alta temperatura registada no borne do lado direito (284 ºC),
já se recomenda a sua substituição.

Em suma, reparando os equipamentos numa fase inicial do sobreaquecimento,


evitam-se situações como as apresentadas em baixo, em foi necessária a substituição
destes componentes, uma régua de bornes e dois disjuntores de baixa tensão, sendo
também grandes as probabilidades de incêndio nos respectivos quadros eléctricos
onde estavam instalados.

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Exemplos 91

10. Exemplos

10.1. Resumo
Neste capítulo, é feita uma ligeira abordagem às características técnicas e respectivas
definições de cada aparelho e equipamento, em que são apresentados os mais
diversos exemplos que, nas inspecções realizadas pelo autor apresentavam, na
altura, sobreaquecimento. As imagens térmicas foram obtidas com diferentes
sistemas de termografia, facilmente perceptíveis pelas paletas de cores das escalas de
temperaturas. Estas imagens foram recolhidas em situações reais de funcionamento
dos equipamentos, muitas vezes em condições difíceis, apresentando algumas fotos
uma qualidade inferior, devido ao facto de serem conseguidas em locais pouco
iluminados, não havendo na altura tempo para o seu melhoramento, sob o risco de
ficarem outros equipamentos por examinar.

As paletas de cores das escalas presentes nas imagens térmicas representam as


temperaturas dos equipamentos que nelas constam e, de baixo para cima, sobem
de valor, ou seja, em baixo = mais frio e em cima = a mais quente (ver figura 10.0.1).

Todos os equipamentos que compõem um termograma devem estar representados


na paleta de cores, desde os de temperaturas mais baixas aos de temperaturas mais
altas. Alguns termogramas, obtidos no exterior, apresentam nas partes inferiores das
respectivas paletas de cores, temperaturas negativas, sendo que isto acontece devido
ao cursor de medição estar a apontar para o céu (atmosfera) que, como sabemos, tem
temperaturas bem negativas, muito abaixo dos 0 ºC.

Iremos chamar pontos fracos àqueles que, com maior frequência, originaram os
sobreaquecimentos por mim detectados nos mais variados tipos de equipamentos e
aparelhos, não tendo qualquer relação com a excelente qualidade com que todos são
fabricados e colocados no mercado.

Cada termograma (imagem térmica) é identificado numa caixa (figura 10.0), sendo
sugerido o grau de intervenção para cada caso, em conformidade com o seu grau de
gravidade e tendo em consideração:

(1) – Ligeiro sobreaquecimento;


(2) – Sobreaquecimento de nível médio;
(3) – Forte sobreaquecimento;
(4) – Muito forte sobreaquecimento.

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92 Exemplos

Identificação do aparelho/equipamento

Localização Identificação do quadro eléctrico, PT, etc.


Valor das temperaturas registadas na altura dos
Temperaturas
ensaios.
Causa Razão da origem do sobreaquecimento.
Acção Acção a desenvolver no sentido de corrigir a anomalia.
Quando não assinalada, deve-se à impossibilidade de
Carga colocação de pinça amperimétrica para o efeito, ou
inexistência de amperímetro no circuito.
Valor da temperatura
Grau de Intervenção Em função da gravidade
ambiente
Figura 10.0

Exemplos de várias paletas de cores, sendo que em que em cima estão representadas
as temperaturas mais altas e, na parte inferior, as temperaturas mais baixas.

Mesmas paletas de cores, agora invertidas, em que as áreas mais escuras representam
as temperaturas mais altas.

Figura 10.0.1

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Exemplos 93

Cada termograma é sempre acompanhado da respectiva foto, para melhor


identificação do equipamento/aparelho em causa.

Os exemplos abaixo apresentados, servem para ajudar a distinguir as diversas


causas que podem originar os sobreaquecimentos mais usualmente detectados nas
inspecções de termografia, na área da electricidade:

1 – Mau aperto;
2 – Terminal mal cravado;
3 – Falha interna;
4 – Pressão insuficiente na zona de contacto;
5 – Contacto incorrecto com a sua base;
6 – Mesma carga e componente com defeito;
7 – Aparelho subdimensionado;
8 – Fase sobrecarregada;
9 – Aparelhos encostados a fontes de calor;
10 – Aumento da temperatura com a subida da intensidade de corrente.

1 – Parafuso mal apertado.


Na imagem é bem visível o parafuso mais quente.

2 – Terminal mal cravado.

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94 Exemplos

3 – Falha interna.
Zona mais quente bem visível na superfície exterior do aparelho.

4 – Pressão insuficiente na zona de contacto.


Zona esbranquiçada revela os pontos fracos, neste caso, de uma maxila de uma base de fusível.

5 – Contacto incorrecto no encaixe com a base.

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Exemplos 95

6 – Cabos com defeito.


Apresentam-se todos com a mesma intensidade: 62 Ampere.

7 – Aparelho subdimensionado para a intensidade de corrente de serviço.


Fases R e T com 34 Ampere e fase S com 42 Ampere.
A intensidade nominal deste disjuntor é de 32 Ampere.

8 – Fase mais carregada.


Fase R: 17 Ampere Fase S: 26 Ampere Fase T: 56 Ampere

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96 Exemplos

9 – Disjuntor e relé encostados a resistências (com 214 ºC).

10 – Subida da temperatura com o aumento da intensidade de corrente.


Mesmo transformador de potência, com imagens térmicas
recolhidas com diferentes registos de intensidades de corrente.
Ou seja, a subida da carga de serviço implica um aumento da temperatura.

Termograma esquerdo Termograma direito

Fase 2U 2V 2W 2U 2V 2W
Ampere 400 500 500 500 600 600
ºC 74 45 45 110 59 50

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Exemplos 97

10.2. Cabo Condutor

Os cabos condutores servem para conduzir a corrente eléctrica, pois oferecem


pouca resistência à sua passagem e, normalmente, são em cobre ou em alumínio,
encontrando-se na maior parte dos casos protegidos exteriormente por uma camada
de material isolante.

Pontos fracos:

• Secção reduzida para a intensidade de corrente que o percorre;


• Em circuitos trifásicos, intensidades de corrente distintas;
• Uniões e caixas de junção com aperto incorrecto;
• Terminais e ponteiras mal cravados e ligações incorrectas;
• Terminais e ponteiras, de secção e/ou de material diferente dos cabos que neles
ligam;
• Cortes que reduzam ou debilitem a sua secção em alguns troços;
• Curvaturas muito pronunciadas;
• Cabos enrolados em espiral;
• Cabos encostados a fontes de calor intensas, por exemplo a resistências;
• Esteiras (feixes) com cabos muito próximos uns dos outros;

Dependendo da sua secção e do tipo de material com que é feito o seu isolamento, um
cabo condutor pode suportar temperaturas de trabalho um pouco acima dos 70 ºC
(cabos com isolamento específico, podem suportar temperaturas acima dos 100 ºC).
No entanto, estes valores recomendam já uma análise cuidada e com alguma
brevidade, sendo importante saber qual a intensidade de corrente normal de serviço
e a intensidade máxima que poderá percorrer esse circuito.

Na prática, numa inspecção termográfica, todos os cabos que estejam acima dos 50 ºC,
recomendam um estudo de modo a se compreender o porquê dessa temperatura, e se a
mesma poderá de alguma forma ser baixada. É normal, em determinados circuitos, por
exemplo, os de compensação do factor de potência, os cabos atingirem temperaturas
de aproximadamente 60 ºC. Tudo isto aplica-se, claro está, aos condutores das fases,
normalmente percorridos por intensidades de corrente superiores. Os condutores de
neutros (transportam apenas as correntes de desequilíbrios proveniente de outros

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98 Exemplos

condutores) não devem exceder muito a temperatura ambiente na zona, excepto em


circuitos de UPS e de alguns tipos de iluminação, locais onde atingem muitas vezes
temperaturas aproximadas ou mesmo superiores às das fases, sendo considerada
normal esta situação. Já os condutores de circuitos de terras não devem exceder a
temperatura ambiente do local onde estão instalados, exceptuando quadros de
alimentação de algumas máquinas de soldadura.

É importante que quem vai executar a inspecção termográfica tenha conhecimento da


relação entre a secção dos cabos condutores e da intensidade de corrente que podem
suportar em regime permanente. Estas tabelas são fornecidas pelos fabricantes de
cabos condutores.

A análise aos cabos condutores merece uma atenção especial, pois muitas vezes
encontram-se em feixes, dentro de calhas e de caleiras, muito encostados uns aos
outros, não os deixando respirar suficientemente e, por indução, verem a sua
temperatura aumentar. Os cabos que são visíveis, facilmente são examinados, o
mesmo não acontecendo aos que estão escondidos, devendo aqui ser efectuada uma
análise atenta e pormenorizada em toda a área onde se encontram, para verificação
se a fonte de calor está ou não nos cabos detrás.

Temperaturas admissíveis para alguns tipos de isolamento, segundo normas em vigor:

Isolamento Temperatura máxima de funcionamento (ºC)


PVC (policloreto de vinilo) 70
EPR (etileno – propileno) 90
XLPE (polietileno reticulado) 90

Temperatura máxima de funcionamento (ou de trabalho) – é a temperatura máxima


que um condutor pode atingir em regime permanente.
Temperatura de sobrecarga – é a temperatura máxima que um condutor pode atingir
em regime de sobrecarga. A duração desse regime não pode ser superior a 100 horas
durante 12 meses consecutivos ou 500 horas durante toda a vida do cabo.
Temperatura de curto-circuito – é a temperatura máxima que um condutor pode
atingir em regime de curto-circuito. A duração desse regime não pode ser superior
a 5 segundos. Para condutores isolados a PVC, a temperatura de curto-circuito é de
160 ºC. Para condutores isolados a EPR, a temperatura de curto-circuito é de 250 ºC

Quando da necessidade em utilizar cabos condutores com funcionamento a


temperaturas superiores a 90 ºC, deverá ser efectuado um estudo específico para
avaliação do comportamento dos mesmos nessas condições, sendo que, existem no
mercado cabos condutores especialmente projectados para suportarem esses valores.

A título de curiosidade, o ponto de fusão do cobre é aos 1083 ºC e do alumínio é aos 658 ºC.

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Exemplos 99

CABO CONDUTOR
Localização Á saída de um transformador de potência
Temperaturas Cabo condutor com 91 ºC. Outros cabos com 85 ºC
Secção dos cabos condutores insuficiente em relação à
Causa
Intensidade de Corrente que os percorrem.
Acção Substituir estes cabos condutores ou, dividir Cargas.
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente.
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 35 ºC

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100 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização Cabos condutores em circuito de intensidade
Temperaturas Cabos condutores com 88 ºC
Secção dos condutores insuficiente em relação à intensidade
Causa
que os percorre.
Acção Substituir estes cabos condutores.
Carga (Ampere) Intensidade de Serviço: 55 Intensidade Nominal: 100
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 33 ºC

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Exemplos 101

CABO CONDUTOR
Localização Cabos na saída para um motor
Temperaturas Fase R: 35 ºC Fase S: 35 ºC Fase T: 46 ºC
Desequilíbrio de cargas entre fases, ou existência de
Causa
problemas no motor alimentado por estes cabos condutores
Acção Verificar condições de funcionamento e próprio motor
Carga (Ampere) Fase R: 22 Fase S: 22 Fase T: 30
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

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102 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização Cabos à saída de um transformador de potência
Cabo mais afastado da fase do meio com 78 ºC. Restantes
Temperaturas
cabos com aproximadamente 57 ºC
Causa Cabo com vários fios cortados por baixo do isolamento.
Acção Substituir este troço de cabo.
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente.
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 30 ºC

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Exemplos 103

CABO CONDUTOR
Localização Troço entre um alternador e um quadro eléctrico (Q.G.BT)
Temperaturas Fase U: 59 ºC Fase V: 41 ºC Fase W: 41 ºC
Causa Cabo com defeito
Acção Substituir este troço de cabo entre alternador e Q.G.BT
Carga IS: 700 Ampere IN: 2000 Ampere IS/IN (%): 35
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 32 ºC

Cabo à saída de um alternador

Cabo no percurso intermédio

Mesmo cabo na chegada ao Q.G.BT

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104 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização Alimentação de um motor
Temperaturas Cabos condutores com 74 ºC
Secção dos cabos condutores, insuficiente em relação à
Causa
Intensidade de Corrente que os percorrem.
Acção Substituir estes cabos condutores, ou, dividir cargas.
Carga (Ampere) Intensidade de Serviço: 90
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

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Exemplos 105

CABO CONDUTOR
Localização Cabo condutor entre contactor e um variador de frequência
Temperaturas Fase R: 51 ºC Fase S: 83 ºC Fase T: 51 ºC
Causa Cabo com cortes profundos, por baixo do isolamento
Acção Substituir este troço de cabo
Carga 90 Ampere em cada fase
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC

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106 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização Cabo condutor entre um seccionador e um contactor
Temperaturas Fase R: 74 ºC Fase S: 43 ºC Fase T: 43 ºC
Cabo com fios interrompidos, circulando a intensidade de
Causa corrente por menos fios do que o necessário, aumentando
assim a sua temperatura
Acção Substituir este troço de cabo
Carga (Ampere) Fase R: 70 Fase S: 72 Fase T: 73 Nominal: 100
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Fase com sobreaquecimento é a que apresenta intensidade de corrente mais baixa.

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Exemplos 107

CABO CONDUTOR
Localização Cabo condutor de alimentação a um motor
Temperaturas Cabo condutor com 46 ºC. Restantes cabos com 33 ºC
Provavelmente com cortes por baixo do isolamento, que
Causa
diminuem a secção do cabo, junto ao terminal
Acção Verificar estado deste troço de cabo.
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente.
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

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108 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização Cabo condutor na chegada a um barramento
Temperaturas Cabo com 129 ºC. Outros cabos condutores com 40 ºC
Causa Terminal mal cravado
Acção Fazer nova ponta de cabo
35 Ampere. Noutros períodos do dia, a intensidade
Carga de corrente sobe consideravelmente, aumentado a
temperatura.
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 17 ºC

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Exemplos 109

CABO CONDUTOR
Localização Alimentação de um motor
Temperaturas Fase R: 60 ºC Fase S: 117 ºC Fase T: 85 ºC
Isolador de apoio com defeito. É bem visível na imagem
Causa térmica, o isolador de apoio bem mais quente que o
parafuso de aperto.
Acção Fazer nova ponta de cabo e substituir isoladores de apoio
Sem intensidades de corrente. Motor estava parado à 10
Carga (Ampere)
minutos
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 15 ºC
Observações: Cabos condutores e isoladores de apoio em mau estado, devido às altas temperaturas
suportadas. Isoladores identificados com seta de cor amarela.

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110 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização Alimentação de um motor
Temperaturas Fase R: 73 ºC Fase S: 82 ºC Fase T: 177 ºC
Terminal do cabo, de material diferente do parafuso e
Causa
porca. Isolador de apoio com defeito. Contacto incorrecto.
Fazer nova ponta de cabo; substituir porca e parafuso de
Acção
aperto e próprio isolador de apoio.
Carga (Ampere) Fase R: 240 Fase S: 240 Fase T: 240 Nominal: 400
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 18 ºC
Observações: Ponta do cabo condutor em mau estado, devido às altas temperaturas suportadas. Isolador
de apoio identificado com seta de cor amarela.

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Exemplos 111

CABO CONDUTOR
Localização Percurso para um quadro de baixa tensão
Temperaturas Zona da emenda com 104 ºC
Causa Contacto/aperto insuficiente
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Cabo com 45 Ampere
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

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112 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização À saída de caixa fim de cabo de baixa tensão
Temperaturas Fase vermelha: 56 ºC Fase verde: 37 ºC Fase amarela: 35 ºC
Causa União com mau contacto
Acção Limpar zona de contacto e apertar união correctamente.
Carga (Ampere) Fase vermelha: 38 Fase verde: 37 Fase amarela: 37
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

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Exemplos 113

CABO CONDUTOR
Localização Saída de um Q.G.BT, para um motor
Temperaturas Fase R: 73 ºC Fase S: 30 ºC Fase T: 30 ºC
Causa Terminal mal cravado
Acção Fazer nova ponta de cabo
Carga (Ampere) Fase R: 28 Fase S: 28 Fase T: 28
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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114 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização Alimentação a um Q.G.BT
Temperaturas Fase R: 60 ºC Fase S: 60 ºC Fase T: 127 ºC
Causa Terminal mal cravado, ou de secção diferente do condutor
Cravar correctamente terminal, ou fazer nova ponta de
Acção
cabo
Carga (Ampere) Fase R: 220 Fase S: 225 Fase T: 230
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC
Observações: Bem visível a origem do aquecimento no terminal, que se apresenta bem mais quente que
o parafuso de aperto.

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Exemplos 115

CABO CONDUTOR
Localização Troço entre fusível e contactor
Temperaturas Fase R: 80 ºC Fase S: 58 ºC Fase T: 60 ºC
Curvatura pronunciada, provocou pontos fracos no cabo
Causa
condutor, por baixo do isolamento.
Acção Substituir este troço de cabo
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

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116 Exemplos

CABO CONDUTOR
Cabos condutores entre transformador de potência e
Localização
Q.G.BT
Temperaturas Superfície exterior onde passam os cabos com 50 ºC
Secção insuficiente e provável defeito no isolamento dos
Causa
cabos
Verificar o estado em que se encontram estes cabos
Acção
enterrados
Carga 220 Ampere em cada fase
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC
Observações: A temperatura obtida, foi na camada exterior das tampas em cimento da caleira onde
passam os cabos (estão enterrados), encontrando-se os mesmos, provavelmente, com temperaturas
bem superiores. Este troço deve ser aberto e verificarem-se as condições em que os cabos se encontram,
nomeadamente o estado do seu isolamento.

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Exemplos 117

CABO CONDUTOR
Localização Cabo condutor de 6 KV entre um motor e o arrancador
Temperaturas Cabo identificado em foto com 52 ºC. Restantes com 33 ºC
Provável defeito nos contactos do lado esquerdo da fase
do meio (contactor do arrancador), obrigando toda a
Causa
corrente a passar pelo cabo do lado direito, aumentando
consideravelmente a sua temperatura.
Verificar este troço de cabo e contactos do contactor do
Acção
arrancador.
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC
Observações: Percurso dos cabos entre o motor, caleira e arrancador. Imagens térmicas revelam um dos
cabos bem mais quente que os restantes.

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118 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização Cabo condutor de 60 KV
Temperaturas Pequeno troço com 53 ºC. Restante cabo com 30 ºC
Causa Defeito no isolamento
Retirar de serviço e verificar isolamento na zona indicada
Acção
em foto
Carga Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: O cabo em questão, encontrava-se coberto com muita sujidade, pelo que o valor real da
temperatura nesse ponto, deverá ser superior. Na zona indicada, não existiam quaisquer uniões ou
ligações.

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Exemplos 119

CABO CONDUTOR
Localização Circuito de iluminação
Temperaturas Cabos com 45 ºC
Causa Enrolados em espiral
Acção Devem ser desenrolados
Carga 10 Ampere
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 20 ºC

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120 Exemplos

CABO CONDUTOR
Localização Cabos à saída de um transformador de baixa tensão
Temperaturas Núcleo do transformador com 82 ºC
Causa Contacto entre núcleo e condutores
Acção Afastar condutores do núcleo do transformador
Carga Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Com o decorrer do tempo, a temperatura do núcleo do transformador poderá danificar o
isolamento destes condutores.

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Exemplos 121

Cabo protegido por tubo metálico

Tubo metálico, onde no seu interior estão três cabos de 6 KV (um por cada fase).
Este tubo serve de protecção física aos referidos cabos MT, que alimentam um
transformador de potência (em vazio na altura). Esta é uma zona de uma fundição,
onde constantemente saltam fagulhas provenientes de um forno próximo.
Um pequeno barrote em madeira servia de suporte à zona da curvatura do tubo
e, uma dessas fagulhas incendiou o referido barrote que por sua vez aqueceu em
demasia o tubo metálico. Por sorte estava no local e recomendei que antes de se
meter o transformador em serviço, se verificasse o estado do isolamento dos cabos
MT. Verificou-se então, que o isolamento dos três cabos estava muito danificado,
precisamente na zona da curva, devido às altas temperaturas suportadas.

Zona da curvatura do tubo metálico com 142 ºC, na superfície exterior

Zona da caixa de ligações do transformador onde encaixa o tubo metálico,


sem qualquer sobreaquecimento.

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122 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

Cabo condutor com 76 ºC. Deve ser aliviado, tanto na intensidade de corrente, como na curvatura.
Deve ser retirada a abraçadeira que o prende aos restantes condutores.

Cabos condutores com terminais mal cravados. Fase esquerda com 60 ºC

Cablagem na saída de um disjuntor com 70 ºC.


Devem ser aliviadas cargas, ou aumentar a secção dos condutores.

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Exemplos 123

Terminal da fase do meio com 70 ºC. Deve ser cravado correctamente.

Cabos condutores no percurso entre transformador de potência e um Q.G.BT com 85 ºC.


Devem ser aliviadas cargas neste transformador.

Cabo condutor com 34 ºC mas, na altura dos ensaios,


este circuito encontrava-se sem intensidades de corrente.
Condutor com cortes profundos por baixo do isolamento.

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124 Exemplos

Cabo de troçada na saída de um PT, para rede aérea de baixa tensão, com 68 ºC.
Cargas devem ser aliviadas.

Fase S, na saída para um motor com 61 ºC.


Fases R e T com 42 ºC. Três fases com 32 Ampere.
Origem do sobreaquecimento na curvatura do condutor (cortes por baixo do isolamento).

Condutor Neutro com 44 ºC. Fases com 33 ºC.


Devem ser verificados os contactos no interior do interruptor e o encaixe do neutro no terminal.

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Exemplos 125

Condutores na saída para um motor. Fase R: 91 ºC Fase S: 111 ºC Fase T: 47 ºC


Devem ser verificados os contactos do contactor. Provavelmente, a fase T encontra-se
interrompida, circulando a intensidade pelas fases R e S. Verificar cravação dos terminais.

Cabos na entrada de um contactor. Fase R: 85 ºC Fase S: 46 ºC Fase T: 50 ºC


Verificar cravação do terminal.

Cabos condutores entre contactor e seccionador. Fases com intensidades de corrente iguais.
Fase R: 79 ºC Fase S: 49 ºC Fase T: 57 ºC
Substituir este shunt.

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126 Exemplos

10.3. Barramento de Baixa Tensão

Conjunto de barras, de onde saem os cabos de alimentação para os mais variados


circuitos. Normalmente, são constituídos por três fases e um neutro. Por sua vez, o
barramento também é alimentado por um outro circuito. Os materiais mais utilizados
são o cobre, o alumínio e algumas ligas para o efeito.

Pontos fracos:

• Ligações incorrectas;
• Junções de materiais diferentes;
• Uniões ou emendas com apertos insuficientes;
• Barras subdimensionadas para as intensidades de corrente que as percorrem;
• Isoladores de apoio com defeito.

Um barramento não deve apresentar temperaturas superiores às dos cabos condutores


que nele ligam. Segundo as normas existentes, as ligações aparafusadas de barras podem
suportar temperaturas superiores a 80 ºC em regime permanente, mas devemos ter em
consideração os cabos condutores que nelas ligam pois, com esse valor de temperatura,
o calor propagado pode danificar o isolamento desses cabos e a própria temperatura
ambiente no interior do quadro irá também subir consideravelmente.

Um ponto do barramento que apresente sobreaquecimento, por muito pequeno que


seja, deve ser intervencionado o mais rápido possível, evitando-se assim possíveis
avarias e incêndios.

Os barramentos devem ser examinados de vários ângulos, no sentido de todas as


ligações serem verificadas e recomenda-se, também, uma análise cuidada aos seus
isoladores de apoio. Chapas de protecção em acrílico ou outras, devem ser retiradas
sempre que possível (apenas e só quando estão garantidos 100% de segurança para
quem executa essa tarefa), para que todas as ligações fiquem visíveis.
Nos circuitos de UPS, é normal o neutro apresentar temperaturas um pouco
superioras às das fases.

Existem agora no mercado, pequenas janelas de vidro transparente aos


infravermelhos, permitindo assim a examinação por termografia dos equipamentos
por elas protegidos.

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Exemplos 127

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Barramento em quadro eléctrico
Temperaturas Fase amarela: 29 ºC Fase verde: 28 ºC Fase vermelha: 62 ºC
Causa Parafuso com rosca moída. Mau contacto
Acção Substituir parafuso e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase amarela: 26 Fase verde: 25 Fase vermelha: 26
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 15 ºC
Observações: Noutros períodos do dia, este circuito vê aumentada a sua intensidade, implicando um
acréscimo da temperatura.

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128 Exemplos

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Barramento de quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase vermelha: 75 ºC Fase verde: 31 ºC Fase amarela: 30 ºC
Mau contacto na união do barramento vertical com o
Causa
horizontal
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC

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Exemplos 129

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Barramento geral de quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase amarela: 65 ºC Fase verde: 80 ºC Fase vermelha: 48 ºC
Causa Mau contacto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase amarela: 510 Fase verde: 520 Fase vermelha: 500
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC

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130 Exemplos

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Barramento vertical em quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 129 ºC Fase S: 67 ºC Fase T: 49 ºC
Causa Ligações incorrectas
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 17 ºC

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Exemplos 131

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Alimentação a barramento em quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 30 ºC Fase S: 30 ºC Fase T: 64 ºC
Causa Barra com racha, diminui a zona de contacto
Acção Substituir este pequeno troço de barra
Carga (Ampere) Fase R: 62 Fase S: 62 Fase T: 66
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 19 ºC

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132 Exemplos

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Barramento em quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase superior: 124 ºC
Mau contacto entre condutor e borne de ligação no
Causa
barramento
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 30 ºC

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Exemplos 133

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Barramento de quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 139 ºC Fase S: 50 ºC Fase T: 45 ºC
Causa Encaixe incorrecto do condutor no borne do barramento.
Acção Corrigir. Apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 22 Fase S: 22 Fase T: 22
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: A temperatura registada é na parte visível do condutor, sendo que, no encaixe do
barramento, esse valor será superior. Condutor com indícios de ter suportado temperaturas mais altas.

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134 Exemplos

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Barramento vertical em quadro eléctrico de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 90 ºC Fase S: 48 ºC Fase T: 47 ºC
Causa Contactos incorrectos
Verificar encaixe e ligações no barramento, no verso desta
Acção
gaveta
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: O barramento encontra-se por detrás do disjuntor e, o valor correcto da temperatura, será
com toda a certeza bem superior ao obtido através dos orifícios existentes nas grelhas de protecção.

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Exemplos 135

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Barramento secundário de quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 36 ºC Fase S: 60 ºC Fase T: 36 ºC
Causa Contactos incorrectos
Acção Verificar estado dos contactos
Carga Sem indicação de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC

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136 Exemplos

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Barramento geral de neutros em quadro de baixa tensão,
Localização
de um posto de transformação aéreo.
Temperaturas Ligador de neutros com 88 ºC. Fases com 25 ºC
Causa Aperto incorrecto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente.
Carga (Ampere) Fase R: 12 Fase S: 13 Fase T: 9 Neutro: 3
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC
Observações: Na imagem, é bem visível que o ligador se apresenta um pouco mais quente no lado direito.

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Exemplos 137

BARRAMENTO DE BAIXA TENSÃO


Localização Barramento de neutros em quadro de baixa tensão
Barramento com 74 ºC no 2º condutor neutro da direita.
Temperaturas
Todos os outros com aproximadamente 28 ºC
Apertos incorrectos e isolamento de um condutor na zona
Causa
de contacto.
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Este condutor apresentava já uma cor escura em vez do azul claro, indiciando ter suportado
temperaturas bem mais altas.

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138 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

Barramento de baixa tensão. Fase S - Ponto de ligação do circuito esquerdo com 96 ºC.
Referência com 37 ºC. Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

Barramento de baixa tensão. Fase R – 3º parafuso de aperto a contar da direita com 78 ºC.
Recomenda-se a sua substituição.

Barramento de baixa tensão. Fase amarela – condutor com 88 ºC. Referência com 50 ºC.
Verificar cravação do terminal.

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Exemplos 139

Barramento normabarra entre um transformador de potência e um Q.G.BT.


Superfície exterior com 77 ºC. Verificar ligações no seu interior e aliviar cargas.

Barramento aéreo. Saída para um disjuntor com 70 ºC. Verificar encaixes no barramento.

Barramento de baixa tensão. 3º condutor da esquerda com 57 ºC.


Referência com 45 ºC.
Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

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140 Exemplos

10.4. Régua de Bornes

Serve para unir ou seccionar os cabos condutores num determinado circuito, seja de
força ou de comandos.

Pontos fracos:

• Apertos incorrectos;
• Borne com defeito ou mal montado;
• Borne com secção diferente da do cabo a que liga;
• Isolamento do cabo na zona de aperto, aumentando a resistência de contacto;
• Zona de contacto, de material diferente do cabo condutor.

Temperaturas acima dos 50 ºC devem ser analisadas com maior cuidado, devendo-se
ter em atenção se o borne aquece no seu todo ou se o calor se concentra em algum
ponto em particular, nomeadamente nas zonas de contacto e de ligação. Podemos
estar em presença de temperaturas na casa dos 20 ºC ou 30 ºC, e ser possível a
verificação, por exemplo, de bornes mal apertados, bastando para isso que algum
ou alguns deles se apresentem mais quentes que outros nas mesmas condições de
serviço.

Cabos condutores com intensidades de corrente elevadas têm tendência a aquecer


mais que os restantes e, como consequência, propagam o calor aos respectivos bornes,
sendo aqui necessária alguma atenção na sua examinação pois, nestes casos, os cabos
condutores devem aquecer por igual em toda a sua extensão. As inspecções às réguas
de bornes são de fácil execução e interpretação. Normalmente, temos sempre vários
bornes como comparação.

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Exemplos 141

RÉGUA DE BORNES
Bornes de força em quadro de baixa tensão – circuito lado
Localização
direito
Temperaturas Fase R: 58 ºC Fase S: 68 ºC Fase T: 121 ºC
Causa Borne de secção inferior aos restantes.
Acção Substituir borne
Carga (Ampere) Fase R: 27 Fase S: 27 Fase T: 27
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC
Observações: O borne da fase S apresenta algum sobreaquecimento devido ao facto de estar encostado
ao da fase T.

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142 Exemplos

RÉGUA DE BORNES
Localização Bornes de força em quadro de baixa tensão
Temperaturas Borne do lado direito com 284 ºC. Restantes bornes com 20 ºC
Causa Parafuso inferior com defeito
Acção Substituir borne
Carga Impossibilidade de medição de intensidade de corrente.
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 12 ºC
Observações: Este circuito encontrava-se apenas com 5 minutos em serviço. Borne e parafuso em muito
mau estado. Risco de incidente a qualquer momento.

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Exemplos 143

RÉGUA DE BORNES
Localização Bornes de força em quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 36 ºC Fase S: 40 ºC Fase T: 130 ºC
Mau contacto entre condutor e borne. Parafuso com rosca
Causa
moída
Acção Substituir parafuso
Carga (Ampere) Fase R: 40 Fase S: 40 Fase T: 40
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 16 ºC
Observações: Na altura da intervenção, verificou-se que o parafuso inferior tinha a rosca moída, pelo que
se procedeu à sua substituição por um outro.

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144 Exemplos

RÉGUA DE BORNES
Localização Régua de bornes em Q.G.BT – Circuito do lado esquerdo
Temperaturas Borne de neutros com 82 ºC. Bornes das fases com 42 ºC
Causa Borne com defeito
Acção Substituir
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 30 ºC
Observações: Borne dos condutores neutros do lado esquerdo em mau estado, havendo fortes
probabilidades de contacto a qualquer momento com o borne da fase à sua direita e consequente curto-
circuito. Condutores neutros apresentavam cor bastante escura, em vez da cor azul.

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Exemplos 145

RÉGUA DE BORNES
Localização Régua de bornes em quadro de baixa tensão
Borne do lado esquerdo com 67 ºC. O segundo borne,
Temperaturas devido à sua proximidade, com 45 ºC. Restantes bornes
com 37 ºC
Ponto mais quente localiza-se no corpo do borne e não na
Causa
zona dos parafusos, indiciando que o mesmo tenha defeito
Acção Substituir borne
Carga (Ampere) Fase R: 16 Fase S: 15 Fase T: 14
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC

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146 Exemplos

RÉGUA DE BORNES
Localização Bornes de força em quadro de baixa tensão
Temperaturas Borne com 49 ºC, mas em muito mau estado
Causa Borne com defeito
Substituir bornes, incluindo os mais próximos, devido às
Acção
altas temperaturas suportadas.
Carga Sem intensidades de corrente, na altura dos ensaios
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 17 ºC
Observações: É bem visível o mau estado em que este borne se apresenta. Este circuito encontrava-se à
alguns minutos sem intensidades de corrente, pelo que se recomendou uma intervenção imediata.

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Exemplos 147

RÉGUA DE BORNES
Localização Bornes de força na saída de um Q.G.BT
Temperaturas Fase R: 40 ºC Fase S: 82 ºC Fase T: 38 ºC
Causa Mau aperto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 40 Fase S: 42 Fase T: 40
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC

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148 Exemplos

RÉGUA DE BORNES
Localização Bornes de força em quadro de baixa tensão
Temperaturas Borne do lado esquerdo com 73 ºC. Referência com 30 ºC
Causa Parafuso superior mal apertado
Acção Apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 15 Fase S: 13 Fase T: 10
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 12 ºC
Observações: Neste quadro, conjunto de caixas de junções substituem régua de bornes.

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Exemplos 149

RÉGUA DE BORNES
Localização Régua de bornes em quadro de baixa tensão
Temperaturas 10º borne da esquerda com 105 ºC. Referência com 45 ºC
Causa Parafuso superior com rosca moída
Acção Substituir parafuso
Carga Impossibilidade de medição de intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 18 ºC

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150 Exemplos

RÉGUA DE BORNES
Localização Bornes de comandos de um disjuntor de baixa tensão
Temperaturas 4º borne da direita com 108 ºC. Restantes bornes com 45 ºC
Causa Borne com defeito
Acção Substituir este borne
Carga Sem registo de intensidade de corrente. Comandos.
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC

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Exemplos 151

RÉGUA DE BORNES
Localização Bornes de circuitos de comandos
Temperaturas Borne superior com 52 ºC
Causa Borne com defeito
Acção Substituir
Carga -
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

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152 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

Circuito de iluminação – Borne de neutros com 129 ºC.


Dois condutores ligam no mesmo borne que apresenta defeito, na parte inferior.
Deve ser substituído.

4º Borne da esquerda com 61 ºC. Shunt da base mal apertado ou com defeito.
Recomenda-se a sua substituição.

22º Borne da esquerda com 37 ºC. Restantes bornes com 23 ºC. Fazer reapertos.
Com este valor de temperatura é muito mais fácil a acção de correcção da anomalia.

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Exemplos 153

10.5. Disjuntor de Baixa Tensão

Aparelho de comando e protecção de um determinado circuito eléctrico, que actua em


condições previamente estabelecidas, ou seja, é um aparelho que abre (interrompe o
circuito) sempre que a intensidade de corrente nominal é ultrapassada. A interrupção
da corrente eléctrica pode ser manual ou automática e os disjuntores actuam em
condições de sobrecarga e de curto-circuito. Podem ser unipolares, bipolares, tripolares
ou tetrapolares e o seu poder de corte depende da regulação que vem de fábrica.

Os disjuntores com protecção diferencial actuam também em condições de existência


de correntes de fuga que por vezes acontecem nas instalações eléctricas.

Pontos fracos:

• Contactos internos com defeito;


• Maus apertos;
• Terminais ou ponteiras mal cravados;
• Subdimensionados, em relação à intensidade de corrente que os percorrem;
• Isolamento de cabos condutores na zona de contacto dos respectivos bornes.

Em função da sua amperagem e da temperatura ambiente, é normal os disjuntores


apresentarem-se com temperaturas entre os 50 ºC e 60 ºC, sendo importante saber
quais as condições de serviço em que se encontram e as que eventualmente poderão
alcançar noutros períodos de funcionamento. O tipo de concepção de alguns
disjuntores permite-lhes suportar, durante um período de tempo considerável,
temperaturas entre os 60 ºC e os 70 ºC, sendo que a partir deste valor deverão ser
vigiados ou mesmo substituídos.

A distribuição das temperaturas no corpo de um disjuntor com sobreaquecimento


indica-nos muito rapidamente onde se localiza a sua origem, se no seu interior
(contactos) ou se na zona dos bornes de ligação. É muito importante um exame à
vista desarmada, pois um disjuntor que esteja sem consumos não aquece, mas pode
ter indícios, na sua superfície exterior, de ter suportado temperaturas elevadas.

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154 Exemplos

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Circuito Geral de Q.G.BT
Temperaturas Neutro: 42 ºC Fase L1: 58 ºC Fase L2: 85 ºC Fase L3: 42 ºC
Causa Maus contactos internos
Acção Devem ser verificados contactos no interior do disjuntor
Carga (Ampere) Fase L1: 110 Fase L2: 112 Fase L3: 110
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Os 85 ºC foram medidos na superfície exterior do corpo do disjuntor, encontrando-se os
contactos a alguns centímetros de distância, significando que a sua temperatura será com toda a certeza
um pouco superior à registada.

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Exemplos 155

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Geral de quadro de baixa tensão
Temperaturas Neutro: 26 ºC Fase R: 31 ºC Fase S: 28 ºC Fase T: 27 ºC
Fase R com intensidade superior e provavelmente, os
Causa
contactos internos com defeito.
Distribuir cargas iguais pelas três fases. Vigiar. Registo de
Acção
temperatura para comparações futuras.
Carga (Ampere) Fase R: 40 Fase S: 32 Fase T: 30
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 22 ºC

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156 Exemplos

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Disjuntor com 142 ºC
Causa Defeito interno
Acção Substituir Disjuntor
Carga Circuito com 55 Ampere
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 157

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Neutro: 118ºC Fase R: 63ºC Fase S: 62ºC Fase T: 58ºC
Cabo mal encaixado na ponteira e provável defeito no
Causa
contacto superior do disjuntor
Fazer nova ponta no condutor do neutro e substituir
Acção
disjuntor
Carga (Ampere) Neutro: 4 Fase R: 30 Fase S: 30 Fase T: 30
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 26 ºC
Observações: Uma falha deste neutro, implicaria consequências mais ou menos graves neste circuito, pois
em vez dos 230 Volt, seriam 400 Volt a serem fornecidos e claro está, a provável destruição deste aparelho.

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158 Exemplos

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Disjuntor com 92 ºC
Causa Contactos internos com defeito
Acção Verificar contactos ou substituir disjuntor
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC
Observações: Parafusos de ligação apresentam-se bem quentes, devido à temperatura que vem do interior
do aparelho, com origem nos contactos que não encaixam correctamente.

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Exemplos 159

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 39 ºC Fase S: 45 ºC Fase T: 61 ºC
Intensidades de corrente bem diferentes nas três fases e
Causa
contactos com defeito.
Verificar borne de ligação e contactos ou substituir este
Acção
disjuntor
Carga (Ampere) Fase R: 17 Fase S: 26 Fase T: 56 Nominal: 63
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC
Observações: Neste circuito, as cargas devem ser distribuídas igualmente pelas três fases.

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160 Exemplos

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 34 ºC Fase S: 45 ºC Fase T: 75 ºC
Causa Borne superior com defeito
Acção Corrigir contactos ou substituir disjuntor
Carga (Ampere) Fase R: 13 Fase S: 15 Fase T: 19
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC

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Exemplos 161

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Corte geral de quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase vermelha: 61 ºC Fase verde: 79 ºC Fase amarela: 154 ºC
Causa Maus apertos
Acção Verificar ligações e estado dos contactos.
Carga (Ampere) Fase vermelha: 520 Fase verde: 560 Fase amarela: 500
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 25 ºC
Observações: Fase mais quente é a que apresenta intensidade de corrente mais baixa. Imagem térmica
obtida no verso do disjuntor.

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162 Exemplos

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 131 ºC Fase S: 42 ºC Fase T: 31 ºC
Causa Terminal mal cravado
Acção Corrigir sua cravação.
Carga (Ampere) Fase R: 22 Fase S: 22 Fase T: 22
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 16 ºC
Observações: Circuito com pouco tempo em serviço.

Licenciado para Jose Ferreira Neto


Exemplos 163

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Alimentação de quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 53 ºC Fase S: 40 ºC Fase T: 39 ºC
Causa Contacto incorrecto entre borne de ligação e condutor
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 26 Fase S: 26 Fase T: 25
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 22 ºC

Licenciado para Jose Ferreira Neto


164 Exemplos

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase L1: 56 ºC Fase L2: 111 ºC Fase L3: 54 ºC
Causa Ponteira mal cravada, ou ligação incorrecta
Acção Cravar correctamente a ponteira e apertar
Carga (Ampere) Fase L1: 27 Fase L2: 28 Fase L3: 27
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 15 ºC

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Exemplos 165

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 64 ºC Fase S: 38 ºC Fase T: 38 ºC
Causa Ponteira mal cravada, ou contacto superior com defeito
Acção Verificar contacto e ponteira
Carga -
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

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166 Exemplos

DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Chegada a um edifício armazém
Temperaturas Superfície exterior com 68 ºC
Causa Defeito interno e sobrecarga no circuito geral
Acção Substituir este aparelho
Carga (Ampere) Intensidade de serviço: 32 Intensidade Nominal: 20
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC

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Exemplos 167

DISJUNTOR DIFERENCIAL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 52 ºC Fase S: 71 ºC Fase T: 51 ºC
Causa Parafuso mal apertado
Acção Apertar correctamente
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

Licenciado para Jose Ferreira Neto


168 Exemplos

DIFERENCIAL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Neutro: 40 ºC Fase R: 62 ºC Fase S: 51 ºC Fase T: 47 ºC
Causa Ponteira mal cravada
Encaixar bem os condutores na ponteira e cravar
Acção
correctamente
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC
Observações: Na fase R é bem visível o condutor esquerdo mais quente, logo à entrada da ponteira,
significando que o contacto não é o mais correcto.

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Exemplos 169

GALERIA DE IMAGENS

Disjuntor Geral de quadro de baixa tensão – Fase R: 49 ºC Fase S: 67 ºC Fase T: 45 ºC


Verificar contactos.

Disjuntor em quadro de baixa tensão – Fase R: 54 ºC Fase S: 47 ºC Fase T: 74 ºC


Fases R, S e T com 43 Ampere, 36 Ampere e 54 Ampere.
Recomenda-se uma melhor distribuição das cargas pelas três fases.
Vigiar disjuntor.

Bloco de disjuntores de baixa tensão. Disjuntores com 112 ºC, 115 ºC, 110 ºC e 100 ºC.
Desgaste interno. Devem ser substituidos.

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170 Exemplos

Disjuntores com 135 ºC (contacto inferior) e 114 ºC (contacto superior).


Substituir estes dois disjuntores.

Disjuntores com 91 ºC, 100 ºC e 102 ºC. A funcionarem nos limites das intensidades nominais.
Devem ser aliviadas cargas, ou substituir por uns de calibre superior.

Disjuntor geral de baixa tensão. Neutro: 41 ºC Fase R: 43 ºC Fase S: 48 ºC Fase T: 108 ºC


Parafuso da fase T com defeito (rosca moída). Deve ser substituído.

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Exemplos 171

Diferencial de baixa tensão - Neutro: 45 ºC Fase R: 85 ºC Fase S: 51 ºC Fase T: 47 ºC


Verificar encaixe dos condutores e ligação inferior.

Disjuntor de baixa tensão. Fase R: 105 ºC Fase S: 68 ºC Fase T: 60 ºC


Verificar encaixe do condutor no borne de ligação e no próprio terminal.

Inversor - rede/grupo gerador. Circuito de rede – Fase T com 73 ºC. Fases R e S com 31 ºC
Origem do sobreaquecimento é no terminal (mal cravado).
Corrigir sua cravação.

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172 Exemplos

Disjuntor bipolar de circuito de comandos com 91 ºC.


Origem do sobreaquecimento na ligação superior esquerda e nos contactos inferiores.
Deve ser substituído.

Disjuntor monopolar de baixa tensão com 106 ºC, no contacto inferior.


Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

Disjuntor monopolar com 46 ºC. A trabalhar em sobrecarga.


Disjuntor de 16 Ampere, sendo a intensidade de serviço de 23 Ampere.
Deve ser substituido.

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Exemplos 173

10.6. Contactor de Baixa Tensão

Aparelhos de potência, que têm como finalidade o comando de circuitos vários, por
exemplo, de iluminação, ventilação, motores, aquecimento, etc.
Funcionam através de controlo remoto e possuem rearmamento automático, sem
encravamento mecânico, actuando por meio do seu próprio mecanismo.
São fabricados com a finalidade de aguentarem um elevado número de manobras,
sendo que, em alguns casos, estão constantemente a abrir e a fechar contactos.

Pontos fracos:

• Contactos internos com defeito;


• Ligações incorrectas;
• Terminais ou ponteiras mal cravados;
• Bobines de comando com excesso de temperatura;
• Em circuitos de iluminação, localizados muito próximos uns dos outros.

Dependendo da sua concepção e do local onde estão instalados, os contactores


podem suportar temperaturas a vários níveis. É usual observarmos estes aparelhos
com temperaturas na casa dos 70 ºC, nos shunts de saída para os térmicos, sendo
valores perfeitamente admissíveis para o seu normal funcionamento, pois a maioria
das vezes esta temperatura tem origem nas bobinas de comando. A partir dos 70 ºC
devemos avaliar bem o estado da bobine e conhecer as suas condições normais de
serviço, por exemplo, se está sempre atracado, ou se pelo contrário, sai e entra em
serviço constantemente, provocando-lhe um maior desgaste.

Devemos ter em atenção que, se existirem vários contactores nas mesmas condições de
serviço e um deles se apresentar com os referidos 70 ºC e os outros com temperaturas
mais baixas, então algo estará errado, devendo-se fazer um estudo a esse contactor
e ao circuito onde está inserido. Contactores de circuitos de iluminação podem
suportar, durante muito tempo, temperaturas na casa dos referidos 70 ºC.

Muitas vezes, deparamo-nos com contactores em boas condições térmicas, mas sendo
audível som de vibrações mais ou menos intensas, que normalmente têm origem na
zona dos contactos, devendo estas situações ser referenciadas no relatório, em espaço
reservado para observações.

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174 Exemplos

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 70 Fase S: 96 ºC Fase T: 73 ºC
Causa Contactos incorrectos
Acção Corrigir qualidade da superfície dos contactos
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 175

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 49 ºC Fase S: 40 ºC Fase T: 40 ºC
Causa Contactos internos com defeito
Acção Corrigir contactos, ou substituir este contactor
Carga Sem intensidades de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 24 ºC
Observações: Na altura dos ensaios este contactor encontrava-se fora de serviço há alguns minutos,
indiciando que o mesmo se encontra em mau estado no seu interior.

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176 Exemplos

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 42 ºC Fase S: 43 ºC Fase T: 73 ºC
Causa Contactos internos (inferiores) com defeito
Acção Corrigir contactos ou substituir contactor
Carga (Ampere) Fase R: 85 Fase S: 85 Fase T: 85
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 27 ºC
Observações: Na imagem térmica, é bem visível que o parafuso de aperto se encontra bem mais frio que
a barra que vem do interior do contactor.

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Exemplos 177

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão – Contactor de rede
Temperaturas Fase R: 82 ºC Fase S: 59 ºC Fase T: 55 ºC
Causa Contactos internos com defeito
Acção Corrigir contactos ou substituir contactor
Carga (Ampere) Fase vermelha: 325 Fase verde: 324 Fase amarela: 324
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: O calor vindo do interior do contactor propaga-se através da barra em cobre, dando a falsa
imagem que a origem do defeito é na ligação.

Imagem térmica obtida de um outro ângulo, que realça o ponto mais quente que vem
do interior do aparelho.

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178 Exemplos

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 54 ºC Fase S: 64 ºC Fase T: 90 ºC
Causa Contactos internos com defeito
Acção Corrigir contactos ou substituir aparelho
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC
Observações: Na imagem é bem visível que o ponto mais quente se localiza no interior do aparelho, sendo
que, o valor real de temperatura será superior, pois o seu registo foi obtido através de pequeno orifício
existente no invólucro exterior.

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Exemplos 179

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Contactor com 103 ºC
Causa Defeito interno
Acção Substituir contactor
Carga Circuito com 12 Ampere
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC

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180 Exemplos

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Contactor com 253 ºC
Causa Borne de ligação com defeito
Dadas as temperaturas suportadas, recomenda-se a
Acção
substituição deste aparelho
Carga Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 20 ºC

Licenciado para Jose Ferreira Neto


Exemplos 181

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 31 ºC Fase S: 31 ºC Fase T: 33 ºC Neutro: 71 ºC
Causa Borne de ligação desapertado
Acção Apertar correctamente
Carga Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: O condutor de neutro encontrava-se apenas encostado ao borne do contactor.

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182 Exemplos

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 59 ºC Fase S: 43 ºC Fase T: 39 ºC
Causa Mau aperto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 32 Fase S: 32 Fase T: 32
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC

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Exemplos 183

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 48 ºC Fase S: 56 ºC Fase T: 93 ºC
Causa Isolamento do condutor na zona de contacto
Acção Apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 35 Fase S: 35 Fase T: 35
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC

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184 Exemplos

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 72 ºC Fase S: 47 ºC Fase T: 37 ºC
Causa Terminal mal cravado
Acção Fazer nova ponta de cabo
Carga (Ampere) Fase R: 15 Fase S: 15 Fase T: 15
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC

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Exemplos 185

CONTACTOR DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 72 ºC Fase S: 46 ºC Fase T: 42 ºC
Ponteira mal cravada e eventual defeito nos contactos
Causa
internos
Acção Fazer nova ponta de cabo e verificar contactos do contactor
Carga (Ampere) Fase R: 30 Fase S: 30 Fase T: 30
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC

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186 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

Contactor de baixa tensão - Fase R: 82 ºC Fase S: 64 ºC Fase T: 56 ºC


Sobreaquecimento nos contactos internos superiores.
Corrigir contactos ou substituir aparelho.

Contactor de baixa tensão. Fase R: 51 ºC Fase S: 57 ºC Fase T: 74 ºC


Isolamento do condutor na zona de contacto. Apertar correctamente.

Contactor de baixa tensão. Parafuso inferior esquerdo com 57 ºC.


Encontrava-se mal apertado.

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Exemplos 187

Contactor de baixa tensão - Fase R: 53 ºC Fase S: 77 ºC Fase T: 45 ºC


Verificar encaixe do condutor no borne e ligações.

Contactor de baixa tensão - Fase R: 58 ºC Fase S: 41 ºC Fase T: 33 ºC


Verificar encaixe do condutor no borne e ligação.

Contactor de baixa tensão - Fase R: 38 ºC Fase S: 92 ºC Fase T: 38 ºC


Limpar zona de contacto, verificar ponteira e apertar correctamente.

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188 Exemplos

Contactor de baixa tensão - Fase R: 35 ºC Fase S: 37 ºC Fase T: 71 ºC


Verificar contactos.

Contactor de baixa tensão - Fase R: 55 ºC Fase S: 81 ºC Fase T: 42 ºC


Verificar ponteira e ligação inferior.

Contactor de baixa tensão - Fase R: 55 ºC Fase S: 82 ºC Fase T: 46 ºC


Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

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Exemplos 189

10.7. Térmico

Aparelho que serve para proteger um equipamento ou circuito contra sobrecargas


e/ou temperaturas excessivas, ou seja, de danos térmicos de origem eléctrica e
geralmente estão acoplados a disjuntores e contactores. Uma das maiores aplicações
é em circuitos de motores para a protecção contra sobrecargas.

Pontos fracos:

• Maus apertos;
• Contactos internos imperfeitos;
• Lâminas de contacto pasmadas, com pressão insuficiente;
• Aquecimento excessivo.

Os térmicos instalados em circuitos eléctricos apresentam, normalmente,


temperaturas acima dos restantes equipamentos. A sua análise é feita verificando,
com atenção, se a temperatura é uniforme, ou se por exemplo, a zona de ligações
e/ou de contactos apresentam temperaturas mais altas. As temperaturas por eles
admissíveis dependem da amperagem para a qual estão regulados, ou seja, um
térmico manobrado para admitir 100 Ampere vai aquecer mais que um outro
regulado para, por exemplo, 50 Ampere. Valores de temperaturas na casa dos 70 ºC
podem ser considerados normais, tendo em consideração o valor da amperagem que
por eles transita e da própria temperatura ambiente.

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190 Exemplos

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão. Saída para um motor
Temperaturas Fase R: 65 ºC Fase S: 98 ºC Fase T: 228 ºC
Causa Defeito interno
Acção Substituir este térmico
Carga (Ampere) Fase R: 62 Fase S: 62 Fase T: 62 Nominal: 65
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 191

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão. Saída para um motor
Temperaturas Fase R: 123 ºC Fase S: 60 ºC Fase T: 50 ºC
Causa Defeito interno
Acção Substituir este térmico
Carga (Ampere) Intensidade de serviço: 95 Intensidade Nominal: 150
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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192 Exemplos

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão. Saída para um motor
Temperaturas Fase R: 105 ºC Fase S: 117 ºC Fase T: 103 ºC
Causa Falha interna - desgaste
Acção Substituir este térmico
Carga Intensidade de serviço: 65 Ampere
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 193

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão. Saída para um motor
Temperaturas Fase R: 53 ºC Fase S: 68 ºC Fase T: 152 ºC
Causa Pressão insuficiente nas molas de contacto
Acção Verificar estado da mola de pressão
Carga (Ampere) Fase R: 62 Fase S: 63 Fase T: 67
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC

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194 Exemplos

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 37 ºC Fase S: 40 ºC Fase T: 75 ºC
Causa Aperto incorrecto
Limpar zona de contacto e apertar correctamente.
Acção
Distribuir intensidades iguais nas três fases
Carga (Ampere) Fase R: 53 Fase S: 56 Fase T: 64
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Parafuso e porca com indícios de terem suportado temperaturas mais altas.

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Exemplos 195

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 47 ºC Fase S: 53 ºC Fase T: 78 ºC
Causa Aperto incorrecto
Verificar se isolamento do condutor está na zona de
Acção
contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 30 Fase S: 30 Fase T: 32
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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196 Exemplos

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 60 ºC Fase S: 71 ºC Fase T: 113 ºC
Isolamento do condutor na zona de contacto e aperto
Causa
incorrecto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 35 Fase S: 36 Fase T: 36
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 197

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 63 ºC Fase S: 41 ºC Fase T: 39 ºC
Causa Terminal mal cravado
Acção Cravar correctamente o terminal
Carga (Ampere) Fase R: 44 Fase S: 40 Fase T: 40
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 7 ºC

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198 Exemplos

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 97 ºC Fase S: 93 ºC Fase T: 88 ºC
Causa Defeito interno
Acção Substituir térmico
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC

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Exemplos 199

TÉRMICO
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 43 ºC Fase S: 44 ºC Fase T: 97 ºC
Causa Defeito na lâmina térmica
Acção Verificar condições da lâmina térmica nesta fase
Carga (Ampere) Fase R: 33 Fase S: 33 Fase T: 35
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC

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200 Exemplos

10.8. Fusível de Baixa Tensão

Aparelho que serve para proteger circuitos eléctricos, por exemplo, em situações
de curto-circuito, evitando-se assim riscos de avarias, incêndios e outras anomalias.
Devem fundir sempre que a sua intensidade de corrente nominal seja ultrapassada
durante um certo período de tempo. Basicamente, podem ser de facas, cilíndricos e de
rolo. São constituídos por contactos e por um corpo, no interior do qual se encontra
um filamento que funde a partir do momento que a intensidade de corrente para o
valor que está preparado seja ultrapassada.

Interruptor seccionador de fusíveis / Porta fusíveis


Como o próprio nome o indica, são fusíveis, protegidos por uma caixa ou um
outro invólucro. Uma outra diferença é a possibilidade de as 3 fases poderem ser
manobradas em simultâneo.

Pontos fracos:

• Maxilas com pressão insuficiente ou mal encaixadas;


• Ligações incorrectas e terminais mal cravados;
• Percorridos por intensidades de corrente superiores ao seu calibre;
• Bases onde ligam, com defeito;
• Defeitos internos.

Em função das intensidades de corrente que os percorrem, os corpos dos fusíveis


podem, em certas situações, funcionar normalmente com temperaturas entre os 60 ºC
e os 70 ºC. Para valores acima dos 70 ºC recomenda-se uma análise cuidada ao circuito,
nomeadamente a verificação da intensidade de corrente, mesmo tendo em consideração
algumas normas que referem os 100 ºC, como valor admissível para os fusíveis.

É importante conhecermos a corrente de serviço e o calibre do fusível, para assim


avaliarmos melhor as temperaturas que vão sendo obtidas. Num circuito trifásico, se
uma ou duas fases têm sobreaquecimento, é muito fácil a sua detecção, mas acontece,
com alguma frequência, as três fases apresentarem excesso de temperatura e, neste
caso, devemos observar se a origem é no seu corpo, ou se situa na zona das maxilas,
ou na sua base. Normalmente, temos sempre um ou mais fusíveis como referência, o
que facilita a sua examinação.

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Exemplos 201

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 159 ºC Fase S: 62 ºC Fase T: 48 ºC
Causa Maxila inferior com defeito
Acção Substituir base e próprio fusível
Carga (Ampere) Fase R: 38 Fase S: 38 Fase T: 38
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 24 ºC

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202 Exemplos

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 128 ºC Fase S: 60 ºC Fase T: 67 ºC
Causa Mola de pressão da maxila inferior com aperto incorrecto
Acção Corrigir mola de pressão
Carga (Ampere) Fase R: 105 Fase S: 105 Fase T: 105
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Bem visível que a zona mais quente está localizada no parafuso de regulação da mola de
pressão da maxila inferior da fase R.

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Exemplos 203

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 60 ºC Fase S: 106 ºC Fase T: 51 ºC
Causa Base da maxila direita com mau contacto
Acção Corrigir esta base de maxila
Carga (Ampere) Fase R:58 Fase S: 58 Fase T: 58
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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204 Exemplos

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 70 ºC Fase S: 178 ºC Fase T: 52 ºC
Causa Base da maxila do lado direito
Acção Substituir esta base de fusível
Carga (Ampere) Fase R: 42 Fase S: 42 Fase T: 42
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 20 ºC

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Exemplos 205

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 48 ºC Fase S: 102 ºC Fase T: 42 ºC
Causa Base da maxila do lado esquerdo
Acção Substituir esta base de fusível
Carga (Ampere) Fase R: 30 Fase S: 30 Fase T: 30
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC
Observações: No termograma e em boas condições térmicas, são visíveis o seccionador, contactor, relés e
pinças na saída da gaveta.

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206 Exemplos

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 82 Fase S: 147 ºC Fase T: 62 ºC
Causa Ligação superior incorrecta
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 55 Fase S: 55 Fase T: 55
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC

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Exemplos 207

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 75 ºC Fase S: 67 ºC Fase T: 108 ºC
Causa Maxila inferior com defeito
Verificar pressão na maxila inferior ou substituir base do
Acção
fusível
Carga (Ampere) Fase R: 40 Fase S: 40 Fase T: 40
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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208 Exemplos

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 28 ºC Fase S: 45 ºC Fase T: 28 ºC
Causa Mau contacto na maxila superior
Acção Corrigir contactos
Carga (Ampere) Fase R: 18 Fase S: 18 Fase T: 18
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 20 ºC

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Exemplos 209

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Tribloco de quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 55 ºC Fase S: 154 ºC Fase T: 55 ºC
Causa Maxilas e fusível com defeito
Acção Substituir o conjunto base/fusível
Carga Fase R: 30 Fase S: 32 Fase T: 29
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 20 ºC

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210 Exemplos

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase vermelha: 38 ºC Fase verde: 55 ºC Fase amarela: 38 ºC
Causa Parafuso com rosca moída
Acção Substituir parafuso e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase vermelha: 52 Fase verde: 52 Fase amarela: 53
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 211

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Q.G.BT de posto de transformação aéreo
Temperaturas Fase R: 27 ºC Fase S: 30 ºC Fase T: 57 ºC
Causa Mau aperto na saída do cabo condutor
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 11 Fase S: 13 Fase T: 13
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 17 ºC

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212 Exemplos

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Q.G.BT de um posto de transformação aéreo
Temperaturas Fase R: 20 ºC Fase S: 21 ºC Fase T: 41 ºC
Causa Terminal mal cravado
Cravar correctamente o terminal, ou fazer nova ponta de
Acção
cabo
Carga Fase R: 4 Fase S: 4 Fase T: 6
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 13 ºC
Observações: Na altura dos ensaios, este circuito tinha uma intensidade de corrente bem abaixo dos
valores que atinge noutros períodos do dia.

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Exemplos 213

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Armário de um variador de frequência
Fusível do lado direito com 101 ºC. Fusível esquerdo com
Temperaturas
50 ºC
Causa Falha interna
Acção Substituir fusível
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC

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214 Exemplos

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Armário eléctrico
Temperaturas Fase R: 112 ºC Fase S: 128 ºC Fase T: 117 ºC
Causa Falha interna
Acção Substituir fusíveis
Carga (Ampere) Intensidade de Serviço: 700 Intensidade Nominal: 900
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 215

FUSÍVEL CILINDRICO - BAIXA TENSÃO


Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 103 ºC Fase S: 59 ºC Fase T: 50 ºC
Causa Maxila inferior com defeito
Acção Substituir fusível
Carga Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC

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216 Exemplos

FUSÍVEL DE ROLO - BAIXA TENSÃO


Localização Quadro de baixa tensão – circuito de um motor
Fase superior: 168 ºC Fase meio: 102 ºC Fase inferior: 84 ºC
Temperaturas
Fusível superior esquerdo com 87 ºC (de circuito diferente)
Causa Base com defeito
Acção Substituir base e fusível
Carga Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 25 ºC

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Exemplos 217

FUSÍVEL DE ROLO - BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 107 ºC Fase S: 50 ºC Fase T: 42 ºC
Causa Mau contacto com a sua base
Acção Enroscar fusível correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 12 Fase S: 12 Fase T: 12
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC

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218 Exemplos

FUSÍVEL DE ROLO - BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 44 ºC Fase S: 44 ºC Fase T: 66 ºC
Causa Isolamento do condutor na zona de contacto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 10 Fase S: 10 Fase T: 12
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 28 ºC

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Exemplos 219

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 53 ºC Fase S: 59 ºC Fase T: 85 ºC
Causa Base com defeito
Acção Substituir base e fusível
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC

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220 Exemplos

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fusíveis com 92 ºC, 60 ºC e 72 ºC
Causa Bases com defeito
Acção Verificar suas bases e próprios fusíveis
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 17 ºC

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Exemplos 221

FUSÍVEL DE BAIXA TENSÃO


Localização Circuito de correntes fracas
Temperaturas Fusível com 91 ºC. Restantes fusíveis com 58 ºC
Causa Encaixe incorrecto na sua base
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC

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222 Exemplos

SECCIONADOR DE FUSÍVEIS
Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 100 ºC Fase S: 47 ºC Fase T: 39 ºC
Causa Contacto incorrecto na maxila superior
Acção Limpar zona de contacto e corrigir base da maxila
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 223

SECCIONADOR DE FUSÍVEIS
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 30 ºC Fase S: 129 ºC Fase T: 49 ºC
Causa Maxila inferior com defeito
Acção Limpar zona de contacto e corrigir pressão da maxila
Carga (Ampere) Fase R: 30 Fase S: 30 Fase T: 30
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 15 ºC

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224 Exemplos

SECCIONADOR DE FUSÍVEIS
Localização Quadro de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 74 ºC Fase S: 51 ºC Fase T: 52 ºC
Causa Contacto da maxila inferior, incorrecto
Acção Limpar zona de contacto e corrigir base da maxila
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 225

PORTA FUSÍVEIS
Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 397 ºC Fase S: 147 ºC Fase T: 110 ºC
Causa Maxilas com defeito
Devido às altíssimas temperaturas suportadas,
Acção
recomenda-se a substituição deste aparelho
Carga (Ampere) Fase R: 26 Fase S: 26 Fase T: 26
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 15 ºC

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226 Exemplos

PORTA FUSÍVEIS
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Neutro: 32 ºC Fase R: 70 ºC Fase S: 30 ºC Fase T: 25 ºC
Causa Maxilas com defeito
Acção Substituir conjunto
Carga (Ampere) Fase R: 15 Fase S: 15 Fase T: 15
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 15 ºC

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Exemplos 227

GALERIA DE IMAGENS

Fase R: 73 ºC Fase S: 72 ºC Fase T: 231 ºC


Verificar maxila do lado direito ou substituir fusível e sua base.

Fase R: 67 ºC Fase S: 139 ºC Fase T: 178 ºC


Verificar estado das maxilas.

Fase R: 50 ºC Fase S: 83 ºC Fase T: 51 ºC


Verificar maxila superior.

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228 Exemplos

Fase R: 86 ºC Fase S: 90 ºC Fase T: 55 ºC


Verificar ligações e maxila.

Fase R: 50 ºC Fase S: 92 ºC Fase T: 58 ºC


Falha na maxila superior. Substituir este fusível.

Fase R: 84 ºC Fase S: 38 ºC Fase T: 40 ºC


Verificar maxila superior. Temperatura obtida no invólucro exterior.

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Exemplos 229

Portas fusíveis com 112 ºC. Verificar ligação inferior.

Porta fusíveis - Pente superior com 88 ºC.


Verificar ligação.

Porta fusíveis - Fase R: 64 ºC Fase S: 72 ºC Fase T: 112 ºC


Verificar ligação superior.

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230 Exemplos

Portas fusíveis com 111 ºC. Substituir este aparelho.

Porta fusíveis com 73 ºC. Verificar ligação superior.

Porta fusíveis - Fase R: 49 ºC Fase S: 111 ºC Fase T: 50 ºC


Verificar ligação e maxila superior.

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Exemplos 231

10.9. Interruptor - Telerruptor

Interruptor

Aparelho de comando, que abre e fecha circuitos eléctricos e, regra geral, é manobrado
manualmente.

TELERRUPTOR – é um interruptor, mas com a possibilidade de ser comandado à


distância.

Pontos fracos:

 Ligações incorrectas e terminais mal cravados;


 Cabos condutores com isolamento na zona de contacto;
 Contactos internos com defeito;
 Subdimensionados em relação à intensidade de corrente que os percorre.

A sua temperatura não deverá exceder a dos condutores que neles ligam. Recomenda-se
uma especial atenção na verificação da origem do sobreaquecimento, pois, quando
se localiza na zona dos contactos internos, o calor irá propagar-se pelo cabo ou cabos
e poderá fixar-se ou no borne de ligação ou no terminal de um dos referidos cabos
condutores, provocando a ideia, em quem inspecciona, de que a origem é nos referidos
bornes ou terminais. São aparelhos muito fáceis de examinar termograficamente.

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232 Exemplos

INTERRUPTOR
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 39 ºC Fase S: 47 ºC Fase T: 123 ºC
Causa Contactos com defeito
Acção Corrigir ou substituir este aparelho
Carga (Ampere) Fase R: 38 Fase S: 38 Fase T: 38
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC

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Exemplos 233

INTERRUPTOR
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 21 ºC Fase S: 56 ºC Fase T: 21 ºC
Causa Contacto direito da fase do meio com defeito
Acção Verificar zona de contacto
Carga (Ampere) Fase R: 75 Fase S: 85 Fase T: 75
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 14 ºC
Observações: A diferença de 10 Ampere não justifica os valores de temperaturas registados, pelo que os
contactos da fase S devem ser vistoriados.

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234 Exemplos

INTERRUPTOR
Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 100 ºC Fase S: 106 ºC Fase T: 60 ºC
Causa Contactos internos com defeito
Acção Substituir este interruptor
Carga (Ampere) Fase R: 33 Fase S: 33 Fase T: 28
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC
Observações: As diferenças de intensidades de corrente entre as fases R e S e a T, não justificam as
temperaturas registadas.

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Exemplos 235

INTERRUPTOR
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase amarela: 69 ºC Fase verde: 45 ºC Fase vermelha: 45 ºC
Causa Pressão insuficiente nos contactos
Acção Corrigir zona de contacto
Carga (Ampere) Fase amarela: 46 Fase verde: 46 Fase vermelha: 47
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: Em certas ocasiões, o calor libertado pelos contactos era de tal forma intenso, que originou o
enfraquecimento das propriedades condutoras no cabo que une o interruptor ao barramento à sua direita.

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236 Exemplos

INTERRUPTOR
Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 95 ºC Fase S: 35 ºC Fase T: 46 ºC
Causa Ponteira mal cravada
Acção Corrigir sua cravação. Verificar ligação superior na fase T
Carga (Ampere) Fase R: 43 Fase S: 38 Fase T: 38
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC

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Exemplos 237

INTERRUPTOR
Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Borne de aperto dos condutores com 200 ºC
Causa Defeito interno, com origem nos contactos
Acção Substituir este aparelho
Carga (Ampere) Sem registo de intensidades de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: O parafuso de aperto encontrava-se soldado, devido às altas temperaturas suportadas,
apresentando-se o cabo condutor com o seu isolamento em mau estado.

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238 Exemplos

INTERRUPTOR
Localização Circuito de iluminação
Temperaturas Interruptor do lado direito com 69 ºC
Causa Contactos com defeito
Acção Substituir este interruptor
Carga 8 Ampere
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 17 ºC

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Exemplos 239

INTERRUPTOR
Localização Circuito de iluminação
Temperaturas Interruptor com 80 ºC
Causa Contactos com defeito
Acção Substituir este interruptor
Carga 10 Ampere
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Foi detectado um sobreaquecimento na superfície exterior de um interruptor (imagem
superior). Após ter sido retirada a protecção exterior, fez-se o registo da imagem térmica, que revela a
zona mais quente, ou seja, a origem deste sobreaquecimento (imagem inferior).

Imagem térmica obtida através da superfície exterior do interruptor.

Imagem térmica e foto que revela a zona mais quente (sem protecção exterior).

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240 Exemplos

TELERRUPTOR
Localização Circuito de iluminação
Temperaturas Telerruptor com 111 ºC
Causa Falha interna - desgaste
Acção Substituir este aparelho
Carga Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 241

TELERRUPTOR
Localização Circuito de comandos
Temperaturas Telerruptor com 108 ºC
Causa Falha interna - desgaste
Acção Substituir este aparelho
Carga Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 16 ºC
Observações: Na superfície exterior do aparelho é bem visível uma mancha escura, que indicia a presença
de altas temperaturas no seu interior.

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242 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

Fase R: 37 ºC Fase S: 43 ºC Fase T: 69 ºC


Isolamento do condutor na zona de contacto. Corrigir.

Neutro: 27 ºC Fase R: 30 ºC Fase S: 40 ºC Fase T: 30 ºC


Vigiar contactos.

Fase R: 84 ºC Fase S: 51 ºC Fase T: 51 ºC


Verificar contactos internos.

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Exemplos 243

10.10. Fichas e Pinças de Ligação

Servem para ligar e unir os diversos equipamentos às tomadas de alimentação de


corrente e, na indústria, permitem a ligação de celas ou gavetas aos respectivos
barramentos, e aos cabos de alimentação para motores e outros equipamentos.

Pontos fracos:

• Encaixe das maxilas macho/fêmea com contactos incorrectos;


• Maus contactos internos;
• Ligações incorrectas;
• Diferentes valores de potência na relação: ficha / tomada; pinças / barramento.

As zonas de contacto das fichas com as respectivas tomadas onde ligam, não devem
apresentar diferenças de temperaturas significativas, o mesmo sucedendo em relação
aos seus cabos de alimentação. Diferenças de temperaturas entre as fichas / tomadas
e o ambiente superior a 15 ºC, devem merecer uma análise mais cuidada. Pinças que
unem celas ou gavetas a barramentos e, dependendo do valor da sua intensidade de
corrente de serviço, podem suportar temperaturas mais altas, ou seja, até valores de
aproximadamente 50 ºC, devendo no entanto verificar-se a sua causa.

Deve-se ter muita atenção na análise de celas ou gavetas em que as pinças estão
escondidas por detrás dos equipamentos, sendo aqui importante alguma experiência
do inspector, pois uma concentração de calor nas zonas circundantes das pinças pode
indiciar maus contactos nas mesmas.

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244 Exemplos

FICHA
Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Ficha do lado esquerdo com 48 ºC. Ficha direita com 44 ºC
Causa Contacto incorrecto entre ficha e tomada
Acção Corrigir zona de contacto
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 23 ºC

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Exemplos 245

FICHA
Localização Quadro geral de baixa tensão – saída para um motor
Temperaturas Fase superior: 42 ºC Fase meio: 108 ºC Fase inferior: 40 ºC
Causa Desgaste na zona de contacto
Acção Substituir esta ficha
Carga (Ampere) Fase superior: 45 Fase meio: 45 Fase inferior: 45
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 18 ºC
Observações: Na foto é visível um orifício na ficha, devido às altas temperaturas suportadas.

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246 Exemplos

FICHA - PINÇAS
Quadro geral de baixa tensão – Ficha na saída para um
Localização
motor
Temperaturas Fase superior: 105 ºC Fase meio: 90 ºC Fase inferior: 74 ºC
Causa Pressão insuficiente na zona de contacto
Acção Corrigir molas de pressão ou substituir pinças
Carga (Ampere) Fase superior: 45 Fase meio: 45 Fase inferior: 45
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 247

FICHA
Localização Ficha na saída para um motor
Temperaturas Ficha com 122 ºC
Contacto incorrecto no interior da ficha e intensidade de
Causa
serviço acima da nominal (em sobrecarga)
Acção Substituir esta ficha e aliviar cargas.
Carga Circuito com 45 Ampere. Intensidade nominal: 32 Ampere
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 18 ºC

Ficha na saída de um quadro eléctrico. Condutor na saída da ficha com 75 ºC.

Parte interior do quadro – na imagem é bem visível a zona mais quente,


no interior da ficha que se apresentava com 122 ºC (seta de cor amarela).

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248 Exemplos

FICHA
Localização Parte exterior de uma cela, na saída para um motor
Temperaturas Superfície exterior da cela com 94 ºC
Causa Maus contactos no interior desta cela
Acção Corrigir contactos no interior da cela
Carga (Ampere) Fase R: 42 Fase S: 42 Fase T: 42
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: Devido a encravamento, esta gaveta só pode ser examinada pela superfície exterior e,
na zona onde encaixam as fichas, foram medidos 94 ºC, o que significa que no interior desta gaveta as
temperaturas serão bem superiores.

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Exemplos 249

FICHA
Localização Parte exterior de uma cela, na saída para um motor
Temperaturas Fase R: 29 ºC Fase S: 67 ºC Fase T: 29 ºC
Causa Ligação incorrecta na união do condutor com a ficha
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 22 Fase S: 22 Fase T: 22
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: De salientar que os 67 ºC foram medidos na superfície exterior da manga de borracha
(protecção), pelo que a temperatura na ligação será com toda a certeza superior á registada.

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250 Exemplos

FICHA
Localização Alimentação de um motor
Temperaturas Ficha com 51 ºC na superfície exterior
Causa Mau contacto nos pinos de união
Acção Corrigir pressão dos referidos pinos
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 26 ºC

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Exemplos 251

Caixa de Derivação

Caixa de derivação em sala eléctrica


Verificou-se um sobreaquecimento na superfície exterior desta caixa de derivação,
pelo que se recomendou a abertura da tampa de protecção.

Após a sua abertura, verificou-se a existência de muito forte aquecimento em borne


de ligação, onde foram medidos 167 ºC.

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252 Exemplos

Caixa de Junções

Borne esquerdo com 55 ºC. Borne do lado direito com 43 ºC.


Verificar ligações e próprio borne.

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Exemplos 253

GALERIA DE IMAGENS

Ligações incorrectas na ficha (com 53 ºC).


Condutor na saída de uma ficha com 110 ºC, devido


a contactos incorrectos no seu interior.

Parte exterior de uma ficha, na saída de uma gaveta.


Fase R: 27 ºC Fase S: 36 ºC Fase T: 27 ºC
Gaveta com encravamento. Verificar ligação e pinças no interior da gaveta.

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254 Exemplos

10.11. Transformador de Intensidade


em Circuitos de Baixa Tensão

Aparelhos que servem para a alimentação aos amperímetros, ou seja, para que se
possibilite a medição da intensidade de corrente que circula num determinado
circuito eléctrico.
Os Transformadores de Intensidade são montados/colocados em série nos
respectivos circuitos.

Pontos fracos:

• Ligações incorrectas;
• Terminais e ponteiras mal cravados;
• Bornes com defeito ou mal encaixados no corpo do transformador;
• Isolamento com defeito;
• Falhas internas.

As temperaturas normalmente obtidas nestes transformadores dependem da


intensidade de corrente que os percorre. Valores de temperaturas na casa dos 40 ºC
são perfeitamente admissíveis neste tipo de equipamento. Em geral, apresentam-
se com uma temperatura inferior à dos cabos que neles ligam. Um circuito de
intensidade não deve ser aberto quando nele circula intensidade de corrente e os
sobreaquecimentos que sejam detectados devem ser corrigidos no mais curto espaço
de tempo.

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Exemplos 255

TRANSFORMADOR DE INTENSIDADE
Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 42 ºC Fase S: 42 ºC Fase T: 61 ºC
Causa Borne com defeito
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente.
Carga (Ampere) Fase R: 20 Fase S: 20 Fase T: 20
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC

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256 Exemplos

TRANSFORMADOR DE INTENSIDADE
Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase L1: 93 ºC Fase L2: 38 ºC Fase L3: 38 ºC
Causa Terminal mal cravado e/ou borne com defeito
Limpar zona de contacto e apertar correctamente. Verificar
Acção
terminal.
Carga (Ampere) Fase R: 30 Fase S: 30 Fase T: 30
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 17 ºC

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Exemplos 257

TRANSFORMADOR DE INTENSIDADE
Localização Quadro parcial de baixa tensão
Temperaturas Fase L1: 50 ºC Fase L2: 181 ºC Fase L3: 50 ºC
Causa Borne do TI com defeito
Acção Substituir TI
Carga (Ampere) Fase R: 34 Fase S: 34 Fase T: 34
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC

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258 Exemplos

TRANSFORMADOR DE INTENSIDADE
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Fase R: 28 ºC Fase S: 28 ºC Fase T: 80 ºC
Causa Terminal mal cravado, no borne esquerdo
Acção Fazer nova ponta de cabo
Carga (Ampere) Fase R: 30 Fase S: 30 Fase T: 30
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 19 ºC

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Exemplos 259

GALERIA DE IMAGENS

Fase R: 45 ºC Fase S: 53 ºC Fase T: 81 ºC


Porca do borne de aperto com defeito. Substituir e apertar correctamente.

Corpo do TI da fase R com 37 ºC. Fases S e T com 27 ºC. Vigiar.


Três fases com a mesma intensidade de corrente.

Corpo do TI da fase amarela com 55 ºC. Fases vermelha e verde com 39 ºC.
Verificar estado do TI. Três fases com a mesma intensidade de corrente.

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260 Exemplos

10.12. Condensadores

São aparelhos que têm capacidade para armazenar energia eléctrica e são compostos
por duas armaduras metálicas separadas por um dieléctrico. São normalmente
utilizados no sentido de se melhorar a compensação do factor de potência numa
instalação eléctrica.

A potência reactiva tem um efeito negativo sobre os circuitos eléctricos, porque


representa uma carga suplementar sobre os geradores, transformadores e condutores.
Produz quedas de tensão e perdas de calor adicionais. A potência reactiva pode
compensar-se de maneira económica por intermédio de condensadores. Estes
devem ser colocados na proximidade dos maiores consumidores de energia reactiva
(motores e transformadores), para aliviar as redes de transmissão.

Pontos fracos:

• Defeitos internos;
• Desgaste;
• Ligações incorrectas;
• Encaixes incorrectos nas suas bases.

Normalmente, atingem valores de temperaturas um pouco acima da ambiente. Devem


apresentar temperaturas uniformes em todo o corpo e aqueles que manifestem áreas
com diferentes temperaturas devem ser devidamente identificados para posterior
verificação técnica ou substituição.

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Exemplos 261

CONDENSADOR
Localização Banco de condensadores de média tensão
2º elemento do lado direito com 94 ºC. Restantes
Temperaturas
condensadores com aproximadamente 36 ºC
Causa Mau aperto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 15 ºC

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262 Exemplos

CONDENSADOR
Localização Banco de condensadores de média tensão
Elemento do lado direito com 63 ºC. Restantes
Temperaturas
condensadores com aproximadamente 45 ºC
Causa Desgaste
Acção Substituir este elemento
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Escala de temperaturas saturada. Na imagem aparecem 50 ºC, quando na realidade foram
medidos 63 ºC no ponto mais quente do condensador.

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Exemplos 263

CONDENSADOR
Localização Banco de condensadores
Temperaturas Elemento com 57 ºC. Referência com 36 ºC
Causa Falha interna
Acção Substituir este elemento
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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264 Exemplos

CONDENSADOR
Localização Banco de condensadores de baixa tensão
Elemento do lado esquerdo com 74 ºC. Restantes
Temperaturas
condensadores com aproximadamente 40 ºC
Causa Defeito na sua base
Acção Substituir este elemento
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Os pontos quentes que se vêm na parte superior dos condensadores, são resultantes da
existência de resistências no local.

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Exemplos 265

CONDENSADOR
Localização Banco de condensadores de baixa tensão
Temperaturas Fase inferior – Elemento com 72 ºC. Referência com 42 ºC
Causa Defeito interno
Acção Substituir este elemento
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

Licenciado para Jose Ferreira Neto


266 Exemplos

CONDENSADOR
Localização Banco de condensadores de baixa tensão
Condensador com 56 ºC. Restantes condensadores com
Temperaturas
aproximadamente 37 ºC
Causa Defeito interno
Acção Substituir este elemento
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC

Licenciado para Jose Ferreira Neto


Exemplos 267

CONDENSADOR
Localização Banco de condensadores de baixa tensão
Temperaturas Condensador superior esquerdo. Terminal com 105 ºC
Causa Terminal mal cravado
Acção Fazer nova ponta de cabo
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC

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268 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

3º Condensador superior esquerdo com 87 ºC na sua base.


Substituir este condensador.

Borne de ligação em condensador com 85 ºC.


Origem do sobreaquecimento na cravação incorrecta do terminal.

Condensador de média tensão – Borne de ligação (83 ºC), com defeito.

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Exemplos 269

10.13. Transformador – Baixa Tensão

São aparelhos que transformam os valores da tensão para vários níveis, por exemplo:
400 V / 230 V / 24 V e são utilizados principalmente em circuitos de iluminação, de
medida e de comandos.

Pontos fracos:

• Núcleos e enrolamentos com defeito;


• Isolamento deficiente nos enrolamentos;
• Bornes de ligação com apertos incorrectos ou com defeito.

Enrolamentos e núcleos com 70 ºC ou mesmo 80 ºC, são valores admissíveis


para estes equipamentos, sendo que, a partir daí, devem ser vigiados ou mesmo
intervencionados, pois o seu isolamento pode vir a ser danificado. Temperaturas
diferentes nas fases dos enrolamentos de um transformador podem não significar
defeito, por exemplo, nos casos de circuitos de resistências.

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270 Exemplos

TRANSFORMADOR – BAIXA TENSÃO


Alimentação 24 V de circuitos de comandos e de
Localização
sinalizações
Temperaturas Enrolamento com 154 ºC
Causa Defeito interno
Acção Substituir este transformador
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 20 ºC

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Exemplos 271

TRANSFORMADOR – BAIXA TENSÃO


Localização Alimentação de circuitos de comandos
Borne comum do lado esquerdo com 294 ºC. Borne do lado
Temperaturas
direito com 82 ºC
Causa Borne com defeito
Na impossibilidade de reparação deste borne, recomenda-
Acção
se a substituição do transformador
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 24 ºC

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272 Exemplos

TRANSFORMADOR – BAIXA TENSÃO


Localização Circuito de comandos – lado secundário (24 V)
Temperaturas 2º Borne da direita com 156 ºC. Restantes bornes com 52 ºC
Causa Terminal mal cravado
Acção Fazer nova ponta de cabo
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: Ponta do condutor encontrava-se em mau estado, podendo soltar-se do borne a qualquer
momento.

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Exemplos 273

TRANSFORMADOR – BAIXA TENSÃO


Localização Circuito de comandos
Temperaturas 2º Borne da esquerda com 92 ºC. Restantes bornes com 30 ºC
Causa Borne de ligação com defeito
Acção Substituir este borne
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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274 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

Transformador de circuitos de comandos com 192 ºC na sua base.


Verificar apoios.

Borne do lado esquerdo com 48 ºC. Corrigir aperto.

Primário do transformador – 2º Borne da esquerda com 56 ºC.


Verificar estado do borne.

Licenciado para Jose Ferreira Neto


Exemplos 275

Fase R: 81 ºC Fase S: 50 ºC Fase T: 98 ºC


Devido a temperaturas mais altas suportadas em outros períodos,
a camada de protecção exterior encontrava-se solta e com cor muito escura
(na foto com seta de cor amarela).

Borne geral de neutros com 115 ºC. Bornes das fases com 45 ºC.
Uma falha neste borne, pode ter implicações graves nos circuitos alimentados
por este transformador.

Primário do transformador – Borne da esquerda com 63 ºC. Limpar zona


de contacto e apertar correctamente.

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276 Exemplos

Transformador de circuitos de comandos. Núcleo com 102 ºC. Vigiar.

Parafuso direito de suporte do invólucro do transformador com 75 ºC.


Parafuso esquerdo com 60 ºC. Verificar estado deste apoio/suporte.

Circuito de comandos – Borne com 82 ºC.


Condutor com indícios de ter suportado temperaturas muito elevadas.
Substituir borne de ligação.

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Exemplos 277

10.14. Electrónica – Correntes Fracas

Aqui estão inseridos os aparelhos de medida, por exemplo, amperímetros,


voltímetros, wattímetros, frequêncímetros, etc; contadores de energia; conversores
de frequência; fontes de alimentação; tiristors; pontes rectificadoras; circuitos
integrados; resistências, etc.

Pontos fracos:

• Ligações incorrectas;
• Terminais mal cravados;
• Desgaste/defeito dos equipamentos;
• Condições de funcionamento incorrectas;
• Outros.

A análise termográfica neste tipo de equipamentos requer muita experiência por parte
do inspector, pois irá deparar-se com diferentes valores de temperaturas em espaços
muito reduzidos, sendo necessária muita atenção e paciência na sua examinação.
Normalmente, só a partir de aproximadamente 90º C é que se deve fazer um estudo
mais em pormenor do equipamento em causa. Nas ligações, quaisquer pequenas
diferenças de temperaturas devem ser registadas para posterior correcção, o mesmo
se passando em situações de equipamentos idênticos e nas mesmas condições de
serviço, que apresentem temperaturas diferentes.

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278 Exemplos

ELECTRÓNICA
Localização Amperímetro
Temperaturas Fase R: 34 ºC Fase S: 90 ºC Fase T: 34 ºC
Causa Borne superior com defeito
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase R: 20 Fase S: 20 Fase T: 20
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 279

ELECTRÓNICA
Localização Controlador/analisador
Temperaturas 2º borne da direita com 56 ºC. Referência com 36 ºC
Causa Mau contacto no borne de ligação
Acção Verificar estado do borne e ligação
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 22 ºC

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280 Exemplos

ELECTRÓNICA
Localização Aparelho multifunções
Temperaturas Ficha do lado direito com 75 ºC. Ficha esquerda com 31 ºC
Causa Mau contacto
Acção Verificar pinos de encaixe
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 281

ELECTRÓNICA
Localização Aparelho indicador de nível (verso do indicador)
Aparelho do lado direito – Borne superior com 74 ºC e
Temperaturas
borne do meio com 79 ºC
Causa Mau contacto
Limpar zona de contacto e encaixar correctamente o
Acção
condutor. Verificar cravação dos terminais
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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282 Exemplos

ELECTRÓNICA
Localização Armário de instrumentação e de comandos
Temperaturas Parafuso com 198 ºC
Causa Parafuso com defeito
Acção Substituir
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 283

ELECTRÓNICA
Localização Armário de instrumentação
Temperaturas Corpo de condensador com 144 ºC
Causa Falha interna
Acção Substituir este componente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 12 ºC

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284 Exemplos

ELECTRÓNICA
Localização Armário de instrumentação - Ponte rectificadora
Temperaturas Borne do lado esquerdo com 72 ºC. Borne direito com 42 ºC
Causa Mau contacto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 12 ºC

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Exemplos 285

ELECTRÓNICA
Localização Mesa de controlo de uma máquina de fabrico
Temperaturas Superfície exterior da malha de protecção com 102 ºC
Motor de um ventax em sobreaquecimento, provocava
Causa
este aquecimento na referida malha de protecção
Acção Substituir o referido motor por detrás da malha
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC

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286 Exemplos

ELECTRÓNICA
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Resistência com 883 ºC
Causa Desgaste/condições de serviço
Acção Substituir esta resistência
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 25 ºC
Observações: Esta resistência encontrava-se ao “rubro”, devido às altíssimas temperaturas suportadas.
Foi feita uma avaliação das condições de serviço e este elemento foi substituído.

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Exemplos 287

ELECTRÓNICA
Localização Quadro de comandos de central de ar condicionado
Temperaturas Relé com 67 ºC, na zona dos contactos do lado direito
Causa Pinos do relé com encaixe incorrecto na sua base
Acção Substituir relé e base
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC
Observações: O electricista ao fazer pressão no relé para um melhor encaixe, originou a saída de serviço
desta central de ar condicionado. A correcção das anomalias deve ser feita, sempre que possível, em vazio.

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288 Exemplos

ELECTRÓNICA
Localização THIRYSTOR
Temperaturas Condutor direito com 67 ºC. Condutor esquerdo com 44 ºC
Causa Borne de aperto com contacto incorrecto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC

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Exemplos 289

ELECTRÓNICA
Localização Carta electrónica em quadro de comandos
Temperaturas Fusível do lado direito com 177 ºC na maxila inferior
Causa Mau contacto na base da maxila
Acção Substituir base e fusível. Verificar condições de serviço
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC

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290 Exemplos

ELECTRÓNICA
Localização Relé interface
Temperaturas Relé com 108 ºC. Restantes relés com 38 ºC
Causa Contacto inferior com defeito
Acção Substituir relé
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC

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Exemplos 291

GALERIA DE IMAGENS

Armário de rectificador – Relé com 333 ºC na sua base. Substituir relé.

Quadro de instrumentação – Relé com 70 ºC na zona de ligações.

Resistência com 280 ºC. Verificar condições de serviço.

Resistência com 280 ºC. Verificar condições de serviço.

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292 Exemplos

Fonte de alimentação – Diodo com 124 ºC. Verificar terminal e zona de contacto.

Rectificador – Coluna de diodos – ligação no barramento com 149 ºC.


Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

Variador de velocidade – Superfície exterior com 52 ºC numa determinada área.


Verificar ligações por debaixo da caixa de protecção.

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Exemplos 293

Variador de frequência – Bornes de alimentação – Fase R com 90 ºC, Fases S e T com 50 ºC.
Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

Lâmpadas de sinalização de presença de tensão em quadro eléctrico.


Suporte/lâmpada da fase do meio com 412 ºC.
Substituir suporte e lâmpada por tecnologia LED, hoje em dia cada vez mais utilizada.

Resistências com temperaturas de 226 ºC e 213 ºC, devido à sua proximidade,


aquecem em demasia, relé e calha plástica. Devem ser isoladas dos restantes equipamentos.

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294 Exemplos

10.15. Baterias de Corrente Contínua

São acumuladores que armazenam, durante um certo período de tempo, uma


determinada quantidade de carga, que sempre que se esgota pode ser recarregável.
As suas aplicações são muito vastas, nomeadamente na alimentação de circuitos de
controlo e comando, de protecção, de sinalização, em UPS, etc.

Pontos fracos:

• Ligações incorrectas;
• Defeitos internos;
• Cabos / Shunts com defeito;
• Outros.

Para se obterem os melhores resultados da inspecção termográfica, as baterias de


corrente contínua devem ser examinadas em carga e não em vazio, pois só assim
aparecerão os eventuais sobreaquecimentos. As temperaturas que se obtêm nas
baterias são um pouco acima da temperatura ambiente, dependendo da carga de
serviço a que estão sujeitas.

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Exemplos 295

BATERIAS C.C.
Localização Grupo de baterias C.C.
Temperaturas Base das baterias com 53 ºC
Causa Desgaste
Acção Substituir este grupo de baterias
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 19 ºC

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296 Exemplos

BATERIAS C.C.
Localização Grupo de baterias C.C.
Temperaturas Shunt entre elementos com 44 ºC. Restantes shunts com 27 ºC
Causa Borne com defeito
Acção Substituir borne ou próprio elemento
Carga (Ampere) Intensidades de corrente muito fracas
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 19 ºC

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Exemplos 297

BATERIAS C.C.
Localização Bateria em carga inicial, (durante fabrico)
Temperaturas 4º elemento da bateria com 52 ºC. Referência com 40 ºC
Causa Defeito interno
Acção Anular este elemento
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 19 ºC

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298 Exemplos

BATERIAS C.C.
Localização Banco de baterias de C.C. durante ensaios de carga
Temperaturas Shunts com 69 ºC e 68 ºC. Restantes shunts com 23 ºC
Causa Shunts com defeito
Acção Substituir estes shunts
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 19 ºC

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Exemplos 299

BATERIAS C.C.
Localização Banco de carga de baterias
Temperaturas Alicates de ligação com 102 ºC e 71 ºC. Referência com 45 ºC
Causa Mau contacto entre alicate e condutor
Acção Substituir alicates
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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300 Exemplos

10.16. Ligadores de Circuitos de Terras

São pontos que unem a massa de uma determinada estrutura à terra, com utilização
de um ou mais condutores para esse efeito, sendo assim estabelecido um contacto
entre esses pontos e, por conseguinte, garantida uma determinada diferença de
potencial entre os equipamentos em tensão e a referida massa da estrutura onde
estão localizados, funcionando também como protecção de pessoas e equipamentos.

As instalações, para funcionarem em segurança, necessitam de uma resistência de


terra condizente ao tipo de protecção existente.

Fazem parte do circuito de terras, devendo estar interligados, os eléctrodos,


ligadores, cabos de ligação, bainhas metálicas de cabos condutores, barramentos,
terra propriamente dita, etc.

Pontos fracos:

• Ligações defeituosas;
• Soldaduras incorrectas;
• Cabos eléctricos com problemas de isolamento e consequentes passagens à
massa;
• Eléctrodos de terras com valores de resistências elevados.

Os bornes de circuitos de terras e respectivos cabos de ligação, devem apresentar


temperatura aproximada à ambiente nos locais onde estão inseridos e quaisquer
diferenças existentes devem ser referenciadas e posteriormente analisadas. Nas salas
eléctricas e nos postos de transformação, as terras de serviço e de protecção devem
ser examinadas com o sistema de termografia e, nos quadros eléctricos, os cabos e
respectivos bornes de terras devem também ser cuidadosamente vistoriados.

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Exemplos 301

TERRAS
Localização Quadro geral de baixa tensão
Temperaturas Borne de terras com 85 ºC
Causa Cabo condutor com passagem à massa
Verificar resistências de isolamento da estrutura do
Acção
quadro e dos cabos condutores nele instalados
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 12 ºC
Observações: Este parafuso do borne de terras, deveria estar à mesma temperatura da estrutura metálica
do quadro (16 ºC), ou seja, apresenta um sobreaquecimento de 69 ºC.

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302 Exemplos

TERRAS
Localização Barramento de terras de um posto de transformação
Temperaturas Borne de terras com 31 ºC
Causa Circuito de terras incorrecto. Ligação incorrecta
Verificar valores das resistências de terras de serviço
Acção e de protecção, deste posto de transformação. Apertar
correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 10 ºC

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Exemplos 303

TERRAS
Localização Barramento de terras, em cela de um transformador
União de dois troços do barramento com 21ºC. Restantes
Temperaturas
uniões e barramento com 13 ºC
Causa Mau contacto na união entre os dois troços de barramento
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 12 ºC

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304 Exemplos

TERRAS
Localização Borne de terras
Temperaturas Borne com 80 ºC
Causa Isolamento do cabo superior, na zona de contacto
Acção Corrigir posição do cabo e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 28 ºC

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Exemplos 305

TERRAS
Localização Borne de terras em quadro de comandos de uma máquina
Temperaturas Borne com 63 ºC
Causa Contacto incorrecto no circuito borne/quadro/terra
Acção Verificar valores das terras e zona de ligação
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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306 Exemplos

TERRAS
Barramento de terras em cela de transformador de
Localização
potência
Temperaturas Borne esquerdo com 52 ºC. Restantes bornes com 33 ºC
Causa Borne encontrava-se desapertado
Acção Corrigir aperto
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC

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Exemplos 307

TERRAS
Cabo de guarda (ou de terra) de poste de linha aérea de
Localização
muito alta tensão
Cabos condutores e pinças de amarração com 28ºC.
Temperaturas Ligador de cabo de guarda com 50 ºC. Restantes ligadores
de terras com 18 ºC
Causa Ligador mal apertado
Acção Verificar circuito de terras, incluindo ligadores
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 18 ºC
Observações: Uma diferença de temperatura tão significativa entre os condutores e este ligador de terras,
significa que este ponto deve ser intervencionado com a máxima brevidade.

Fotos abaixo, obtidas de ângulos diferentes.

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308 Exemplos

10.17. Indução

Fenómeno que acontece, por exemplo, quando materiais metálicos (chapas, barras,
abraçadeiras, parafusos, bucins, etc.), se localizam entre fases num circuito eléctrico,
ou quando expostos a outros tipos de campos magnéticos, provocando-lhes um
aquecimento que pode atingir valores de temperaturas muito elevados e, se esses
materiais estiverem encostados aos cabos eléctricos, estes podem ver o seu isolamento
danificar-se. Aquando da inspecção termográfica, é normal o aparecimento destas
situações e, em função das temperaturas observadas serem ou não relevantes, o
inspector deverá proceder da maneira mais correcta, ou seja, avaliar se deve ou não
obter o registo térmico do equipamento. Tudo vai depender da temperatura obtida e
da proximidade dos cabos eléctricos e outros equipamentos.

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Exemplos 309

INDUÇÃO
Cave de uma sala eléctrica – cabo de 6 000 V (estava
Localização
desligado)
Temperaturas Cabo condutor esquerdo com 30 ºC. Restantes com 21 ºC
Este cabo (desligado) encontrava-se apoiado na esteira
metálica e, no outro extremo, estava também desligado,
Causa pelo que este aquecimento se devia à indução a que estava
sujeito em todo o percurso, vindo a reflectir-se na sua ponta
metálica (terminal).
Acção Isolar pontas
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 19 ºC

Imagem térmica que revela o terminal na ponta do cabo com aquecimento.


Ter em atenção que se encontrava apenas encostado à esteira metálica de cabos
e, no outro extremo, encontrava-se desligado.

Imagem térmica que mostra o ponto da esteira onde apoia o terminal do cabo de 6 000 V

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310 Exemplos

INDUÇÃO
Caixa de saída de cabos de baixa tensão de um
Localização
transformador
Temperaturas Chapa metálica entre bucins das fases R e S e S e T com 102 ºC
Causa Problemas de indução
Substituir chapa metálica por outro material, ou fazer
Acção
rasgos na referida chapa
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC

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Exemplos 311

INDUÇÃO
Localização Passagem de cabos de baixa tensão para um piso inferior
Temperaturas Zona do bucim da fase S com 85 ºC. Restantes fases com 46 ºC
Indução provocada por bucim metálico. Restantes fases
Causa
sem passagem por interior de bucins
Acção Substituir este bucim por outro não metálico
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Aquecimento pode, com o decorrer do tempo, danificar o isolamento dos cabos.

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312 Exemplos

INDUÇÃO
Chapa metálica entre fases R e S em quadro de baixa
Localização
tensão
Temperaturas Chapa metálica com 74 ºC
Causa Chapa localizada entre duas fases
Acção Envolver em material isolante ou fazer corte na chapa
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: Aquecimento pode com o decorrer do tempo, danificar o isolamento dos cabos condutores.

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Exemplos 313

INDUÇÃO
Localização Abraçadeiras de suporte a cabos de baixa tensão
Temperaturas Barras metálicas de suporte aos cabos com 75 ºC
Indução provocada pelos cabos que são envolvidos pelas
Causa
respectivas abraçadeiras
Acção Colocar material isolante nas abraçadeiras
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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314 Exemplos

INDUÇÃO
Localização Viga em betão numa cave de uma sala eléctrica
Temperaturas Viga com 58 ºC na superfície exterior
Cabos de média tensão envolvem a viga em betão, onde
no seu interior, estão verguinhas metálicas, dando origem
Causa
a uma circulação de corrente, que provoca aquecimento na
própria viga.
Acção Afastar cabos de média tensão da referida viga
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: Na foto, os cabos de média tensão encontram-se sinalizados com setas de cor amarela.

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Exemplos 315

GALERIA DE IMAGENS

Barra metálica entre fases de um barramento, com 111 ºC.


Substituir por uma de material isolante.

Parafusos metálicos de fixação de apoio a barramento de baixa tensão com 97 ºC.


Devem ser substituídos por parafusos de material isolante.

Barra metálica de apoio a cabos de baixa de baixa tensão em cela de transformador.


Parafuso do lado direito com 44 ºC, parafuso esquerdo com 33 ºC.
Apertar correctamente

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316 Exemplos

10.18. Transformadores de Potência

Transformadores isolados a óleo

São equipamentos constituídos por dois ou mais enrolamentos, em volta de um


núcleo em ferro, que possibilitam aumentar ou diminuir o valor da tensão que é
aplicada num dos lados.

Podem ser elevadores ou redutores, em função do lado onde é aplicada a tensão, isto
é, se a mesma for aplicada ao enrolamento com menor número de espiras, ele será
elevador, se a tensão for aplicada ao enrolamento com maior número de espiras ele
será redutor.

Existem ainda os autos transformadores que possuem um único enrolamento, que


funcionam através da regulação da tensão no mesmo.

Pontos fracos:

• Ligações exteriores ou interiores (da cuba) incorrectas;


• Terminais dos cabos de entrada ou saída, mal cravados;
• Travessias com defeito;
• Excesso de carga de serviço em relação à potência nominal;
• Defeitos nos contactos do regulador em carga.
• Sistema de arrefecimento/ventilação com defeito

Dependendo da sua potência nominal e da carga a que estão sujeitos, os valores de


temperaturas de funcionamento são muito variados. No entanto, grande quantidade
de transformadores tem dispositivos de alarme e de disparo, que actuam em função
de determinado valor de temperatura, previamente estabelecido.

Muitos transformadores dão indicação da temperatura máxima atingida e da que se


verifica na altura, através de sondas colocadas no interior da cuba. Estes indicadores
de temperatura são uma preciosa ajuda para quem examina termograficamente o
transformador, pois podem-se comparar vários patamares de temperaturas a que o
transformador foi, e é, sujeito.

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Exemplos 317

Valores de temperaturas na casa dos 70 ºC na superfície exterior da cuba dum


transformador, merecem já uma especial atenção por parte do inspector, tendo em
consideração que o seu valor real será um pouco superior na zona dos enrolamentos,
dada a distância entre a parte de fora onde se efectuou a medição e onde se encontram
os enrolamentos. A mesma atenção para os transformadores que se apresentem
com uma carga de serviço muito baixa e que registem valores de temperaturas de
aproximadamente 30º C acima da temperatura ambiente.

Na altura da inspecção, deverá ser efectuada uma vistoria, à vista desarmada, ao


estado do transformador, nomeadamente às travessias, grau de sujidade e verificar-
se o nível do óleo no conservador e estado da sílica gel.

Transformadores Secos

Não necessitam de isolamento entre os enrolamentos, sendo o mesmo efectuado


através do ar existente.

Pontos fracos:

• Ligações incorrectas no primário e secundário;


• Terminais mal cravados nos cabos que nele ligam;
• Shunts da relação de transformação mal apertados;
• Núcleos com excesso de temperatura;
• Enrolamentos com isolamento desgastado;
• Barras de ligação do barramento comum com apertos incorrectos.

Todos os pontos de ligação e os enrolamentos devem ser cuidadosamente


examinados, sendo normal os núcleos apresentarem temperaturas na casa dos 120 ºC,
em conformidade com a sua classe de isolamento. A partir destes valores, deve-se
fazer um estudo às suas condições de serviço, sendo que, normalmente, este tipo
de transformador tem, também, dispositivos de alarme e de disparo em função da
temperatura que atingem. As celas onde são instalados (com os enrolamentos à vista
não podem ser montados ao ar livre) devem ter espaço e ventilação suficiente no
sentido de o aquecimento que geram à sua volta não se fazer sentir grandemente nos
equipamentos em seu redor.

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318 Exemplos

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador 60 KV/6 KV – Travessia de 6 KV
Temperaturas Fase esquerda: 58 ºC Fase meio: 58 ºC Fase direita: 164 ºC
Causa Mau contacto interior/exterior da travessia
Limpar zona de contacto e apertar correctamente. Verificar
Acção
estado interior da travessia
Na altura dos ensaios com 258 Ampere, podendo em
Carga
outros períodos do dia atingir os 350 Ampere
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 24 ºC
Observações: Quando da intervenção da equipa de manutenção, verificou-se que o ligador estava soldado
à travessia que vem do interior do transformador, devido às altas temperaturas suportadas.

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Exemplos 319

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador 11 KV/60 KV – Travessia de 11 KV
Temperaturas Fase 0: 50 ºC Fase 4: 59 ºC Fase 8: 153 ºC
Causa Mau contacto
Desapertar ligador, limpar zona de contacto e apertar
Acção
correctamente.
Carga Serviço: 34 MW Nominal: 64 MW S/N (%): 53
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 13 ºC
Observações: Na imagem, é bem visível o parafuso que se apresenta mais quente.

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320 Exemplos

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador 6 KV/30 KV (elevador)
Fase 1U: 90 ºC Fase 1V: 52 ºC Fase 1W: 52 ºC
Temperaturas
Fase 2U: 45 ºC Fase 2V: 45 ºC Fase 2W: 71 ºC
Causa Ligações incorrectas e terminais mal cravados
Limpar superfícies de contacto e apertar correctamente,
Acção
incluindo a verificação dos terminais
Carga Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 26 ºC
Observações: Mancha de óleo junto às travessias (seta azul) pode indiciar presença de anomalias no
interior do transformador.

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Exemplos 321

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador 60 000 V/6 000 V – Travessia de 6 KV
Temperaturas Fase 2U: 65 ºC Fase 2V: 101 ºC Fase 2W: 100 ºC
Mau contacto entre travessia e ligador. Parafusos de
Causa
material diferente dos ligadores.
Acção Substituir parafusos e ligadores com uns de material igual
Carga (Ampere) Fase 2U: 170 Fase 2V: 170 Fase 2W: 170
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 18 ºC
Observações: Neste tipo de ligações, o material dos ligadores e dos parafusos devem ser idênticos,
sob o risco de se transformarem em bimetálicos, com fortes probabilidades do aparecimento de
sobreaquecimentos. Este transformador encontrava-se com poucas horas de serviço. Tinha sido instalado
no dia anterior.

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322 Exemplos

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador 30 000 V/6 000 V – Travessia de 6 KV
Temperaturas Fase vermelha: 85 ºC Fase verde: 47 ºC Fase amarela: 47 ºC
Causa Mau contacto na cabeça da travessia
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 323

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador 6000 V/400 V – Travessia de baixa tensão
Temperaturas Fase amarela: 50 ºC Fase verde: 90 ºC Fase vermelha: 49 ºC
Causa Mau contacto no interior da cuba
Acção Verificar ligações no interior da cuba do transformador
Carga (Ampere) Fase 2U: 180 Fase 2V: 180 Fase 2W: 180
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC
Observações: Esta imagem mostra que os parafusos de aperto estão mais frios que o ligador, e o isolador
de travessia apresenta também aquecimento, o que indicia ligações incorrectas no seu interior.

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324 Exemplos

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador MT/BT – travessia de baixa tensão
Temperaturas Neutro: 68 ºC Fase 2U: 41 ºC Fase 2V: 40 ºC Fase 2W: 40 ºC
Causa Ligações incorrectas no interior da cuba
Acção Verificar ligações no interior da travessia e da cuba
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 17 ºC
Observações: O espigão que vem do interior do transformador apresenta-se com a mesma temperatura
das porcas de aperto na travessia, o que significa que a origem do sobreaquecimento vem de dentro para
fora do transformador. De salientar que este sobreaquecimento se localiza no neutro e não nas fases.

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Exemplos 325

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador MT/BT – travessia de baixa tensão
Temperaturas Fase amarela: 110 ºC Fase verde: 54 ºC Fase 2W: 49 ºC
Causa Mau contacto
Limpar zona de contacto e apertar correctamente. Verificar
Acção
estado da base que apresenta sobreaquecimento
Carga (Ampere) Fase R: 500 Fase S: 600 Fase T: 600 IN: 1800
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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326 Exemplos

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador 15 000 V/400 V – lado dos 400 V
Temperaturas Neutro: 34 ºC Fase 2U: 39 ºC Fase 2V: 87 ºC Fase 2W: 165 ºC
Causa Apertos incorrectos
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Fase 2U: 240 Fase 2V: 240 Fase 2W: 240 IN: 1000
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 10 ºC
Observações: Noutros períodos do dia, este transformador atinge os 350 Ampere, o que originará a subida
de temperatura nos ligadores.

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Exemplos 327

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador MT/BT - Terminal de BT
Temperaturas Fase 2U: 113 ºC Fase 2V: 50 ºC Fase 2W: 50 ºC
Causa Terminal mal cravado
Acção Fazer nova ponta de cabo
Carga (Ampere) Fase 2U: 180 Fase 2V: 180 Fase 2W: 180
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: Os ensaios decorreram com uma intensidade de corrente de serviço de 180 Ampere mas,
noutros períodos do dia, este transformador atinge no secundário valores de aproximadamente 300
Ampere, o que levará o cabo com defeito a temperaturas bem mais altas. Na imagem térmica é bem visível
o aquecimento no terminal.

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328 Exemplos

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Transformador MT/BT de um posto de transformação
Localização
aéreo
Temperaturas Cuba do transformador com 55 ºC na superfície exterior
Causa Falha interna
Acção Verificar interior da cuba do transformador
Carga Sem registo de intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 8 ºC
Observações: Se olharmos com atenção a imagem térmica, verificamos que a travessia de média tensão
do lado esquerdo se apresenta mais quente que as restantes, sendo que, a origem desse aquecimento é
no interior do transformador. Abaixo apresenta-se uma imagem térmica deste transformador, mas com
isotérmicas, que nos ajuda a compreender melhor a distribuição das temperaturas.

Mesma imagem térmica, com isotérmicas, que realçam o ponto mais quente,
assinalado com cor vermelha (ao lado direito dos bornes de baixa tensão).

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Exemplos 329

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador MT/BT
Temperaturas Cuba com 96 ºC na superfície exterior
Causa A trabalhar com intensidades de corrente muito elevadas
Acção Aliviar cargas
Carga Transformador com 1200 Ampere
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 35 ºC

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330 Exemplos

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador seco MT/BT - enrolamento
Temperaturas Fase U: 127 ºC Fase V: 50 ºC Fase W: 50 ºC
Falha no isolamento por cima do shunt da relação de
Causa
transformação
Acção Verificar o estado interno deste enrolamento
Carga (Ampere) Fase 2U: 250 Fase 2V: 250 Fase 2W: 280
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: De salientar que o ponto mais quente é na superfície exterior do enrolamento. Zona indicada,
com indícios de ter suportado temperaturas muito elevadas.

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Exemplos 331

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Transformador seco MT/BT – barramento comum
Temperaturas Fase U: 25 ºC Fase V: 62 ºC Fase W: 25 ºC
Causa Mau aperto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 14 ºC

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332 Exemplos

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Serpentinas de arrefecimento
Temperaturas Área assinalada com 48 ºC. Referência: 34 ºC
Causa Sujidade acumulada
Acção Limpar serpentinas
Carga Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 14 ºC

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Exemplos 333

TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA
Localização Serpentinas de refrigeração, lado 6 KV
Temperaturas Grupo identificado em foto com 21 ºC. Restantes com 37 ºC
Este grupo encontra-se provavelmente desligado do corpo
Causa
do transformador
Acção Verificar este circuito
Carga Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 12 ºC

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334 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

Transformador MT/BT – Travessia de 6000 V


Fase vermelha: 56 ºC Fase verde: 50 ºC Fase amarela: 50 ºC
Falha interna.

Transformador 6 000 V/400 V. Travessia de baixa tensão.


Fase 2U: 39 ºC Fase 2V: 93 ºC Fase 2W: 48 ºC
Verificar ligações no interior da cuba.

Transformador MT/BT – Travessia de baixa tensão. Maus contactos.


Neutro: 55 ºC Fase 2U: 78 ºC Fase 2V: 67 ºC Fase 2W: 68 ºC

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Exemplos 335

Transformador MT/BT – Travessia de 6 000 V


Fase vermelha: 38 ºC Fase verde: 38 ºC Fase amarela: 74 ºC
Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

Transformador MT/BT – Travessia de média tensão


Fase 1U: 36 ºC Fase 1V: 58 ºC Fase 1W: 36 ºC
Sobreaquecimento com origem no interior da cuba. Espigão mais quente que a porca no parafuso.

Transformador MT/BT – Cabo de média tensão. Terminal mal cravado.


Fase 1U: 84 ºC Fase 1V: 38 ºC Fase 1W: 38 ºC
Fazer nova ponta de cabo.

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336 Exemplos

Transformador 6 000 V/400 V – Travessia de baixa tensão


Fase amarela: 46 ºC Fase verde: 47 ºC Fase vermelha: 64 ºC
Verificar ligações no interior do transformador (cuba)

O isolador de travessia apresenta-se mais quente que o ligador, o que significa que a
origem deste sobreaquecimento vem de dentro para fora do transformador.

Transformador 6 000 V/400 V – travessia de baixa tensão


Neutro: 34 ºC Fase amarela: 37 ºC Fase verde: 66 ºC Fase vermelha: 36 ºC

Pela coloração que esta travessia apresenta, significa que já suportou temperaturas
muito altas, provavelmente noutras condições de serviço, ou seja, com cargas mais
altas, pelo que neste caso se recomenda uma intervenção muito rápida. Verificar
ligações no interior da cuba.

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Exemplos 337

Transformador MT/BT – travessia de baixa tensão


Neutro: 41ºC Fase 2U: 45ºC Fase 2V: 45ºC Fase 2W: 84ºC
Origem do sobreaquecimento no interior do transformador

Transformador MT/BT – travessia de baixa tensão


Neutro: 44 ºC Fase 2U: 46 ºC Fase 2V: 108 ºC Fase 2W: 107 ºC
Origem do sobreaquecimento no interior do transformador.

Transformador MT/BT – travessia de baixa tensão


Neutro: 45 ºC Fase 2U: 55 ºC Fase 2V: 71 ºC Fase 2W: 58 ºC
Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

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338 Exemplos

Transformador seco MT/BT – Shunts da relação de transformação


Fase U: 60 ºC Fase V: 164 ºC Fase W: 60 ºC
Limpar zona de contacto e apertar correctamente

Transformador de posto de transformação aéreo


Neutro: 38 ºC Fase 2U: 115 ºC Fase 2V: 43 ºC Fase 2W: 43 ºC
Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

Transformador – travessia de média tensão


Fase amarela: 32 ºC Fase verde: 32 ºC Fase vermelha: 48 ºC
A foto foi obtida do lado oposto ao termograma. A imagem térmica mostra-nos a saia superior da
travessia com temperatura bem acima das restantes. Substituir travessia.

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Exemplos 339

Transformador MT/BT - travessia de média tensão


Fase amarela: 33 ºC Fase verde: 58 ºC Fase vermelha: 33 ºC
Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

Transformador seco MT/BT – enrolamento (bobina)


Fase U: 186 ºC Fase V: 76 ºC Fase W: 70 ºC
Verificar zona de soldadura na bobina.

Transformador seco MT/BT


Núcleo com 128 ºC. Vigiar.

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340 Exemplos

10.19. Barramento de Média Tensão

Locais onde ligam vários circuitos (entradas e saídas) e, geralmente, são em alumínio
ou cobre, sendo que a sua secção varia em função da carga a que vão ser sujeitos.
Podem ser em barras, cabos ou em tubos, localizados ao ar livre ou no interior de
salas eléctricas e, em alguns casos, encontram-se isolados a vácuo no interior de
tubagens para esse efeito.

Pontos fracos:

• Ligações e uniões mal executadas;


• Materiais diferentes entre barramentos e respectivos ligadores;
• Troços muito compridos sem apoios, que provocam vibrações mais ou menos
intensas;
• Outros.

A sua examinação é mais fácil de executar no interior de instalações, que no exterior,


por exemplo, com a presença do sol, que, como sabemos, é um conhecido gerador
de reflexos, principalmente quando a superfície do barramento é consideravelmente
polida. Os barramentos devem apresentar temperaturas idênticas ou mais baixas que
os equipamentos que nele ligam e existem sempre vários troços como comparação.

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Exemplos 341

BARRAMENTO MT
Barramento de 10 000 V – no interior de conduta sob
Localização
vácuo, à saída de um grupo alternador
Temperaturas Superfície exterior da conduta com 111 ºC
Causa Uniões elásticas mal apertadas
Acção Apertar correctamente
Carga Barramento com 1100 Ampere
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC
Observações: De salientar a distância entre o barramento e a superfície exterior da conduta, pelo que, a
temperatura na união elástica será com toda a certeza bem superior à registada.

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342 Exemplos

BARRAMENTO MT
Localização Barramento de média tensão
Temperaturas Fase 0: 33 ºC Fase 4: 60 ºC Fase 8: 36 ºC
Causa Mau contacto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC

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Exemplos 343

BARRAMENTO MT
Localização Barramento de média tensão – ligador em forma T
Temperaturas Fase vermelha: 40 ºC Fase verde: 26 ºC Fase amarela: 27 ºC
Causa Mau contacto/aperto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 21 ºC

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344 Exemplos

BARRAMENTO MT
Localização Barramento de média tensão – ligador em forma T
Temperaturas Fase vermelha: 37 ºC Fase verde: 28 ºC Fase amarela: 29 ºC
Causa Mau contacto/aperto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 345

BARRAMENTO MT
Localização Barramento de média tensão
Temperaturas Uniões no barramento com 200 ºC e 209 ºC
Causa Mau aperto/contacto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 28 ºC
Observações: Uniões com indícios de terem suportado temperaturas muito altas.

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346 Exemplos

10.20. Disjuntor de Média Tensão

É um aparelho de comando (abertura e fecho) e protecção de circuitos eléctricos para


níveis de tensão mais elevados, tendo a capacidade de interromper o circuito de altas
correntes, por exemplo, quando na presença de curto circuitos. Nestas situações, são
necessários mecanismos que permitam a extinção dos arcos eléctricos que se formam
abruptamente, aquando da abertura dos contactos.
Após a interrupção da corrente (abertura dos pólos), devem garantir o isolamento do
circuito onde está inserido

Os disjuntores mais utilizados em alta e média tensão, tendo em consideração o meio


utilizado para a extinção dos arcos eléctricos, são:

− Grande volume de óleo;


− Pequeno volume de óleo;
− Ar comprimido;
− Vácuo;
− Hexafluoreto de enxofre (SF6).

Pontos fracos:
• Ligações incorrectas;
• Contactos no interior das câmaras de corte com defeito;
• Contactos visíveis incorrectos;
• Perda do meio isolante no interior das câmaras de corte;
• Isolamento das câmaras de corte com defeito;
• Isolamento das hastes de manobra com defeito.

Este tipo de equipamento é de fácil análise, devendo a atenção do inspector recair sobre
os pontos de ligação e câmaras de corte, onde as temperaturas devem ser uniformes.
A sua temperatura não deve exceder muito a temperatura ambiente do local onde
estão instalados, excepto em circuitos de média tensão que apresentem intensidades
de corrente muito elevadas. Nestes casos, temos sempre outros equipamentos como
referência, por exemplo, os barramentos que neles ligam.

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Exemplos 347

DISJUNTOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Câmara de corte
Temperaturas Fase amarela: 151 ºC Fase verde: 36 ºC Fase vermelha: 33 ºC
Causa Contactos internos inferiores com defeito
Acção Verificar estado dos contactos e fazer a sua beneficiação
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 17 ºC
Observações: Dado o mau estado em que se encontravam os contactos, este disjuntor teve que ser
substituído.

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348 Exemplos

DISJUNTOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Câmara de corte
Temperaturas Fase amarela: 23 ºC Fase verde: 23 ºC Fase vermelha: 31 ºC
Causa Contactos internos inferiores incorrectos
Acção Fazer a sua beneficiação
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 17 ºC
Observações: É mais fácil e rápida a intervenção nesta fase, que numa mais avançada, como por exemplo,
no caso da página anterior.

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Exemplos 349

DISJUNTOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Câmara de corte
Temperaturas Fase amarela: 30 ºC Fase verde: 30 ºC Fase vermelha: 51 ºC
Causa Mau contacto na cabeça da câmara de corte
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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350 Exemplos

DISJUNTOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Câmara de corte
Temperaturas Fase amarela: 14 ºC Fase verde: 22 ºC Fase vermelha: 14
Causa Isolamento com defeito
Acção Corrigir o isolamento nesta zona do disjuntor
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 13 ºC

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Exemplos 351

DISJUNTOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Câmara de corte
Temperaturas Fase amarela: 24 ºC Fase verde: 12 ºC Fase vermelha: 12 ºC
Isolamento com defeito na parte inferior da câmara de
Causa
corte
Acção Corrigir o isolamento nesta zona
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 11 ºC

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352 Exemplos

DISJUNTOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Haste de manobra
Temperaturas Fase amarela: 24 ºC Fase verde: 24 ºC Fase vermelha: 40 ºC
Causa Isolamento com defeito
Acção Corrigir o isolamento nesta haste de manobra
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 21 ºC

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Exemplos 353

10.21. Seccionador de Alta e Média Tensão

Aparelho que permite o seccionamento de um determinado circuito (abertura e


fecho) e, regra geral, só pode ser manobrados em vazio, ou seja, sem intensidades
de corrente a circular, pois não dispõe de dispositivos de corte em carga para
extinção dos arcos eléctricos que se desenvolvem nestas situações. Pode ser montado
na vertical ou na horizontal e os contactos são estabelecidos através da junção de
maxilas macho/fêmea e ligados aos cabos a montante e a jusante nas respectivas
tomadas de corrente.

Pontos fracos:

• Contactos incorrectos na junção das maxilas;


• Maxilas com pressão insuficiente;
• Ligações mal executadas;
• Materiais diferentes na zona de ligação;
• Isoladores com defeito.

A sua examinação, quando no exterior e sob a presença do sol, com os inevitáveis


reflexos, merece uma especial atenção por parte do Inspector mas, seguindo os
procedimentos já referenciados noutro capítulo deste livro, facilmente são anulados.
As temperaturas que normalmente se obtêm nos seccionadores devem ser
aproximadas às que se verificam nos cabos à entrada e saída das tomadas de corrente
e, normalmente, não devem exceder os 20 ºC, acima da ambiente.

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354 Exemplos

SECCIONADOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Entrada de posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 24 ºC Fase verde: 28 ºC Fase vermelha: 118 ºC
Causa Contacto incorrecto
Acção Verificar parafuso da mola de pressão da maxila inferior
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC

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Exemplos 355

SECCIONADOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Interior de posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 90 ºC Fase verde: 30 ºC Fase vermelha: 25 ºC
Causa Contacto incorrecto
Acção Verificar mola de pressão da maxila superior
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 13 ºC

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356 Exemplos

SECCIONADOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Na entrada de um posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 19 ºC Fase verde: 24 ºC Fase vermelha: 33 ºC
Causa Isoladores com defeito
Acção Substituir isoladores do seccionador
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 13 ºC
Observações: Na altura dos ensaios o tempo estava seco e era bem audível a crepitação vinda dos
isoladores, o que indicia que os mesmos com tempo húmido se comportem de forma pior, devendo ser
substituídos com a maior brevidade.

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Exemplos 357

SECCIONADOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Painel de uma subestação
Temperaturas Fase amarela: 24 ºC Fase verde: 24 ºC Fase vermelha: 71 ºC
Causa Ligação incorrecta na tomada de corrente inferior
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 14 ºC
Observações: Na imagem térmica é bem visível que a ligação na tomada de corrente inferior, se encontra
com temperatura superior aos restantes elementos.

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358 Exemplos

SECCIONADOR DE ALTA TENSÃO


Localização Painel de uma subestação
Temperaturas Fase amarela: 20 ºC Fase verde: 42 ºC Fase vermelha: 19 ºC
Causa Mau contacto na junção das maxilas
Acção Limpar zona de contacto e corrigir molas de pressão
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 17 ºC

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Exemplos 359

SECCIONADOR DE ALTA TENSÃO


Localização Painel de uma subestação
Temperaturas Fase 0: 64 ºC Fase 4: 24 ºC Fase 8: 24 ºC
Causa Aperto incorrecto na tomada de corrente
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 14 ºC

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360 Exemplos

SECCIONADOR DE ALTA TENSÃO


Localização Entrada em posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 39 ºC Fase verde: 11 ºC Fase vermelha: 11 ºC
Causa Haste de manobra com ponto fraco junto á sua base
Acção Substituir esta haste
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 14 ºC
Observações: Na altura dos ensaios era bem audível o som de crepitação vindo deste seccionador, mesmo
com tempo seco que se fazia sentir na altura.

Imagens térmicas obtidas com teleobjectiva, que realçam a zona mais quente que origina este
sobreaquecimento. Termogramas com escalas de cor diferentes.

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Exemplos 361

GALERIA DE IMAGENS

Fase amarela: 51 ºC Fase verde: 30 ºC Fase amarela: 32 ºC


Verificar ligação na tomada de corrente inferior.

Fase vermelha: 112 ºC Fase verde: 32 ºC Fase amarela: 32 ºC


Verificar zona de contacto das maxilas.

Fase amarela: 25 ºC Fase verde: 27 ºC Fase amarela: 70 ºC


Verificar contactos da maxila inferior.

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362 Exemplos

Fase vermelha: 51 ºC Fase verde: 32 ºC Fase amarela: 32 ºC


Verificar maxila inferior.

Fase vermelha: 30 ºC Fase verde: 91 ºC Fase amarela: 27 ºC


Verificar maxila superior.

Fase vermelha: 32 ºC Fase verde: 114 ºC Fase amarela: 32 ºC


Verificar maxila inferior.

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Exemplos 363

10.22. Fusível de Média Tensão

Como os de baixa tensão, servem para proteger os circuitos onde estão instalados,
contra curto circuitos e sobrecargas, sendo compostos por um corpo, no interior do
qual está um filamento que vai fundir a partir do momento que a intensidade de
corrente nominal seja ultrapassada durante um certo período de tempo e por dois
contactos, um superior e outro inferior.

Pontos fracos:

• Falhas internas;
• Contactos (maxilas) com defeito;
• Subdimensionados em relação à intensidade de corrente que os percorrem

São de fácil análise e, como normalmente temos três elementos como comparação,
uma ou duas fases servem como referência. As temperaturas de funcionamento têm
a ver com a intensidade de corrente que por eles circula, mas, diferenças superiores
a 20 ºC entre a temperatura do fusível e a ambiente deverão ser registadas para
posterior análise.

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364 Exemplos

FUSÍVEL DE MÉDIA TENSÃO


Localização Posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 48 ºC Fase verde: 95 ºC Fase vermelha: 98 ºC
Causa Falha interna
Acção Substituir estes fusíveis
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 18 ºC

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Exemplos 365

FUSÍVEL DE MÉDIA TENSÃO


Localização Posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 20 ºC Fase verde: 24 ºC Fase vermelha: 40 ºC
Causa Falha interna
Acção Substituir este fusível
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 13 ºC

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366 Exemplos

FUSÍVEL DE MÉDIA TENSÃO


Localização Posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 43 ºC Fase verde: 46 ºC Fase vermelha: 61 ºC
Causa Base inferior do fusível com falha interna
Acção Substituir este fusível
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 13 ºC

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Exemplos 367

10.23. Transformadores de Medida


– Média e Alta Tensão

Aparelhos que servem para transformar altas tensões ou correntes em valores


normalizados ou que possam ser medidos com segurança. Nos transformadores de
intensidade, a corrente de serviço passa pelo enrolamento primário, enquanto os
transformadores de tensão são ligados à tensão de serviço. A tensão ou a corrente
no enrolamento secundário são determinadas pelos correspondentes valores do
lado primário e pela razão de transformação. Os transformadores de intensidade
trabalham quase em curto-circuito e os de tensão praticamente em vazio. Os lados
primário e secundário são, quase sempre, separados electricamente e isolados entre
si, de acordo com a tensão de serviço.

Transformador de Intensidade
Pontos fracos:

• Ligações incorrectas no primário e/ou secundário;


• Shunts da relação de transformação mal apertados;
• Defeitos internos;
• Isolamento exterior deficiente.

A sua temperatura não deverá exceder muito a ambiente do local onde estão
instalados, excepto em situações de intensidades de corrente muito elevadas. Nestes
casos, diferenças de temperaturas entre o TI e a ambiente, acima dos 20 ºC, deverão
ser registadas e esse TI ser vigiado. É muito importante conhecermos a intensidade de
corrente de serviço na altura da inspecção e a sua intensidade nominal. Se a intensidade
de serviço for baixa em relação à nominal, qualquer pequeno sobreaquecimento deve
ser devidamente registado e analisado.

Devem ser examinados com muita atenção, nomeadamente na cuba e na cabeça,


onde normalmente se encontram os bornes dos shunts da relação de transformação e
as ligações de entrada e de saída. Ligeiros sobreaquecimentos nas suas cubas podem
indiciar falhas no seu interior.

São montados em série nos circuitos onde estão inseridos.

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368 Exemplos

Transformador de Tensão

Pontos fracos:

• Ligações defeituosas nos shunts da relação de transformação;


• Falhas internas ou no isolamento exterior.

A sua temperatura exterior deverá ser muito próxima à do ambiente do local onde
estão instalados.

São montados em paralelo nos circuitos onde estão inseridos

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Exemplos 369

TRANSFORMADOR DE INTENSIDADE - MT
Localização Posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 34 ºC Fase verde: - Fase vermelha: 58 ºC
Causa Aperto incorrecto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC

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370 Exemplos

TRANSFORMADOR DE INTENSIDADE - AT
Localização Painel de uma subestação – 60 KV
Temperaturas Fase 8: 20 ºC Fase 0: 22 ºC Fase 4: 75 ºC
Causa Apertos incorrectos e provável falha interna
Acção Verificar shunt da relação de transformação
Carga (Ampere) Intensidade Serviço: 220 Intensidade Nominal: 400
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 10 ºC
Observações: Se as ligações estiverem correctas, a origem do aquecimento será com toda a certeza no
interior do TI. Quando da intervenção da manutenção, verificou-se a segunda hipótese

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Exemplos 371

TRANSFORMADOR DE INTENSIDADE - AT
Localização Painel de uma subestação – 60 KV
Temperaturas Fase 0: 36 ºC Fase 4: 19 ºC Fase 8: 19 ºC
Causa Maus apertos
Limpar zonas de contacto e apertar correctamente, incluindo
Acção
os shunts da relação de transformação na cabeça do TI
Carga (Ampere) Intensidade Serviço: 120 Intensidade Nominal: 400
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 15 ºC

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372 Exemplos

TRANSFORMADOR DE TENSÃO - MT
Localização Painel de uma subestação
Temperaturas Fase direita: 35 ºC Referência: 26 ºC
Causa Falha no isolamento
Acção Verificar isolamento na base deste pólo
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 10 ºC

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Exemplos 373

TRANSFORMADOR DE TENSÃO - MT
Localização Cela de média tensão
Temperaturas Fase amarela: 36 ºC Fase verde: 29 ºC Fase vermelha: 29 ºC
Causa Isolamento com defeito
Acção Beneficiar isolamento
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 21 ºC
Observações: Bem audível o som de crepitação vindo deste TT.

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374 Exemplos

TRANSFORMADOR DE TENSÃO - AT
Localização Painel de uma subestação – 60 KV
Temperaturas Fase 0: 25 ºC Fase 4: 23 ºC Fase 8: 23 ºC
Causa Falha interna
Acção Substituir este TT
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 21 ºC
Observações: As três fases deveriam apresentar a mesma temperatura.

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Exemplos 375

10.24. Caixa Fim de Cabo de Alta e Média Tensão

Servem para unir os cabos condutores aos equipamentos respectivos, com a devida
separação das três fases, por exemplo, a seccionadores, disjuntores, transformadores,
linhas aéreas, etc. Normalmente, as suas pontas podem ser isoladas a óleo ou a seco.

Pontos fracos:

• Ligações incorrectas;
• Terminais mal cravados ou de secção diferente do cabo;
• Tranças de terra mal ligadas ou soldadas;
• Isolamento com defeito;
• Pontas executadas incorrectamente.

São de fácil examinação, sendo bem perceptível qualquer sobreaquecimento, por


muito pequeno que seja. As temperaturas obtidas normalmente não andam muito
longe da temperatura ambiente dos locais onde estão instaladas, excepto quando
percorridas por intensidades de corrente mais altas. Temperaturas nos cabos AT e
MT acima de 40 ºC recomendam já alguma atenção e acompanhamento.

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376 Exemplos

CAIXA FIM DE CABO - MÉDIA TENSÃO


Localização Cela de um posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 16 ºC Fase verde: 33 ºC Fase vermelha: 17 ºC
Causa Isolamento danificado na zona de saída da trança de terra
Acção Fazer nova ponta de cabo
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 11 ºC

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Exemplos 377

CAIXA FIM DE CABO - MÉDIA TENSÃO


Localização Alimentação de um transformador MT/BT
Temperaturas Fase amarela: 64 ºC Fase verde: 28 ºC Fase vermelha: 28 ºC
Causa Isolamento danificado. Próximo da perfuração
Acção Fazer nova ponta de cabo
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 18 ºC

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378 Exemplos

CAIXA FIM DE CABO - MÉDIA TENSÃO


Localização Cela de um posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 32 ºC Fase verde: 31 ºC Fase vermelha: 52 ºC
Causa Terminal mal cravado
Acção Fazer nova ponta de cabo
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 379

CAIXA FIM DE CABO - MÉDIA TENSÃO


Localização Cela de um posto de transformação
Temperaturas Fase vermelha: 42 ºC Fase verde: 31 ºC Fase amarela: 31 ºC
Causa Aperto incorrecto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 22 ºC

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380 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

Fase amarela: 41 ºC Fase verde: 30 ºC Fase vermelha: 31 ºC


Indícios de fortes contornamentos. Fazer nova ponta de cabo.

Fase amarela: 63 ºC Fase verde: 36 ºC Fase vermelha: 57 ºC


Verificar zona de saída das tranças de terra.

Fase amarela: 29 ºC Fase verde: 33 ºC Fase vermelha: 39 ºC


Beneficiar isolamento.

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Exemplos 381

10.25. Isolador de Média e Alta Tensão

Serve para isolar os equipamentos que conduzem a corrente eléctrica da massa das
estruturas onde se encontram.

Utilizado em apoios a barramentos, linhas aéreas, passa muros (passagens do


interior para o exterior e vice versa, por exemplo, em postos de transformação), em
seccionadores e outros órgãos de corte e protecção, etc.

Pontos fracos:

• Defeitos internos;
• Montagem incorrecta, de valor de tensão inferior ao que deveria ter;
• Encaixes de fixação incorrectos;
• Sujidade excessiva.

A sua temperatura deve ser próxima da ambiente do local onde se encontram.


Quando o sobreaquecimento se localiza na sua base, ou seja, onde faz contacto com
a massa, devemos analisar com atenção essa zona, pois pode ser um indício que esse
isolador começa a dar passagem a essa mesma massa.

É usual a observação de pontos quentes ao longo de um isolador na presença de


humidade, mas isso não quer dizer que tenha defeito, mas sim sujidade em excesso,
bastando uma lavagem para a sua correcção (claro está que a lavagem e os produtos
utilizados serão sempre da responsabilidade de pessoal devidamente especializado e
credenciado para esse efeito). Na presença de humidade, é também normal ouvir-se
um som de crepitação vindo dos isoladores e, por vezes, é sentido um cheiro a ozono
queimado, muito característico nestas situações.

Os isoladores de seccionadores que se encontrem abertos, devem ser examinados (a


parte em tensão), pois não poucas vezes são-lhes detectados sobreaquecimentos, ou
seja, é como se estivessem sujeitos a ensaios de rigidez dieléctrica (uma parte ligada
à alta ou média tensão e a base ligada à massa).

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382 Exemplos

ISOLADOR DE MÉDIA TENSÃO


Isolador passa muros no interior de um posto de
Localização
transformação
Temperaturas Fase vermelha: 21 ºC Fase verde: 21 ºC Fase amarela: 32 ºC
Causa Defeito no isolador
Acção Substituir este isolador passa muros
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC
Observações: Com presença de humidade, este isolador vai dar passagens à massa (terra), com
consequentes disparos e saídas de serviço da linha aérea que alimenta este PT.

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Exemplos 383

ISOLADOR DE MÉDIA TENSÃO


Isolador passa muros na passagem de piso superior para
Localização
inferior
Temperaturas Fase vermelha: 21 ºC Fase verde: 21 ºC Fase amarela: 27 ºC
Causa Defeito no isolador
Acção Substituir este isolador passa muros
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC

Licenciado para Jose Ferreira Neto


384 Exemplos

ISOLADOR DE ALTA TENSÃO


Localização Isolador passa muros de 60 000 V
Temperaturas Fase vermelha: 40 ºC Fase verde: 12 ºC Fase amarela: 12 ºC
Causa Mau aperto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 8 ºC

Licenciado para Jose Ferreira Neto


Exemplos 385

ISOLADOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Isolador rígido na entrada de um posto de transformação
Temperaturas Isoladores com 37 ºC e 38 ºC. Restantes isoladores com 26 ºC
Causa Desgaste
Acção Substituir estes isoladores
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 23 ºC
Observações: Com presença de humidade, estes dois isoladores vão provocar disparos na linha aérea
que alimenta este PT, com consequentes cortes de energia na mesma, pelo que devem ser substituídos
com o máximo de brevidade. Os passa muros devem ser reparados por apresentarem também algum
aquecimento.

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386 Exemplos

ISOLADOR DE ALTA TENSÃO


Localização Isolador passa muros de 60 000 V
Temperaturas Fase amarela: 35 ºC Fase verde: 24 ºC Fase vermelha: 24 ºC
Causa Defeito no isolador
Acção Substituir este isolador passa muros
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC
Observações: Na altura dos ensaios o tempo estava seco, ou seja, sem humidade, que com a sua presença
vai com toda a certeza provocar avaria neste circuito.

Imagem térmica da travessia que revela o ponto mais quente.

Imagem térmica que realça as bases das três travessias.


Fase amarela: 27 ºC Fase verde: 24 ºC Fase vermelha: 24 ºC

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Exemplos 387

ISOLADOR DE MÉDIA TENSÃO


Localização Chegada de linha aérea a um posto de transformação
Temperaturas Cabo 1: 36 ºC Cabo 2: 36 ºC Cabo 3: 25 ºC
Causa Sujidade excessiva e desgaste
Acção Recomenda-se a sua limpeza, ou substituir estes elementos
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC

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388 Exemplos

GALERIA DE IMAGENS

Fase vermelha: 21 ºC Fase verde: 19 ºC Fase amarela: 19 ºC


Temperatura ambiente: 11 ºC. Fazer a beneficiação destes isoladores.

Entrada em posto de transformação (interior)


– mau contacto na cabeça da travessia.
Fase amarela: 23 ºC Fase amarela: 23 ºC Fase vermelha: 91 ºC

Isolador de um seccionador de 60 000 V.


Cabeça do isolador com 50 ºC em pequeno orifício. Deve ser vistoriado e intervencionado.

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Exemplos 389

10.26. Descarregador de Sobretensões – Pára-Raios

São dispositivos que servem para proteger os equipamentos contra sobretensões


de várias origens, incluindo descargas atmosféricas. Normalmente, encontram-se
próximo dos equipamentos de maior importância numa instalação (e de maiores
custos), por exemplo, junto aos transformadores de potência.
Até um determinado nível de tensão, são muito bons isoladores e, a partir daí, passam
a muito bons condutores para a terra (estes valores vêm regulados de fábrica).

A sua temperatura de funcionamento é muito próxima à do ambiente do local onde


estão instalados.
Para se considerar um pára-raios com defeito, pelo menos 25% do seu corpo deve
apresentar sobreaquecimento.

Com tempo húmido, é normal verificarmos a presença de ligeiros sobreaquecimentos


em pequenos troços localizados entre as saias do isolador exterior, mas isso deve-se
à sujidade existente no pára-raios. Uma lavagem por pessoal especializado para esse
efeito resolve este pequeno problema.

Um pára-raios considerado com defeito deve de imediato ser retirado de serviço,


pois muitas vezes, antes de rebentar, provoca passagens à terra com consequentes
interrupções e religações no circuito onde estão inseridos. Chegam a aguentar alguns
dias sem rebentarem, provocando constantes avarias na instalação. A termografia
evita que estas situações desagradáveis aconteçam.

Normalmente, existem três pára-raios, um para cada fase que, como sabemos, em
termos de comparação e de referência é uma boa ajuda, mas devemos ter em atenção
que os três pára-raios podem-se apresentar com defeito.

As zonas de ligação na sua cabeça não deverão apresentar sobreaquecimento, pois,


aí, a circulação de intensidade de corrente é muito baixa ou nula.

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390 Exemplos

DESCARREGADOR DE SOBRETENSÕES
Localização 30 000 V - Painel de um transformador
Temperaturas Fase amarela: 54 ºC Fase verde: 27 ºC Fase vermelha: 27 ºC
Causa Falha interna
Acção Substituir este elemento
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 25 ºC

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Exemplos 391

DESCARREGADOR DE SOBRETENSÕES
Localização Interior de um posto de transformação
Temperaturas Fase amarela: 18 ºC Fase verde: 24 ºC Fase vermelha: 18 ºC
Causa Falha interna
Acção Substituir estes elementos
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 12 ºC
Observações: De salientar que os descarregadores de sobre tensões das outras fases também apresentam
algum aquecimento, pelo que se recomenda a substituição dos três elementos.

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392 Exemplos

DESCARREGADOR DE SOBRETENSÕES
Localização Quadro da baixa tensão
Temperaturas Descarregador de sobre tensões (de baixa tensão) com 82 ºC
Causa Desgaste
Acção Substituir este aparelho
Carga (Ampere) Sem registo
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 25 ºC

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Exemplos 393

10.27. Linhas Aéreas

Fazem o transporte de energia eléctrica entre duas subestações, e a sua distribuição


entre uma subestação e um ou mais postos de transformação. Podem ser examinadas
com utilização de helicóptero ou viatura todo o terreno.

Pontos fracos:

• Isoladores com defeito;


• Ligadores e pinças com apertos incorrectos;
• Uniões mal cravadas;
• Seccionadores aéreos com ligadores e maxilas com contacto insuficiente;
• Aparelhos de corte com falhas internas, etc.

As linhas aéreas AT/MT apresentam normalmente temperaturas um pouco acima


da ambiente, devendo ser mais ou menos uniformes em todo o seu percurso.

Os isoladores de apoio às linhas aéreas, quando em presença do sol, não manifestam


o verdadeiro estado em que se encontram, ao contrário da existência de humidade,
em que evidenciam quaisquer eventuais falhas. Em casos de dúvida, devem ser
examinados sem sol e de preferência ao amanhecer.

Como foi referido noutro capítulo, quando no exterior, o sol origina muitos
reflexos nos equipamentos observados e, quanto menor for a emissividade desses
equipamentos, maiores as probabilidades do seu aparecimento. Em caso de dúvida,
basta movermo-nos em redor daquilo que estamos a examinar, se for um ponto com
sobreaquecimento ele aparecerá sempre, se for um reflexo, ele irá desaparecer.

Uma ronda/vistoria, com o auxílio de binóculos, é uma mais-valia nestas


inspecções, pois é observado o estado dos apoios e das armações, cabos condutores
e de guarda (por exemplo se têm cortes), isoladores (se estão lascados, partidos,
grau de sujidade e se têm indícios de terem suportado descargas atmosféricas).
É também verificado o estado das faixas “local onde passa a linha”, se existem árvores
próximas dos cabos condutores (além de avarias, podem originar incêndios e outros
incidentes), distância da linha a construções novas, ou existência de máquinas de
grande porte nas suas proximidades; isto é muito importante não só para se evitar
avarias, mas também em questões de segurança de pessoas e animais.

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394 Exemplos

LINHA AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO


Localização Caixa fim de cabo na passagem subterrânea a aérea
Temperaturas Cabo 1: 70 ºC Cabo 2: 31 ºC Cabo 3: 58 ºC
Causa Apertos incorrectos
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 16 ºC

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Exemplos 395

LINHA AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO


Localização Caixa fim de cabo na passagem aérea a subterrânea
Temperaturas Cabo 1: 40 ºC Cabo 2: 90 ºC Cabo 3: 40 ºC
Causa Aperto incorrecto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 16 ºC

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396 Exemplos

LINHA AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO


Localização Seccionador aéreo de linha de média tensão
Temperaturas Cabo 1: 100 ºC Cabo 2: 190 ºC Cabo 3: 22 ºC
Causa Mau contacto nas tomadas de corrente
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 16 ºC
Observações: No termograma é bem visível o parafuso que origina o sobreaquecimento no cabo 2.

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Exemplos 397

LINHA AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO


Localização União em arco de linha aérea de 30 000 V
Temperaturas Cabo 1: 15 ºC Cabo 2: 58 ºC Cabo 3: 15 ºC
Causa Má compressão na união
Acção Comprimir (apertar) correctamente esta união
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 14 ºC

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398 Exemplos

LINHA AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO


Localização Seccionador aéreo de linha de média tensão
Temperaturas Cabo 1: 35 ºC Cabo 2: 35 ºC Cabo 3: 22 ºC
Causa Mau contacto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 16 ºC
Observações: Um dos seccionadores está aberto, mas a corrente eléctrica circula por cima, (seta de cor azul).

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Exemplos 399

LINHA AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO


Localização Linha dupla de média tensão
Linha esquerda – Cabo 1: 21 ºC Cabo 2: 52 ºC Cabo 3: 21ºC
Temperaturas
Linha direita - Cabo 1: 21 ºC Cabo 2: 43 ºC Cabo 3: 52 ºC
Causa Apertos incorrectos nos ligadores
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 12 ºC

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400 Exemplos

LINHA AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO


Localização Seccionador aéreo de linha de média tensão
Temperaturas Cabo 1: 29 ºC Cabo 2: 13 ºC Cabo 3: 13 ºC
Causa Falha interna em isolador do seccionador
Acção Substituir isolador
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 10 ºC
Observações: Com presença de humidade, este isolador provocava disparos nesta linha, pelo que se
recomendou a sua substituição imediata. Sem a ajuda da termografia só quando o isolador rebentasse é
que seria detectada a origem das frequentes avarias.

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Exemplos 401

LINHA AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO


Interruptor de auto-religação de linha aérea de média
Localização
tensão
Temperaturas Cabo 1: 13 ºC Cabo 2: 13 ºC Cabo 3: 30 ºC
Causa Falha interna
Acção Verificar interior deste polo
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 10 ºC

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402 Exemplos

LINHA AÉREA DE TRANSPORTE


Localização Pórtico de uma subestação – 60 000 V
Temperaturas Cabo 1: 52 ºC Cabo 2: 23 ºC Cabo 3: 23 ºC
Causa Aperto incorrecto na pinça de amarração
Acção Apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 12 ºC

A foto do lado direito realça os parafusos (seta vermelha), ou seja, a origem do


sobreaquecimento. As setas de cor azul mostram as zonas que são comprimidas.
É muito importante verificarmos no local a origem do sobreaquecimento, pois é
diferente a intervenção na zona das pinças que são comprimidas, ou na zona de
apertos através de parafusos. Há que diferenciar este ponto no relatório para uma
mais rápida e eficaz intervenção pelo pessoal que irá fazer a correcção da anomalia
detectada.

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Exemplos 403

LINHA AÉREA DE TRANSPORTE


Localização Pórtico de uma subestação – saída de linha aérea de 220 000 V
Temperaturas Fase 0: 26 ºC Fase 4: 127 ºC Fase 8: 26 ºC
Causa Aperto incorrecto nos parafusos
Acção Apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 20 ºC
Observações: Na imagem é bem visível que os parafusos se apresentam muito mais quentes que a zona
da pinça que é comprimida.

A foto do lado direito mostra a zona de origem do sobreaquecimento (parafusos).

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404 Exemplos

LINHA AÉREA DE TRANSPORTE


Localização Pórtico de uma subestação – saída de linha aérea de 220 000 V
Temperaturas Cabo 1: 22 ºC Cabo 2: 45 ºC Cabo 3: 48 ºC
Causa Mau contacto entre pinças e cabo condutor
Acção Apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 12 ºC

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Exemplos 405

Fotos de algumas anomalias, verificadas com ronda/vistoria, efectuada em


simultâneo com a inspecção de termografia:

Foto 10.27.1. Foto 10.27.2.

10.27.1. Apoio de 60 000 V - Pinça de suspensão partida num dos lados, falta um dos suportes.
Situação que recomenda uma intervenção urgente
10.27.2. Mesmo Apoio, em que se vê de um outro ângulo, a pinça de suspensão partida.

Foto 10.27.3. Foto 10.27.4.

10.27.3. 60 000 V – Cadeia de isoladores do cabo 3 com dois elementos completamente partidos.
10.27.4. Apoio de Linha Aérea 60 000 V - Isolador inferior completamente partido,
provavelmente devido a descarga atmosférica.

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406 Exemplos

Foto 10.27.5. Foto 10.27.6.

10.27.5. Linha aérea MT - Isolador rígido completamente solto do seu apoio e um outro partido.
10.27.6. Poste metálico de média tensão - Base do apoio muito torcida.

Foto 10.27.7. Foto 10.27.8.

10.27.7. Linha aérea de média tensão - Isoladores muito partidos, em cadeia de amarração.
10.27.8. Isolador de um seccionador completamente partido.

Foto 10.27.9. Foto 10.27.10.

10.27.9. Linha aérea de média tensão - Cabo condutor com vários cortes. Em mau estado.
10.27.10. Linha aérea de média tensão - Cabo condutor com vários cortes.

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Exemplos 407

GALERIA DE IMAGENS

Seccionador aéreo MT - Cabo 1: 24 ºC Cabo 2: 98 ºC Cabo 3: 24 ºC


Limpar zona de contacto e apertar correctamente.

Apoio de linha aérea de média tensão – Ligador paralelo


Cabo 1: 25 ºC Cabo 2: 25 ºC Cabo 3: 65 ºC
Apertar correctamente

Linha aérea de 60 000 V


Pinça de amarração com 103 ºC. Todas as outras pinças com 26 ºC.

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408 Exemplos

10.27.1. Linhas Aéreas de Baixa Tensão

Fazem a distribuição da energia eléctrica por ruas e caminhos entre os postos de


transformação e os apoios de derivação para as habitações, armários de distribuição
e outros consumidores. Os valores de tensão são de 230 V (tensão simples entre fase
e neutro) e 400 V (tensão composta, entre fases). Normalmente são em alumínio ou
em cobre, podendo ser os cabos isolados exteriormente ou não. Os cabos isolados
mais conhecidos são os de troçada. Quando as linhas são em condutor nu, estes
encontram-se fixos em isoladores que estão apoiados nos respectivos apoios/postes.

Normalmente verificamos a existência de cinco condutores nestas linhas, sendo que


um deles é exclusivamente para a iluminação pública.

Pontos fracos:

• Ligadores e uniões com apertos incorrectos;


• Cabos condutores com secção inferior à que deveriam ter, tendo em consideração
a intensidade de corrente que os percorre;
• Isoladores de apoio aos cabos condutores com defeito.

A sua inspecção é efectuada com auxílio de viatura todo o terreno, desde a saída do
quadro geral de baixa tensão no posto de transformação, aos postes desse circuito,
incluindo as derivações para os respectivos clientes, sejam habitações, pequenas
indústrias ou armários de distribuição.

Estas inspecções são muito importantes, pois muitas vezes são os próprios ligadores
e uniões de condutores neutros que apresentam sobreaquecimento, o que em caso de
ruptura, em vez dos 230 Volt, seriam 400 Volt a chegarem ao consumidor, com todas
as consequências daí resultantes. As temperaturas nos cabos condutores e ligadores
não deverão exceder muito a ambiente.
Em simultâneo com a inspecção de termografia é efectuada uma ronda/vistoria em
que são observados o estado dos postes, isoladores, cabos condutores, e distância a
árvores e outros obstáculos.

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Exemplos 409

LINHA AÉREA DE BAIXA TENSÃO


Localização Poste à saída de um posto de transformação
Temperaturas Ligadores com 65 ºC e 38 ºC. Referência: 17 ºC
Causa Mau contacto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 18 ºC

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410 Exemplos

LINHA AÉREA DE BAIXA TENSÃO


Localização Poste de rede aérea de baixa tensão
Temperaturas Ligador com 113 ºC. Restantes ligadores com 30 ºC
Causa Mau contacto
Acção Limpar zona de contacto e apertar correctamente
Carga (Ampere) Impossibilidade de medição da intensidade de corrente
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 23 ºC
Observações: No início do período nocturno, este circuito atingirá intensidades de corrente bem superiores
às verificadas na altura dos ensaios, com consequente aumento da temperatura deste ligador.

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Exemplos 411

10.28. Motores

Máquinas que transformam energia eléctrica em energia mecânica, ou seja, recebem


energia eléctrica de uma fonte, e fornecem energia mecânica a uma carga. Os motores
são peças fundamentais na indústria e não só, sendo a sua utilização muito vasta.

Pontos fracos:

• Aquecimento excessivo na carcaça exterior com origem no rotor ou estator;


• Caixas de ligações com apertos incorrectos;
• Escovas com desgaste acentuado que provocam sobreaquecimentos;
• Fiéis de Escovas com defeito;
• Anéis com temperaturas elevadas;
• Rolamentos com sobreaquecimento;
• Polies e correias com excesso de temperatura;
• Chapas de protecção que roçam nas correias provocando sobreaquecimentos;
• Chumaceiras e veios com temperaturas elevadas.

Os motores devem ser examinados dos mais variados ângulos, no sentido de todos os
seus componentes visíveis serem vistoriados. Normalmente, a carcaça exterior aquece
um pouco mais que o restante corpo do motor. Temperaturas de aproximadamente
30 ºC acima da ambiente devem ser registadas e devidamente analisadas.

Devem-se também ter em consideração os valores de alarme e de disparo para os quais


os relés de protecção de alguns motores estão regulados. Os motores que trabalham
na vertical normalmente aquecem mais que os que trabalham na horizontal.

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412 Exemplos

MOTOR
Temperaturas Carcaça exterior com 130 ºC
Funcionamento na vertical e desgaste, provocam
Causa
aquecimento excessivo neste motor
Acção Verificar estado do enrolamento
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 34 ºC

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Exemplos 413

MOTOR
Temperaturas Motor com 103 ºC, na zona do rolamento
Causa Rolamento com defeito
Acção Substituir este rolamento
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC

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414 Exemplos

MOTOR
Temperaturas Polie com 116 ºC
Causa Desgaste/desalinhada. Correias largas
Acção Substituir esta polie
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 415

MOTOR
Temperaturas Suporte de escova com 116 ºC. Referência com 52 ºC
Causa Mau aperto no parafuso
Acção Apertar correctamente. Substituir fiéis da escova
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 24 ºC

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416 Exemplos

MOTOR
Temperaturas Polie com 112 ºC; correias com 125 ºC
Causa Desgaste
Acção Substituir estes elementos
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 32 ºC

Imagens térmicas abaixo apresentadas: Polies e correias deste motor.

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Exemplos 417

MOTOR
Temperaturas Área assinalada em foto com 110 ºC
Causa Fricção entre correias e apoio metálico
Acção Corrigir posição das correias e do apoio
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 22 ºC

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418 Exemplos

MOTOR
Temperaturas Chapa de protecção às correias com 74 ºC
Causa Fricção das correias com a chapa
Acção Corrigir posição da chapa de protecção
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 21 ºC

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Exemplos 419

MOTOR
Temperaturas Acoplamento com 70 ºC. Referência com 55 ºC
Causa Encaixe/alinhamento incorrecto
Acção Corrigir posições
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 25 ºC

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420 Exemplos

MOTOR
Temperaturas Veio do motor/bomba com 100 ºC
Causa Rolamento com defeito
Acção Substituir rolamento
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 15 ºC

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Exemplos 421

MOTOR
Temperaturas 1ª Chumaceira com 89 ºC. 2ª Chumaceira com 56 ºC
Causa Lubrificação insuficiente
Acção Beneficiar lubrificação
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 12 ºC

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422 Exemplos

Motor

Quando da examinação a um motor, verificou-se um aquecimento excessivo num


dos cabos que ligam na caixa dos bornes de alimentação (imagem térmica abaixo).
Por questões de segurança não era recomendável a sua abertura com o motor em
serviço, pelo que se programou a sua paragem e, de imediato, esta caixa de ligações
foi examinada termograficamente, sem que houvesse tempo para os bornes / cabos
arrefecerem. Na imagem inferior, apresenta-se o termograma então obtido, em que
se constata a existência de forte sobreaquecimento na fase S.

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Exemplos 423

Motor

Análise termográfica durante um ensaio de aquecimento a um estátor de um motor,


acabado de reparar, com a finalidade da verificação do estado da laminagem. Como
se verifica na imagem térmica, existe uma pequena área que não se encontra em
boas condições, pelo que este troço foi de novo intervencionado e, logo após essa
operação, efectuou-se novo exame termográfico que confirmou então o estátor em
boas condições, ou seja, sem diferenças significativas de temperaturas.
Na imagem térmica, a área do lado esquerdo com pequeno sobreaquecimento, deve-se
ao facto de ser aí que passam os cabos de alimentação (setas de cor amarela), onde
circula a intensidade de corrente que percorre o estátor durante os ensaios.

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424 Exemplos

Equipamento mecânico

Apoio rolante a tapete de transporte de sacos de cimento.


Zona do apoio com 122 ºC
Em esforço, devido à fricção do tapete com a parte metálica
Todos os outros apoios apresentavam-se com aproximadamente 45 ºC na mesma área.

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Exemplos 425

10.29. Isolamento Térmico

Tem como finalidade o isolar as paredes interiores das paredes exteriores, do calor
que circula em vários equipamentos, no sentido de as altas temperaturas existentes
no seu interior não se propagarem para as paredes exteriores, tendo em consideração
não só as perdas de energia, como a própria segurança das pessoas e equipamentos.
Falamos em altas temperaturas, mas o isolamento térmico pode também ser avaliado
em equipamentos de matérias com temperaturas negativas.

Cimento refractário e lã de vidro são os dois materiais mais usados nas paredes com
isolamento térmico e a termografia permite localizar eventuais áreas em que ele se
encontre desgastado.

As temperaturas observadas nas superfícies exteriores têm uma relação directa com
o que se passa no seu interior, havendo sempre outras áreas para comparação.

É importante conhecermos as temperaturas no interior daquilo que estamos a


examinar e as temperaturas máximas admissíveis nas paredes exteriores, devendo
estes valores serem fornecidos ou pelo cliente ou pelo fabricante. São usuais as
inspecções de termografia nas paredes exteriores de:

• Fornos;
• Caldeiras;
• Chaminés;
• Tanques de armazenamento dos mais variados tipos de matérias-primas;
• Condutas de vapor, fluidos e de gases;
• Dispositivos de frio, por exemplo, camiões frigoríficos;
• Moradias e edifícios - Outras aplicações.

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426 Exemplos

ISOLAMENTO TÉRMICO – FORNO ROTATIVO


Área assinalada com 430 ºC. Referência com
Temperaturas
aproximadamente 250 ºC
Causa Isolamento térmico muito desgastado
Acção Substituir logo que possível
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 427

ISOLAMENTO TÉRMICO – FORNO ROTATIVO


Áreas assinaladas com 288 ºC e 255 ºC. Referência com
Temperaturas
aproximadamente 150 ºC. Ver dois termogramas abaixo.
Causa Isolamento térmico muito desgastado
Acção Substituir logo que possível
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

Temperatura máxima obtida: 288 ºC


Localização da área mais quente, no lado oposto em relação à imagem térmica inferior

Temperatura máxima obtida: 255 ºC


Seta de cor vermelha identifica área mais quente.
Setas de cor amarela identificam pontos de referência.

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428 Exemplos

ISOLAMENTO TÉRMICO – CALDEIRA


Pequenas áreas do tecto com 341 ºC e 215 ºC. Referência
Temperaturas
com 160 ºC
Causa Isolamento térmico muito desgastado
Acção Substituir logo que possível
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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Exemplos 429

ISOLAMENTO TÉRMICO – CALDEIRA


Temperaturas Área do tecto com 512 ºC. Referência com 180 ºC
Causa Isolamento térmico muito desgastado
Acção Substituir logo que possível
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 43 ºC

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430 Exemplos

ISOLAMENTO TÉRMICO – CALDEIRA


Temperaturas Pequena área com 310 ºC
Causa Falha no isolamento térmico
Acção Corrigir isolamento nesta área
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 30 ºC

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Exemplos 431

ISOLAMENTO TÉRMICO – FORNO


Temperaturas Área assinalada com 95 ºC
Causa Desgaste no tijolo refractário
Acção Substituir na próxima acção de conservação
Grau intervenção (2) Temperatura ambiente: 25 ºC

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432 Exemplos

ISOLAMENTO TÉRMICO – CONDUTA


Temperaturas Área assinalada com 598 ºC.
Causa Parede muito desgastada
Acção Substituir logo que possível
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 31 ºC

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Exemplos 433

ISOLAMENTO TÉRMICO – CONDUTA DE GASES QUENTES


Temperaturas Área assinalada com 231 ºC.
Causa Isolamento térmico desgastado
Acção Substituir logo que possível
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC

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434 Exemplos

ISOLAMENTO TÉRMICO – CONDUTA DE GASES QUENTES


Temperaturas Pequena área com 497 ºC.
Causa Desgaste na parede
Acção Corrigir logo que possível
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 40 ºC

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Exemplos 435

ISOLAMENTO TÉRMICO – CONDUTA DE GASES QUENTES


Temperaturas Pequena área com 578 ºC
Causa Desgaste na parede
Acção Corrigir logo que possível
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 14 ºC

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436 Exemplos

TUBAGEM DE ÁGUA – por baixo de chão em moradia


Temperaturas Área identificada em foto com sobreaquecimento
Soldadura em união do tubo de água com defeito
Causa
(localizada por baixo do chão em madeira)
Acção Corrigir soldadura do tubo
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 19 ºC
Observações: Foi colocada a circular água quente na instalação, no sentido de se detectarem e localizarem
eventuais pontos fracos.

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Exemplos 437

TECTO DE POSTO DE TRANSFORMAÇÃO


Temperaturas Tecto com áreas com temperaturas entre os 22 ºC e 27 ºC
Fissuras no isolamento permitem infiltrações de água pelo
Causa
tecto
Acção Corrigir isolamento
Grau intervenção (4) Temperatura ambiente: 25 ºC
Observações: Por baixo deste local encontra-se um transformador seco MT/BT (sem protecção superior),
pelo que se recomendou uma intervenção urgente no tecto deste PT.

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438 Exemplos

MORADIA
Áreas identificadas em foto com temperaturas entre 18 ºC
Temperaturas
e 22 ºC
Causa Isolamento incorrecto permite infiltração de humidade
Acção Corrigir isolamento
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 20 ºC

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Exemplos 439

MORADIA
Áreas identificadas em foto com temperaturas entre 19 ºC
Temperaturas
e 26 ºC
Causa Isolamento incorrecto permite infiltração de humidade
Acção Corrigir isolamento
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 22 ºC

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440 Exemplos

MORADIA
Temperaturas Área assinalada com 18 ºC. Referência com 21 ºC
Causa Falha no isolamento
Acção Corrigir isolamento
Grau intervenção (3) Temperatura ambiente: 19 ºC

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Exemplos 441

Outros Exemplos de Falhas de Islolamento


Imagens térmicas da galeria de termogramas da FLIR SYSTEMS

Interior de arca frigorífica - Parede com falhas graves de isolamento.

Ruptura em tubagem de água, que passa por debaixo do chão em mosaicos.

Ninho de térmitas em tecto de habitação em madeira.

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442 Exemplos

Área de uma sala de habitação com forte infiltração de humidade.

Parede de casa em madeira - Troços de parede com muita humidade,


provavelmente devido a qualidade inferior que á restante.

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Exemplos 443

Curiosidades – Imagens Térmicas Diferentes


Imagem térmica de um elefante


Imagem térmica de um rinoceronte

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444 Exemplos

À esquerda, cão com cara de poucos amigos. À direita, dois cavalos a conversarem entre si.

Margem de um curso de água na localidade das Furnas, Ilha de S. Miguel (Açores).


A imagem térmica superior revela áreas com temperaturas de aproximadamente 70 ºC
e o termograma inferior indica áreas com aproximadamente 84 ºC.
Como sabemos, a Ilha de S. Miguel é de origem vulcânica.

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Exemplos 445

Imagens térmicas de uma mão, que deixou algum do seu calor numa parede,
após contacto de alguns segundos.

Imagem térmica de dois pés (nus) que deixaram algum do seu calor num mosaico do chão
onde apoiavam. Na foto à direita, as setas vermelhas assinalam o local onde se encontravam.
Naturalmente que o calor lá deixado não é visível à vista desarmada.

À esquerda, imagem térmica de dois chinelos a frio, ou seja, antes de serem calçados.
À direita, os mesmos chinelos após uso dos pés durante dois minutos.

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446 Exemplos

Pé esquerdo de um rapaz, com pequena lesão, perfeitamente visível na imagem térmica.

Mão esquerda com ponta do dedo mindinho um pouco mais quente que os restantes,
talvez devido ao tempo considerável passado em consola de jogos, sendo o dedo mais utilizado.
Imagens térmicas obtidas uns bons 10 minutos após o final do “jogo”.

Ferro de engomar com 327 ºC. À direita, imagem térmica com isotérmicas,
em que a cor vermelha corresponde à área mais quente.

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Exemplos 447

Calor deixado numa parede por ambas as mãos de uma criança após contacto de alguns segundos.
Sem dúvidas que se trata de um “esquerdino”, pois a mão esquerda
deixou uma mancha um pouco mais quente que a direita,
tendo sido aplicada a mesma pressão em ambas as mãos.

Imagem térmica e respectiva foto de uma cadeira, sem ter sido usada há algumas horas,
ou seja, à temperatura ambiente.

Imagem térmica e respectiva foto da mesma cadeira,


após ter sido usada durante 3 minutos, sendo bem visível o aquecimento que lá ficou.

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448 Exemplos

Imagem térmica e respectiva foto de sofá a frio, antes de ser utilizado.

Após 3 minutos de uso, na imagem térmica é bem visível o rasto de calor lá deixado,
sendo perceptível o tronco, pernas e ambas as mãos.

À esquerda, imagem térmica de um copo de água com gelo e, à direita, o mesmo copo,
agora visto de cima, sendo bem visíveis as “pedras” de gelo (4) que apresentam
temperatura abaixo dos 0 ºC.

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Exemplos 449

Imagem térmica e respectiva foto do interior de parte de um frigorífico,


sendo que a termografia pode ajudar a localizar os pontos mais ou menos frios
de uma determinada área.

À esquerda, imagem térmica de um frango à saída do forno e, à direita,


um tacho com uma salada quente para acompanhar.

Disco eléctrico de fogão, com temperatura acima dos 400 ºC.

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450 Exemplos

Prato com castanhas bem quentinhas, acabadas de sair do forno.

Imagem térmica e foto de “pedra” quente para grelhar alguns alimentos.


As temperaturas obtidas não são uniformes.

Jante de rodas de camião mais quente que as restantes.

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Exemplos 451

Ponto mais quente de lâmpada fluorescente depois de extraída da sua base.

Imagens térmicas de cigarro, que apresenta temperatura acima dos 400 ºC.

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452 Exemplos

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GLOSSÁRIO 453

GLOSSÁRIO
Absorção – Quantidade de radiação absorvida por um objecto, em relação à radiação
total recebida. Representada por um algarismo entre 0 e 1.

Acumulador – Dispositivo que armazena, durante um certo período de tempo, uma


determinada quantidade de carga que, sempre que se esgota, pode ser recarregável.

Ambiente – Objectos e gases que emitem radiações para o objecto a ser medido.

Ampere – Unidade de medida da Intensidade de Corrente num circuito eléctrico.

Amplitude de temperaturas – O limite de medição de temperatura geral actual de


uma câmara de infravermelhos. As câmaras podem possuir várias amplitudes. São
expressas como duas temperaturas de corpos negros que limitam a calibragem actual.

Apoio – Apoio ou poste: são estruturas (normalmente metálicas ou em betão) onde


apoiam os vários acessórios de fixação e suporte dos isoladores que, por sua vez,
suportam os cabos condutores de uma linha aérea.

Arco – Troço de cabo condutor, localizado entre as pinças de amarração à entrada e


à saída de um poste de linha aérea de transporte ou distribuição de energia eléctrica.

Arco eléctrico – É o resultado de uma falha dieléctrica de um gás, a qual produz


uma descarga de plasma, idêntico a uma fagulha instantânea, resultante de um fluxo
de corrente num meio normalmente isolante, como por exemplo, o ar. O resultado
final pode ser o aparecimento de temperaturas elevadíssimas, capazes de fundir ou
vaporizar o que estiver nas proximidades.

Atmosfera – Gases que existem entre o objecto a medir e a câmara, tratando-se


normalmente de ar.

Auto paleta – A imagem de infravermelhos é composta por manchas cromáticas


irregulares, apresentando em simultâneo objectos frios e quentes.

Base de fusível – Equipamento onde apoiam as maxilas e o próprio fusível.

Bucim – dispositivo metálico, ou de um outro qualquer material, que serve para a


passagem no seu interior de cabos condutores, para sua protecção física.

Cabo condutor – Tem como finalidade a condução da corrente eléctrica, pois oferece
pouca resistência à sua passagem, sendo normalmente em alumínio, cobre ou em
ligas próprias.

CA – Corrente alternada – Corrente eléctrica cuja magnitude e direcção varia


ciclicamente.

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454 GLOSSÁRIO

CC – Corrente contínua – Corrente eléctrica cuja direcção permanece constante e que


possui pólos positivo e negativo definidos.

Câmara de corte de um determinado aparelho – Por exemplo, de um disjuntor:


dispositivo onde se localizam os contactos fixos/móveis que abrem e fecham o
circuito, podendo ser isolados a seco, a óleo, com SF6, etc., dependendo do nível de
tensão.

Cabo de guarda – Cabo de guarda (ou de terra), serve para proteger as linhas aéreas
de transporte e distribuição de energia eléctrica contra sobretensões, por exemplo
descargas atmosféricas e está fixado e ligado aos postes onde apoiam as referidas
linhas.

Caixa de coluna – Quadro ou armário de baixa tensão, de edifícios e outras instalações,


de onde saem as alimentações para vários circuitos de consumidores.

Campo – É o intervalo da escala de temperaturas, expresso normalmente como um


valor de sinal.

Canalis – Barramento, protegido exteriormente em toda a sua extensão.

Cela – Espaço no interior de um quadro de baixa, média ou alta tensão, onde se


localizam um ou mais circuitos eléctricos, com os aparelhos e equipamentos
respectivos.

Centros de produção de energia eléctrica – Locais onde é produzida a energia


eléctrica e que podem ter as seguintes origens:

− Centrais térmicas (com utilização de carvão, gasóleo, gás natural, fuel oil, etc);
− Centrais geotérmicas (aproveitamento dos gases libertados pelo solo,
nomeadamente em locais de origem vulcânica);
− Centrais hídricas (aproveitamento da água de rios, armazenada em albufeiras
de barragens, ou aproveitando toda a água que passa numa barragem,
normalmente chamadas de fio de água);
− Centrais eólicas (aproveitamento da acção do vento = energia limpa e mais
barata);
− Centrais nucleares
− Centrais que aproveitam a força das ondas dos oceanos e de mares;
− Centrais com aproveitamento da energia solar; outras.

Condução – Processo que faz com que o calor se espalhe num determinado material.

Consignação – Procedimento de segurança. Normalmente, é a mesma pessoa a


responsável pelo desligar e ligar de um determinado equipamento ou circuito e é
da sua responsabilidade a colocação dos mecanismos de segurança e encravamentos
eléctricos e/ou mecânicos.

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GLOSSÁRIO 455

Convecção – Processo que faz subir o líquido ou ar quente.

Cor de saturação – As áreas que contêm temperaturas fora das definições de nível/
campo são coloridas com cores de saturação. As cores de saturação incluem uma cor
para o “excesso” e uma cor para a “capacidade excedida inferiormente”.

Corrente de curto-circuito – É a corrente que atravessa o local de defeito durante


o curto-circuito, ou seja, é uma sobreintensidade em que a corrente de serviço no
circuito é muito superior à intensidade máxima permitida nos condutores e aparelhos.

Corrente de fuga – É a corrente que, devido a imperfeições de ligações, terminais ou


isolamento, flui para a terra, ou para elementos condutores estranhos à instalação.

Corpo cinzento – Objecto que emite uma fracção fixa da quantidade de energia de
um corpo negro para cada comprimento de onda.

Corpo negro – Um corpo negro define-se como um objecto capaz de absorver toda
a radiação que sobre ele incide, seja a que comprimento de onda for. È um objecto
totalmente não reflector. Toda a sua radiação é devida à sua própria temperatura.
Sabendo-se que, para qualquer material, a emissividade espectral é equivalente à
absorção espectral (lei de Kirchhoff) um corpo negro pode também ser considerado
um emissor perfeito. Em termos de radiação térmica, pode-se concluir que nenhuma
superfície emite mais radiação infravermelha que o corpo negro à mesma temperatura.

Cuba de transformador eléctrico – Dispositivo no interior do qual se encontram os


enrolamentos de um transformador, normalmente cheio de óleo isolante.

Diferença de temperatura – Valor que resulta da subtracção entre dois valores de


temperatura.

Distância – É o espaço entre o objecto a medir e a lente da câmara de termografia.


Este parâmetro é utilizado para compensar o facto de a radiação estar a ser absorvida
entre o objecto e a câmara de termografia e, por outro lado, a transmitância cair
consoante a distância considerada.

Distância de isolamento – São as distâncias que, nos gases ou líquidos existentes


nalguns dispositivos de corte de corrente, na posição de abertos, garantem o
isolamento e que devem satisfazer determinadas condições, com vista à protecção de
pessoas e da própria instalação.

E.P.I. – Equipamento de protecção individual, sempre presente com o inspector de


termografia, do qual devem constar: botas e/ou sapatos de segurança + capacete +
luvas + óculos de protecção para vários tipos de actividade + auriculares de protecção
ao ruído + luvas + fardamento com identificação da sua empresa, etc. A frequência de
cursos de segurança deve também pertencer ao currículo do inspector de termografia.

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456 GLOSSÁRIO

Electrónica – Área onde se estudam e aplicam os componentes eléctricos e electrónicos,


no sentido de se armazenarem, transmitirem e processarem informações, analógicas
ou digitais, para controlo dos mais variados processos de todo o tipo de actividade
industrial e não só.

Emissividade (factor de emissividade) – É a quantidade de radiação emitida por


um dado objecto, em comparação com a de um corpo negro. Representada por um
algarismo entre 0 e 1.

Emitância – Quantidade de energia emitida por um objecto por unidade de tempo e


área (W/m²).

Emitância espectral (radiante) – Quantidade de energia emitida por um objecto por


unidade de tempo, área e comprimento de onda (W/m²/µm).

Enrolamento – é o nome dado às bobines de equipamentos eléctricos e electrónicos,


cuja finalidade é, produzir campos magnéticos para os mais variados fins.

Encravamento – Dispositivo (eléctrico ou mecânico) que ao estar activado, não


permite a abertura em serviço de um quadro eléctrico, cela ou gaveta.

Energia radiante – Quantidade de energia emitida por um objecto por unidade de


tempo (W).

Equipamento termográfico – Sistema que permite captar a radiação infravermelha


que emitem os corpos e proporcionar uma imagem térmica em tempo real, sendo
possível a visualização da distribuição de temperaturas, bem como a sua medição em
qualquer parte da imagem observada.

Escala de temperaturas – Consiste na forma como uma imagem de infravermelhos


é visualizada. É expressa como dois valores de temperatura, que limitam as cores.

Estabilidade térmica – Estado em que a temperatura permanece constante.

Esteiras de cabos – Também conhecidas como caleiras, caneletas e pleias, são


estruturas, normalmente metálicas, onde passam e apoiam os cabos eléctricos.

Faixa – Local (percurso) onde passa uma linha aérea de transporte ou distribuição
de energia eléctrica e, em função do seu nível de tensão, deverá ser garantida uma
distância mínima de segurança a árvores, casas, a outras linhas aéreas, rios, pontes, etc.

Fase de detecção – É a procura de equipamentos ou pontos que apresentem


sobreaquecimentos, ou a verificação do bom funcionamento térmico de uma
instalação ou equipamento.

Fase de medida – Obtenção do registo de temperaturas dos mais variados


equipamentos e aparelhos. Nesta tarefa, para se medir com algum rigor, alguns

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GLOSSÁRIO 457

equipamentos de termografia recomendam que sejam introduzidos nos seus


sistemas alguns parâmetros além da emissividade, tais como a temperatura ambiente
reflectida, a distância ao objecto e a humidade relativa.

Fiador – Troço de cabo (normalmente em alumínio ou em cobre), que serve para


reforçar física e electricamente um cabo condutor ao apoio do isolador rígido de uma
linha aérea de distribuição de energia eléctrica.

Filtro – Material transparente, apenas para alguns comprimentos de onda de


infravermelhos.

Fim de curso – Dispositivo (de segurança) intercalado num determinado circuito,


que ao ser aberto, interrompe (coloca fora de serviço) esse mesmo circuito.

Flecha – Distância mínima que não deve ser ultrapassada, entre o cabo condutor e o
solo ou outros obstáculos, num determinado vão de uma linha aérea.

FOV – Campo de visão (Field of view): consiste no ângulo horizontal que pode ser
visto através de uma lente de infravermelhos.

FPA – Matriz de plano focal (Focal plane array): tipo de detector de infravermelhos.

Grupo gerador de emergência – Máquinas rotativas (normalmente encontram-se


paradas) que, ao falhar a energia da rede, arrancam automática ou manualmente, de
forma a garantirem a energia eléctrica mínima necessária para o funcionamento de
uma instalação ou parte dela.

Humidade relativa – Percentagem de água existente no ar, relativa ao que é


fisicamente possível. É condicionada pela temperatura do ar.

IFOV – Campo de visão instantâneo (Instantaneous field of view): medida da


resolução geométrica de uma câmara de infravermelhos.

Identificação de fases em instalações eléctricas:


Baixa tensão : R – S – T ou U – V – W ou L1 – L2 – L3 ou amarela – verde – vermelha;
Média tensão: amarela – verde – vermelha ou R – S – T ou U – V – W ou 1 – 2 – 3;
Alta tensão: 0 – 4 – 8 ou 1 – 2 – 3;

Identificação de fases em linhas aéreas de transporte e distribuição de energia


eléctrica:
Linha na horizontal: com as costas viradas para a origem da linha e contando da
esquerda para a direita = cabo 1 ; cabo2 ; cabo 3;
Linha na vertical: com as costas viradas para a origem da linha e contando de cima
para baixo = cabo 1 ; cabo 2 ; cabo 3.

Imagem térmica – Apresentação e representação das temperaturas de um corpo.

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458 GLOSSÁRIO

Infravermelhos – Radiação invisível, possuindo um comprimento de onda de cerca


de 2 – 13 µm.

Intensidade nominal – Intensidade de corrente máxima (em Ampere) que pode, ou


deve, circular por um determinado circuito eléctrico. Na altura de se extrapolar um
determinado valor de temperatura, seria a condição em que queríamos conhecer o
comportamento de um ponto ou elemento.

Intensidade de serviço – Intensidade de corrente (em Ampere) que circula num


determinado circuito eléctrico na altura dos ensaios.

Isolamento – Conjunto de medidas que visam a separação eléctrica dos condutores


de corrente, normalmente em relação à tensão, seja entre si, seja em relação à terra.

Isotérmica – Linha que une pontos com igual emissão de radiação de infravermelhos.
Se esses pontos tiverem igual emissividade, significa que têm a mesma temperatura.
É uma função que realça as partes da imagem que estão acima, abaixo ou entre um
ou mais intervalos de temperatura.
Quando da análise e interpretação de uma imagem térmica, a função isotérmica,
existente na maior parte dos sistemas de termografia, é a que garante uma melhor e
mais precisa localização do ponto ou zona mais quente ou mais fria dessa imagem.

IV – Infravermelhos – parte do espectro electromagnético que pode ser medido com


sistemas de termografia.

Ligador – Acessório que une dois ou mais cabos condutores. Normalmente chamados
de paralelos ou bico de pato (TET – trabalhos em tensão).

Maxila – Área de contacto de seccionadores e de fusíveis. Cada fase tem, normalmente,


duas maxilas, uma macho e outra fêmea.

NETD – Diferença de temperatura de ruído equivalente (noise equivalent temperature


difference). Medida do nível de ruído da imagem de uma câmara de infravermelhos.

Nível (câmara de infravermelhos) – Valor central da escala de temperatura, expresso


normalmente como um valor de sinal.

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GLOSSÁRIO 459

Níveis de tensão: BT – baixa tensão; MT – média tensão; AT – alta tensão; MAT –


muito alta tensão. Os seus valores variam de País para País.

Ohm (Lei de Ohm) – A diferença de potencial (V) entre dois pontos de um condutor,
é proporcional à corrente eléctrica.

R - é a resistência eléctrica do circuito, medida em Ohms


R= V Em que: V - é a diferença de potencial eléctrico (ou tensão, ou ddp) - medida em Volts
I
I - é a intensidade de corrente eléctrica, medida em Ampere

Óptica externa – Lentes extra, filtros, ecrã térmico, etc., que podem ser colocados
entre a câmara e o objecto a ser medido.

Paleta de cores – Conjunto de cores utilizadas para apresentar uma imagem de


infravermelhos.

Parâmetros do objecto – Conjunto de valores que descrevem as circunstâncias em


que foi feita a medição de um objecto, assim como o próprio objecto, por exemplo:
emissividade, temperatura ambiente, distância, etc.

Par termoeléctrico – Se se ligarem as extremidades de dois fios constituídos por dois


metais ou semicondutores diferentes, de modo a formarem um circuito fechado,
este é percorrido por uma corrente eléctrica (corrente termoeléctrica) se as duas
ligações estiverem a temperaturas diferentes (par termoeléctrico ou termo-par).
Inversamente, fazendo passar no circuito uma corrente eléctrica, resultará uma
diferença de temperaturas nas duas ligações (efeito Peltier).

Pinça de amarração (linhas aéreas) – componente que une dois troços de cabo
condutor e, que podem ser de compressão (um dos lados é comprimido e o outro
aparafusado) ou de passagem (o cabo entra e sai da pinça sem ser cortado, ou seja a
pinça faz de suporte)

Pinça de suspensão (linhas aéreas) – O cabo condutor entra e sai da pinça sem ser
cortado. Estas pinças servem apenas de apoio ao cabo condutor.

Píxel – Significa elemento de imagem. Um único ponto numa imagem.

Ponto anormalmente quente – Elemento que tem uma temperatura superior à que,
pelas condições ambientais e de serviço, deveria ter.

Ponto nulo – Elemento detectado com sobreaquecimento mas que, ao ser reparado,
não demonstra haver razão para tal, devido ao facto de não se ter verificado nenhum
dano nem a sua possível origem. No entanto, diz-nos a experiência que, em situações
de pequenas diferenças de temperaturas, uma simples limpeza das superfícies de
contacto, ou um desligar seguido de ligar desse aparelho resulta na resolução do
problema anteriormente detectado com o sistema de termografia

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460 GLOSSÁRIO

Potência aparente (S) – É a potência total do sistema indicada em VA.

Potência activa (P) – É a potência em Watts (W).

Potência reactiva (Q) – É a potência em VAR.

PR – Pára-raios (ou DST: descarregador de sobretensões) – ver capítulo 10 – exemplos.

Procedimento de inspecção – Passos a seguir para se levar a cabo uma inspecção


termográfica.

PT – Posto de transformação – Servem para reduzir a média tensão para a baixa


tensão que é utilizada pelos consumidores domésticos ou não, como por exemplo,
comerciais e pequenas industrias. Normalmente são dois os tipos de postos de
transformação:
Encerrados em construção de alvenaria (também conhecidos como PT de cabine), ou
em caixas metálicas.
Aéreos, suspensos em postes.

Quadro geral de baixa tensão (Q.G.BT) – Local de onde saem as alimentações para
todos os circuitos dessa área e para os quadros parciais, sendo também alimentado
por um outro circuito, por exemplo, por um transformador de potência.

Quadro parcial de baixa tensão – Local de onde saem as alimentações para circuitos
pontuais.

Quadro de gestão técnica – Composto por circuitos de comandos e alarmes. Recebe


a alimentação do quadro geral ou parcial e, por sua vez, alimenta outros circuitos de
correntes fracas.

Radiação – Processo através do qual é emitida energia electromagnética por um


objecto ou por um gás.

Radiação infravermelha – Parte do espectro electromagnético que pode ser detectado


com equipamentos de termografia e é compreendido entre os 2 e os 15 µm.

Radiador – Peça de equipamento de radiação de infravermelhos.

Radiador de cavidade – Radiador em forma de garrafa com interior absorvente, visto


através do orifício de entrada.

Radiador de corpo negro – Equipamento de radiação de infravermelhos


com características de corpo negro, sendo utilizado para calibrar câmaras de
infravermelhos.

Radiância – Quantidade de energia emitida por um objecto por unidade de tempo,


área e ângulo (W/m²/sr).

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GLOSSÁRIO 461

Rectificador – É um dispositivo que possibilita a transformação de uma tensão ou


corrente alternada em contínua.

Reflexão – Quantidade de radiação reflectida por um objecto em relação à radiação


total recebida. Representada por um algarismo entre 0 e 1.

Regulador em carga – Dispositivo presente em alguns transformadores de potência,


que permite a comutação das tomadas do nível de tensão, com o mesmo em serviço.

Relé – Aparelho usualmente utilizado em circuitos de protecção e de comandos e


normalmente munido de vários contactos. Ligam e desligam dispositivos eléctricos.

Resistência eléctrica – É a capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem da


corrente eléctrica pelo mesmo, quando existe uma diferença de potencial aplicada.
Ou seja, é um dispositivo que transforma a energia eléctrica em energia térmica, por
efeito de Joule, a partir do material empregado. O seu cálculo é dado pela Lei de Ohm
e, segundo o SI, é medida em Ohm. Podem ter valores fixos ou variáveis, no caso dos
reóstatos.

Ruído – Pequena perturbação indesejada na imagem de infravermelhos.

Sala eléctrica – Local onde se encontram quadros e armários de distribuição,


normalmente de baixa tensão e média tensão.

SI – Sistema Internacional de Unidades.

Sinal do objecto – Valor não calibrado, relacionado com a quantidade de radiação


recebida pela câmara a partir do objecto.

Sobreaquecimento – Diferença de temperatura entre um equipamento considerado


em boas condições térmicas e um outro que, nas mesmas condições ambientais e de
serviço, apresenta valores de temperaturas superiores.

Sobretensões – São geralmente transitórias, ultrapassando o valor máximo admissível


para a tensão de serviço da aparelhagem mas, de frequência diferente da de serviço.
Dependendo da sua origem, podem ser:
Sobretensões externas – quando são de origem atmosférica;
Sobretensões internas – quando resultam de defeitos e de manobras nas instalações,
por exemplo, defeitos de fase à terra e curto circuitos entre fase e terra.

Subdimensionado – Cabo condutor ou aparelho, com secção ou calibre inferior ao


que deveria ter, tendo em consideração a Intensidade de Corrente que o percorre.

Subestação – Destina-se a elevar o valor da tensão (da electricidade) que vem dos
centros de produção, para ser transportada em alta tensão até as zonas de consumo
e/ou baixar esse nível para poder ser distribuída em média tensão. Basicamente, é
composta pelos pórticos onde chegam e saem as linhas aéreas, pelos transformadores

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462 GLOSSÁRIO

de potência e pelos aparelhos de corte e protecção (por exemplo seccionadores,


disjuntores e pára-raios).

Temperatura de cor – Temperatura para a qual a cor de um corpo negro corresponde


a uma cor específica.

Temperatura extrapolada – Temperatura teórica calculada a partir de dados reais


e que representa o estado que alcançaria um ponto ao modificar as suas condições
de serviço, por exemplo, a intensidade de corrente. A fórmula a seguir apresentada
dá-nos um valor teórico, com alguma margem de erro, mas que serve para termos
uma ideia dos valores de temperaturas que atingiria um determinado equipamento,
ao ver aumentar a sua intensidade de corrente em relação á que tinha na altura dos
ensaios:

ΔT2 = diferença de temperatura que queremos conhecer (sobreaquecimento 2)


I2 = valor da intensidade que queremos conhecer
I1 = valor da intensidade na altura dos ensaios
ΔT1 = diferença de temperatura na altura dos ensaios (sobreaquecimento 1)

Temperatura célsius (centígrada) – (t) é a diferença entre uma dada temperatura


termodinâmica T e uma temperatura de referência To = 273.15 K, ou seja,
T = T - To = T – 273.15 K Temperaturas em graus célsius, exprimem-se em ºC.

Temperatura de referência – Temperatura com a qual é possível comparar os valores


medidos normalmente.

Temperatura termodinâmica – (T) ou temperatura absoluta é, a grandeza física em


que se baseiam as leis da termodinâmica.

Terminal – Terminal e/ou ponteira – acessório onde liga a ponta de um cabo condutor
e normalmente utilizado quando em presença de cabos multifilares.

Termografia – Técnica de medição à distância e sem contacto da temperatura


superficial dos corpos, através da captação da radiação infravermelha que todos os
corpos emitem, estando acima do zero absoluto (- 273 ºC)

Termograma – Fotografia de uma imagem térmica, ou imagem infravermelha

Tensão simples e tensão composta em electricidade – Tensão simples, entre fase e


neutro = 230 Volt; Tensão composta, entre fases = 400 Volt

TI – Transformador de intensidade – ver capítulo 10 – exemplos

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GLOSSÁRIO 463

TP – Transformador de potência. Ver capítulo 10 – exemplos

TT – Transformador de tensão – ver capítulo 10 – exemplos

Transmissão (ou transmitância) (factor) – Os gases e os materiais podem ser mais


ou menos transparentes. Por transmissão entende-se a quantidade de radiação de
infravermelhos que passa através deles. Representada por um algarismo entre 0 e 1.

Transmissão atmosférica calculada – Um valor de transmissão calculado a partir da


temperatura, da humidade relativa do ar e da distância até ao objecto.

Transmissão atmosférica estimada – Valor da transmissão, fornecido por um


utilizador, para substituir um valor calculado.

Travessia – Isolador de travessia passa-muros: equipamento isolante, no interior do


qual passa um cabo (ou tubo) condutor, normalmente em cobre ou alumínio e, que
serve para fazer a transposição do exterior para o interior (e vice versa) de um cabo
eléctrico, por exemplo, num posto de transformação.
Isolador de travessia em transformador eléctrico: equipamento isolante, no interior
do qual passa um cabo (ou tubo) condutor, que faz a transposição do interior da cuba
do transformador para o exterior, onde se localizam os pontos de ligação externos.

Unidades de temperatura – Kelvin K – Célsius ºC – Fahrenheit ºF

Vão – Troço entre dois apoios/postes de uma linha aérea

Visual – Refere-se ao modo de vídeo de uma câmara de infravermelhos, em oposição


ao modo termográfico normal. Quando uma câmara está em modo vídeo capta
imagens de vídeo normais; quando se encontra em modo de infravermelhos, a
câmara capta imagens termográficas.

Volt – Unidade de medida da tensão eléctrica ou diferença de potencial.

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464 GLOSSÁRIO

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O que é a termografia?
Para que serve?
Como se utiliza?
Quais as suas vantagens?

São estas as questões a que espero responder


neste livro.

Ao longo dos últimos 25 anos, inspeccionei


milhares de quilómetros de cabos de tensão;
centrais de produção de energia eléctrica e
subestações, unidades fabris dos mais variados
sectores, navios petrolíferos, estádios de futebol,
postos de transformação. São tão variadas as
áreas onde trabalhei, quanto as utilizações
para a termografia. E é essa multiplicidade de
aplicações que me motiva a partilhar com o
leitor tudo aquilo que aprendi durante a minha
carreira profissional, esperando, desta forma,
ajudar quem agora se inicia neste ramo de
actividade, ou quem apenas deseja saber um
pouco mais sobre sistemas termográficos.

Para o leitor, que agora começa a interessar-


-se pela termografia, ficam aqui os meus
apontamentos, recolhidos ao longo de várias
décadas de investimento profissional e pessoal
na área. Espero que, no fim, o leitor entenda e,
acima de tudo, ganhe gosto por esta actividade
que, apesar de quase invisível no nosso dia-
-a-dia, se revela de grande importância no seu
objectivo final: a nossa segurança.

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