Você está na página 1de 146

TURBOGERADORES

1
TURBOGERADORES

II
TURBOGERADORES

AUTOR: JAIME BATISTA DE SOUSA JUNIOR

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

Outubro/2009

III
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela graça recebida da vida.

À minha mãe Rosália Silva de Souza e ao meu pai Jaime Batista de Sousa, que a
cada dia me surpreendem pela imensa gratidão, cumplicidade, apoio forçar e amor
dedicados a mim e por terem me proporcionado tudo o que sou e tenho hoje.

Ao meu irmão Jonas Silva de Sousa, pela amizade, amor, carinho e palavras de
incentivo nos momentos difíceis.

As empresas que me deram oportunidade para o meu crescimento profissional


adquirindo conhecimento e experiência, meus sinceros agradecimentos.

A todos os professores e aos demais amigos e que colaboraram direta ou


indiretamente na elaboração desta apostila.

IV
“Pouco conhecimento, faz com que as criaturas se sintam orgulhosas.
Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as
espigas sem os grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu,
enquanto as cheias baixam o cabeça para Terra, sua mãe.”

(Leonardo da Vinci)

V
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. X

CAPÍTULO 1 SETOR ENERGÉTICO ......................................................................01

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................01

CAPÍTULO 2 TERMODINÂMICA ............................................................................03

2.1. PRICIPIOS FÍSICOS PARA FUNCIONAMENTO DA TURBINA A GÁS.........................03

2.2. TERMODINÂMICA ...........................................................................................05

2.2.1. GRANDEZAS .............................................................................................06

2.2.2. LEIS DE NEWTON ......................................................................................07

2.2.3. ENERGIA ..................................................................................................07

2.2.4. PROPRIEDADES DO FLUÍDO ........................................................................08

2.2.5. EQUAÇÃO UNIVERSAL DOS GASES .............................................................10

2.2.6. EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE .....................................................................11

2.2.7. LEIS DA TERMODINÂMICA ...........................................................................11

2.2.8. EFEITO DIFUSOR E EFEITO BOCAL..............................................................12

2.3. PROCESSOS DE COMPRESSÃO .......................................................................14

2.4. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE FUNCIONAMENTO DO COMPRESSOR AXIAL ...................16

2.5. DESEMPENHO (PERFORMANCE) DA TURBINA A GÁS ..........................................19

2.5.1. CONDIÇÕES DE DESEMPENHO ....................................................................19

2.5.2. INSTRUÇÕES DE APLICAÇÃO DO GRÁFICO POTÊNCIA DE SAÍDA EM FUNÇÃO DA


TEMPERATURA DE ADMISSÃO DE AR .......................................................................20

2.5.3. FATOR DE CORREÇÃO DE DESEMPENHO PARA ALTITUDE ...............................21

2.5.4. PERDA DE PRESSÃO NA ADMISSÃO DE AR E EXAUSTÃO DE GASES ..................21

VI
CAPÍTULO 3 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DA TURBINA A GÁS ..............23

3.1. MODELO DO CICLO BRAYTON ........................................................................23

3.1.1. OBJETIVO DO CICLO BRAYTON E SUAS APLICAÇÕES .....................................25

3.1.2. CICLO BRAYTON COM REGENERAÇÃO .........................................................30

3.1.3. CICLO BRAYTON COM RESFRIAMENTO, REAQUECIMENTO E REGENERAÇÃO ....32

3.1.4. EFICIÊNCIA DO CICLO.................................................................................34

3.2. COMPARAÇÃO ENTRE O CICLO BRAYTON E O CICLO OTTO ................................35

3.3. SEÇÕES DA TURBINA RB-211........................................................................37

3.3.1. DETALHAMENTO DAS SEÇÕES DA TURBINA ..................................................40

3.4. SISTEMAS AUXILIARES DA TURBINA .................................................................47

3.4.1. SISTEMA DA PROTEÇÃO .............................................................................48

3.4.2. SISTEMA DE AR .........................................................................................48

3.4.3. SISTEMA DE PARTIDA .................................................................................50

3.4.4. SISTEMA DE ÓLEO LUBRIFICANTE E DE COMANDO HIDRÁULICO .......................51

3.4.5. SISTEMA DE CONTROLE DO FLUXO DE AR DO COMPRESSOR AXIAL..................51

3.4.6. SISTEMA DE GÁS COMBUSTÍVEL ..................................................................52

CAPÍTULO 4 ELETRICIDADE.................................................................................54

4.1. INTRODUÇÃO A ELETRICIDADE ........................................................................54

4.2. COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA .............................................................................54

4.2.1. CARGA ELÉTRICA ......................................................................................55

4.3. MATERIAIS CONDUTORES ..............................................................................55

4.4. DIFERENÇA DE POTENCIAL.............................................................................56

4.5. CORRENTE ELÉTRICA ....................................................................................57

4.6. MAGNETISMO ...............................................................................................59

4.7. INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA .........................................................................64

VII
4.7.1. GRANDEZAS .............................................................................................66

4.8. FARADAY AOS MOTORES E GERADORES ELÉTRICOS .........................................68

4.8.1. O DESENVOLVIMENTO DO GERADOR ELÉTRICO ............................................70

4.9. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS GERADORES..............................................72

4.9.1. CORRENTES INDUZIDAS: LEI DE FARADAY E LEI DE LENZ ..............................73

4.9.2. LEI DE FARADAY .......................................................................................75

4.10. ASSOCIAÇÃO DE GERADORES ........................................................................76

4.10.1. ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE DE GERADORES .....................................................76

4.10.2. ASSOCIAÇÃO EM PARALELO DE GERADORES ...............................................76

4.11. MODO DE SINCRONIZAÇÃO ............................................................................77

4.12. SISTEMAS DE FUNCIONAMENTO ......................................................................78

CAPÍTULO 5 GERADOR ELÉTRICO ......................................................................82

5.1. PRINCIPÍO DE FUNCIONAMENTO DOS GERADORES SÍNCRONOS ........................82

5.2. GERADORES SÍNCRONOS TRIFÁSICOS ELEMENTARES .....................................86

5.3. PARTES DOS GERADORES SÍNCRONOS TRIFÁSICOS ........................................87

5.3.1. ASPECTOS CONSTRUTIVOS DO GERADOR SÍNCRONO TRIFÁSICO .................87

5.4. GERADORES SÍNCRONOS TRIFÁSICOS DE PÓLOS FIXOS ..................................88

5.4.1. ASPECTOS CONSTRUTIVOSDO PÓLOS FIXOS ...............................................88

5.5. GERADOR SÍNCRONO TRIFÁSICO DE PÓLOS ROTATIVOS ..................................89

5.5.1. ASPECTOS CONSTRUTIVOSDO PÓLOS ROTATIVOS .......................................89

5.5.2. PÓLOS SALIENTES ....................................................................................90

5.5.3. FUNCIONAMENTO DO GERADOR SEM CARGA (VAZIO)..................................92

5.5.4. FUNCIONAMENTO EM CARGA .....................................................................93

5.5.5. CARGAS PURAMENTE RESISTIVAS ..............................................................95

VIII
5.5.6. CARGAS PURAMENTE CAPACITIVAS ............................................................96

5.5.7. CARGAS PURAMENTE INDUTIVAS ................................................................96

5.5.8. CARGAS COM CARÁTER INDUTIVO ..............................................................97

5.5.9. REATÂNCIA DA ARMADURA ........................................................................99

5.6. GERADORES SÍNCRONO TRIFÁSICO: SISTEMA DE EXCITAÇÃO ESTÁTICO ...........99

5.7. GERADOR SÍNCRONO TRIFÁSICO: SISTEMA DE EXCITAÇÃO "BRUSHLESS" .......100

5.8 CONDIÇÃO PARA PARALELISMO DE GERADORES ...........................................102

5.9. GERADORES OPERANDO EM PARALELO .......................................................109

5.9.1. DIVIÇÃO DE CARGA ATIVA ........................................................................109

5.9.2. DIVIÇÃO DE CARGA REATIVA ....................................................................111

5.10. PROTEÇÃO DOS GERADORES .....................................................................113

CAPÍTULO 6 CONTROLE DE COMBUSTÍVEL DOS TG’S ..................................117

6.1. CONTROLE DE COMBUSTÍVEL DE TURBOGERADORES A GÁS ..........................117

6.1.1. GERAR A RAMPA DE PARTIDA ..................................................................117

6.1.2. CONTROLAR A INJEÇÃO DE COMBUSTÍVEL .................................................118

6.1.3. LIMITAR A ACELARAÇÃO DURANTE A OPERAÇÃO .......................................118

6.1.4. LIMITAR NA MÁXIMA ROTAÇÃO GG (NGG), MÁXIMA ROTAÇÃO PT (NPT) OU


MÁXIMA TEMPERATURA DOS GASES DE EXAUSTÃO (EGT) ...................................118

6.2. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE CONTROEL DE COMBUTÍVEL DURANTE A RAMPA


DE PARTIDA ..........................................................................................................119

6.3. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE CONTROEL DE COMBUTÍVEL DURANTE A


OPERAÇÃO DO TURBOGERADOR.............................................................................120

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................124

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................132

IX
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - TABELA DE ESTRUTURA DE OFERTA DE ENERGIA ...........................................01

FIGURA 2 - MODELO BÁSICO DE UMA TURBINA ...............................................................05

FIGURA 3 - GRÁFICOS DE VELOCIDADE E PRESSÃO ........................................................14

FIGURA 4 - GRÁFICOS DE PRESSÃO ..............................................................................15

FIGURA 5 - PRESSÃO E VELOCIDADE .............................................................................17

FIGURA 6 - ADMISSÃO, PRESSÃO, VELOCIDADE E DESCARGA ..........................................18

FIGURA 7 - POTÊNCIA NO EIXO DE SAÍDA X TEMPERATURA DE ADMISSÃO DE AR ................20

FIGURA 8 - FATOR DE CORREÇÃO PARA ALTITUDE ..........................................................21

FIGURA 9 - PERDA DE POTÊNCIA X POTÊNCIA DE SAÍDA ..................................................22

FIGURA 10 - CICLO REAL E CICLO IDEAL NO MODELO BRAYTON .......................................23

FIGURA 11 - PRESSÃO X VOLUME; TEMPERATURA X ENTROPIA ........................................24

FIGURA 12 - CICLO BRAYTON ABERTO. .........................................................................28

FIGURA 13 - CICLO BRAYTON FECHADO ........................................................................29

FIGURA 14 - PRESSÃO X VOLUME; TEMPERATURA X ENTROPIA, CICLO FECHADO ...............30

FIGURA 15 - CICLO BRAYTON COM REGENARAÇÃO ........................................................31

FIGURA 16 - CICLO BRAYTON COM RESFRIAMENTO, REAQUECIMENTO E REGENERAÇÃO....33

FIGURA 17 - MODELOS GRÁFICOS DO CICLO BRAYTON ...................................................36

FIGURA 18 - TURBINA RB-211.....................................................................................37

FIGURA 19 - SEÇÕES DA TURBINA RB-211 ...................................................................38

FIGURA 20 - CAIXA DE ACESSÓRIOS .............................................................................41

FIGURA 21 – COMPRESSOR AXIAL ................................................................................42

FIGURA 22 - CONJUNTO DIFUSOR .................................................................................43

FIGURA 23 - ALOJAMENTO DA SEÇÃO DE COMBUSTÃO ....................................................45

FIGURA 24 - TURBINA DE POTÊNCIA E EXAUSTÃO DE GASES............................................46

X
FIGURA 25 - EXAUSTÃO ...............................................................................................47

FIGURA 26 – ÁTOMO EQUILIBRADO ..............................................................................54

FIGURA 27 - DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE OS CORPOS A E B ...................................57

FIGURA 28 - CIRCULAÇÃO DA CORRENTE ELÉTRICA .......................................................58

FIGURA 29 - CORRENTE ELÉTRICA ...............................................................................59

FIGURA 30 - CAMPO MAGNÉTICO DO IMÃ PERMANENTE .................................................60

FIGURA 31 - LIMALHA DE FERRO SEGUNDO AS LINHAS DE FORÇA DO CAMPO MAGNÉTICO DE


UM IMÃ ................................................................................................................61

FIGURA 32 - REGRA DA MÃO DIREITA PARA DETERMINAR O SENTIDO DO CAMPO MAGNÉTICO


..........................................................................................................................61

FIGURA 33 - LIMALHA DE FERRO SEGUNDO AS LINHAS DE FORÇA DO CAMPO MAGNÉTICO


GERADO PELA CORRENTE QUE PERCORRE UM CONDUTOR ......................................62

FIGURA 34 - CAMPO MAGNÉTICO DE DOIS CONDUTORES PARALELOS PERCORRIDOS POR


CORRENTES DE SENTIDOS OPOSTOS......................................................................63

FIGURA 35 - SOLENÓIDE COM AS ESPIRAS BEM AFASTADAS, MOSTRANDO AS LINHAS DE


FORÇA DO CAMPO MAGNÉTICO ..............................................................................63

FIGURA 36 - LIMALHA DE FERRO SEGUNDO O CAMPO MAGNÉTICO GERADO POR UM


SOLENÓIDE..........................................................................................................64

FIGURA 37 - TENSÃO (FEM) INDUZIDA EM UM CONDUTOR QUE SE MOVIMENTA EM UM CAMPO


MAGNÉTICO .........................................................................................................65

FIGURA 38 - REGRA DA MÃO DIREITA PARA O SENTIDO DA FEM INDUZIDA ..........................65

FIGURA 39 - EXPERIMENTO DE STURGEON ...................................................................69

FIGURA 40 - GERADOR BÁSICO ....................................................................................70

FIGURA 41 - GERADOR DE VOLTAGEM ..........................................................................72

FIGURA 42 - GERADOR DE CORRENTE ..........................................................................73

FIGURA 43 - CORRENTE INDUZIDA ................................................................................74

FIGURA 44 - ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE DE GERADORES .....................................................76

FIGURA 45 - ASSOCIAÇÃO EM PARALELO DE GERADORES ...............................................77

XI
FIGURA 46 - EXEMPLO DE SINCRONOSCÓPIO .................................................................78

FIGURA 47 - MÉTODO DROOP ......................................................................................79

FIGURA 48 - MÉTODO ISÓCRONO. ................................................................................79

FIGURA 49 – DROOP X DROOP ....................................................................................80

FIGURA 50 – DROOP X ISÓCRONO ................................................................................80

FIGURA 51 - GERADOR SÍNCRONO ELEMENTAR .............................................................82

FIGURA 52 - PÓLOS DO GERADOR SÍNCRONO ELEMENTAR ..............................................82

FIGURA 53 - VARIAÇÃO DA F.E.M X TEMPO ....................................................................83

FIGURA 54 - GERADOR SÍNCRONO ELEMENTAR QUATRO PÓLOS ......................................85

FIGURA 55 - SISTEMA TRIFÁSICO DE BOBINAS ................................................................86

FIGURA 56 – TENSÕES GERADAS NO SISTEMA TRIFÁCOS ................................................87

FIGURA 57 – VISTA EXPLODIDA DO GERADOR SÍNCRONO ................................................89

FIGURA 58 - GERADOR DE PÓLOS FIXOS .......................................................................89

FIGURA 59 - GERADOR DE PÓLOS ROTATIVOS ...............................................................90

FIGURA 60 – PÓLOS SALIENTES SÓLIDOS ......................................................................91

FIGURA 61 – RODA POLAR PREPARADA PARA INSERÇÃO NO ESTATOR .............................91

FIGURA 62 - LIGAÇÕES EM ESTRELA E TRIÂNGULO .........................................................92

FIGURA 63 - CARACTERÍSTICAS EM VAZIO DO GERADOR .................................................93

FIGURA 64 - CARGA PURAMENTE RESISTIVA ..................................................................95

FIGURA 65 - CARGA PURAMENTE CAPACITIVA ................................................................96

FIGURA 66 - CARGA PURAMENTE INDUTIVA ...................................................................97

FIGURA 67 - FATORES DE TENSÃO, CORRENTE E POTÊNCIA PARA CARGAS DE CARÁTER


INDUTIVO.............................................................................................................98

FIGURA 68 - VARIAÇÃO DE CORRENTE DE CAMPO COM CARGA PARA MANTER TENSÃO


CONSTANTE .........................................................................................................98

FIGURA 69 - SISTEMA EXCITAÇÃO ESTÁTICO................................................................100

XII
FIGURA 70 - SISTEMA EXCITAÇÃO “BRUSHLESS”..........................................................101

FIGURA 71 – MESMA SEGÜÊNCIA DE FASE ..................................................................104

FIGURA 72 – MESMA FREQÜÊNCIA .............................................................................104

FIGURA 73 – MESMA VELOCIDADE EM FASE.................................................................105

FIGURA 74 – MESMA TENSÃO ....................................................................................106

FIGURA 75 – FORA DE FASE.......................................................................................106

FIGURA 76 – GRÁFICOS DE FASES ..............................................................................107

FIGURA 77 – MESMA FORMA DE ONDA ........................................................................107

FIGURA 78 – INSTRUMENTOS DE SINCRONIZAÇÃO ........................................................108

FIGURA 79 – CONDIÇÃO DE SINCRONIZAÇÃO DO TG-A.................................................109

FIGURA 80 – CONDIÇÃO DE ESTABILIDADE DE OPERAÇÃO .............................................110

FIGURA 81 – CONDIÇÃO DE DROOP X DROOP ..............................................................110

FIGURA 82 – CONDIÇÃO DE ISÓCRONO X DROOP .........................................................111

FIGURA 83 – DROOP PARA CARGA REATIVA .................................................................112

FIGURA 84 – LIGAÇÃO PARA COMPENSAÇÃO DE REATIVOS EM DROOP ...........................112

FIGURA 85 – NO DROOP PARA CARGA REATIVA............................................................112

FIGURA 86 – LIGAÇÃO PARA COMPENSAÇÃO DE REATIVOS EM NO DROOP ......................113

FIGURA 87 – DIAGRAMA DE PROTEÇÃO DO GERADOR ...................................................116

FIGURA 88 – RAMPA DE PARTIDA TÍPICA......................................................................117

FIGURA 89 – BALANÇO SIMPLIFICADO DE ENERGIA .......................................................118

FIGURA 90 – DIAGRAMA SIMPLIFICADO DO CONTROLE DE COMBUSTIVEL EM


TURBOGERADOR... .............................................................................................121

XIII
CAPÍTULO 1 SETOR ENERGÉTICO

INTRODUÇÃO

A expansão do setor energético brasileiro tem buscado acompanhar o


processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil. Segundo Santana, “nas
últimas décadas, o desenvolvimento foi induzido basicamente pela ação do Estado,
consolidando dois grandes sistemas energéticos, petróleo e elétrico, que
influenciaram de forma determinante o desenvolvimento da indústria de base e da
infra-estrutura de engenharia do país”1.

No período 1970-2005, a estrutura da oferta interna de energia apresentou o


seguinte comportamento:

FONTES 1970 1979 1985 1990 1996 2005


Derivados de Petróleo 33,5 42,5 29,1 30,2 35,2 36,4
Hidráulica e Eletricidade 15,5 24,7 31,6 36,1 38,3 37,1
Lenha e Derivados 42,6 21,8 19,6 15,0 9,6 11
Carvão Mineral e Derivados 3,2 3,9 6,0 5,0 5,2 6,2
Derivado de Cana de Açúcar 4,7 5,8 10,5 9,9 10,1 7,1
Outros 0,5 1,3 3,2 3,8 1,6 1,6
TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Figura 1 – Tabela de estrutura de oferta de energia.

Observa-se uma intensificação na representatividade do uso de derivados de


petróleo, bem como uma diversificação dos vetores energéticos presentes na matriz
energética como o álcool e o gás natural.

Isso se deve, basicamente, à enorme quantidade de recursos que se fazem


necessários para a construção de hidrelétricas, atualmente pouco disponíveis pelos

1
SANTANA, Edvaldo A. Teoria do Agente Principal, regulação e performance da indústria de
energia elétrica. Florianópolis: Textos para Discussão, n.º 03, UFSC, outubro 2002.

1
governos federal e estaduais. Esse processo de redução dos investimentos, como
seria de se esperar – e como foi possível de verificar no ano de 2001 – reduziu a
capacidade de produção de energia elétrica brasileira em comparação com o
aumento da demanda. A predominância da geração hidráulica se faz sentir na tabela
acima.

O setor elétrico nacional tem uma configuração diferente da de vários outros


países do mundo. Devido à sua geografia particular, a produção brasileira é
essencialmente hidráulica, e representa 95% da energia elétrica produzida no país.
As usinas estão difundidas em todo o país, localizadas em bacias hidrográficas que
podem abrigar usinas hidrelétricas de diferentes empresas.

Todavia, em função do fluxo de água do nível pluviométrico, as diferentes


hidrelétricas podem compensar-se mutuamente, ou, mesmo, ter o processo de
produção complementado com usinas termoelétricas (óleo, carvão) e nucleares.

No Brasil, o parque gerador é concentrado em usinas hidrelétricas de grande


porte, localizadas longe dos centros de carga e com significativa interdependência
operativa, as redes de transmissão são utilizadas, principalmente, para interligação
das usinas dos centros de carga e para otimização dos recursos energéticos ou
intercâmbio de grandes blocos de energia (transferência de água entre
reservatórios).

Isto demonstra uma forte complementaridade operacional e de investimentos


na expansão do sistema de geração e transmissão.

A apostila mostra também os seus principais componentes da turbina e do


gerador e seu principio de funcionamento, operação e sistema de controle.

As turbinas não são somente usadas na aviação e são também utilizadas nas
indústrias com finalidade de acionar outros equipamentos como, por exemplo, os
geradores.

2
CAPÍTULO 2 TERMODINÂMICA

2.1 PRINCÍPIOS FÍSICOS PARA O FUNCIONAMENTO DA TURBINA A GÁS

O exemplo mais antigo da propulsão por gás pode ser encontrado em um


egípcio chamado Hero em 150 a.C. Hero inventou um brinquedo que rodava na
parte superior de uma panela fervendo devido ao efeito do ar ou vapor quente saindo
de um recipiente com saídas organizadas de maneira radial em um só sentido.

Em 1232, os chineses utilizaram foguetes para assustar aos soldados


inimigos.

Em cerca de 1500 d.C., Leonardo Da Vinci desenhou um esquema de um


dispositivo que rodava devido ao efeito dos gases quentes que subiam por uma
chaminé. O dispositivo deveria rodar a carne que estava assando.

Em 1629 outro italiano desenvolveu um dispositivo que usava o vapor para


rodar uma turbina que movia maquinaria. Esta foi a primeira aplicação prática da
turbina de vapor. Em 1678 um jesuíta chamado Ferdinand Verbiest construiu um
modelo de um veículo automotor que usavam vapor de água para movimentar-se.

A primeira patente para uma turbina foi outorgada em 1791 a um inglês


chamado John Barber. Incorporava muito dos elementos de uma turbina de gás
moderna, mas usavam um compressor alternativo. Há muitos outros exemplos de
turbina por vários inventores, mas não são consideradas verdadeiras turbinas de gás
porque utilizavam vapor em certo ponto do processo.

Em 1872, um homem chamado Stolze desenhou a primeira turbina de gás.


Incorporava uma turbina de várias etapas e compressão em várias etapas com fluxo
axial provou seus modelos funcionais nos anos 1900.

Em 1914 Charles Curtis aplicou para a primeira patente nos Estados Unidos
para uma turbina de gás. Esta foi outorgada, mas gerou muita controvérsia.

A Companhia General Electric começou sua divisão de turbinas de gás em


1903. Um engenheiro chamado Stanford Moss dirigiu a maioria dos projetos. Seu

3
desenvolvimento mais notável foi o turbo super carregador. Este utilizava os gases
de escapamento de um motor alternativo para mover uma roda de turbina que, por
sua vez, movia um compressor centrífugo. Este elemento tornou possível construir
as primeiras turbinas de gás confiáveis.

A turbina a gás e essencialmente uma maquina térmica que utiliza o ar como


fluido motriz para prover energia. Para conseguir isto o ar que passa através de
turbina deve ser acelerado. Isto significa que a velocidade ou energia cinética do ar e
aumentada. Para obter esse aumento primeiramente aumenta-se a pressão e em
seguida adiciona-se calor. Finalmente a energia gerada (aumento de entalpia) e
transformada em potencia no eixo da turbina de expansão.

Uma turbina de gás simples é composta de três seções principais: um


compressor, uma câmara de combustão e uma turbina de potência. As turbinas de
gás operam em base no princípio do ciclo Brayton, onde ar comprimido é misturado
com combustível e queimado sob condições de pressão constante. O gás quente
produzido pela combustão permite expandir-se através da turbina e fazê-la girar para
levar a cabo trabalho. Em uma turbina de gás com uma eficiência de 33%,
aproximadamente 2/3 do trabalho produzido se usa comprimindo o ar. Os outros 1/3
está disponível para gerar eletricidade, impulsionar um dispositivo mecânico, etc.

Uma variação do sistema de turbina simples (Brayton) é o de acrescentar um


regenerador. O regenerador é um trocar de calor que aproveita a energia dos gases
quentes de escape ao pré-esquentar o ar que entra na câmara de combustão. Este
ciclo normalmente é utilizado em turbinas que trabalham com baixas pressões.

As turbinas de gás com altas pressões de trabalho podem utilizar um


resfriador para esfriar o ar ente as etapas de compressão, permitindo queimar mais
combustível e gerar mais potência. O fator limitante para a quantidade de
combustível utilizado é a temperatura dos gases quentes criados pela combustão,
devido ao fato de que existem restrições às temperaturas que podem suportar a
turbina e outras partes da mesma. Com os avanços na engenharia dos materiais,
estes limites sempre vão aumentando.

4
Em 1930 FRANK WHITTLE apresentou a primeira patente de uma turbina a
gás para produzir um jato de propulsão. A turbina WHITTLE formou as bases das
modernas turbinas a gás.

Figura 2 - Modelo básico de uma turbina

Recentemente, turbinas a gás foram introduzidas em aplicações industriais


para diversos fins como o sistema de compressão de gás, geração de energia
elétrica, bombeio de óleo e outros.

2.2. TERMODINÂMICA

Do Grego THEME - CALOR ramo da Física e da Engenharia

DYNAMIS - FORÇA

Embora vários aspectos pelos quais a Termodinâmica é conhecida vem


desde a Antigüidade, seu estudo formal começou no século XIX, motivado pela
utilização do CALOR como força motriz.
Atualmente: espectro bastante abrangente, como ciência da ENERGIA e das
relações entre as PROPRIEDADES da matéria.

5
Na Física - interesse em compreender os fundamentos dos comportamentos
Físico e Químico da matéria e usar os princípios termodinâmicos para estabelecer
relações entre as propriedades da matéria.

2.2.1. Grandezas

Velocidade - É uma grandeza que corresponde à relação entre o espaço


percorrido e o tempo gasto para percorrê-lo. É dividida em velocidade escalar e
vetorial. A escalar expressa o valor, enquanto a vetorial expressa o valor e o sentido.

∆e
V=
∆t

Aceleração - É a grandeza vetorial que corresponde a variação da velocidade


no tempo.

∆V
a=
∆t

Temperatura - É a sensação de quente ou frio. Representa o grau de


agitação das moléculas.

Massa - É a quantidade de matéria.

Impulso - É o produto da massa pela velocidade. É a propriedade de um corpo


em movimento que determina o período de tempo requerido para trazê-lo a condição
de repouso sob ação de uma força constante.

I = F .∆t

Força - É um agente capaz de produzir ou cessar um movimento.

F = m.a

6
Pressão - É a relação entre uma força e a área na qual ela está atuando.
Também pode ser definida como sendo o número de choques das moléculas nas
paredes de um recipiente por unidade de tempo.

F
p=
A

2.2.2. Leis de Newton

1ª Lei - Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, um corpo em


movimento tende a permanecer em movimento.

A resultante de forças em um corpo é igual a 0 (zero) quando o corpo estiver


em repouso ou em movimento retilíneo uniforme.

2ª Lei - A força agindo sobre um corpo produz uma aceleração cuja direção é
a mesma da força aplicada e sua amplitude é proporcional a força e inversamente
proporcional a massa do corpo.

3º Lei - A toda ação corresponde uma reação, igual, mas oposta.

2.2.3. Energia

É a capacidade de realizar trabalho. Divide-se em energia cinética e energia


potencial.

Energia Cinética (EC) - É a energia que um corpo possui quando em


movimento.

mv 2
Ec =
2

Energia Potencial de Altura (EP) - É a energia que um corpo possui em função


da altura em que ele se encontra.

Ep = mgh

7
Energia Potencial de Pressão (Ep) - É a energia que um fluido possui quando
submetido a uma pressão.

f
p=
A

Energia Interna (U) - são todas as outras formas de energia excluindo as cinética e
potencial.

Trabalho (W) - É a energia associada ao deslocamento de uma partícula.


Todo deslocamento de um corpo necessita de trabalho para se realizar.

W = F.d.

Calor (Q) - Energia térmica em trânsito no sentido da maior para menor


temperatura.

Entalpia (h) - É o nível energético em que um fluido se encontra. Podemos


dizer que é o produto de energia de pressão e volume mais a energia interna.

h = P.V + U

Entropia (S) - é uma grandeza termodinâmica que mede a parte da energia


que não pode ser transformada em trabalho. A entropia expressa as perdas dos
processos e manifesta-se com o acréscimo de temperatura e somente pode ser
reduzida ao ser transferida a outro fluido. Em todos os processos a entropia
aumenta, e apenas com a troca de calor é que se pode reduzi-la. A entropia constitui
uma variável matemática que expressa o grau de afastamento da idealidade do
processo.Podemos dizer que é a relação de calor e temperatura.

Q
S=
T

2.2.4. Propriedades do Fluído

Massa Específica ( ρ ) - É a relação entre a massa e volume do fluido.

8
m
ρ=
v

Viscosidade (τ) - É a propriedade que representa a maior ou menor facilidade


do fluido em escoar.

Peso Molecular (PM) - É a massa de um mol de uma substância (1 mol


equivale a 6,023 x 1023 moléculas). Um mol de qualquer gás ocupa 22,4 litros nas
condições normais de temperatura e pressão (CNTP = 0 º C e 1 atm.).

Fator de Compressibilidade (Z) - É o fator empregado para corrigir o volume


do gás real com relação ao volume do gás ideal, nas mesmas condições de pressão
e temperatura.

vr
Z=
vi

Calor Específico (c) - É o coeficiente que indica o grau de dificuldade de troca


térmica. É o calor necessário para que um grama de um fluido varie de 14,5 º C para
15,5 º C. Para a água, o calor específico é 1 cal/g º C.

Para o gás, têm-se dois calores específicos:

- Calor específico a volume constante ( Cv ) - É o calor necessário para que


uma grama de um gás varie 1 º C, mantendo seu volume constante.

- Calor específico a pressão constante ( Cp ) - É o calor necessário para que


uma grama de um gás varie 1 º C, mantendo sua pressão constante.

Ao se aquecer um gás a volume constante a temperatura sobe mais rápido do


que a pressão constante, pois neste caso, além da temperatura subir, uma parte do
calor cedido é transformado em trabalho no deslocamento das moléculas para se
manter a pressão. Com isso a variação de temperatura é menor. Sendo assim o
calor necessário para aquecer um gás a pressão constante é maior do que a volume
constante.

9
Cp > Cv

Coeficiente Isoentrópico (K) - É a relação entre o Cp e o Cv. Expressa a


maior ou menor facilidade que um gás tem em ser comprimido. Quanto maior o K
mais trabalho é demandado para a compressão.

Cp
K=
Cv

As propriedades do fluido se alteram ao serem alteradas as condições de


pressão e temperatura, sendo que o peso molecular é o único que não se altera.

2.2.5. Equação Universal dos Gases

- A pressão do gás em um recipiente é diretamente proporcional a


temperatura, ou seja, quanto maior a temperatura maior a pressão e vice-versa.

Ex.: Ao se deixar um botijão de gás exposto ao sol, sua temperatura irá


aumentar, proporcionando o aumento da pressão.

- A pressão do gás é inversamente proporcional ao volume, ou seja, quanto


maior o volume menor a pressão e vice-versa.

Ex.: A bomba manual utilizada para encher pneu de bicicleta. Ao ser reduzido
o volume para deslocar o ar, a pressão sobe.

- A pressão do gás é diretamente proporcional ao número de moléculas (n >


em um dado recipiente).

Analisando-se em conjunto as três condições temos:

Pressão (P) é diretamente proporcional ao produto de n e da temperatura (T)


e inversamente proporcional ao volume especifico (V).

10
Para obtermos uma equação temos que utilizar uma constante para correção
das unidades, é a constante universal dos gases (R), que possui vários valores, a
depender das unidades utilizadas.

PV = nRT

As unidades de pressão e temperatura utilizadas devem estar em valores


absolutos.

2.2.6. Equação da Continuidade

A vazão de um fluido em escoamento é o produto da seção transversal (S)


com a velocidade do fluido (v).

Q = ρ .S .V

Com base nesta equação podemos concluir que para uma vazão constante,
se ocorrer uma redução da seção transversal a velocidade é aumentada e vice-
versa.

2.2.7. Leis da Termodinâmica

Lei Zero da Termodinâmica - Retrata a existência da temperatura e


estabelece o zero absoluto, onde as moléculas se encontram inertes. São as escalas
Kelvin (K) e Rankine (R).

1ª Lei da Termodinâmica - Retrata a conservação da energia, onde fica


esclarecido que a energia total do fluido não se altera sem interação com o meio. E o
meio somente interage com o sistema (fluido) através do calor ou trabalho. Podemos
dizer, que ao se aquecer um fluido e o mesmo realizar trabalho (está recebendo
calor e cedendo trabalho) a diferença entre o calor recebido e o trabalho cedido é a
variação da energia total do fluido. É o que fica efetivamente com o fluido.

11
Q – W = E2 – E1

Sendo,

Q – W = EC2 – EC1 + EP2 – EP1 + U2 – U1

Como exemplo temos que, ao se aquecer isobaricamente o gás num cilindro,


a temperatura irá aumentar e o gás irá se expandir realizando trabalho ao deslocar o
êmbolo. A diferença entre o calor recebido e o trabalho realizado pelo gás é a
variação da energia total do gás.

2ª Lei da Termodinâmica - Retrata a existência da máquina térmica, onde fica


estabelecido que se pode extrair trabalho de uma máquina que possua uma fonte
quente (alta temperatura) e uma fonte fria (baixa temperatura). Quanto maior a
diferença de temperatura entre as duas fontes, maior será o trabalho extraído.

2.2.8. Efeito Difusor e Efeito Bocal

Para fluxo subsônico, ao se analisar o escoamento de um fluido numa


tubulação, verifica-se que onde a seção transversal é aumentada, a velocidade é
reduzida e vice-versa.

Nestas situações, ao se analisar as energias do fluido, verifica-se que, se a


energia de velocidade é aumentada, outro tipo de energia tem que ser reduzida, pois
a soma das parcelas de energia de velocidade, pressão, altura e temperatura não se
altera, com base na primeira lei da termodinâmica. Isso significa que o fato da
redução ou ampliação da seção transversal da tubulação, na qual o fluido escoa, não
provoca nenhuma variação de calor ou trabalho, mantendo-se constante a energia
total.

Como exemplo analisaremos o escoamento de um líquido numa tubulação em


um mesmo plano horizontal, onde se tem uma redução da seção transversal. Neste
caso:

12
Q = ρ.S.V

Para líquidos ρ varia pouco e como S foi reduzido, a velocidade é aumentada,


pois a vazão é constante. Analisando a equação de conservação de energia:

∆E = EC + EP + Ep + U

onde ∆E permanece inalterada e considerando que:

• U é constante, pois não há alteração da temperatura,

• EP é constante, pois não há alteração da altura,

• EC aumenta, pois a velocidade aumentou,

Concluímos que:

Ep diminui, ou seja, a pressão cai,

Equação de Bernoulli

(P2 − P1) + 12 m(V22 − V12 ) + mg (z 2 − z1 ) = 0


ou
1 2 1 2
P + mV2 + mgz 2 = P + mV1 + mgz1 = const.
2 2 1 2

13
VV11 V2 V1 V2

Bocal Difusor

VELOCIDADE
AUMENTA VELOCIDADE
DIMINUI

PRESSÃO
PRESSÃO AUMENTA
DIMINUI
0 0

0 0

EFEITO CONVERGENTE DO BOCAL EFEITO DIVERGENTE DO DIFUSOR

Velocidade
Pressão

Figura 3 - Gráficos de velocidade e pressão

2.3. PROCESSOS DE COMPRESSÃO

Existem várias formas de se aumentar a pressão de um fluido através de uma


compressão:

• Isotérmica,

• Com resfriamento.

• Adiabática ou isoentrópica.

• Politrópica.

Analisaremos esses processos com auxílio dos gráficos P x V e T x S.

14
P2
P T 5
2 3 4 5 P2 4

P1
P1 2
1
1

V S

Figura 4 - Gráficos de pressão

No gráfico P x V é verificado o aumento da pressão com a queda do volume


específico, e no gráfico T x S é verificado a compressão com o aumento da
temperatura.

O processo 1 - 2 representa a compressão isotérmica, onde no gráfico T x S


verifica-se que a temperatura é constante. Este processo só é possível em
laboratório, efetuando-se uma compressão lenta. É o processo que demanda de
menor trabalho para ser realizado, pois somente a energia de pressão é aumentada.

O processo 1 - 3 é uma compressão rápida com resfriamento. É empregada


nos compressores alternativos, onde por meio de resfriamento dos cilindros se
consegue reduzir o trabalho necessário para compressão.

O processo 1 - 4 é uma compressão adiabática ou isentrópica. É a empregada


para compressores dinâmicos (centrífugos e axiais). Na prática esses compressores
efetuam o processo 1 - 5 que é politrópico, pois a entropia inevitavelmente é
aumentada.

O processo 1 - 3 é uma compressão rápida com resfriamento. É empregada


nos compressores alternativos, onde por meio de resfriamento dos cilindros se
consegue reduzir o trabalho necessário para compressão.

15
O processo 1 - 4 é uma compressão adiabática ou isentrópica. É a empregada
para compressores dinâmicos (centrífugos e axiais). Na prática esses compressores
efetuam o processo 1 - 5 que é politrópico, pois a entropia inevitavelmente é
aumentada.

2.4. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE FUNCIONAMENTO DO COMPRESSOR AXIAL

O compressor de ar é o componente da turbina responsável pelo aumento da


pressão do ar no ciclo Brayton e é acionado pela turbina do gerador de gás.

O compressor axial é empregado nestes casos por ser especificado para


maiores vazões do que os centrífugos com relação ao porte.

Seu princípio de funcionamento é o da aceleração do ar com posterior


transformação em pressão. É composto por uma seção estacionária, onde se
encontram instalados os anéis com palhetas estatoras e a seção rotativa composta
por um conjunto de rotores com palhetas.

Cada estágio de compressão é composto por um rotor com palhetas e um


anel com palhetas estatoras. O rotor com palhetas é responsável pela aceleração do
ar, como um ventilador. É nesta etapa que o ar recebe trabalho para aumentar a
energia de pressão, velocidade e temperatura.

O anel de palhetas estatoras tem a finalidade de direcionar o ar para incidir


com um ângulo favorável sobre as palhetas do próximo estágio rotor e promover a
desaceleração do fluxo de ar para ocorrer a transformação da energia de velocidade
em pressão. Essas máquinas são projetadas para que a velocidade na entrada de
cada rotor seja a mesma para a condição de máxima eficiência.

16
Figura 5 - Pressão e velocidade

Este processo é repetido nos estágios subseqüentes do compressor sendo


que cada estágio promove um pequeno aumento de pressão.

O fluxo de ar no compressor se dá paralelo ao eixo (axial) numa trajetória


helicoidal, e a seção de passagem é reduzida da admissão para descarga, com o
propósito de se manter a velocidade do ar constante dentro da faixa de operação,
uma vez que a pressão sobe a cada estágio e respectivamente a massa específica
(equação da continuidade).

O ganho de pressão e as variações de velocidade a cada estágio podem ser


visto na imagem abaixo.

17
Figura 6 - Admissão, pressão, velocidade e descarga

O compressor é projetado para operar com alta eficiência em altas rotações.


Para manter o fluxo de ar estabilizado à baixa rotação, tem-se instalado nos quatro
primeiros estágios, conjuntos de palhetas guias variáveis de entrada (Variable Inlet
Guide Vanes - VIGVs), que automaticamente alteram o ângulo de ataque das
palhetas para os quatro primeiros rotores.

A eficiência é gradualmente aumentada de acordo com o aumento da rotação.


A válvula de sangria (Bleed Valve), instalada sobre o alojamento da seção de
combustão, tem a finalidade de prevenir o surge em baixas rotações.

O conjunto de VIGVs e válvula de sangria fazem parte do sistema de controle


do fluxo de ar do compressor axial da turbina.

18
2.5. DESEMPENHO (PERFORMANCE) DA TURBINA A GÁS

Três parâmetros afetam o desempenho de uma turbina a gás:

• Temperatura de admissão de ar.

• Pressão atmosférica (altitude).

• Perdas de pressão na admissão e descarga.

As curvas apresentadas nesta seção são típicas de uma turbina SOLAR


TAURUS e podem ser usadas para determinar a potência máxima contínua de saída
(HP) disponível e consumo específico de combustível em milhares de Btus por HP-
hora (Kbtu / HP-h) a uma determinada temperatura ambiente de admissão de ar e
velocidade da turbina de potência.

2.5.1. Condições de desempenho

Todas a s curvas de desempenho são baseadas nas condições padrão ISO:

• Perda de pressão na admissão e descarga igual a zero.

• Sem caixa multiplicadora na saída.

• Sem caixa de acessórios acoplada ao eixo GG.

• 100% da velocidade da turbina geradora de gás = 15.000 rpm.

• 100% da velocidade da turbina de potência = 14.300 rpm.

• Temperatura de admissão de ar = 15 °C (59 °F).

• Altitude = nível do mar.

• Pressão atmosférica = 14,7 psia (29,92” Hg).

• Umidade relativa do ar = 60%.

19
2.5.2. Instruções de aplicação do gráfico potência de saída em função da
temperatura de admissão de ar

1- Entrar no gráfico com a temperatura de admissão de ar desejada no eixo X


(exemplo 60º F); seguindo a linha da temperatura de 60º F até a intercessão com a
curva de carga plena de saída (FULL LOAD OUTPUT).

2- Prossiga horizontalmente na direção do eixo Y para obter a potência


máxima no eixo de saída (6500 hp) a dada temperatura.

Figura 7 - Potência no eixo de saída x temperatura de admissão de ar

20
2.5.3. Fator de correção de desempenho para altitude

Um fator de correção para altitude (δ) deve ser aplicado ao dado de


desempenho se a turbina está instalada a uma altitude acima de 500 pés do nível do
mar.

A altitude não afeta o consumo específico de combustível, mas reduz a


potência de saída com a utilização do fator de correção.

Para esta correção será necessário:

1- Entrar no gráfico na altitude apropriada em pés (eixo X).

2- Mova verticalmente até a intercessão com a linha de pressão.

Figura 8 - Fator de correção para altitude

3- Mova para a esquerda até encontrar o eixo Y para ler o fator de


correção.

2.5.4. Perda de pressão na admissão de ar e exaustão de gases

Perda de pressão (contra pressão) na admissão de ar e no duto de exaustão


de gases tem um efeito grande no desempenho da turbina e se não for mantida nas

21
condições mínimas, pode resultar em uma redução considerável da potência de
saída.

1- Entre no gráfico com a potência de saída obtida no gráfico da página


anterior. Prossiga verticalmente até a intercessão com a curva de perda de pressão
no duto de exaustão.

Figura 9 - Perda de potência x potência de saída

2- Prossiga horizontalmente para a esquerda a partir da intercessão até o


eixo Y (PERDA DE POTÊNCIA / PERDA DE PRESSÃO NO DUTO POR
POLEGADA DE H2O).

3- Repetir o procedimento para encontrar a perda de potência resultante


da perda de pressão na admissão de ar.

4- Calcular a perda de potência total somando as perdas da admissão e


exaustão. Em seguida subtrair o valor da potência obtida (6500 hp) do somatório da
perda de potência por perdas na admissão e exaustão.

22
CAPÍTULO 3 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DA TURBINA A GÁS

3.1 . MODELO DO CICLO BRAYTON

A maior parte dos dispositivos que produzem potência operam em ciclos, e o


estudo dos ciclos de potência é uma parte interessante e importante da
termodinâmica, e precisamente neste escrito trataremos a base para os motores de
turbina de gás o Ciclo Brayton.

Os ciclos que se efetivam em dispositivos reais são difíceis de examinar


porque há muitas variações e detalhes que se têm que tomar em conta ao mesmo
tempo e se complica muito o entorno. Para facilitar o estudo dos ciclos se optou por
criar o chamado ciclo ideal, no qual se eliminam todas essas complicações que não
permitem uma análise eficaz, portanto se chega a afastar da realidade, mas em uma
maneira moderada. No esquema seguinte se pode chegar a apreciar uma
aproximação entre um ciclo ideal e um real. Pode-se notar que diferem, mas se
encontram aproximadamente no mesmo espaço.

Figura 10 - Ciclo real e ciclo ideal no modelo Brayton

Os ciclos ideais são internamente reversíveis, mas, diferentemente do ciclo de


Carnot, não é necessário que sejam externamente reversíveis. Quer dizer, podem
incluir irreversibilidades externas ao sistema como a transferência de calor devido a
uma diferença de temperatura finita.

Então, a eficiência térmica de um ciclo ideal, pelo general, é menor que a de


um ciclo totalmente reversível que opere entre os mesmos limites de temperatura.

23
Entretanto, é mais alta que a eficiência térmica de um ciclo real devido às
idealizações empregadas.

As idealizações e simplificações empregadas nas análises dos ciclos de


potência, em geral podem se resumir do modo seguinte:

1.- O ciclo não implica nenhuma fricção. Portanto o fluido de trabalho não
experimenta nenhuma redução de pressão quando flui em tubos ou dispositivos
como os trocadores de calor.

2.- Todos os processos de compressão e expansão se dão no modo de quase


equilíbrio.

3.- As turbinas que conectam aos diferentes componentes de um sistema


estão muito bem isoladas e a transferência de calor por elas é desprezível.

Os diagramas de propriedades P-v e T-s servem como auxiliares valiosos na


análise de processos termodinâmicos. Tanto nos diagramas P-v como nos T-s, a
área encerrada nas curvas do processo de um ciclo representa o trabalho nítido
produzido durante o ciclo, o qual é equivalente à transferência de calor nítido nesse
ciclo.

Figura 11 - Pressão x volume; temperatura x entropia

O ciclo Brayton também chamado de Joule foi proposto pela primeira vez por
George Brayton, desenvolvendo-se originalmente empregando uma máquina de
pistões com injeção de combustível, mas agora é comum realizá-lo em turbinas com
ciclos abertos ou fechados.

24
A máquina de ciclo aberto pode empregar-se tanto com combustão interna
como com transferência de calor externo, em tanto que a máquina com ciclo fechado
tem uma fonte de energia externa.

3.1.1. Objetivo do Ciclo Brayton e suas aplicações

O objetivo do ciclo Brayton de turbina de gás é converter energia em forma de


calor em trabalho, pelo qual seu rendimento se expressa em termos de eficiência
térmica.

As duas principais áreas de aplicação da turbinas de gás são a propulsão de


aviões e a geração de energia elétrica. Quando se empregam em propulsão de
aviões, a turbina de gás produz a potência suficiente para acionar o compressor e a
um pequeno gerador que alimenta a equipe auxiliar.

Os gases de escapamento de alta velocidade são os responsáveis por


produzir o impulso necessário para acionar a aeronave. As turbinas de gás também
se utilizam como centrais estacionárias que produzem energia elétrica. Esta se gera
mediante centrais elétricas de vapor.

As centrais elétricas de turbina de gás são empregadas pela indústria de


geração elétrica em emergências e durante períodos picos graças a seu sob custo e
rápido tempo de resposta. As turbinas de gás também se utilizam com as centrais
elétricas de vapor no lado de alta temperatura, formando um ciclo dual.

Nestas, os gases de escapamento das turbinas de gás servem como a fonte


de calor para o vapor. O ciclo de turbina de gás também pode ser executado como
um ciclo fechado para ser utilizado em centrais elétricas. Desta vez o fluido de
trabalho não se limita ao ar e pode empregar um gás com características mais
convenientes (como o hélio).

A maior parte das frotas navais do mundo ocidental já utiliza motores de


turbinas de gás para propulsão e para a regeneração de energia elétrica.
Comparadas com a turbina de vapor e os sistemas de propulsão diesel, a turbina de

25
gás oferece maior potencia para um tamanho e peso determinados, alta
confiabilidade, longa vida e operação mais conveniente. O tempo de arranque da
máquina foi reduzido das 4 horas requeridas de um sistema de propulsão típico a
menos de 2 minutos para uma turbina de gás.

Muitos sistemas de propulsão marinha modernos utilizam turbinas de gás


junto a motores diesel, devido ao alto consumo de combustível dos motores de
turbina de gás de ciclo simples. Em sistemas combinados, o equipamento diesel é
utilizado para dar de maneira eficiente baixa potência e operação de cruzeiro, e a
turbina de gás se utiliza quando se necessitam altas velocidades.

Também foram aplicadas a veículos, mas na atualidade somente existem em


projetos, como o Volto ECC (híbrido elétrico-turbina de gás). Os problemas que
dificultam sua aplicação no setor automotivo são que aceitam mal os arranques e as
paradas.

Uma turbina a gás produz energia a partir do resultado das seguintes etapas
contínuas do ciclo BRAYTON:

- Admissão - O ar atmosférico é admitido passando por uma seção de


filtragem normalmente de três estágios.

- Compressão - O ar é comprimido em um compressor dinâmico (axial ou


centrífugo), normalmente do tipo axial de vários estágios onde a energia de pressão
e temperatura do fluido (ar) é aumentada.

O compressor de ar é o componente da turbina responsável pelo aumento da


pressão do ar no ciclo Brayton e é acionado pela turbina do gerador de gás.

Os compressores axiais normalmente são empregados nesses casos por


serem especificados para maiores vazões do que os centrífugos com relação ao
porte.

O princípio de funcionamento do compressor axial é o da aceleração do ar


com posterior transformação em pressão. É composto por uma seção estacionária,

26
onde se encontram instalados os anéis com palhetas estatoras e a seção rotativa
composta por um conjunto de rotores com palhetas montados em um eixo. Cada
estágio de compressão é composto por um anel com palhetas estatoras e um rotor
com palhetas. O rotor com palhetas é responsável pela aceleração do ar, como um
ventilador. É nesta etapa que o ar recebe trabalho para aumentar a energia
velocidade. O anel de palhetas estatoras tem a finalidade de direcionar o ar para
incidir com um ângulo favorável sobre as palhetas do próximo rotor e promover a
desaceleração do fluxo de ar para ocorrer a transformação da energia de velocidade
em aumento de pressão e temperatura (efeito difusor).

- Combustão - Na câmara de combustão, 25% do ar comprimido e o


combustível injetado a alta pressão promovem a mistura e queima a uma pressão
praticamente constante.

As câmaras de combustão podem ser do tipo anular, tubular ou tuboanular. As


câmaras do tipo tubular são normalmente utilizadas nas turbinas industriais de porte
pesado e as câmaras do tipo anular são mais utilizadas nas turbinas industriais de
porte leve. As turbinas aeroderivadas utilizam as câmaras do tipo tuboanular ou
anular.

A ignição da mistura ar e combustível ocorre durante a partida, através de um


ignitor e uma tocha quando aplicável. Posteriormente a combustão se auto sustenta.

Os gases gerados na combustão a alta temperatura são expandidos a uma


alta velocidade através dos estágios da turbina geradora de gás que consiste de um
conjunto rotor (eixo com rodas de palhetas) e as rodas estatoras com palhetas que
promovem o efeito bocal e direcionam o fluido motriz (gases) para proporcionar um
melhor ângulo de ataque nas palhetas das rodas da turbina, convertendo a energia
dos gases em potência no eixo para acionar o compressor axial de ar e a turbina de
potência.

- Exaustão - Em um avião a jato os gases remanescentes da expansão na


turbina passam através de um bocal para aumentar sua velocidade e
consequentemente o impulso (propulsão). Na aplicação industrial os gases são

27
direcionados para uma turbina de reação ou turbina de potência com um ou mais
estágios (estator e rotor), onde a energia disponível dos gases é convertida em
potência no eixo para acionar os compressores de gás. Finalmente os gases fluem
para o duto de exaustão, onde sua energia remanescente pode opcionalmente ser
aproveitada em um sistema de recuperação de calor (aquecimento de água).

É importante lembrar que não existe conexão mecânica entre o eixo do


conjunto gerador de gás (GG) e o eixo da turbina de potência (PT).

A seguir se mostra o ciclo Brayton em sua modalidade de ciclo aberto

Figura 12 - Ciclo Brayton aberto.

O seu funcionamento se explica a seguir.

As turbinas de gás usualmente operam em um ciclo aberto, como mostra a


figura acima. Ar fresco em condições ambiente se introduz dentro do compressor
onde sua temperatura e pressão se elevam.

O ar de alta pressão segue para a câmara de combustão onde o combustível


se queima a pressão constante. Logo os gases de alta temperatura que resultam
entram na turbina, onde se expandem até a pressão atmosférica, de tal forma que
produzem potência. Os gases de escapamento que saem da turbina se expulsam
para fora (não recirculam), o que provoca que o ciclo se classifique como um ciclo
aberto.

28
O ciclo de turbina de gás aberto recém escrito para modelar-se como um ciclo
fechado, do modo que se mostra na figura seguinte, mediante as hipóteses de ar
padrão.

Neste caso os processos de compressão e expansão permanecem iguais,


mas o processo de combustão se substitui por um processo de adição de calor a
pressão constante de uma fonte externa, e o processo de escapamento é também
substituído.

O ciclo ideal que o fluido de trabalho experimenta neste ciclo fechado é o ciclo
Brayton, que está integrado por quatro processo internamente reversíveis:

1-2 compressão isentrópica (em um compressor)

2-3 Adição de calor a P = constante

3-4 Expansão isentrópica (em uma turbina)

4-1 Exaustão a P = constante.

Figura 13 - Ciclo Brayton fechado

O fluido de trabalho em ciclo fechado entra no trocador de calor de


temperatura elevada no estado 1, onde se adiciona energia a um processo de

29
pressão constante, até que alcança a temperatura elevada do estado 2. Então, o
fluido entra na turbina e tem lugar uma expansão isentrópica, produzindo certa
potência.

O fluido sai da turbina ao estado 3 e passa a ser esfriado, em um processo a


pressão constante, no trocador de calor de temperatura baixa, de onde sai ao estado
4, preparado para entrar em compressor. Aí o fluido é comprimido isentropicamente
ao estado 1 e o ciclo se repete.

DIAGRAMAS P-v E T-s

Figura 14 - Pressão x volume; temperatura x entropia, ciclo fechado

Nestes diagramas se podem observar os processos e estados descritos no


ciclo Brayton.

3.1.2. Ciclo Brayton com regeneração

Nos motores das turbinas de gás, a temperatura dos gases de escapamento


que saem da turbina costumam ser bastante maiores que a temperatura do ar que
abandona o compressor. Por conseguinte, o ar de alta pressão que sai do
compressor pode esquentar-se transferindo calor dos gases de escapamento
quentes em um trocador de calor a contra fluxo, o que se conhece também como um
regenerador ou recuperador.

30
Figura 15 - Ciclo Brayton com regenaração

A eficiência térmica do ciclo Brayton aumenta devido à regeneração, em


virtude de que a porção de energia dos gases de escapamento que normalmente se
libera nos arredores agora se usa para pré-esquentar o ar que entra na câmara de
combustão.

Isto, por sua vez, diminui as exigências de entrada de calor (e em


conseqüência, de combustível) para a mesma saída de trabalho nítida. Observe-se,
entretanto que o emprego de um regenerador se recomenda apenas quando a
temperatura de escapamento da turbina é mais alta que a temperatura de saída do
compressor. De outro modo, o calor fluirá na direção inversa (para os gases de
escapamento), e reduzirá eficiência. Esta relação se encontra nas máquinas de
turbina de gás que operam relações de pressão muito altas.

É evidente que um regenerador com uma eficácia mais alta economizará uma
grande quantidade de combustível, posto que pré-esquentará o ar a uma
temperatura mais elevada, antes da combustão. Entretanto, obter uma eficácia maior
requer o emprego de um regenerador maior, o que implica um preço superior e
provoca uma queda de pressão maior. Em conseqüência, o uso de um regenerador
com eficácia muito alta não pode justificar-se economicamente a menos que as
economias de combustível superem os gastos adicionais envolvidos. A maioria dos
regeneradores utilizados na prática tem eficácia abaixo de 0.85.

Por conseguinte a eficiência térmica de um ciclo Brayton com regeneração


depende da relação entre a mínima e a máxima temperaturas, assim como a relação
de pressão.

31
3.1.3. Ciclo Brayton com resfriamento, reaquecimento e regeneração

O trabalho de um ciclo de turbina de gás é a diferença entre a saída de


trabalho da turbina e a entrada de trabalho do compressor, e pode ser aumentado se
reduz o trabalho do compressor ou se aumentar o da turbina ou ambos. O trabalho
requerido para comprimir um gás entre duas pressões especificadas pode diminuir-
se ao efetuar o processo de compressão em etapas e ao esfriar o gás entre elas,
quer dizer, se empregar com pressão de etapas múltiplas. Quando aumenta o
numero de etapas, o processo de compressão se torna isotérmico à temperatura de
entrada do compressor e o trabalho de compressão diminui.

De igual modo, a saída de trabalho de um turbina que opera entra dois níveis
de pressão aumenta ao expandir o gás em etapas e reaquecê-lo entre elas, isto é,
se for usada expansão de múltiplas etapas com reaquecimento. Isto se efetiva sem
elevar a temperatura máxima no ciclo.

Quando aumenta o número de etapas, o processo de expansão se torna


isotérmico. O argumento anterior se baseia em um simples princípio: o trabalho de
compressão ou expansão de fluxo permanente é proporcional ao volume específico
de fluido. Por conseguinte, o volume especifico do fluido de trabalho deve ser o mais
baixo possível durante um processo de compressão e o mas alto possível durante
um processo de expansão.

O fluido de trabalho sai do compressor a uma temperatura menor e da turbina


a uma temperatura mais alta. Isto faz com que a regeneração seja mais atrativa já
que existe um maior potencial para ela. Além disso, os gases que saem do
compressor podem ser esquentados a uma temperatura mais alta antes de entrarem
na câmara de combustão devido à temperatura mais elevada do escapamento da
turbina.

Um diagrama esquemático do acerto físico de um ciclo de turbina de gás de


duas etapas com resfriamento, reaquecimento e regeneração se mostra na figura
abaixo.

32
Figura 16 - Ciclo Brayton com resfriamento, reaquecimento e regeneração

O gás entra na primeira etapa do compressor no estado 1, comprime-se de


modo isentrópico até uma pressão intermédia P2 ; se esfria até uma pressão
constante até o estado 3 (T3 = T1 ) e se comprime na segunda etapa
isentropicamente até a pressão final P4.

No estado 4 o gás entra em regenerador, onde se esquenta até T5 a uma


pressão constante. Em um regenerador ideal, o gás sairá do regenerador à
temperatura do escapamento da turbina, quer dizer, T5 = T9.

O processo de adição de calor (ou combustão) primário toma lugar entre os


estados 5 e 6. O gás entra na primeira etapa da turbina no estado 6 e se expande
isentropicamente até o estado 7, onde entra em reaquecimento. Reaquece-se a
pressão constante até o estado 8 (T8 = T6), onde entra na segunda etapa da turbina.
O gás sai da turbina no estado 9 e entra em regenerador, onde se esfria até o estado
1 a pressão constante. O ciclo se completa quando o gás esfria até o estado inicial.

A relação de trabalho de retrocesso de um ciclo de turbina de gás melhora


devido ao resfriamento e o reaquecimento. Entretanto, isto não significa que a
eficiência térmica também melhorará. O fato é que o resfriamento e o reaquecimento

33
sempre diminuirão a eficiência térmica a menos que se acompanhem da
regeneração.

Já que o resfriamento diminui a pressão média a qual se acrescenta o calor, e


o reaquecimento aumenta a temperatura média. Portanto, em centrais elétricas de
turbina de gás, o resfriamento e reaquecimento se utilizam sempre em conjunção
com a regeneração.

3.1.4. Eficiência do ciclo

Sabe-se que a eficiência das máquinas de Brayton em ciclo fechado


dependem unicamente da relação de pressões isentrópicas. Se aumentar a pressão
de entrada à turbina, também se incrementa a temperatura em dita entrada.

A máquina de Brayton com ciclo fechado (adição externa de calor) recebeu


uma atenção considerável para ser empregada m sistemas nucleares e, mias
recentemente, em sistemas de energia solar a temperatura elevadas

Com o advento dos reatores nucleares, o ciclo fechado da turbina de gás


cobrou grande importância. O calor se transmite seja diretamente ou através de um
segundo fluido, do combustível no reator nuclear à substância de trabalho na turbina
de gás; o calor é cedido da substância de trabalho ao meio exterior.

Naturalmente as turbinas e os compressores reais não são isentrópicos. Para


os ciclos de ar padrão, a eficiência de cada componente se inclui facilmente nas
análises. O compressor e a turbina reais têm mesma pressão de saída que os
aparelhos isentrópicos correspondentes (as eficiências da turbina e o compressor de
Brayton geralmente se dão com respeito aos aparelhos isentrópicos e não aos
isotérmicos).

A turbina de gás real difere principalmente do ciclo ideal por causa das
irreversibilidades no compressor e na turbina e devido à queda de pressão nos
passos de fluxo e na câmara de combustão (ou no trocador de calor em uma turbina

34
de ciclo fechado). Os rendimentos de um compressor e da turbina estão definidos
em relação aos processos isentrópicos. Estes são os seguintes:

h3 − h 4
η comp
h 2 − h1

h3 − h 4
η tur =
h 2 − h1

3.2. COMPARAÇÃO ENTRE O CICLO BRAYTON E O CICLO OTTO

Podemos fazer comparações entre os ciclos de funcionamento de uma turbina


(ciclo Brayton) e de um motor convencional de quatro tempos (ciclo Otto). Em uma
turbina a combustão ocorre a uma pressão constante, ao passo que em um motor
convencional a combustão ocorre a um volume constante. Em ambos os ciclos
ocorrem as etapas de admissão, compressão, combustão e exaustão. Em um motor
de ciclo convencional (Otto), essas etapas ocorrem no mesmo local (cilindro) em
tempos diferentes, sendo portanto um ciclo intermitente. Em uma turbina (ciclo
Brayton), essas etapas ocorrem continuamente em locais diferentes.

35
Figura 17 - Modelos gráficos do ciclo Brayton

36
Figura 18 - Turbina RB-211

3.3. SEÇÕES DA TURBINA RB-211

O gerador de gás Industrial RB211 da Rolls-Royce é um motor de elevada


razão de pressão, com dois carretéis, que possui um compressor de pressão
intermediária de sete estágios e um compressor de alta pressão de seis estágios. O
combustível é fornecido para uma câmara de combustão anular, e os gases
resultantes acionam duas turbinas independentes, de um único estágio, acopladas
ao compressor por meio de hastes coaxiais. Os dois rotores do gerador de gás são
mecanicamente independentes, funcionando cada um a sua velocidade ideal.

O gerador de gás é um conjunto composto por cinco grandes módulos,


descritos a seguir, que podem ser removidos como unidades separadas:
Módulo 01 - Módulo de admissão de ar
Módulo 02 - Módulo do compressor de pressão intermediária
Módulo 03 - Módulo da sede intermediária
Módulo 04 - Módulo do sistema de alta pressão
Módulo 05 - Módulo da turbina de potência intermediária

37
Nota: O termo 'intermediária' foi preservado, da terminologia dos aeromotores.
'ventoinha', que é o estágio de baixa pressão do aeromotor, é removida na
versão industrial.

Figura 19 - Seções da turbina RB-211

Os módulos são pré-balanceados de forma a permitir total intercâmbio, para


que as alterações aos módulos sejam executadas localmente (nas instalações),
reduzindo o tempo ocioso causado por módulos inativos. A vibração é suprimida por
meio da disposição de uma camada abafadora fina sobre as pistas externas dos
rolamentos de rolete, fornecendo uma camada de alta pressão de óleo entre os
rolamentos e sua sede.

Módulo de admissão de ar – 01

A sede de admissão de ar é um molde em liga de alumínio fundido, composto


por uma sede interna e uma externa, separadas por suas pás ocas integradas. A
sede interna aloja o rolamento dianteiro do rotor de PI.
A parte dianteira da sede externa é reforçada, para remover a instalação
dianteira do gerador de gás, a ela aparafusado. A parte traseira da sede acomoda

38
um único estágio das pás guias de entrada variável, que são acionadas por um
mecanismo externo.

Módulo do compressor de PI – 02

O compressor de PI é um compressor de fluxo axial de sete estágios,


composto por um rotor tipo tambor com sete estágios de lâminas, acionado por uma
turbina de um só estágio. O rotor localiza-se em uma sede de alumínio repartida,
contendo seis estágios de pás do estator. O estágio único das pás guia de saída fica
alojado na extremidade dianteira da sede intermediária. As pás do estator de
primeiro estágio e as lâminas do rotor foram novamente projetadas para o gerador
de gás industrial, de forma a fornecer uma resistente extremidade dianteira para o
compressor.

Módulo da sede intermediária – 03

A sede intermediária é usinada a partir de um molde de liga de alumínio


fundido, e aloja os conjuntos de rolamentos do sistema de rotor de PI e de AP, bem
como as engrenagens de acionamento do motor de arranque. O layout do rolamento
elimina a necessidade dos eixos interconectados.

Módulo do sistema de AP – 04

O compressor de AP é um compressor de fluxo axial de seis estágios,


composto por um rotor tipo tambor com seis estágios de lâminas, acionado por uma
turbina de um só estágio. O tambor possui três seções. A seção dianteira acomoda
os estágios um e dois, e a traseira, os estágios quatro, cinco e seis. Ambas são
presas, respectivamente, às superfícies dianteira e traseira do disco de três estágios.
A caixa do compressor é formada por seis conjuntos de sedes externas e cinco
estágios de pás do estator, cujas bases internas localizam-se em cinco anéis de
blindagem divididos.
Um eixo curto preso à parte dianteira do cubo de terceiro estágio é suportado
pelo rolamento de fixação do compressor. Uma extensão da parte traseira do disco

39
de estágio seis é conectada a uma extensão na superfície dianteira do disco da
turbina, para acionamento do compressor.
A seção de combustão consiste em um conjunto de camisas anulares,
apoiado entre as sedes de ar concêntricas interna e externa, que direciona o ar do
compressor para a câmara de combustão. Todo o conjunto fica alojado dentro de
uma sede externa, que acomoda os 18 queimadores de combustível.

Módulo da turbina de potência intermediária – 05

Esse módulo compreende a turbina de PI e sua sede, que aloja as pás guias
do bocal e o conjunto de suporte dos rolamentos de roletes da turbina de AP e de PI.
O rotor da turbina é conectado ao compressor de PI por um eixo que passa pelo
rotor do compressor de AP
O fluxo de ar pela borda de entrada penetra a sede de admissão de ar e é
comprimido pelos compressores de PI e AP, antes de entrar na seção de combustão.
O combustível é introduzido na câmara de combustão, onde se mistura com o fluxo
de ar, para que ocorra a ignição e queima. O aumento resultante de temperatura
expande e acelera o fluxo de gás para trás, pelas seções da turbina. Cada sistema
de turbina extrai energia do fluxo de gás, para acionar seu respectivo sistema de
compressão.

O ar proveniente dos compressores de PI e de AP resfria as lâminas do


compressor e as áreas aquecidas do gerador de gás, pressurizando as vedações
para evitar vazamentos de óleo e gás. O ar de distribuição de PI, proveniente da
sede intermediária, também ajuda a resfriar o rotor da turbina de potência e a
pressurizar as vedações.

3.3.1. . Detalhamento das seções da turbina

1-CONJUNTO DA CAIXA DE ACESSÓRIOS.

Montada no conjunto de admissão de ar, a caixa de acessórios consiste de


engrenagens para acionamento de equipamentos auxiliares durante operação e

40
acionamento do conjunto gerador de gás durante partida. Isso é feito através de
interligação desse conjunto de engrenagens ao eixo do conjunto gerador de gás.

Na parte frontal da caixa de acessórios encontra-se montada a bomba


principal de óleo lubrificante e o motor de partida com seu respectivo sistema de
embreagem livre.

Figura 20 - Caixa de acessórios

2- CONJUNTO DE ADMISSÃO DE AR E COMPRESSOR AXIAL.

O conjunto de admissão de ar constitui de um abertura anular de 360°,


coberta por uma tela. O alojamento da admissão de ar, que é montado na parte
frontal da turbina, suporta o mancal dianteiro do eixo GG e alojamento do selo
dianteiro.

41
O conjunto de compressão é de fluxo axial com 12 estágios, relação de
compressão de 11,5:1, vazão mássica de 21,1 Kg/Seg. e rotação de 15000 rpm.
Incorpora os quatro primeiros estágios de palhetas estatoras móveis guias de
entrada (VIGVs), carcaça do compressor e conjunto rotor.

O conjunto de palhetas estatoras variáveis de entrada (VIGVs), restringe o


fluxo de ar nos quatro primeiros estágios durante partida operação e parada para
manter o compressor dentro de suas condições de máximo desempenho. As
palhetas começam a abrir com 75% da rotação GG.

O conjunto rotor do compressor axial é suportado na parte dianteira e na parte


traseira por mancais tipo pastilhas deslizantes auto niveláveis (mancais n.º 1 e 2) . O
conjunto rotor é conectado na parte dianteira à caixa de acessórios e na parte
traseira ao eixo rotor da turbina geradora de gás.

Figura 21 – Compressor Axial

42
3- DIFUSOR DE DESCARGA DO COMPRESSOR AXIAL DE AR E
ALOJAMENTO DO MANCAL N.º 2.

O conjunto difusor é aparafusado na parte traseira da carcaça do compressor


axial e na parte dianteira do alojamento da seção de combustão. O fluxo de ar
proveniente da descarga do compressor é direcionado ao difusor e este promove
uma pequena desaceleração ao fluxo de ar, consequentemente um aumento de
pressão antes do ar entrar na câmara de combustão. Na saída do difusor é o ponto
de maior pressão na turbina, a pressão lida neste ponto é denominada PCD (pressão
de descarga do compressor axial de ar).

Internamente o conjunto difusor suporta o alojamento do mancal n.º 2 do


conjunto GG.

Figura 22 - Conjunto difusor

43
4- ALOJAMENTO DA SEÇÃO DE COMBUSTÃO E TURBINA GERADORA
DE GÁS.

Esta seção inclui o suporte do alojamento do mancal n.º 3 tipo pastilhas


deslizantes auto niveláveis (traseiro GG), o conjunto de combustão e a turbina
geradora de gás de dois estágios.

A câmara de combustão é do tipo anular de fluxo direto. O coletor de


combustível para os 12 bicos injetores é montado envolvendo o alojamento da seção
de combustão. O alojamento desta seção incorpora um flange para montagem da
válvula de sangria de ar (bleed valve).

A turbina geradora de gás é do tipo axial, rotação máxima de 15000 rpm.


Consiste de um conjunto rotor (eixo com duas rodas de turbina - rodas com palhetas)
e as rodas estatoras com palhetas que promovem o efeito bocal e direcionam o
fluido motriz para proporcionar um melhor ângulo de ataque nas palhetas das rodas
da turbina. Estão montadas antes de cada roda de turbina e são contidas na carcaça
dos estatores fixada internamente no flange traseiro do alojamento da seção de
combustão.

As áreas externas desta seção são isoladas termicamente afim de evitar


danos pessoais e prevenir incêndio.

44
Figura 23 - Alojamento da seção de combustão

5- CONJUNTO DA TURBINA DE POTÊNCIA E EXAUSTÃO DE GASES.

O conjunto da turbina de potência é do tipo axial com rotação máxima de


14300 rpm (100%). Consiste de um conjunto rotor de dois estágios, conjunto de
rodas estatoras com palhetas, alojamento dos mancais dianteiro e traseiro PT (n.º 4
e 5) do tipo pastilhas deslizantes auto niveláveis, difusor de exaustão da turbina e
coletor de exaustão.

O alojamento dos mancais tem sua parte traseira conectada ao conjunto do


eixo de saída para acionamento.

45
Figura 24 - Turbina de potência e exaustão de gases

O difusor de exaustão da turbina é flangeado a parte traseira do alojamento


da seção de combustão e turbina GG. O coletor de exaustão é termicamente isolado
e é conectado ao difusor de exaustão através de uma abraçadeira tipo “V”.

A energia dos gases disponibilizados pela GG (1/3), acionam a PT e esta


acionará os compressores de gás através da caixa multiplicadora. É importante
lembrar que não existe conexão mecânica entre o conjunto gerador de gás e a
turbina de potência.

46
Figura 25 - Exaustão

3.4. SISTEMAS AUXILIARES DA TURBINA

Os seguintes sistemas auxiliam na operação da turbina:

1- Sistema de proteção

2- Sistema de ar

3- Sistema de partida

4- Sistema de óleo lubrificante e óleo de comando hidráulico

5- Sistema de controle do fluxo de ar do compressor axial

6- Sistema de gás combustível

7- O casulo do turbogerador

47
3.4.1. Sistema da proteção

• Sensores de vibração e temperatura dos mancais. O eixo do conjunto


gerador de gás (GG) e o eixo da turbina de potência (PT) são apoiados em mancais
radiais e axiais (escora) do tipo pastilhas deslizantes (tilting pads bearings) ou de
rolamentos (ball bearings), sendo esse último mais aplicado nos geradores de gás
aeroderivados. Nesses mancais são feitas monitorações de vibração radial através
de sensores por deslocamento e aceleração (VEs), sensores de deslocamento axial
(ZEs). A monitoração de temperatura é feita nos mancais de escora e nos drenos de
óleo dos mancais radiais utilizando sensores tipo termorresistência, RTDs (TEs).

• Sensores de temperatura dos gases gerados. Constitui de termopares


normalmente instalados entre a exaustão da turbina GG e a admissão da turbina PT,
onde recebem a denominação de termopares T4 ou T5. Em algumas turbinas do tipo
industrial porte pesado (NUOVO PIGNONE) esses termopares são instalados na
exaustão da turbina de potência, onde recebem a denominação de termopares T6. A
monitoração dessa temperatura é feita individualmente para cada termopar, gerando
uma temperatura média calculada. Essa monitoração é de extrema importância para
a vida útil da turbina, sendo um item de limitação na operação.

• Sensores de velocidade. Utilizando sensores magnéticos (SEs)


montados sobre engrenagens instaladas nos eixos GG e PT, as monitorações das
velocidades GG (NGG) e PT (NPT) são itens de limitação na operação da turbina.
No eixo da turbina PT, além dos sensores normalmente instalados, são utilizados
também sensores reservas de emergência de sobrevelocidade (backup overspeed)
pois a turbina PT é uma turbina livre, portando aumentando as necessidades de
monitoração de sobrevelocidade.

3.4.2. Sistema de ar

O sistema de ar das turbinas normalmente se dividem em 5 subsistemas:

• Sistema de filtragem de ar de admissão para o gerador de gás.


Considerando que o ar succionado é utilizado no ciclo de funcionamento da turbina a

48
gás com vários propósitos, a vida útil bem como o desempenho da turbina depende
necessariamente da eficiência do sistema de filtragem. Esse sistema normalmente é
composto de um casulo (alojamento) com 3 (três) a 5 (cinco) estágios de filtragem,
juntas de expansão, duto de admissão com silenciadores e estabilizadores de fluxo.
O primeiro estágio de filtragem é do tipo inercial com uma tela de aço inoxidável e
venezianas verticais com a finalidade de reter partículas maiores (insetos) e água
proveniente de chuvas. O segundo estágio é composto por elementos do tipo manta
de fibra sintética coalescedora extratora de névoa de alta eficiência com densidade
progressiva. O terceiro estágio é composto por elementos tipo caixa ou multibolsa
para a filtragem final de partículas finas. Nesses sistemas são instalados indicadores,
transmissores e sensores de pressão (PDIs, PDTs, PDSH, PDSHH) para
monitoração e proteção através de sinal de alarme (normalmente em torno de 5”
H2O) ou sinal de parada (normalmente em torno de 7” H2O).

• Sistema de ar de combustão. O ar admitido após filtrado é comprimido


e passa por um difusor de descarga alcançando a câmara de combustão onde
ocorrerá a mistura ar e gás combustível que será queimada. A quantidade de ar
utilizada na combustão é de aproximadamente 25% que também é denominada de
ar primário.

• Sistema de ar de referência para controle. Uma tomada de ar


proveniente da descarga do compressor ar (PCD ou P2) é direcionada para ser
utilizada como referência no sistema de controle de combustível e/ou sistema de
controle do fluxo de ar do compressor axial (Atuadores das VIGVs, das válvulas de
sangria).

• Sistema de ar de resfriamento. Considera-se que aproximadamente


75% do ar admitido e comprimido é utilizado como resfriamento (ar secundário) da
parede interna da câmara de combustão onde grande parte dessa massa de ar
recebe energia da combustão e se transforma em gases a alta temperatura (fluido
motriz) que se expandem através das turbinas, transformando a energia térmica em
energia mecânica. Através de tomadas de ar internas e externas, parcelas de ar são
direcionadas para resfriar as palhetas estatoras dos primeiros estágios GG (vanes) e
as faces dos discos das rodas das turbinas.

49
• Sistema de ar de selagem dos mancais. Através de tomadas de ar
internas e externas proveniente da descarga do compressor de ar (PCD ou P2),
parcelas de ar são direcionadas para pressurização dos selos de labirinto dos
mancais para evitar a fuga de óleo lubrificante dos mancais para as seções internas
de compressão, combustão e turbinas, evitando assim formação de pontos quentes
causados pela queima desse óleo e consequentemente sérios danos às partes
internas da turbina.

3.4.3. Sistema de partida

Os sistemas de partida têm a finalidade de retirar o conjunto GG da inércia,


proporcionando um fluxo de ar para purga GG, PT, duto de exaustão e recuperador
de calor (WHRU) quando utilizado. Após o ciclo de purga é iniciada a ignição seguida
da combustão, onde com a sustentação da rotação pelo motor de partida e com
incremento de combustível, o torque no eixo do motor vai reduzindo e a velocidade
aumentando. Assim segue até o ponto em que o ciclo de funcionamento gere
energia suficiente para se auto-sustentar, nesse ponto o sistema de partida é
desacoplado e o motor de partida é desligado.

Os sistemas de partida utilizados podem ser dos seguintes tipos:

• Elétrico. Utiliza um motor elétrico cujo suprimento é feito através de um


variador de freqüência (VFD) que controla a velocidade do motor através da variação
de freqüência. Pode ser utilizado também motor elétrico com duas velocidades,
através de variação dos pólos na gaveta de comando do motor.

• Eletrohidráulico. Utiliza um motor elétrico para acionar um conversor de


torque hidráulico ou uma bomba hidráulica que descarrega óleo a alta pressão
acionando uma turbina hidráulica ou motor hidráulico.

• Pneumático. Utiliza uma turbina cujo fluido motriz é o gás natural ou ar


comprimido.

50
Em todos os sistemas citados, o acoplamento entre o sistema de partida e o
eixo do conjunto GG é feito através de um conjunto mecânico com catracas
denominado embreagem livre, cujo acoplamento e desacoplamennto é feito
automaticamente através de força centrífuga.

3.4.4. Sistema de óleo lubrificante e de comando hidráulico

Os sistemas de óleo lubrificante têm a finalidade de suprir óleo tipo mineral


(turbinas industriais de porte leve e pesado) ou tipo sintético (geradores de gás
aeroderivados), limpo, a uma determinada temperatura, pressão e vazão para
resfriar e lubrificar os mancais da turbina, mancais e engrenagens da caixa de
acessórios, mancais e engrenagens da caixa multiplicadora e mancais dos
compressores centrífugos de gás, durante partida (pré-lubrificação), operação e
parada (pós-lubrificação). Em algumas turbinas, têm também a finalidade de suprir
óleo de comando hidráulico para o atuador das válvulas de sangria (Bleed Valves),
atuador das palhetas variáveis guias de entrada (VIGVs) e atuador da válvula
dosadora combustível.

Os sistemas são equipados com reservatório, bombas (principal mecânica,


pré-lubrificação CA e pós-lubrificação CC, hidráulica), filtros dúplex, resfriadores
dúplex, válvulas controladoras de pressão e temperatura, válvulas de bloqueio,
segurança e retenção, indicadores, sensores e transmissores de pressão,
temperatura e nível.

3.4.5. Sistema de controle do fluxo de ar do compressor axial

Esse sistema de controle tem a finalidade de ajustar a vazão de ar do


compressor axial da turbina de acordo com sua condição operacional, com os
seguintes propósitos:

• Evitar danos causados por efeitos aerodinâmicos (STALL e SURGE)


em baixas rotações.

51
• Controlar o fluxo de ar na admissão do compressor axial, mantendo
ajustada a sua curva de desempenho com a curva do sistema (oferta de ar).

O compressor é projetado para operar com alta eficiência em altas rotações,


que é a situação normal de operação. Nas condições de baixas rotações a faixa
operacional estável é muito estreita, podendo sair dessa faixa e entrar na zona de
instabilidade operacional onde ocorre efeitos aerodinâmicos danosos ao compressor,
que é o descolamento da camada limite que envolve as palhetas e ondas de choque.
O primeiro, conhecido como o "STALL", provoca o bloqueio do fluxo ar e se inicia
nos primeiros estágios. O segundo, conhecido como "SURGE", são sucessivas
inversões e reversões do fluxo quando o compressor atinge a condição de vazão
mínima que corresponde a máxima energia (HEAD) para uma determinada rotação,
provocando os choques das massas de ar e consequentemente vibrações a níveis
de danificar o compressor.

O surge nos compressores axiais é evitado através da utilização de uma ou


mais válvulas de sangria (bleed valve) que proporcionam a sangria de ar de alguns
estágios ou da descarga do compressor axial para o duto de exaustão da turbina.

Esse sistema utiliza os seguintes componentes:

• Atuador hidráulico das VIGVs.

• Anéis atuadores das VIGVs.

• Estatores com palhetas guias variáveis de entrada (VIGVs).

• Atuador hidráulico ou pneumático das válvulas de sangria.

• Válvulas de sangria (Bleed Valve).

3.4.6. Sistema de gás combustível

O sistema de gás combustível da turbina tem a finalidade de suprir gás seco,


limpo a determinada pressão, proveniente de uma planta de processo, para partida e

52
operação normal, temperatura de aproximadamente 45 °C e uma determinada vazão
para a câmara de combustão através do coletor de distribuição de combustível com
os bicos injetores. O sistema dosa automaticamente o combustível durante a partida,
aceleração, operação e desaceleração.

O sistema de controle recebe os sinais de NGG, NPT, T5, T1, referência da


junção fria, sinal de retorno da dosadora de gás (feedback) e ponto de ajuste NGG
ou NPT e os fornece para o controlador de combustível. O controlador de
combustível processa esses sinais e gera um sinal de saída para o atuador de
combustível que posicionará a dosadora de gás fornecendo para a câmara de
combustão a vazão de combustível requerida.

O sistema é composto por válvulas de bloqueio automáticas denominadas


primária e secundária, válvulas solenóides de comando e alívio, válvulas
controladoras de pressão e vazão, sensores e transmissores de pressão e
temperatura, ignitores e coletor de gás com os bicos injetores.

53
CAPÍTULO 4 ELETRICIDADE
4.1. INTRODUÇÃO A ELETRICIDADE

Para uma perfeita compreensão do principio de funcionamento, definiremos, a


seguir, alguns conceitos eletricidade básica.

4.2. COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA

Todos os corpos são compostos de moléculas e estas são um aglomerado de


um ou mais átomos.

Cada átomo compõe-se de um núcleo no qual existem prótons, com carga


positiva, e nêutrons, sem carga. Em torno do núcleo, gravitam os elétrons, que são
partículas de carga negativa.

Figura 26 – Átomo Equilibrado

Em um átomo em equilíbrio, como mostrado na figura, o número de elétrons é


igual ao número de prótons existentes no núcleo. Neste caso, a carga elétrica do
átomo é nula.

O hidrogênio é o elemento mais simples porque só possui um próton no


núcleo um elétron em órbita. O urânio é um dos elementos mais complexos,
possuindo 92 prótons no núcleo e 92 elétrons em órbita.

54
Quando um elétron é retirado de um átomo, dizemos que este átomo ficou
positivo (íon), porque há mais elementos positivos no núcleo do que elétrons em
órbita.

4.2.1. Carga Elétrica

Conforme foi exposto, o elétron e o próton são as cargas elementares e


componentes do átomo. Por convenção, estabeleceu-se que a carga do elétron
seria negativa e a do próton positiva, ou seja, cargas de polaridades opostas.

A característica fundamental de uma carga elétrica é a sua capacidade de


exercer uma força. Esta força está presente devido ao campo eletrostático que
envolve cada corpo carregado. Aproximando-se cargas de polaridades opostas,
verifica-se uma força de atração entre elas. Já ao se aproximar cargas de mesma
polaridade observa-se que há uma força de repulsão entre elas.

Experimentalmente, estabeleceu-se uma unidade para se medir a carga


elétrica. Esta unidade chamou-se de coulomb, e o seu símbolo é a letra C.

Um elétron tem uma carga de 1,6 x 10-19 C, ou seja, para se formar 1


coulomb são necessários 6 x 1018 elétrons.

4.3. MATERIAIS CONDUTORES

O átomo, como mostrado na figura 26 é conhecido como átomo de utherford-


Bohr, o qual se comporta como um sistema solar em miniatura. O núcleo do átomo
se comporta como o sol, em torno do qual gravitam os elétrons, como se fossem os
planetas, em órbitas circulares ou elípticas.

Foram feitas várias experiências que mostraram que a massa do próton é


cerca de 1840 vezes maior que a do elétron, de modo que praticamente toda a

55
massa do átomo se concentra no núcleo. No entanto, a carga elétrica do elétron é a
mesma do próton.

Verificou-se que entre o núcleo e o elétron em órbita, existe uma força de


atração, força esta tanto menor quanto maior a distância entre eles. Assim,
estabeleceu-se que:

• Materiais bom condutores ⇒ são aqueles em que os elétrons mais


externos, mediante um estímulo apropriado (atrito, contato ou campo elétrico),
podem ser retirados dos átomos. Exemplos de materiais bons condutores: platina,
prata, cobre e alumínio.

• Materiais mau condutores ⇒ são aqueles em que os elétrons estão


tão rigidamente solidários aos núcleos que somente com grande dificuldade podem
ser retirados por um estímulo externo. Exemplos de materiais maus condutores:
porcelana, vidro e madeira.

4.4. DIFERENÇA DE POTENCIAL

Em virtude da força de seu campo eletrostático, uma carga elétrica é capaz de


realizar trabalho ao deslocar uma outra carga por atração ou repulsão. A capacidade
de uma carga realizar trabalho é chamada de potencial.

Quando dois corpos têm cargas diferentes, existirá uma diferença de potencial
(ddp) entre eles.

56
Figura 27 – diferença de potencial entre os corpos A e B

A unidade fundamental de diferença de potencial é o volt, cujo símbolo é a


letra V.

1 volt = 1 _joule__
coulomb

A diferença de potencial entre dois pontos também é chamada de tensão. Por


exemplo, uma bateria com tensão de saída de 12 V significa que ela apresenta uma
diferença de potencial de 12 V entre os dois terminais.

A diferença de potencial que é gerada por uma fonte de energia elétrica é


conhecida como força eletromotriz (fem). Exemplos de processos de geração de
fem:

• Por ação química nas baterias e pilhas.


• Por ação térmica nos pares termoelétricos.
• Por indução eletromagnética nos geradores elétricos.

4.5. CORRENTE ELÉTRICA

O movimento ou o fluxo de elétrons é chamado de corrente elétrica. Para se


produzir a corrente, os elétrons devem se deslocar pelo efeito de uma diferença de

57
potencial entre as extremidades de um condutor. A unidade com que se mede ao
corrente é o ampère, cujo símbolo é a letra A. Um ampère foi definido como sendo o
deslocamento da carga de 1 coulomb através da seção reta de um condutor durante
o intervalo de tempo de 1 segundo:

1 ampère = 1 coulomb
segundo

Um gerador elétrico provoca uma diferença de potencial entre os seus


terminais. Se a estes terminais for conectada uma carga, formando um circuito
fechado, teremos a circulação de uma corrente elétrica.

Figura 28 - Circulação da corrente elétrica

Na figura 28 é representado um gerador de corrente contínua. O pólo


negativo apresenta excesso de elétrons, enquanto que o pólo positivo apresenta
falta de elétrons. Ao ser fechada a chave, a corrente elétrica que se estabelece é o
fluxo de elétrons do pólo negativo para o pólo positivo. No entanto, como mostrado
na figura 28, a corrente elétrica é representada fluindo do ponto de maior potencial
para o de menor potencial. Este é o sentido da corrente elétrica convencional. Os
circuitos elétricos normalmente são analisados considerando-se a corrente elétrica
convencional.

58
Figura 29 - Corrente Elétrica

4.6. MAGNETISMO

Magnetismo é a propriedade que certos materiais apresentam de atrair


pedaços de ferro. Este é um fenômeno conhecido desde a antiguidade. Alguns
materiais encontrados livres na natureza, como a magnetita (Fe3O4), possuem esta
propriedade: são os imãs naturais.
Se aproximarmos um imã em forma de barra a pedaços de ferro, notaremos
que o ferro adere ao imã, principalmente nas duas extremidades, que são chamadas
de pólos. Através de experiências, verificou-se que embora as duas extremidades
atraiam o ferro, elas possuem propriedades magnéticas opostas, e por isso foram
denominadas de pólo norte e pólo sul.

Se aproximarmos duas barras imantadas, ambas suspensas por um fio,


verificaremos que estas vão girar até que os pólos de natureza contrária se
aproximem. Assim, foi estabelecida a seguinte regra, que é bastante conhecida:
Pólos contrários se atraem e pólos iguais se repelem.

A bússola nada mais é do que uma agulha imantada que, podendo girar
livremente, aponta na direção norte-sul da Terra. Isto ocorre devido a Terra

59
apresentar um campo magnético, com pólo norte e pólo sul. Por convenção, adotou-
se que o pólo norte da agulha da bússola aponta para o pólo norte terrestre, porém é
sabido que na realidade ocorre o contrário.

O espaço ao redor do imã, onde se verificam os fenômenos de atração e


repulsão, é chamado de campo magnético. Para representar o campo magnético de
um imã usamos o conceito de linhas de força. As linhas de força nos mostram o
sentido do campo magnético e também a sua intensidade. Quanto mais intenso o
campo magnético em uma determinada região do espaço, maior é o número de
linhas de força. As linhas de força sempre se originam no pólo norte e terminam no
pólo sul.

Figura 30 - Campo Magnético do Imã Permanente

Há uma conhecida experiência de se colocar limalha de ferro sobre uma


superfície de vidro e, do outro lado, aproximarmos um imã. O ferro se deposita de
modo a indicar as linhas de força do campo magnético do imã.

60
Figura 31 - Limalha de ferro segundo as linhas de força do campo magnético de um imã

Em 1820 Oersted descobriu que a corrente elétrica produz um campo


magnético, pelo efeito denominado de eletromagnetismo. Foi observado que a
agulha de uma bússola colocada próxima a um condutor elétrico se alinha
perpendicularmente ao condutor quando por este circula corrente elétrica. As linhas
de força do campo magnético criado formam círculos em torno do condutor, e o
sentido é dado pela regra da mão direita. A intensidade do campo magnético gerado
é proporcional à corrente que circula.

Figura 32 - Regra da mão direita para determinar o sentido do campo magnético

61
Espalhando-se limalha de ferro sobre uma superfície de vidro atravessada por
um condutor elétrico, observa-se que as partículas de ferro se orientam formando
círculos ao redor do condutor quando por este circula corrente.

Figura 33 - Limalha de ferro segundo as linhas de força do campo magnético gerado pela
corrente que percorre um condutor

Admitindo-se que se tenha dois condutores perpendiculares ao plano desta


folha da apostila, e que um deles seja percorrido por uma corrente entrando na folha
(representada por um ponto) e o outro percorrido por uma corrente saindo da folha
(representada por um x), o sentido das linhas de força do campo magnético gerado é
mostrado na figura a seguir. Se os dois condutores estiverem próximos, observa-se
que os campos magnéticos se somam. O vetor H representa a resultante das linhas
de força dos campos dos dois condutores.

62
Figura 34 - Campo magnético de dois condutores paralelos percorridos por correntes de
sentidos opostos

Uma bobina de fio condutor isolado enrolado na forma de uma hélice com
as espiras bem próximas umas das outras é chamada de solenóide. Quando o
solenóide é percorrido por uma corrente elétrica, é gerado um campo magnético que
é o resultado da soma dos campos magnéticos gerados por cada uma das espiras.
O solenóide comporta-se como se fosse um verdadeiro imã.

Figura 35 - Solenóide com as espiras bem afastadas, mostrando as linhas de força do campo
magnético

63
Figura 36 - Limalha de ferro segundo o campo magnético gerado por um solenóide

4.7. INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA

A lei de Faraday estabelece que a tensão induzida em uma espira de fio


condutor é proporcional à taxa de variação do fluxo magnético que passa através
desta espira. Havendo movimento relativo entre um campo magnético e um condutor
de eletricidade, neste último será induzida uma diferença de potencial (fem) que será
proporcional ao número de linhas de força que o condutor cortar por intervalo de
tempo. Se um condutor de comprimento L for deslocado com uma velocidade v em
um campo magnético com densidade de fluxo B, a tensão induzida no condutor é
dada por:

e = B .L. v

64
Figura 37 - Tensão (fem) induzida em um condutor que se movimenta em um campo magnético

O campo magnético mostrado na figura 9.1 é uniforme, ou seja, em qualquer


região a densidade de fluxo magnético B é a mesma. A densidade de fluxo B é dada
pela razão entre o número de linhas de força do campo magnético e a área
considerada, em um plano perpendicular às linhas de força. O fluxo magnético ∅ do
imã é dado pelo produto da densidade de fluxo e da área da face do imã.

∅=BxA

O sentido da fem induzida é determinado pela regra da mão direita, como


mostrado na figura a seguir. Se o dedo polegar apontar no sentido do movimento e o
dedo indicador no sentido do campo, o dedo médio mostrará o sentido da fem
induzida.

Figura 38 - Regra da mão direita para o sentido da fem induzida

65
4.7.1. Grandezas

Corrente – É a passagem de elétrons livres. Corresponde a relação entre


carga e o tempo.

dq
I=
dt

Corrente Alternada – É a corrente cuja magnitude e direção da corrente varia


ciclicamente.

Corrente Contínua – É a corrente cuja direção permanece constante e que


possui pólos positivo e negativo definidos.

Tensão – É o diferencial de potencial, é a força que empurra os elétrons.

1ª lei de Ohm - a diferença de potencial entre dois pontos de um condutor é


proporcional à corrente elétrica que o percorre.

V=RI

Resistência – É a oposição à passagem da corrente. Que definida pela 2ª lei


de Ohm.

L
R = ρ.
A

Campo Magnético – É o campo produzido por um ímã ou por cargas elétricas


em movimento.

Histerese – É o campo magnético aplicado em um material for aumentado até


a saturação e em seguida for diminuída, a densidade de fluxo B não diminui tão

66
rapidamente quanto o campo H. Dessa forma quando H chega a zero, ainda existe
uma densidade de fluxo remanescente.

Freqüência – É a quantidade de ciclos por segundo. É o inverso do Período.

1
f =
T

Indutância – É a propriedade do indutor, na forma de energia magnética, de


se opor as correntes do circuito, o símbolo que representa a indutância é a letra L e é
medida em Henry.

Capacitância - É a propriedade que o capacitor apresenta armazenando mais


ou menos cargas elétricas, o símbolo que representa a capacitância é a letra C e é
medida em Farad.

Reatância - É a propriedade de um elemento de mudar suas características


de acordo com um outro elemento. Divide-se em Reatância indutiva e Reatância
Capacitiva.

1
XL = 2 π f L , Xc =
2πfC

Impedância - É a oposição à passagem da corrente, corresponde a soma


vetorial da resistência e da reatância.

Z = √R2 + (XL – XC)

Potência Ativa - É a que realiza trabalho no circuito, é representada pela letra


P e sua unidade é W (Watts).

P = 3 V.I.Cosφ

Potência Reativa: É a que é devolvida a fonte, é representada pela letra Q e


sua e sua unidade é Var (Volts Ampère Reativo).

67
Q = 3 V.I.Sen φ

Potência Aparente: É soma vetorial da potência ativa e potência reativa, é


representada pela letra S e sua unidade é VA (Volts Ampère).

S = 3 V.I

Fator de Potência: É o Cós φ, ou seja, é o ângulo de defasagem entre a


potência ativa e a potência aparente.

S
FP =
P

4.8. FARADAY AOS MOTORES E GERADORES ELÉTRICOS

Usando a descoberta de Oersted, de que uma corrente elétrica produz um


campo magnético no espaço ao redor do cabo que a conduz, tanto Ampère como
Arago conseguiram magnetizar agulhas de ferro.

Fizeram-no da seguinte forma: enrolaram um cabo ao redor da agulha e logo


conectaram os extremos daquele a uma bateria. Ao passar a corrente pelo cabo cria
um campo magnético no espaço dentro da bobina; este campo magnético a sua vez
magnetiza a agulha. Da mesma forma que um ímã permanente magnetiza uma
limagem de ferro.

Em 1825 o inglês William Sturgeon (1783-1850) enrolou 18 espiras de arame


condutor ao redor de uma barra de ferro, que dobrou para que tivesse a forma de
uma ferradura. Ao conectar os extremos do cabo a uma bateria o ferro se
magnetizou e pôde levantar um peso que era 20 vezes maior que o próprio. Este foi
o primeiro eletroímã, quer dizer, um ímã acionado por eletricidade.

68
Figura 39 - Experimento de Sturgeon

Anos depois, em 1829, o americano Joseph Henry (1797-1878) construiu uma


versão melhorada do eletroímã. Para isso enrolou em uma barra de ferro em forma
muito mais apertada e em um número maior; desta maneira obteve uma maior
intensidade magnética.

O eletroímã se comporta de forma equivalente a um ímã permanente, com a


vantagem de que sua intensidade pode ser controlada, seja mudando a corrente que
lhe faz circular ou variando o número de espiras da bobina. Além disso, ao cessar a
corrente, quando se desconecta a bateria, desaparece o efeito magnético.

A descoberta de Ampère assentou as bases para a invenção do primeiro


motor elétrico. Seu funcionamento é o seguinte. Suponha-se que se enrola uma
bobina ao redor de um cilindro de ferro e que esta se fixa em um eixo LL, ao redor do
qual pode girar. Se colocarmos a bobina dentro dos pólos de um ímã permanente,
como se mostra na figura, e se faz acontecer uma corrente elétrica por ela, esta se
volta um ímã que pode girar dentro do ímã permanente.

69
Os pólos dos ímãs exercem forças entre si; por conseguinte, a bobina
experimenta forças que a fazem girar ao redor do eixo LL. Caso se conecte
adequadamente o eixo, por meio de polias e bandas, pode-se aproveitar o giro da
bobina e realizar trabalho mecânico, como por exemplo, subir corpos ou movê-los,
etc.

Desta maneira é possível transformar a energia elétrica que a bateria entrega


ao fazer circular a corrente pela bobina, em energia mecânica para mover algum
objeto. Ao dispositivo que funciona desta forma lhe chama motor elétrico.

Figura 40 - Gerador básico

4.8.1. O desenvolvimento do gerador elétrico

Por outro lado, em 1832, ou seja, um ano depois do anúncio da descoberta de


Faraday, Hippolyte Pixii na França, por sugestão de Faraday, construiu o primeiro
gerador de eletricidade.

Tomando-se o mesmo aparelho mostrado na figura acima e em lugar de


conectar os extremos do cabo da bobina a uma bateria como no motor, conectamo-
los entre si e intercalamos no circuito um galvanômetro. Agora, por meio de uma
manivela fazemos girar a bobina ao redor do eixo LL, com a bobina dentro do ímã

70
permanente. Desta maneira, o fluxo magnético do ímã permanente através do plano
de cada espiral da bobina varia com o tempo.

Portanto podemos dizer que, segundo a lei de Faraday, induz-se uma corrente
elétrica através do arame condutor. Em efeito, pode-se observar que a agulha do
galvanômetro se começa a mover.

Desta maneira se produz eletricidade que se pode, por assim dizê-lo, recolher
dos extremos do arame da bobina, por exemplo, conectando-os a um foco. Com este
aparelho a energia mecânica que se desenvolve ao girar a bobina por meio da
manivela se converteu em energia elétrica que tem a corrente que se induz. Este
aparelho se chama gerador (ou dínamo) de eletricidade.

Da década de 1830, até 1880, foram sendo acrescentados diferentes


dispositivos tanto ao motor como ao gerador para fazê-los mais eficientes.
Entretanto, o uso destes aparelhos em forma maciça não se deu senão na década
de 1880. O motivo principal não foi técnico, mas econômico.

A indústria européia de mediados do século XIX estava baseadas em


unidades produtoras de força motriz muito grandes, como as máquinas de vapor
estacionárias nas fábricas, e nas locomotivas para o transporte. A crescente
mecanização das indústrias menores deu lugar à construção de pequenas unidades
também acionadas por vapor.

Para a oitava década do século começou-se a usar máquinas que utilizavam


gás e logo gasolina. Estes foram os primeiros motores de combustão interna.
Entretanto, para a indústria, o motor elétrico era um meio mais flexível e prático para
dispor de força motriz que os motores de vapor, gás ou gasolina.

Mas a possibilidade de utilizar massivamente o motor elétrico dependia de


que se contasse com uma ampla rede de abastecimento de energia elétrica, a qual
somente se pôde construir quando se criou uma necessidade mais forte que a pura
demanda industrial. Esta necessidade surgiu com a evolução dos serviços
domésticos, em particular o da iluminação elétrica.

71
4.9. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS GERADORES

Um gerador elétrico é todo dispositivo capaz de manter uma diferença de


potencial elétrico entre dois de seus pontos, chamados pólos ou terminais. Os
geradores elétricos são máquinas destinadas a transformar a energia mecânica em
elétrica.

Esta transformação se consegue pela ação de um campo magnético sobre os


condutores elétricos dispostos sobre uma armadura (denominada também estator).
Se mecanicamente se produzir um movimento relativo entre os condutores e o
campo, gerasse-se uma força eletromotriz (F.E.M.).

Os geradores classificam-se em dois tipos fundamentais: primários e


secundários. São geradores primários os que convertem em energia elétrica a
energia de outra natureza que recebem ou da que dispõem inicialmente, enquanto
que os secundários entregam uma parte da energia elétrica que receberam
previamente.

Do ponto de vista teórico (teoria de circuitos) distinguem-se dois tipos ideais:

▪ gerador de voltagem: um gerador de voltagem ideal mantém uma voltagem


fixa entre seus terminais com independência da resistência da carga que possa estar
conectada entre eles.

Figura 41 - Gerador de voltagem

72
▪ gerador de corrente: um gerador de corrente ideal mantém uma corrente
constante pelo circuito externo com independência da resistência da carga que
possa estar conectada entre eles.

Figura 42 - Gerador de corrente

4.9.1. Correntes induzidas: Lei de Faraday e Lei de Lenz

Já se antecipou que, como uma corrente cria um campo magnético, um


campo magnético pode criar uma corrente elétrica. Isto é uma conseqüência do
princípio de conservação da energia: um sistema tende a manter sua energia
constante.

Como o magnetismo não é mais que uma das formas em que se manifesta a
energia, resulta que uma bobina tenta manter seu fluxo magnético (sua energia
magnética armazenada) constante.

Se causas externas o fazem diminuir, a bobina reagirá criando uma corrente


que mantenha o fluxo inicial. Se, pelo contrário, causas externas o fazem aumentar,
a bobina reagirá criando uma corrente que origine um fluxo contrário, a fim de
diminuir o fluxo e mantê-lo em seu valor inicial.

Naturalmente esta situação não pode ser mantida, já que uma bobina, por si
só, não é capaz de gerar energia indefinidamente. Passado um certo tempo, a
reação da bobina cessará e "aceitará" as condições impostas do exterior.

73
Este comportamento das bobinas foi descoberto experimentalmente pelo
Lenz, quem enunciou sua Lei da seguinte maneira: “quando varia o fluxo magnético
que atravessa uma bobina, esta reage de tal maneira que se opõe à causa que
produziu a variação"

Quer dizer, se o fluxo aumentar, a bobina o diminuirá; se diminuir o


aumentará. Para conseguir estes efeitos, deve-se gerar correntes que, por sua vez,
criam fluxo que se oponha à variação.

Suponhamos que a bobina, situada à esquerda na figura seguinte, tem um


fluxo nulo. Pelo que o corrente I será nula também. Se lhe aproximarmos um ímã,
parte do fluxo de este atravessará a própria bobina, por isso o fluxo da bobina
passará de ser nulo a ter um valor. A bobina reagirá tentando anular este aumento
de fluxo.

Figura 43 - Corrente induzida

74
Isso será feito criando um corrente I no sentido indicado na figura, porque
dessa maneira, esta corrente criará um fluxo contrário opondo-se ao aumento
imposto do exterior.

Uma vez transcorrido certo tempo, a bobina se amoldou às novas condições e


o fluxo que a atravessa será o que lhe impõe o ímã. Ao amoldar-se deixará de criar a
corrente indicada, que passará de novo a ser zero.

Se agora se afastar o ímã, o fluxo que estava agora atravessando a bobina


diminuirá, por isso a bobina reagirá criando de novo uma corrente está vez de sinal
contrário ao anterior, para produzir um fluxo que se oponha à diminuição.

4.9.2. Lei de Faraday

A Lei de Lenz fala somente da forma em que se comporta a bobina, mas não
diz nada a respeito da magnitude da corrente ou da força eletromotriz induzida.
Faraday chegou à conclusão que esta (a força eletromotriz E) vale:

∆φ
E = −n
∆t

sendo:

E: f.e.m. induzida

n: número de espiras da bobina

∆Φ: Variação do fluxo

∆t: Tempo em que se produz a variação de fluxo

O signo negatico (-) indica que se opõe à causa que o produziu (Lei de Lenz).

75
4.10. ASSOCIAÇÃO DE GERADORES

4.10.1. Associação em série de geradores

Na associação em série há uma única corrente elétrica. A figura abaixo


representa um circuito, com duas fontes associadas em série, com demanda de
corrente, sendo Vb,a e Vc,b as diferenças de potencial elétrico entre seus terminais (b
e a; c e b).

Figura 44 - Associação em série de geradores

Uma associação de geradores em série é utilizada para se obter, entre os


terminais da associação, uma diferença de potencial elétrico que seja maior do que a
diferença de potencial elétrico entre os terminais de apenas um dos geradores.

No sistema representado acima, a diferença de potencial elétrico Vc,a, entre os


terminais da associação, é igual à soma das diferenças de potencial elétrico (Vb,a +
Vc,b), entre os terminais de cada um dos geradores, ou seja:

Vc,a = Vb,a + Vc,b

4.10.2. Associação em paralelo de geradores

Uma associação de dois geradores em paralelo é utilizada para se obter uma


intensidade da corrente elétrica (i) que seja maior do que a intensidade da corrente
elétrica possível em um único gerador, sendo ela igual à soma das intensidades da
corrente elétrica (i1 + i2) em cada um dos geradores, ou seja;

i = i1 + i2

76
Figura 45 - Associação em paralelo de geradores

Como os dois geradores estão conectados aos mesmos terminais b e a, a


diferença de potencial entre os terminais b e a pode ser expressa em função da força
eletromotriz, da resistência interna e da intensidade da corrente elétrica em cada um
dos geradores.

4.11. MODO DE SINCRONIZAÇÃO

Duas máquinas para poderão funcionar em paralelo desde estejam na mesma


rotação, fase e amplitude de tensão.

Sabendo-se que o gerador elétrico produz tensão alternada (varia de +V a -V


entre fases) através de três terminais onde em cada um deles a tensão entre fases
não atinge o máximo ao mesmo tempo, e sabendo-se que os máximos estão
defasados em 120 graus, a sincronização só será possível se cada fase de uma
máquina coincida com a outra. Desta maneira, obtermos uma diferença de tensão
entre máquinas que se aproxima do zero.

Utiliza-se um sincronoscópios para medir a defasagem entre a máquina que


vai entrar e o barramento. Neste caso, quando as tensões e freqüências forem iguais
e o ponteiro do sincronoscópio passar pela posição das zero horas deve efetuar-se o
paralelismo, e tal pode ser efetuado por um robô.

77
O ponteiro do sincronoscópio deve estar a rodar devagar no sentido horário
indicando assim uma ligeira diferença entre as freqüências. Deve-se notar que o
sincronoscópio dá indicação apenas sobre uma fase não alertando para uma
possível seqüência errada.

No sincronoscópio existe uma marcação indicando quando as fases são


coincidentes, nesta hora é possível fechar o disjuntor da máquina. E recomendável
que a máquina que esteja entrando no barramento esteja ligeiramente mais
acelerada que o barramento para prevenirmos contra possível reversão de potência.

Figura 46 - Exemplo de sincronoscópio

A forma manual para realização do sincronismo passar por acelerar ou


desacelerar a velocidade da turbina de potência buscando a coincidência das fases.

Já na forma automática, a velocidade da máquina é controlada pelo


sincronizador. Ao mesmo tempo, há a verificação das tensões e fases, evitando-se
que o disjuntor seja fechado em um momento inapropriado.

4.12. SISTEMAS DE FUNCIONAMENTO

Os dois modos de se operar as tubinas não denominadas de “Droop” e


“Isócrono”. Tais modelos referem-se, particularmente, ao comportamento do "set-
point" do controle de velocidade da turbina de potência.

78
O modo "Droop" promove a diminuição do ajuste de velocidade da PT
proporcional à carga do gerador elétrico.

Freqüência

60HZ Droop

58HZ

56HZ

2 MW 6 MW 10 MW Potência

Figura 47 - Método Droop

Por sua vez, no modo de operação "Insócrono" não há variação de "set-point"


da velocidade da PT. Desta maneira, a freqüência do gerador elétrico se mantém
constante.

Freqüência

60HZ Isócrono

58HZ

56HZ

2 MW 6 MW 10 MW Potência

Figura 48 - Método Isócrono

Duas máquinas operando em paralelo "droop" exigem a aceleração manual


até que a carga desejada que o sistema seja mantida de forma estável. A condição
de estabilidade de operação é alcançada em qualquer divisão de cargas.

79
Droop x Droop
Freqüência

60HZ

58HZ

56HZ

2 MW 6 MW 10 MW
Potência

10 MW 2 MW

Figura 49 - Droop x Droop

A forma de operação Isócrono x Isócrono não permite a construção de uma


condição estável para as máquinas e, assim, não deve ser utilizada.

A terceira forma de operação é a Droop x Insócrono.

Droop x Isócrono
Freqüência

60HZ

58HZ

56HZ

2 MW 6 MW 10 MW
Potência

10 MW 2 MW

Figura 50 - Droop x Isócrono

80
Nesta forma de operação existe um equilíbrio e, assim, uma operação estável.
A máquina em Droop tem a sua potência fixa pela operação, enquanto que a
máquina que em isócrono absorve os transientes de carga.

81
CAPÍTULO 5 GERADOR ELÉTRICO

5.1. PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DE GERADORES SÍNCRONOS

Considere inicialmente uma bobina constituída por "N" espiras e imersa em


campo magnético Produzida por imãs permanentes.

Acionando-se o eixo de rotação, as espiras da bobina cortam as linhas do


campo e, pela lei Fundamental: da indução eletromagnética, uma força eletro motriz
(f.e.m.) é induzida nos condutores. Literalmente a f.e.m. (E) é diretamente
proporcional ao número de espiras da bobina (N), indução do campo magnético: (B),
velocidade periférica (v) é comprimento de cada condutor (L).

Figura 51 - Gerador síncrono elementar

Matematicamente podemos escrever que E= B.L.v.N.senα

Figura 52 - Pólos do gerador síncrono elementar

82
Na figura acima o gerador elementar possui 2 pólos fixos e uma bobina "ab"
que se movimenta em relação a esses pólos.

A indução magnética produzida pelos imãs permanentes possui distribuição


espacial que depende essencialmente da forma de superfície polar (sapata polar).
Com configuração adequada da sapata consegue-se maior concentração de
induções no centro do pólo e valores menores nas extremidades.

A distribuição senoidais de induções utiliza na construção de geradores, são


determinadas pelo desenho conveniente da sapata polar. A bobina "ab" movimenta-
se em relação ao campo de induções senoidal, resultando uma f.e.m. induzida
também senoidal, ou seja:

E= Bmáx. senwt. N.l.v. = Emáx. senwt

Sendo: Emáx = Bmáx. N. L. v

Figura 53 - Variação da f.e.m x tempo

Na figura acima o gerador elementar possui 2 pólos fixos e uma bobina "ab"
que se movimenta em relação a esses pólos.

A indução magnética produzida pelos imãs permanentes possui distribuição


espacial que depende essencialmente da forma de superfície polar (sapata polar).
Com configuração adequada da sapata consegue-se maior concentração de
induções no centro do pólo e valores menores nas extremidades.

83
A distribuição senoidais de induções utiliza na construção de geradores, são
determinadas pelo desenho conveniente da sapata polar. A bobina "ab" movimenta-
se em relação ao campo de induções senoidal, resultando uma f.e.m. induzida
também senoidal, ou seja:

E= Bmáx. senwt. N.l.v. = Emáx. senwt

Sendo: Emáx = Bmáx. N. L. v

Figura 54 - Gerador síncrono elementar quatro pólos

A ligação dos condutores das "N" espiras é realizada de maneira que a tensão
nos condutores "a" é somada à dos condutores "b" ou seja:

Vab = Va + Vb

Cada giro das espiras corresponde a um ciclo completo da tensão gerada.


Para que a tensão gerada seja de 60 Hz, é necessário que a espira gire 60 vezes em
1 segundo, ou ainda, 3.600 rotações por minuto (rpm).

Na figura acima encontra-se um gerador para quatro pólos observe que para
quatro pólos, a cada volta completa a espira excursiona sob dois pólos norte e dois
pólos sul, gerando dois ciclos. Portanto para a geração de 60 Hz é necessário que a
espira gire 30 vezes em 1 segundo ou seja 1.800 rpm.

84
Generalizando o raciocínio, pode-se concluir que para um gerador com "P"
pares de pólos girando a n rotações por minuto a freqüência de f.e.m. induzida em
hertz (Hz) é determinada por:

n.p
f =
60

Exemplo 1: Determinar a freqüência da tensão induzida em gerador de 12


pólos na rotação de 600 rpm.

Solução: Dados: P = 6 pares de pólos (12 pólos) n = 600 rpm então:

600.6
f = → f = 60 Hz
60

Exemplo 2 : Nos geradores para avião a jato que operam na freqüência de


400 Hz, determinar o número de pólos necessários para obtenção dessa freqüência,
sabendo que a turbina que aciona esse gerador gira a 24.000 rpm.

Solução: Dados: f = 400 Hz n = 24.000 rpm então:

24000. p
400 =
60

Portanto: p = 1 par de pólos Concluído: número de pólos = 2p = 2 pólos

85
5.2. GERADORES SÍNCRONOS TRIFÁSICOS ELEMENTARES

Figura 55 - Sistema trifásico de bobinas

O gerador trifásico é constituído por três bobinas com o mesmo número de


espiras, dispostas simetricamente no espaço, formando entre si um ângulo de 120º,
conforme mostra a figura acima. As bobinas inicialmente são independentes, não
possuindo ligação entre si. A nomenclatura dos terminais da bobina é definida por
P1, F1, P2, F2, P3, F3, respectivamente princípios e fim das bobinas 1, 2 e 3.

A distribuição de campo de indução magnética, produzido pelos imãs


permanentes é exatamente a mesma do gerador monofásico.

Nas bobinas 1, 2 e 3 são geradas tensões iguais, pois possuem o mesmo


número de espiras, as mesmas dimensões geométricas e são submetidas a um
único campo de induções, possuindo apenas uma defasagem entre si de 120º no
tempo, em função da posição espacial que ocupam.

Cada bobina é uma fase e, observando-se a figura acima nota-se que a f.e.m.
gerada nas fases são idênticas e defasadas de 120 º no tempo.

86
Figura 56 - Tensões geradas no sistema trifásico

5.3. PARTES DOS GERADORES SÍNCRONOS TRIFÁSICOS

5.3.1. Aspectos Construtivos do Gerador Síncrono Trifásico

Os geradores de uma forma geral possuem as seguintes parte básicas:

• Circuito magnético, o qual é responsável pela condução do fluxo


magnético;

• Enrolamento da armadura (induzido), nos quais circulam correntes que


serão responsáveis pela criação do campo magnético;

• Componentes mecânicos, os quais podem ser fixo, para suportar e


protegeras partes eletromagnéticas, e rotativas, para transmissão de energia;.

• Isolamento elétrico, composto de isolantes sólidos (como o papel e


vernizes) e são responsáveis pelo nível de tesão admissível entre as diversas partes
da máquina pela condução do fluxo magnético;

87
Figura – 57 Vista Explodida do Gerador Síncrono

5.4. GERADORES SÍNCRONOS TRIFÁSICOS DE PÓLOS FIXOS

5.4.1. Aspectos Construtivos dos Pólos fixos

O gerador síncrono trifásico é construído nas configurações de pólos fixos e


pólos rotativos. Os geradores de pequena potência são construídos com pólos fixos
e os de maior potência com pólos rotativos. A potência nominal, por esse motivo as
tensões e correntes de excitação têm valores bem inferiores aos valores de
armadura.

Devido à baixa potência de excitação e maior facilidade de isolação do


enrolamento da armadura, a construção com pólos rotativos é utilizada na maioria
dos casos. A alternativa de pólos fixos só é utilizada em baixas potências devido à
sua simplicidade construtiva. A figura abaixo mostra um corte no gerador de 2 pólos
fixos, indicando a nomenclatura das partes essenciais.

88
Figura 58 - Gerador de pólos fixos

A tensão induzida é gerada em condutores alojados numa peça de ferro


denominada de induzido ou armadura.

Os imãs permanentes da descrição do gerador elementar são substituídos por


peças de ferro e bobinas de excitação, que se comportam como eletroímãs.

Os pólos são fundidos em peças únicos ou construídos com chapas


laminadas empacotadas sob pressão.

O rotor é constituído por pacotes de chapas laminadas de ferro com


impurezas de silícios a fim de reduzir as perdas no ferro durante o funcionamento.

Nas ranhuras ou canais estão dispostas as bobinas que constituem as três


fases para o gerador trifásico ou apenas uma fase para o monofásico. Através das
escovas e anéis coletores é retirada a tensão gerada para alimentar a carga.

5.5. GERADORES SÍNCRONOS TRIFÁSICOS DE PÓLOS ROTATIVOS

5.5.1. Aspectos Construtivos dos Pólos Rotativos

No gerador síncrono com disposição para pólos rotativos e armadura fixa, a


tensão gerada é análoga ao descrito no item anterior, para pólos fixos.

Os pólos de excitação, produzidos pela corrente de campo (Iex) giram no


interior da bobinas fixas, gerando tensão monofásica ou trifásica, conforme a
disposição espacial das bobinas da armadura. Através de anéis coletores e escovas,

89
as bobinas de excitação são alimentadas por c.c. e a tensão alternada gerada é
retirada no estator, conforme mostra figura.

Os fenômenos de variação do nível de excitação e potência fornecidas ao


gerador quando da colocação de carga, são idênticos aos descritos para o gerador
de pólos fixos.

Figura 59 - Gerador de pólo rotativo

5.5.2. Pólos Salientes

Os pólos podem ser sólidos ou laminados dependendo dos esforços


mecânicos e do tipo de operação da maquina.

Os pólos sólidos apresentam uma baixa resistência elétrica e, assim,


proporcionam a circulação de correntes parasitas (existentes devido aos harmônicos
de fluxo) com valores relativamente altos. Desta forma, atuam como o enrolamento
gaiola de um motor de indução, quando de eventualidade de condições de
assíncrona. Por outro lado os pólos laminados limitam as correntes parasitas e em
conseqüência, também seu efeito de amortecimento. Neste caso é necessário
empregar-se um enrolamento amortecedor para requerida estabilidade de operação.

90
Figura 60 – Pólos Salientes Sólidos

O método de fixação dos pólos à aranha do rotor depende dos esforços


causados pela força centrifuga desenvolvida em sobrevelocidade máxima ou na
velocidade de disparo. Para as máquinas de médio e grande porte é comum usar-se
pólos que podem ser retirados axialmente e que são encaixados em rasgo par.

Figura – 61 Roda Polar Prepara Para Inserção no Estator

91
5.5.3. Funcionamento do Gerador Sem Carga. (em vazio)

Alimentando-se as bobinas dos pólos com fonte de c.c. obtém-se o campo


magnético que depende da corrente de excitação. As bobinas são dispostas de
modo a gerar idêntico número de pólos norte e sul. As linhas de campo atravessam o
entreferro, o rotor fecha-se pela coroa. Acionando-se o eixo da armadura as bobinas
cortam as linhas de campo, gerando uma tensão alternada monofásica ou trifásica.

Em alternadores trifásicos as bobinas das fases são conectadas em estrela ou


triângulo, conforme mostra os esquemas da figura abaixo.

Figura 62 - Ligações em estrela e triângulo

As características principais das ligações são as seguintes:

Ligações Estrela:

VL = 1,732. Vf (Tensão de Linha = 1,732. tensão de fase)

IL = If (Corrente de linha = corrente de fase)

Ligações Triângulo: Vl = Vf (tensão de linha = tensão de fase)

IL = 1,732. If (corrente de linha = 1,732. corrente de fase)

92
Resumindo o exposto, a tensão gerada depende da intensidade das induções
de campo magnético e, para geradores com eletroímãs, da corrente que circula nas
bobinas de campo ou corrente de excitação (Iex).

Figura 63 - Características em vazio do gerador

A relação entre tensão gerada em vazio (V0) e corrente de excitação (Iex) é


característica de vazio e possui aspecto da figura.

Observe-se que a tensão é praticamente linear com a corrente de excitação


até próximo a 70% da tensão nominal. Acima deste ponto, os materiais ferro-
magnéticos apresentam saturação e a tensão possui crescimento menor para
acréscimo de excitação. Normalmente os geradores operam no início da faixa de
saturação a fim de facilitar a regulação.

5.5.4. Funcionamento em carga

O gerador elétrico é um equipamento eletromecânico que converte energia


mecânica em energia elétrica. A carga do gerador também é um equipamento
conversor de energia.

Os exemplos mais comuns são as lâmpadas que convertem energia elétrica


em energia luminosa estufas que convertem energia elétrica em energia térmica e os

93
motores elétricos que convertem energia elétrica em energia mecânica. Através da
tensão e corrente elétrica, o gerador envia energia aos conversores de carga. Para
um nível de tensão fixo, por exemplo, 220V, quanto maior a corrente elétrica, maior a
energia transmitida.

As cargas nem sempre são constituídas por elementos puramente resistivos e


normalmente possuem indutâncias e capacitâncias associadas que armazenam
energia nos campos elétricos ou magnéticos.

O ideal seria que toda energia elétrica fornecida pelo gerador à carga fosse
convertida, porém, parte da energia é armazenada nos campos elétricos ou
magnéticos e devolvida em seguida ao gerador, sem sofrer conversão.

Assim sendo, acorrente circula entre o gerador e a carga sem conversão de


energia elétrica para outra forma. Essa corrente que apenas circula entre gerador e
carga, não transportando energia efetivamente, denomina-se energia reativa.

A potência reativa será indutiva ou capacitiva, conforme o caráter da carga,


indutivo ou capacitivo, respectivamente. A potência efetivamente entregue a carga é
potência ativa.

Resumindo, o gerador fornece energia a um conversor que poderá ter caráter


reativo. Parte da energia entregue é convertidas em energia luminosa, térmica,
mecânica, etc., e parte é armazenada no campo magnético (indutor) ou elétrico
(capacitor) e devolvida ao gerador.

Evidentemente, quando o fornecimento de energia do gerador é de potência


ativa, o motor acionante (diesel, turbina, etc,) fornece energia mecânica ao eixo para
a conversão em energia elétrica.

Quando o gerador alimenta cargas reativas, o motor acionante não é


solicitado pois o gerador não entrega, efetivamente energia à carga. A potência
reativa altera apenas a excitação e o comportamento do gerador sob carga pode ser
descrito como segue.

94
5.5.5. Cargas Puramente Resistivas

São cargas que convertem toda energia elétrica recebida e, portanto, não
trocam energia com o gerador. O motor acionante fornece energia mecânica ao
gerador através do aumento da injeção (combustível vapor ou água). Quanto ao
comportamento magnético, o gerador possui em vazio a indução principal (Bp),
produzida pelo seu sistema de excitação.

Quando o gerador alimenta uma carga resistiva, as correntes de carga


provocam induções de reação na armadura (Br) transversalmente a indução principal
(Bp), e a indução total (Bt) da máquina, é a resultante, conforme mostra a figura A
indução de reação comporta-se com dois pólos, norte e sul, colocados de maneira a
não perturbar a indução principal.

Devido aos efeitos de saturação e perdas internas da resistência dos


enrolamentos da armadura, é necessário aumentar a corrente de excitação para
manter a tensão nos terminais idênticos a de vazio.

Figura 64 - Carga puramente resistiva

95
5.5.6. Cargas Puramente capacitivas

São cargas que apenas armazenam energia no seu campo elétrico e a


devolvem integralmente ao gerador. Como o gerador efetivamente não entrega
energia à carga, o motor acionante não é solicitado e a injeção do combustível é a
mesma para o funcionamento do gerador em vazio.

Figura 65 - Carga puramente capacitiva

Quanto a excitação, as correntes de carga provocam a indução da armadura


(Br) que se soma com a indução principal (Bp), e a indução total (Bt) é a resultante,
conforme mostra a figura acima.

A indução de reação (Br) comporta-se como dois pólos, norte e sul, que gera
um campo magnético no mesmo sentido do campo principal (Bp). Assim sendo,
mesmo com perdas na resistência do enrolamento da armadura, é necessário
diminuir a corrente de excitação para manter a tensão nos terminais do gerador
idêntica a de vazio.

5.5.7. Cargas Puramente Indutivas

São cargas que apenas armazenam energia no seu campo magnético e


devolvem integralmente ao gerador. Como o gerador não entrega efetivamente

96
energia a carga, o motor acionante é solicitado e a injeção é a mesma do
funcionamento do gerador em vazio.

Quanto à excitação, as correntes de carga provocam a indução de armadura


(Br) que se opõem a indução principal (Bp). A indução total (Bt) da máquina é a
resultante, conforme mostra a figura abaixo.

A indução de reação (Br) comporta-se como dois pólos, norte e sul, que
geram um campo magnético no sentido oposto ao campo principal (Bp). Para
compensar essa desmagnetização e conseqüentemente manter a tensão constante
nos terminais, é necessário um grande aumento da corrente de excitação.

Figura 66 - Carga puramente indutiva

5.5.8. Cargas com Caráter Indutivo

São cargas que consomem potência ativa e ainda trocam energia com o
gerador. A energia ativa que realmente o gerador entrega à carga comporta-se como
carga puramente resistiva, e a energia reativa.

97
Apenas para efeito de registro, na figura é indicado o diagrama de fatores da
tensão e corrente do gerador e o triângulo de potência. O co-seno do ângulo entre a
corrente ativa Ip e o corrente IG é denominado de fator de potência da carga.

Figura 67 - Fatores de tensão, corrente e potência para cargas de caráter indutivo

Um gerador elétrico que fornece 100 Kva com fator de potência de 0,8,
alimenta uma carga que absorve 80 Kw de potência ativa e 60 KVAR de potência
reativa (carga de cárater indutivo).

Devemos aumentar a excitação para manter a tensão nos terminais do


gerador constante devido aos reativos, e o motor acionante deverá fornecer a
potência de 80 Kw e as perdas de operação do gerador. A figura acima indica a
variação de corrente de campo com diversas cargas afim de manter a tensão do
gerador constante.

Figura 68 - Variação de corrente de campo com carga para manter tensão constante

98
5.5.9. Reatância da Armadura

Quando uma corrente alternada é aplicada a uma bobina, é produzido um


campo magnético alternado ao redor da bobina, enlaçando-a Este campo magnético
se opõe a variações da corrente que está circulando, induzindo na bobina uma
tensão que se opõe à tensão aplicada. Esta oposição à corrente é chamada de
reatância indutiva XL = 2π.f.L sendo expressa em ohms.

A corrente que circula no gerador provoca uma queda de tensão que é igual
ao produto da corrente pela reatância indutiva:

∆ V = I . XL

5.6. GERADORES SÍNCRONO TRIFÁSICO: SISTEMA DE EXCITAÇÃO


ESTÁTICO

O sistema de excitação estático é constituído por gerador síncrono controlado


por um componente eletrônico, totalmente em estado sólido, denominado excitatriz
estática.

A excitatriz verifica a tensão de saída do gerador e alimenta o campo com c.c.,


necessária para manter constante a tensão nos terminais para qualquer carga e fator
de potência.

No inicio do processo, ou escorvamento, o gerador é acionado na rotação


nominal. As partes de ferro do gerador retém certo nível de indução remanente,
mesmo quando a corrente de excitação é nula. A tensão gerada, apenas por indução
remanente, normalmente é superior a 5V e suficiente para sensibilizar a excitatriz
estática.

Se a excitatriz verificar que a tensão de saída é baixa, ela ajusta a corrente de


excitação necessária para que a tensão decorrente da colocação ou retirada de
cargas é corrigida automaticamente pela excitatriz, através do fornecimento de maior
ou menor potência de excitação.

99
Figura 69 - Sistema Excitação Estático

5.7. GERADOR SÍNCRONO TRIFÁSICO: SISTEMA DE EXCITAÇÃO


"BRUSHLESS"

No sistema "brushless" a potência para excitação do gerador é obtida através


de um gerador trifásico de pólos fixos e ponte retificadora rotativa

100
A tensão de saída do gerador permanece constante pelo controle de um
componente em estado sólido, denominado "Regulador de Tensão".

O regulador "verifica" a tensão de saída e alimenta o campo do excitador com


a corrente necessária para gerar tensão c.a., que depois de retificado por retificador
rotativo, alimenta o campo do gerador.

O método para escovamento é idêntico ao sistema de excitação estático. O


excitador fornece a potência de excitação e o regulador eletrônico apenas executa o
controle do gerador, para manter a tensão nos terminais constante, para qualquer
nível de carga e fator de potência.

O sistema "brushless" dispensa o uso de escovas, porta-escovas ou qualquer


outro sistema mecânico de contato, pois a interação entre campo e armadura do
gerador e excitador é efetuado por campo magnético.

Figura 70 - Sistema Excitação "Brushless"

101
As principais vantagens do sistema "brushless" sobre o sistema estático são:

1) Não utiliza escovas e porta-escovas;

2) Não introduz interferências geradas pelo mau contato;

3) Introduz menor interferência devido ao chaveamento do tiristor do regulador


comparado com o tiristor da excitatriz;

4) Manutenção reduzida, solicitando cuidados apenas na lubrificação dos


rolamentos;

5) O sistema "brushless" admite com facilidade o controle manual;

Como desvantagem do sistema "brushless", pode enumerar as que seguem:

6) O sistema "brushless" possui resposta mais lenta que o sistema estático,


devido ao campo do excitador;

Assim sendo, para partida de motores de indução, normalmente a queda de


tensão para geradores "brushless" é maior do que para geradores estáticos.

7) A pesquisa de defeitos no sistema "brushless" é mais trabalhosa;

8) O sistema "brushless" é cerca de 10% mais caro que o sistema estático

5.8. CONDIÇÃO PARA PARALELISMO DE GERADORES

Quando duas fontes de potência são colocadas em paralelo, a tensão do


sistema e de cada fonte serão iguais, enquanto que a capacidade de potência do
sistema será a soma das capacidades das unidades em paralelo. Isto significa que
operando-se duas ou mais unidades em paralelo, a tensão do sistema pode ser
mantida no valor desejado, e a capacidade de carga do sistema, aumentada.

102
Unidades de diferentes potências nominais podem ser paraleladas desde que
as tensões individuais sejam as mesmas e que elas possam dividir a carga
proporcionalmente as suas capacidades individuais.

Desta forma, a operação em paralelo de geradores apresenta como


vantagens:

a) Aumento da confiabilidade, pois, em caso de problema com um gerador,


as cargas serão alimentadas pelas unidades restantes;
b) Há uma maior facilidade de se estabelecer programas de manutenção das
máquinas, pois é possível manter se as unidades como reserva;
c) Como a carga total é dividida entre as máquinas, os seus tamanhos e
custos são menores, bem como o transporte fica facilitado;
d) A operação das máquinas pode ser otimizada em função do
comportamento da carga e da fonte de energia primária, ou seja, é
possível sempre estabelecer um rendimento ótimo para condições
específicas.

Existem cinco condições que devem ser atendidas por dois ou mais geradores
para que possam ficar em paralelos:

1) Eles devem ter a mesma seqüência de fases.

2) Eles devem operar a mesma freqüência.

3) Eles devem operar a mesma tensão.

4) Eles devem ser sincronizados, isto é, devem estar em fase.

5) Eles devem ter a mesma forma de onda.

Condição 1 – Mesma Seqüência de Fase

A seqüência de fase é determinada pelas condições com o barramento. A


fase A da primeira fonte deve encontrar a fase A da segunda fonte. A fase B de uma
com a fase B da outra e a fase C com fase C.

103
Figura 71 – Mesma Seqüência de Fase

Esta condição é crítica, e se não for atendida, toda potência magnética


armazenada no estator tentará causar uma rotação na direção reversa do rotor.

A ordem da seqüência de fases pode ser ABC ou BAC. Para o paralelismo o


importante é que as fontes tenham a mesma seqüência de fases: ABC com ABC ou
BAC com BAC.

Condição 2 – Mesma Freqüência

A segunda condição para paralelismo é que ambos os geradores devem


operar na mesma freqüência. Na figura abaixo, pode-se ver que o turbo gerador 2
(TG2) está com a freqüência (velocidade de rotação) maior que o turbo gerador 1
(TG1).

Figura 72 – Mesma Freqüência

104
Para igualar a freqüência do gerador com a freqüência da barra ajuste a
velocidade do acionador através da chave de controle de freqüência existente no
painel de controle.

A figura mostra os dois geradores rodando com a mesma velocidade e em


fase.

Figura 73 – Mesma Velocidade em Fase

Condição 3 – Mesma Tensão

A terceira condição, tensões iguais, é obtida pelo ajuste da corrente de


campo do gerador, atuando-se na chave de ajuste de tensão localizado no painel de
controle. A figura abaixo mostra tensões com diferença tanto na amplitude quanto na
freqüência.

105
Figura 74 – Mesma Tensão

Condição 4 – Os sinais deverão estar em Fase (Sincronizados)

É possível ter-se tensões e freqüências iguais e ainda ter-se os sinais


defasados (fora de fase). A figura abaixo mostra dois sinais de tensão de mesma
amplitude e mesma freqüência, pois os dois rotores completam uma revolução no
mesmo intervalo de tempo.

Figura 75 – Fora de Fase

O ângulo de fase, entretanto, não é zero. O ângulo de fase é a diferença em


graus elétricos entre os sinais senoidais das tensões dos dois geradores. O ângulo
de fase deve ser próximo de zero quando do fechamento do disjuntor. Sinais
senoidais com diferentes ângulos de fase são ilustrados abaixo.

106
Figura 76 – Gráficos de Fases

Condição 5 – Mesma forma de onda.

Dois geradores que estão em paralelo ou que estejam atendendo as


condições para serem postos em paralelos são mostrados na figura a seguir.

Figura 77 – Mesma Forma de Onda

107
A operação de sincronização e o estabelecimento do paralelismo pode ser
feita automaticamente através do sincronizador automático ou manualmente.

O sincronizador automático deve receber sinal de tensão das duas fontes a


serem paraleladas, a fim de compará-los e enviar os comandos para a correção da
freqüência e/ou da tensão do grupo gerador que vai entrar em paralelo.

Quando é feito o sincronismo manual, o operador deve observar os


instrumentos de sincronização, que são:

• Voltímetro Duplo: indica a tensão da barra e do gerador que vai entrar


em paralelo.

• Freqüêncímetro Duplo: indica a freqüência da barra e do gerador que


será paralelado

• Sincronoscópio: indica o instante em que as fontes estão em fase, e


pelo sentido do giro de seu ponteiro, também indica se o gerador está com a
freqüência maior ou menor do que a da barra.

Figura 78 – Instrumentos de Sicronização

Observando os instrumentos de sincronização o operador corrige a tensão e


a freqüência do grupo gerador a ser paralelado, e quando o sincronoscópio indicar
que as fontes estão em fase é dado o comando manual para o fechamento do
disjuntor do gerador.

108
Esta operação normalmente é supervisionada pelo relé de verificação de
sincronismo (função 25), que impede que o disjuntor receba o comando de
fechamento se as condições de sincronismo não estiverem satisfeitas.

É usado um único conjunto de instrumentos de sincronização para atender


todos os grupos geradores. Através de uma chave seletora são enviados somente as
tensões da barra e do gerador envolvidos na operação.

Figura 79 – Condição de Sincronização do TG-A

5.9. GERADORES OPERANDO EM PARALELO

5.9.1. Divisão de Carga Ativa

Para que a divisão de carga se processe é necessário alterar ligeiramente o


“set- point” de freqüência. Assim, para reduzir a potência fornecida por uma
máquina é necessário diminuir a referência de freqüência e para aumentar a carga é
necessário aumentá-la.

Ao operarmos duas máquinas em paralelo onde ambas estejam em “droop”,


o operador necessita apenas de acelerar a máquina manualmente até a carga
desejada que o sistema se mantém de forma estável. Em uma condição transitória,
onde uma carga seja introduzida no sistema, ambas máquinas tenderão a absorver
parte do esforço extra.

109
Figura 80 – Condição de Estabilidade de Operação

A condição de estabilidade de operação é alcançada em qualquer divisão de


cargas. Para o caso descrito anteriormente a potência total é de 10 MW e dividimos
igualmente 5 MW para cada TG, porém poderíamos operar em 8 e 2 MW ou até 1 e
9 MW.

Para a condição onde ambos os TG´s estão em isócrono a condição estável


nunca é alcançada. Neste caso é necessário ativar uma malha secundária de
controle de velocidade que execute a divisão de carga ativa (“Load Sharing”).

Figura 81 – Condição de Droop x Droop

110
Para a condição em que se tem uma máquina em isócrono e a outra em
droop é fácil observar que também temos um ponto de equilíbrio na operação, logo
temos a operação estável. Uma das vantagens deste modo de operação é promover
a limitação de esforço em um TG que por ventura esteja com algum problema.

Figura 82 – Condição de Isócrono x Droop

A máquina que está em droop tem a sua potência fixa pela operação, e a
máquina que está em isócrono fica absorvendo todos os transientes de carga.

5.9.2. Divisão de Carga Reativa

Assim como existem dois modos de controlar a divisão de potência ativa dos
geradores (isócrono e droop), existem também dois modos de controlar a divisão de
potência reativa: “droop” e “não droop” (no droop).

Com o método droop, a divisão de cargas reativas é conseguida ajustando-se


cada grupo gerador separadamente, para que todos os grupos tenham a mesma
queda de tensão para a mesma carga reativa neles aplicada (ajuste do droop).

111
Figura 83 – Droop para Carga Reativa

A seguir é mostrada a ligação dos TC´s de compensação de reativos para o


método droop.

Figura 84 – Ligação para compensação de Reativos em Droop

No método “no droop” a tensão se mantém constante, não havendo queda


de droop tensão quando se aplica carga reativa no gerador. Neste método existe no
AVR um circuito específico para a divisão de reativos.

Figura 85 – No Droop para Carga Reativa

112
A seguir é mostrada a ligação dos TC´s para a divisão de reativos. Observar
que eles são ligados em série e são curto-circuitados quando o disjuntor do grupo
gerador está aberto.

Figura 86 – Ligação para compensação de Reativos em “no Droop”

5.10. PROTEÇÃO DOS GERADORES

O gerador elétrico, sendo um dos equipamentos mais dispendiosos numa


central elétrica, deverá ser cuidadosamente protegido mediante relés, contra as
seguintes condições anormais:

• Curto-circuito no enrolamentos;

• Circuitos abertos nos enrolamentos;

• Sobreaquecimento nos enrolamentos;

• Motorização (potência inversa)

• Perda de excitação;

113
• Sobreaquecimento nos mancais;

• Operação com correntes desbalanceadas;

• Sobre e sub-tensão;

• Sobrevelocidade;

• Perda de sincronismo.

Vários sistemas de relés foram estudados e projetados, sendo os mesmos


hoje em dia amplamente aplicados, com a finalidade de proteger os geradores
elétricos contra tais anormalidades de funcionamento. Cada um desses sistemas
tem, evidentemente, sua função específica.

De acordo com as diretrizes para projetos de instalação marítimas de


produção a proteção dos geradores principais deverá ser a mais simples possível,
projetada para garantir que na ocorrência de um defeito a integridade pessoal dos
operadores e das instalações seja preservada.

Para geradores com potência superior a 1000 KVA é recomendada a


seguinte proteção mínima:

26 - Dispositivo de proteção térmica (utilizado para proteção de


sobreaquecimento dos enrolamentos, núcleo e mancais) , atua no relé 86 B e toca
alarme/sinaliza.

32 - Relé de Potência inversa (Motorização), abre disjuntor da unidade e


alarme/sinaliza.

40 – Relé de Falta de campo (Perda de excitação), atua no relé 86 B e toca


alarme/sinaliza.

46 – Relé de Seqüência negativa, atua no relé 86 A e toca alarme/sinaliza.

49 – Relé Térmico para mancais e enrolamentos, atua no relé 86 B e toca


alarme/sinaliza.

114
51V – Relé de Sobrecorrente temporizado com restrição de tensão, atua no
relé 86 B e toca alarme/sinaliza.

58 – Relé de Falha da ponte retificadora, atua no relé 86 A e toca


alarme/sinaliza.

59G – Relé de Sobretensão no neutro, atua no relé 86 B e toca


alarme/sinaliza. Com aterramento por alta impedância, o relé deverá atuar sobre um
relé 62 para temporizar sua atuação sobre o relé 86 B.

60 – Relé de Desbalanço de tensão, libera o relé 51V e toca alarme/sinaliza.

86 A – Relé de bloqueio, abre disjuntor e toca alarme/sinaliza. Rearme


somente manual.

86 B – Relé de bloqueio, abre disjuntor da unidade, abre disjuntor de campo,


desliga o AVR, desliga a turbina ou motor e toca alarme/sinaliza. Rearme somente
manual.

87 P – Relé de Proteção diferencial percentual (Curto-circuito nos


enrolamentos ou circuitos abertos), atua no relé 86 B e toca alarme/sinaliza.

95 – Relé de Proteção contra vibração elevada, atua no relé 86 A e toca


alarme/sinaliza.

115
Figura 87 – Diagrama de Proteção do Gerador

116
CAPÍTULO 6 CONTROLE DE COMBUSTÍVEL DOS TG’S
6.1. CONTROLE DE COMBUSTÍVEL DOS TURBOGERADORES A GÁS

Funções

O Sistema de controle de combustível tem as seguintes funções:

6.1.1. Gerar a rampa de partida.

Durante a fase partida, a máquina é acelerada conforme a Rampa de Partida


até atingir a velocidade de Idle, ou seja, a velocidade de sustentação no qual os
gases formado pelo Gerador de Gás (GG) auto sustenta a rotação do GG e com isso
o sistema de partida pode ser desligado.

NGG

Zona de Surge

Fase de Fase de Fase de Fase de Tempo


Purga Partida Idle Operação (s)

Figura 88 – Rampa de Partida Típica

A aceleração da máquina durante a partida atenderá a um limite superior de


máxima aceleração e um limite inferior de mínima aceleração. O superior é para
evitar que a máquina entre na zona de surge e o inferior é para garantir a passagem
rápida pela velocidade crítica, evitar que a chama apague (flame out) e também
aliviar o esforço do motor de partida. Ambos os limites evita que a turbina seja
submetida a grandes gradientes de temperatura, o que poderá levar a desgaste
prematuro dos componentes da seção quente da turbina.

117
6.1.2. Controlar a injeção de combustível

A turbina a gás transforma a energia potencial do combustível em energia


mecânica solicitada pela carga. Energia na unidade de tempo é potência, e potência
é torque multiplicado pela velocidade, então a turbina deverá fornecer o torque
correto na velocidade solicitada pela carga, e isto é feito pela correta injeção de
combustível.
COMBUSTÍVEL GASES DE
PERDAS EXAUSTÃO
ENERGIA POTENCIAL

PT
GG

AR
ENERGIA
MECÂNICA

P=τ x ω

TURBINA A GÁS

Figura 89 – Balanço simplificado de Energia

6.1.3. Limitar a aceleração durante a operação

A limitação de máxima aceleração (accel) é para evitar o fenômeno de stall. A


limitação de mínima desaceleração (disaccel) é para evitar o apagamento da chama,
também chamado de “Minimum Fuel Demand” e é mais importante no
turbogeradores devido a grande variação de carga que o sistema está sujeito,
principalmente quando da abertura do disjuntor principal.

6.1.4. Limitar na máxima rotação GG (NGG), máxima rotação PT (NPT) ou


máxima temperatura dos gases de exaustão (EGT)

A potência disponível no eixo da PT é diretamente proporcional a pressão e


temperatura dos gases, portanto quando maior for a potência solicitada maior será a
pressão de ar do compressor GG (PCD), ou seja, maior será a rotação do gerador de

118
gás (NGG) e maior será temperatura dos gases de exaustão (EGT). Devido a
limitações mecânicas e metalúrgicas dos componentes da turbina, principalmente da
parte quente (hot section), tais como injetor (fuel injector), câmara de combustão
(combustor), peça de transição (transition piece), aleta (nozzle), palheta (blade) e
disco (disk). O controle não pode permitir o aumento da potência solicitada quando
estamos preste a atingir os limites mecânicos e metalúrgico. Para isto, existem os
circuitos de limites de velocidades GG e PT e limite de temperatura EGT.

6.2. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE CONTROLE DE COMBUSTÍVEL


DURANTE A RAMPA DE PARTIDA.

Durante a partida (fase de ignição) quem comanda o governor da máquina é


a rampa de partida (Figura 72), que cresce em função do tempo, porém pode,
também, ser depende da rotação corrigida de GG e/ou da pressão PCD.

O sinal passa através do PID PT que nesta fase funciona como um seguidor,
ou seja, a saída do PID de PT segue exatamente a rampa de partida. O sinal chega
no Seletor de Menor.

Nesta fase a rotação GG (NGG) é menor que o set-point (SP) de máxima


NGG, como também a temperatura dos gases de exaustão (EGT) está abaixo do
set-point de limitação EGT. Portanto os controladores PID’s de NGG e EGT estão
“saturados”, ou seja, o sinal da rampa é menor que os sinais oriundos desses PID’s.

Em condição normal, o sinal da rampa é menor que o sinal de máxima


aceleração (accel), portanto é o sinal da rampa que é escolhido e enviado ao Seletor
de Maior.

Em condição normal, o sinal é maior que o sinal de mínima


aceleração(disaccel). Nesta face de partida o sinal de mínima abertura é zero, só
após a turbina atingir a rotação de Idle é que estabelecido o valor. Portanto o sinal
da rampa é o sinal de saída do Seletor de Maior, e que comanda a válvula de
combustível.

119
A rampa acelera a máquina até a rotação PT chegar ao valor do seu set-
point, que nesta fase é maior que é velocidade de Idle e menor que a velocidade
normal de controle. Está fase em algumas máquinas é chamada de Warm-up.

Quando a rotação PT (NPT) atinge, pela primeira vez, o valor de set-point de


rotação PT, o PID de NPT passa de seguidor para controlador. A transferência de
seguidor para controlador é feita sem variação brusca (bump less transfer) do sinal
de saída do PID. Ocorrido um tempo pré determinado a máquina acelera até a
rotação de controle.

O sinal de saída do PID de PT começa a controlar a rotação da turbina, ou


melhor, a potência fornecida pela máquina.

6.3. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE CONTROLE DE COMBUSTÍVEL


DURANTE A OPERAÇÃO DO TURBOGERADOR.

Em um turbogerador o essencial é manter a freqüência elétrica independente


da potência elétrica fornecida, ou seja, manter a rotação PT “constante” e igual ao
set-point (SP) de NPT.

O aumento da demanda de carga do Gerador Elétrico representa maior peso


no eixo da PT, ou seja, a rotação PT (NPT) começa a diminuir, o que significa queda
da freqüência. O controlador PID de NPT ao comparar a rotação PT (PV) com o seu
set-point (SP) aumentará o sinal de saída (CV), que será menor que as saídas (CV’s)
dos PID’s de NGG e EGT, já que a máquina não está limitada, portanto o sinal
escolhido pelo Seletor de Menor Sinal será o sinal oriundo do PID de PT. Com o
aumento do sinal temos o incremento da abertura da válvula de controle de
combustível do governor e o conseqüente aumento da injeção de combustível
acelerando a turbina de potência (PT), portanto recuperando a freqüência e
aumentando a potência fornecida.

120
Combustível

Governor
Ar Filtrado
Turbina de
Potência Gases
Gerador de
de Gás Combustor
Exaustão

T1 R
o
t
o Ao
Rotor do Compressor r Gerador
H
Elétrico
P

PCD
NGG EGT NPT

mA/U
U/mA
R/U F/U Mv/U F/U

Acell
Disaccel PV PCD T1
D A CV
PV PID
PID
SP CV EGT máx.
SP

NGG máx.
CV PV
PID
SP

Seletor de Menor Isocronus

Mínima
abertura do
Governor Rampa de Referência Fator de
Seletor de Maior Partida fixa de Droop
Freqüência

PCD T1 NGG PCD ou


Potência Elétrica

Figura 90 – Diagrama simplificado do controle de combustível em Turbogerador

A saída de carga elétrica representa menor peso no eixo de PT, ou seja, a


rotação PT começa a aumentar, o que significa a freqüência subir. O Controlador
PID de NPT diminuirá o sinal de saída, , como este sinal é menor do que os outros

121
sinais no Seletor de Menor teremos a redução da abertura da válvula de controle de
combustível do governor, reduzindo a injeção de combustível que reduz a rotação
PT, portanto reduzindo a freqüência.

O crescimento do consumo elétrico acarreta a aceleração da máquina,


consequentemente a rotação GG e a temperatura EGT aumentarão. Com a continua
solicitação de potência, uma das duas variáveis citadas atingirá o valor máximo
setado pelo set-point, o controlador PID, que estava “saturado” começa a diminui o
sinal de saída e que passará a ser menor do que o sinal de saída do PID de NPT,
este será o menor sinal no Seletor de Menor e assume o controle da válvula de
combustível, evitando de a máquina acelere e aumente a rotação GG ou temperatura
EGT acima de seus valores máximos, mantendo a integridade da máquina. Nesta
condição a freqüência tende a cair.

Quando da entrada de uma grande carga a turbina tenderá a acelerar


bruscamente, o que corresponde a um súbito aumento do sinal de saída do PID de
PT. Se este sinal for maior que o sinal de máxima aceleração, no Seletor de Menor,
há a necessidade de limitar a aceleração. O circuito de Accel manterá o seu sinal
menor que o sinal de saída do PID de PT limitando a aceleração da turbina.

Na saída de uma grande carga a turbina tenderá a desacelerar bruscamente,


o que corresponde a uma súbita diminuição do sinal de saída do PID de PT. Se
houver necessidade de limitar a desaceleração, o sinal de mínima aceleração do
circuito de Disaccel será o maior sinal no Seletor de Menor e com isto limitará a
desaceleração da turbina. Caso a desaceleração seja muito brusca (ex.
desligamento do disjuntor principal) a ponto de tender a fechar por completo a
válvula de controle de combustível, o circuito de mínima abertura da válvula não
permite que isso aconteça pois poderia acarretar no apagamento da chama de
combustão.

O segundo é o modo droop, neste modo o set-point de PT é reduzido com o


aumento da potência fornecida pela turbina, ou seja, admita-se um pequena
“redução” da freqüência com o aumento da potência elétrica. Neste modo é possível
paralelar as máquinas, já que elas podem operar com diferenças entre os valores

122
dos set-points. A que tem rotação maior irá “roubar” carga da que tiver rotação
menor, porém ao “roubar” a carga, ou seja, ao aumentar a potência fornecida o seu
set-point diminui forçando-a a ceder carga. A que tem rotação menor ao “ceder”
carga irá aumentar o set-point e consequentemente irá recuperar a carga cedida.

A redução do set-point é função do aumento da potência elétrica ou da


pressão de descarga do compressor GG (PCD). Está redução chamamos de fator de
droop, e é calculado dividindo o delta de freqüência (freqüência com “0” de potência
subtraído da freqüência na máxima potência) pela freqüência normal de trabalho, no
nosso caso é 60 Hz.

123
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

TRABALHO DE OPERAÇÃO DO TURBOGERADOR

Esta seção descreve detalhadamente os dados de desempenho normalmente


previstos do gerador de gás quando em operação dentro dos limites apresentados
no prefixo do Volume 1. Os ajustes para correção de desempenho do gerador de gás
geralmente são necessários somente quando os componentes tiverem sido
renovados.
REGISTRO DA VERIFICAÇÃO DO GERADOR DE GÁS EM MARCHA
LENTA
1. Estação
2. Núm. do gerador de gás
3. Data
4. Horário inicial
5. Horário final
6. Tempo para acender as luzes de partida (segundos)
7. EGT (Temperatura do gás de escape) máxima
8. PI de velocidade em marcha lenta (rpm)
9. Período de desaceleração a partir da marcha lenta (segundos) para os dois
carretéis
REGISTRO DE LEITURAS DE INSTRUMENTOS EM OPERAÇÃO DE
POTÊNCIA
É necessário um período mínimo de 20 minutos de funcionamento sob
condições estáveis antes da tomada das leituras de instrumentos.
1. Temperatura de ar ambiente
2. Pressão barométrica
3. Temperatura de ar de admissão
4. Velocidade do compressor de PI
5. Velocidade do compressor de AP
6. EGT de temperatura de entrada da turbina de potência
7. Pressão de distribuição de óleo do gerador de gás

124
8. Temperatura do óleo do gerador de gás
9. Pressão de recuperação do gerador de gás
10. Pressão hidráulica do gerador de gás
11. Pressão diferencial do filtro
12. Amplitude de vibração do gerador de gás
13. Umidade relativa

DADOS DE CORREÇÃO DE DESEMPENHO DO GERADOR DE GÁS

O desempenho de um gerador de gás varia de acordo com a temperatura


ambiente e a pressão atmosférica. Portanto, é necessário corrigir os parâmetros de
desempenho novamente para as condições atmosféricas padrão. Nas condições
padrão (ISA), a temperatura é de 15° C e a pressão atmosférica, 760mm de mercúrio
14,7 lbf/pol.2 Estas são as formas não-dimensionais dos parâmetros de
desempenho:
Velocidade
N dividido pela raiz quadrada de Ta
Onde N é a velocidade em rpm e Ta é a temperatura de ar de admissão em
Kelvin.
Correção de velocidade
Nc = Ni multiplicado por (288 dividido pela raiz quadrada de Ta)
Onde:
Nc é a velocidade corrigida em rpm
Ni é a velocidade indicada em rpm
Ta é a temperatura ambiente em Kelvin
Temperatura
T dividido por Ta
Onde T é qualquer temperatura no ciclo de turbina a gás medida em Kelvin.
Os parâmetros não-dimensionais observados podem ser corrigidos para as
condições ISA e seguem, portanto, os fatores de correção de desempenho que
podem ser derivados.
Correção da temperatura
Tc = Ti multiplicado por (288 dividido por Ta)

125
Onde
Tc é a temperatura corrigida em Kelvin
Ti é a temperatura indicada em Kelvin
Ta é a temperatura ambiente em Kelvin
Tabela de conversão

COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO

Deve ser realizada uma lavagem do compressor antes da comparação de


desempenho. Qualquer ponto de desempenho deve ser comparado com a curva de
desempenho obtida imediatamente após o comissionamento do gerador de gás.

CARREGAMENTO/DESCARREGAMENTO E DESLIGAMENTO

Informações gerais
A vida útil do gerador de gás depende parcialmente do choque térmico ao
qual os componentes da turbina estão sujeitos.
Portanto, deve-se tomar muito cuidado ao selecionar as taxas de
carregamento e descarregamento.

Período de aquecimento
Não existem requisitos para um aquecimento de dez minutos em marcha lenta
para o gerador de gás RB211-24, quando a partida é feita com o motor frio.

Aceleração e carregamento

126
Recomenda-se a adoção das seguintes taxas de carregamento, da marcha
lenta à carga máxima:
- Normal 60-120 segundos
- Rápida no mínimo 45 segundos

Descarregamento
O gerador de gás NÃO DEVE ser desacelerado a uma taxa que provoque a
saída da chama. Recomenda-se que, durante o descarregamento, a velocidade do
compressor de PI seja reduzida da velocidade operacional para 3200-3300 rev/min,
em pelo menos um minuto.

Desligamento programado
Quando se efetua um desligamento programado, o gerador de gás deve
funcionar em marcha lenta por no mínimo cinco minutos, ou 15 minutos à velocidade
de regulagem mínima, antes que termine o fluxo de combustível, para evitar a
formação de carvão no módulo 05.

Desligamento de emergência (ESD) (Válvula Davis)


O botão de parada de emergência só deve ser usado em emergências.
Porém, quando acionado, o ar de resfriamento deve ser fornecido ao rolamento da
turbina, através das interfaces A11 e A12 das válvulas, instaladas no gerador de gás.
Esse procedimento evita a formação de carvão no módulo 05. O ar de resfriamento
passa por um dos dois respiros das câmaras de rolamento traseiras.
No desligamento automático ou por emergência (ESD), o ar de resfriamento
do Comprador deve ser injetado no motor através da válvula Davis, de acordo com
uma seqüência lógica de tempo regulada pelo sistema de controle do motor (ECS).
O fluxo deve ser mantido por no mínimo 90 minutos, se o motor permanecer
desligado. É possível reiniciar o motor dentro de 90 minutos, desde que o ar de
resfriamento seja desligado antes. Isso também é regulado pela lógica de ativação
do ECS.
Nota: O óleo lubrificante NÃO deve passar para o motor, enquanto houver
injeção do ar de resfriamento.

127
No caso de um desligamento automático em que o ar de resfriamento não
possa ser fornecido ao alojamento do rolamento do módulo 05, poderá haver
branqueamento do óleo ou coqueificação, dependendo da extensão do período de
desligamento, antes da próxima ativação. A coqueificação pode ocorrer na partida
subseqüente, contaminando o óleo com partículas de carvão, que serão coletadas
pelos filtros de óleo.
Após esse evento, os filtros de óleo devem ser monitorados durante 24 horas,
quando a sinais de bloqueio, e substituídos, se necessário. Se forem acionados no
máximo de 10 desligamentos automáticos, será necessário inspecionar o alojamento
do rolamento do módulo 05 quanto a coqueificação/branqueamento ou bloqueio
parcial do jato de óleo.

Rotação livre do gerador de gás


É possível que o dano causado ao gerador de gás seja devido à rotação livre
intermitente, durante um período de desligamento prolongado. Portanto, recomenda-
se tomar as devidas precauções para evitar esse tipo de rotação.
Contudo, se prevalecerem as condições que possibilitem a ocorrência da
rotação livre, devem-se tomar providências para acionar as bombas de óleo
lubrificante por 5 minutos, a cada 24 horas. Antes da seleção do fluxo pré-
umedecido, é necessário um tempo de espera de 30 segundos, para o lançamento
da válvula de programação de fluxo.
A Rolls-Royce recomenda que o gerador de gás esteja imóvel antes do
acionamento do motor de arranque. Embora isso nem sempre seja possível, em
nenhuma circunstância o motor de arranque poderá ser energizado quando o
compressor de AP do gerador de gás estiver girando com rotação livre a uma
velocidade superior a 250 rev/min.

Verificações do sistema de controle do fluxo de ar


Os principais elementos do sistema de controle do fluxo de ar, das pás guias
de entrada variável e das válvulas de sangria são regulados pelo sistema de controle
do motor (ECS). Não existem ajustes mecânicos para as VIGVs ou as válvulas de
sangria de manuseio.

128
Para garantir ao operador a integridade desses sistemas, as seguintes
verificações operacionais podem ser executadas.

Verificação operacional do programa das VIGVs


1. Acione o gerador de gás e espere que a velocidade se estabilize em
marcha lenta.
2. Durante as verificações, a pressão hidráulica para as VIGVs deve
permanecer
dentro da faixa 7000 ± 170 kPag (1000 ± 25 psig), e a temperatura do óleo
deve
estar na faixa de 60 ± 5°C.
3. Em cada uma das velocidades CORRIGIDAS, na ordem ascendente e
descrescente, registre:
- O ângulo das VIGVs
- A velocidade N1 observadaobserved speed speed
- A temperatura de admissão de ar
- A pressão do óleo hidráulico
- A temperatura do óleo hidráulico
(a) A velocidade em que as VIGVs começam a se mover
(b) 5900 rev/min N1
(c) 6100 rev/min N1
(d) 6300 rev/min N1
(e) 6500 rev/min N1

Nota: Devem ser feitos todos os esforços para não ultrapassar a velocidade
necessária, durante a mudança para o próximo ponto. Isso se aplica aos pontos de
verificação ascendente e descendente, uma vez que a histérese afetará os
resultados. Se a velocidade for ultrapassada, as leituras deverão ser obtidas na
velocidade atingida.
4. Os resultados obtidos devem ser representados em um gráfico e
comparados.
5. Se os requisitos do programa não forem satisfeitos, não será necessária a
investigação.

129
6. Com o sistema de controle das VIGVs N1/√T1 instalado nesse gerador de
gás, os ajustes podem exigir o desligamento do gerados, permitindo a verificação
dos componentes do sistema.
Motores que utilizam uma válvula de sangria de partida (a) A operação da
válvula de sangria de partida deve estar de acordo com a Tabela 1, e os valores
devem ser ajustados da seguinte forma:
Válvula de sangria de partida A operação da válvula de sangria de partida é
regulada pela válvula de controle. Remova os quatro parafusos e arruelas de molas,
e erga a guia do êmbolo, removendo-a da válvula de controle.
A pressão operacional da válvula pode ser ajustada, pela adição ou remoção
de calços. Os calços localizam-se entre o guia do êmbolo e a mola da válvula,
agindo para ajustar a força sobre a válvula.
(b) Calibração do LVDT e do RVDT A calibração estática (com o motor
desligado) dos LVDTs e RVDTs, dependendo do tipo instalado, é executada de
acordo com o Procedimento do Manual de Manutenção (Manutenção Corretiva),
Volume 1.
7. Por exemplo: desligue o gerador de gás, para investigar um erro de
programação, se houver suspeita de um problema com a unidade de controle
eletrônico, na servo-válvula (Moog) do motor ou nos LVDTs (transdutores de
posição). 8. Se houver suspeita de um problema com algum dos componentes
anteriores, ou se o gerador de gás não for compatível com a verificação em
execução programada, entre em contato com o Suporte Técnico, a Rolls-Royce
Power Engineering plc ou a Cooper Energy Services, uma vez que o programa
encontrase no sistema de controle de combustível FT100.

Verifique as velocidades operacionais das válvulas de sangria


1. Registre a temperatura de admissão de ar.
2. Acione o gerador de gás e espere que a velocidade se estabilize em
marcha lenta.
3. Estabilize a temperatura de entrada de óleo do motor a 60 ± 5 graus C.
4. Lentamente, acelere e desacelere o gerador de gás, anotando as
velocidades em que as válvulas se fecham e se abrem.

130
5. Calcule a velocidade do compressor de PI não dimensional, correspondente
às velocidades em que as válvulas se fecham e se abrem. Compare esses valores
com os valores da Tabela 1.

131
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARNOLD, R. e STEHR, W., Máquinas Elétricas 1, E.P.U. - Editora Pedagógica e


Universitária Ltda. São Paulo, 1976.

BUTERI, Chamberley Bernardo. Apostila da turbina EGT-ROlls Royce. mimeo.

CREDER, H. Instalações Elétricas, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1984.

FITZGERALD, Joseph. Máquinas Elétricas. Ed Mc Graw- Hill.

GILBERTO, Ieno e LUIZ, Negro, Termodinâmica – Editora Person Education do


Brasil Ltda. São Paulo, 2003.

GUSSOW, M. Eletricidade Básica. SP. Editora. McGraw-Hill, 1985.

HISPANO SUIZA, Manuais técnicos

HOWELL, John; BUCKIUS, Richard O. Princípios de termodinâmica para


engenheiros. São Paulo: NcGraw Hill, 2001.

KOSOW, Irving L. Máquinas Elétricas e Transformadores. 11ª e.d. São paiol Globo,
1995.

MAGALDI, M., Noções de Eletrotécnica, Guanabara Dois, 1981.

MARTIGNONI, Alfonso. Máquinas de Corrente Alternada. 6ª edição, SP, Ed. Globo,


1995.

NEGRISOLI, M. E. M, Instalações Elétricas - Projetos prediais de baixa tensão,


Editora Edgard Blucher Ltda., 1981.

PETROBRAS, Apostilas e manuais de fabricantes.

POTTER, Merle C. e SCOTT Elaine P. Termodinâmica, Editora Pioneira Thomson


Learning, 1° edição de 2006.

ROLLS-ROYCE, Manuais técnicos

SANTOS, Nelson Oliveira dos, Termodinâmica Aplicada às Termelétricas, Editora


Interciência, 2° edição, 2006.

SOLAR TURBINE, Manuais técnicos

132
SOUSA JUNIOR, Jaime Batista, Sistema de Controle e Operação de
Turbogeradores a Gás Aplicado nas Plataformas Petrolíferas, Monografia do IFF
(CEFET-Campos), 2007.
VAN VALKENBURG, Nooger e Neville. Eletricidade Básica. Vol 5. 1ª ed. RJ. Ed.
LTC, 1982.

VAN WYLEN, Sonntag e Borgnakke, Fundamentos da Termodinâmica Clássica,


Editora Edgard Blucher Ltda, 1995.

WEG, Manuais técnicos, Site www.weg.com.br

133

Você também pode gostar