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INDUSTRIAL
Prof. Ivan Carlos Franco
Centro Universitário da FEI
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SUMÁRIO
SUMÁRIO
SUMÁRIO 3
1. INTRODUÇÃO A INSTRUMENTAÇÃO 17
1.1 AUTOMAÇÃO 17
1.1.1 Mecanização × Automação 19
1.2 INSTRUMENTAÇÃO 19
1.2.1 Como surgiu a Instrumentação? 19
2. TERMINOLOGIA E TELEMETRIA 25
2.1 CLASSES DE INSTRUMENTOS 25
2.2 DEFINIÇÕES 25
2.3 TELEMETRIA 27
2.3.1 Sinais Pneumáticos. 27
2.3.2 Sinais analógicos 27
2.3.3 Sinais digitais 28
2.3.3a Meios de transmissão 29
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS 31
3.1 INTRODUÇÃO 31
3.2 DIAGRAMAS DE BLOCOS (BFD) 31
3.2.1 Diagrama de Blocos de Processo 31
3.2.2 Diagrama de Blocos de Planta 33
3.3 DIAGRAMAS DE PROCESSO (PFD) 33
3.3.1 Topologia do Processo 34
3.3.2 Informações dos Fluxos 38
3.3.3 Informações dos Equipamentos 39
3.4 DIAGRAMA DE TUBULAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO (P&ID) 40
3.4.1 Norma e Simbologia de Instrumentação 40
3.4.2 Identificação (Tag Number) 43
3.4.2a Identificação Funcional 44
3.4.2b 45
Identificação da Malha 45
3.4.2c Símbolos gráficos 46
4. SENSORES DE TEMPERATURA 55
4.1 INTRODUÇÃO 55
4.2 TEMPERATURA 55
4.2.1 Condução 56
4.2.2 Radiação 56
4.2.3 Convecção 56
4.2.4 Escalas de temperatura 56
4.2.5 Conversão de escalas 57
4.2.6 Normas e padrões internacionais 58
4.3 TIPOS DE SENSORES DE TEMPERATURA 58
4.3.1 Medidores por dilatação/expansão 58
4.3.1a Termômetro a Dilatação de Líquido 58
4.3.2 Termômetros a Pressão de Gás 61
4.3.3 Termômetro a Pressão de Vapor 62
4.3.4 Termômetros Bimetálicos 63
3
Instrumentação e Redes Industriais
4.4 MEDIÇÕES DE TEMPERATURA COM TERMOPAR 63
4.4.1 Efeitos termoelétricos 64
4.4.1b Efeito Termoelétrico de Peltier. 65
4.4.1c Efeito Termoelétrico de Thomson 65
4.4.1d Efeito Termoelétrico de Volta 66
4.5 LEIS TERMOELÉTRICAS 66
4.5.1 Lei do Circuito Homogêneo 66
4.5.2 Lei dos Metais Intermediários 67
4.5.3 Lei das Temperaturas Intermediárias 67
4.6 CORRELAÇÃO DA F.E.M. EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA 68
4.7 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS TERMOPARES 68
4.7.1 Termopares Básicos 69
4.7.2 Termopares Nobres 70
4.7.3 Termopares Especiais 71
4.8 CORREÇÃO DA JUNTA DE REFERÊNCIA 71
4.9 FIOS DE COMPENSAÇÃO E EXTENSÃO 72
4.10 LIMITES DE ERROS DOS TERMOPARES 73
4.11 UNIÃO DA JUNÇÃO DE MEDIÇÃO 73
4.12 AFERIÇÃO DE TERMOPARES 74
4.13 MÉTODOS DE AFERIÇÃO 75
4.13.1 Aferição Absoluta ou pontos fixos 75
4.13.2 Aferição por comparação 75
4.13.2a Procedimentos de aferição 76
4.14 FIOS E CABOS DE EXTENSÃO E COMPENSAÇÃO 77
4.15 ERROS DE LIGAÇÃO 79
4.15.1 Usando fios de cobre. 79
4.15.2 Inversão simples 80
4.15.3 Inversão dupla 81
4.16 TERMOPAR DE ISOLAÇÃO MINERAL 81
4.17 VANTAGENS DOS TERMOPARES DE ISOLAÇÃO MINERAL 82
4.18 ACESSÓRIOS DOS TERMOPARES 83
4.18.1 Isoladores 83
4.18.2 Blocos de Ligação 84
4.18.3 Cabeçotes 84
4.18.4 Conectores Compensados 85
4.19 ASSOCIAÇÃO DE TERMOPARES 86
4.19.1 Associação série 86
4.19.2 Associação série – oposta 86
4.19.3 Associação em paralelo 87
4.20 POÇOS TERMOMÉTRICOS 87
4.21 TIPOS DE MONTAGENS 88
4.21.1 Medição de Temperatura de Superfície 88
4.21.2 Termopar do Tipo PAD ou SKIN 88
4.21.3 Termopar Flexível Tipo Baioneta 89
4.21.4 Multi Termopares 89
4.22 RECOMENDAÇÕES PARA SELEÇÃO, INSTALAÇÃO E USO. 90
4.23 RUÍDOS EM TERMOPARES 90
4
SUMÁRIO
4.23.1 Ruído eletrostático 91
4.23.2 Ruído de modo comum 91
4.23.3 Ruído magnético 91
4.25 MEDIÇÃO DE TEMPERATURA COM TERMORESISTÊNCIAS 92
4.25.1 Princípio de Funcionamento 92
4.25.2 Construção física do sensor 93
4.25.3 Características gerais da termoresistência de platina 94
4.25.4 Auto-Aquecimento 96
4.25.5 Princípio de medição 96
4.25.5a Ligação à 2 fios 96
4.25.5b Ligação à 3 fios 97
4.25.5c Ligação à 4 fios 98
4.25.6 Aferição de termoresistência 98
4.25.6a Método dos Pontos Fixos 98
4.25.6b Método da Comparação 99
4.25.7 Recomendações para a instalação de termoresistências 99
4.25.8 Vantagens e desvantagens de Termoresistência × Termopar 99
4.26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 100
5. SENSORES DE PRESSÃO 101
5.1 INTRODUÇÃO 101
5.2 CONCEITO DE PRESSÃO 101
5.2.1 Conceitos relacionados 101
5.2.2 Teorema de Stevin 101
5.2.3 Escalas de pressão 102
5.2.4 Unidades de Pressão 103
5.3 MEDIDORES DE PRESSÃO 104
5.4 PRINCIPAIS TIPOS DE MEDIDORES 104
5.4.1 Medidores por coluna líquida 105
5.4.1a Coluna em “U” 105
5.4.1b Medidor por coluna reta vertical 106
5.4.1c Medidor por Coluna Inclinada 106
5.4.2 Medidores Por Elementos Elásticos 108
5.4.2a Manômetros de "Bourdon" 108
5.4.2b Manômetros de Fole 109
5.4.2c Manômetros de Diafragma 110
5.4.4 Precauções no emprego dos Manômetros tipo deformação de sólidos 111
5.5 SISTEMA DE SELAGEM 112
5.5.1 Aplicação 112
5.5.2 Tipos de selagem 112
5.5.2a Selo Líquido 112
5.5.2b Selo volumétrico 113
5.6 MEDIDORES ESPECIAIS DE PRESSÃO 114
5.6.1 Transdutor de Pressão lndutivo. 114
5.6.2 Transdutor de Pressão Capacitivo 115
5.6.3 Transdutor Piezoelétrico 116
5.6.4 Transdutor Piezoresistivo (Extensômetro) 117
6. SENSORES DE VAZÃO 119
5
Instrumentação e Redes Industriais
6.1 INTRODUÇÃO 119
6.2 DEFINIÇÕES RELACIONADAS 119
6.2.1 Vazão Volumétrica 119
6.2.2 Vazão Mássica 119
6.2.3 Vazão Gravitacional 120
6.2.4 Relação entre unidades 120
6.3 CONCEITOS FÍSICOS BÁSICOS PARA MEDIÇÃO DE VAZÃO 120
6.3.1 Calor Específico 120
6.3.2 Viscosidade 121
6.3.3 Tipos de Escoamento 121
6.3.4 Número de Reynolds 121
6.3.5 Distribuição de velocidade em um duto 122
6.4 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS MEDIDORES DE VAZÃO 122
6.4.1 Medição de vazão por perda de carga variável 123
6.4.1a Placa de Orifício 124
- Tipos de orifícios 125
- Tipos de Contorno do Orifício 126
6.4.1b Tomadas de Impulso em Placas de Orifício 127
I. Tomas de Flange 127
II. Tomadas de Vena Contracta 128
III. Tomadas de Tubulações (Pipe Taps) 129
IV. Tomada de Canto (CORNER TAPS) 130
V. Tomadas tipo RADIUS/TAPS 130
6.4.2 Medição de vazão por área variável 130
6.4.2a Princípios Básicos do Rotâmetro 131
I. Tipos de Flutuadores 132
II. Ponto de leitura em função do formato do flutuador 132
III. Material Flutuador 132
IV. Instalação 133
6.4.3 Medidores de vazão tipo deslocamento positivo 133
6.4.3a Disco Nutante 133
6.4.3b Medidores Rotativos 134
6.4.4 Medidores de vazão por impacto do fluido 134
6.4.4a Medidor Tipo Turbina 134
6.5 MEDIDORES ESPECIAIS 136
6.5.1 Medidor de vazão por eletromagnetismo 136
6.5.2 Medidor de Vazão por Ultrassom 138
6.5.2a Princípio de Funcionamento 138
I. Medição por tempo de passagem 139
II. Medidores a efeito DOPPLER 139
6.5.3 Medidor tipo Coriolis 140
7. SENSORES DE NÍVEL 143
7.1 INTRODUÇÃO 143
7.2 CLASSIFICAÇÃO E TIPO DE MEDIDORES DE NÍVEL 143
7.3 MEDIDORES DE NÍVEL POR MEDIÇÃO DIRETA 144
7.3.1 Medidor de nível tipo régua ou gabarito 144
7.3.2 Visores de nível 144
6
SUMÁRIO
7.3.2a Visores de Vidro Tubular 144
7.3.2b Visores de Vidro Plano 146
7.3.3 Medidor de Nível tipo Flutuador 148
7.3.3a Medidor de Nível com flutuador interno 148
7.3.3b Medidor de nível com flutuador externo 149
7.3.3c Medidor de nível tipo flutuador livre 149
7.4 MEDIDORES DE NÍVEL POR MEDIÇÃO INDIRETA 150
7.4.1 Medidor de nível tipo deslocador (DISPLACER) 150
7.4.2 Medidor de nível tipo pressão diferencial 151
7.4.2a Para tanque aberto 152
7.4.2b Para tanque fechado 153
7.4.2c Para tanque fechado com vapor 153
I. Fórmulas de cálculo da altura do líquido 154
II. Instalação de medidores de nível 155
7.4.3 Medidor de Nível tipo Borbulhador. 156
7.4.3a Materiais 157
7.4.3b Erros de calibração 157
7.4.3c Recomendações para seleção 157
7.4.3d Recomendações para Instalação 157
7.4.4 Medidor de nível tipo capacitivo 158
7.4.4a Princípio de Funcionamento 158
7.4.4b Recomendações de Utilização 159
7.4.5 Medidor de nível tipo ultrassom 160
7.4.5a Geração do ultrassom 160
7.4.6 Detector contínuo de nível 162
7.4.7 Medidor de Nível tipo Radioativo 163
7.4.8 Medição de nível por pesagem 164
7.4.9 Medição de nível de sólidos 165
7.4.9a Escolha do tipo de medidor de nível 165
7.4.9b Instrumentos para alarme e intertravamento 166
I. Chaves de Nível 166
8. VÁLVULA DE CONTROLE 169
8.1 INTRODUÇÃO 169
8.2 VÁLVULA DE CONTROLE 169
8.2.1 Definição 169
8.2.2 Classificação da válvula segundo seu princípio de acionamento 169
8.3 TIPOS DE VÁLVULAS DE CONTROLE 169
8.3.1 Introdução 169
8.3.2 Tipos de corpos 170
8.4 VÁLVULAS DE DESLOCAMENTO LINEAR DA HASTE 171
8.4.1 Globo Sede simples 171
8.4.2 Globo Sede dupla 172
8.4.3 Válvula de Controle Globo de 3 vias 173
8.4.4 Válvula de Controle Tipo Diafragma 173
8.4.5 Válvula de Controle Bi-partida 174
8.4.6 Internos de Válvulas Globo 175
8.4.6a Internos da Válvula Globo Convencional 176
7
Instrumentação e Redes Industriais
8.4.7 Castelo 177
8.4.7a Tipos de Castelos 178
8.4.8 Flange Inferior 179
8.5 VÁLVULAS DE DESLOCAMENTO ROTATIVO DA HASTE 179
8.5.1 Válvulas de Controle Tipo Borboleta 180
8.5.2 Válvula Tipo Esfera. 182
8.5.2a Tipos de Esferas. 182
8.5.2b Tipos de Sede 183
8.6 CARACTERÍSTICA DE VAZÃO DE VÁLVULAS DE CONTROLE 183
8.6.1 Introdução 183
8.6.2 Característica de vazão. 183
8.6.2a Característica inerente ou intrínseca 184
8.6.2b Característica de vazão efetiva ou instalada 184
8.7 CURVAS CARACTERÍSTICAS DE VAZÃO INERENTE. 184
8.7.1 Abertura rápida 184
8.7.2 Linear 184
8.7.3 Igual porcentagem. 184
8.7.4 Parabólica modificada. 185
8.8 COMO SELECIONAR A CARACTERÍSTICA DE VAZÃO 185
8.9 ATUADORES PARA VÁLVULAS DE CONTROLE 187
8.9.1 Introdução 187
8.9.2 Atuador pneumático tipo mola e diafragma 187
8.10 ACESSÓRIOS DE UMA VÁLVULA DE CONTROLE 188
8.10.1 Introdução 188
8.10.2 Posicionadores 188
8.10.2a Posicionador pneumático 188
8.10.2b Posicionador eletro-pneumático 189
8.10.2c Posicionador inteligente 189
8.11 INSTALAÇÃO DE UMA VÁLVULA DE CONTROLE 189
8.11.1 Introdução 189
8.11.2 Recomendações básicas na instalação de uma válvula de controle 189
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) 191
9.1 INTRODUÇÃO 191
9.2 CONTROLADOR PROGRAMÁVEL 193
9.2.1 Descrição 195
9.2.2 Características 195
9.2.3 Histórico 195
9.2.4 Evolução 196
9.2.5 Aplicações 197
9.3 ESTRUTURA BÁSICA 197
9.3.1 Unidade Central de Processamento (UCP) 198
9.3.2 Memória 199
9.3.3 Dispositivos de entrada e saída 200
9.3.3a Módulos de Entrada 202
9.3.3b Módulos de saída 204
9.3.3c Terminal de programação 206
9.4 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM CLP 208
8
SUMÁRIO
9.4.1 Estados de operação 208
9.4.2 Funcionamento 208
9.4.3 Linguagem de Programação 210
9.4.3a Linguagem de baixo nível 210
9.4.3b Linguagem de alto nível 210
9.5 PROGRAMAÇÃO DE CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS 211
9.5.1 Diagrama de contatos 211
9.5.2 Diagrama de blocos lógicos 211
9.5.3 Lista de instrução 211
9.5.4 Linguagem corrente 211
9.6 ANÁLISE DAS LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO 212
9.7 NORMALIZAÇÃO 212
9.7.1 Programação em Ladder 213
9.7.1a Desenvolvimento do programa ladder 214
9.7.1b Associação de contatos no ladder. 215
9.8 INSTRUÇÕES 216
9.8.1 Instruções básicas 216
9.8.2 Instrução de temporização 217
9.8.3 Instrução de contagem 217
9.8.4 Instrução mover 218
9.8.5 Instrução comparar 218
9.8.6 Instruções matemáticas 219
9.8.6a Instrução soma 219
9.8.6b Instrução subtração 219
9.8.6c Instrução multiplicação 220
9.8.6d Instrução divisão 220
9.8.7 Instruções lógicas 220
9.8.7a Instrução AND 220
9.8.7b Instrução OR 221
9.9 COMUNICAÇÃO EM PORTA SERIAL 221
9.9.1 Comunicação com PC, IHMs, CLPs (redes) 221
9.9.2 CLP ou SDCD? 222
9.10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 225
10. SISTEMAS SUPERVISÓRIOS 227
10.1 INTRODUÇÃO 227
10.2 HIERARQUIA DOS SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO 227
10.3 SISTEMAS SCADA 228
10.3.1 Funções de um sistema SCADA 229
10.3.1a Funções de supervisão 229
10.3.1b Funções de operação 229
10.3.1c Funções de controle 229
10.3.2 Componentes lógicos de um sistema SCADA 229
10.3.2a Apresentação gráfica 230
10.3.2b Gerenciador de alarmes 231
10.3.2c Registrador de tendência 232
10.3.2d Tendência histórica 232
10.3.2e Gerador de Relatórios 233
9
Instrumentação e Redes Industriais
10.3.2f Log de eventos 233
10.3.2g Receitas 234
10.3.3 Linguagem para definição de aplicação do usuário 234
10.3.4 Componentes físicos de um sistema de supervisão 235
10.4 PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO 237
10.4.1 Protocolo OPC (OLE FOR PROCESS CONTROL) 237
10.4.2 Protocolo DDE/NetDDE 238
10.4.3 Protocolo DCOM 238
10.5 O PROTOCOLO OPC 239
10.6 INTERFACE HUMANO-MÁQUINA (IHM) 240
10.6.1 O que é a Interface Humano-Máquina (IHM)? 240
10.6.2 Importância da IHM 241
10.6.3 Técnicas e dicas no projeto da interface do usuário 243
10.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 243
10
SUMÁRIO
Lista de Figuras
11
Instrumentação e Redes Industriais
Figura 5. 6 – Tipos de Bourdon 108
Figura 5. 7 – Manômetros de Bourdon comerciais 109
Figura 5. 8 – Indicador acionado por fole 110
Figura 5. 9 – Cápsula de diafragma 110
Figura 5. 10 – Indicador acionado por diafragma 111
Figura 5. 11 – Amortecedores de pulsação 112
Figura 5. 12 - Selo líquido com pote de selagem líquida 113
Figura 5. 13 – Selo líquido tubo sifão para vapor: (a) cachimbo; (b) rabo de porco; (c) bobina e (d) alta pressão 113
Figura 5. 14 – Selo volumétrico 113
Figura 5. 15 - Transformador Diferencial de Núcleo Variável (LVDT). 114
Figura 5. 16 - Célula Capacitiva 115
Figura 5. 17 - Transdutores de pressão capacitivos comerciais 116
Figura 5. 18 - (a) Efeito piezoelétrico e (b) Transdutor 116
Figura 5. 19 - Transdutor piezoelétrico comercial 117
Figura 5. 20 - Transdutor piezoresistivo (Ponte de Wheatstone) 117
Figura 5. 21 - Sensor de Pressão a semicondutor 118
Figura 5. 22 - Transdutores piezoresistivos comerciais 118
13
Instrumentação e Redes Industriais
Lista de Tabelas
14
SUMÁRIO
Tabela 9. 5 - Linguagem de alto nível: vantagens × desvantagens 210
Tabela 9. 6 - Pontos de análise das características das linguagens de programação 212
Tabela 9. 7 - Relações de acionamento contato x bobina 214
15
Instrumentação e Redes Industriais
16
1. INTRODUÇÃO A INSTRUMENTAÇÃO
1. INTRODUÇÃO A INSTRUMENTAÇÃO
1.1 AUTOMAÇÃO
Conceito: É um conjunto de técnicas que constroem sistemas ativos capazes de atuar com uma
eficiência ótima pelo uso de informações recebidas do meio sobre o qual atuam com base nas informações o
sistema calcula a ação corretiva mais apropriada. Um sistema de automação comporta-se exatamente como
um operador humano que, utilizando as informações sensoriais, pensa e executa a ação mais apropriada.
A primeira revolução industrial, no fim do século XIX, foi caracterizada pela substituição do trabalho
mecanização e não só desses trabalhos, mas também dos trabalhos mentais. Na automação, o dispositivo
automático observa sempre o resultado do seu trabalho e dá essa informação ao dispositivo principal (essa
ação reflexiva chama-se realimentação ou feedback). Este último compara a informação com um objetivo
desejado, e, se existir diferença entre os dois, atua no sentido de diminuí-la para o mínimo valor possível.
Pode-se dizer, portanto, que a noção fundamental da automação é radicada no feedback. Na automação há
tinha por função, vigiar leituras de um grande número de instrumentos de medida. As pressões, as
temperaturas, as vazões, os níveis, as composições químicas, deveriam ser conhecidas a todos os instantes pelo
operador, o qual deveria detectar, dentre essa grande massa de dados, as variáveis que se desviavam de certos
valores prefixados e atuar sobre o complexo fabril de modo a reconduzi-lo a um funcionamento mais estável
ou mais econômico.
Porém, as limitações intrínsecas ao homem oferecem a este processo de integração uma lentidão
incompatível com as grandes produções das unidades fabris modernas. A atenção a dois fatores simultâneos
é praticamente impossível. Um esforço no sentido de uma maior rapidez acarreta num aumento dos erros e
falsas manobras.
17
Instrumentação e Redes Industriais
Tabela 1. 1 - Aplicações da Automação
de escritório geral.
Arquivo e procura de informações (sistema de informação); diagnose médica; arquivos em
Não numérica geral; traduções automáticas; representações visuais; (em tubos de raios catódicos) de
gráficos, esquemas: gestão agrícola, etc.
Desenho com lápis de luz em TCR: Projeto de circuitos integrados, máquinas de desenhar,
Projeto CAD
projeto de navios e automóveis.
Nas últimas décadas, as técnicas do controle automático permitiram liberar os operadores fabris de
funções enfadonhas e que exigiam grande esforço nervoso permitindo, simultaneamente, que essas funções
Ao passo que primitivamente era o operário quem, guiando-se, por exemplo, pela leitura de um
manômetro, tentava regular uma pressão, abrindo ou fechando válvulas, agora é uma cadeia de controle (ou
malha de controle) que faz a mesma coisa com muitas vantagens. Encontram-se numa cadeia de controle as
funções básicas de medida, computação e controle que já referimos serem características da automação.
18
1. INTRODUÇÃO A INSTRUMENTAÇÃO
O cálculo da ação de controle está a cargo de pequenos computadores pneumáticos e/ou eletrônicos: os
controladores.
Isto não quer dizer, diga-se de passagem, que o homem se torna inútil. Pelo contrário, como supervisor
do autômato e sem estar agora sujeito a enorme tensão nervosa e muscular de múltiplas tarefas, isto é, liberto
dos meios, o piloto humano tem sempre a possibilidade de alterar as ordens dadas ao sistema e pode dedicar-
se aos verdadeiros fins a atingir: a investigação, a procura de novos aspectos do real, a supervisão geral.
capacidade do controle de suas operações. A "inteligência" está centrada na própria máquina. O homem tem
1.2 INSTRUMENTAÇÃO
datas. Inventos foram surgindo, até chegarmos à Revolução Industrial. Foi apenas mediante uma passagem
pelo campo da máquina a vapor que, nos fins do século XIX, o conceito alcançou a consciência do mundo da
engenharia. A máquina de Boulton-Watt, admirada como sensação, rapidamente disseminou-se pela Europa.
Nela a atenção focalizou-se no Governador Centrífugo com seus volantes giratórios, a demonstrar
impressionante, a ação da realimentação. Por meio de elementos mecânicos adequados, este movimento é
transmitido para a válvula de admissão de modo que, ao estrangular o fluxo de vapor, a velocidade é reduzida.
Como nosso estudo é o da Instrumentação, vamos dar um salto histórico para o século XX, na década
de 40, onde a Instrumentação Pneumática teve seu grande desenvolvimento, surgindo pela primeira vez a
filosofia dos sistemas de transmissão e sala de controle centralizado. Já na década de 50, sugiram os primeiros
sinais da Instrumentação Eletrônica, paralelamente a processos e sistemas de controle cada vez mais
complexos.
Durante a década de 60, surgem os primeiros sistemas de controle automático por computador, no meio
19
Instrumentação e Redes Industriais
Conceito: Instrumentação é a ciência que aplica e desenvolve técnicas de medição, indicação, registro
• Obter e fornecer dados seguros da matéria-prima e da qualidade produzida, além de ter em mãos
Com o advento da eletrônica dos semicondutores, no início dos anos 50, surgiram os instrumentos
eletrônicos analógicos, sendo então os instrumentos pneumáticos substituídos gradativamente pelos eletrônicos
nos processos onde não existia o risco de explosão. Embora atualmente as indústrias estejam optando por
sistemas eletrônicos mais modernos que utilizam instrumentos digitais, microprocessadores e, mais
instrumentos pneumáticos ainda encontram aplicações nos processos industriais. Entretanto, já se fabricam
instrumentos eletrônicos cujo risco de explosões não existe. De um modo geral, os elementos de controle são
Sistemas automatizados, algumas vezes, são extremamente complexos, porém, observando suas partes
Num aquário deve-se manter a água em torno da temperatura ambiente (25°C). Não é necessário ser
muito rigoroso sendo que a temperatura pode variar de 23 a 28°C e até, em alguns casos, para eliminar
doenças e forçar a reprodução, pode chegar a 35°C. Nota-se que a temperatura da água pode variar e deve
Ajuste de temperatura
Relé
Rede
elétrica
Sensor de
temperatura
Resistência de aquecimento
Elementos de campo
Elementos de painel
Instrumento que nos fornece uma indicação visual da situação das variáveis no
Indicador
processo. Um indicador pode se apresentar na forma analógica ou digital
controle distribuído
Digital: utiliza técnicas de processamento digital (discreto) em contraposição ao
análogo (contínuo);
21
Instrumentação e Redes Industriais
de Controle: com vistas a manter o comportamento de um dado processo dentro
do preestabelecido;
Na Figura 1.1 temos um sensor de temperatura, que nada mais é que um termômetro de mercúrio, no
qual foi acoplado um sistema mecânico de ajuste. Este sistema mecânico movimenta um contato metálico ao
longo do corpo do termômetro. Quando o deslocamento do mercúrio alcança o ponto de ajuste, um contato
elétrico é fechado, sendo ele ligado a um relé elétrico que, usando a alimentação da rede, faz desligar a
resistência responsável pelo aquecimento da água. Na Figura 1.2 é apresentado o diagrama de blocos do
sistema acima:
Nesse processo (aquário), temos a necessidade de controlar a temperatura, que é medida através de um
sensor (termômetro), que possibilita ao controlador, fazer uma comparação com um valor pré-ajustado (ponto
Note que existe uma influência da ação de aquecimento da água no valor medido pelo sensor de
temperatura. A este ciclo fechado, chamaremos de agora em diante de malha fechada de controle, que também
pode ser chamado de sistema de realimentação, no qual a saída do sistema influencia diretamente na situação
de sua entrada. Em alguns processos, não existe a realimentação, isto é, a ação do atuador comandada pelo
controlador não é observada por um sensor que realimenta o sistema. Imagine uma máquina de lavar roupa...
por acaso temos um sensor de roupa limpa? Nesse caso temos um ciclo aberto de controle, que chamamos de
malha aberta.
22
1. INTRODUÇÃO A INSTRUMENTAÇÃO
Distúrbio
PROCESSO
Aquário
ATUADOR SENSOR
Resistência Termômetro
CONTROLADOR
Mecanismo de
ajuste e relé
Ponto de ajuste
Outra consideração a fazer é a respeito de condições externas que podem influenciar na temperatura da
O controle apresentado no exemplo do aquário não possui precisão, isto é, nada garante que a
temperatura permaneça exatamente no ponto ajustado, ou que fique oscilando em torno do valor ajustado.
Esse tipo de controle chamamos de Liga/Desliga, o atuador (resistência) permanece em dois estados bem
definidos (nenhuma corrente = desligado e máxima corrente = ligado). É considerado então um controle
descontínuo.
A quantidade de informações e conceitos que podemos tirar de um sistema tão simples como esse é
23
Instrumentação e Redes Industriais
24
2. TERMINOLOGIA E TELEMETRIA
2. TERMINOLOGIA E TELEMETRIA
2.1 CLASSES DE INSTRUMENTOS
Nas instalações industriais é comum se encontrar arranjos complexos de instrumentos de medição e
controle. Para compreender mais facilmente suas funções, é necessário analisá-los utilizando a classificação
Instrumento Definição
São instrumentos que não tem indicação visível do valor da variável medida.
Instrumentos Cegos Por exemplo, os instrumentos de alarme, tais como pressostatos e
termostatos, são instrumentos cegos.
2.2 DEFINIÇÕES
Para a escolha apropriada de sensores eletrônicos, a seguinte terminologia é adotada:
25
Instrumentação e Redes Industriais
Faixa de medida (RANGE): conjunto de valores da variável medida que estão compreendidos dentro
Alcance (SPAN): é a diferença algébrica entre os valores superior e inferior da faixa de medida do
instrumento. Por exemplo, um instrumento com faixa de medida de 100ºC a 250ºC, possui um alcance de
150ºC.
Erro (OFFSET): é a diferença entre o valor medido ou transmitido pelo instrumento, em relação ao
valor real da variável medida. Se tivermos o processo em regime permanente, estável, chamaremos de "erro
estático" que será positivo ou negativo, dependendo da indicação do instrumento que poderá indicar a mais
ou a menos. Quando tivermos a variável se alterando, teremos um atraso na transferência de energia do meio
para o medidor, onde o valor medido estará geralmente atrasado em relação ao valor real da variável. Esta
Precisão (ACCURACY): define-se como sendo o maior valor de erro estático que um instrumento
pode ter ao longo de sua faixa de trabalho. Pode ser expressa de diversas maneiras como: porcentagem do
Zona morta (DEAD ZONE): é a não alteração na indicação ou no sinal de saída de um instrumento
ou em valores absolutos da faixa de medida do mesmo, apesar de ter ocorrido uma sensível variação da
variável. Por exemplo, um instrumento com faixa de medida entre 0ºC a 200ºC possui uma zona morta de
±0,1% do alcance, ou seja ±0,2ºC. Portanto, para variações inferiores a este valor, o instrumento não
instrumento e a variação da variável que o acionou, após ter alcançado o estado de repouso. Pode ser expressa
em unidades de medida de saída e de entrada. Por exemplo, um termômetro de vidro com faixa de medida
de 0ºC a 500ºC possui uma escala de leitura de 50cm, portanto, a sua sensibilidade é de 0,1cm/ºC;
valor, em qualquer ponto da faixa de trabalho, quando a variável percorre toda a escala nos sentidos
ascendente e descendente;
valor da variável, adotando sempre o mesmo sentido de variação. Expressa-se em porcentagem do alcance;
26
2. TERMINOLOGIA E TELEMETRIA
2.3 TELEMETRIA
Basicamente, telemetria é a técnica de obtenção, processamento e transmissão de dados à distância.
Antigamente esses dados eram sinais pneumáticos que circulam em uma malha de controle. Depois,
com o desenvolvimento tecnológico, vieram os sinais analógicos e hoje se tem os sinais digitais. Na indústria
os sinais digitais começaram aparecer a partir da década de 70 Hoje, já são bastante comuns, estando presentes
vinil de ¼” (diâmetro externo). Em casos especiais (atmosfera oxidantes), usam-se tubos de aço inox . A
distância prática para transmissão do campo para o painel é de aproximadamente 150m. Para distâncias
superiores, é recomendável intercalar relés pneumáticos (amplificadores) a cada 100m a fim de atenuar os
geralmente de fios de cobre flexível com isolamento de até 600 V. Os sinais DC exibem a possibilidade de
sinal transmitido. Os órgãos sensoriais humanos registram os estímulos do ambiente, tais como a luz, o som,
Na engenharia de processos o sinal de 4-20 mA é transmitido de forma analógica pura. Uma corrente
proporcional ao valor medido de uma grandeza percorre o circuito entre o transmissor e o controlador.
Mudanças na intensidade da corrente são imediatamente registradas por qualquer dispositivo presente no
circuito.
Um sinal analógico pode transportar muitas informações, como em um sinal acústico, onde se pode
reconhecer o tom, a intensidade e o timbre. No caso do sinal de corrente de 4-20 mA, entretanto, somente a
27
Instrumentação e Redes Industriais
2.3.3 Sinais digitais
O sinal digital não varia continuamente, mas é transmitido em pacotes discretos de informação. A
informação não é imediatamente interpretada devendo ser primeiro decodificado pelo receptor. Existem
diferentes maneiras de transmiti-la; como pulsos elétricos que saltam entre dois diferentes níveis de tensão,
em computadores e em barramento de campo, ou, como uma série de pulsos ópticos ou acústicos de diferentes
Não há limitação quanto ao conteúdo do sinal, podendo este transmitir além do valor da variável
Uma das vantagens da transmissão digital é a economia de uma conversão A/D no início da linha e
uma D/A no final. A conversão D/A é feita através de uma amostragem do sinal analógico a intervalos
regulares. A taxa de amostragem influencia na resolução da conversão, mas os custos de conversão aumentam,
Na comunicação digital o sinal, composto de uma série de pulsos de tensão é enviado do transmissor
para o receptor através de um meio de transmissão. Este pode ser um fio, fibra ótica ou ondas
eletromagnéticas. A informação está contida nas mudanças entre dois níveis de tensão. Convencionalmente o
nível alto de tensão representa o nível lógico 1 e a tensão baixo o nível lógico 0. A Figura 2.1 ilustra este
conceito.
Range de tensão
para “lógico 1” V1 1 1 1 1 1 1
Sem dados
Range de tensão 0 0 0 0 0
V0
para “lógico 0”
tempo
de numeração binário, que utiliza estes dois algarismos na sua representação, é usado nos microprocessadores.
Um bit somente não é suficiente para o processamento de números e textos. Por isto se utiliza o byte, o bloco
construtivo dos caracteres alfanuméricos (letras, números e outros símbolos), constituído de 8 bits, que
exige que ambos sejam capazes de interpretar o sinal. Para isto se utiliza o código de controle e de dados, que
28
2. TERMINOLOGIA E TELEMETRIA
informam o que está sento transmitido e de que modo. Exemplos de códigos são: o ASCII, o ANSI e o RTU.
sobre os meios de transmissão. Isto é particularmente verdadeiro em redes de comunicação industrial, onde
as condições podem se afastar muito de ideal devido às possíveis interferências da maquinaria elétrica pesada.
A Figura 2.2 apresenta vários tipos de condutores utilizados como meios de conexão de uma rede de
comunicação digital. O par trançado é a solução mais econômica na transmissão de dados, possibilitando
taxas de transmissão de até 375kbit/s em distâncias de até 300m. Quando encapado aumenta sua imunidade
Cabos múltiplos encapados podem ser usados desde que não haja comunicação cruzada entre os cabos.
O padrão FIP especifica dois pares de cabos com duplo revestimento permitindo taxas de transmissão de
1Mbit/s sobre distâncias de até 2000m. Em qualquer caso, entretanto, estes meios devem ficar bem afastados
Os cabos coaxiais permitem altas taxas de transmissão e podem transportar várias mensagens
simultaneamente. Por serem mais caros que os pares trançados serão raramente encontrados no campo.
A capacidade de transmissão das fibras óticas é cinco vezes maior que a dos cabos coaxiais. São
compostas de uma fibra de vidro simples e fina, mas que, por motivo de estabilidade recebe várias camadas
de proteção tornando o cabo espesso como um cabo coaxial. Os sinais transmitidos nas fibras óticas são sinais
de luz, o que as torna imunes a interferências eletromagnéticas. As fibras óticas permitem taxas de transmissão
29
Instrumentação e Redes Industriais
da ordem de gigabits por segundo. Os métodos de conexão ainda são muito complicados, tornando-as muito
30
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
3.1 INTRODUÇÃO
A indústria de processos químicos envolve a produção de uma enorme variedade de produtos com a
finalidade de proporcionar qualidade de vida. De uma forma geral, estes processos são complexos, utilizam
substâncias com alta reatividade química, alta toxidade e alto poder corrosivo, além disso, muitas condições
de processo atingem altíssimas temperaturas e pressões. Estas características fazem com que os processos
Desta forma, é essencial que erros e/ou omissões, provenientes de falta de comunicação ou entendimento
do processo, sejam fortemente evitados. Uma das formas mais elementares e efetivas de comunicação visual
dos processos é a sua representação através de diagramas. Por estas razões é fundamental que os engenheiros
Neste capítulo serão abordados os três diagramas de processos mais comuns na representação de
processos químicos:
De uma forma geral, o diagrama de blocos se resume a uma série de blocos conectados com entradas e
saídas de fluxos. Nele são incluídas informações de condições de operação tais como, temperatura, pressão,
31
Instrumentação e Redes Industriais
SEPARADOR Mistura
REATOR DE de
Gases
GÁS (2610 kg/h)
BENZENO
(8210 kg/h)
COLUNA
Conversão de Mistura
75% de Tolueno de
Líquidos
TOLUENO
Na Figura 3.1 pode-se ver que o Tolueno e o Hidrogênio são convertidos em um reator para produzir
Benzeno e Metano. A reação não é completa e excesso de Tolueno é necessário. Os gases não condensáveis
provenientes do reator são separados e descartados. O Benzeno produzido e o Tolueno que não reagiu seguem
para uma coluna de destilação para separação. O Tolueno é reciclado e o Benzeno é removido como produto
de topo.
Este diagrama de blocos de processo dá uma clara visão da produção de benzeno, sem a necessidade
de maiores detalhes. Cada bloco representa uma parte do processo com uma função específica, que na realidade
Embora várias informações sejam ocultadas neste diagrama, é óbvio que este tipo de diagrama é
extremamente útil para um entendimento preliminar do processo, sendo um excelente ponto de partida para
3. O fluxo deve ser representado da esquerda para a direita, sempre que possível;
4. Fluxos leves (gases) devem ser representados no topo dos blocos, assim como fluxos pesados
Figura 3.2. Cada bloco representa um processo. A vantagem deste diagrama é que permite uma completa
visualização da planta e as interações entre os diferentes processos que a compõe. Por outro lado, poucas
projeto da planta extremamente importante para o entendimento por parte do engenheiro químico.
Para todos os diagramas discutidos neste capítulo não existe uma norma rígida que deve,
obrigatoriamente, ser seguida por todas as empresas. Assim, um PFD de uma empresa pode conter pequenas
variações em termos de dados disponíveis quando comparado com outra empresa do mesmo ramo.
33
Instrumentação e Redes Industriais
Entretanto, pode-se afirmar que os diagramas de processos possuem informações similares independente
2. Todos os fluxos são mostrados e identificados por números. Devem ser incluídas a descrição de
cada fluxo, a composição química e as condições de processo. Estes dados podem ser colocados
É claro que o PFD é um diagrama complexo e requer um substancial esforço em sua concepção. É
Topologia do Processo;
é ilustrada a localização dos principais equipamentos do processo e os fluxos entre eles (Topologia do
Processo). Na mesma figura pode ser observado que cada equipamento é identificado por um número no
Os equipamentos são representados por símbolos que identificam uma operação específica. A Tabela 3.1
34
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
Equipamento Símbolo
Trocadores de calor
Aquecedores
Tanques de armazenagem
Torres
Vasos
Reatores
36
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
Na Tabela 3.2 encontram-se as informações necessárias para a identificação de equipamentos em
diagramas de processo.
P identifica o equipamento como uma bomba, o primeiro número 1 indica que a bomba está na área 100 da
planta, 01 indica que é a bomba número 01 da unidade 100 e A/B indica que a bomba está instalada com
backup.
Durante a vida útil de uma planta várias modificações podem ser feitas no processo e frequentemente é
necessário trocar, ou mesmo eliminar equipamentos da planta. Se um equipamento é substituído por outro
com a mesma função, este recebe a mesma identificação do antigo acrescido de um sufixo (por exemplo, H-
101 torna-se H-101A). Por outro lado, se a modificação for significativa o novo equipamento receberá nova
identificação.
Outra importante identificação no diagrama PFD é realizada nos fluxos de processo (losango numerado)
e linhas de utilidade. Na Tabela 3.3 são apresentadas as diretrizes e identificações dos fluxos de processos e
das utilidades.
37
Instrumentação e Redes Industriais
Tabela 3. 3 - Identificação de Fluxos e Utilidades
Fluxos de Processo
O símbolo de identificação (losango) é ligado diretamente à linha do fluxo
A numeração é localizada na parte interna do losango e deve ser única por fluxo.
Utilidades
lps Vapor a baixa pressão: 3-5 barg (saturado)
mps Vapor a média pressão: 10-15 barg (saturado)
hps Vapor a alta pressão: 40-50 barg (saturado)
cw Água de resfriamento: torre de resfriamento a 30 °C retornando a < 45 °C
wr Água de rio: captação a 25 °C retornando a < 35 °C
rw Água resfriada: 5 °C, retornando a < 15 °C
rb Brine a -45 °C, retornando a < 0 °C
cs Efluente químico com alta COD
ss Efluente sanitário com alta BOD
el Aquecimento elétrico (220, 440, 660V)
ng Gás Natural
fg Gás Combustível
fo Óleo Combustível
fw Água para incêndio
composição e vazões são apresentadas no próprio diagrama, adjacente ao fluxo. Porém, em diagramas mais
complexos essa representação não é aconselhável devido à organização. Neste caso, os fluxos de processo são
numerados no diagrama ou em anexo. As informações que normalmente são disponibilizadas no PFD são
Informações Essenciais
Número do fluxo
Temperatura (°C)
Pressão (bar)
Fração de Vapor
Vazão Mássica (kg/h)
Vazão molar (kmol/h)
Vazão molar por componente (kmol/h)
Informações Opcionais
Fração molar por componente
Fração mássica por componente
Vazão mássica por componente (kg/h)
Vazão Volumétrica (m3/h)
Densidade
Viscosidade
Calor Específico
Entalpias
38
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
3.3.3 Informações dos Equipamentos
As informações sobre os equipamentos são particularmente úteis para a estimativa de custos e
detalhamento de projeto. A Tabela 3.5 fornece as informações necessárias para a inclusão dos dados sobre os
Tomando-se a Figura 3.3, pode-se notar que importantes informações sobre os fluxos podem ser
colocadas diretamente no PFD utilizando-se “flags”. O formato de cada “flag” indica uma informação
específica. A Tabela 3.6 apresenta os principais “flags” utilizados nos diagramas PFD’s.
Simbologia de fluxos
Vazão Volumétrica
Também pode ser visto na Figura 3.3 que as malhas de controle básica, representadas de forma
simplificada, são adicionadas ao PFD. Assim, para preservar a organização do diagrama é necessário limitar
39
Instrumentação e Redes Industriais
As informações do processo não possuem igual importância. Assim as recomendações de quais
para o início da construção de uma planta. Como característica principal, o diagrama P&ID fornece
suas funções. O desenvolvimento do diagrama P&ID segue a norma ISA-S5.1 descrita a seguir.
Para os Fluxogramas de Processo admite-se uma simplificação na utilização dos símbolos gráficos
Acessível (Accessible): Termo aplicado a um dispositivo ou função programada que poderá ser visto
ou utilizado pelo operador com o propósito de acompanhamento do processo ou atuação em ações de controle.
Alarme: Indicação da existência de uma condição anormal por meio de um sinal sonoro, visual ou de
ambos.
Atrás do Painel (Behind the panel): Termo aplicado a instrumentos inacessíveis ao operador e que
Binário (Binary): Termo aplicado a um dispositivo ou sinal que tem somente 2 posições ou estados.
Quando usado na sua forma mais simples, como em "SINAL BINÁRIO" (oposto a "SINAL ANALÓGICO"),
40
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
o termo representa os estados "LIGA/DESLIGA" ou "ALTO/BAIXO", isto é, não representa uma contínua
variação de quantidade.
Chave (Switch): Dispositivo que conecta, desconecta ou transfere um ou mais circuitos, manualmente
ou automaticamente. Neste caso deverá ser atuado diretamente pela variável de processo ou seu sinal
representativo e, sua saída poderá ser utilizada para acionar alarmes, lâmpadas pilotos, intertravamentos ou
sistemas de segurança.
poderá ser selecionada ou rearranjada através de programação ou outros métodos. O conceito exclui rearranjo
Controlador (Controller): Dispositivo que tem por finalidade manter em um valor pré-determinado,
uma variável de processo. Esta atuação poderá ser feita manual ou automaticamente, agindo diretamente na
são usualmente acessíveis, configuráveis e comutáveis logicamente, contendo várias entradas e saídas, capaz
Conversor (Converter): Dispositivo que emite um sinal de saída padronizado modificado (ex.: 4-20
mA, 1-5Vcc, 0~10Vcc), em relação à natureza do correspondente sinal de entrada, também padronizado. O
instrumento que converte o sinal de um sensor para um sinal padronizado deverá ser designado como
transmissor. Dessa forma na malha de temperatura o componente ligado ao elemento primário (TE) deverá
Digital: Designação aplicada a dispositivos ou sinais que utilizem dígitos binários para representar
Elemento Final de Controle (Final Control Element): Dispositivo que altera diretamente o valor
41
Instrumentação e Redes Industriais
Elemento Primário ou Sensor: Parte de uma malha ou de um instrumento que primeiro sente o
valor da variável de processo e que assume um estado ou sinal de saída, pré-determinado e inteligível,
Estação de Controle (Control Station): É uma estação manual de controle provida de chave de
transferência de controle manual para automático e vice-versa. É também conhecida como estação seletora
auto-manual. Como extensão, podemos dizer que a interface homem-máquina de um sistema de controle
Lâmpada Piloto (Pilot Light): Lâmpada que indica estados operacionais de um sistema ou
dispositivo.
Local: Termo que designa a localização de um instrumento que não está montado em painel ou sala de
controle. Os instrumentos locais deverão estar próximos aos elementos primários ou finais de controle. A
Malha (Loop): Combinação de dois ou mais instrumentos ou funções de controle interligados para
dispositivos usados direta ou indiretamente com esse propósito são chamados de instrumentos de medida.
Monitor: Designação geral para um instrumento ou sistema de instrumentos utilizados para medir ou
Mostrador Compartilhado (Shared display): Parte do dispositivo (usualmente uma tela de vídeo)
operador com o processo. O painel pode consistir de uma ou mais seções, cubículos, consoles ou mesas de
operador.
Painel Local (Local Panel): Painel que não é considerado central ou principal e que contém os
instrumentos de controle, indicação e/ou segurança de determinado equipamento ou sistema. Em geral deverá
Ponto de Teste (Test Point): Tomada de conexão do sensor ao processo onde normalmente se
instala um instrumento em caráter temporário ou intermitente para medição de uma variável de processo.
42
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
Programa (program): Sequência repetitiva de ações que define o estado das saídas numa relação fixa
automaticamente, não atuado diretamente pela variável de processo ou seu sinal representativo, isto é, atuado
funcionalmente integrado, consiste de subsistemas que poderão estar fisicamente separados e montados
Transmissor (Transmiter): Dispositivo que sente uma variável de processo por meio de um elemento
primário e que produz uma saída cujo valor é geralmente proporcional ao valor da variável de processo. O
mais fluídos de processo. Não deverão ser consideradas as válvulas manuais de bloqueio e as válvulas de
retenção auto-atuadas. A designação de válvula de controle manual deverá ser limitada a válvulas atuadas
manualmente que são usadas para regulagem de vazões de fluídos de processo ou necessitem de identificação
como instrumento.
Variável Diretamente Controlada: Variável cujo valor medido origina um sinal de modo a originar
um controle de "feedback".
Variável Manipulada: Quantidade ou condição que varia em função do sinal de erro para mudar o
cada uma das variáveis de um grupo. Normalmente, a finalidade de dispositivos com varredura é indicar o
estado ou valor de variáveis, porém poderão estar associados a outras funções tais como registro e alarme.
classifica funcionalmente e por um conjunto de algarismos que indica a malha a qual pertence o instrumento
43
Instrumentação e Redes Industriais
3.4.2a Identificação Funcional
A identificação funcional deverá ser formada por um conjunto de letras cujo significado está indicado
na Tabela 3.7. O 1º Grupo de Letras identificará a variável medida ou iniciadora e o 2º Grupo de Letras
A identificação funcional deverá ser estabelecida de acordo com a função do instrumento ou função
programada e não de acordo com sua construção. Assim, um registrador de pressão diferencial usado para
registro de vazão deverá ser identificado por FR. Um indicador de pressão e um pressostato conectado à saída
O 2º Grupo de Letras identifica as funções do instrumento ou função programada, que poderão ser:
Algumas letras poderão ser utilizadas como modificadoras. A letra modificadora altera ou complementa
Para dispositivo com Funções Múltiplas, deverão ser representados nos fluxogramas tantos símbolos
quantos forem as variáveis medidas, saídas e/ou funções. Assim, por exemplo, um controlador de temperatura
com uma chave deverá ser representado por dois círculos tangentes, e identificado com TIC-3 e o outro com
TSH-3.
A identificação funcional deverá ser composta de no máximo 4 letras. Dentro deste limite, recomenda-
(a) para instrumentos com funções múltiplas, as letras poderão ser divididas em subgrupos;
(b) no caso de um instrumento com indicação e registro da mesma variável, a letra I poderá ser omitida.
Letras definidas como “escolha do usuário” (user´s choice) destinam-se a cobrir significados não cobertos
A letra “X” serve para representar variáveis não previstas devido ao uso pouco freqüente.
Os termos “ALTO (H)” e “BAIXO (L)”, quando utilizados para indicar a posição de válvulas e outros
equipamentos como aberto e fechado são definidas como: ALTO (H) - indica que a válvula está ou aproxima-
44
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
se da posição totalmente aberta; BAIXO (L) - indica que a válvula está ou aproxima-se da posição totalmente
fechada.
As letras modificadoras de função “L” ou “H” quando repetidas, representam a graduação de valores
de uma variável em uma mesma malha. Ex.: HH - muito alto e LL - muito baixo.
Quando uma "lâmpada piloto" é parte de uma malha de instrumentos, ela deverá ser designada por
uma "primeira letra" seguida pela "letra-subsequente" L. Por exemplo, uma "lâmpada piloto" que indica um
período de tempo esgotado poderá ser identificada como KL. Entretanto se é desejado identificar uma
"lâmpada piloto" que não é parte de uma malha de instrumentos, esta deverá ser designada por uma simples
letra L. Por exemplo, a luz que indica a operação de um motor elétrico deverá ser designada com EL,
identificará a malha a qual ele pertence. Este número deverá ser comum a todos os instrumentos que compõem
Um instrumento que pertence a duas malhas deverá receber o número da malha principal; nos casos em
que não for conveniente caracterizar uma das malhas como principal, o instrumento poderá ser numerado
A identificação da malha deverá ser composta por prefixos numéricos de 3 dígitos que corresponderão
subprocesso claramente identificados, o prefixo característico destes sequenciais poderá ser omitido no intuito
de se evitar a repetição. Porém, um instrumento que no fluxograma foi identificado sem o prefixo, quando
referido em documentos avulsos, tipicamente requisições, deverá ser identificado com o número completo,
As malhas deverão ser numeradas sequencialmente por números de processo e subprocesso, isto é, dentro
de um mesmo sequencial de processo e subprocesso haverá uma sequência numérica, para cada variável.
Na fase inicial de um projeto as malhas deverão ser preferencialmente numeradas em sequência crescente
de acordo com o fluxo principal do processo. Quando no decorrer do projeto forem acrescentados novos
instrumentos, a sequência estabelecida não deverá sofrer revisões, sendo as malhas novas acrescidas à
45
Instrumentação e Redes Industriais
sequência existente. Sempre que numa malha houver mais que um instrumento com a mesma identificação,
Acessórios de instrumentos, tais como, reguladores de ar, rotâmetros de purga e outros que não estejam
simbolizados nos fluxogramas, mas que precisam de designação em outros documentos, deverão ser
identificados pela primeira letra de identificação funcional e pelo número da malha a que pertencem. As letras
instrumentação em fluxogramas, outros desenhos, e estender sua aplicação para uma variedade de processos.
As aplicações mostradas foram escolhidas para ilustrar os princípios dos métodos de identificação e símbolos
gráficos. Os símbolos gráficos gerais para instrumentos ou funções programadas do da Tabela 3.8 são usados
(b) identificar um instrumento que tem símbolo próprio (ex.: válvula de controle). Neste caso o traço
que une o símbolo com identificação do instrumento ao símbolo representativo do instrumento não deverá
obrigatoriamente, colocado em todos os componentes da malha. Por exemplo, válvulas de controle, placas de
orifícios e termopares poderão deixar de ser identificados. Notações abreviadas poderão ser acrescentadas
Ex.: Válvulas de controle que trabalhem em alcance bipartido deverão ter as notações "3-9 psig" e "9-
15 psig", bem como as respectivas ações na falta de energia de atuação, apresentadas adjacentes às linhas de
sinal.
46
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
Tabela 3. 7 - Letras de Identificação de Instrumentos (Fonte: Norma ISA-S5.1)
C ESCOLHA DO CONTROLADOR
USUÁRIO
D ESCOLHA DO DIFERENCIAL
USUÁRIO
E TENSÃO SENSOR (ELEMEN-
TO PRIMÁRIO)
F VAZÃO RAZÃO
G ESCOLHA DO VISOR
USUÁRIO
H COMANDO MANUAL ALTO
I CORRENTE INDICADOR
ELÉTRICA
VARREDURA OU
J POTÊNCIA SELEÇÃO MANUAL
TEMPO OU TAXA DE VARIAÇÃO ESTAÇÃO DE
K TEMPORIZAÇÃO COM O TEMPO CONTROLE
L NÍVEL LÂMPADA PILOTO BAIXO
47
Instrumentação e Redes Industriais
Tabela 3. 8 - Símbolos Gerais para Instrumentos e Funções Programadas (Fonte: Anexo V da
Norma ISA-S5.1)
LOCALIZAÇÃO
INSTRUMENTOS
MD 1(3)
DISCRETOS
INSTRUMENTOS
COMPARTILHAD CO 2(3)
OS
COMPUTADOR
DE PROCESSO
CONTTROLADOR
PROGRAMÁVEL
NOTA:
(1) LOCALIZAÇÃO PRINCIPAL CORRESPONDE NORMALMENTE, PARA INSTRUMENTOS DISCRETOS, AO PAINEL CENTRAL.
ANALOGAMENTE LOCALIZAÇÃO AUXILIAR CORRESPONDE AO PAINEL LOCAL OU CASA DE CONTROLE DEDICADA A
UM CONJUNTO DE ESPECÍFICAS DE UM SISTEMA DE PROCESSO.
(2) OS DISPOPSITIVOS OU FUNÇÕES PROGRAMADAS, NORMALMENTE INACESSÍVEIS OU “ATRÁS DO PAINEL” DEVEM SER
DESENHADOS USANDO O MESMO SÍMBOLO MAS COM A LINHA HORIZONTAL CENTRAL TRACEJADA.
(3) QUANDO NECESSÁRIO ESPECIFICAR A LOCALIZAÇÃO DO INSGRUMENTO OU FUNÇÃO PROGRAMADA PODEM SER
UTILIZADAS ABREVIATURAS JUNTO AO SÍMBOLO GRÁFICO, TAIS COMO:
(A) MD 1: MÓDULO N° 1
(B) CO 2: CONSOLE DE OPERAÇÃO N° 2
Os símbolos poderão ser traçados com qualquer orientação. As linhas de sinal poderão ser desenhadas
entrando ou saindo de um símbolo em qualquer ângulo. Entretanto os indicadores de função (Tabelas 3.9 a
3.11) e as identificações dos instrumentos deverão estar sempre na horizontal. As setas direcionais deverão
ser utilizadas nas linhas do sinal quando necessárias para o esclarecimento do sentido de fluxo de informações.
Os blocos de função poderão ser representados nos diagramas, nas seguintes maneiras:
fluxogramas conceptuais;
de funções e o símbolo do instrumento que as contém são contíguos podendo as linhas de sinal entrar ou sair
de qualquer um deles.
As fontes de suprimento elétrico, pneumático ou outras poderão ser omitidas, a não ser que a sua
De um modo geral apenas uma linha de sinal é suficiente para representar as interconexões entre dois
A sequência em que os instrumentos ou funções programadas de uma malha são conectados num
fluxograma deverá refletir, a lógica funcional, podendo ou não corresponder à sequência das conexões físicas.
poderão diferir de usuário para usuário quanto à quantidade de detalhes não essenciais a serem
implementados.
combinações típicas, a partir da sistemática estabelecida na Tabela de Identificação de Letras (Tabela 3.7).
A Tabela 3.13, Símbolos de Linha para Instrumentação, apresenta a representação para as diversas
Quando for utilizada a opção pelos símbolos binários, deve-se manter a consistência para os sinais
Quando se utilizar a linha tracejada para sinal elétrico, deve-se usar a linha tracejada com barras para
49
Instrumentação e Redes Industriais
Tabela 3. 9 - Tabela de bloco de funções [1/3] (Fonte: Anexo III da Norma ISA-S5.1)
EQUAÇÃO REPRESENTAÇÃO
FUNÇÃO SÍMBOLO DEFINIÇÃO
MATEMÁTICA GRÁFICA
x M
x1
⋯
x2 A SAÍDA É IGUAL A SOMA
SOMA
ALGÉBRICA DAS ENTRADAS
t t
x M
x1
⋯
A SAÍDA É IGUAL A SOMA
x2
MÉDIA x3
ALGÉBRICA DIVIDIDA PELO
NÚMERO DE ENTRADAS
t t
x M
x1
A SAÍDA É DIRETAMENTE
x M
PROPORCIONAL A ENTRADA. NO
CASO DE REFORÇADOR
PROPORCIONAL
(BOOSTER) DE VOLUME DEVE SER
t1 t t1 t REPRESENTADO 1:1. PARA
GANHOS INTEIROS, 2:1, 3:1, ETC.
A SAÍDA VARIA DE ACORDO COM
1
x M
A INTENSSIDADE E A DURAÇÃO DA
ENTRADA. A FUNÇÃO DE SAÍDA É
INTEGRAL
PROPORCIONAL A INTEGRAL DA
t1 t2 t t1 t2 t FUNÇÃO DE ENTRADA EM
FUNÇÃO DO TEMPO
A SAÍDA VARIA DE ACORDO COM
x M
A INTENSSIDADE E A DURAÇÃO DA
ENTRADA. A FUNÇÃO DE SAÍDA É
DERIVTIVO
PROPORCIONAL A DERIVADA DA
t1 t t1 t FUNÇÃO DE ENTRADA EM
FUNÇÃO DO TEMPO
x x1 M
x x1 M
x2
A SAÍDA É IGUAL AO QUOCIENTE
DIVISÃO
DE DUAS ENTRADAS
t1 t t1 t
x M
A SAÍDA É A RAÍZ ENÉSSIMA.
RADICIAÇÃO √ ASSUME-SE O VALOR 2 QUANDO
“N” FOR OMITIDO
t t
50
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
Tabela 3. 10 - Tabela de bloco de funções [2/3] (Fonte: Anexo III da Norma ISA-S5.1)
EQUAÇÃO REPRESENTAÇÃO
FUNÇÃO SÍMBOLO DEFINIÇÃO
MATEMÁTICA GRÁFICA
x M
x M
FUNÇÃO NÃO A SAÍDA É IGUAL A UMA FUNÇÃO,
LINEAR OU NÃO NÃO LINEAR OU NÃO ESPECÍFICA
ESPECÍFICA DA ENTRADA.
t t
/
x1
x M
/
x2
x x M
/
H
ENTRE A ENTRADA E O VALOR
SUPERIOR
LIMITE SUPERIOR
t1 t t1 t
x x M
/
L
LIMITE INFERIOR A ENTRADA E O VALOR LIMITE
INFERIOR
t1 t t1 t
x t
! "
ENQUANTO A TAXA DE VARIAÇÃO
x M
ANGULAR DA ENTRADA NÃO
LIMITE DA TAXA
EXCEDER A UM VALOR LIMITE.
DE VARIAÇÃO
#$
DESDE QUE EXCEDA, A SAÍDA
!
NO TEMPO
ASSUMIRÁ A TAXA ESTABELECIDA
%
t1 t2 t t1 t2 t
COMO LIMITE, ATÉ QUE SE IGUALE
A ENTRADA.
51
Instrumentação e Redes Industriais
Tabela 3. 11 - Tabela de bloco de funções [3/3] (Fonte: Anexo III da Norma ISA-S5.1)
EQUAÇÃO REPRESENTAÇÃO
FUNÇÃO SÍMBOLO DEFINIÇÃO
MATEMÁTICA GRÁFICA
x M
&'
POLARIZAÇÃO
(BIAS)
t t
ENTRADA =
CONVERSÃO NENHUMA
SAÍDA
x M
ESTADO ESTADO
ESTADO 1 X≤H 1 2
H
ESTADO 2 X>H
(ENERGIZADO)
t1 t t1 t
x
ESTADO 1 X<L
MONITOR DE (ENERGIZADO) L
ESTADO 1 X<L x
(PRIMEIRA SAÍDA M1, ENERGIZADA)
H
ESTADO 2 L≤X≤H L
(AMBAS AS SAÍDAS INATIVAS OU
DESENERGIZADAS)
ESTADO 3 X>H t1 t2 t
(SEGUNDA SAÍDA M2, ENERGIZADA)
Códigos usados:
t VALOR DE BAIAS ANALÓGICO
d/dt DERIVADA EM RELAÇÃO AO TEMPO
H VALOR ARBITRÁRIO DE LIMITE SUPERIOR ANALÓGICO
I/T1 TAXA DE INTEGRAÇÃO
L VALOR ARBITRÁRIO DE LIMITE INFERIOR ANALÓGICO
M SAÍDA DA VARIÁVEL ANALÓGICA
n NUMERO DE ENTRADAS ANALÓGICAS OU EXPOENTE
t TEMPO
T0 TEMPO DERIVATIVO
X ENTRADA DE VARIÁVEL ANALÓGICA
Xn “N” ENTRADAS DE VARIÁVEIS ANALÓGICAS
52
3. DIAGRAMAS DE PROCESSOS
Tabela 3. 12 - Combinação de Identificação de Letras Típica (Fonte: Norma ISA-S5.1)
53
Instrumentação e Redes Industriais
Tabela 3. 13 - Símbolos de Linhas de Comunicação (Fonte: Anexo IV da Norma ISA-S5.1)
5 6
SINAL HIDRÁULICO TUBO CAPILAR
7 8 SINAL
SINAL
ELETROMAGNÉTICO (6)
ELETROMAGNÉTICO (6)
OU SÔNICO
OU SÔNICO
(TRANSMISSÃO NÃO
(TRANSMISSÃO GUIADA)
GUIADA)
9 LIGAÇÃO CONFIGURADA 10
INTERNAMENTE AO
LIGAÇÃO MECÂNICA
SISTEMA (LIGAÇÃO DE
“SOFTWARE”)
11 12
SINAL BINÁRIO
SINAL BINÁRIO
PNEUMÁTICO (VER ITEM
OU (5) ELÉTRICO (VER ITEM 6.3)
6.3)
NOTAS:
(1) TODAS AS LINHAS DEVEM SER MAIS FINAS QUE AS LINHAS DE PROCESSO.
(2) QUANDO NECESSÁRIO, DEVEM SER ACRESCENTADAS AS ABREVIATURAS ABAIXO, PARA A DESIGNAÇÃO DO TIPO
DE SUPRIMENTO.
(A) AS – AR;
(B) ES – ELÉTRICO;
(C) GS – GÁS;
(D) HS – HIDRÁULICO;
(E) NS – NITROGÊNIO;
(F) SS – VAPOR;
(G) WS – ÁGUA
(3) QUANDO NECESSÁRIO DEVE SER ACRESCENTADO O NÍVEL DE SUPRIMENTO.
EX. 1: AS-7, ISTO É, SUPRIMENTO DE AR A 7 KGF/CM2
EX. 2: ES-24 VCC, ISTO É, SUPRIMENTO ELÉTRICO, EM CORRENTE CONTÍNUA DE 24 V
(4) O SÍMBOLO DE SINAL PNEUMÁTICO SE APLICA A SINAIS QUE USEM QUALQUER GÁS COMO MEIO DE TRANSMISSÃO.
COM EXCEÇÃO DO AR, OS DEMAIS DEVEM SER IDENTIFICADOS.
(5) A UTILIZAÇÃO DE QUALQUER DAS ALTERNATIVAS APRESENTADAS É ACEITÁVEL, DESDE QUE, A OPÇÃO SEJA
MANTIDA PARA TODOS OS DOCUMENTOS DE PROJETO.
(6) O FENÔMENO ELETROMAGNÉTICO INCLUI CALOR, ONDAS DE RÁDIO, RADIAÇÃO NUCLEAR E LUZ.
(7) APLICAÇÃO RESTRITA AOS FLUXOGRAMAS SIMPLIFICADOS E CONCEPTUAIS.
54
4. SENSORES DE TEMPERATURA
4. SENSORES DE TEMPERATURA
4.1 INTRODUÇÃO
O objetivo de se medir e controlar as diversas variáveis físicas em processos industriais é obter produtos
de alta qualidade, com melhores condições de rendimento e segurança, a custos compatíveis com as
Nos diversos segmentos de mercado, sejam estes, químico, petroquímico, siderúrgico, cerâmico,
farmacêutico, vidreiro, alimentício, papel e celulose, hidrelétrico, nuclear entre outros, a monitoração da
Pirometria - Medição de altas temperaturas, na faixa onde os efeitos de radiação térmica passam a se
manifestar.
temperatura.
Termometria - Termo mais abrangente (medida de temperatura) que incluiria tanto a pirometria,
4.2 TEMPERATURA
A grandeza física temperaturas é definida como o grau de agitação das moléculas que constituem as
substâncias. Quanto mais rápido o movimento das moléculas mais quente se apresenta o corpo.
Assim, a temperatura é representada em uma escala numérica, onde, quanto maior o seu valor, maior
é a energia cinética média dos átomos do corpo em questão. Outros conceitos que se confundem às vezes com
• A Energia Térmica de um corpo é a somatória das energias cinéticas, dos seus átomos, e além
Até o final do século XVI, quando foi desenvolvido o primeiro dispositivo para avaliar temperatura, os
sentidos do nosso corpo foram os únicos elementos de que dispunham os homens para dizer se certo corpo
estava mais quente ou frio do que um outro, apesar da inadequação destes sentidos sob ponto de vista
55
Instrumentação e Redes Industriais
científico. A literatura geralmente reconhece três meios distintos de transmissão de calor: condução, radiação
e convecção.
4.2.1 Condução
A condução é um processo pelo qual o calor flui de uma região de alta temperatura para outra de
temperatura mais baixa, dentro de um meio sólido, líquido ou gasoso ou entre meios diferentes em contato
físico direto.
4.2.2 Radiação
A radiação é um processo pelo qual o calor flui de um corpo de alta temperatura para um de baixa,
quando os mesmos estão separados no espaço, ainda que exista um vácuo entre eles.
4.2.3 Convecção
A convecção é um processo de transporte de energia pela ação combinada da condução de calor,
dificuldade para atribuir valores de forma padronizada à temperatura por meio de escalas reproduzíveis, como
As escalas que ficaram consagradas pelo uso foram Fahrenheit e a Celsius. A escala Fahrenheit é definida
atualmente com o valor 32 no ponto de fusão do gelo e 212 no ponto de ebulição da água. O intervalo entre
estes dois pontos é dividido em 180 partes iguais, e cada parte é um grau Fahrenheit.
A escala Celsius é definida atualmente com o valor zero no ponto de fusão do gelo e 100 no ponto de
ebulição da água. O intervalo entre os dois pontos está dividido em 100 partes iguais, e cada parte é um grau
Celsius. A denominação "grau centígrado" utilizada anteriormente no lugar de "Grau Celsius", não é mais
Tanto a escala Celsius como a Fahrenheit, são relativas, ou seja, os seus valores numéricos de referência
qual é impossível ultrapassar, pela própria definição de temperatura. Este ponto, onde cessa praticamente
todo movimento atômico, é o zero absoluto de temperatura. Através da extrapolação das leituras do
56
4. SENSORES DE TEMPERATURA
termômetro a gás, pois os gases se liquefazem antes de atingir o zero absoluto, calculou-se a temperatura
Existem escalas absolutas de temperatura, assim chamadas porque o zero delas é fixado no zero absoluto
de temperatura.
Existem duas escalas absolutas atualmente em uso: a Escala Kelvin e a Rankine. A Escala Kelvin possui
a mesma divisão da Celsius, isto é, um grau Kelvin é igual a um grau Celsius, porém o seu zero se inicia no
ponto de temperatura mais baixa possível, 273,15 graus abaixo do zero da Escala Celsius. A Escala Rankine
possui obviamente o mesmo zero da escala Kelvin, porém sua divisão é idêntica à da Escala Fahrenheit. A
A Escala Fahrenheit é usada principalmente na Inglaterra e Estados Unidos da América, porém seu uso
tem declinado a favor da Escala Celsius de aceitação universal. A Escala Kelvin é utilizada nos meios
científicos no mundo inteiro e deve substituir no futuro a escala Rankine quando estiver em desuso a
Fahrenheit. Existe outra escala relativa, a Reamur, hoje já praticamente em desuso. Esta escala adota como
zero o ponto de fusão do gelo e 80 o ponto de ebulição da água. O intervalo é dividido em oitenta partes
entre elas.
R K °C °F Celsius ↔
PONTO DE
EBULIÇÃO
671,67 373,15 100 212 Fahrenheit
DA ÁGUA
180
DIVISÕES 100
Rankine ↔ =459,67+
DIVISÕES
Fahrenheint
PONTO DE 491,67 -273,15 0 32
FUSÃO DO
GELO Kelvin ↔
Celsius
A mudança de estado de substâncias puras (fusão, ebulição) é normalmente desenvolvida sem alteração
na temperatura. Todo calor recebido ou cedido pela substância é utilizado pelo mecanismo de mudança de
estado.
57
Instrumentação e Redes Industriais
4.2.6 Normas e padrões internacionais
Com o desenvolvimento tecnológico diferente em diversos países, criou-se uma série de normas e
padronizações, cada um atendendo a uma dada região. As mais importantes são: ISA [AMERICANA]; DIN
Para atender as diferentes especificações técnicas na área da termometria, cada vez mais se somam os
esforços com o objetivo de se unificar estas normas. Para tanto, a Comissão Internacional Eletrotécnica - IEC
vem desenvolvendo um trabalho junto aos países envolvidos neste processo normativo, não somente para
obter normas mais completas e aperfeiçoadas, mas também de prover meios para a internacionalização do
Como um dos participantes desta comissão, o Brasil, através da Associação Brasileira de Normas
Técnicas - ABNT está também diretamente interessado no desdobramento deste assunto e vem adotando tais
suas características físicas ao se equalizar com o meio a ser determinada a temperatura. Como exemplos,
poderíamos citar a dilatação do mercúrio num termômetro de vidro, a geração de tensão num termopar, a
Dos inúmeros tipos de sensores de temperatura existentes, como termômetros de vidro, termômetros
industrialmente são os termopares e as Termoresistências. Segue uma descrição dos principais sensores de
temperatura:
de um líquido com a temperatura dentro de um recipiente fechado. A equação que rege esta relação é:
() (* +1 + , ∆ +, ∆ + ,. ∆ ./
(Eq. 4.1)
onde: t = Temperatura do líquido em °C; V0 = Volume do líquido à temperatura inicial de referência t0; Vt
58
4. SENSORES DE TEMPERATURA
Teoricamente esta relação não é linear, porém como os termos de segunda e terceira ordem são
() (* +1 , ∆ / (Eq. 4.2)
Os tipos podem variar conforme sua construção: - Recipiente de vidro transparente; - Recipiente
metálico.
capilar de seção, mais uniforme possível fechado na parte superior, Figura 4.2.
O reservatório e parte do capilar são preenchidos de um líquido. Na parte superior do capilar existe um
alargamento que protege o termômetro no caso da temperatura ultrapassar seu limite máximo. Após a
calibração, a parede do tubo capilar é graduada em graus ou frações deste. A medição de temperatura se faz
pela leitura da escala no ponto em que se tem o topo da coluna líquida. Os líquidos mais usados são: Mercúrio,
Nos termômetros industriais, o bulbo de vidro é protegido por um poço metálico e o tubo capilar por
um invólucro metálico. No termômetro de mercúrio, pode-se elevar o limite máximo até 550 °C injetando-se
gás inerte sob pressão, evitando a vaporização do mercúrio. Por ser frágil e impossível registrar sua indicação
ou transmiti-la à distância, o uso deste termômetro é mais comum em laboratórios ou em indústrias, com a
Neste termômetro, o líquido preenche todo o recipiente e sob o efeito de um aumento de temperatura
59
Instrumentação e Redes Industriais
ESCALA DE
TEMPERATURA
bulbo de metal - capilar metálico -
Recipiente metálico
SENSOR elemento sensor
VOLUMÉTRICO PONTEIRO
PINHÃO
BRAÇO DE
LIGAÇÃO
líquido preenche todo o instrumento
SETOR
DENTADO
ΔT líquido se dilata deformando
CAPILAR elasticamente o elemento sensor
leitura linear
BULBO
- Bulbo
Suas dimensões variam de acordo com o tipo de líquido e principalmente com a sensibilidade desejada.
Os líquidos mais usados e sua faixa de utilização são apresentados na Tabela 4.1.
- Capilar
Suas dimensões são variáveis, sendo que o diâmetro interno deve ser o menor possível, a fim de evitar
a influencia da temperatura ambiente, porém não deve oferecer resistência a passagem do líquido em expansão.
- Elemento de Medição
O elemento usado é o Tubo de Bourdon, podendo ser: Tipo espiral, Tipo C e Tipo Helicoidal, Figura
4.4. Os materiais mais usados são: bronze, fosforoso, cobre - berílio, aço - inox e aço - carbono.
Pelo fato deste sistema utilizar líquido inserido num recipiente e da distância entre o elemento sensor e
o bulbo ser considerável, as variações na temperatura ambiente afeta não somente o líquido no bulbo, mas
em todo o sistema (bulbo, capilar e sensor) causando erro de indicação ou registro. Este efeito da temperatura
ambiente é compensado de duas maneiras que são denominadas classe 1A e classe 1B.
60
4. SENSORES DE TEMPERATURA
Na classe 1B a compensação é feita somente no sensor, através de uma lâmina bimetálica. Este sistema
é normalmente preferido por ser mais simples, porém o comprimento máximo do capilar para este sistema de
Quando esta distância for maior o instrumento deve possuir sistema de compensação classe 1A, onde a
compensação é feita no sensor e no capilar, por meio de um segundo capilar ligado a um elemento de
compensação idêntico ao de medição, sendo os dois ligados em oposição. O segundo capilar tem comprimento
idêntico ao capilar de medição, porém não está ligado a um bulbo. A aplicação destes termômetros se encontra
na indústria em geral para indicação e registro, pois permite leituras remotas e por ser o mais preciso dos
sistemas mecânicos de medição de temperatura, porém não é recomendável para controle por causa de seu
tempo de resposta ser relativamente grande. O poço de proteção permite manutenção com o processo em
operação. Recomenda-se não dobrar o capilar com curvatura acentuada para que não se forme restrições que
bulbo, elemento de medição e capilar de ligação entre estes dois elementos, Figura 4.5. O volume do conjunto
é constante e preenchido com um gás a alta pressão. Com a variação da temperatura, o gás varia sua pressão
61
Instrumentação e Redes Industriais
conforme, aproximadamente a lei dos gases perfeitos, com o elemento de medição operando como medidor de
01 03 0
⋯ (Eq. 4.3)
21 23 2
Observa-se que as variações de pressão são linearmente dependentes da temperatura, sendo o volume
constante.
Características: O gás mais utilizado é o N2 e geralmente é pressurizado com uma pressão de 20 a 50 atm,
na temperatura mínima a medir. Sua faixa de medição vai de -100 a 600 °C, sendo o limite inferior devido a
própria temperatura crítica do gás e o superior proveniente do recipiente apresentar maior permeabilidade ao
gás nesta temperatura, o que acarretaria sua perda inutilizando o termômetro. Na Tabela 4,2 são dispostos
baseando o seu funcionamento na Lei de Dalton: "A pressão de vapor saturado depende somente de sua
temperatura e não de seu volume". Portanto para qualquer variação de temperatura haverá uma variação na
tensão de vapor do gás liquefeito colocado no bulbo do termômetro e, em consequência disto, uma variação
62
4. SENSORES DE TEMPERATURA
4.3.4 Termômetros Bimetálicos
Princípio de funcionamento: Baseia-se no fenômeno da dilatação linear dos metais com a
temperatura. Sendo:
) * 1 4∆ (Eq. 4.4)
onde: t= temperatura do metal em °C; Lo = comprimento do metal à temperatura inicial de referência to; Lt
enrolada em forma de espiral ou hélice, o que aumenta bastante a sensibilidade, Figura 4.6.
O termômetro mais usado é o de lamina helicoidal, e consiste em um tubo bom condutor de calor, no
interior do qual é fixado um eixo que por sua vez recebe um ponteiro que se desloca sobre uma escala.
Normalmente usa-se o invar (aço com 64% Fe e 36% Ni) com baixo coeficiente de dilatação e o latão como
A faixa de trabalho dos termômetros bimetálicos vai aproximadamente de -50 a 800°C, sendo sua escala
de ligas homogêneas (Figura 4.7). Os fios são soldados em um extremo ao qual se dá o nome de junta quente
ou junta de medição. A outra extremidade dos fios é levada ao instrumento de medição de f.e.m. (força
63
Instrumentação e Redes Industriais
eletromotriz), fechando um circuito elétrico por onde flui a corrente. O ponto onde os fios que formam o
BLOCO DE JUNTA DE
LIGAÇÃO REFERÊNCIA
INSTRUMENTO
GRADIENTE DE TEMPERATURA )( T) INDICADOR OU
CONTTROLADOR
O aquecimento da junção de dois metais gera o aparecimento de uma f.e.m. Este princípio conhecido
por efeito Seebeck propiciou a utilização de termopares para a medição de temperatura. Nas aplicações
práticas o termopar apresenta-se normalmente conforme a figura acima. O sinal de f.e.m. gerado pelo gradiente
de temperatura (∆T) existente entre as juntas quente e fria será de um modo geral indicado, registrado ou
transmitido.
temperaturas, quatro fenômenos ocorrem simultaneamente: o efeito Seebeck, o efeito Peltier, o efeito Thomson
e o efeito Volta.
A aplicação científica e tecnológica dos efeitos termoelétricos é muito importante e sua utilização no
futuro é cada vez mais promissora. Os estudos das propriedades termoelétricas dos semicondutores e dos
metais levam, na prática, à aplicação dos processos de medições na geração de energia elétrica (bateria solar)
e na produção de calor e frio. O controle de temperatura feito por pares termoelétricos é uma das importantes
aplicações do efeito Seebeck. Atualmente, busca-se o aproveitamento industrial do efeito Peltier, em escala,
O fenômeno da termoeletricidade foi descoberto em 1821 por T.J. Seebeck quando ele notou que em um
circuito fechado, formado por dois condutores diferentes A e B, ocorre uma circulação de corrente enquanto
existir uma diferença de temperatura ∆T entre as suas junções. Denominamos a junta de medição de T, e a
outra, junta de referência de Tr. A existência de uma f.e.m. térmica AB no circuito é conhecida como efeito
Seebeck. Quando a temperatura da junta de referência é mantida constante, verifica-se que a f.e.m. térmica
64
4. SENSORES DE TEMPERATURA
é uma função da temperatura T da junção de teste, Figura 4.8. Este fato permite utilizar um par termoelétrico
como um termômetro.
A (+)
I
T Tr
B (-)
O efeito Seebeck se produz pelo fato de que os elétrons livres de um metal diferem de um condutor para
outro e depende da temperatura. Quando dois condutores diferentes são conectados para formar duas junções
e estas são mantidas a diferentes temperaturas, a difusão dos elétrons nas junções se produz a ritmos
diferentes.
se, mediante uma bateria exterior, produz-se uma corrente no termopar, as temperaturas das junções variam
em uma quantidade não inteiramente devida ao efeito Joule. Esta variação adicional de temperatura é o efeito
Peltier, Figura 4.9. O efeito Peltier produz-se tanto pela corrente proporcionada por uma bateria exterior
E A (+)
T + ΔT T - ΔT
B (-)
O coeficiente Peltier depende da temperatura e dos metais que formam uma junção, sendo independente
da temperatura da outra junção. O calor Peltier é reversível. Quando se inverte o sentido da corrente,
permanecendo constante o seu valor, o calor Peltier é o mesmo, porém em sentido oposto.
fios metálicos de um par termoelétrico, que não transporta corrente, origina uma distribuição uniforme de
temperatura em cada fio. Quando existe corrente, modifica-se em cada fio a distribuição de temperatura em
65
Instrumentação e Redes Industriais
uma quantidade não inteiramente devida ao efeito Joule. Essa variação adicional na distribuição da
O efeito Thomson depende do metal de que é feito o fio e da temperatura média da pequena região
considerada. Em certos metais há absorção de calor, quando uma corrente elétrica flui da parte fria para a
parte quente do metal e que há geração de calor quando se inverte o sentido da corrente. Em outros metais
ocorre o oposto deste efeito, isto é, há liberação de calor quando uma corrente elétrica flui da parte quente
para a parte fria do metal. Conclui-se que, com a circulação de corrente ao longo de um fio condutor, a
distribuição de temperatura neste condutor se modificará, tanto pelo calor dissipado por efeito Joule, como
"Quando dois metais estão em contato a um equilíbrio térmico e elétrico, existe entre eles uma diferença
Esta diferença de potencial depende da temperatura e não pode ser medida diretamente.
a enunciação das três leis que constituem a base da teoria termoelétrica nas medições de temperatura com
termopares, portanto, fundamentados nestes efeitos e nestas leis, podemos compreender todos os fenômenos
Em outras palavras, a f.e.m. medida depende única e exclusivamente da composição química dos dois
um ponto qualquer, ao longo dos fios dos termopares, que esta não influirá na f.e.m. produzida pela diferença
de temperatura entre as juntas, portanto, podem-se fazer medidas de temperaturas em pontos bem definidos
diferentes é zero, se todo o circuito estiver a mesma temperatura". Deduz-se daí que um circuito termoelétrico,
composto de dois metais diferentes, a f.e.m. produzida não será alterada ao inserirmos, em qualquer ponto do
circuito, um metal genérico, desde que as novas junções sejam mantidas a temperaturas iguais, Figura 4.11.
Um exemplo de aplicação prática desta lei é a utilização de contatos de latão ou cobre, para interligação
as suas junções, as temperaturas T1 e T3 respectivamente, é a soma algébrica da f.e.m. deste circuito, com
538 °C 38 °C 24 °C
E1
B
A
E2
A
B E3
B
de temperatura entre as juntas, isto é, a cada grau de variação de temperatura, podemos observar uma
variação da f.e.m. gerada pelo termopar, podemos, portanto, construir uma tabela de correlação entre
temperatura e a f.e.m. Essas tabelas foram padronizadas por diversas normas internacionais e levantadas de
acordo com a Escala Prática Internacional de Temperatura de 1968 (IPTS-68), recentemente atualizada pela
ITS-90, para os termopares mais utilizados. Por uma questão prática padronizou-se o levantamento destas
curvas com a junta de referência à temperatura de 0°C. A Figura 4.13 representa esta correlação para
diferentes tipos de termopares segundo a norma ANSI, com a junta de referência a 0°C.
mV
70
E
60
50
K
40
J
N
30
20 R
T S
B
10
devem possuir uma relação razoavelmente linear entre temperatura e f.e.m.; devem desenvolver uma f.e.m.
por grau de mudança de temperatura, que seja detectável pelos equipamentos normais de medição.
Foram desenvolvidas diversas combinações de pares de Ligas Metálicas, desde os mais corriqueiros de
uso industrial, até os mais sofisticados para uso especial ou restrito a laboratório. Essas combinações foram
feitas de modo a se obter uma alta potência termoelétrica, aliando-se ainda as melhores características como
homogeneidade dos fios e resistência a corrosão, na faixa de utilização, assim cada tipo de termopar tem uma
faixa de temperatura ideal de trabalho, que deve ser respeitada, para que se tenha a maior vida útil do mesmo.
68
4. SENSORES DE TEMPERATURA
Podemos dividir os termopares em três grupos: Termopares Básicos; Termopares Nobres e
Termopares Especiais.
aplicação admite um limite de erro maior. Nas Tabelas 4.3 a 4.6 são apresentadas as informações dos
TERMOPAR TIPO T
T - Adotado pela Norma ANSI
NOMENCLATURAS
CC - Adotado pela Norma JIS
LIGA Cu – Co → Cobre – Constantan
POLO : Cobre – (99,9 %)
POLO : Constantan - São as ligas de Cu-Ni compreendidos no intervalo entre Cu (50 %)
COMPOSIÇÃO
e Cu (65 %) Ni (35 %). A composição mais utilizada para este tipo de termopar
é de Cu (58 %) e Ni (42 %)
Faixa de utilização: - 200 °C a 370 °C
CARACTERÍSTICAS
f.e.m. produzida: - 5,603 mV a 19,027 mV
Criometria (baixas temperaturas), Indústrias de refrigeração, Pesquisas agronômicas e
APLICAÇÕES
ambientais, Química e Petroquímica
TERMOPAR TIPO J
J - Adotada pela Norma ANSI
NOMENCLATURAS
IC - Adotada pela Norma JIS
LIGA Fe-Co → Ferro – Constantan
POLO : Ferro – (99,5 %)
COMPOSIÇÃO
POLO : Constantan – Cu (58 %) e Ni (42 %).
Faixa de utilização: -40 °C a 760 °C
CARACTERÍSTICAS
f.e.m. produzida: - 1,960 mV a 42,922 mV
APLICAÇÕES Centrais de energia, Metalúrgica, Química, Petroquímica, indústrias em geral
Tabela 4. 5 - Termopar Básico: Tipo E
TERMOPAR TIPO E
E - Adotada pela Norma ANSI
NOMENCLATURAS
CE - Adotada pela Norma JIS
LIGA NiCr-Co Chromel – Constantan
POLO : Chromel – Ni (90 %) e Cr (10 %)
COMPOSIÇÃO
POLO : Constantan – Cu ( 58 % ) e Ni ( 42 %)
Faixa de utilização: -200 °C a 870 °C
CARACTERÍSTICAS
f.e.m. produzida: - 8,824 mV a 66,473 mV
APLICAÇÕES Química e Petroquímica
69
Instrumentação e Redes Industriais
Tabela 4. 6 - Termopar Básico: Tipo K
TERMOPAR TIPO K
K - Adotada pela Norma ANSI
NOMENCLATURAS
CA - Adotada pela Norma JIS
LIGA NiCr-NiMnSiAl Chromel – Alumel
POLO : Chromel – N i(90 %) e Cr (10 %)
COMPOSIÇÃO
POLO : Alumel – Ni (95,4 %), Mn (1,8 %), Si (1,6 %), Al (1,2 %)
Faixa de utilização: - 200 °C a 1260 °C
CARACTERÍSTICAS
f.e.m. produzida: - 5,891 mV a 50,99 mV
Metalúrgicas, Siderúrgicas, Fundição, Usina de Cimento e Cal, Vidros, Cerâmica,
APLICAÇÕES
Indústrias em geral
instrumentos receptores de alta sensibilidade, devido à baixa potência termoelétrica, apresentam uma
altíssima precisão, dada a homogeneidade e pureza dos fios dos termopares. Nas Tabelas 4.7 a 4.9 são
TERMOPAR TIPO S
NOMENCLATURAS S - Adotada pela Norma ANSI
LIGA PtRh(10 %) – Pt
POLO : Platina (90%) e Rhodio (10 %)
COMPOSIÇÃO
POLO : Platina (100 %)
Faixa de utilização: 0 °C a 1600 °C
CARACTERÍSTICAS
f.e.m. produzida: 0 mV a 16,771 mV
Siderúrgica, Fundição, Metalúrgica, Usina de Cimento, Cerâmica, Vidro e Pesquisa
Científica.
APLICAÇÕES
Observação: É utilizado sensores descartáveis na faixa de 1200 a 1768 °C, para medição de
metais líquidos em Siderúrgicas e Fundições.
TERMOPAR TIPO R
NOMENCLATURAS R - Adotada pela Norma ANSI
LIGA PtRh(13 %) – Pt
POLO : Platina (87 %) e Ródio (13 %)
COMPOSIÇÃO
POLO : Platina (100 %)
Faixa de utilização: 0 °C a 1600 °C
CARACTERÍSTICAS
f.e.m. produzida: 0 mV a 18,842 mV
APLICAÇÕES As mesmas do tipo S
70
4. SENSORES DE TEMPERATURA
Tabela 4. 9 - Termopar Nobre: Tipo B
TERMOPAR TIPO B
NOMENCLATURAS B - Adotada pela Norma ANSI
LIGA PtRh(30 %) – PtRh(6 %)
POLO : Platina (70 %) e Ródio (30 %)
COMPOSIÇÃO
POLO : Platina (94 %) e Ródio (6 %)
Faixa de utilização: 600 a 1700 °C
CARACTERÍSTICAS
f.e.m. produzida: 1,791 mV a 12,426 mV
APLICAÇÕES Vidro, Siderúrgica, alta temperatura em geral
Novos tipos de termopares foram desenvolvidos para atender as condições de processo onde os
termopares básicos não podem ser utilizados. Estes tipos de termopares são apresentados na Tabela 4.10.
de referência a 0°C (ponto de solidificação da água), porém nas aplicações práticas dos termopares junta de
referência é considerada nos terminais do instrumento receptor e esta se encontra a temperatura ambiente
que é normalmente diferente de 0°C e variável com o tempo, tornando assim necessário que se faça uma
71
Instrumentação e Redes Industriais
Os instrumentos utilizados para medição de temperatura com termopares costumam fazer a correção
da junta de referência automaticamente, sendo um dos métodos utilizados, a medição da temperatura nos
terminais do instrumento, através de circuito eletrônico, sendo que este circuito adiciona a tensão em mV que
chega aos terminais, esta tensão em mV correspondente a diferença de temperatura de 0°C à temperatura
ambiente.
Existem também alguns instrumentos em que a compensação da temperatura é fixa em 20°C ou 25°C.
Neste caso, se a temperatura ambiente for diferente do valor fixo, o instrumento indicará a temperatura com
um erro que será tanto maior quanto maior for a diferença de temperatura ambiente e do valor fixo.
É importante não esquecer que o termopar mede realmente a diferença entre as temperaturas das
junções. Então para medirmos a temperatura do ponto desejado precisamos manter a temperatura da junção
de referência invariável.
EXEMPLO 4.1: A figura abaixo representa o esquema de um termopar tipo K onde a junta de medição
(JM) está a 50 °C e a junta de referência (FR) a 25 °C. Qual a temperatura correta a ser medida pelo termômetro?
Resolução:
EJM(50°C) tabela termopar tipo K=2,023 mV; EJM(25°C) tabela termopar tipo K=1,000 mV [tabela de tensão termoelétrica relacionada ao
termopar tipo K]
Sem realização a compensação na junta de referência tem:
87 ∆7 79: 79; 2,023 1,000 1,023 @( → 26 °C,
Esta temperatura obtida pelo cálculo está errada, pois o valor da temperatura correta que o termômetro tem que medir
é de 50°C.
Adicionando a compensação na junta de referência temos: 87 ∆7 7D , sendo Ea é o tensão a temperatura do
ambiente da junta de referência. Assim, temos:
87 79: 79; 7D 2,023 1,00 1,00 2,023 @( → 50 °C
A leitura agora está correta, pois 2,25 mV corresponde a 50°C que é a temperatura do processo. Hoje em dia a maioria
dos instrumentos faz a compensação da junta de referência automaticamente. A compensação da junta de referência
pode ser feita manualmente. Adiciona-se o valor da tensão na tabela correspondente a temperatura ambiente ao valor
da tensão lida em um milivoltímetro.
Nestas condições torna-se necessário que o instrumento seja ligado ao termopar, através de fios que
possuam uma curva de força eletromotriz em função da temperatura similar aquela do termopar, afim de que
72
4. SENSORES DE TEMPERATURA
1. Convenciona-se chamar de fios aqueles condutores constituídos por um eixo sólido e de cabos
aqueles formados por um feixe de condutores de bitola menor, formando um condutor flexível.
2. Chama-se de fios ou cabos de extensão aqueles fabricados com as mesmas ligas dos termopares
3. Chama-se de fios ou cabos de compensação àqueles fabricados com ligas diferentes das dos
termopares a que se destinam, porém que forneçam, na faixa de utilização recomendada, uma
Os fios e cabos de extensão e compensação são recomendados na maioria dos casos para utilização desde
padrão, que é adotado como padrão absoluto. Este erro pode ser expresso em graus Celsius ou em porcentagem
da temperatura medida, adotar sempre o que der maior. A Tabela 4.11 fornece os limites de erros dos
Limites de Erro
Termopar Faixa de Temperatura Standard Especial
(Escolher o Maior) (Escolher o Maior)
T 0 a 350ºC ±1ºC ou ±0,75% ±0,5ºC ou 0,4%
J 0 a 750ºC ±2,2ºC ou ±0,75% ±1,1ºC ou ±0,4%
E 0 a 900ºC ±1,7ºC ou ±0,5% ±1ºC ou ±0,4%
K 0 a 1250ºC ±2,2ºC ou ±0,75% ±1,1ºC ou ±0,4%
SeR 0 a 1450ºC ±1,5ºC ou ±0,25% ±0,6ºC ou ±0,1%
B 800 a 1700ºC ±0,5% -
T -200 a 0ºC ±1ºC ou ±1,5% -
E -200 a 0ºC ±1,7ºC ou ±1% -
K -200 a 0ºC ±2,2ºC ou ±2% -
solidez necessária e um bom contato elétrico entre os dois fios, sem, contudo, alterar as características
termoelétricas dos mesmos, podendo ser torcidos ao redor de outros antes da solda (junção torcida) ou
simplesmente serem encostados um no outro para ser soldado depois (junção de topo), Figura 4.14.
73
Instrumentação e Redes Industriais
(a) (b)
Figura 4. 14 – Junção de medição de um termopar: (a) junção torcida; (b) junção de topo
Para os termopares de base metálica com os tipos E, T, J e K, deve-se inicialmente fixar as pontas dos
fios antes da solda. Já para os termopares nobres, não há necessidade de se preparar a superfície, entretanto
deve-se tomar muito cuidado na manipulação dos fios, evitando a contaminação por óleo, suor ou poeira.
Entre as diferentes maneiras de se realizar um bom contato elétrico na junção de medição do termopar, a
solda é a mais utilizada, porque assegura uma ligação perfeita dos fios por fusões dos metais do termopar.
Com excessão da solda prata, não é colocado nenhum outro material metálico para se realizar a solda, tendo
somente a fusão dos metais. O único inconveniente da soldagem é, se a chama do maçarico não estiver bem
regulada, de contaminar os fios criando heterogeneidades; o que pode tirar o termopar de sua curva de
calibração.
Lembrar que numa solda feita a maçarico oxi-acetileno, se a porcentagem do oxigênio for muito pequena,
tem-se uma chama com características redutoras, o que é prejudicial aos termopares do tipo E, K, S, R e B.
O ajuste do tipo de chama adequado é muitas vezes dado pela coloração da chama. Além do maçarico, pode-
está fora das especificações admitidas por norma, ou seja, apresentam erros positivos ou negativos que podem
ir desde décimos até centenas de graus centígrados. Outras fontes de erros em termopares são: não
homogeneidade das ligas; tensões mecânicas nos fios; choque térmico; fios de pequenos
requerido, mas a maioria tem por objetivo maior precisão, maior segurança operacional, aumento da eficiência,
melhor qualidade, redução nos índices de refugo, aumento do período entre paradas, diminuição da
74
4. SENSORES DE TEMPERATURA
manutenção corretiva, menor desgaste de equipamento, menor periodicidade de troca de refratários e menores
custos de produção.
vários pontos fixos de temperatura como pontos de solidificação, ebulição e pontos triplos de substâncias
Para a realização da aferição coloca-se o sensor a ser aferido nestes pontos fixos e faz-se a leitura do
sinal gerado com um instrumento padrão. O sinal lido é comparado com o valor conhecido do ponto fixo,
Isto é feito em várias temperaturas diferentes para cobrir toda a faixa de trabalho do sensor. Este é um
método de extrema precisão, porém, de dificuldade de realização, pois exige um laboratório altamente
sofisticado assim como instrumentos padrões para a leitura. Devido ao grau de precisão e a repetibilidade
alcançados (algumas vezes até de 0,0001ºC) é usado para a determinação sensores padrões.
O sensor padrão (para termopares usa-se normalmente os tipos S ou R) possui um certificado de aferição
em várias temperaturas, levantado contra um padrão hierarquicamente superior a ele (padrão primário,
secundário); e garantido sua precisão, estabilidade e repetibilidade devido ao seu uso não contínuo, além de
Como meio termostatado ou ambiente com temperatura controlada e estabilizada, usam-se diferentes
tipos de banhos e fornos (para trabalhar em toda a faixa de temperatura), que garantem estabilidade e
Usa-se Banho de Líquido Agitado para temperaturas negativas até aproximadamente 630ºC, garantindo
excelente homogeneidade e estabilidade. Para temperaturas de -70 a 980ºC utilizam-se Banhos de Leito
75
Instrumentação e Redes Industriais
4.13.2a Procedimentos de aferição
Coloca-se o forno numa temperatura desejada, com os termopares que se deseja aferir na mesma posição
que o sensor padrão. Isto é fundamental para que tenhamos a mesma temperatura nos dois sensores.
Espera-se um tempo de estabilização para a completa homogeneização do forno com os sensores a serem
aferidos.
Para a compensação da junção de referência, utiliza-se um banho de gelo ou zero eletrônico, caso o
instrumento de leitura não o faça; ou ligando diretamente os termopares no instrumento se este tiver o circuito
Faz-se a leitura dos sinais gerados tanto do padrão como dos sensores em teste. Corrigido o desvio do
padrão (com seu respectivo certificado), faz-se a conversão dos sinais para unidades de engenharia (ºC ou ºF)
e verifica-se a diferença entre as duas indicações (ºC teste - ºC padrão). Esta diferença não deve ser maior
Após estes procedimentos, eleva-se a temperatura do banho ou forno para outro valor estabelecido e
não exigindo laboratórios sofisticados como no caso da aferição por pontos fixos.
OBSERVAÇÕES:
O fato da tensão de saída de um termopar ser desenvolvida em regiões de gradientes de temperatura, e não
em junções, apresenta algumas implicações importantes ao se buscar uma precisão na medição de temperatura.
É importante que os condutores dos termopares em regiões de gradientes de temperatura, sejam química e
fisicamente homogêneos; qualquer porção não homogênea do termopar (partes dos condutores química ou
fisicamente alterados) deve estar em áreas isotérmicas. Isto tem fundamental importância quando os sensores
são aferidos depois de serem utilizados durante algum tempo.
Num meio termostatado, é provável que o gradiente de temperatura se encontre acima do comprimento um
tanto limitado do termopar que está sendo aferido. Ao se aferir qualquer termopar, assume-se que as
características termoelétricas são uniformes em todo o seu comprimento e a região de temperatura forme uma
amostra representativa do restante da unidade. Com um termopar novo, sem uso, isto geralmente representa
uma suposição satisfatória e a aferição será válida par qualquer distribuição subsequente de temperatura do
longo dele.
Além dos sensores padrões que são uma referência e os meios termostatados para aquecimento e estabilização,
é necessário também instrumentos para leitura e aquisição de dados, chaves seletoras, referenciadores de zero
grau, curvas e tabelas dos sensores.
76
4. SENSORES DE TEMPERATURA
4.14 FIOS E CABOS DE EXTENSÃO E COMPENSAÇÃO
Na grande maioria das aplicações dos termopares de medição de temperatura, o processo industrial fica
podermos utilizar um termopar de comprimento tal que vá do processo ao instrumento, os grandes custos
para este tipo de montagem inviabilizam-na totalmente (principalmente no caso de termopares nobres).
Poderíamos também usar para interligar o elemento sensor com o receptor, fios de cobre comuns,
conduzindo a tensão gerada pelo termopar até o instrumento. Mas como o termopar gera um sinal
proporcional à diferença de temperatura entre as suas junções (Egerada=Etemp. JM - Etemp. JR), e como normalmente
a temperatura do instrumento não é a mesma da junção de referência do termopar; torna-se necessário que o
instrumento seja ligado ao sensor através de fios que possuam uma curva similar àquela do termopar, a fim
de compensar a diferença de temperatura existente entre a junção de referência e o instrumento e para que
Portanto, fios e cabos de extensão e compensação (ou fios e cabos compensados), nada mais são que
outros termopares, cuja função além de conduzir o sinal gerado pelo sensor, é a de compensar os gradientes
EXEMPLO 4.2: Ligação do termopar ao instrumento usando fios de cobre comuns. Tem-se um termopar tipo K sujeito
a 1000ºC dentro do forno, com o cabeçote a 40ºC. Fios de cobre/cobre interligando o sensor até o instrumento (com
entrada a termopar tipo K e com compensação da temperatura ambiente) apresentam em sua entrada uma temperatura
de 25 ºC.
Resolução:
Onde:
E1 é a tensão gerada somente pelo termopar nas
temperaturas de 1000 °C a 40 °C
E2 é a suposta tensão gerada pelo cabo
E3 é a tensão de compensação da temperatura
ambiente, feito pelo instrumento nas temperaturas
de 25 °C a 0 °C
7 7 *** °F 75* °F 41,276 1,612
39,664 @(
7 0 @( J# K#'L"/K#'L"
7. 7 M °F 7* °F 1,000 0 1,000 @(
72N2OP 7 7 7. 40,664 @(
Portanto teremos indicado no instrumento uma
temperatura de 984,3ºC, quando estamos a 1000ºC
no forno, portanto com um erro de -15,7ºC ou 1,6%.
Utilizar tabela de tensão termoelétrica relacionada ao termopar tipo K
77
Instrumentação e Redes Industriais
Observa-se neste exemplo 2 pontos importantes:
diferentes entre suas extremidades; surgirão erros na indicação final de temperatura, pois o cabo de cobre não
compensou o diferencial de temperatura e nos levou a um erro. Este erro pode ser maior ou menor, dependendo
do gradiente de temperatura existente. Notar que este erro (-15,7ºC ou 1,6%) só é devido ao uso de cabos
não compensados, não estando incluso neste valor os erros do termopar e do instrumento.
2) Para este tipo de exemplo se utiliza cálculos individuais; tensão do termopar, do cabo e do
Utiliza-se o sufixo X, segundo a norma ANSI para designar que é fio ou cabo de extensão e compensação
EXEMPLO 4.3: Uso de Fios e Cabos Compensados. No exemplo visto anteriormente (exemplo 4.2), temos que o uso
de cabos de cobre / cobre nas condições citadas, acarretam um erro de -15,7ºC (erro somente devido ao não uso de cabos
compensados). Agora tem-se as mesmas condições porém, utilizando um cabo de extensão tipo K (KX).
Resolução:
Sendo:
7 7 *** °F 75* °F 41,276 1,612
39,664 @(
7 75* °F 7 M °F 1,612 1,000 0,612 @(
7. 7 M °F 7* °F 1,000 0 1,000 @(
72N2OP 7 7 7. 41,276 @(
Tivemos como resultado uma indicação correta da
temperatura do processo (E=41,276 mV 1000
°C), erro de 0 °C (0%), provando numericamente
que, quando existir um gradiente de temperatura
entre o cabeçote e a entrada do instrumento, deve-
se obrigatoriamente usar fios e cabos de extensão e
compensação para compensar este gradiente.
Utilizar tabela de tensão termoelétrica relacionada ao termopar tipo K
No próximo exemplo, mostramos porque o uso de cabos de cobre/cobre para os termopares do tipo B,
não acarretam em erros significativos, se a temperatura de suas extremidades não forem superiores a 50ºC.
78
4. SENSORES DE TEMPERATURA
EXEMPLO 4.4: Utilização de cabos de cobre/cobre em termopares tipo B. Tem-se um termopar tipo B sujeito
a 1200ºC dentro do forno, com o cabeçote a 50ºC. Fios de cobre/cobre interligando o sensor até o instrumento (com
entrada a termopar tipo B e com compensação da temperatura ambiente) apresentam em sua entrada uma temperatura
de 20 ºC.
Resolução:
Sendo:
7 7 ** °F 7M* °F 6,786 0,002 6,784 @(
7 0,000 @( J# K#'L"/K#'L"
7. 7 * °F 7* °F 0,003 0 0,003 @(
72N2OP 7 7 7. 6,781 @(
Tivemos como resultado E=6,781 mV 1199,5 °C.
Portanto temos um erro de -0,5ºC (0,4%), o que é
desprezível em 1200ºC. Isto acontece porque na
faixa de 0 a 50ºC o termopar tipo B gera um sinal
extremamente baixo, não acarretando portanto, em
erros substanciais ao processo
relativamente afastados, por não convir que o aparelho esteja demasiadamente próximo ao local onde se mede
a temperatura. Nestas circunstâncias deve-se, processar a ligação entre os terminais do cabeçote e o aparelho,
através de fios de extensão ou compensação. Tal procedimento é executado sem problemas desde que, o
cabeçote onde estão os terminais do termopar e o registrador, esteja a mesma temperatura de medição, Figura
CABEÇOTE
CABO DE COBRE
38 °C
1,530 mV
0,00 mV
REGISTRADOR
24 °C
0,960 mV
TC TIPO K
20,735 mV + 20,735 mV
+ 0,000 mV
+ 0,960 mV
+21,695 mV 525 °C ERRO = - 13 °C
538 °C
22,265 mV
79
Instrumentação e Redes Industriais
Uma solução simples é que normalmente é usada na prática, será a inserção de fios de compensação
entre o cabeçote e o registrador. Estes fios de compensação em síntese, nada mais são que outros termopares
cuja função é compensar a queda da FEM que aconteceu no caso estudado, ocasionada pela diferença de
temperatura entre o cabeçote e o registrador. Vejamos o que acontece se, no exemplo anterior, ao invés de
cobre usamos um fio compensado. A Figura 4.16 demostra de que maneira se processa a instalação.
CABEÇOTE
CABO TIPO KX
38 °C
1,530 mV
0,570 mV
REGISTRADOR
24 °C
0,960 mV
TC TIPO K
20,735 mV + 20,735 mV
+ 0,570 mV
+ 0,960 mV
+ 22,265mV 538 °C ERRO = 0' °C
538 °C
22,265 mV
FORNO
Como no caso acima, a FEM efetiva no cabeçote é de 20,74 mV. Dela, até o registrador, são utilizados
fios de extensão compensados, os quais adicionam à FEM uma parcela igual a 0,57 mV, fazendo assim com
que chegue ao registrador uma FEM efetiva de 22,26 mV. Este valor corresponderá a temperatura real dentro
do forno (538 °C). A vantagem desta técnica é que os fios de compensação, além de terem custo menor que
forno esteja a 538 °C, o cabeçote a 38 °C e o registrador a 24 °C. Devido a diferença de temperatura entre o
cabeçote e o registrador, será gerada uma FEM de 0,57 mV. Porém em virtude da simples inversão, o fio
positivo está ligado no borne negativo do registrador e vice-versa. Isto fará com que a FEM produzida ao
longo do circuito se oponha àquela do circuito de compensação automática do registrador. Isto fará com que
80
4. SENSORES DE TEMPERATURA
CABEÇOTE
CABO TIPO KX
38 °C
1,530mV
0,570mV
REGISTRADOR
24 °C
0,960 mV
TC TIPO K
20,735 mV - 20,735 mV
+ 0,570 mV
+ 0,960 mV
- 19,205 mV
538 °C
22,265 mV
FORNO
uma simples inversão é constatada, é comum pensar-se que uma nova troca de ligação dos terminais
compensará o erro. Porém isto não acontece, e a única maneira de solucionar o problema será efetuar uma
CABEÇOTE
CABO TIPO KX
38 °C
1,530 mV
0,570 mV
REGISTRADOR
24 °C
0,960 mV
TC TIPO K
20,731 mV + 20,735 mV
- 0,570 mV
+ 0,960 mV
+ 21,105 mV 511 °C ERRO = - 27 °C
538 °C
22,265 mV
FORNO
isolante de óxido de magnésio, altamente compactado em uma bainha externa metálica, Figura 4.19. Devido
a esta construção, os condutores do par termoelétrico ficam totalmente protegidos contra a atmosfera exterior,
função dos condutores estarem completamente protegidos contra a ação de gases e outras condições
II. Resistência mecânica: O pó muito bem compactado, contido dentro da bainha metálica, mantém
os condutores uniformemente posicionados, permitindo que o cabo seja dobrado achatado, torcido ou estirado,
suporte pressões externas e choque térmico, sem qualquer perda das propriedades termoelétricas.
mineral, com bainhas de diâmetro externo até 1,0 mm, permitindo a medida de temperatura em locais que
IV. Impermeabilidade a água, óleo e gás: A bainha metálica assegura a impermeabilidade à água,
óleo e gás.
grande resistência mecânica, asseguram facilidade de instalação, mesmo nas situações mais difíceis.
VI. Adaptabilidade: A construção do termopar de isolação mineral permite que o mesmo seja tratado
como se fosse um condutor sólido. Em sua capa metálica podem ser montados acessórios, por soldagem ou
brasagem e quando necessário, sua seção pode ser reduzida ou alterada em sua configuração.
VII. Resposta mais Rápida: A pequena massa e a alta condutividade térmica do pó de óxido de
magnésio proporcionam ao termopar de isolação mineral um tempo de resposta que é virtualmente igual ao
82
4. SENSORES DE TEMPERATURA
VIII. Resistência a Corrosão: As bainhas podem ser selecionadas adequadamente para resistir ao
ambiente corrosivo.
IX. Resistência de isolação elevada: O termopar de isolação mineral tem uma resistência de
isolação elevada, numa vasta gama de temperaturas, a qual pode ser mantida sob condições mais úmidas.
4.18.1 Isoladores
Sua função é a de isolar eletricamente os termoelementos e resistir a altas temperaturas. Os isoladores
são feitos de cerâmica; para termopares básicos usa-se um material a base de sílica em vários tamanhos e
formatos; podendo ser redondos, ovais, de pequenos tamanhos e tendo de 1 a 6 furos. Já para os termopares
nobres, recomenda-se o uso de isoladores de alumina em uma única peça (capilar), para minimizar a
Nos termopares isolação mineral, o material usado como isolante é um pó de óxido de magnésio
altamente compactado. Em algumas aplicações específicas usam-se isoladores de teflon, PVC, fibra de vidro,
amianto e alguns tipos de plásticos, porém sempre com restrições com relação ao seu uso. Na Figura 4.20 são
83
Instrumentação e Redes Industriais
4.18.2 Blocos de Ligação
A função do bloco de ligação é a de interligar o termopar ao fio ou cabo de extensão ou compensação,
e prendê-los no cabeçote. A base é feita de cerâmica isolante e os contatos são feitos de latão niquelado ou
cobre.
4.18.3 Cabeçotes
A função do cabeçote (Figua 4.21) é a de proteger os contatos do bloco de ligação, facilitar a conexão
do tubo de proteção e do conduíte, além de manter uma temperatura estável nos contatos do bloco de ligação,
para que os contatos feitos de materiais diferentes do termopar não interfiram no sinal gerado por ele.
Os cabeçotes são feitos normalmente de alumínio ou ferro fundido, existindo também em vários tipos e
- Cabeçote Universal: é um cabeçote para uso geral em processos industriais. Seu corpo é feito em
alumínio ou ferro fundido e sua tampa é parafusada ao corpo ou com fixação do tipo baioneta.
- Cabeçote a Prova de Tempo: é um cabeçote mais robusto, indicado ambientes onde é necessária
a proteção contra os efeitos do meio ambiente como umidade, gases não inflamáveis, poeiras, vapores e
vedação (gaxetas), que fazem a vedação contra o tempo, vapor, gases e pó. Seu corpo é feito de alumínio ou
ferro fundido com sua tampa rosqueada para maior proteção, Figura 4.22. Sua classificação é NEMA 4.
84
4. SENSORES DE TEMPERATURA
classificadas ou locais contendo gases inflamáveis sujeitos a explosão. Construídos de acordo com as normas
brasileiras ABNT P-EB-239 e internacionais NEC 500 e NEMA 7 para invólucros a prova de explosão.
Tem como finalidade limitar os efeitos de uma eventual explosão ou incêndio no seu interior, evitando
que seus efeitos venham a atingir áreas seguras, instalações elétricas e painéis de controle. Possui resistência
mecânica bem superior aos anteriores, corpo em alumínio ou ferro fundido e tampa rosqueada para facilitar
a manutenção.
sensor ao cabo ou instrumento tornar-se-ia onerosa, faz-se uso dos conectores compensados, Figura 4.23. Estes
conectores compensados permitem uma rápida, prática e deficiente conexão entre os termopares e fios e cabos
São construídos com as mesmas ligas dos termopares (exceto para os tipos S e R que são de outros
materiais), para compensar gradientes de temperaturas que poderiam causar erros na medição como visto
anteriormente; seguindo os mesmos limites de erros para os fios e cabos de extensão e compensação segundo
É a chamada termopilha. Este tipo de ligação é muito utilizado em pirômetros de radiação total, ou seja, para
O instrumento de medição pode ou não compensar a tensão da junta de referência. Se compensar deverá
mede maior temperatura vai ligado ao positivo do instrumento. Os termopares sempre deverão ser do mesmo
tipo.
EXEMPLO 4.5: Dois termopares, tipo K, ligados em série oposta (Figura 4.25) estão medindo 56 °C e 50 °C
respectivamente, e a diferença será medida pelo milivoltímetro.
Resolução:
7MR° F 2,270 @(
7M*° F 2,022 @(
E total:
72N2OP 7 7
72N2OP 2,270 2,022 0,248 @(
72N2OP 0,248 @( → 6 °C
Não é necessário compensar a temperatura ambiente
desde que as juntas de referência estejam a mesma
temperatura
das tensões geradas nos diversos termopares se as resistências internas foram iguais.
60°C
- R +
+
25°C
20°C
-
R
(ambientes agressivos, esforços mecânicos entre outros). Genericamente usa-se o poço onde as condições do
processo requisitam alta segurança e são críticas tais como altas temperaturas e pressões, fluidos muito
Os poços termométricos são feitos a partir de uma barra maciça usinada, executando um furo interno
proporcionando ao conjunto final, resistência mecânica à pressão e deformação superiores aos tubos metálicos.
Os poços são totalmente usinados interna e externamente, e polidos para diminuir o atrito. Como não há
soldas longitudinais, mesmo em altas pressões, garante-se a integridade do poço. Na Figura 4.27 são
Além de serem metálicos, os poços podem ser revestidos com Teflon ou vidro, para ter maior resistência
a corrosão em banhos químicos, ácidos ou outros componentes cáusticos, em temperaturas de até 200ºC e
pressão de 1 Kg/cm2 aproximadamente. Suas aplicações são na indústria farmacêutica, alimentícia, ácidos,
87
Instrumentação e Redes Industriais
4.21 TIPOS DE MONTAGENS
Existem vários tipos de montagens para os termopares, que se aplicam em tipos de processos bastante
específicos. Estas montagens têm como objetivo obter uma melhor eficiência em termos de tempo de resposta,
móveis, onde é necessário um rápido tempo de resposta. Para isso se utiliza de sensores de superfície (ou
sondas), Figura 4.28, na qual os sensores se encontram expostos, na forma de lâminas ou chapas, para que
tubulação com precisão, para otimizar a produção de vapor e o consumo de energia (óleo ou gás). Estes tubos
são localizados em áreas onde as chamas ou gases estão normalmente centenas de graus acima da parede dos
tubos. Para assegurar a precisão é necessário posicionar os termopares o mais próximo possível do ponto a
ser medido e ter uma eficiente troca térmica. O termopar PAD ou SKIN é uma montagem que tem na sua
extremidade uma chapa metálica soldada ou prensada, onde está a junção de medição do termopar, Figura
4.29. Esta chapa é fixada nas paredes da tubulação, onde a troca de calor acontece muito rapidamente e sem
perdas, resultando numa precisa e rápida medição de temperatura. O PAD ou SKIN pode ser soldado
diretamente numa parede ou ser adaptado (encurvado) para se fixar numa tubulação.
88
4. SENSORES DE TEMPERATURA
4.21.3 Termopar Flexível Tipo Baioneta
Este tipo de montagem é muito usado em máquinas injetoras de plásticos ou extrusoras, máquinas de
shell-molding, além de outras aplicações devido ao seu rápido tempo de resposta e facilidade de instalação. O
termopar flexível (Figura 4.30) tem sua profundidade de inserção ajustável por meio de uma conexão
rosqueada sobre uma mola, que permite um contato firme com a superfície a ser medida, resultando em maior
Por causa da limitação de espaço ou custo, fica impraticável inserir vários termopares no vaso para este tipo
de medição.
Para estes casos usam-se os multitermopares, onde num único tubo ou poço, são colocados vários
termopares com as junções de medidas localizadas em pontos específicos, resultando numa medição
satisfatória. Geralmente é composto de uma caixa de junção (a prova de tempo e/ou explosão) para as junções
de referência e o contato com os cabos compensados. Os multitermopares são usados em colunas de destilação,
craqueadores catalíticos, reatores pressurizados e outras diversas aplicações onde um perfil de temperatura é
necessário.
A seleção, instalação, uso e manutenção de termopares e fios e cabos de extensão e compensação, devem
ser perfeitamente adequadas para que estes apresentem boas características de precisão, repetibilidade e vida
útil.
89
Instrumentação e Redes Industriais
4.22 RECOMENDAÇÕES PARA SELEÇÃO, INSTALAÇÃO E USO.
A escolha de um termopar para uma determinada aplicação deve ser feita considerando-se todas as
características e normas exigidas pelo processo como: faixa de temperatura; precisão; estabilidade;
Para a perfeita instalação e uso, deve-se atentar com vários detalhes de montagem como, por exemplo,
o comprimento de inserção: o comprimento da proteção e do sensor deve ser de tal forma que acomode a
Um comprimento de inserção mínimo recomendado por norma é de no mínimo 10(dez) vezes o diâmetro
externo da proteção (bainha, tubo ou poço), para minimizar os erros causados pela condução de calor ao
Recomenda-se também uma distância mínima de 100 mm do cabeçote à parede do processo, para nunca
exceder a temperatura máxima de utilização dos fios e cabos de extensão e compensação. Na Figura 4.31 são
Figura 4. 31 – Montagem de termopares: (a) vertical; (b) cotovelo e (c) ângulo de 45°
termopar e superposto ao sinal original, tende a alterar o conteúdo das informações, o que reduz a precisão
das medidas, controles e registros, tornando as malhas de controles mais instáveis e monos confiáveis.
Como os termopares geram sinais de baixo nível (milivolts) qualquer campo elétrico ou magnético pode
interferir nos sinais gerados pelo sensor. Existem inúmeras fontes de ruídos inerentes ao processo industrial,
como por exemplo, linhas de alta tensão, controles tristorizados (SCR, TRIAC), Walk-Talk, reatores de
lâmpadas fluorescentes, motores C.A. e C.C., geradores elétricos, transmissores e receptores de comunicação,
cabos de telefonai, centro de controle de motores, máquinas de solda elétrica, fornos de indução, contatores e
90
4. SENSORES DE TEMPERATURA
disjuntores, máquina de colar plástico por radiofrequência, forno de micro-ondas, processos eletrolíticos,
Todas estas fontes podem fazer com que a linha de sinal de termopar capte estes ruídos e os conduza
para a instrumentação, tendo como consequência uma sensível redução na performance e confiabilidade dos
termopar. Estes campos elétricos são gerados por linhas de força próximas ao sensor ou cabo e acopladas
compactivamente a eles.
Estes ruídos são atenuados por uma blindagem e aterramento do fio ou cabo de extensão e compensação.
A blindagem (shield) e o aterramento conduzem os ruídos para o “terra” não indo mais para o instrumento
receptor.
Além da blindagem e aterramento, deve-se separar o mais distante possível, linhas de força de linhas
de sinais. Deve-se atentar para que o “terra” deva ser eficiente; ou seja, ter uma valor de resistência de terra
terra. Quando dois pontos de terra diferente são ligados a um mesmo sistema, ocorre a circulação de correntes
Isto é muito comum quando se usa termopares com junção aterrada. Portanto, para evitar o duplo
aterramento, deve-se somente aterrar a blindagem em um único ponto de terra; no “terra” do instrumento se
o termopar for de junção isolada, ou no mesmo “terra” do termopar (tubo de proteção) caso este seja de
junção aterrada.
Se o campo magnético gerado passa através do sistema de medição de temperatura a termopar, este
campo pode se acoplar e induzir uma corrente elétrica espúria no sistema. O método para a minimização dos
ruídos magnéticos é a torção dos fios ou cabos de extensão e compensação. A torção dos cabos faz com que a
91
Instrumentação e Redes Industriais
corrente induzida se cancele, atenuando este tipo de interferência. Quanto maior for o número de torções,
Para uma melhor proteção, os fios ou cabos de extensão e compensação devem ser torcidos e blindados.
Além de todos estes métodos de se minimizar as interferências nos sinais gerados nos pares termoelétricos, a
instrumentação também deve ter circuitos de entrada e saída isolados galvânica ou opticamente, ou técnicas
Todas estas técnicas de hardware ou software para filtrar as entradas de informações, combatem de
diferentes maneiras o ruído já introduzido na linha de sinal. No entanto, é muito melhor limitar a quantidade
Um modo de se conseguir este objetivo é através do uso de Transmissores de Sinais para carregar a
linha com um sinal de tensão ou corrente contínua de alto nível (1 a 5 Vcc ou 4 a 20 mA). O uso dos
transmissores de sinal possibilita além de tornar o circuito termoelétrico quase imune aos problemas de ruídos
espúrios, há também algumas vantagens como a de se utilizar fios e cabos de cobre comuns, não precisar de
blindagens e aterramentos, não necessitar de instalação especial (bandejas e conduites comuns), transmissão
de sinais a grandes distâncias, padronização de sinais e custos de instalação reduzidos caso as distâncias forem
grandes entre o sensor e instrumento. Dependendo do Span de trabalho, consegue-se também uma maior
com Faraday, porém só houve condições de se elaborar as mesmas para utilização em processos industriais a
partir de 1925.
laboratórios, por suas condições de alta estabilidade, resistência a contaminação, tempo, menor influência de
ruídos e altíssima precisão de leitura. Por estas características, este sensor é padrão internacional para medição
resistência com o aumento da temperatura. Seu elemento sensor consiste de uma resistência em forma de fio
de platina de alta pureza, de níquel ou de cobre (menos usado) encapsulado num bulbo de cerâmica ou vidro.
92
4. SENSORES DE TEMPERATURA
Entre esses materiais, o mais utilizado é a platina, pois apresenta uma ampla escala de temperatura,
uma alta resistividade permitindo assim uma maior sensibilidade, um alto coeficiente de variação de
resistência com a temperatura, uma boa linearidade resistência x temperatura e também ter rigidez e
ductibilidade para ser transformada em fios finos, além de ser obtida em forma puríssima. Padronizou-se
vidro. Não existe necessidade de proteções mais resistentes a temperatura, pois acima de 300°C o níquel perde
Os sensores de platina (Figura 4.32), devido a suas características, permitem um funcionamento até
temperaturas mais elevadas, têm seu encapsulamento normalmente em cerâmica ou vidro. A este sensor são
dispensados maiores cuidados de fabricação pois, apesar da platina não restringir o limite de temperatura de
utilização, quando a mesma é utilizada em temperaturas elevadas, existe o risco de contaminação dos fios.
Para utilização como termômetro padrão, os sensores de platina são completamente desapoiados do
corpo de proteção. A separação é feita por isoladores, espaçadores de mica, conforme desenho abaixo. Esta
Cilindro de vidro
Condutores
Espiral de platina
com fixador vítreo. É um meio termo entre resistência a vibração e dilatação térmica. A versão completamente
apoiada pode suportar vibrações muito mais fortes, porém sua faixa de utilização fica limitada a temperaturas
de cerâmica ou vidro. Os bulbos de vidro geralmente são usados em laboratórios, onde se deseja um tempo
93
Instrumentação e Redes Industriais
de resposta baixo, já os bulbos cerâmicos são mais recomendados para aplicações industriais, pois resistem a
temperaturas mais altas e tem uma maior resistência mecânica. Outro método é depositar platina sobre um
substrato fino (thin-film) para substituir o fio convencional, Figura 4.33. Desta forma, o elemento pode ser
por fios de cobre, níquel ou prata até o cabeçote. Os acessórios utilizados nos termopares também são usados
para as termoresistências.
larga faixa de utilização e alta precisão. Devido a alta estabilidade das termoresistências de platina, as mesmas
são utilizadas como padrão de temperatura na faixa de -270°C a 660°C. A estabilidade é um fator de grande
importância na indústria, pois é a capacidade do sensor manter e reproduzir suas características (resistência
Outro fator importante num sensor Pt100 é a repetibilidade, que é a característica de confiabilidade da
termoresistência. Repetibilidade deve ser medida com leitura de temperaturas consecutivas, verificando-se a
medição está sujeito a mudanças bruscas. Considera-se constante de tempo como tempo necessário para o
Na montagem tipo isolação mineral, tem-se o sensor montado em um tubo metálico com uma
extremidade fechada e preenchido todos os espaços com óxido de magnésio, permitindo uma boa troca térmica
e protegendo o sensor de choques mecânicos. A ligação do bulbo é feita com fios de cobre, prata ou níquel
isolados entre si, sendo a extremidade aberta, selada com resina epóxi, vedando o sensor do ambiente em que
vai atuar. Ainda assim neste tipo de montagem, a termoresistência não apresenta muita resistência mecânica
94
4. SENSORES DE TEMPERATURA
e não dispõe de condições para efetuar curvas, bem como tem limitações relativas ao diâmetro externo e
comprimento total.
Para suprir este problema dimensional, foi desenvolvida a termoresistência isolação mineral,
representada pela Figura 4.34, na qual o bulbo sensor é interligado a um cabo isolação mineral com fios de
cobre comuns. Este tipo de montagem permite a redução do diâmetro, não limita o comprimento, apresenta
rápida velocidade de resposta é dá uma maior flexibilidade permitindo dobras e curvas do cabo que antes era
OBSERVAÇÃO: As montagens com termoresistências são feitas de maneira similar aos termopares quanto
ao emprego de acessórios com cabeçotes, tubos, poços, niples entre outros. Na Figura 4.35 é apresentado o
tempo de resposta de uma termoresistência isolação mineral. Este tipo de montagem permite a redução do
95
Instrumentação e Redes Industriais
4.25.4 Auto-Aquecimento
O auto-aquecimento é causado pela corrente que passa pela resistência, oriunda do instrumento de
leitura. Por efeito Joule, há a geração de calor, quando uma corrente elétrica atravessa uma resistência.
S TJ (Eq. 4.5)
Para uma medição de temperatura com termoresistência, este aquecimento pode levar a erros que
comprometem esta medição; então este aquecimento tem que ser limitado a pequenos valores para que possa
ser desprezado. Para isso deve-se limitar a corrente de excitação do sensor. Pela norma DIN-IEC 751/85, a
potência máxima desenvolvida numa termoresistência não pode ser maior que 1,0 mW, o que na faixa de
atuação do sensor dá uma corrente máxima de 3mA. Valores típicos recomendados são da ordem de 1 a 2
mA.
exceder a 0,3ºC.
(Figura 4.36), sendo que o circuito encontra-se balanceado quando é respeitada a relação R4×R2 = R3×R1
e desta forma não circula corrente pelo detector de nulo, pois se esta relação é verdadeira, os potenciais nos
Pt 100 = R4 R3
A V B
R1 R2
Para utilização deste circuito como instrumento de medida de Termoresistência, teremos as seguintes
96
4. SENSORES DE TEMPERATURA
Nesta disposição, a resistência R4 compreende a resistência da Pt-100 mais a resistência dos condutores
RL1 e RL2. Isto significa que os fios RL1 e RL2 a menos que sejam de muito baixa resistência, podem
RL1
Pt 100 = R4 R3
RL2
A V B
R1 R2
Tal disposição resultará em erro na leitura da temperatura, a menos que algum tipo de compensação
ou ajuste dos fios do sensor de modo a equilibrar esta diferença de resistência. Deve-se notar que, embora a
resistência dos fios não se altere em função do tamanho dos fios uma vez já instalado, os mesmos estão sujeitos
às variações da temperatura ambiente, o que introduz outra possível fonte de erro na medição.
O método de ligação à dois fios, somente deve ser usado quando o sensor estiver á uma distância de
aproximadamente 3 metros. Concluindo, neste tipo de medição à 2 fios, sempre que a temperatura ambiente
ao longo dos fios de ligação variar, a leitura de temperatura do medidor introduzirá um erro, devido a variação
da resistência de linha.
é um pouco diferente, fazendo com que a alimentação fique o mais próximo possível do sensor, permitindo
que a RL1 passe para o outro braço da ponte, balanceando o circuito. Na ligação a 2 fios, as resistências de
linha estavam em série com o sensor, agora na ligação a 3 fios elas estão separadas, Figura 4.38.
Nesta situação, tem-se a tensão EAB, variando linearmente em função da temperatura da PT-100 e
independente da variação da temperatura ambiente ao longo dos fios de ligação. Este tipo de ligação, garante
relativa precisão mesmo com grandes distâncias entre elemento sensor e circuito de medição.
Portanto uma técnica mais precisa para medição de temperatura com termoresistência é a ligação à 4
fios.
97
Instrumentação e Redes Industriais
RL3
RL1
Pt 100 = R4 R3
RL2
A V B
R1 R2
tensão gerada é medida com um voltímetro de alta impedância ou potenciômetro, Figura 4.39. Desta forma
a resistência dos condutores exerce um feito desprezível sobre a medição. Este tipo de medição à 4 fios é pouco
usado em indústrias, tendo sua maior aplicação em laboratórios e sendo usado em sensores padrões.
Condutores de
corrente
Condutores de
Termoresistência tensãO V Fonte de corrente
R S
para a verificação dos limites de erros do sensor. O tempo de uso, alterações na estrutura cristalina da platina
ou mudanças químicas no fio podem tirar o sensor de sua curva característica. Para se realizar uma aferição
de termoresistência, assim como um termopar, usa-se o Método dos Pontos Fixos ou Método da Comparação.
Ponto Temperatura
Ponto Triplo do Argônio -189,3442ºC
Ponto Triplo da Água +0,010ºC
Ponto de Solidificação do Estanho +231,928ºC
Ponto de Solidificação do Zinco +419,527ºC
98
4. SENSORES DE TEMPERATURA
4.25.6b Método da Comparação
Para realizar este método é necessária a utilização de um termômetro de resistência padrão com
certificado de aferição. Normalmente este padrão é um sensor Pt-25,5 Ω a 0ºC. A comparação é efetuada em
banhos de líquido agitado num range de aproximadamente -100 a 300ºC com uma excelente estabilidade e
• Deve-se especificar os materiais de proteção e ligações, capazes de operar na temperatura de operação requerida.
• O sensor deve ser imerso completamente no processo, para se evitar a perda de calor por condução pelos fios da
bainha. Para tal, um comprimento mínimo de imersão e o uso de materiais de proteção com baixa condutibilidade
térmica também são recomendados.
• Deve-se evitar choques mecânicos, pois estes podem danificar o sensor.
• Deve-se utilizar fios de cobre de mesmo comprimento e diâmetro para a interligação de termoresistência.
• Zonas de estagnação ou com baixas velocidades do fluido em contato com o sensor, não devem ser utilizadas.
• Na ligação a 3 fios, se for necessário a troca de um dos fios de interligação, recomenda-se trocar os 3 fios para
que se tenha igualdade em seus valores ôhmicos.
• Em locais sujeitos a ruídos intensos, recomenda-se o uso de cabos blindados e torcidos.
termopares.
Vantagens Desvantagens
a. Possuem maior precisão dentro da faixa de utilização a. São mais caras do que os sensores utilizados nesta
do que os outros tipos de sensores. mesma faixa.
b. Tem características de estabilidade e repetibilidade b. Range de temperatura menor do que os termopares.
melhores do que os termopares. c. Deterioram-se com mais facilidade, caso se ultrapasse
c. Com ligação adequada, não existe limitação para a temperatura máxima de utilização.
distância de operação. d. É necessário que todo o corpo do bulbo esteja com a
d. Dispensa o uso de fios e cabos de extensão e temperatura estabilizada para a correta indicação.
compensação para ligação, sendo necessários somente e. Possui um tempo de resposta mais alto que os
fios de cobre comuns. termopares.
99
Instrumentação e Redes Industriais
e. Se adequadamente protegido (poços e tubos de f. Mais frágil mecanicamente
proteção), permite a utilização em qualquer g. Autoaquecimento, exigindo instrumentação
ambiente. sofisticada.
f. Curva de Resistência x Temperatura mais linear.
g. Menos influenciada por ruídos elétricos.
100
5. SENSORES DE PRESSÃO
5. SENSORES DE PRESSÃO
5.1 INTRODUÇÃO
A pressão é uma variável importante de um processo industrial e sua medição pode determinar outras
variáveis como vazão, nível e densidade. Devido à natureza de fluidos como gases, vapores, fluidos limpos,
viscosos, pastosos e corrosivos, empregam-se várias técnicas em sua medição, assim como vários conceitos de
física e hidrostática.
por unidade de volume. Exemplos: ρ(H2O) = 1000 kg/ml ou 1,0 g/cm3 (a 4º C); ρ(Hg) = 13600 kg/m3 ou 13,6
Peso específico: Define-se peso específico γ, como peso de uma substância por unidade de volume.
Exemplos: γ(aço-inox 316) = 8040 kgf/m3 ou 8,04 gf/cm3; γ(alumínio) = 2720 kgf/m3 ou 2,72 gf/cm3; γ(H20) = 1000
Densidade relativa: Define-se densidade relativa δ, como a relação entre a massa específica (densidade
absoluta) de uma substância e a massa específica da água (a 4ºC) no caso dos líquidos e em relação à massa
específica do ar (a 0ºC e 1 atm) no caso dos gases. A densidade relativa é um número adimensional (não
possui unidades).
b_
a*5* d
b_
Z[\][ ,5 g d
U DçW X
Ze3
Exemplos: WY Zá_\`
c
b_ 8,04; UN3 = = c
= 1,1051
*** d Z`f b_
, g. d
c c
Sabendo-se que pressão é definida como a força exercida sobre uma determinada área, temos:
h
S=O (Eq. 5.1)
101
Instrumentação e Redes Industriais
S = jiℎ (Eq. 5.2)
Onde: ρ é a densidade do líquido; g é a aceleração da gravidade (9,81 m/s2) e h é a altura da colune de líquido.
Essa teoria simplifica muitos cálculos e com ela podemos determinar a pressão exercida por colunas
líquidas desconsiderando o formato do reservatório, Figura 5.1. Observe-se que a pressão no fundo dos
reservatórios é a mesma, desde que as densidades (ou pesos específicos) e a altura sejam iguais.
capaz de equilibrar uma coluna de mercúrio de 760 mm de altura (a 0ºC) ao nível do mar. Diz-se então que
a pressão atmosférica nesse local é de 760 mm Hg. Na Figura 5.2 é apresentada uma escala de pressões.
Pressão
absoluta Pressão
manométrica
(positiva)
Pressão
atmosférica
Pressão
manométrica
(negativa)
Pressão
barométrica
Pressão
absoluta
Pressão relativa: conhecida também como pressão efetiva, manométrica ou simplesmente pressão, é
medida tomando-se como referência a pressão atmosférica e pode ser positiva ou negativa (vácuo). As unidades
de pressão podem vir precedidas com a letra "g" (gauge) para indicar pressão relativa.
102
5. SENSORES DE PRESSÃO
Pressão Absoluta: é a pressão medida a partir do "zero absoluto" (ou vácuo perfeito). As unidades
de pressão na escala absoluta devem ser precedidas com a letra "a". Pode-se dizer que:
pressão medida em qualquer ponto, menos no ponto zero de referência da pressão atmosférica.
Redução de Pressão Atmosférica ao nível do mar: Devido ao ar se tomar rarefeito com a altura,
prática industrial. Na maioria dos casos, as unidades não pertencem a nenhum desses sistemas. Nos países
que utilizam o sistema métrico, a unidade mais comum é o kgf/cm2. Nos países de fala inglesa, é mais comum
A conversão pode ser feita lembrando que 1 libra = 0,4536 kg e 1 polegada = 2,54 cm. Portanto: xJ =
om *,5M.R yz yzu yzu
1 = = 0,07031 . Inversamente, 1 = 14,233 xJ
X 3 ,M53 wt3 wt3 wt3
Consideremos, agora, uma coluna de mercúrio a 0ºC. Nessas condições, a densidade do mercúrio vale
13,5951. Uma coluna de 1 cm de mercúrio, com 1 cm2 de área, pesa 13,5951 g, ou 0,0135951 kg. O mercúrio
exerce portanto uma força de 0,0135951 kg/cm2. Segue-se que: 1 cm Hg = 0,0135951 kglcm2.
São também de uso freqüente as unidades: 1 mmHg (Torricelli) = 0,00135951 kg/cm2, 1 inHg = 2,54 x
como sendo 1.0 e as relações acima passam a ser: 1 cmH20 = 0,001 kg/cm2; 1 inH20 = 0,00254 kg/cm2; 1 mH20
1 atmosfera (atm) = 760 mmHg (a 0ºC) = 762,4 mmHg (a 20ºC) = 10,332 mmH2O (a 4ºC) =10,351
mmH2O (a 20ºC) = 10,332 kgf/m2 (10,351 m × 998,20 kgf/m3) = 1,033 kgf/cm2 = 14,696 psi = 10,332 kgf/m2
× 9,807 = 101,325 kPa (N/m2) = 1,01325 bar = 1013,25 mbar = 407,2 inH2O. Na Tabela 5.1 são apresentadas
103
Instrumentação e Redes Industriais
Tabela 5. 1 – Unidades de pressão comumente utilizadas
modificações que sofrem as matérias quando sujeitas às alterações impostas por essa variável. A medição da
variável pressão pode ser realizada baseada em vários princípios, cuja escolha está sempre associada às
condições da aplicação. Nesse tópico serão abordadas as principais técnicas e princípios de sua medição com
objetivo de facilitar a análise e escolha do tipo mais adequado para cada aplicação.
Os medidores de pressão de um modo geral podem ser divididos em três partes, sendo fabricados pela
transdutores de pressão. As três partes são apresentadas na Tabela 5.2. Vários fatores determinam a seleção
de um medidor de pressão, entre eles, o valor da pressão, tipo de fluido, instalação, custo e precisão.
Elemento Descrição
Aquele que recebe a pressão a ser medida e a transforma em deslocamento ou força
Elemento de recepção
(ex: bourdon, fole, diafragma).
Aquele que amplia o deslocamento ou a força do elemento de recepção ou que
transforma o mesmo em um sinal único de transmissão do tipo elétrica ou pneumática,
Elemento de transferência
que é enviada ao elemento de indicação (ex: links mecânicos, relé piloto,
amplificadores operacionais)
Aquele que recebe o sinal do elemento de transferência e indica ou registra a pressão
Elemento de indicação
medida (ex: ponteiros, displays).
tipos: o manômetro de líquidos, que utiliza um líquido como meio para se medir a pressão, e o manômetro
tipo elástico que utiliza a deformação de um elemento elástico como meio para se medir pressão.
104
5. SENSORES DE PRESSÃO
5.4.1 Medidores por coluna líquida
São dispositivos constituídos por um tubo transparente de seção circular e uniforme, contendo um
líquido de densidade conhecida e medem pressões relativamente baixas com excelente precisão. Os líquidos
manométricos mais comuns são água e mercúrio. A leitura é feita através do deslocamento do líquido
equilibrando com a pressão aplicada e as unidades mais utilizadas são: mm H20, inH20, mmHg e inHg.
Sua manutenção é simples e para alterar sua capacidade de medida, basta substituir o líquido
A diferença entre as pressões aplicadas nas extremidades do manômetro está relacionada com a diferença
(m/s2). Aplicando-se esta fórmula à figura anterior, tem-se P2 igual a zero, pressão atmosférica (1 atm) e
Pressão
Pressão Pressão atmosférica Pressão Pressão
desconhecida Vácuo desconhecida desconhecida desconhecida
h h h
A faixa de aplicação deste tipo de manômetro é bastante extensa, já que o fluido manométrico também
Na condição de repouso, a superfície do líquido na coluna apresenta uma pequena curvatura. A essa
curvatura, que pode ser côncava ou convexa, dá-se o nome de menisco e seu ponto máximo (côncavo) ou
105
Instrumentação e Redes Industriais
O menisco côncavo ocorre quando a coesão entre as moléculas do líquido é maior que a adesão entre as
moléculas do líquido e as do vidro. O menisco convexo resulta da adesão água/vidro, maior que a coesão
água/água. Isto porque este tipo de menisco é característico das colunas d'água.
coluna são diferentes, sendo a pressão maior aplicada normalmente no lado da maior área, Figura 5.4.
Essa pressão, aplicada no ramo de área maior provoca um pequeno deslocamento do líquido na mesma,
fazendo com que o deslocamento no outro ramo seja bem maior, face o volume deslocado ser o mesmo e sua
área bem menor. Chamando as áreas do ramo reto e do ramo de maior área de “a” e “A” respectivamente e
S −S = U ℎ +ℎ (Eq. 5.4)
D|3
Como o volume deslocado é o mesmo, teremos: kℎ = {ℎ → ℎ = O
. Substituindo o valor de h1 na
~
S − S = Uℎ }1 + •€ (Eq. 5.5)
Como “A” é muito maior que “a”, equação anterior pode ser simplificada e reescrita. Assim teremos a
S − S = Uℎ (Eq. 5.6)
inclinando um tubo reto de pequeno diâmetro, de modo a medir com boa precisão pressões em função do
106
5. SENSORES DE PRESSÃO
deslocamento do líquido dentro do tubo. A vantagem adicional é a de expandir a escala de leitura o que é
muitas vezes conveniente para medições de pequenas pressões com boa precisão (0,02 mmH2O).
A Figura 5.5 representa o croqui construtivo desse manômetro, onde α é o ângulo de inclinação e “a” e
“A” são áreas dos ramos. P1 e P2 são as pressões aplicadas, sendo P1 >P2. Sendo a quantidade deslocada, em
D
S − S = U• + x"‚4 (Eq. 5.7)
O
Dentre as vantagens dos medidores por coluna líquida, pode-se citar: Construção simples; Baixo
custo; Boa precisão. E as desvantagens: Não permite vibrações; Exige líquidos manométricos não
viscosos.
Como a medição de pressão utilizando manômetro de líquido depende do peso específico do mesmo, a
temperatura do ambiente onde o instrumento está instalado irá influenciar no resultado da leitura e portanto
sua variação, caso ocorra, deve ser compensada. Isto é necessário, pois na construção da escala é levada em
Se o líquido utilizado for o mercúrio, normalmente considera-se como temperatura de referência 0ºC e
Se for água destilada o líquido utilizado considera-se como temperatura de referência 4ºC e assim sua
massa específica será 1.000,0 kg/cm3. Na prática, utiliza-se a temperatura de 20ºC como referência e esta deve
Os manômetros de líquido foram largamente utilizados na medição de pressão, nível e vazão nos
primórdios da instrumentação. Hoje, com o advento de outras tecnologias que permitem leituras remotas, a
aplicação destes instrumentos na área industrial se limite a locais ou processos cujos valores medidos não são
107
Instrumentação e Redes Industriais
cruciais no resultado do processo ou a locais cuja distância da sala de controle inviabiliza a instalação de
outro tipo de instrumento. Porém, é nos laboratórios de calibração que ainda encontramos sua grande
Hooke) é justificado basicamente pela proporcionalidade entre a deformação de um dado material e o esforço
a ele aplicado.
corpo.
Podem-se destacar três tipos de elementos elásticos mais utilizados como sensores em instrumentos
medidores de pressão: I) Manômetros de Bourdon; II) Manômetros de Fole e III) Manômetros de Diafragma
elemento sensível é um tubo metálico, com seção aproximadamente elíptica ou oval, e formato de "C", espiral
Quando se aplica pressão, a seção tende a aumentar, aproximando-se mais da forma circular. Como
haste, setor circular dentado, e engrenagem. O movimento da ponta de Bourdon é amplificado por um sistema
de alavancas composto por link, pivô e cremalheira e transformada em movimento de rotação através de um
108
5. SENSORES DE PRESSÃO
Os elementos são fabricados em: Bronze, de 1 a 50 kg/cm ; Aço comum, aço inoxidável e monel, de 1 a
2
7000 kg/cm2
As escalas são, em geral, graduadas em psig ou em kg/cm2. A faixa mínima é de cerca de 1 kg/cm2
(psi). Podem ser fornecidos manômetros para vácuo, com escala, via de regra, de 0-30 inHg ou 0-76 cmHg.
Escalas "compostas" permitem a medição desde o vácuo absoluto até uma pressão especificada. Ex.: 30 inHg
A caixa pode ser fabricada de plástico fenólico, ferro fundido, alumínio ou aço inoxidável, podendo ser
especificada para montagem em parede, de embutir, ou suportada pelo próprio tubo. A tomada de pressão
Elementos do tipo Bourdon podem ser montados também em instrumentos de "caixa grande"
OBS: Devido à elasticidade do material ser limitada, deve-se utilizar o manômetro dentro da faixa para
a qual foi construído, a fim de não deformar definitivamente o tubo de Bourdon. Por outro lado o uso de
pressões muito abaixo de sua limitação provocará imprecisão na leitura. A faixa de pressão a ser medida é
corrugado ou sanfonado, fabricado com uma lâmina fina de bronze fosforoso, aço inoxidável ou outros
materiais de boa flexibilidade. O manômetro de fole é utilizado apenas para medir baixas e médias pressões,
devido à fragilidade do fole. A Figura 5.7 representa um manômetro acionado por fole.
Quando uma pressão é aplicada ao interior do fole, provoca sua distensão, e como ela tem que “vencer”
109
Instrumentação e Redes Industriais
0O
= (Eq. 5.9)
„
Em alguns medidores a tensão armazenada na mola pode ser ajustável, podendo assim alterar a faixa
de trabalho do medidor.
medida exerce uma força sobre a área efetiva do elemento, que pode ser equilibrada pela força elástica do
próprio diafragma, ou por urna mola em oposição. O movimento do diafragma pode acionar um ponteiro ou
O elemento tipo cápsula de diafragma utilizará um ou mais pares de diafragmas, com as bordas soldadas
entre si. Um tipo comum de instrumento que utiliza esse princípio é o “medidor de tiragem, de escala vertical”,
Figura 5.10.
110
5. SENSORES DE PRESSÃO
O span que pode ser obtido se estende de 0,5 a 120 inH2O, para o diafragma simples, e 20 inH2O a 400
Na Tabela 5.3 são apresentadas informações sobre aplicações e faixa de pressão de alguns tipos de
5.4.
111
Instrumentação e Redes Industriais
5.5.1 Aplicação
Os sistemas de selagem devem ser usados sempre que: a) O fluido do processo for corrosivo ao
dispositivo de medição; b) O fluido for um gás com possibilidade de condensação por diminuição
de temperatura quando for aplicado ao dispositivo de medição. Ex.: vapor d'água; c) O fluido
for um líquido com sólidos em suspensão; d) O fluido for um liquido pastoso; e) O fluido tende
óleo A.P.F.; f) O fluido não puder permanecer parado no dispositivo de medição. Ex.:
selagem usados, dependem das características químicas e físicas de processo, sendo os mais utilizados:
O sistema de selagem líquida, normalmente é feito por um pote de selagem, que consiste de um
reservatório, onde o isolamento é feito pela diferença de densidade dos líquidos de processo e de selo. A pressão
exercida pelo processo irá pressionar o líquido de selo para o dispositivo de medição, conforme Figura 5.12
112
5. SENSORES DE PRESSÃO
ter maior densidade do que o fluido de processo e vice-versa quando o medidor estiver acima da tomada de
medição.
Um método universal para proteger elementos medidores da alta temperatura em uma linha de vapor
é utilizar um tubo sifão, Figura 5.13. A serpentina acumulará o condensado, que impedirá o vapor em contato
este tipo de selagem que consiste em criar uma câmara de isolação entre medidor e processo podendo a câmara
113
Instrumentação e Redes Industriais
A câmara é composta por um diafragma ou fole, sensível as variações da pressão, transmitindo-as pelo
Para baixas pressões o fluido de selo pode ser ar e para pressões superiores a 2 kgf/cm2, deve-se usar
líquidos com alto ponto de ebulição, baixo coeficiente de expansão, baixo ponto de solidificação e não ser
prejudicial ao diafragma. Os líquidos de enchimento mais utilizados são: uma mistura de etileno, glicol e água,
Para se efetuar o enchimento nos sistemas de selagem volumétrica, utiliza-se urna bomba de vácuo.
Primeiramente, faz-se vácuo no Bourdon e, em seguida, abre-se lentamente a válvula de bloqueio do óleo de
sinal gerado pode ser milivolt (mV), miliampere (mA), resposta de freqüência ou largura de um pulso (ms),
que são causados pela mudança da propriedade física dos transdutores ao ser alimentado por uma fonte de
energia (C.C. ou C.A). Existe a necessidade de um circuito que converta a variação de resistência, indutância
ou capacitância em sinal padronizado, a fim de que se possa fazer a leitura por algum instrumento de indicação
ou registro. Dependendo do tipo de transdutor, o circuito de medição pode ser em ponte de resistência,
transformador diferencial de núcleo variável, conhecido por "LVDT". Consiste em uma bobina primária (bp)
disposta em forma concêntrica, em duas bobinas secundárias (bsl e bs2). Estando o núcleo de ferro doce em
posição simétrica com relação às duas bobinas secundárias, haverá indução de tensão idênticas nestas duas
U1 U2a U2
Núcleo de ferro
bs1
U2b
bp
bs2
s(p)
tensões diferentes (U2. e U1). Ligando-se as duas bobinas secundárias em oposição, obter-se-á um sinal de
saída conforme pressão aplicada. A relação entre o sinal de saída e a pressão é expressa por:
diferencial. O curso, em função da pressão aplicada é normalmente provocado por elementos elásticos como
diafragmas.
Este tipo de transdutor pode medir ampla faixa de pressão, porém são sensíveis a vibrações e campos
magnéticos. Produz variações de sinal até 1,5 V, o que despreza o uso de pré-amplificadores e podem medir
pode se opor a variações de tensão (reatância capacitiva). É constituído por um par de placas condutoras e
por um material isolante (dielétrico) e o valor da capacitância é dado através da expressão matemática:
„O
C= (Eq. 5.11)
ˆ
Onde: C = capacitância; A =área das placas; d = distância entre as placas; K = constante dielétrica.
Baseado neste principio, foi desenvolvida a célula capacitiva, Figura 5.16, para medição de pressão (ou
pressão diferencial), que é formada por duas placas fixas em estrutura isolante (vidro) e entre as placas um
diafragma sensor.
115
Instrumentação e Redes Industriais
As pressões são aplicadas sobre dois diafragmas isoladores que transmitirão através de um líquido de
enchimento (dielétrico) a pressão diferencial ao diafragma sensor. A alteração da distância relativa entre as
placas provoca a alteração da capacitância que é conectada a circuitos eletrônicos responsáveis pela conversão
em sinal analógico. Devido à sua estrutura, a célula capacitiva exclui os efeitos de ordem mecânica, possuindo
grande resistência a impactos e vibrações e excelente precisão, inclusive para valores baixos de pressão
esforço mecânico. Os cristais mais utilizados neste tipo de transdutor, Figura 5.18, são o quartzo, a turmalina
e o monofosfato de amônia. A carga é gerada por deformação, sem a necessidade de fonte externa, porém com
Na prática, os transdutores piezoelétricos, Figura 5.19, são indicados para medir pressões que variam
rapidamente, ou seja, medições dinâmicas; uma vez que vão perdendo a carga com o tempo. A capacidade de
sensor piezoelétrico em responder rapidamente a choques de pressão pode tomar-se um fator limitante para
116
5. SENSORES DE PRESSÃO
algumas aplicações, porém possui algumas características vantajosas como alta estabilidade térmica e
forças: tração e compressão e essas forças vaiam a resistência elétrica desse material em função de uma pressão
exercida nele. A alteração da resistência de um condutor elétrico sob carga mecânica é denominada de 'efeito
piezoresistivo'. É produzida em função da alteração das características físicas de um fio metálico fino ou de
São conhecidos popularmente por "Strain Gauge" e são usados como sensores de transmissor de pressão
e célula de carga. Os sensores não colados possuem boa precisão e alta sensibilidade, mas, são sujeitos à falta
de repetibilidade ao longo tempo. Os sensores colados, ainda que menos sensíveis, são mais estáveis.
O circuito de medição é do tipo ponte de resistências balanceada (Ponte de Wheatstone), onde o sensor
extensométrico faz parte de um lado da ponte, Figura 5.20. Quando existe uma variação de resistência no
exigência desse dispositivo é com relação à estabilidade da fonte de alimentação que deve ser de boa qualidade.
R1 R2
sensor
Fios para
ligação V
R4 R3
117
Instrumentação e Redes Industriais
Além do sistema descrito, existe atualmente a aplicação de semicondutores como elementos ativos que
se baseiam na alteração da resistividade de um cristal (silício) através de tensões mecânicas, Figura 5.21.
Embora o silício seja altamente resistente à corrosão, é necessário isolá-lo do fluído de processo através de
uma cápsula que transmite as variações de pressão por um fluído de selo ao semicondutor.
dimensões bem compactas ao medidor. Associando estes elementos a circuitos digitais pode-se atingir um grau
de qualidade e precisão altamente satisfatório. Pode-se prever para o futuro, associações com circuitos de
comando integrados em minicomponentes, capazes não só de compensar ainda mais o valor da aquisição, mas
transdutores piezoresistivos.
118
6. SENSORES DE VAZÃO
6. SENSORES DE VAZÃO
6.1 INTRODUÇÃO
Na maioria das operações realizadas nos processos industriais é muito importante efetuar a medição e
o controle da quantidade de fluxo de líquidos, gases e até sólidos granulados, não só para fins contábeis, como
também para a verificação do rendimento do processo. Assim, estão disponíveis no mercado diversas
tecnologias de medição de vazão cada uma tendo sua aplicação mais adequada conforme as condições impostas
pelo processo. Aqui abordaremos algumas destas tecnologias, suas aplicações, e os princípios físicos envolvidos,
bem como os testes, calibração e suas interligações elétricas em forma de malhas de medição, registro,
indicação e controle.
que passa através de uma seção de uma tubulação ou canal por unidade de tempo. A vazão também pode ser
obtida pelo resultado da multiplicação da área seccional pela média da velocidade do fluido.
Š
‰= )
(Eq. 6.1)
Onde: V = volume e t = tempo. Unidades de Vazão Volumétricas: m3/s, m3/h, L/h, L/min GPM, etc.
temperatura, principalmente para gases e vapor, pois o volume de uma substância depende da pressão e
por unidade de tempo. É representada pela letra Qm ou ‰‹ e expressa pela seguinte equação:
t
‰t = (Eq. 6.2)
)
Onde: m = massa e t = tempo. Unidades de Vazão Mássica: kg/s, kg/h, t/h e lb/h.
119
Instrumentação e Redes Industriais
6.2.3 Vazão Gravitacional
É a quantidade em peso que passa por certa seção por unidade de tempo. É representada pela letra Qρ
Œ
‰Z = )
(Eq. 6.3)
expressão:
‰t = j‰ (Eq. 6.4)
controle da vazão. Para exemplificar, podemos citar o caso em que se deseja controlar a vazão de um fluido
no estado gasoso, tendo uma placa de orifício como elemento primário. É necessário que se conheça a relação
“k” do calor específico do gás a ser medido, para podermos calcular o seu coeficiente de correção da expansão
Esta relação do calor específico k é a relação do calor específico de um volume constante CV relativo ao
F•
ƒ= FŽ
(Eq. 6.5)
Onde: k = relação dos calores específicos; CP = calor específico à pressão constante J/Kg x K; CV = calor
120
6. SENSORES DE VAZÃO
6.3.2 Viscosidade
É definida como sendo a resistência ao escoamento de um fluido em um duto qualquer. Esta resistência
provocará uma perda de carga adicional que deverá ser considerada na medição de vazão. A viscosidade pode
Viscosidade absoluta ou dinâmica: Define-se como sendo o atrito interno num fluido, que se opõe
ao movimento relativo de suas moléculas e ao movimento de corpos sólidos que nele estejam. É representada
h|
•= s•
(Eq. 6.6)
Onde: F= força exercida; h=altura da camada de fluido; v= velocidade de deslocamento do fluido; S= área.
Unidade absoluta ou dinâmica: Pa⋅s, Poise (g/cm⋅s) e centipoise (cP) [1 cP= 10-2 P].
’
‘=Z (Eq. 6.7)
Onde: µ = viscosidade absoluta e ρ = massa específica. Unidade de Viscosidade Cinemática: m2/s, Stoke
da forma do duto, sem passagens das partículas do fluido de uma camada para outra e sem variação de
Regime Turbulento: Caracteriza-se por uma mistura intensa do líquido e oscilações de velocidade e
s
T" = (Eq. 6.8)
“
121
Instrumentação e Redes Industriais
OBSERVAÇÃO: Na prática, se Re >2.320, o fluxo é turbulento, caso contrário é sempre laminar. Nas
medições de vazão na indústria, o regime de escoamento é na maioria dos casos turbulento com Re >5.000.
Regime Laminar: É caracterizado por um perfil de velocidade mais acentuado, Figura 6.1, onde as
0
R Vx
Vmax
Vx
Regime Turbulento : É caracterizado por um perfil de velocidade mais uniforme que o perfil laminar,
R Vx
Vmax
Vx
OBSERVAÇÃO: Por estas duas fórmulas percebe-se que a velocidade de um fluido na superfície da seção de
um duto é zero (0). Podemos entender o porque da velocidade nas paredes das tubulações considerando
são apresentadas informações dos três tipos de medidores de vazão descritos acima.
122
6. SENSORES DE VAZÃO
Tabela 6. 1 - Tipos de medidores de vazão
queda de pressão sofrida pelo fluido ao atravessá-la, Figura 6.3. As causas da perda de carga são: atrito entre
o fluido e a parede interna do tubo, mudança de pressão e velocidade devido a uma curva ou um obstáculo,
etc.
Os diversos medidores de perda de carga variável usam diferentes tipos de obstáculos ao fluxo do líquido,
provocando uma queda de pressão. Relacionando essa perda de pressão com a vazão, determina-se a medição
0 2•
‰= ”01 ∙ 21
∙ √∆S (Eq. 6.9)
•
Projeto; T1= Temperatura medida; Tp = Temperatura de projeto; ∆P = perda de carga entre o fluxo, a
123
Instrumentação e Redes Industriais
efetuar medição de vazão, a placa de orifício é a mais simples, de menor custo e portanto a mais empregada.
Consiste basicamente de uma chapa metálica, perfurada de forma precisa e calculada, a qual é instalada
perpendicularmente ao eixo da tubulação entre flanges, Figura 6.4. Sua espessura varia em função do diâmetro
O diâmetro do orifício é calculado de modo que seja o mais preciso possível, e suas dimensões sejam
suficientes para produzir à máxima vazão uma pressão diferencial máxima adequada. É essencial que as
bordas do orifício estejam sempre perfeitas, porque, se ficarem gastas, corroídas pelo fluido, a precisão da
medição será comprometida. A placa de orifício pode ser ajustada mais convenientemente entre flanges de
tubo adjacentes e pontos de tomadas de impulso feitos em lugares adequados, uma montante da placa e o
outro em um ponto no qual a velocidade, devido à restrição, seja máxima. Este ponto não é próprio orifício
porque, devido à inércia do fluido, a área de sua secção transversal continua a diminuir após passar através
do orifício, de forma que sua velocidade máxima está a jusante do orifício, na vena contracta. É neste ponto
124
6. SENSORES DE VAZÃO
que a pressão é mais baixa e a diferença de pressão a mais acentuada. Outros tipos de tomadas de pressão
conforme veremos mais adiante, também são utilizadas. As placas de orifício são costumeiramente fabricadas
com aço inoxidável, monel, latão, etc. A escolha depende da natureza do fluido a medir.
- Tipos de orifícios
I. Orifício Concêntrico
Este tipo de placa de orifício é utilizado para líquido, gases e vapor que não contenham sólidos em
suspensão. Podemos ver sua representação na Figura 6.5. A face de entrada deverá ser polida. O ângulo de
entrada do orifício deverá ser de 90° com aresta viva e totalmente isenta de rebarbas e imperfeições.
OBSERVAÇÃO: Em fluidos líquidos com possibilidade de vaporização a placa deve ter um orifício
na parte superior para permitir o arraste do vapor. Em fluidos gasosos com possibilidade de formação de
condensado o furo deve ser feito na parte inferior para permitir o dreno.
Este tipo de orifício é utilizado em fluido contendo sólidos em suspensão, os quais possam ser retidos e
acumulados na base da placa, Figura 6.6; nesses casos, o orifício pode ser posicionado na parte baixa do tubo,
125
Instrumentação e Redes Industriais
Este tipo de orifício é usado especialmente em tubulações horizontais. Ao contrário do que aconteceria
com a placa de orifício concêntrica, neste não teríamos problemas de acúmulo de impurezas na entrada da
placa. Durante sua instalação o orifício deverá ser tangente inteiramente ao tubo, porém admite-se que o
orifício fique ligeiramente afastado do círculo inteiro do tubo sendo que este afastamento não poderá exceder
Este tipo de placa de orifício tem a abertura para passagem do fluido disposta em forma de segmentos
de círculo. A placa de orifício segmental, Figura 6.7, é destinada para uso em fluidos em regime laminar e
com alta porcentagem de sólidos em suspensão. Existem duas maneiras para confeccionarmos orifícios
segmentais. Para tubulações pequenas o orifício é geralmente preso entre dois flanges na tubulação.
Para tubulações grandes (superiores a 24 in) o orifício segmental é geralmente soldado inteiramente ao
tubo.
placa, é empregado em tubulações maiores que 6 in. Não é utilizada para medições de vazão de fluidos com
II. Orifício com bordo arredondado: É utilizado para fluidos altamente viscosos onde o número de
III. Orifício com bordo chanfrado: É de uso geral. OBSERVAÇÃO: O chanfro na face jusante serve
para diminuir a turbulência e seu ângulo pode variar a 30° a 45°, sendo também utilizado em placas espessas
126
6. SENSORES DE VAZÃO
IV. Orifício com bordo quadrado com rebaixo na fase jusante: É usado quando se requer uma grande
Na Figura 6.8 são apresentados os quatro tipos de contorno de orifício descritos anteriormente.
Figura 6. 8 - Orifícios com bordos: (a) quadrado; (b) arredondado; (c) chanfrado e (d)
rebaixado
V. Orifícios especiais
Os orifícios representados na Figura 6.9 são utilizados para medições de vazão com “baixo” número de
Reynolds. Em medições nas quais tenhamos variações na viscosidade temos uma consequente alteração na
pressão diferencial, estudos em laboratórios chegaram a determinado tipos de orifícios que permitem uma
I. Tomas de Flange
As tomadas de flange, Figura 6.10, são de longe as mais populares. Os flanges para placas de orifício,
já são feitos com os furos das tomadas, perfurados e com rosca. Os flanges podem ser do tipo rosqueado ou
soldado. Após os flanges serem rosqueados ou soldados na tubulação é necessário perfurar através da parede
127
Instrumentação e Redes Industriais
do tubo usando o próprio furo da flange como modelo e acesso. Os furos devem ser isentos de rebarbas e
faceados com o tubo. No caso de flange tipo “WELDING NECK” não é necessário refurar, mas deve-se tomar
o cuidado com a soldagem deste com a tubulação. Eles devem estar concêntricos com a tubulação, e as
rebarbas de solda dentro da tubulação devem ser eliminadas para evitar distúrbios na passagem do fluido os
Vantagens Desvantagens
1. Podem ser facilmente inspecionadas, dada sua 1. Os flanges utilizados são especiais, portanto são caros.
localização próxima à face do flange. 2. Não se recomenda o uso desse tipo de tomada para
2. Os flanges podem ser adquiridos prontos, dentro de casos em que a relação entre o diâmetro do orifício e
normas com grandes precisões. o diâmetro da tubulação é grande e em tubulações
3. As tomadas são simétricas, podendo ser utilizadas menores que 2”, devido ao fato de que a tomada de
para fluxo nos dois sentidos. baixa pressão se situa numa região altamente instável
4. Esse tipo de tomada apresenta excelente precisão. da curva de recuperação de pressão
acopladas diretamente na tubulação, podendo ser também soldadas ao tubo. A parede do tubo é perfurada e
o acabamento interno é feito como descrito anteriormente. Quando as conexão são colocadas diretamente no
tubo, o “NIPPLE” deve estar exatamente perpendicular ao tubo e não deve penetrar no mesmo. A espessura
do flange da placa de orifício não permite que a tomada a jusante seja colocada próxima à placa, em linhas
de pequenos diâmetros. Por esta razão este tipo de tomadas são mais indicados para tubos de diâmetros acima
de 4 polegadas. O centro da tomada de alta pressão deverá estar localizado entre ½ e 2D do plano de entrada
128
6. SENSORES DE VAZÃO
da placa. O centro da tomada de baixa pressão estará colocado no ponto em que a pressão é mínima “Vena
Contracta”. Essa distância depende da relação d/D. Para relações d/D menores que 0,72 a tomada de baixa
pressão poderá ser feita a uma distância D/2 após a placa com um erro desprezível. Porém, quando tivermos
tubulações com diâmetros menores que 6 in a tomada de baixa pressão deverá ser feita no próprio flange o
que poderá ser um inconveniente. Uma das vantagens deste tipo de tomada é o fato de não necessitarmos de
Contracta.
distância), permitem a medição direta da perda de carga permanente atual, Figura 6.12. O diferencial é menor
que em outros tipos de tomada, para a mesma vazão o mesmo diâmetro de orifício. A rugosidade da parede
a jusante pode criar uma perda de carga adicional e ocasionar erros na medição. Não são necessários flanges
129
Instrumentação e Redes Industriais
IV. Tomada de Canto (CORNER TAPS)
As tomadas de canto, Figura 6.13, são constituídas nos flanges de placa e são usadas principalmente
para tubos abaixo de 2 polegadas de diâmetro. A placa de orifício situa-se numa reentrância dos flanges. A
tomada de pressão feita através de uma estreita passagem concêntrica num anel piezométrico entalhado na
face do flange. Suas vantagens são as mesmas das tomadas nos flanges, porém são mais sujeitas a entupimentos
da face montante da placa de orifício. Existem diferenças quanto à precisão e também limites referentes ao
Nº de Reynolds entre elas e portanto seu uso não é frequente, embora apresente a vantagem de ter sua
de um tubo cônico, proporcionalmente à vazão do fluido, Figura 6.14. Basicamente um rotâmetro consiste de
duas partes: 1) Um tubo de vidro de formato cônico que é colocado verticalmente na tubulação, em que
passará o fluido a ser medido e cuja extremidade maior fica voltada para cima; 2) No interior do tubo cônico,
130
6. SENSORES DE VAZÃO
Figura 6. 14 – Rotâmetro
base do tubo e seu diâmetro maior é usualmente selecionado de tal maneira que o bloqueia a pequena
extremidade do tubo, quase que completamente. Quando a vazão começa e o fluido atinge o flutuador, o
empuxo torna o flutuador mais leve, porém como o flutuador tem uma densidade maior que a do fluido, o
empuxo não é suficiente para levantar o flutuador. Com a vazão, surge também uma força de atrito, entre o
fluido e o flutuador, que tende a leva-lo para cima, a chamaremos de força de arraste. Quando a vazão atinge
um valor que faça a força de arraste ser maior que a força peso do flutuador, este começará a subir. Se o tubo
fosse paralelo o flutuador subiria até o topo; mas sendo cônico a força de arraste diminui a medida que o
flutuador sobe até estabilizar em uma nova posição(pois aumenta a área disponível para a passagem do
fluido).
131
Instrumentação e Redes Industriais
I. Tipos de Flutuadores
Os flutuadores podem ter vários perfis de construção. Na figura a seguir, podemos ver os tipos mais
utilizados.
Esférico: Para baixas vazões, e pouca precisão, sofre uma influência considerável da viscosidade do
fluido.
Cilindro com bordo plano: Para vazões medias e elevadas sofre uma influência média da viscosidade
do fluido.
Cilindro com bordo saliente de face inclinada para o fluxo: Sofre menor influência da
viscosidade do fluido.
Cilindro com bordo saliente contra o fluxo: Sofre a mínima influência da viscosidade do fluido.
Figura 6. 16 – Flutuador: (a) esférico; (b) cilindro com bordo plano; (c) cilindro com bordo
saliente de face inclinada para o fluxo; (d) cilindro com bordo saliente contra o fluxo
para satisfazer exigências de resistência, corrosão, etc., se utilizam outros materiais também.
132
6. SENSORES DE VAZÃO
IV. Instalação
Os rotâmetros são montados verticalmente na tubulação do fluido, cuja vazão se deseja medir, e de
maneira tal que o fluido seja dirigido de baixo para cima. Ele pode ser colocado diretamente na tubulação ou
em derivação como indicado na figura 37 e que se considera como ideal. Nela o rotâmetro é instalado numa
linha de “by-pass” e um sistema de válvulas é utilizado de tal forma que garanta o funcionamento do processo
mesmo que o rotâmetro tenha que ser retirado para limpeza ou manutenção, Figura 6.18.
principalmente em resistências, Figura 6.19. O líquido entra no medidor através da conexão de entrada, passa
por um filtro indo ao topo da carcaça principal. O fluido então se movimenta para baixo, através da câmara
133
Instrumentação e Redes Industriais
O movimento do disco é controlado de tal forma que quando o líquido entra na câmara de medição,
impele o pistão de medição o qual efetua um movimento de nutação completa em cada rotação. Estes
rotação será em função da velocidade do fluido através da câmara de medição. Três tipos básicos podem ser
Os rotores lobulares, Figura 6.20, são os mais utilizados para medições de vazões de gases. Estes
dispositivos possuem dois rotores com movimentos opostos com a posição relativamente fixa internamente, a
A câmara de medição é formada pela parede do cilindro e a superfície da metade do rotor. Estando o
rotor na posição vertical em determinado volume de gás ficará retido no compartimento de medição. Como o
rotor gira devido à pequena diferença de pressão entre a entrada e saída, o volume medido do gás é
descarregado na base do medidor. Esta ação sucede-se 4 vezes em uma movimentação completa com os rotores
No medidor por palhetas existem muitas variedades. Palhetas podem ser movidas conforme a superfície
provido de palhetas, suspenso numa corrente de fluido com seu eixo de rotação paralelo a direção do fluxo.
O rotor é acionado pela passagem de fluido sobre as palhetas em ângulo; a velocidade angular do rotor é
134
6. SENSORES DE VAZÃO
proporcional à velocidade do fluido que, por sua vez, é proporcional à vazão do volume. Uma bobina sensora
Esta bobina é alimentada, produzindo um campo magnético. Como as palhetas do rotor são feitas de
material ferroso, à medida que cada palheta passa em frente à bobina corta o campo magnético e produz um
pulso. O sinal de saída é uma sequência de pulsos de tensão, em que cada pulso representa um pequeno
volume determinado de líquido. O sinal detectado é linear com a vazão. Unidades eletrônicas associadas
permitem indicar a vazão unitária ou o volume totalizado, podendo efetuar a correção automática da
temperatura e/ou pressão e outras funções. Embora a teoria básica de um medidor a turbina seja muito
simples, o projeto detalhado é muito trabalhoso e complexo, o desempenho final depende de numerosos fatores,
tais como: ângulo da palheta, o tipo de mancais, o número de palhetas, bem como a usinagem e montagem
Um medidor de turbina corretamente projetado e fabricado tem uma elevada precisão numa faixa de
vazão superior a 10:1 e excelente repetibilidade. Ademais, é pequeno e leve (em relação ao tubo) e tem alta
A instalação de um medidor de turbina é uma operação mais simples. Por conseguinte, os medidores de
turbina são amplamente usados em medições de transferência com fins de faturamento para produtos, tais
Um medidor de turbina é uma unidade versátil: possui uma faixa de pressão e temperatura muito ampla
e uma vez que o mesmo é fabricado em aço inoxidável, é compatível com uma ampla faixa de fluidos. Estes,
todavia, devem ser relativamente limpos, não ter alta viscosidade e a vazão deve ser em regime laminar.
Para estes medidores é muito importante a linearização da vazão, na Figura 6.22 são apresentados dois
135
Instrumentação e Redes Industriais
precisam ser submersos no fluxo a ser controlado, estas características tem a desvantagem de produzir perda
de pressão na linha como também o acúmulo de partículas ou impurezas no sensor, proporcionando resultados
incertos de medição. Os medidores de vazão do tipo especial objetivam superar exatamente essas limitações.
de um campo magnético, é produzida uma força eletromotriz (f.e.m) proporcional a sua velocidade.”.
Vamos supor que nós temos um campo magnético, com densidade de fluxo magnético igual a B (gauss),
aplicado a uma seção de uma tubulação com diâmetro D (cm). Se a velocidade média do fluido que passa
pela tubulação é igual a V (cm/s), quando colocamos um par de eletrodos em uma posição perpendicular ao
fluxo magnético, teremos uma força eletromotriz E(V) induzida nestes eletrodos, e a sua amplitude dada por:
Onde: B=Densidade do fluxo magnético [weber/m2]; D=Distância entre os eletrodos [m]; V=Velocidade do
‰ = —– ( /4 (Eq. 6.11)
Tirando o valor da velocidade (V) da Eq. 610 e substituindo na Eq. 6.11. Teremos a vazão (Q) dada
em função da densidade de fluxo magnético (B), força eletromotriz induzida (E) e o diâmetro da tubulação
(D).
˜™
‰= (Eq. 6.12)
5š
136
6. SENSORES DE VAZÃO
Como podemos observar na Eq. 6.12, variações na densidade de fluxo magnético (B) provoca erro direto
no valor de vazão (Q). A influência das variações de (B) no sinal de vazão (Q) é eliminada pelo transmissor,
que também amplifica o microsinal que vem do detector de modo que esse sinal possa operar os instrumentos
de recepção. O medidor de vazão eletromagnético utiliza um campo magnético com forma de onda quadrada
em baixa frequência, e lê o sinal de vazão quando o fluxo magnético está completamente saturado fazendo
Todos os detectores são ajustados de maneira que a relação da tensão induzida (E) pela densidade de
fluxo magnético (B) seja mantida em um valor proporcional, somente à velocidade média do fluxo,
A Figura 6.23 ilustra a disposição física dos componentes do medidor em uma tubulação.
OBSERVAÇÕES:
1 - É de suma importância que a parede interna da tubulação não conduza eletricidade e que a parte
do tubo ocupada pelo volume definido pelas bobinas não provoque distorções no campo magnético.
2 - As medições por meio de instrumentos magnéticos são independentes de propriedades do fluido, tais
137
Instrumentação e Redes Industriais
industrial de vazão de fluidos em tubulações fechadas. Como a medição de vazão ultrassom é feita, geralmente,
sem contato com o fluido não há criação de turbulência ou perda de carga, que era causada pelos medidores
de vazão como placas de orifício, entre outros. Além disso, possibilita a medição de vazão de fluidos altamente
Além das vantagens já mencionadas, os medidores de vazão ultrassônicos possuem ainda: - Precisão
relativamente elevada (0,5% no fim da escala); - Maior extensão da faixa de medição com saída linear; -
Apresentam garantia elevada, pois não possuem peças móveis em contato com o fluido não sendo sujeitas a
desgaste mecânico; - Possibilita medição em tubos com diâmetros que vão de 1 a 60 polegadas; - A medição
Entre as desvantagens podemos citar: - Custo elevado na aplicação em tubos de pequenos diâmetros.
Basicamente os medidores de vazão por ultrassom podem ser divididos em dois tipos principais:
noção que os pulsos de pressão sonora se propagam na água à velocidade do som vem desde os dias do primeiro
desenvolvimento do sonar.
Num medidor de vazão, os pulsos sonoros são gerados, em geral, por um transdutor piezoelétrico que
transforma um sinal elétrico em vibração, que é transmitida no líquido como um trem de pulsos. Quando um
pulso ultrassônico é dirigido a jusante, sua velocidade é adicionada à velocidade da corrente. Quando um
pulso é dirigido à montante, a velocidade do impulso no líquido é desacelerada pela velocidade da corrente.
138
6. SENSORES DE VAZÃO
Baseado nessas informações é possível determinar a vazão de fluidos por ultrassom. Vejamos a seguir o
baseia na medição da diferença de velocidade de propagação dos pulsos ultrassônicos, quando aplicados à
jusante ou a montante. Essa diferença de velocidade acarreta uma diferença de tempo na passagem dos dois
sentidos. A diferença dos tempos de passagem é proporcional à velocidade do fluxo e também à vazão,
conhecida a geometria do fluxo. Por esta razão, instalam-se sobre uma tubulação duas unidades transmissor-
receptoras de ultrassom, Figura 6.25, de tal forma que a sua linha de ligação, de comprimento L, forme um
ângulo α com o vetor de velocidade de fluxo no tubo (admite-se que a velocidade média de fluxo seja V).
Os medidores de vazão que operam pelo processo de tempo de passagem, podem ser utilizados em
um receptor, Figura 6.26. A variação da frequência em função da velocidade é chamada de efeito DOPPLER.
Quando uma partícula refletora se movimenta em relação a um receptor igualmente estacionário. A variação
da frequência é proporcional a velocidade relativa entre emissor e o receptor, ou seja, entre a partícula refletora
e o receptor.
139
Instrumentação e Redes Industriais
Embora à primeira vista pareça um tanto complicado, o efeito DOPPLER encontra múltiplas aplicações
na vida diária. O controle de tráfego por radar, por exemplo, utiliza este efeito, servindo o veículo como
refletor. O deslocamento de frequência entre o sinal emitido e refletido é proporcional à velocidade do veículo
verificado. Este processo pode servir igualmente para a medição da velocidade média do fluxo e,
consequentemente, da vazão em uma tubulação, desde que o fluido a medir contenha partículas refletoras em
quantidade suficiente, tais como sólidos ou bolhas de gás, e desde que a distribuição destas partículas dentro
do fluido permitirá conclusões quanto à velocidade média do fluxo. A utilização do método de medição por
efeito DOPPLER implica em uma concentração mínima de 5% de partículas refletoras ou bolhas de ar dentro
da corrente do fluido. Alterações na concentração de partículas não exercem influência sobre o resultado da
medição.
vazão de uma tubulação é dividida em duas por dois tubos paralelos que possuem forma de “U” , e ao fim
destes tubos a vazão volta a ser conduzida por um único tubo, Figura 6.27.
frequências naturais de vibração e cuja amplitude não ultrapassa alguns milímetros. Com o passar de fluido
pelos tubos, em função desta oscilação, surge uma torção nos tubos cuja defasagem permite a medição da
vazão mássica. Esta defasagem é medida por sensores magnéticos instalados nas partes retas dos tubos em
“U”. Este tipo de medidor pode ser utilizado para medições de fluxos de líquidos e gases, com ou sem sólidos
em suspensão.
141
Instrumentação e Redes Industriais
142
7. SENSORES DE NÍVEL
7. SENSORES DE NÍVEL
7.1 INTRODUÇÃO
A medição de nível, embora tenha conceituação simples, requer por vezes artifícios e técnicas apuradas.
O nível é uma variável importante na indústria não somente para a operação do próprio processo, mas também
para fins de cálculo de custo e de inventário. Os sistemas de medição de nível variam em complexidade desde
simples visores para leituras locais até indicação remota, registro ou controle automático.
Na indústria se requer medições tanto de nível de líquidos como de sólidos. Para facilitar a compreensão
costuma-se definir nível, como sendo a altura do conteúdo de um reservatório, que poderá ser um líquido ou
um sólido.
variável em um valor fixo ou entre dois valores determinados, ou ainda para determinar a quantidade (volume
ou massa) do fluido em questão. Existem dois métodos de medição que são usados nos processos em geral.
a) Método de Medição Direta: É a medição que se faz tendo como referência a posição do plano
b) Método da Medição Indireta: É o tipo de medição que se faz para determinar o nível em função
de uma segunda variável. Na Tabela 7.1 são apresentados alguns medidores de nível mais utilizados na
instrumentação.
143
Instrumentação e Redes Industriais
7.3 MEDIDORES DE NÍVEL POR MEDIÇÃO DIRETA
partir da base do reservatório até o seu ponto mais alto, permitindo a leitura precisa do nível do líquido,
dois líquidos imiscíveis, em vasos, colunas, reatores, tanques, etc. submetidos ou não à pressão.
Os visores são aplicados quase na totalidade dos casos de monitoração local do nível, devido ao seu
baixo custo em comparação com outros tipos de instrumentos, a não ser em casos onde a pressão e temperatura
Devido às suas características construtivas, os visores de nível são de fácil manutenção e construídos de
maneira a oferecer segurança na operação. Para atender as mais variadas aplicações em diversos processos
existem atualmente os visores do tipo tubular, de vidro plano, magnéticos e os especiais para uso em caldeiras.
a cada aplicação. Estes tubos são fixados entre duas válvulas de bloqueio de desenho especial através de união
O comprimento e o diâmetro do tubo irão depender das condições a que estará submetido o visor, porém
144
7. SENSORES DE NÍVEL
Para proteção do tubo de vidro contra eventuais choques externos, são fornecidas hastes protetoras
metálicas colocadas em torno do tubo de vidro ou com tubos ou chapas plásticas envolvendo o mesmo. Os
tubos de vidro têm diâmetros normalizados onde para cada dimensão estão relacionados valores de pressão e
Devido às características construtivas, os visores de vidro tubular não suportam altas pressões e
temperaturas, bem como apresentam alta probabilidade de quebra acidental do vidro por choque externo.
Devido às limitações quanto a sua resistência a segurança, os visores de vidro tubular são recomendados
para uso em processos que não apresentam pressões superiores a cerca de 2,0 bar e em temperaturas que não
Não se recomenda o seu uso com líquidos tóxicos, inflamáveis ou corrosivos, visto que a fragilidade
destes instrumentos aumenta a possibilidade de perda de produto contido no equipamento. Recomenda-se que
o comprimento do tubo não exceda os 750 mm. Caso seja necessário cobrir faixas de variação de nível maiores,
recomenda-se usar dois ou mais visores com sobreposição de faixas visíveis, Figura 7.3.
145
Instrumentação e Redes Industriais
7.3.2b Visores de Vidro Plano
Os vidros planos substituíram, ao longo dos anos, quase a totalidade dos visores tubulares. Esse fato
decorre da inerente falta de segurança apresentada pelos visores tubulares em aplicações com pressões
elevadas. Atualmente, os visores planos representam cerca de 90% das aplicações de visores de nível em
plantas industriais.
Os visores de vidro plano têm o aspecto demostrado na Figura 7.4(a). São compostos de um ou vários
módulos onde se fixam barras planas de vidro. Estes módulos são conhecidos como seções dos visores.
Apesar da diversidade de modelos e fabricantes, cada seção apresenta uma altura variando de 100 a 350
mm e, dependendo do desnível a ser medido, os visores podem ser compostos de várias seções (visor
multisseção). Contudo, recomenda-se que cada visor tenha, no máximo, quatro seções. Ultrapassa esse limite,
o peso da unidade torna-se excessivo e o visor pode deixar de ser auto-sustentável, necessitando de suportes
adicionais. Caso sejam previstas variações amplas na temperatura do fluido, o visor deverá ser provido com
Quando o desnível a ser medido exigir um número de seções adicionais será sobrepostos como mostra a
Figura 7.4(b).
(a) (b)
As principais desvantagens dos visores multisseções são as regiões de não visibilidade entre seções
A especificação dos materiais das diversas partes depende da aplicação (temperatura, pressão, tipo de
fluido, etc.), mas de um modo geral, pode-se dizer que seus componentes são:
146
7. SENSORES DE NÍVEL
Vidro: É de borossilicato temperado capaz de suportar choques térmicos e mecânicos. Devido à sua
própria natureza, não deverá ser aplicado qualquer esforço que resulte em flexão.
Corpo de Visor: A câmara por onde passa o fluido é geralmente em aço carbono usinado. Para fluidos
Espelho: A tampa frontal, que deve suportar altas tensões, é fabricada em ferro modular ou aço
Juntas: As juntas de vedação são em papelão hidráulico e as juntas almofadas de amianto (grafitado).
Geralmente a instalação de um visor de vidro requer os seguintes acessórios adicionais, Figura 7.5:
-Válvula de bloqueio junto ao visor, normalmente, são válvulas de três vias (3 e 4) que permitem
-Válvula de dreno (5) instalada na extremidade inferior do visor. Eventualmente poderá ser instalada
também uma válvula para respiro em lugar do plugue, mostrado na Figura 8.5.
-A especificação da classe de pressão, material e outras características das válvulas, tubo e do próprio
visor devem seguir a especificação do equipamento a ele relacionado. Várias opções para instalação de
instrumentos de nível podem ser usadas. O API-RP550 (Manual of Instrumentation of Refinery Instruments
and Control System - Parte 1 - Seção 2), mostra várias alternativas para instalação de visores, bem como
1 - Válvula de isolação
2 - Válvula de isolação
3 - Válvula de bloqueio
4 - Válvula de bloqueio
5 - Válvula de dreno
6 - Plug
7 - Equipamento
8 – Coluna
9 - Visor
Figura 7. 5 - Instalação típica de um visor
Por segurança, as válvulas de bloqueio do visor podem ser dotadas de uma esfera de retenção que
previna a descarga de fluido para atmosfera se, por ventura, ocorrer a quebra do vidro ou vazamento excessivo
no visor.
147
Instrumentação e Redes Industriais
Quando se deseja maximizar a viabilidade, as válvulas de bloqueio deverão ser instaladas lateralmente.
Por outro lado, para facilitar o posicionamento do visor em relação ao observador poderão ser instaladas
válvulas “off-set” que permitem a comunicação sem obstruções entre a conexão ao visor e a saída de dreno
ou respiro, já que a haste da válvula é deslocada lateralmente em relação ao canal de comunicação visor-
dreno/respiro.
Quando instalados em vasos onde também se encontram instrumentos de medição contínua de nível
recomenda-se que os visores cubram uma faixa maior que a destes, de forma a facilitar o ajuste ou verificação
Os visores de vidro devem ser instalados em posição que permita ao operador uma boa visibilidade e
fácil acesso para manutenção do tubo de vidro, das válvulas e juntas. O vidro deve ser mantido sempre limpo
movimento vertical é convertido pela alavanca em movimento rotativo para um indicador externo.
A rotação da alavanca produz uma indicação direta ou aciona um contato magnético. O flutuador tipo
O flutuador é desenhado de modo que a linha de centro da esfera coincida com o nível da superfície do
O medidor de nível com flutuador interno é usualmente utilizado em tanques abertos. Deve-se ter o
cuidado para assegurar que não ocorram vazamentos quando estes são usados com pressão ou em tanque de
vácuo.
148
7. SENSORES DE NÍVEL
7.3.3b Medidor de nível com flutuador externo
Neste medidor o flutuador é colocado em uma câmara montada do lado de fora do tanque, como
Este por sua vez transmite esta variação ao elemento indicador através de um sistema de alavancas.
Sua vantagem sobre o sistema com flutuador interno está no fato deste ser menos afetado por oscilações
Com este medidor pode-se obter o nível em tanques sob pressão ou vácuo, medir nível de interface entre
dois líquidos de densidade diferentes e medir nível de líquido corrosivos. É indicado especialmente para os
casos em que a instalação de um flutuador tipo bóia dentro do tanque de medição não for recomendado.
movimento ascendente e descendente do flutuador ligado por meio de uma fita metálica ou corrente a um
149
Instrumentação e Redes Industriais
7.4 MEDIDORES DE NÍVEL POR MEDIÇÃO INDIRETA
diz: “Um corpo imerso em um líquido sofre a ação de uma força vertical dirigida de baixo para
A esta força exercida pelo fluido no corpo nele submerso é denominado de empuxo, será maior quanto
maior for a densidade do líquido. (Ex: Nadar no mar é mais fácil que nos rios – água salgada possui maior
densidade).
O deslocador comumente utilizado como sensor transmissor de nível tem a forma de um cilindro oco,
fabricado de materiais como aço inox 304 ou 316, monel, hastelloy, tefflon sólido, etc. A escolha do material
adequado é determinada principalmente pela temperatura e poder corrosivo do fluido. No interior do cilindro,
se necessário, são depositados contrapesos granulados, a fim de ajustar o peso do deslocador. Uma vez que o
empuxo aumenta com o percentual de imersão, segue-se que o peso aparente do deslocador se reduz com o
aumento do nível.
Na Figura 7.10, estão representados deslocadores típicos utilizados. O deslocador pode trabalhar
das características dinâmicas do processo, propriedades físicas do líquido e facilidade de manutenção desejada.
150
7. SENSORES DE NÍVEL
Faixa de Medição e Precisão: Sua faixa de medição varia de acordo com a aplicação sendo que a
faixa máxima disponível normalmente no mercado é de 0 - 5.000 mm sendo que a precisão varia conforme o
provocados pela coluna líquida presente nos equipamentos cujo nível se deseja medir. Os instrumentos
funcionando, segundo este princípio, são em geral transmissores, pelo que daremos aqui atenção.
O princípio mais comum de funcionamento dos transmissores de pressão diferencial do tipo diafragma
é o princípio de equilíbrio de forças, as pressões que definem um dado diferencial são aplicadas através das
conexões de entrada do instrumento a duas câmaras situadas em lados opostos, estanques entre si e separadas
por um elemento sensível (diafragma). Estas pressões, atuando sobre o elemento com uma superfície
determinada, produzem forças de mesma direção e sentidos opostos, fazendo originar uma força resultante.
Esta força resultante, no caso de transmissor tipo célula capacitiva, provoca uma variação na relação das
mA).
tanque e o lado de baixa pressão é aberto para a atmosfera. Visto que a pressão estática do líquido é
diretamente proporcional ao peso do líquido, este pode ser obtido pela medida do primeiro. Neste caso, o
O transmissor de pressão diferencial é usualmente montado em uma posição que corresponde o nível
baixo de medição. Se isto é difícil, ele pode ser montado como mostra a Figura 7.2c. Neste caso a supressão é
necessária desde que a pressão adicional já esteja na parte baixa do nível do líquido.
Nível do líquido
Nível do líquido
Transmissor de
H pressão
diferencial H
γ H L
γH Pressão diferencial
(a) (b)
Nível do líquido
Nível do líquido
H Transmissor de
pressão
γ
diferencial H
h1 γ h1 Pressão
H L diferencial
(c) (d)
152
7. SENSORES DE NÍVEL
7.4.2b Para tanque fechado
No tanque fechado se a pressão dentro do tanque é diferente da pressão atmosférica, os lados de alta e
baixa pressão são conectados individualmente por tubos na parte baixa e alta do tanque respectivamente para
tomada de alta pressão com um líquido (normalmente água) para evitar que se forme uma coluna de água
nesta tomada, devido à existência de condensado que se acumularia nela e provocaria medição falsa. Neste
Hmax
tomada de tubo com
pressão líquido
h
H
Hmin
H L tubo da
H L
medição
dreno
Algumas características mais comum dos transmissores do tipo pressão diferencial estão listadas na
Tabela 7.2.
CARACTERÍSTICAS
Faixa: 250/1250 mmH2O até 5000/25000 mmH2O
Sinal de saída 4 -20 mA
Alimentação 24 Vcc
Pressão de Projeto Max 400 Kgf/cm2
Limites de Temperatura (ambiente e
- 40º a + 120ºC
processo)
Apresenta valores de ordem de ±0,1% da faixa (span), incluindo
Precisão
efeitos conjuntos de linearidade, histerese e repetibilidade
Conexão do processo ¼ in NPT ou ½ in NPT
Apesar de existir o recurso da utilização de sistemas de selagem
Materiais
para proteger seus internos contra fluidos corrosivos, o transmissor
153
Instrumentação e Redes Industriais
pode apresentar uma série de combinação de materiais para as
partes que têm contato com fluido: Aço Inoxidável 316 e 316L,
Hastelloy C, Monel, Tântalo, Duranickel. Também podem ser
fornecidos com preparação especial dos internos para operações
com oxigênio e hidrogênio. Os corpos (câmara de pressão) são
geralmente de aço inoxidável forjado ou de aço carbono forjado
(niquelado ou cadmiado). O invólucro da eletrônica é normalmente
de liga de alumínio alto impacto
ΔS = jℎ i (Eq. 7.1)
Tanque
aberto P0
h2
P1
Transmissor
tipo flange
ΔS = jℎ i − jℎ i = ji ℎ − ℎ (Eq. 7.2)
œ0
ℎ = ℎ − Zz (Eq. 7.3)
Tanque fechado
constante
h1
Nível
h2
Transmissor pressão
diferencial L H
posicionamento na linha de processos depende quase que exclusivamente da variável a ser medida. Existem
instalações típicas para medições de vazão de líquidos, gases e vapor. Para medições de nível, devem ser
consideradas as colunas de pressão atuantes no transmissor no momento do seu ajuste e calibração, Figura
7.16.
I. Tanque aberto:
Onde nas Equações 7.4 a 7.9: h1= nível máximo; h 2= nível mínimo; γ1 =Peso específico de líquido; γ0 = Peso
155
Instrumentação e Redes Industriais
7.4.3 Medidor de Nível tipo Borbulhador.
Neste tipo de medição, um tubo é inserido no líquido em um vaso. Uma das pontas devidamente
preparada é submersa no líquido cujo nível se deseja medir e através da ponta superior é fornecido ar ou gás
inerte permanentemente.
O princípio no qual se baseia este tipo de medição é que será necessária uma pressão de ar igual à
coluna líquida existente no vaso, para que o ar vença este obstáculo e consiga escapar pela extremidade
inferior do tubo. Na medição é necessário que se possa saber se a pressão exercida pela coluna de líquido está
sendo vencida ou não, e isto se torna possível com o escape das bolhas de ar pela ponta imersa no tubo. Isto
representa um pequeno valor adicional na pressão de ar, desprezível, desde que o borbulhamento não seja
intenso.
A medida se faz através de um instrumento receptor que pode ser um manômetro ou qualquer outro
instrumento transmissor de pressão. A Figura 7.17 demostra um esquema deste tipo de medidor.
Quando o nível do líquido sobe ou desce a pressão interna do tubo aumenta ou diminui respectivamente
acompanhando o nível; esta variação de pressão é sentida pelo instrumento receptor. Uma coluna de líquido
maior requer, maior pressão de ar para que haja expulsão de bolhas de ar e para colunas menores, pressões
menores de ar.
Para termos um bom índice de precisão, é necessário que o fluxo de ar ou gás seja mantido constante
em qualquer situação e para conseguirmos esta condição temos diversas maneiras, seja pela utilização de
156
7. SENSORES DE NÍVEL
orifícios de restrição, válvulas-agulha, rotâmetros com reguladores de pressão diferencial, borbulhadores
As válvulas-agulha e os orifícios de restrição são utilizados por constituírem limitadores de vazão. Podem
ser regulados, no caso das válvulas-agulha, até obter o borbulhamento ideal e calculado, no caso de orifícios
de restrição.
Já o rotâmetro com reguladores de pressão diferencial apresentam ótima precisão, pois, além de
permitirem vazão de ar ou gás, mantêm o fluxo do mesmo constante regulando permanentemente a queda de
7.4.3a Materiais
O tubo de medição pode ser executado em qualquer material, de acordo com o fluido a ser monitorado.
Ele poderá ser de aço inox ou aços especiais materiais plásticos como PCV, teflon, etc.
variação na pressão do vaso irá afetar a leitura, somando-se à coluna de líquido. Isto faz com que o instrumento
receptor acuse nível maior que o realmente existente nos vasos. Sob vácuo ocorre o mesmo. Nestes casos deve-
se usar um instrumento de pressão diferencial onde uma das tomadas é ligada ao topo do equipamento.
Os borbulhadores não são recomendados também, quando o ar ou gás possa contaminar ou alterar as
características do produto. O ar utilizado deve ser o ar de instrumentos, seco e isento de óleo, ou qualquer
gás inerte. O líquido não deve conter sólidos em suspensão e sua densidade deve manter sempre constante.
longitudinais. Deve-se cuidar para que equipamentos como agitadores ou serpentinas não interfiram no
funcionamento dos borbulhadores. Deve-se, sempre que possível instalá-lo em um ponto onde as variações de
nível por ondulação da superfície sejam mínimas e onde é possível instalar quebra-ondas.
A extremidade do tubo imersa no líquido deve ter um corte em ângulo ou um chanfro triangula com a
finalidade de formar bolhas pequenas, garantindo uma pressão no interior do tubo o mais estável possível.
157
Instrumentação e Redes Industriais
7.4.4 Medidor de nível tipo capacitivo
Um capacitor consiste de dois condutores, denominados placas, separados por um material dielétrico.
Este componente, muito utilizado em circuitos elétricos, tem como principal característica a propriedade de
armazenar cargas elétricas. A grandeza que caracteriza um capacitor é a capacitância, expressa em Farad.
Um capacitor de 1 Farad armazena 1 Coulomb de carga ao ser submetido a uma diferença de potencial de 1
Volt. Quando submetido a uma tensão alternada, o capacitor é “percorrido” por uma corrente diretamente
proporcional a sua capacitância. A capacitância é função da área das placas, da distância entre elas e da
o nível. A sonda pode ser isolada ou não e serve como uma das placas do capacitor. A outra placa é formada
pelas paredes do vaso e o fluido comporta-se como dielétrico. A capacitância é medida através de um circuito
em ponte AC, excitado por um oscilador de alta freqüência (500 kHz a 1,5 MHz). Ao variar o nível no interior
do vaso, altera-se a proporção entre o líquido e o vapor. Como a constante dielétrica da maioria dos líquidos
é maior que a dos vapores as variações de nível se traduzem em variações (quase) lineares de capacitância.
Consequentemente, as sondas capacitivas também podem ser utilizadas para detectar a interface de líquidos
com constantes dielétricas (K) distintas. A Figura 7.18 ilustra a instalação de uma sonda capacitiva para
medição do nível de um líquido isolante em um vaso com paredes condutoras. É mostrado, também, o circuito
elétrico equivalente.
158
7. SENSORES DE NÍVEL
7.4.4b Recomendações de Utilização
Para tanques com diâmetros grandes, é preferível que a sonda seja formada por um condutor central e
uma blindagem concêntrica, agindo como a outra placa do capacitor. Isto aumentará a sensibilidade da sonda.
Essa configuração também é utilizada quando a parede do vaso não é condutora. Se o fluido for condutor,
uma corrente fluirá entre as placas do capacitor prejudicando a precisão. Sondas com revestimento total de
Teflon ou material isolante similar deverão ser utilizados. Neste caso, o revestimento da sonda é o dielétrico,
enquanto que o fluido comporta-se como a outra placa do capacitor. As sondas capacitivas com revestimento
Para tanques com alturas elevadas (acima de 3m), a sonda pode consistir de um cabo de aço isolado
ancorado ao fundo. Sondas montadas horizontalmente possuem uma precisão maior e são adequadas para
A utilização das sondas capacitivas apresenta, por outro lado, alguns inconvenientes:
• A composição química e física do material ou alteração de sua estrutura pode afetar a constante
dielétrica. Este efeito é mais pronunciado nas aplicações com sólidos onde a granulometria das
• Em aplicações com líquidos condutivos viscosos, é possível que o material incruste na superfície
da sonda. Em uma redução de nível a camada aderida à superfície acarreta um erro de medida,
já que o instrumento indicará o nível anterior à redução. Nesse caso utiliza-se sistema com
proteção contra incrustação. Polpas condutoras de baixa fluidez, por exemplo, que são freqüentes
nas aplicações da indústria alimentícia (mostarda, coalhada, massa de tomate, etc.), formam
uma camada sobre a sonda que escoa com dificuldade e impede a medição do nível, até que a
camada tenha diminuído de espessura, de forma a tornar a sua resistência elétrica ao longo do
• A interface entre dois líquidos condutores não pode ser detectada por esse tipo.
• A contaminação do fluido com água afeta bastante a constante dielétrica, alterando a indicação,
159
Instrumentação e Redes Industriais
da sonda com umidade. Esta contaminação é especialmente problemática com certos líquidos ou
polpas (pastas) condutoras. Assim, líquidos como ácido clorídrico e soluções de cloretos (água
do mar) formam um fino filme condutor contínuo na superfície do isolamento, que por sua
de detecção.
A geração ocorre quando uma força externa excita as moléculas de um meio elástico. Esta excitação é
transferida de molécula a molécula do meio com uma velocidade que depende da elasticidade e inércia das
moléculas. A propagação do ultrassom depende, desta forma, do meio, se sólido, líquido ou gases e sua
exclusivamente deste.
Na água, a 10ºC, a velocidade de propagação do som é de 1440 m/s, enquanto que no ar, a 20ºC, é 343
m/s.
Assim sendo, a velocidade do som é a base para a medição através da técnica de ECO, usada nos
dispositivos tipos ultrassônicos, sendo função da temperatura e da pressão, cujos efeitos originados por esta
marcante desses materiais é a produção de um deslocamento quando aplicamos uma tensão. Assim sendo, eles
Inversamente, quando se aplica uma força em um material piezelétrico, resulta o aparecimento de uma
tensão no seu terminal elétrico. Nesta modalidade, o material piezelétrico é usado como receptor de ultra-
som.
Pela sua estabilidade, o quartzo cultivado é um dos materiais mais recomendados para fabricação do
sensor transdutor. A excitação destes transdutores pode ser realizada de três maneiras:
I. Pulso: a excitação de pulso consiste em excitar o transdutor com pulsos que podem atingir uma
tensão acima de 500V e com a duração de alguns nano segundos. A frequência de repetição dos pulsos é m
III. Trens de onda: pode ser produzido por um gerador de ondas senoidais que é ligado por um tempo
O princípio de operação dos dispositivos ultrassônicos tem por base uma lei da ótica física: “O ângulo
Quando uma onda ultrassônica, que se propaga em um meio, incide sobre a interface de duas substâncias
de densidades diferentes, faz surgir duas ondas emergentes: uma onda ultrassônica proveniente da reflexão
nessa interface (onda refletida) e outra proveniente da mudança de meio de propagação, denominada onda
refratada (Figura 8.20). Cada interface refletirá de forma diferente conforme esquematizado na Figura 7.20.
ONDA INCIDENTE
ECO
ECO
LÍQUIDO/SÓLIDO
161
Instrumentação e Redes Industriais
Os dispositivos do tipo ultrassônico utilizam-se da primeira, isto é, seu princípio de operação concentra-
se reflexão da onda gerada pelo transdutor, quando encontra a interface com o produto cujo nível deseja-se
medir ou, mais precisamente, no lapso de tempo gasto pela onda desde o instante que é gerada, até o instante
O detector ultrassônico contínuo de nível (SONAR) mede o tempo requerido por uma onda ultrassônica para
ir da superfície do líquido, refletir-se e voltar. O transdutor pode ser montado no topo do equipamento ou
imerso no meio líquido, cujo nível se deseja medir. A Figura 7.21 ilustra algumas situações de projeto.
A B
C D
O tipo de instalação A prevê dois transdutores, um para emissão e outro para recepção, montados em
receptáculos distintos. Neste caso, a onda é gerada no ar, propagando-se até a interface ar-líquido, onde ocorre
a reflexão, para depois a onda refletida ser recebida no cristal receptor. A medição contínua do nível de líquido
se faz de uma maneira indireta, uma vez que todo o percurso da onda é realizado no meio ar. Em B o
transdutor gera um trem de pulsos (“burst”) ultrassônico e, enquanto a energia acústica é gerada, o receptor
está desativado. O emissor e o receptor estando num único receptáculo faz-se necessário a ativação do receptor
após a emissão do trem de ondas, visando à detecção do eco. A montagem da unidade emissão/recepção no
meio gasoso traz a vantagem de se evitar o contato com o fluido do processo; em contrapartida, apresenta a
desvantagem de transferir para o meio gasoso uma parcela maior de sua energia. Nas aplicações para medição
de nível de líquidos, a direção do ângulo de incidência deve ser de ±2º em relação à vertical. Na instalação C,
o tempo de eco ultrassônico indica diretamente o nível do produto. A unidade pode ainda ser montada
externamente ao vaso (situação D), apresentando a vantagem adicional da não necessidade de vazar o
equipamento.
162
7. SENSORES DE NÍVEL
As instalações C e D discutidas neste subitem são aplicáveis à detecção de nível de líquidos limpos,
enquanto os esquemas A e B podem ser usados também para medir níveis de sólidos.
Esses sistemas consistem de uma fonte de emissão de raio gama, um detector tipo câmara de ionização
ou cintilação e uma unidade eletrônica conversora e transmissora de sinal. A fonte, normalmente de césio 137,
é alojada em cápsula de aço inox e blindada por chumbo ou ferro fundido, deixando desbloqueada para
emissão do raio gama um ângulo de 40º (medição contínua) ou 7º (medição pontual). O detector mais utilizado
é formado por uma câmara contendo gás inerte (argônio, por exemplo) pressurizado, alimentado por uma
tensão contínua negativa (-15 VDC) e um coletor de elétrons (que são retirados da última camada do átomo
pela incidência do raio gama). A corrente elétrica, produzida pela passagem do raio gama é diretamente
Esse sinal é convertido em tensão e/ou frequência para finalmente, pela unidade eletrônica ser
transmitida através de sinal de corrente de 4 a 20 mADC. Muitos arranjos são utilizados na instalação desses
sistemas, porém a mais típica pode ser vista na Figura 7.22, onde a fonte é instalada de um lado do silo ou
FONTE DE
RADIAÇÃO INDICADOR
AMPLIFICADOR
SENSOR
GEIGER
de medição desejada.
163
Instrumentação e Redes Industriais
7.4.8 Medição de nível por pesagem
A medição de nível por pesagem consiste basicamente na instalação de células de cargas nas bases de
adequadamente em um bloco de aço especial com dimensões calculadas para apresentar uma deformação
elástica e linear quando submetido a uma força. Essa deformação é detectada pelas fitas extensiométricas
As células de carga podem ser instaladas sob os pontos de apoio da estrutura do silo, de tal forma que
o seu peso é nelas aplicado. O número de células de carga varia em função da forma de silo, sendo que a
solução que apresenta melhor precisão é apoiar o silo em três células dispostas defasadas de 120º em relação
Sempre que possível o silo deve ser projetado com seção transversal circular de forma a garantir uma
distribuição estável e equalizada do peso total entre as três células de carga. Em algumas instalações existem
silos apoiados em uma ou duas células de carga sendo os outros apoios fixos; esta solução não é recomendada
Para silos pequenos podem ser usadas células de carga que são deformadas por tração, sendo neste caso
o silo suspenso por uma única célula, eliminando-se o problema de distribuição de carga.
Os sistemas de medição de nível através de pesagem exigem que o silo seja fisicamente isolado da
estrutura do prédio, evitando, desta forma, que forças estranhas sejam aplicadas às células de carga,
DETECTORES NOS
PÉS DO SUPORTE UNIDADE DE
MEDIÇÃO
CAIXA DE
JUNÇÃO
Algumas alterações do projeto estrutural do prédio poderão ser necessárias, uma vez que o peso do silo
não está mais distribuído em uma estrutura de sustentação, mas, sim, concentrando em pontos onde serão
164
7. SENSORES DE NÍVEL
instaladas as células de carga. Os sistemas de enchimento e esvaziamento do silo deverão ser cuidadosamente
projetados tendo em vista minimizar sua interferência no sistema de medição. Deve ser evitada a instalação
de vibradores, motores e outras fontes de vibração em contato direto com o silo. Em silos mais altos ou
instalados em local sujeito a vibrações excessivas, recomenda-se a colocação de barras estabilizadoras nas
laterais do silo para absorver os eventuais esforços horizontais que tendam a desequilibrar o silo prejudicando
o desempenho do sistema.
granulados com melhor monitoração e/ou controle vem pressionando os fabricantes de instrumentos de
medição a desenvolver/melhorar as técnicas de medição dessa variável onde as tecnologias convencionais não
se aplicam. Hoje, encontramos no mercado vários tipos de dispositivos eletromecânicos, eletrônicos, sônicos
ou nucleares para atender às diversas situações, nas quais é necessário o controle do volume ou massa de
sólidos armazenados em silos, depósitos de compensação e sistemas de dosagem. Embora alguns deles tenham
aplicação quase que universal com ótimos resultados perde lugar devido a seu custo elevado, para dispositivos
mais simples, menos precisos, desde que estes atendam satisfatoriamente aos requisitos do processo e às
condições físicas para a sua instalação. Para a seleção do dispositivo mais adequado para cada caso, torna-se
existentes, devendo ser considerados ainda fatores, tais como: material estocado; geometria e estrutura do
A técnica a ser utilizada para medição de nível de sólido deve ser escolhida após análise da aplicação
quanto ao seu comportamento dinâmico, tipo de silo ou tanque, tipo do material, precisão requerida, etc.
Dentre as técnicas disponíveis podemos citar a sonda capacitiva, o sistema de pesagem, o sistema radioativos,
Excluindo aplicações para líquidos como a água que não requer grandes cuidados na escolha, a especificação
do sensor deve levar em consideração as características químicas e físicas, o estado da matéria, as interferências
das variáveis temperatura e pressão e principalmente o local da instalação. Se a opção melhor for a medição
por pressão diferencial deve-se recorrer as mesmas recomendações sugeridas para os medidores de pressão de
líquidos. Se, o fluido for sólido granulado é importante verificar a geração de poeira, vapores e também o
165
Instrumentação e Redes Industriais
7.4.9b Instrumentos para alarme e intertravamento
A medição de nível está sempre relacionada a monitoração e/ou controle da quantidade de fluidos
estocados em silos e tanques em processos geralmente dinâmicos e assim com cargas e descargas freqüentes.
Esta movimentação constante faz com que haja necessidade de utilização de medidores de nível ponterais
denominados chaves de nível, que tem por objetivo acusar uma condição extrema no armazenamento do
fluido. Esta condição extrema visa sempre evitar que haja ou material em excesso no reservatório o que
ocasionaria transbordo ou falta de material o que faria, por exemplo, uma bomba “cavitar” (trabalhar em
vazio).
I. Chaves de Nível
As chaves de nível são dispositivos próprios para atuar em determinados pontos fixos de nível. Estes
pontos fixos são valores de nível em equipamentos que, uma vez alcançados, exigem o desencadeamento de
alguma ação necessária à boa operação ou à segurança do sistema ao qual pertence o equipamento. Assim
sendo, uma chave de nível pode ligar uma bomba, acionar um alarme ou desencadear uma sequência de
operações automáticas quando o nível atinge um ponto fixo, cujo valor é informado à chave através de ajuste
a ela inteligíveis. As chaves de nível são capazes de dar como saída somente um dentre dois estados: energizado
e desenergizado. Para cumprirem esta tarefa, as chaves são compostas basicamente de duas partes: um
detector de nível e um circuito de saída. O detector se encarrega de informar ao circuito de saída a presença
ou ausência do nível em determinada posição; e esse circuito, de mudar o estado de saída da chave em função
desta informação.
- Tipo vibratória
I. Princípio de operação
vibração de uma haste singela ou de duas hastes em forma de diapasão”. Este amortecimento mecânico se faz
por absorção de energia de vibração pela viscosidade de um líquido ou pela resistência de sólidos granulares
Chave de nível de uma Lâmina - na chave de nível de uma lâmina ou haste de vibração singela, a
vibração da mesma é obtida por excitações transversais nesta lâmina ou haste por um sistema de bobina ou
166
7. SENSORES DE NÍVEL
A amplitude de vibração da lâmina ou haste é detectada por uma bobina sensora cujo sinal de saída é
alimentado a um circuito eletrônico, o que, por sua vez, fornece um sinal de saída proporcional à amplitude
de vibração. O amortecimento da vibração também reduz o sinal de saída, que, indo a um relé eletrônico
devidamente calibrado, faz atuar um contato, modificando o estado do sinal de saída, Figura 7.24.
III. Aplicações
A chave de nível tipo lâmina vibratória distingue-se de outros dispositivos mecânicos e eletromecânicos
pela ausência de partes móveis e pela estanqueidade da chave com relação ao interior do recipiente, podendo
ser utilizada em pressões da ordem de até 10 kg/cm2 . Normalmente, há limitação de temperatura do meio a
A chave de nível tipo lâmina vibratória é utilizada na detecção do nível de sólidos a granel cuja
granulometria, no caso da chave de duas lâminas, não deve exceder a, aproximadamente, 10mm para evitar
que um pedaço maior possa ficar preso entre as mesmas, impedindo a sua operação. Pela própria construção
esta chave de nível é mais sensível na extremidade das lâminas vibratórias, já que a amplitude da vibração
IV. Instalação
A chave de nível tipo lâmina vibratória poderá, dependendo da configuração, ser instalada lateralmente
ou de topo no equipamento, Figura 7.25, devendo ser evitados cantos onde possa haver acúmulo de material,
bem como aquelas áreas em que ocorra a queda de material alimentando o silo ou reservatório.
167
Instrumentação e Redes Industriais
168
8. VÁLVULA DE CONTROLE
8. VÁLVULA DE CONTROLE
8.1 INTRODUÇÃO
Apesar de nem sempre receber a devida atenção, a escolha do elemento final de controle mais adequado
é de grande importância para o bom desempenho de uma malha de controle, pois ele é o responsável pela
modificação de valores diversos para que a variável sob controle seja mantida no valor desejado. Existem
diversos tipos de elementos finais de controle, tais como resistências elétricas, bomba, motor, etc., porém, sem
8.2.1 Definição
De forma genérica pode-se dizer que se trata de um dispositivo cuja finalidade é a de provocar uma
obstrução na tubulação com o objetivo de permitir maior ou menor passagem de fluido por esta. Esta
obstrução pode ser parcial ou total, manual ou automática. Em outras palavras é todo dispositivo que através
de uma parte móvel abra, obstrua ou regule uma passagem através de uma tubulação. Seu objetivo principal
8.3.1 Introdução
Uma válvula de controle consiste basicamente de dois conjuntos principais o corpo e o atuador. O corpo
e a parte da válvula que executa a ação de controle permitindo maior ou menor passagem do fluido no seu
169
Instrumentação e Redes Industriais
O conjunto do corpo divide-se basicamente nos seguintes subconjuntos: a) corpo propriamente dito; b)
Nem todos os tipos de válvulas possuem obrigatoriamente o seu conjunto do corpo formado por todos
os subcomponentes acima mencionados. Em algum tipo de válvulas, corpo e castelo formam uma só peça
denominada apenas corpo; em outros nem existe o flange inferior. Porém, vamos desconsiderar tais
particularidades, optando por um conceito mais global, para posteriormente irmos restringindo-o à medida
Sendo o conjunto do corpo, a parte da válvula que entra em contato direto com fluido, este deve
satisfazer os requisitos de pressão, temperatura e corrosão do fluido. Trata-se, portanto, de um vaso de pressão
estivermos falando de tipos de válvulas subentenderemos tipos de corpos. Podemos agrupar os principais tipos
Define-se por válvula de deslocamento linear, a válvula na qual a peça móvel vedante descreve um
movimento retilíneo, acionada por uma haste deslizante; enquanto que uma válvula de deslocamento rotativo
é aquela na qual a peça móvel vedante descreve um movimento de rotação acionada por um eixo girante.
Para cada tipo de processo ou fluido sempre temos pelo menos um tipo de válvula que satisfaça os
requisitos teóricos de processo, independente da consideração econômica. Cada um desses tipos de válvulas
170
8. VÁLVULA DE CONTROLE
8.4 VÁLVULAS DE DESLOCAMENTO LINEAR DA HASTE
de corpo passa através de um único orifício. O obturador pode ser movimentado para cima ou para baixo,
tais tipos de montagem são denominadas de normalmente fechada e normalmente aberta, respectivamente.
O fato de uma válvula ser normalmente aberta eu fechada é um fator muito importante a ser levado
em consideração na escolha da válvula. Isso significa que na posição de descanso, ou seja, sem força de atuação,
a válvula pode ficar completamente aberta ou completamente fechada. Uma válvula normalmente aberta
ficara totalmente aberta em caso de falta de suprimento de energia para operação do atuador, no caso de uma
válvula normalmente fechada ocorrerá o inverso. As principais características da válvula globo sede simples
são: proporciona uma boa vedação e possui obturador estaticamente não balanceado. Assim sendo podemos
atingir um vazamento, quando a válvula estiver totalmente fechada de, no máximo até 0,01% da sua
capacidade de vazão máxima. Os índices de vazamento obtidos, estando a válvula de controle totalmente
fechada, são padronizados internacionalmente conforme a norma ANSI B16.104 - "AMERICAN NATIONAL
STANDARD FOR CONTROL VALVE LEAKAGE" a qual define diversas classes de vazamento. É no fato
do seu obturador não ser balanceado que reside a principal desvantagem da válvula sede simples, motivo pelo
qual requer uma força de atuação suficientemente grande para vencer as forças estáticas de fluido agindo
Um outro fato de muita importância nas válvulas globo sede simples, é a direção do fluxo em relação a
posição do conjunto obturador e anel da sede. O fluido deve sempre entrar na válvula tendendo abri-la. Uma
flecha estampada no corpo indica o sentido de montagem da válvula na tubulação. Obtemos com isso as
seguintes vantagens: aumento da vida útil das gaxetas e uma operação mais suave, evitando-se assim o
171
Instrumentação e Redes Industriais
fenômeno de "chattering”. Esse fenômeno pode ser facilmente explicado da seguinte forma: caso o fluxo entre
na válvula tendendo fechá-la, quando o obturador aproxima-se do anel da sede, surge uma força dinâmica
não balanceada produzida pela redução da pressão, após a restrição. Essa força, que tende puxar o obturador
de encontro à sede, faz o obturador chocar-se continuamente contra a sede, devido a proximidade entre ambos,
danificando por completo o assentamento da válvula, além de ainda produzir o indesejável ruído, de origem
mecânica devido à oscilação vertical do obturador. Porém, existem situações nas quais é imperativo a
instalação da válvula sede simples com o fluxo tendendo fechar a válvula. Um exemplo disso é o caso de alta
pressão diferencial, nestes casos devemos agir com critério e cuidado na especificação dos materiais dos
através de duas passagens ou orifícios. A principal vantagem da válvula sede dupla é o fato dela ser
estaticamente quase estável sem necessitar de uma força de atuação tão grande quanto a válvula sede simples.
Como desvantagem, as válvulas sede dupla, apresentam um vazamento, quando totalmente fechadas
de no máximo 0,5% da sua máxima capacidade de vazão. Conforme a especificação normativa da ANSI
B16.104. Existem possibilidades técnicas de construir um obturador sede dupla especialmente para alta
estanqueidade utilizando-se do sistema de assento composto (metal-teflon, metal-elastômero, etc). Por ser
uma adaptação altamente cara, somente é utilizada em casos de imperiosa necessidade, fato difícil de acontecer
principalmente por existirem sempre mais do que uma solução teoricamente viável referente ao tipo de válvula
a ser utilizada.
172
8. VÁLVULA DE CONTROLE
8.4.3 Válvula de Controle Globo de 3 vias
Trata-se de uma adaptação das válvulas globo convencionais, para utilização em aplicações de mistura
Na válvula tipo convergente, fluidos quaisquer e separados entram pelas vias (2) e (3), misturando-se
numa determinada e desejada proporção, saindo pela via (1) já misturados. A proporção da mistura é
determinada pela posição do obturador relativa às duas sedes. Um deslocamento do obturador para cima faz
diminuir a entrada do fluido por (2), aumentando simultaneamente a entrada do fluido por (3). Uma válvula
3 vias tipo divergente o fluido entra pela via (1) e sai em proporções definidas pelas vias (2) e (3). As válvulas
de 3 vias, devido a sua configuração e utilização, não apresentam vedação completa, pois, se fecharmos um
no controle de fluidos corrosivos, líquidos altamente viscosos e líquidos com sólidos em suspensão. Uma válvula
de controle tipo diafragma conforme vemos na Figura 8.4, consiste de um corpo em cuja parte central
apresenta um encosto sobre o qual um diafragma móvel, preso entre o corpo e o castelo, se desloca para
mundial da Saunders (Inglaterra), possui como vantagens um baixo custo, total estanqueidade quando
fechada, já que o assento é composto, e facilidade de manutenção. Entretanto não apresenta uma boa
característica de vazão para controle, além de uma alta e não uniforme força de atuação que faz com que
praticamente este tipo de válvula seja limitado em diâmetros de até 6" para efeito de aplicações em controle
modulado. Uma outra desvantagem é que devido ao material do seu obturador (diafragma de neoprene ou
Teflon), a sua utilização é limitada pela temperatura do fluido em função do material do diafragma. Uma
particularidade muito importante e notável é que, devido a forma interna do seu corpo, é possível o
revestimento interno das paredes do corpo com materiais, tais como: vidro, ebonite, plástico, chumbo ou
Teflon, o que possibilita o uso deste tipo de válvula mesmo em corpo de ferro fundido, porém revestido, em
aplicações corrosivas.
de processos químicos, aplicações nas quais torna-se necessária uma frequente inspeção ou substituição dos
internos da válvula. A válvula de controle de corpo bi-partido conforme vemos pela Figura 8.5, foi desenhada
para tais situações possibilitando uma fácil manutenção devido à facilidade de acesso aos internos. Neste tipo
de válvula, o anel da sede é preso (ao contrário da globo convencional onde é rosqueado) entre as duas
Devido a ser uma válvula utilizada em fluidos altamente corrosivos, o material de corpo é especial e
portanto caro, padronizando-se a utilização de flanges tipo encaixe, soldados ao corpo. Estes flanges, podem
ser em aço carbono comum mesmo que o corpo seja de material superior.
174
8. VÁLVULA DE CONTROLE
A guia do obturador é apenas superior ou superior e no anel da sede. Uma desvantagem deste tipo de
válvula é a não possibilidade de uma fixação na linha por meio de solda (pois neste caso as metades do corpo
não poderiam ser separadas para a remoção do anel), já que em tais aplicações tão corrosivas nas plantas
Este tipo de válvula é apenas sede simples, apresentando índice de vazamento de 0,01% da sua máxima
capacidade de vazão, e as limitações de força da atuação ao desequilíbrio das forças dinâmicas do fluido contra
o obturador.
da mesma. Se considerarmos a função à qual se destina a válvula, realmente as partes denominadas de internos
representam o papel principal da válvula de controle, ou seja, produzir uma restrição variável a passagem do
fluido conforme a necessidade imposta pela ação corretiva do controlador produzindo assim, uma relação entre
Esta tal relação é denominada de características de vazão da válvula e podemos por enquanto defini-la
como uma relação entre a vazão que passa pela válvula e o afastamento do obturador relativo à sede. Este
afastamento é uma fração de deslocamento linear do obturador entre as posições de abertura e fechamento
Não fosse o bastante isso, as partes internas têm que ainda proporcionar a necessária estanqueidade da
O conjunto dos internos da válvula consiste das partes internas removíveis e que entram em contato
com o fluido de processo. Tal conjunto é formado por: obturador, anel da sede e guia, conforme vemos pela
Figura 8.6.
O obturador é o elemento vedante do conjunto dos internos da válvula (Figura 8.7) com formato de
disco ou de contorno caracterizado, que se move linearmente no interior do corpo, obstruindo o orifício de
passagem, de modo a formar uma restrição variável ao fluxo. Sua construção geométrica estabelece uma
relação teórica entre o percentual de abertura da válvula e seu ganho de vazão, determinando o que chamamos
de “característica de vazão”.
Existem como mais adiante veremos com maiores detalhes, quatro tipos básicos de características de
O anel sede da válvula globo convencional é rosqueado, possuindo na sua borda superior, orelhas que
facilitam a sua remoção. Em casos de fluidos com grandes diferenças de temperatura de serviço, o anel é
soldado ao corpo para evitar o seu afrouxamento, visto que o mesmo em conjunto com o obturador
Define-se como internos de capacidade reduzida, ao conjunto obturador e sede(s) de área de passagem
inferior à nominal para um dado diâmetro de válvula. A utilização dos internos de capacidade reduzida tem
por objetivo:
a. Obter controle preciso a baixa vazão em processos sujeitos a preestabelecida expansão da sua
capacidade, o que fará aumentar a vazão através da válvula em questão, quando o sistema operar à
total capacidade.
passagem do fluxo menor e maior guia do obturador, em relação à guia tida por uma válvula com
capacidade nominal idêntica a capacidade reduzida. Isso ocorre em aplicações com líquidos sujeitos a
“flashing”, alta velocidade do líquido, alta queda de pressão e/ou serviço cavitante. O maior volume
tido pelo corpo a jusante do orifício em aplicações onde haja o problema da cavitação, que será definida
176
8. VÁLVULA DE CONTROLE
mais adiante, permite que o orifício esteja algo mais afastado das paredes internas do corpo de forma
que as bolhas tendam a implodir no meio do percurso ao invés de bem próximo à parede do corpo.
Mantendo-se o mesmo diâmetro de guia do obturador, ele é mais rígido do que se fosse numa válvula
c. Reduzir a velocidade de saída de fluidos compressíveis (gases e vapores), para níveis subsônicos no
A maioria dos fabricantes oferecem internos com redução da capacidade padronizada à 40% da
capacidade nominal ou integral, contudo, em válvulas guiadas superiormente como o caso da micro-fluxo, são
8.4.7 Castelo
O castelo, geralmente uma parte separada do corpo da válvula que pode ser removida para dar acesso
as partes internas das válvulas, é definido como sendo "um conjunto que inclui, a parte através da qual uma
haste do obturador de válvula move-se, e um meio para produzir selagem contra vazamento através da haste".
Sendo uma peça sujeita à pressão do fluido, tem de satisfazer aos mesmos requisitos de projeto que o
corpo.
No próprio castelo dispõem-se os meios para prender o atuador, conter a caixa de gaxetas e poder ainda
conter a bucha de guia superior para guiar o obturador como acontece no caso das válvulas globo
convencionais, conforme podemos notar pela Figura 8.8a onde é mostrado um castelo tipo normal para
utilização nas válvulas globo convencionais. O castelo é, portanto um subconjunto do corpo na maioria das
válvulas de controle, embora existem tipos de válvulas como as rotativas (borboleta, esfera e excêntrica), e a
bipartida nas quais o castelo é parte integral ao corpo, não se constituindo de parte independente.
Assim sendo, os exemplos de castelos que aqui serão dados servem apenas para aquelas válvulas nas
quais o castelo é uma peça separada. Tais tipos de válvulas das anteriormente citadas são: globo convencional
sede simples e dupla e 3 vias. Na válvula tipo diafragma a utilização do castelo é praticamente apenas um
meio para fixar o atuador, não contendo a caixa de gaxetas, já que este tipo de válvula não a requer por ser
totalmente vedada a possibilidade do fluido penetrar no castelo, a menos que rompa o diafragma obturador.
Apenas no caso da válvula ser utilizada em fluidos altamente corrosivos ou perigosos (tóxicos ou inflamáveis),
é que se recomenda a utilização de caixa de gaxetas, para proteção adicional caso o diafragma estoure.
177
Instrumentação e Redes Industriais
Normalmente o castelo é preso ao corpo por meio de conexões flangeadas e para casos de válvulas globo
de pequeno porte, convenciona-se a utilização de castelo roscado devido ao fator econômico, em aplicações de
utilidades gerais como ar, água, etc., como é o caso das denominadas válvulas de controle globo miniaturadas.
8.8b; iii) Castelo Extra-longo (CE-3), Figura 8.8c; iv) Castelo com Fole de Selagem (CE-4), Figura 8.8d.
i) Castelo Normal
É o castelo padrão utilizado para as aplicações comuns nas quais a temperatura do fluido está entre -
18 a 232ºC. Esta limitação é imposta pelo material da gaxeta já que a sua localização está bem próxima do
É semelhante ao anterior, a menos da sua altura que faz com que a caixa de gaxeta fique um pouco
mais afastada do fluido. Recomenda-se a utilização deste tipo de castelo para aplicações com fluidos em
É fabricado de ferro fundido possuindo uma maior altura que o anterior. É especificado para aplicações
em baixíssimas temperaturas ou criogênicas como -100 à 45ºC para evitar que o Teflon das gaxetas congele.
Este tipo de castelo é especificado em casos especiais nos quais seja proibitivo um vazamento para o
meio ambiente através da gaxeta. Englobam-se neste tipo de aplicações especiais, os fluidos radioativos,
tóxicos ou explosivos.
178
8. VÁLVULA DE CONTROLE
Este tipo de castelo possui no seu interior um fole metálico de aço inoxidável e soldado de modo a
formar uma câmara de pressurização interna, entre a parte do fole e a superfície da haste. Evita-se assim, que
o fluido (caso seja corrosivo) entre em contato com as paredes do castelo propriamente dito, podendo este ser
construído de simples aço carbono. O fluido no interior do fole produzirá uma segunda câmara de pressurização
obtendo-se o fenômeno dos vasos comunicantes. O escoamento do fluido para o interior do fole cessa quando
Entretanto, a utilização do fole de selagem requer maior força de operação por parte do atuador para
vencer o efeito mola do fole. Em caso de necessidade podemos utilizar um manômetro conectado ao castelo
para verificação de um possível vazamento devido à quebra do fole. Este tipo tem uma limitação de operação
de 28 kg/cm 2 a 232ºC, embora podemos utilizá-lo para temperaturas superiores desde que, as pressões sejam
inferiores e vice-versa.
possuem corpo reversível e portanto os internos podem ser montados tanto por cima como por baixo. Para
tal ser possível o corpo deve possuir também um flange inferior. É no conjunto do flange inferior que
encontramos a bucha inferior para guia do obturador e também caso necessário, uma conexão para drenagem.
Uma vantagem que possibilita a utilização do flange inferior é a sua possibilidade de remover sedimentos,
embora isso também possa ser realizado nos corpos fechados embaixo, utilizando-se uma conexão plugada.
Uma outra vantagem que a utilização de válvulas com flange inferior oferece é a possibilidade de
limitarmos o curso mecanicamente por meio de um conjunto de parafuso e porca. Evitamos dessa forma que
o obturador feche ou abra totalmente, dependendo de qual a posição de limite de segurança da válvula. Para
produzirmos a devida selagem, utiliza-se um capuz roscado e com encosto por junta de vedação.
Basicamente estes tipos de válvulas apresentam vantagens e desvantagens. Nas vantagens podemos considerar
baixo peso em relação aos outros tipos de válvulas, desenho simples, capacidade relativa maior de fluxo, custo
inicial mais baixo, etc. Dentre as desvantagens citamos a limitação em diâmetros inferiores a 1" ou 2" e quedas
179
Instrumentação e Redes Industriais
8.5.1 Válvulas de Controle Tipo Borboleta
É talvez a mais comum das válvulas rotativas utilizadas para controle. A válvula borboleta, conforme
vemos pela Figura 8.9, consiste de um corpo tipo anel circular, no interior do qual oscila entre dois mancais
um disco que faz a função do obturador. A sede nesta válvula é a própria parede interna do corpo. Nota-se
desde já uma enorme simplicidade de desenho. O seu corpo na maioria dos desenhos é sem flange ou como
mais comumente conhecido tipo “wafer”, com construção possível em diâmetros de 2” até 24". Para diâmetros
superior, 30" até 60", o corpo possui flanges conforme a norma específica.
O desenho de corpo mais comum é o tipo "wafer", sendo preso à tubulação entre par de flanges.
Convenciona-se especificar a válvula borboleta "wafer” para uma determinada queda máxima de pressão
quando totalmente fechada e a 60º de abertura, posição está definida como curso máximo para aplicações em
controle modulado.
oferece a vantagem de simplicidade, baixo custo, pouco peso, menor espaço de instalação e razoável
característica de vazão. Para temperaturas e pressões elevadas, a válvula borboleta com corpo internamente
Vamos, da mesma forma que fizemos na válvula globo, analisar o desempenho da força do fluido sobre
Quando a válvula está fechada ou completamente aberta Figura 8.10a, as forças originárias da pressão
do fluido são balanceadas em ambos os lados e, portanto não há resultante de força torsora para nenhum
lado.
Quando a válvula está parcialmente aberta como mostra a Figura 8.10b, não existe mais tal equilíbrio,
surgindo uma força resultante, que tende fechar sempre a válvula, qualquer que seja a direção do fluido, fato
180
8. VÁLVULA DE CONTROLE
pelo qual cria-se uma região de distribuição desigual de pressão através de toda a extensão do disco entre
Podemos notar pela Figura 8.10b, que a resultante das forças atuantes no semi-disco primeiro (vai desde
a primeira borda até o centro do disco) é maior que a resultante das forças agindo no semi-disco segundo (vai
do centro do disco até a segunda borda). Essa desigualdade de força produz um momento torsor que tende
fechar a válvula, e é esse momento torsor que limita a pressão diferencial de operação da válvula em diferentes
graus de abertura, já que para cada ângulo de abertura teremos uma força torsora diferente e portanto um
momento torsor diferente. Do lado do disco à jusante temos a formação de forças que aumentam conforme a
velocidade do fluxo.
(a) (b)
Figura 8. 10 - Linhas de fluxo em uma válvula borboleta.
Através do gráfico da Figura 8.11, podemos ver o desempenho e gradiente do torque resultante agindo
sobre o disco, em função do grau de abertura da válvula. Nota-se que o torque aumenta rapidamente a partir
da abertura de 40º alcançando um máximo aproximadamente a 70º para depois cair abruptamente indo a
zero para 90º de abertura. Em função disso, aconselha-se restringir a utilização das válvulas borboleta para
controle em cursos de 0 a 60º de abertura, isto é, proporcionar a máxima capacidade de fluxo a 60º de
abertura. Desta forma podemos utilizar atuadores de tamanho normal. Possuindo um corpo cujo formato lhe
possibilita a utilização de revestimento interno com elastômeros, a válvula borboleta encontra uma ampla
faixa de aplicações, mesmo em fluidos corrosivos, tornando-se para tais aplicações uma solução bastante
econômica.
90
TORQUE MÁXIMO
0 GRAU DE ABERTURA 90
181
Instrumentação e Redes Industriais
8.5.2 Válvula Tipo Esfera.
Trata-se de um tipo de válvula cujo obturador é nada menos que uma esfera criteriosamente vazada
para permitir passagem plena ou parcial de um determinado fluido. Inicialmente essa válvula encontrava
plena atuação em aplicações de bloqueio/shut-off, porém face alguma de suas vantagens e em função do
desenvolvimento de desenhos de engenharia que permitiriam sua utilização em controle modulado, essa
válvula é hoje bastante utilizada em malhas fechadas de controle, principalmente nas indústrias de papel e
celulose e em aplicações para líquidos viscosos, corrosivos e com sólidos em suspensão. Face ao seu sistema
de assentamento com dupla sede, essa válvula alia o seu bom desempenho de controle com excelente
performance quanto a estanqueidade e possibilita obter controle do fluido em qualquer direção sem problemas
dinâmicos. Como desvantagem, esse tipo de válvula, face características geométricas dos seus internos,
apresenta uma alta tendência a cavitação e a atingir condições de fluxo crítico a diferenciais de pressão
menores que outros tipos de válvulas. Também, em função de suas forças dinâmicas provenientes do fluido,
ela trabalha com fluido sempre tendendo a fechar e por isso ela é uma válvula não balanceada. A Figura 8.12
a seguir nos mostra o desenho em corte, de uma válvula de controle tipo esfera.
Esse interno permite passagem total do fluido quando o ângulo de abertura for de 90° e assim elimina
a possibilidade de acomodação de sólidos no interior do corpo da válvula. Essa é, portanto, uma válvula do
Esse interno permite uma redução na área de passagem do fluido em até 40% possibilitando, se
necessário, uma redução da velocidade de saída, correção no ângulo de abertura da válvula e, absorção de
182
8. VÁLVULA DE CONTROLE
vibrações e energia térmica em corpos de maior tamanho que ocorrem em serviços envolvendo “flashing”, alta
(a) (b)
Figura 8. 13 - Tipos de internos de uma válvula esfera.
8.6.1 Introdução
A escolha de adequada característica de vazão de uma válvula de controle, em função da sua aplicação
em um determinado processo, continua sendo um assunto não somente bastante complexo, como
principalmente muito controvertido. Os problemas a serem resolvidos são realmente complexo, começando
pelo próprio dilema de qual deve ser a fração da queda de pressão total do sistema que deve ser absorvida
pela válvula de controle. E ainda, face às interferências instaladas no sistema, como a própria tubulação,
Aqui, o objetivo é o de definir diversos parâmetros principais, explicar as suas diferenças e dar algumas
regras práticas que possam auxiliar na escolha da correta característica de vazão de uma válvula de controle.
Antes de iniciarmos, porém, devemos salientar que a seleção da característica de vazão de uma válvula
não é um problema apenas relativo à válvula, mas também ao sistema de controle completo e instalação.
passagem que possui uma relação característica entre a fração do curso da haste e a correspondente vazão
que escoa através do orifício de passagem. A essa relação denominou-se “característica de vazão da válvula”.
Essa característica, teórica, é obtida sob condição de pressão diferencial constante, o que na prática não ocorre
e faz com que a vazão real seja diferente pois ela depende do valor da pressão diferencial. Para diferenciar o
183
Instrumentação e Redes Industriais
resultado teórico do prático classificou-se em duas características de vazão que são: i) inerentes ou intrínsecas
correspondente variação percentual do curso, quando é mantido constante a pressão diferencial através da
válvula. Ela é constatada através de teste em laboratório especial e representada através de gráficos
específicos. Sua obtenção é conseguida pela caracterização geométrica do obturador da válvula ou pelo formato
da janela da gaiola e pode ser do tipo abertura rápida, linear, igual porcentagem ou parabólica modificada.
e, portanto sujeita às condições reais de operação onde a pressão diferencial não é mantida constante.
mínimo curso. Este tipo de válvula possibilita a passagem de quase que a totalidade da vazão nominal com
apenas uma abertura de 25% do curso total. Uma válvula tipo abertura rápida produz um ganho muito alto
com pequenas aberturas e um ganho muito baixo em abertura acima de 80%, deste modo ela é recomendada
8.7.2 Linear
É a característica pela qual iguais incrementos de curso determinam iguais variações de vazão. Assim,
a vazão varia do valor mínimo ao máximo de forma proporcional à posição da haste da válvula e, portanto
sua forma gráfica é de uma reta de declive unitário e constante em qualquer ponto do seu curso, produzindo
um ganho constante. Sob o ponto de vista teórico, é a melhor curva para controle modulado, porém na prática
é muito provável que seu comportamento linear não seja mantido e por isso seu uso é restrito.
porcentagens iguais ao acréscimo em relação à vazão do momento. Em número, uma variação de 10% de
abertura, entre 50 a 60% do máximo, varia a vazão de 14 a 21% da vazão máxima. Os mesmos 10% de
abertura, na mesma válvula entre 80 a 90% da varia a vazão de 46 a 69%. Matematicamente podemos
184
8. VÁLVULA DE CONTROLE
§¨© ;
expressar esta característica através da equação: ‰ = ‰* " „Y
; onde: ‰* = ¡{Ÿã# J‚JKJ{•; = ; = K$Lx# e
Yª`«
¬ª`«
T= »-
(R é Rangeabilidade).
Nesta característica de vazão fica constatado que a mesma não começa no ponto de vazão igual a zero.
Esta curva se caracteriza por apresentar baixo ganho de vazão no início da abertura e um aumento progressivo
do mesmo na medida que a abertura aumenta. Essa curva característica foi introduzida para compensar o
ganho de sistemas não lineares, porém após sua introdução constatou-se sua eficácia na compensação de
uma definição exata, como as características anteriores, pelo fato de ser uma característica modificada.
Apresenta um ganho crescente ao longo de toda abertura, porém com uma variação menor do que da curva
igual porcentagem.
As curvas características de vazão, citadas anteriormente, podem ser verificadas na Figura 8.14.
existência de diversas experiências, das quais foram obtidos dados práticos de muita importância. Para
análise dinâmica do sistema, verificando-se a queda de pressão real a ser absorvida pela válvula, fato esse que
somente pode ser obtido por meio do levantamento das curvas da bomba e das perdas localizadas.
Na Tabela 8.3 são mostradas de forma resumida, algumas regras práticas que eventualmente podem
auxiliar na seleção da característica de vazão adequada. Tais regras devem apenas serem utilizadas com
devidas precauções, já que como dissemos anteriormente, apenas uma análise dinâmica do sistema é que pode
de forma correta nos indicar qual a característica de vazão recomendada para termos um sistema de controle
estável. A experiência e inúmeras análises realizadas nos mostram que é melhor, em casos de dúvidas,
característica de vazão linear onde por exemplo, uma igual porcentagem seria bem melhor, geralmente nos
185
Instrumentação e Redes Industriais
Tabela 8. 3 – Guia prático para a seleção da característica de vazão
VARIÁVEL CARACTERÍSTICA
CONDIÇÕES DO PROCESSO
CONTROLADA DA VAZÃO
Queda de pressão constante Linear
Diminuindo a queda de pressão com o aumento de vazão: se a queda de
pressão à vazão máxima for maior que 20 % da queda de pressão à vazão Linear
mínima
Diminuindo a queda de pressão com o aumento de vazão: se a queda de
Igual Porcentagem /
pressão à vazão máxima for menor que 20 % da queda de pressão à vazão
Parabólica Modificada
Nível de líquido mínima
Aumentando a queda de pressão com o aumento de vazão: se a queda de
pressão à vazão máxima for maior que 200 % da queda de pressão à vazão Linear
mínima
Aumentando a queda de pressão com o aumento de vazão: se a queda de
pressão à vazão máxima for menor que 200 % da queda de pressão à vazão Abertura rápida
mínima
Igual Porcentagem /
Líquidos
Parabólica Modificada
Gases (sistemas rápidos): Volume pequeno, trecho de menos de 3 m de Igual Porcentagem /
tubulação à jusante da válvula de controle Parabólica Modificada
Gases (Sistemas lentos): Volume grande (o processo possui um receptor,
sistema de distribuição ou linha de transmissão excedendo à 30 m de tubo à
Pressão
jusante). Diminuindo a queda de pressão com o aumento de vazão: se a Linear
queda de pressão à vazão máxima for maior que 20 % da queda de pressão à
vazão mínima
Gases (Sistemas lentos): volume grande. Diminuindo a queda de pressão com
Igual Porcentagem /
o aumento de vazão: se a queda de pressão à vazão máxima for menor que 20
Parabólica Modificada
% da queda de pressão a vazão mínima
Sinal do elemento primário de medição proporcional ao fluxo. Grandes
variações de fluxo: elemento primário instalado em série com a válvula de Linear
controle
Sinal do elemento primário de medição proporcional ao fluxo. Grandes
variações de fluxo: elemento primário instalado no contorno da válvula de Linear
controle
Sinal do elemento primário de medição proporcional ao fluxo. Pequenas
variações de fluxo porém grandes variações da queda de pressão com o Igual Porcentagem /
aumento da vazão: elemento primário instalado em série com a válvula de Parabólica Modificada
controle
Sinal do elemento primário de medição proporcional ao fluxo. Pequenas
variações de fluxo porém grandes variações da queda de pressão com o Igual Porcentagem /
aumento da vazão: elemento primário instalado no contorno da válvula de Parabólica Modificada
controle
Vazão
Sinal do elemento primário de medição proporcional ao quadrado do fluxo.
Grandes variações de fluxo: elemento primário instalado em série com a Linear
válvula de controle
Sinal do elemento primário de medição proporcional ao quadrado do fluxo.
Igual Porcentagem /
Grandes variações de fluxo: elemento primário instalado no contorno da
Parabólica Modificada
válvula de controle
Sinal do elemento primário de medição proporcional ao quadrado do fluxo.
Pequenas variações de fluxo porém grandes variações da queda de pressão Igual Porcentagem /
com o aumento da vazão: elemento primário instalado em série com a válvula Parabólica Modificada
de controle
Sinal do elemento primário de medição proporcional ao quadrado do fluxo.
Pequenas variações de fluxo porém grandes variações da queda de pressão Igual Porcentagem /
com o aumento da vazão: elemento primário instalado no contorno da válvula Parabólica Modificada
de controle
186
8. VÁLVULA DE CONTROLE
100 %
75 %
Posição de fluxo
50 %
25 %
82 %
Porcentagem 0 % 25 % 50 % 75 % 100 %
de abertura
Sinal de entrada 3 psig 6 psig 9 psig 12 psig 15 psig
4 mA 8 mA 12 mA 16 mA 20 mA
Posição da haste
8.9.1 Introdução
O atuador constitui-se no elemento responsável em proporcionar a necessária força motriz ao
pelo controlador, produz a força motriz necessária para movimentar o elemento vedante da válvula de
controle.
O atuador utilizado em aplicações de controle modulado, baseado no meio de produção de sua força
motriz, classifica-se basicamente em cinco principais tipos: i) Pneumático à mola ou diafragma; ii) Pneumático
oposição à força produzida por uma mola. O diafragma é alojado entre dois tampos, formando duas câmaras,
uma das quais totalmente estanque, por onde entra o sinal da pressão de carga. A força motriz é obtida pelo
produto da pressão de carga, que é o sinal proveniente do controlador ou do posicionador, pela área útil do
diafragma. O atuador mola e diafragma pode ter dois modos de ação, dependendo da posição de segurança
a. Ação Direta: Conforme representado na Figura 8.15a, neste tipo de ação o aumento da pressão de
carga sobre o diafragma empurra a haste para baixo, enquanto a mola força a haste para cima.
187
Instrumentação e Redes Industriais
b. Ação Reversa: Neste tipo de ação o aumento da pressão de carga sobre o diafragma puxa a haste para
(a) (b)
Figura 8. 15 - Tipos de ação do atuador mola e diafragma: a) direta e b) reversa.
8.10.1 Introdução
Aqui serão descritos os principais e mais comuns acessórios de uma válvula de controle. São chamados
de acessórios todos os dispositivos que são utilizados em válvulas para se obter determinadas adaptações ao
sistema de controle utilizado ou sofisticações quanto dos mesmos. Os principais tipos de acessórios utilizados
são:
8.10.2 Posicionadores
Define-se como posicionador, o dispositivo que transmite pressão de carga para o atuador, permitindo
posicionamento da válvula é muito mais rápido que o tempo de atuação requerido pelo processo.
controlador sobre um fole, fazendo com que o mesmo se expanda ou retraia deflexionando assim uma palheta
que provocará a obstrução ou abertura de um bocal. Esta obstrução ou abertura do bocal faz com que haja
188
8. VÁLVULA DE CONTROLE
aumentando ou diminuindo a pressão sobre o diafragma do atuador da válvula, o que provocará o movimento
da haste da mesma.
O posicionamento da haste da válvula é verificado por meio de um excêntrico que envia a informação
um sinal elétrico, normalmente analógico, em sua entrada. O princípio de funcionamento deste tipo de
posicionador baseia-se em uma força eletromotriz originada por um sinal elétrico que alimenta uma bobina,
que tem que ser balanceada por uma mola que é defletida pelo movimento da haste da válvula.
Esta força provocará uma deflexão na palheta, e consequente abertura ou obstrução do bocal de ar,
resultando daí, uma variação no sinal de ar, o qual por sua vez, depois de ser amplificado num relé, moverá
a haste do atuador até a posição desejada. A variação na posição faz aumentar a tensão na mola de
na possibilidade de se ter diferentes curvas para abertura e fechamento de uma válvula de controle. Aliados
a isso temos uma tecnologia digital, calibração via teclado ou programador e em alguns modelos a
realimentação da posição da válvula é feita por sensores magnéticos ao invés de link mecânico. Atualmente
alguns fabricantes incorporaram ao posicionador inteligente, interfaces inteligentes para válvulas, que possuem
sensores de posição e de pressão incorporados que permitem funções de diagnóstico de performance da válvula
de controle.
8.11.1 Introdução
A válvula de controle é geralmente o elemento mais caro em um sistema de controle e por tal razão,
aliada ao fato de ser um elemento em contínuo contato com o fluido do processo, é que se justifica plenamente
um criterioso programa de manutenção, no qual, os métodos adequados quanto à instalação de uma válvula
de controle surgem como etapa inicial para a execução de um programa eficiente de manutenção.
amplamente utilizada é a de considerar a válvula de controle como sendo um orifício de área variável; desta
189
Instrumentação e Redes Industriais
forma as recomendações quanto à tubulação, dadas no sistema de uma placa de orifício, podem ser utilizadas
no caso de uma válvula de controle. Na Tabela 8.4 são listadas as recomendações básicas na instalação de
válvulas de controle.
Recomendações básicas
1. Deixar o máximo trecho reto de tubulação à montante da válvula. Uma boa regra é deixar de 10 a 20
diâmetros da tubulação.
2. Onde for possível, deixar um trecho de 3 a 5 diâmetros da tubulação, no trecho à jusante da válvula.
3. O trecho à montante da válvula deve permitir que o fluxo entre na válvula com uma pressão estável, para
que possamos ter a cada nova abertura do orifício uma vazão estável e repetitível.
4. Devemos instalar manômetros à jusante e à montante da válvula de forma correta para que tenhamos a
leitura da pressão estática somente, e não a leitura de pressão estática mais ou menos a pressão dinâmica
(velocidade), devido ao formato do escoamento do fluxo não uniforme. A medição da queda de pressão através
da válvula e a posição de abertura da válvula, indicam se a mesma está operando conforme projetado ou se
está com algum problema interno.
5. Sempre que possível instalar válvulas de bloqueio à montante e à jusante da válvula de controle visando
possibilitar futuras expansões do sistema e manutenções na válvula de controle com segurança.
6. O ar de instrumentação deve ser livre de óleo ou umidade.
7. As válvulas de controle devem ser protegidas por filtros apropriados para eliminarem danos internos causados
por objetos estranhos dentro da tubulação.
8. Não force o corpo da válvula ao instalá-la no sistema, principalmente nas válvulas de corpo bipartido.
9. Se a válvula for destinada a operar numa atmosfera suja, proteja de alguma forma a haste contra abrasão.
10. Certifique-se que seguiu todas as instruções apresentadas nos manuais do fabricante, sobre como se procede
a correta instalação de uma válvula assim como seu início de funcionamento
11. Certifique-se de que o local onde será instalado a válvula de controle permitirá um fácil acesso para a
manutenção da mesma ou uma operação manual emergencial.
12. Certifique-se de que o espaço livre deixado ao redor, a cima e abaixo da válvula de controle é suficiente para
possibilitar a sua manutenção permanecendo o corpo na própria linha. 13) Tome as devidas precauções para
que válvulas de controle operando com fluidos combustíveis estejam suficientemente afastadas de
equipamentos ou linhas quentes.
13. Em caso de fluidos corrosivos, proteja os equipamentos ou linhas localizadas próximas à válvula de controle,
devido a possibilidade de algum tipo de vazamento.
14. Certifique-se da instalação de drenos à montante e à jusante da válvula de controle, para escoamento do
fluido aprisionado em caso de necessidade de manutenção ou remoção da válvula.
190
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
Controladores Lógicos Programáveis, bem como, a sua aplicação nos diversos campos da automação industrial
confiabilidade, modularidade, robustez e baixos custos, os tornam uma excelente opção. Mas, o que é um
Antes do surgimento dos CLP’s as tarefas de comando e controle de máquinas e processos industriais
eram feitas por relés eletromagnéticos, especialmente projetados para este fim.
O relé é um dispositivo eletromecânico que quando alimentado eletricamente, gera uma ação mecânica
que tem como resultado o chaveamento de um sinal elétrico. Em outras palavras, uma corrente elétrica
passando por uma bobina provoca uma força mecânica num núcleo metálico que comuta entre contatos. Por
ser eletromecânico, é necessário considerar aspectos como: i) tensão e corrente de acionamento; ii) tensão e
que definiu normas para os diferentes tipos de relés e padronizou os procedimentos de controle. Conseguiu-se
A indústria de processos químicos envolve a produção de uma enorme variedade de produtos com a
finalidade de proporcionar qualidade de vida. De uma forma geral, estes processos são complexos, utilizam
substâncias com alta reatividade química, alta toxicidade e alto poder corrosivo. Além disso, muitas condições
de processo atingem altíssimas temperaturas e pressões. Estas características fazem com que os processos
químicos sejam potencialmente perigosos e danosos ao meio ambiente. Em vista da variedade de aplicações
do CLP, e considerando sua distinta diferença com relação aos equipamentos eletromecânicos, deve-se verificar
a aplicabilidade para cada caso em específico. Então o que utilizar? Controlador Programável ou Painel de
Relés?
191
Instrumentação e Redes Industriais
Esta foi provavelmente uma pergunta muito comum entre os engenheiros de sistemas, controle,
projetistas, etc. Não se pode generalizar, mas é certo que alta qualidade e produtividade não podem ser
obtidas, de maneira econômica, sem equipamento de controle eletrônico. Com o rápido desenvolvimento e
crescimento da competição, o custo do controlador programável tem caído significativamente a ponto de que
o estudo de CP versus relés, no ponto de vista de custo não ser mais válido. As aplicações com controladores
programáveis podem, agora, ser avaliadas por seus próprios méritos. Requisitos tais como indicados na Tabela
Controladores Programáveis
Necessidade de flexibilidade de mudanças na lógica de controle
Necessidade de alta confiabilidade;
Espaço físico disponível pequeno;
Expansão de entradas e saídas;
Modificação rápida;
Lógicas similares em várias máquinas;
Comunicação com computadores em níveis superiores.
Embora o sistema eletromecânico, em pequenas e até médias aplicações, possa apresentar um custo
inicial menor, esta vantagem poderá ser perdida considerando-se a relação custo/benefício que o CP
proporciona. A Figura 9.1 ilustra uma comparação entre o quadro de relés e o quadro de CP’s. Pode-se
facilmente observar que a implementação da lógica através de relés dificulta a manutenção e torna o sistema
menos flexível a mudanças. A lógica é realizada por fios e qualquer modificação na lógica exige uma conexão
Existem algumas características importantes que diferem o CP dos computadores. Podemos dizer que
todos os CP´s são computadores por definição, mas nem todos os computadores são CP´s. A diferença está
Os CP´s foram especificamente projetados para operar em ambientes industriais. Um CP pode operar
mecânicas, temperaturas elevadas e condições de umidade adversas. Uma especificação típica de CP inclui
A segunda distinção dos CP´s é que o hardware e o software foram projetados para serem operados por
técnicos não especializados (nível exigido para a manutenção e operação de computadores). Usualmente, a
192
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
manutenção é feita pela simples troca de módulos e existem softwares que auxiliam na localização de defeitos.
As interfaces de hardware para conexão dos dispositivos de campo estão prontas para uso e são facilmente
intercambiáveis (estrutura modular). A programação é geralmente feita em uma linguagem parecida com os
diagramas de relés.
controlador também caracteriza uma diferença fundamental. Este software realiza funções de acesso ao
A cada dia que passa os equipamentos elétricos vão dando lugar aos microprocessadores. Tanto na vida
indústria, estas máquinas estão sendo empregadas para otimizar os processos, reduzir os custos e aumentar a
produtividade e a qualidade dos produtos, estamos passando por um momento de automação dos processos
ou Automação Industrial.
para o controle lógico, pode executar funções equivalentes as de um painel de relés ou de um sistema de
controle analógico. É ideal para aplicações em sistemas de controle de relés e contatores, os quais se utilizam
193
Instrumentação e Redes Industriais
principalmente de fiação, dificultando desta forma, o acesso a possíveis modificações e ampliações do circuito
de controle existente. O controlador programável monitora o estado das entradas e saídas, em resposta às
instruções programadas na memória do usuário, energiza, desenergiza, ou faz um controle proporcional das
máquinas substituem tarefas tipicamente mentais, tais como memorizações, cálculos e supervisões.
podem controlar grandezas tais como vazão, temperatura, pressão, nível, torque, densidade, rotação, tensão
Com o sucesso de uso de CLP’s na indústria, a demanda por novas funções e maior capacidade aumentou
(I/O), e novas funções. Entretanto, estes controladores ainda usavam lógica discreta e só eram utilizados na
indústria, pois seus custos tornavam inviáveis outras aplicações (automação predial, por exemplo).
O advento do microprocessador permitiu uma diminuição nos custos e tamanho dos CLP’s, com
aumento de poder de processamento e confiabilidade. Surgiram as redes locais para comunicação entre CLP’s
e entre CLP’s e computadores. Atualmente existe uma forte tendência à utilização de pequenos controladores
programáveis, controlando processos locais e comunicando-se com outros controladores e com sistemas
supervisórios. Assim, é possível descentralizar o controle industrial, evitando que uma pane interrompa toda
a planta. Muitas máquinas já possuem pequenos CLP’s para controlá-las. Além disso, diversos sensores na
indústria já utilizam microprocessadores junto ao sensor, para conformar o sinal de saída (que ainda pode ser
4 a 20 mA ou comunicação serial 485, por exemplo). Com a diminuição de custos dos CLP’s, estes passaram
a ser utilizados em outros campos, como na automação predial (controle de iluminação, alarme, ambiência –
ventilação, temperatura e umidade, etc). No Brasil ainda é pequeno o mercado de automação predial, mas
provavelmente será um campo promissor em breve (ainda mais com o risco de cortes no fornecimento de
energia elétrica). A automação residencial também desponta como uma aplicação para pequenos CLP’s. Neste
caso o maior problema, além dos custos, é a fiação necessária, pois o projeto civil normalmente não prevê
eletrodutos para isso. Então, a comunicação entre diversos sensores e CLP’s deve ser implementada via rede
485, rádio ou rede elétrica. As aplicações residenciais e prediais são vastas – alarme contra intrusos, controle
de painéis solares para aquecimento de água, controle de iluminação, acionamento remoto de equipamentos,
194
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
9.2.1 Descrição
O primeiro CLP surgiu na indústria automobilística, até então um usuário em potencial dos relés
eletromagnéticos utilizados para controlar operações sequenciadas e repetitivas numa linha de montagem. A
primeira geração de CLP’s utilizou componentes discretos como transistores e CI’s com baixa escala de
integração.
Este equipamento foi batizado nos Estados Unidos como PLC (Programable Logic Control), em
português CLP (Controlador Lógico Programável) e este termo é registrado pela Allen Bradley (fabricante
de CLP’s).
Definição segundo a NEMA (IEC 1131-1, National Electrical Manufacturers Association): “Aparelho
eletrônico digital que utiliza uma memória programável para o armazenamento interno de instruções para
implementações específicas, tais como lógica, sequenciamento, temporização, contagem e aritmética, para
9.2.2 Características
Basicamente, um controlador programável apresenta as características apresentadas na Tabela 9.2.
Características de CP’s
a. Hardware e/ou dispositivo de controle de fácil e rápida programação ou reprogramação, com a mínima interrupção
da produção.
b. Capacidade de operação em ambiente industrial.
c. Sinalizadores de estado e módulos tipo plug-in de fácil manutenção e substituição.
d. Hardware ocupando espaço reduzido e apresentando baixo consumo de energia.
e. Possibilidade de monitoração do estado e operação do processo ou sistema, através da comunicação com
computadores.
f. Compatibilidade com diferentes tipos de sinais de entrada e saída.
g. Capacidade de alimentar, de forma contínua ou chaveada, cargas que consomem correntes de até 2 A.
h. Hardware de controle que permite a expansão dos diversos tipos de módulos, de acordo com a necessidade.
i. Custo de compra e instalação competitivos em relação aos sistemas de controle convencionais.
j. Possibilidade de expansão da capacidade de memória.
k. Conexão com outros CLP’s através de rede de comunicação.
9.2.3 Histórico
O controlador programável nasceu praticamente dentro da indústria automobilística americana,
especificamente na Hydromic Division da General Motors, em 1968, devido à grande dificuldade de se mudar
195
Instrumentação e Redes Industriais
a lógica de controle de painéis de comando a cada mudança na linha de montagem. Estas mudanças
Sob a liderança do engenheiro Richard Morley, foi preparada uma especificação que refletia os
sentimentos de muitos usuários de relés, não só da indústria automobilística como de toda a indústria
manufatureira. Nascia assim a indústria de controladores programáveis, hoje com um mercado mundial
estimado em 4 bilhões de dólares anuais. Que no Brasil é estimado em 50 milhões de dólares anuais (dados
de 2002).
9.2.4 Evolução
Desde o seu aparecimento até hoje, muita coisa evoluiu nos controladores lógicos. Esta evolução está
hardware.
O que no seu surgimento era executado com componentes discretos, hoje se utiliza de microprocessadores
Até recentemente não havia nenhuma padronização entre fabricantes, apesar da maioria utilizar as
mesmas normas construtivas. Porém, pelo menos ao nível de software aplicativo, os controladores
programáveis podem se tornar compatíveis com a adoção da norma IEC 1131-3, que prevê a padronização da
Outra novidade que está sendo incorporada pelos controladores programáveis é o fieldbus (barramento
de campo), que surge como uma proposta de padronização de sinais no nível de chão-de-fábrica. Este
barramento se propõe a diminuir sensivelmente o número de condutores usados para interligar os sistemas de
controle aos sensores e atuadores, além de propiciar a distribuição da inteligência por todo o processo.
Hoje os CLP’s oferecem um considerável número de benefícios para aplicações industriais, que podem
ressaltar em economia que excede o custo do CLP e devem ser considerados quando da seleção de um
dispositivo de controle industrial. As vantagens de sua utilização, comparadas a outros dispositivos de controle
industrial incluem: - Menor Ocupação de espaço; - Potência elétrica requerida menor; - Reutilização; -
fácil; - Maior flexibilidade, satisfazendo um maior número de aplicações; - Permite a interface através de rede
196
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
Todas estas considerações mostram a evolução de tecnologia, tanto de hardware quanto de software, o
que permite o seu acesso a um maior número de pessoas tanto nos projetos de aplicação de controladores
9.2.5 Aplicações
O controlador programável existe para automatizar processos industriais, sejam de sequenciamento,
intertravamento, controle de processos, batelada, etc. Este equipamento tem seu uso tanto na área de
automação da manufatura, de processos contínuos, elétrica, predial, entre outras. Praticamente não existem
ramos de aplicações industriais onde não se possa aplicar os CLP’s. Na Tabela 9.3 são apresentadas algumas
aplicações de CLP’s.
Aplicações de CLP’s
- Máquinas industriais (operatrizes, injetoras de plástico, têxteis, calçados);
- Equipamentos industriais para processos (siderurgia, papel e celulose, petroquímica, química, alimentação,
mineração, etc);z
- Equipamentos para controle de energia (demanda, fator de carga);
- Contriole de processos com realização de sinalização, intertravamento e controle PID;
- Aquisição de dados de supervisão em: fábricas, prédios inteligentes, etc;
- Bancadas de teste automático de componentes industriais;
Com a tendência dos CLP’s terem baixo custo, muita inteligência, facilidade de uso e massificação das
aplicações, a utilização deste equipamento não será apenas nos processos, mas também nos produtos.
de alimentação, que possui características ótimas de filtragem e estabilização, interfaces de E/S imune a
Temos também um terminal usado para programação do CLP. A Figura 9.2 ilustra a estrutura básica
de um controlador programável composta por: UCP, Memória, E/S (Entradas e Saídas) e Terminal de
Programação.
197
Instrumentação e Redes Industriais
PROCESSADOR
UCP Memória
Fonte de
alimentação
INTERFACER DE E/S
Cartão de Cartão de
entrada saída
coleta os dados dos cartões de entrada, efetua o processamento segundo o programa do usuário, armazenado
na memória, e envia o sinal para os cartões de saída como resposta ao processamento. Geralmente, cada CLP
tem uma UCP, que pode controlar vários pontos de E/S (entradas e saídas) fisicamente compactadas a esta
unidade - é a filosofia compacta de fabricação de CLP’s, ou constituir uma unidade separada, conectada a
módulos onde se situam cartões de entrada e saída, - esta é a filosofia modular de fabricação de CLP’s. Este
processamento poderá ter estruturas diferentes para a execução de um programa, tais como: Processamento
cíclico; Processamento por interrupção; Processamento comandado por tempo e Processamento por evento.
- Processamento Cíclico
É a forma mais comum de execução que predomina em todas as UCP’s conhecidas, e de onde vem o
conceito de varredura, ou seja, as instruções de programa contidas na memória são lidas uma após a outra
Um dado importante de uma UCP é o seu tempo de ciclo, ou seja, o tempo gasto para a execução de
uma varredura. Este tempo está relacionado com o tamanho do programa do usuário (em média 10 ms a cada
1.000 instruções).
Certas ocorrências no processo controlado não podem, algumas vezes, aguardar o ciclo completo de
execução do programa. Neste caso, ao reconhecer uma ocorrência deste tipo, a UCP interrompe o ciclo normal
de programa e executa um outro programa chamado de rotina de interrupção. Esta interrupção pode ocorrer
a qualquer instante da execução do ciclo de programa. Ao finalizar esta situação o programa voltará a ser
198
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
executado do ponto onde ocorreu a interrupção. Uma interrupção pode ser necessária, por exemplo, numa
situação de emergência onde procedimentos referentes a esta situação devem ser adotados.
Da mesma forma que determinadas execuções não podem ser dependentes do ciclo normal de programa,
algumas devem ser executados a certos intervalos de tempo, às vezes muito curto, na ordem de 10 ms. Este
tipo de processamento também pode ser considerado como um tipo de interrupção, porém ocorre a intervalos
Este é processado em eventos específicos, tais como no retorno de energia, falha na bateria e estouro do
Neste último, temos o chamado Watch Dog Time (WDT), que normalmente ocorre como procedimento
ao se detectar uma condição de estouro de tempo de ciclo da UCP, parando o processamento numa condição
9.3.2 Memória
O sistema de memória é uma parte de vital importância no processador de um controlador programável,
pois armazena todas as instruções assim como os dados necessários para executá-las. Existem diferentes tipos
forma como a informação será processada pela UCP. As informações armazenadas num sistema de memória
são chamadas palavras de memória, que são formadas sempre com o mesmo número de bits. A capacidade de
- Arquitetura de memória de um CP
A arquitetura de memória de um controlador programável pode ser constituída por diferentes tipos de
A memória do computador é onde se armazenam os dados que devem ser manipulados pelo computador
(chamada memória de dados) e também onde está armazenado o programa do computador (memória de
programa). Aparentemente não existe uma diferença física entre as memórias de programa. Apenas utilizam-
se memórias fixas para armazenar dados fixos ou programas e memórias que podem ser alteradas pelo sistema
para armazenar dados que podem variar de acordo com o programa. Existem diversos tipos de memórias que
199
Instrumentação e Redes Industriais
podem ser utilizadas pelo computador: fita magnética, disco magnético e até memória de semicondutor em
As memórias de semicondutores podem ser divididas em dois grupos diferentes: - Memória ROM (read
only memory) memória apenas de leitura e; - Memória RAM (random acess memory) memória de acesso
aleatório.
As memórias ROM são designadas como memória de programa por serem memórias que não podem ser
alteradas em estado normal de funcionamento, porém têm a vantagem de não perderem as suas informações
máquina; são os dispositivos por onde o homem pode introduzir informações na máquina ou por onde a
máquina pode enviar informações ao homem. Como dispositivos de entrada podemos citar os seguintes
exemplos: leitor de fitas magnéticas, leitor de disco magnético, leitor de cartão perfurado, leitor de fita
perfurada, teclado, painel de chaves, conversor A/D, mouse, scaner, etc. Estes dispositivos têm por função a
200
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
Como dispositivos de saída podemos citar os seguintes exemplos: gravador de fitas magnéticas, gravador
de discos magnéticos, perfurador de cartão, perfurador de fita, impressora, vídeo, display, conversor D/A,
canal de som, etc. Todos eles têm por função a transformação de sinais elétricos codificados pela máquina em
dados que possam ser manipulados posteriormente ou dados que são imediatamente entendidos pelo homem.
Estes dispositivos são conectados à unidade central de processamento por intermédio de "portas" que
A estrutura de E/S (entradas e saídas) é encarregada de filtrar os vários sinais recebidos ou enviados
para os componentes externos do sistema de controle. Estes componentes ou dispositivos no campo podem
ser botões, chaves de fim de curso, contatos de relés, sensores analógicos, termopares, chaves de seleção,
sensores indutivos, lâmpadas sinalizadoras, display de LED’s, bobinas de válvulas direcionais elétricas,
Em ambientes industriais, estes sinais de E/S podem conter ruído elétrico, que pode causar operação
falha da UCP se o ruído alcançar seus circuitos. Desta forma, a estrutura de E/S protege a UCP deste tipo
de ruído, assegurando informações confiáveis. A fonte de alimentação das E/S pode também se constituir de
uma única unidade ou de uma série de fontes, que podem estar localizadas no próprio compartimento de E/S
Os dispositivos do campo são normalmente selecionados, fornecidos e instalados pelo usuário final do
sistema do CLP. Assim, o tipo de E/S é determinado, geralmente, pelo nível de tensão (e corrente, nas saídas)
destes dispositivos. Os circuitos de E/S são tipicamente fornecidos pelos fabricantes de CLP’s em módulos,
cada um com 4, 8, 16 ou mais circuitos. Além disso, a alimentação para estes dispositivos no campo deve ser
fornecida externamente ao CLP, uma vez que a fonte de alimentação do CLP’s é projetada para operar
A saída digital basicamente pode ser de quatro tipos: transistor, triac, contato seco e TTL podendo ser
escolhido um ou mais tipos. A entrada digital pode se apresentar de várias formas, dependendo da
especificação do cliente, contato seco, 24 VCC, 110 VCA, 220 VCA, etc. A saída e a entrada analógicas podem
-10 a 10 VCC etc). Em alguns casos é possível alterar o ranger da através de software.
201
Instrumentação e Redes Industriais
9.3.3a Módulos de Entrada
Os módulos de entrada são interfaces entre os sensores localizados no campo e a lógica de controle de
um controlador programável.Estes módulos são constituídos de cartões eletrônicos, cada qual com capacidade
Pode ser encontrada uma variedade muito grande de tipos de cartões, para atender as mais variadas
aplicações nos ambientes industriais. Mas apesar desta grande variedade, os elementos que informam a
condição de grandeza aos cartões, são do tipo: i) Elemento discreto: Trabalha com dois níveis definidos; ii)
- Elementos discretos
As entradas digitais, Figura 9.3, são aquelas que possuem apenas dois estados possíveis, ligado ou
desligado. As entradas digitais podem ser construídas para operarem em corrente contínua (24 VCC) ou em
corrente alternada (110 ou 220 VCA). Podem ser também do tipo N (NPN) ou do tipo P (PNP). No caso do
tipo N, é necessário fornecer o potencial negativo (terra ou neutro) da fonte de alimentação ao borne de
entrada para que a mesma seja ativada. No caso do tipo P é necessário fornecer o potencial positivo (fase) ao
borne de entrada. Em qualquer dos tipos é de praxe existir uma isolação galvânica entre o circuito de entrada
As entradas de 24 VCC são utilizadas quando a distância entre os dispositivos de entrada e o CLP não
Cartão
BOTÃO discreto
Cartão
CHAVE discreto
Cartão
PRESSOSTATO discreto
Cartão
UCP
TERMOSTATO discreto
Cartão
FIM DE CURSO discreto
Cartão
FOTOCÉLULA discreto
A entrada digital com fonte externa (Figura 9.4) é o tipo mais utilizado, também neste caso a
característica da fonte de alimentação externa dependerá da especificação do módulo de entrada. Observe que
202
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
CAMPO
ENTRADA 1
ENTRADA 2
PSH
FONTE COMUM
- Elementos analógicos
As Interfaces de Entrada Analógica, Figura 9.5, permitem que o CLP possa manipular grandezas
analógicas, enviadas normalmente por sensores eletrônicos. As grandezas analógicas elétricas tratadas por
estes módulos são normalmente tensão e corrente. No caso de tensão as faixas de utilização são: 0 a 10 VCC,
0 a 5 VCC, 1 a 5 VCC, -5 a +5 VCC, -10 a +10 VCC (no caso as interfaces que permitem entradas positivas
e negativas são chamadas de Entradas Diferenciais), e no caso de corrente, as faixas utilizadas são: 0 a 20
mA , 4 a 20 mA.
Cartão
TRANSMISSORES analógico
Cartão
TACO GERADOR analógico
Cartão
TERMORESISTÊNCIAS analógico
Cartão
UCP
TERMOPARES analógico
Cartão
SENSORES DE POSIÇÃO analógico
Cartão
OUTROS analógico
Uma informação importante a respeito das entradas analógicas é a sua resolução. Esta é normalmente
medida em bits. Uma entrada analógica com um maior número de bits permite uma melhor representação da
grandeza analógica. Por exemplo: Uma placa de entrada analógica de 0 a 10 VCC com uma resolução de 8
bits permite uma sensibilidade de 39,2 mV, enquanto que a mesma faixa em uma entrada de 12 bits permite
uma sensibilidade de 2,4 mV e uma de 16 bits permite uma sensibilidade de 0,2 mV. A entrada analógica em
203
Instrumentação e Redes Industriais
CAMPO
ENTRADA 1
ENTRADA 2
P
T
FONTE COMUM
A entrada analógica em tensão necessita de um shunt para a conversão do valor de corrente em tensão,
como mostra a Figura 9.7. O valor do resistor shunt dependerá da faixa de saída do transmissor e da faixa
de entrada do ponto analógico. Para tal cálculo utiliza-se a lei de ohm (R = V/I).
CAMPO
ENTRADA 1
ENTRADA 2
P
T
FONTE COMUM
Estes módulos são constituídos de cartões eletrônicos, com capacidade de enviar sinal para os atuadores,
resultante do processamento da lógica de controle. Os cartões de saída irão atuar basicamente dois tipos: -
Atuadores Discretos: Pode assumir dois estados definidos; - Atuadores Analógicos: Trabalha dentro de
- Atuadores discretos
que possamos atuar nos circuitos controlados. Existem dois tipos básicos de interfaces de saída: as digitais e
as analógicas.
204
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
As saídas digitais admitem apenas dois estados: ligado e desligado. Podemos com elas controlar
dispositivos do tipo: relés, contatores, relés de estado-sólido, solenóides, etc. As saídas digitais podem ser
construídas de três formas básicas: saída digital à relé, saída digital 24 VCC e saída digital à TRIAC. Nos
três casos, também é de praxe, prover o circuito de um isolamento galvânico, normalmente opto - acoplado.
De acordo com o tipo de elemento de comando da corrente das saídas, estas apresentam características
que as diferem como as seguintes: i) saída a transistor promove comutações mais velozes, mas só comporta
cargas de tensão contínua; ii) saída a TRIAC tem maior vida útil que o tipo a contato seco, mas só pode
acionar cargas de tensão alternada; iii) saída a contato seco pode acionar cargas alimentadas por tensão
Cartão
discreto VÁLVULA SOLENÓIDE
Cartão
discreto CONTADOR
Cartão
discreto SIRENE
UCP Cartão
discreto RELÉ
Cartão
discreto DISPLAY
Cartão
discreto SINALIZADOR
A ligação dos circuitos de entrada e ou saída é relativamente simples, dependendo apenas do tipo em
As saídas digitais independentes, Figura 9.9, possuem a vantagem de poder acionar, no mesmo módulo,
cargas de diferentes fontes sem o risco de interligá-las. Apresentam a desvantagem de consumir mais cabos.
CAMPO
CARGA
SAÍDA 1
FONTE
CARGA
SAÍDA 2
FONTE
205
Instrumentação e Redes Industriais
As saídas digitais com ponto comum possuem a vantagem de economia de cabo, Figura 9.10.
CAMPO
SAÍDA 1 CARGA
SAÍDA 2 CARGA
COMUM FONTE
Se neste tipo de saída for necessário acionar cargas com fontes incompatíveis entre si, será necessária a
utilização de relés cujas bobinas se energizem com as saídas do CLP e cujos contatos comandem tais cargas.
- Atuadores analógicos
lembrar a questão da compatibilidade dos sinais, saída em tensão só pode ser ligada no dispositivo que recebe
tensão e saída em corrente pode ser ligada em dispositivo que recebe corrente ou tensão (Figuras 9.11 E 9.12).
Cartão CAMPO
analógico POSICIONADOR
Cartão
analógico ATUADOR SAÍDA 1 FONTE
Pocicionador
Cartão
analógico INDICADOR ELÉTRICO
UCP Cartão
analógico VÁLVULA DE CONTROLE
Cartão
analógico INDICADOR SAÍDA 2 FONTE
Cartão atuador
analógico OUTROS COMUM
permite introduzir o programa do usuário e configuração do sistema. Pode ser um equipamento dedicado, ou
seja, um terminal que só tem utilidade como programador de um determinado fabricante de CLP, ou um
206
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
Neste periférico, através de uma linguagem, na maioria das vezes, de fácil entendimento e utilização,
será feita a codificação das informações vindas do usuário numa linguagem que possa ser entendida pelo
processador de um CLP. Dependendo do tipo de Terminal de Programação (TP), poderão ser realizadas
funções como: - Elaboração do programa do usuário; - Análise do conteúdo dos endereços de memória; -
Os terminais de programação podem ser classificados em três tipos: i) Terminal Dedicado Portátil; ii)
Os terminais de programação portáteis, geralmente são compostos por teclas que são utilizadas para
introduzir o programa do usuário. Os dados e instruções são apresentados num display que fornece sua
comunicação (serial). Pode-se utilizar da fonte interna do CP ou possuir alimentação própria através de
bateria.
Com o advento dos computadores pessoais portáteis (Lap-Top), estes terminais estão perdendo sua
função, já que se podem executar todas as funções de programação em ambiente mais amigável, com todas
No caso do Terminal de programação dedicado têm-se como grandes desvantagens seu custo elevado e
sua baixa taxa de utilização, já que sua maior utilização se dá na fase de projeto e implantação da lógica de
controle. Estes terminais são compostos por um teclado, para introdução de dados/instruções e um monitor
(TRC - tubos de raios catódicos) que tem a função de apresentar as informações e condições do processo a
ser controlado.
Como no caso dos terminais portáteis, com o advento da utilização de computadores pessoais, este tipo
207
Instrumentação e Redes Industriais
Neste tipo de terminal, tem-se a vantagem da utilização de um micro de uso geral realizando o papel
do programador do CLP. O custo deste hardware (PC) e software são bem menores do que um terminal
dedicado além da grande vantagem de ter, após o período de implantação e eventuais manutenções, o PC
disponível para outras aplicações comuns a um computador pessoal. Outra grande vantagem é a utilização
de softwares cada vez mais interativos com o usuário, utilizando todo o potencial e recursos de software e
onde se tem uma estrutura de software que realiza continuamente ciclos de varredura.
Execução. A UCP pode assumir também o estado de erro, que aponta falhas de operação e execução do
programa.
- Programação
Neste estado o CP não executa programa, isto é, não assume nenhuma lógica de controle, ficando
preparado para ser configurado ou receber novos programas ou até modificações de programas já instalados.
- Execução
Estado em que o CP assume a função de execução do programa do usuário. Neste estado, alguns
controladores, podem sofrer modificações de programa. Este tipo de programação é chamado on-line (em
linha).
9.4.2 Funcionamento
Ao ser energizado, estando o CP no estado de execução, o mesmo cumpre uma rotina de inicialização
gravada em seu sistema operacional. Esta rotina realiza as seguintes tarefas: limpeza da memória imagem,
para operandos não retentivos; teste de memória RAM e teste de executabilidade do programa. Após a
execução desta rotina, a UCP passa a fazer uma varredura (ciclo) constante, isto é, uma leitura sequencial
das instruções em loop. Entrando no loop, o primeiro passo a ser executado é a leitura dos pontos de entrada.
Com a leitura do último ponto, irá ocorrer, a transferência de todos os valores para a chamada memória ou
208
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
tabela imagem das entradas. Após a gravação dos valores na tabela imagem, o processador inicia a execução
para a chamada memória ou tabela imagem das saídas, como também a transferência de valores de outros
operandos, como resultados aritméticos, contagens, etc. Ao término da atualização da tabela imagem, será
feita a transferência dos valores da tabela imagem das saídas, para os cartões de saída, fechando o loop. Neste
momento é iniciado um novo loop. Para a verificação do funcionamento da UCP, é estipulado um tempo de
ultrapassagem deste tempo máximo, o funcionamento da UCP será interrompido, sendo assumido um estado
de erro. Os termos varredura ou scan são usados para um dar nome a um ciclo completo de operação (loop).
O tempo gasto para a execução do ciclo completo é chamado Tempo de Varredura, e depende do tamanho
START
(PARTIDA)
LIMPEZA DE
MEMÓRIA
TESTE DE RAM
NÃO
OK
SIM
LEITURA DOS
CARTÕES DE
ENTRADA
ATUALIZAÇÃO DA
TABELA IMAGEM
DAS ENTRADAS
EXECUÇÃO DO
PROGRAMA
USUÁRIO
ATUALIZAÇÃO DA
TABELA IMAGEM
DAS SAÍDAS
TRANSFERÊNC
IA DA
TABELA PARA
A SAÍDA
TEMPO DE
VAREDURA
STOP
(PARADA)
209
Instrumentação e Redes Industriais
9.4.3 Linguagem de Programação
Na execução de tarefas ou resolução de problemas com dispositivos microprocessados, é necessária a
utilização de uma linguagem de programação, através da qual o usuário se comunica com a máquina.
A linguagem de programação é uma ferramenta necessária para gerar o programa, que vai coordenar e
sequenciar as operações que o microprocessador deve executar. Pode ser classificada em: Linguagem de baixo
em código binário (bits 0 e 1). Para minimizar as dificuldades de programação usando este código, pode-se
Cada item do programa chama-se linha ou passo, representa uma instrução ou dado a ser
operacionalizado.
- Linguagem Assembler
Na linguagem assembler o programa é escrito com instruções abreviadas chamadas mnemônicas. Cada
- Compiladores e Interpretadores
compiladores e interpretadores para traduzirem este programa para a linguagem de máquina. Exemplos de
linguagens de alto nível: Pascal,C, Fortran, Cobol, etc. As vantagens e desvantagens da utilização de
Vantagens Desvantagens
- Elaboração de programa em tempo menor, não - Tempo de processamento maior do que em sistemas
necessitando conhecimento da arquitetura do desenvolvidos em linguagens de baixo nível.
microprocessador.
210
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
9.5 PROGRAMAÇÃO DE CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS
Normalmente podemos programar um controlador através de um software que possibilita a sua
apresentação ao usuário em quatro formas diferentes: i) Diagrama de contatos; ii) Diagrama de blocos lógicos
(lógica booleana); iii) Lista de instruções e iv) Linguagem corrente. Alguns CLP’s, possibilitam a apresentação
gráfica de apresentação está muito próxima a normalmente usada em diagramas elétricos. Exemplo:
I 0.0 >=1
&
Q 0.0
Q 0.0
I 0.2
I 0.4 >=1
Q 0.2
&
Q 0.2
I 0.6
: A I 1.5
: A I 1.6
: O
: A I 1.4
: A I 1.3
: = Q 3.0 ( I 1.5 . I 1.6 ) + ( I 1.4 . I 1.3 ) = Q 3.0
de alto nível. Comandos típicos podem ser "fechar válvula A" ou "desligar bomba B", "ligar motor", "desligar
solenóide",
211
Instrumentação e Redes Industriais
9.6 ANÁLISE DAS LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO
Com o objetivo de ajudar na escolha de um sistema que melhor se adapte às necessidades de cada
usuário, podem-se analisar as características das linguagens de programação disponíveis de CLP’s. Esta análise
se deterá nos seguintes pontos: Quanto à forma de programação; Quanto a forma de representação;
Documentação e Conjunto de Instruções. Na Tabela 9.6 são apresentadas as descrições dos pontos de análise.
9.7 NORMALIZAÇÃO
Existe a tendência de utilização de um padrão de linguagem de programação onde será possível a
intercambiabilidade de programas entre modelos de CLP’s e até de fabricantes diferentes. Esta padronização
está de acordo com a norma IEC 1131-3, na verdade este tipo de padronização é possível utilizando-se o
conceito de linguagem de alto nível, onde através de um chamado compilador, pode-se adaptar um programa
para a linguagem de máquina de qualquer tipo de microprocessador, isto é, um programa padrão, pode servir
tanto para o CLP de um fabricante A como de um fabricante B. A norma IEC 1131-3 prevê três linguagens
- Boolean Blocks - blocos lógicos representando portas “E”, “OU”, “Negação”, “Ou exclusivo”, etc.
212
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
- Structured Control Language (SCL) - linguagem que vem substituir todas as linguagens declarativas
tais como linguagem de instruções, BASIC estruturado e inglês estruturado. Esta linguagem é
economizando em treinamento e garantindo que, por mais que um fornecedor deixe o mercado, nunca se ficará
de programação de CLP mais simples de ser assimilada por quem já tenha conhecimento de circuitos de
comando elétrico.
alimentados por duas barras verticais laterais. Por esse formato é que recebe o nome de ladder que significa
escada, em inglês.
Cada uma das linhas horizontais é uma sentença lógica onde os contatos são as entradas das sentenças,
as bobinas são as saídas e a associação dos contatos é a lógica. São os seguintes símbolos:
No ladder cada operando (nome genérico dos contatos e bobinas no ladder) é identificado com um
endereço da memória à qual se associa no CLP. Esse endereço aparece no ladder com um nome simbólico,
para facilitar a programação, arbitrariamente escolhido pelo fabricante. O estado de cada operando é
representado em um bit correspondente na memória imagem: este bit assume nível 1 se o operando estiver
- As bobinas acionam o seu endereço: Enquanto uma bobina com endereço de saída estiver acionada,
213
Instrumentação e Redes Industriais
- Os contatos se acionam pelo endereço que os identifica: Os contatos endereçados como entrada se
acionam enquanto seu respectivo par de terminais no módulo de entrada é acionado: fecham-se se
Com relação ao que foi exposto acima sobre os contatos endereçados como entrada, os que tiverem por
finalidade acionar ou energizar uma bobina deverão ser do mesmo tipo do contato externo que aciona seu
Já os que forem usados para desacionar ou desenergizar uma bobina devem ser de tipo contrário do
contato externo que os aciona. Na Tabela 9.7 vê-se um quadro elucidativo a esse respeito.
Percebe-se que pode ser usada chave externa de qualquer tipo, desde que no ladder se utilize o contato
de tipo conveniente. Mesmo assim, por questão de segurança, não se deve utilizar chave externa NF para
intertravamento, esses dados e informações são passados sob forma de diagrama lógico, diagrama funcional
ou matriz de causas e efeitos e a partir daí o programa é estruturado. A lógica de diagrama de contatos do
CLP assemelha-se à de relés. Para que um relê seja energizado, necessita de uma continuidade elétrica,
ALIMENTAÇÀO
+ -
CH1
K1
Ao ser fechada a CH1, a bobina K1 será energizada, pois será estabelecida uma continuidade entre a
fonte e os terminais da bobina. O programa equivalente do circuito anterior, na linguagem ladder, será o
seguinte:
214
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
Analisando os módulos de entrada e saída do CLP, quando o dispositivo ligado à entrada digital E1
fechar, este acionará o contato E1, que estabelecerá uma continuidade de forma a acionar a bobina S1,
Uma prática indispensável é a elaboração das tabelas de alocação dos dispositivos de entrada/saída.
Esta tabela é constituída do nome do elemento de entrada/saída, sua localização e seu endereço de
O NF é um contado de negação ou inversor, como pode ser visto no exemplo abaixo que é similar ao
Analisando os módulos de entrada e saída, quando o dispositivo ligado a entrada digital E1 abrir, este
desacionará o contato E1, este por ser NF estabelecerá uma continuidade de forma a acionar a bobina S1,
a lógica E, pois a bobina só será acionada quando todos os contatos estiverem fechados.
A saída S1 será acionada quando: E1 estiver acionada e E2 estiver não acionada E E3 estiver acionada.
A lógica OU é conseguida com a associação paralela, acionando a saída desde que pelo menos um dos
215
Instrumentação e Redes Industriais
A saída S1 será acionada se: E1 for acionada OU E2 não for acionada OU E3 for acionada. O que
Com associações mistas criam-se condições mais complexas como a do exemplo a seguir:
Neste caso a saída é acionada quando: E3 for acionada E E1 for acionada OU E3 for acionada E E2
9.8 INSTRUÇÕES
Na UCP o programa residente possui diversos tipos de blocos de funções. A seguir apresentam-se alguns
dos mais comuns: contador; temporização de energização; temporização de desenergização; adição de registros;
multiplicação de registros; divisão de registros; extração de raiz quadrada; bloco OU lógico de duas tabelas;
bloco E lógico de duas tabelas; ou exclusivo lógico de duas tabelas; deslocar bits através de uma tabela-direita;
deslocar bits através de uma tabela-esquerda; mover tabela para nova localização; mover dados para memória
EEPROM; mover inverso da tabela para nova localização; mover complemento para uma nova localização;
mover valor absoluto para uma nova localização; comparar valor de dois registros; ir para outra sequência na
memória; executar sub-rotina na memória; converter A/D e localizar em um endereço; converter D/A um
lógica ladder. Estes blocos funcionais podem se apresentar de formas diferentes de um CLP para outro, mas
introduzindo na lógica ladder instruções como de temporização, contagem, soma, divisão, subtração,
216
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
S1
E2
BLOCO
FUNCIONAL
O bloco funcional possui pontos de entrada (localizados à esquerda) e pontos de saída (localizados à
direita do bloco), também possui campos de entrada de informações como; número do registro, memória,
ponto de entrada analógico, bit de saída, bit de entrada, ponto de saída analógico, constantes, etc.
As instruções seguintes serão explicadas supondo o byte de oito bits. A análise para o byte de dezesseis
ao tempo preestabelecido (PT). Quando a temporização estiver completa esta instrução eleva a nível 1 um
Segundo exemplo, quando E1 for acionada, o temporizador será habilitado e imediatamente após 10
segundos a saída S1 será acionada. Quando E1 for desacionada, o temporizador será desabilitado, ou
desenergizado, desacionando a saída S1. Em alguns casos, esta instrução apresenta duas entradas uma de
habilitação da contagem e outra para zeramento ou reset da saída. Para cada temporizador destina-se um
endereço de memória de dados onde o valor prefixado será armazenado. Na memória de dados do CLP, o
temporizador ocupa três bytes para o controle. O primeiro byte reservado para o dado prefixado, o segundo
byte reservado para a temporização e o terceiro byte reservado para os bits de controle da instrução
desacionamento).
Quando a contagem estiver completa, ou seja, igual ao valor prefixado, esta instrução energiza um bit de
contagem completa. A instrução contador é utilizada para energizar ou desenergizar um dispositivo quando
217
Instrumentação e Redes Industriais
Para cada contador destina-se um endereço de memória de dados onde o valor prefixado será
armazenado. Na memória de dados do CLP, o contador ocupa três bytes para o controle. O primeiro byte
reservado para o dado prefixado, o segundo byte reservado para a contagem e o terceiro byte reservado para
manipula dados de endereço para endereço, permitindo que o programa execute diferentes funções com o
mesmo dado.
menor/igual que o dado de um outro endereço, permitindo que o programa execute diferentes funções baseadas
em um dado de referência.
No exemplo, quando a entrada E1 for acionada as duas instruções de comparação serão acionadas, se o
valor lido no Termopar for maior que a Referência 1 a saída S1 será acionada, se for menor a saída S2 será
218
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
acionada. A comparação só existirá se a entrada E1 estiver acionada, caso contrário as duas saídas S1 e S2
serão desacionadas. A mesma análise é válida para a instrução igual a, maior igual a e menor igual a.
Nesta instrução de programa, quando E1 for acionada, a soma de REFERENCIA1 com REFERENCIA2
será depositado em SOMA. Enquanto E1 estiver acionado o dado REFERENCIA1 será somado com
REFERENCIA2 e depositado em SOMA a cada ciclo de varredura, portanto E1 deve ser acionado e
Caso o resultado da soma não ultrapasse o limite máximo (overflow), a saída S1 será acionada. Em
alguns casos o um bit, do byte de controle da instrução soma, assume valor lógico “1”, determinando o estouro
da capacidade. Através deste bit é possível de se determinar quando a soma ultrapassou ou não o valor
máximo.
Nesta instrução de programa, quando E1 for acionada, a subtração do dado REFERENCIA1 com o
219
Instrumentação e Redes Industriais
Caso o resultado da subtração possua sinal negativo (underflow), a saída S1 será acionada. Em alguns
casos o um bit, do byte de controle da instrução subtração, assume valor lógico “1”. Através deste bit é
Supondo que a instrução multiplicação tenha sido acionada por E1 e que a multiplicação será de
dado REFERENCIA1 pelo dado REFERENCIA2 será depositada no conteúdo do dado MULT.
Supondo que a instrução divisão tenha sido acionada por E1 e que a divisão será de REFERENCIA1
por REFERENCIA2 em DIVISAO. Quando a entrada E1 for acionada, a divisão do dado REFERENCIA1
220
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
Supondo que a instrução AND tenha sido acionada por E1 e que a instrução será de TERMOSTATO1
9.8.7b Instrução OR
Permite executar função OU com valores da memória quando habilitada analisar valores na memória
quando habilitada.
Supondo que a instrução OR tenha sido acionada por E1 e que a instrução será de TERMOSTATO1
Obviamente estas são apenas algumas instruções que a programação ladder dispõe. Uma série de outros
recursos é disponível em função da capacidade do CLP em questão. As instruções apresentadas servirão como
base para o entendimento das instruções de programação ladder de qualquer CLP, para tal conte e não
A utilização do software de programação é uma questão de estudo e pesquisa, uma vez que o layout de
- RS-232: padrão EIA para transmissão de dados, par trançado, distância até 15 m.
independentes) maior imunidade a ruídos, maior velocidade de transmissão e distâncias mais longas
- RS-485: Similar ao RS-422, receptores com proteções e capacidades maiores. Comunicação half-duplex.
221
Instrumentação e Redes Industriais
9.9.2 CLP ou SDCD?
Voltando à década de 70, quando os primeiros CLP’s e SDCD’s apareceram no mercado, é possível se
constatar que eles foram concebidos para a execução de tarefas diferentes. O CLP, que apareceu no início da
década, tinha como objetivo a simples substituição dos painéis de relés (variáveis digitais), e por este motivo
em sua primeira versão operava de maneira cega, ou seja, sem interface para supervisão. O SDCD, lançado
em meados da década de 70, tinha a função de automatizar uma planta por completo, substituindo os painéis
Ao longo dos anos os sistemas de controle evoluíram muito, os CLP’s integraram uma estação de
operação/supervisão ao seu hardware e também começaram a tratar as variáveis analógicas. Os SDCD’s, por
outro lado, flexibilizaram o tamanho de seu hardware de forma a atender aplicações de pequeno/médio portes
e também “abriram” o seu sistema viabilizando a comunicação com qualquer hardware/software de mercado.
Por fim, o CLP e o SDCD convergiram para um mesmo ponto e nos dias de hoje executam funções
similares e, principalmente, podem disputar a mesma fatia de mercado. Entretanto, existem diferenças sutis
entre estes sistemas, diferenças estas relacionadas à função para qual cada um deles foi concebido.
Embora o CLP e o SDCD executem a mesma função, existem algumas diferenças na forma como as
- Velocidade/Desempenho
Para os SDCD’s, com tempo de varredura típico de 1 segundo e podendo chegar a 50 milissegundos
para aplicações críticas, este tempo significa a leitura das entradas de sinal, o processamento da lógica de
Para os CLPs, com tempo de varredura típico de 10 milissegundos e podendo chegar a 1 milissegundo,
o tempo de varredura é referente somente ao processamento da CPU, portanto, o tempo total de varredura
em alguns casos pode chegar próximo ao tempo de um SDCD. As diferenças de concepção em relação aos
tempo de varredura também podem ser caracterizados através dos conceitos de determinismo e flexibilidade
do tempo.
Nos SDCD’s, que utilizam o conceito de determinismo do tempo de varredura, o número de tarefas
que poderão ser executadas é pré-definido. As tarefas são executadas em paralelo e o tempo de execução
(leitura da entrada, processamento da tarefa e atualização da saída) de cada uma delas pode ser selecionado
222
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
individualmente. Por exemplo, um PID com tempo de execução de 50 milissegundos atualiza 20 (vinte) vezes
a saída do sistema dentro do tempo de varredura de 1 segundo. Nos CLP’s, que utilizam o conceito de
executadas em série e podem ter seus tempos de execução selecionados individualmente. Por exemplo, um
CLP com 10 tarefas concorrentes de 10 milissegundos cada terá um tempo de varredura de 100 milissegundos.
Sobre o tempo de varredura dos sistemas, é importante ressaltar que o tempo de 1 segundo de varredura
atende à grande maioria das aplicações de controle regulatório típicas da indústria de processo.
- Abrangência
Os SDCDs trazem de uma forma geral uma biblioteca bastante extensa de blocos voltados para o
controle de processo, sendo que muitos destes foram desenvolvidos a partir da experiência do fornecedor em
Os CLPs, que por sua vez possuem uma biblioteca não tão vasta para este propósito, possibilitam
- Robustez
ininterrupta do processo, por este motivo possibilitam a inclusão de cartões de I/O e a redundância dos
Os CLPs, apesar de possuírem tecnologia Plug & Play (reconhecimento automático do cartão),
normalmente exigem a inicialização da CPU para o reconhecimento dos cartões, o que acarreta em uma
parada no processo.
Outra diferença fundamental é em relação à configuração de novos TAG’s. Nos SDCDs a inclusão de
novos TAG’s não acarreta a parada da planta (download online), havendo ainda a equalização automática
Para os CLPs a inclusão de um novo TAG exige a reinicialização individual de todas as CPU’s que
Ao contrário dos SDCDs, onde a capacidade de Entradas/Saídas e o número de funções que poderão
ser executadas é pré-definido, nos CLP’s eventualmente ocorre uma diminuição na capacidade de recursos em
223
Instrumentação e Redes Industriais
- Adequação às implementações
Alguns fabricantes perceberam a importância de diversificar a sua linha de produtos de forma a atender
aplicações de pequeno/médio portes e médio/grande portes com produtos diferentes. Hoje é possível se
encontrar no mercado SDCDs especialmente desenvolvidos para aplicações de pequeno/médio portes, assim
Em se tratando de aplicações de grande porte ou mesmo críticas, onde devem ser atentidos alguns
requisitos, como, sistema de controle totalmente redundante (CPU, fontes, I/O, rede de controle), rede de
grande quantidade de recursos para controle regulatório, bateladas (receitas) complexas, dentre outros, a
melhor opção ainda são os SDCDs por atenderem melhor estes requisitos.
- Integração
Para se fazer uma comparação de como é feita uma configuração nos SDCDs e no CLPs se faz necessário
compreender/citar que os SDCDs fornecem uma solução completa composta por hardware e software de
controle e software de supervisão. Os CLPs em contrapartida são compostos somente por hardware e software
Nos SDCDs todas as variáveis existentes na estação de controle são automaticamente disponibilizadas
na estação de operação/supervisão, onde frontais (faceplates) padrão do sistema podem ser selecionados para
Por outro lado, as variáveis existentes nos CLPs precisam ser transcritas para a base de dados do
sistema supervisório, isto é, as variáveis acessadas pelo supervisório devem ser declaradas
Um item bastante solicitado pelos usuários diz respeito à conexão com redes para dispositivos
inteligentes. Nos dias de hoje isto não é mais uma diferença entre os sistemas, pois a maioria dos fabricantes
de SDCDs e CLPs são membros de organizações como Fieldbus Foundation, Profibus, ODVA (DeviceNet),
HART e etc.
Outro ponto muito discutido é a integração com outros sistemas (PIMS, MES, ERP), que vem sendo
resolvido, em ambos os casos, com drivers para protocolos abertos ou padronização via OPC.
224
9. CONTROLADORE LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)
- Direcionamento dos sistemas de controle
Nos últimos anos os fabricantes de SDCD têm investido de forma a desmistificar o SDCD como um
equipamento de grande porte e fechado. Isto tem sido feito através do lançamento de equipamentos compactos
Os fabricantes de CLP, por outro lado, vêm investindo em interfaces de programação/configuração mais
configuração do mesmo.
De uma forma geral todos os investimentos dos fabricantes de sistemas de controle são para
disponibilizar um portifólio de produtos que atenda todas as aplicações de mercado, e neste sentido, visando
atender aplicações que requerem grande flexibilidade de comunicação e interfaces simples, foram lançados
Este sistema de controle pode ser composto de hardware com funções de Web, o que o torna um sistema
autônomo, ou ainda ser integrado a um sistema de supervisão (próprio ou de terceiros), compondo uma
arquitetura SCADA padrão. Estes equipamentos atuam em sistemas distribuídos, permitem uma boa
programação/configuração a mesma é baseada nas normas IEC61131-3 o que permite a utilização de blocos
Assim, o primeiro passo para que o usuário selecione um sistema de controle é definir quais são os
requisitos da sua aplicação. Não existe um equipamento melhor ou pior que o outro, o que existe são
equipamentos com características diferentes que podem atender de forma ótima ou satisfatoriamente à estes
requisitos.
Miyagi, Paulo Eigi - Controlador Programável, Edgard Blücher, São Paulo, 1996.
225
Instrumentação e Redes Industriais
226
10. SISTEMAS SUPERVISÓRIOS
Quando se trabalha com sistemas automatizados complexos, surge a necessidade de se criar uma
interface de maneira a facilitar o trabalho da equipe encarregada da operação do sistema. Nos trabalhos de
implantação e testes, é muito difícil avaliar o que está acontecendo diretamente analisando o programa do
CLP. Assim surgiu a necessidade da criação de uma interface amigável (eficiente e ergonômica) conhecida
Os sistemas supervisórios ou SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition) são programas
processo.
Esta identificação é chamada de tags. Para permitir isso, os sistemas SCADA identificam todas as variáveis
numéricas ou alfanuméricas envolvidas na aplicação através de tags, podendo executar funções computacionais
(operações matemáticas, lógicas, com vetores ou strings, etc) ou representar pontos de entrada/saída de dados
do processo que está sendo controlado. Neste caso, correspondem às variáveis do processo real (ex:
temperatura, nível, vazão etc), se comportando como a ligação entre o controlador e o sistema. É com base
nos valores das tags que os dados coletados são apresentados ao usuário. Os sistemas SCADA podem também
verificar condições de alarmes, identificadas quando o valor da tag ultrapassa uma faixa ou condição pré-
estabelecida, sendo possível programar a gravação de registros em Bancos de Dados, ativação de som,
mensagem, mudança de cores, envio de mensagens por pager, e-mail, celular, etc. A partir do momento em
que a monitoração e o controle de um processo são feitos com a ajuda de um sistema supervisório, o
processamento das variáveis de campo é mais rápido e eficiente. Qualquer evento imprevisto no processo é
rapidamente detectado e mudanças nos set-points são imediatamente providenciadas pelo sistema
de controle da planta, como o mínimo de interferência, excetuando-se casos em que sejam necessárias tomadas
grandes corporações é natural a escolha de um backbone de grande capacidade para interligação dos sistemas
227
Instrumentação e Redes Industriais
de ERP (Enterprise Resource Planning), Supply Chain (gerenciamento da cadeia de suprimentos), e EPS
(Enterprise Production Systems). A rede de controle interliga os sistemas industriais de nível 2 ou sistemas
SCADA aos sistemas de nível 1 representados por CLPs e remotas de aquisição de dados. Também alguns
equipamentos de nível 3 como sistemas PIMS e MES podem estar ligados a este barramento. Até dois anos
atrás o padrão mais utilizado era o Ethernet 10Base-T. Hoje o padrão mais recomendado é o Ethernet
100Base-T. Quase todos os grandes fabricantes de equipamentos de automação já possuem este padrão
implementado.
processo através de remotas industriais, principalmente Controladores Lógicos Programáveis, formatam estes
dados, e os apresenta ao operador em uma multiplicidade de formas. O objetivo principal dos sistemas SCADA
é propiciar uma interface de alto nível do operador com o processo informando-o "em tempo real" de todos os
de operação incluem: ligar e desligar equipamentos e sequência de equipamentos, operação de malhas PID,
permite definir diretamente ações de controle, sem depender de um nível intermediário de controle
representado por remotas inteligentes. Todas as operações de entrada e saída são executadas diretamente
através de cartões de I/O ligados diretamente ao barramento do micro, ou por remotas mais simples. Os
dados são amostrados, um algoritmo de controle como um controlador PID, por exemplo, é executado, e a
saída é aplicada ao processo (ação direta sobre uma variável manipulada). Isto, entretanto só é possível
quando a velocidade do processo assim o permite. Em alguns casos, requisitos de confiabilidade tornam
que vão permitir maior ou menor flexibilidade e robustez, de acordo com a solução desejada.
Em linhas gerais, podemos dividir essas tarefas em: Núcleo de processamento; Comunicação com
(Scripts) ou controle; Interface gráfica; Relatórios; Comunicação com outras estações SCADA; Comunicação
A regra geral para o funcionamento de um sistema SCADA parte dos processos de comunicação com
os equipamentos de campo, cujas informações são enviadas para o núcleo principal do software. O núcleo é
responsável por distribuir e coordenar o fluxo dessas informações para os demais módulos, até chegarem à
forma esperada para o operador do sistema, na interface gráfica ou console de operação com o processo,
geralmente acompanhadas de gráficos, animações, relatórios, etc, de modo a exibir a evolução do estado dos
229
Instrumentação e Redes Industriais
dispositivos e do processo controlado, permitindo informar anomalias, sugerir medidas a serem tomadas ou
reagir automaticamente.
As tecnologias computacionais utilizadas para o desenvolvimento dos sistemas SCADA têm evoluído
bastante nos últimos anos, de forma a permitir que, cada vez mais, aumente sua confiabilidade, flexibilidade
e conectividade, além de incluir novas ferramentas que permitem diminuir cada vez mais o tempo gasto na
Figura 10.2. Cada sinótico representa uma área do processo em certo nível de detalhe. Para se obter uma
visão mais detalhada de uma determinada área pode-se recorrer a um novo sinótico, a um sinótico de
hierarquia inferior (sub-sinótico), ou a uma visão de uma outra camada do mesmo sinótico (sistema "multi
layer").
geométricas fundamentais como retas, retângulos, elipses e círculos, texto bitmapeado e vetorados ("stroke-
fonts"), arcos, splines, curvas, etc. Após definidos, os símbolos são armazenados numa biblioteca. Se a
representação armazenada corresponde à descrição das entidades geométricas temos um sinóptico orientado
para geometria. Se o símbolo armazenado corresponde a uma configuração fixa de bits (mapa de bits), temos
um editor bitmapeado. O construtor de sinópticos é a ferramenta que permite ao usuário criar novos
230
10. SISTEMAS SUPERVISÓRIOS
sinópticos. De preferência deve ser possível se usar o construtor com o sistema on-line. Alguns construtores
são editores gráficos que definem duas estruturas de dados básicas: uma para a máscara e outra para os
campos dinâmicos. Alguns construtores, entretanto necessitam compilar a descrição de campos para obter um
e os registra identificando: Data e hora do evento; Variável alarmada; Valor no momento do alarme; Descrição
do evento; Data e hora de normalização do evento; Status do evento: alarmado, normalizado, reconhecido
pelo operador.
Os eventos são armazenados em um buffer ou memória que armazena os últimos eventos correspondendo
geralmente a um turno de operação. Após este prazo, o arquivo pode ser salvo em disco para análise histórica,
interface, Figura 10.3, com operador se dá geralmente de duas formas: Uma janela de alarmes exibe os alarmes
mais recentes. O operador pode solicitar a exibição de uma página de alarmes contendo uma certa quantidade
de alarmes recentes e depois paginar para frente e para trás até encontrar o evento de interesse.
Quando um alarme ocorre o operador é avisado através de uma buzina ou música. O operador deve
declarar que está ciente do problema, reconhecendo o alarme mais recente ou todos os alarmes
simultaneamente. O alarme mais recente é então substituído na tela por outro alarme que ainda não tenha
231
Instrumentação e Redes Industriais
10.3.2c Registrador de tendência
Desenha um gráfico de tendência de uma dada variável, geralmente analógica, em função do tempo.
Um gráfico de tendência (Figura 10.4) pode ter, normalmente, de 1 a 8 penas. O usuário deverá definir duas
coisas: 1) Quais variáveis devem ser amostradas pelo sistema sincronamente com um relógio e com qual
frequência; 2) Para cada gráfico, quais das variáveis registradas devem ser exibidas simultaneamente em uma
mesma tela.
Os períodos de amostragem que variam tipicamente de 100 ms a 1 hora devem ser escolhidos de acordo
com a velocidade real do processo. É normal escolher um período para cada tipo de variável (temperatura,
nível, pressão, etc). Os dados são geralmente armazenados em um buffer. O período total de armazenagem
recorre ao registro histórico. O registro histórico possui um período de amostragem tipicamente maior que o
da tendência instantânea (alguns minutos). Os valores amostrados podem ser: Os valores instantâneos da
Nos sistemas mais recentes, podem-se visualizar os gráficos de tendência instantânea e histórica de
forma concatenada em um único sistema de coordenadas. Hoje se prefere realizar todas as funções históricas
232
10. SISTEMAS SUPERVISÓRIOS
System). Os PIMS possuem melhores algoritmos de compressão de dados e armazenam tipicamente 5 anos
instantânea e histórica. Evidentemente uma das principais funções dos sistemas SCADA reside na sua
capacidade de armazenar dados e produzir relatórios de produção ao final de um turno, dia ou mês. Os
relatórios de produção incluindo os relatórios de balanço de massa ou energia demonstram quanto uma
determinada planta produziu, quanto consumiu de insumos, de energia, etc e constituem o principal relatório
de interesse gerencial. Outro alvo de interesse, desta vez, por parte do pessoal da manutenção são os relatórios
de monitoramento de equipamentos que dizem quando cada equipamento parou, por que parou e por quanto
tempo ficou parado. O usuário deve definir as variáveis que farão parte do relatório e o seu período (ou
instante) de amostragem, Figura 10.5. A armazenagem de um dado pode estar vinculada a um evento e não
apenas a um horário. Isto é muito comum em sistemas de batelada. Depois deverá ser definido o formato do
descrição do evento e operador “logado” na hora do evento. Os eventos de interesse geralmente são: Eventos
de configuração da base de dados; Eventos de operação críticos tais como: ação sobre malhas de controle,
233
Instrumentação e Redes Industriais
Este registro está vinculado à existência de um sistema de senhas para identificar cada operador que
assuma a operação. O operador que deixa a operação deverá realizar o logoff da estação enquanto o novo
10.3.2g Receitas
Uma Receita é um conjunto de valores pré-definidos que podem ser carregados para um grupo de tags
a fim de configurar um processo específico. Esta lista de tags também se chama modelo de receita.
Por exemplo, seja uma máquina que fabrica diferentes tipos de parafusos. As variáveis envolvidas no
processo são sempre as mesmas, mas seus valores provavelmente irão mudar dependendo do tipo de parafuso
que se quer produzir. Supondo que você tem diferentes configurações de máquina para cada tipo de parafuso,
estes valores poderiam ser gravados em uma receita e serem posteriormente carregados em tags de controle,
Dessa maneira, podemos criar um modelo de receita “Parafuso” com diversas receitas “Fenda Philips”,
“Fenda Torx”, “Fenda Simples” e assim por diante. Para que sejam recuperados quando necessário, os
Alguns supervisórios contemplam apenas parte destes eventos. Hoje a compreensão da natureza dos
eventos possíveis de ocorrer tem trazido alto grau de generalidade às ferramentas. Alguns eventos possíveis
são: Variação de um dado de processo, atendimento de uma condição de processo, acionamento de uma tecla
234
10. SISTEMAS SUPERVISÓRIOS
especial, clique do mouse sobre um objeto ativo (pushbutton), lançamento de uma aplicação, abertura de uma
Seja, por exemplo, o evento gerado pelo acionamento de uma tecla especial do teclado. O programa
pode ser programado para ser ativado: ao se apertar a tecla; enquanto a tecla permanecer apertada; ao se
aliviar a tecla.
Outro exemplo seria um evento associado a uma condição (equação booleana envolvendo valores de
variáveis de processo) que causa a execução de um Script: quando a expressão se tornar verdadeira; enquanto
a expressão for verdadeira; quando a expressão se tornar falsa ou enquanto a expressão for falsa.
Os sensores são dispositivos conectados aos equipamentos controlados e monitorados pelos sistemas
SCADA, que convertem parâmetros físicos tais como velocidade, nível de água e temperatura, para sinais
analógicos e digitais legíveis pela estação remota. Os atuadores são utilizados para atuar sobre o sistema,
O processo de controle e aquisição de dados se inicia nas estações remotas, PLCs (Programmable Logic
Controllers) e RTUs (Remote Terminal Units), com a leitura dos valores atuais dos dispositivos que a ele
estão associados e seu respectivo controle. Os PLCs e RTUs são unidades computacionais específicas,
utilizadas nas instalações fabris (ou qualquer outro tipo de instalação que se deseje monitorar) para a
funcionalidade de ler entradas, realizar cálculos ou controles, e atualizar saídas. A diferença entre os PLCs e
as RTUs é que os primeiros possuem mais flexibilidade na linguagem de programação e controle de entradas
e saídas, enquanto as RTUs possuem uma arquitetura mais distribuída entre sua unidade de processamento
A rede de comunicação é a plataforma por onde as informação fluem dos PLCs/RTUs para o sistema
SCADA e, levando em consideração os requisitos do sistema e a distância a cobrir, pode ser implementada
através de cabos Ethernet, fibras ópticas, linhas dial-up, linhas dedicadas, rádio modems, etc.
As estações de monitoração central são as unidades principais dos sistemas SCADA, sendo responsáveis
por recolher a informação gerada pelas estações remotas e agir em conformidade com os eventos detectados,
235
Instrumentação e Redes Industriais
podendo ser centralizadas num único computador ou distribuídas por uma rede de computadores, de modo a
A principal funcionalidade de qualquer sistema SCADA está ligada à troca de informações, que podem
ser basicamente: Comunicação com os PLCs/RTUs; Comunicação com outras estações SCADA; Comunicação
metodologia pode ser tanto de domínio público ou de acesso restrito, geralmente pode ocorrer por polling ou
A comunicação por polling (ou Master/Slave) faz com que a estação central (Master) tenha controle
absoluto das comunicações, efetuando seqüencialmente o polling aos dados de cada estação remota (Slave),
que apenas responde à estação central após a recepção de um pedido, ou seja, em half-duplex. Isto traz
simplicidade no processo de coleta de dados, inexistência de colisões no tráfego da rede, facilidade na detecção
de falhas de ligação e uso de estações remotas não inteligentes. No entanto, traz incapacidade de comunicar
Já a comunicação por interrupção ocorre quando o PLC ou o RTU monitora os seus valores de entrada
e, ao detectar alterações significativas ou valores que ultrapassem os limites definidos, envia as informações
para a estação central. Isto evita a transferência de informação desnecessária, diminuindo o tráfego na rede,
236
10. SISTEMAS SUPERVISÓRIOS
além de permitir uma rápida detecção de informação urgente e a comunicação entre estações remotas (slave-
to-slave).
As desvantagens desta comunicação são que a estação central consegue detectar as falhas na ligação
apenas depois de um determinado período (ou seja, quando efetua polling ao sistema) e são necessários outros
métodos (ou mesmo ação por parte do operador) para obter os valores atualizados.
A comunicação com outras estações SCADA pode ocorrer através de um protocolo desenvolvido pelo
próprio fabricante do sistema SCADA, ou através de um protocolo conhecido via rede Ethernet TCP/IP,
A Internet é cada vez mais utilizada como meio de comunicação para os sistemas SCADA. Através do
uso de tecnologias relacionadas com a Internet, e padrões como Ethernet, TCP/IP, HTTP e HTML, é possível
acessar e compartilhar dados entre áreas de produção e áreas de supervisão e controle de várias estações
fabris. Através do uso de um browser de Internet, é possível controlar em tempo real, uma máquina localizada
O browser comunica com o servidor web através do protocolo http, e após o envio do pedido referente
Algumas das vantagens da utilização da Internet e do browser como interface de visualização SCADA
são o modo simples de interação, ao qual a maioria das pessoas já está habituada, e a facilidade de manutenção
do sistema, que precisa ocorrer somente no servidor. Já a comunicação com outros sistemas, como os de ordem
corporativa, ou simplesmente outros coletores ou fornecedores de dados, pode se dar através da implementação
de módulos específicos, via Bancos de Dados, ou outras tecnologias como o XML e o OPC.
Há alguns anos atrás a Microsoft introduziu as tecnologias OLE (Object Linking and Embedding),
COM (Component Object Model) e DCOM (Distributed Component Object Model), permitindo às aplicações
237
Instrumentação e Redes Industriais
Com o objetivo de definir um standard para utilização das tecnologias OLE e COM em aplicações de
controle de produção, os principais fabricantes de hardware e software constituíram uma organização, a OPC
Atualmente está disponível uma API (Application Programming Interface) standard que permite a
criação de aplicações que comuniquem com diferentes dispositivos. As vantagens do uso do OPC, entre outras,
são as seguintes: Existência de uma única API para todos os servidores de OPC, de modo a que o código de
uma aplicação cliente possa ser reutilizado em qualquer dispositivo; Oportunidade para desenvolver aplicações
clientes em ambientes de desenvolvimento que utilizem COM e ActiveX, tais como Visual Basic, Visual C++
e Excel; Identificar os servidores que podem disponibilizar aos clientes determinados itens OPC. Um item
OPC é um canal ou variável num dispositivo - normalmente um ponto de I/O - que um servidor monitoriza
O cliente e o servidor podem ser programados para interpretar os dados como um comando. Para a
troca de mensagens entre máquinas remotas, existe um mecanismo homólogo denominado NETDDE.
O DDE é totalmente bit blind, ou seja, nem o cliente nem o servidor sabem se estão a comunicar com
uma aplicação de 16 ou 32 bits. Na realidade o servidor desconhece se o cliente se encontra na mesma máquina
ou não.
O DDE através da rede - NETDDE (Network Dynamic Data Exchange) - usa uma hierarquia de nomes
semelhante ao DDE, contudo, neste caso os nomes do serviço e tópico foram alterados, respectivamente, para
servidor DDE e share, representando o primeiro o nome do computador que desempenha as funções de servidor
O NETDDE usa o protocolo NetBIOS, que corre sobre TCP/IP, permitindo ao NETDDE utilizar a
Internet.
comunicação entre objetos existentes em diferentes computadores dispersos por LANs, WANs e Internet.
238
10. SISTEMAS SUPERVISÓRIOS
Devido ao fato de que o DCOM é uma evolução do COM, é possível utilizar os investimentos existentes
Nos sistemas operativos atuais os processos correm isolados uns dos outros. Um cliente que precise
comunicar com um componente noutro processo não pode fazê-lo diretamente, tendo que usar uma forma de
local entre processos com um protocolo de rede, sem que o cliente ou o objeto se perceba de que a ligação
A tecnologia DCOM disponibiliza um mecanismo que permite de modo transparente para o utilizador
a expansão para além de um único nó, de modo a tirar vantagem das capacidades de desenvolvimento e
controlo distribuído.
compatibilizar os protocolos da camada de aplicação. O MMS - Manufacturing Message Specification foi uma
tentativa de padronização que, entretanto, fracassou por falta de adeptos. O padrão OPC foi inicialmente
Este protocolo é hoje o padrão de fato da indústria. Imagine como faríamos para interfacear um sistema
SCADA com um CLP há 3 anos atrás. Imagine que este supervisório fosse o Factory Link da US Data e que
o CLP fosse uma CPU da família 5 da Rockwell. O Factory Link era fornecido em várias versões, para diversos
sistemas operacionais. O CLP 5 pode se comunicar com diversas redes diferentes, por exemplo com uma rede
combinações é muito grande. Na prática, nós teríamos que utilizar ou desenvolver um driver que atendesse
perfeitamente à combinação: Sistema SCADA (existem dezenas) / sistema operacional (várias opções), cartão
de comunicação PC/CLP (várias fontes e possibilidade de rede). Isto implicava na existência de centenas de
drivers de comunicação, que só atendiam a versões específicas da combinação de fatores apresentada acima.
O protocolo OPC elimina esta situação. Um fabricante de CLP sempre fornecerá com o seu equipamento um
servidor OPC. O fabricante de SCADA também fornecerá o cliente OPC. O mesmo acontece com um
239
Instrumentação e Redes Industriais
fornecedor de inversores, de relés inteligentes ou de qualquer outro dispositivo industrial inteligente. Um
sistema SCADA também pode oferecer um servidor OPC para comunicação com outro sistema de aquisição
Como as aplicações precisam apenas saber como buscar dados de um servidor OPC, ignorando a
implementação do dispositivo e o servidor precisa fornecer dados em um formato único: servidor OPC, a
Quais os tipos de dados providos pelo servidor OPC ? O servidor OPC fornece dados de tempo real
proveniente de sensores (temperatura, pressão, etc.), comandos de controle (abrir, fechar, ligar, desligar, etc.),
status de comunicação, dados de performance e estatística do sistema, etc. O protocolo OPC é baseado no
modelo de componentização criado pela Microsoft e denominado COM (Componet Object Model), uma
maneira eficiente de se estabelecer interfaces para aplicações que substitui as chamadas de procedimento e as
DLL usadas inicialmente para encapsular uma aplicação. O nome OPC: OLE for Process Control foi cunhado
na época em que o COM era um modelo embrionário de comunicação entre apicativos como o nome de OLE
máquina tem levado um grande número de projetista a buscar melhores soluções em termos de interface
homem-máquina.
Especificamente no ambiente industrial, os programas supervisórios tem sido usados com sucesso em
gerenciamento do processo.
maneira na qual o usuário e o sistema interagem. Ela é composta daquelas partes do sistema que são
projetadas para serem aparentes e manipuláveis pelo usuário, e daqueles modelos e impressões que são
construídos na mente do usuário em resposta a interação com essas características. Então, a interface do
usuário incorpora elementos que são parte do sistema, elementos que são parte do usuário e os métodos de
240
10. SISTEMAS SUPERVISÓRIOS
Uma realidade fundamental no desenvolvimento de aplicativos é que para o usuário do sistema a
interface é o sistema, pois ele não está preocupado com o que ocorre “por trás” da interface, e sim com a
funcionalidade da mesma em atender a suas ações. O que os usuários desejam é que os projetistas desenvolvam
aplicações que vão de encontro com as suas necessidades e que sejam fáceis de usar.
Nenhum segmento da Ciência da Computação sofreu mais alterações nos últimos anos que os das IHM: o
desenvolvimento de novas técnicas, o aparecimento de novas tecnologias para implementar essas técnicas,
novas comunidades de usuários de formações às mais diversas e novas tarefas propostas a cada dia.
Dispositivos de interfaceamento mais eficientes e ergonômicos, dotados de recursos cada vez mais
mais poderosas.
das aplicações disponíveis no sistema (para a solução de problemas específicos) de forma “transparente”, isto
é, sem preocupação com a estrutura dos algoritmos que as executam e o modo como elas interagem com o
suas ações, de competência no comando das tarefas, de capacidade de aprendizado e de aquisição de novos
conhecimentos, de vontade de explorar todo o potencial de recursos que o sistema proporciona; e de bem estar
durante todo o processo interativo. Em resumo, a meta principal de qualquer sistema interativo é o
entre o usuário e o arsenal de facilidades disponíveis; na segurança que o sistema desperta no usuário ao
executar as tarefas por ele solicitadas, permitindo-lhe concentrar-se em seu trabalho, bem como prever o que
ocorre após de cada uma de suas ações; no desempenho da execução das tarefas pelo sistema e na integridade
das informações por ele fornecidas ao usuário; enfim, no tempo/custo computacional exigido para a execução
Porém, mesmo que se defina a funcionalidade adequada, que se assegure à confiabilidade e se otimize o
tempo/custo computacional das tarefas, o projeto final da interface poderá ser inadequado para o grupo de
usuário ao qual ela se destina. Um dos requisitos essenciais para o sucesso do projeto de uma IHM é a
241
Instrumentação e Redes Industriais
conjunto de recursos que serão oferecidos para a solução de problemas e/ou para a execução de tarefas inerente
àquela comunidade. Entretanto, o requisito mais importante em todo processo de criação do ambiente e do
É importante, então, realizar um “Projeto centrado no usuário”. Esse tipo de projeto se fundamenta no
fato de que se deve projetar a interação (e consequentemente a IHM) do ponto de vista do que é melhor para
o usuário, ao invés de fundamentar as decisões de projeto no que é mais rápido e fácil de implementar.
Também deve-se levar em consideração, como já foi mencionado, o perfil do usuário-alvo do sistema,
projetando a IHM baseada no usuário “médio” desse sistemas para que as interações não sejam consideradas
pelo usuário nem muito simples nem muito complexas, pois em ambos os casos o usuário se sentirá
desmotivado para o uso do sistema. E, como também já foi mencionado, deve-se dar uma atenção toda especial
a ergonomia da IHM, para que o usuário consiga localizar as informações de forma clara, não sendo necessário
perder tempo procurando as mesmas, o que leva a um cansaço desnecessário do usuário além de aumentar a
probabilidade de erros.
Deve-se observar que as diferenças individuais entre usuários e a variabilidade das tarefas por eles
propostas são dois fatores de grande impacto sobre a usabilidade do sistema (e, por consequência da IHM),
com grande repercussão sobre a decisão dos projetos no tocante ao tipo de estilo de interação a ser adotada
e no conjunto de ações que deverão ser implementadas. Facilidade de aprendizado, possibilidade de exploração
máxima dos recursos disponíveis após a etapa de aprendizagem, frequência e gravidade de erros possíveis,
subjetiva dos usuários são algumas das regras mais importantes da engenharia de usabilidade. Consistência é
outro ponto chave na interação homem-máquina que recebe atenção especial dentre os problemas de
Então podemos observar que a realização de um projeto de Interface Homem-Máquina é muito mais
que apenas belas telas e ícones, deve-se também ter a preocupação com o conforto, a segurança e a eficiência
- Conforto: O conforto para o usuário é mais do que apenas um ambiente físico confortável e
ergonômico. Em relação a IHM, o conforto tem relação com a apresentação visual das informações. As IHM
não podem ser confusas, dispersas, possuírem vários tipos de códigos para as operações similares. As IHM
devem ser coerentes, claras e concisas de modo ao usuário se sentir confortável no uso das mesmas.
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10. SISTEMAS SUPERVISÓRIOS
- Segurança: A segurança nas IHM é um fator muito importante. A IHM deve evitar que o usuário se
sinta inseguro na realização de uma ação. Ela deve prover meios para que o usuário saiba exatamente o que
está fazendo, além de prover uma realimentação para o usuário se sentir seguro sobre a completa realização
de uma tarefa.
- Eficiência: A eficiência em uma IHM diz respeito ao bom projeto funcional da mesma, permitindo a
realização de uma tarefa da forma mais rápida, melhor e com a menor taxa de erro.
A IHM deve ser consistente; Use padrões já definidos e aceitos pelo mercado; Permita que a IHM suporte
tanto usuários sem experiência quantos os experientes; Dê atenção a navegação entre janelas; Dê atenção à
navegação dentro de uma janela; Projete as mensagens do sistema apropriadamente; Use cores de forma
apropriada; Use a regra do contraste na utilização de cores (não use cores que não “combinem”); Use fontes
apropriadamente; Se um item não está disponível no momento, não o retire, apenas indique a
indisponibilidade; Use botões não destrutivos; Alinhe os campos; Justifique os dados apropriadamente; Não
crie telas sobrecarregadas; Agrupe os itens na tela por funcionalidade; Abra janelas no centro da ação.
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