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MANUAL TÉCNICO DE CAMPO

Instruções de Manutenção
Módulo 99.17.ZZZ.00/01-R5
Inspeção em Subestações Utilizando Termovisor

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INSPEÇÃO EM SUBESTAÇÕES UTILIZANDO TERMOVISOR

Sumário

1. INTRODUÇÃO 2
2. DEFINIÇÕES 2
3. RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES 3
4. INSPEÇÃO TERMOGRÁFICA 4
5. AVALIAÇÃO DA ANOMALIA TÉRMICA E AÇÕES DE MANUTENÇÃO 7
6. GESTÃO DO PAT NO SAP 9
7. EXEMPLO DE REGISTRO DA ROTA A SER INSPECIONADA 10
8. MODELO DE RELATÓRIO DE INSPEÇÃO 11
9. FLUXOGRAMA 12
10. NORMAS E DOCUMENTOS COMPLEMENTARES 15

Objetivo
Definir os procedimentos e critérios para a execução de inspeções em subestações utilizando o
termovisor, padronizar os relatórios de inspeção e oferecer suporte à definição das ações de
manutenção.

Autores
Domingos Gregatti Longuinho – GES.O
Jorge Jofredo Silva – GES.O
Laerte dos Santos – GES.O

Revisões (1, 2, 3, 4 e 5)
Daniel Branquinho Ferreira – GSL.O – 4 e 5
Domingos Esteves de Carvalho – PO.O - 5
Edson Modesto Rodrigues – GES.O – 2
Gabriel Ângelo de Barros Vieira – GSL.O – 4
Hamilton Batista de Oliveira – GES.O – 4
Laerte dos Santos – GES.O – 1, 2, 3, 4 e 5
Leandro Lima – GSL.O – 4
Maurício Faiad Correia – GGA.O – 5
Marcelo de Oliveira Morais Filho – GES.O – 2
Marcelo Teixeira – GRR.O – 5
Rafael dos Santos Freitas – GSL.O – 4 e 5
Renan da Silva Alves – GSL.O – 4
Rodolfo Vieira da Silva – GES.O – 2 e 3

Palavras-Chave
Termografia
Termovisor
Infravermelho
Temperatura
Subestação
Procedimento de Inspeção
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1. Introdução

Esta Instrução visa estabelecer critérios e procedimentos para a execução de inspeções, utilizando o
termovisor, em subestações desabrigadas, bem como a padronização dos relatórios de inspeção.

2. Definições

2.1. Corpo Negro


É definido como um corpo teórico capaz de absorver toda a radiação nele incidente. O valor de sua
emissividade é 1,0 (um).

2.2. Emissividade
Parâmetro adimensional que estabelece a relação entre a quantidade de energia emitida por um corpo real e
a que seria emitida por um corpo negro, à mesma temperatura e comprimento de onda.

A faixa de valores de emissividade varia entre 0 (zero), para um refletor perfeito, e 1,0 (um), para um corpo
negro. Materiais polidos geralmente têm menor emissividade que materiais ásperos ou corroídos.

2.3. Corrente Máxima Registrada


Corrente máxima registrada nos 30 dias anteriores à inspeção, eliminando situações atípicas ao sistema.

2.4. Ponto com Anomalia Térmica (PAT)


Componente, conexão ou condutor que apresenta um aumento ou uma redução anormal de temperatura.

2.5. Ponto de Referência (PR)


Componente, conexão ou condutor, preferencialmente em outra fase, do mesmo circuito, que apresente
temperatura normal, que possua o mesmo material e esteja sob as mesmas condições de operação e carga
do ponto que está sendo avaliado.

2.6. Delta Tref (∆Tref)


Módulo da diferença entre a leitura de temperatura do ponto com anomalia térmica (PAT) e a leitura de
temperatura do ponto de referência (PR):

∆Tref = | TPAT – TPR |


Na qual:
∆Tref = Diferença entre a temperatura do PAT e a temperatura do PR
TPAT = Leitura da temperatura do PAT
TPR = Leitura da temperatura do PR

2.7. Nota
São comunicações de defeito, falhas, mau funcionamento de equipamentos e ou locais de instalação, feitas
pelo pessoal dos órgãos de operação ou manutenção, documentando-as e dando origem ou não a uma
ordem de manutenção, possibilitando o acompanhamento das providências tomadas para a solução.

2.8. Ordens
As ordens são usadas para planejar e monitorar as atividades de manutenção necessárias para restaurar ou
manter a condição de funcionamento de um objeto técnico (equipamento ou local de instalação).

2.9. Termografista
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Técnico ou Engenheiro que realiza as inspeções termográficas. Tal termografista deve ter concluído o
treinamento básico em termografia, ministrado pela GES.O.

2.10. Rota Pré-definida


Lista contendo os equipamentos a serem inspecionados pelo termografista (exemplo no Item 7).

2.11. Termograma
Imagem obtida, através do termovisor, a partir da radiação térmica emitida pelos corpos.

2.12. Ponto de Visada Direta


Ponto sob inspeção que pode ter sua temperatura medida diretamente, não havendo anteparo entre o
mesmo e o termovisor.

2.13. Ponto de Origem Interna


Ponto sob inspeção que não pode ter sua temperatura medida diretamente, pois o mesmo encontra-se
interno ao equipamento, tais como conexões internas de um TC, pavio da bucha de transformadores,
pastilhas resistivas de para-raios etc.

2.14. RISUT
Relatório de inspeção em subestação utilizando o termovisor.

3. Responsabilidades e Atribuições

3.1. Termografista

a) Executar as inspeções termográficas observando a rota pré-definida de inspeção;

b) Analisar os termogramas obtidos;

c) Preencher o relatório apresentado no Item 8 e criar a nota para o PAT analisado, quando cabível,
conforme os procedimentos descrito no Item 5;

d) Comunicar aos órgãos de manutenção e operação os PATs encontrados, quando cabível, conforme os
procedimentos descrito no Item 5;

e) Manter os instrumentos e acessórios, utilizados na inspeção termográfica, em boas condições de


utilização. Anualmente, enviá-los à GES.O para calibração e, em caso de defeito, solicitar o reparo ou a sua
substituição.
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4. Inspeção Termográfica

4.1. Pré-requisitos

a) Sempre observar as especificações e os cuidados descritos nos manuais dos fabricantes referentes aos
equipamentos utilizados;

b) O termovisor e o termo-higro-anemômetro devem estar com a calibração dentro do prazo de validade;

c) Antes de iniciar os trabalhos de inspeção, o supervisor ou encarregado do serviço, em conjunto com os


termografistas, devem estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas, de forma a atender a
todos os requisitos de segurança e operação aplicáveis à área a ser inspecionada;

d) Realizar a inspeção com, no mínimo, dois profissionais. Pelo menos um deles deve ser termografista.

4.2. Equipamentos e Materiais Necessários para a Inspeção

a) Termovisor;

b) Termo-higro-anemômetro;

c) Máquina fotográfica digital;

d) Lanterna de alta potência;

e) Rádio para comunicação com a sala de controle de operação.

4.3. Segurança nas Inspeções

4.3.1. Orientações gerais

a) Uma das grandes vantagens da termografia é a realização da inspeção com os equipamentos em pleno
funcionamento (energizados e sob carga). Por essa razão, o cumprimento das normas de segurança
comuns à área a ser inspecionada deve ser rigorosamente observado (equipamentos de proteção individual
- EPIs, equipamentos de proteção coletiva - EPCs, distâncias de segurança, etc.). Um cuidado especial deve
ser tomado quando existe a necessidade de abertura de painéis e de aproximação de equipamentos
energizados;

b) Antes mesmo de iniciar a rota de inspeção, o termografista deve ter o cuidado de fazer uma varredura
preliminar nos equipamentos da subestação, com vistas a detectar, eventualmente, altas temperaturas a
distâncias relativamente grandes;

c) Nas inspeções de painéis e cubículos blindados, se for necessária a abertura desses, deve-se realizar
antes com o termovisor uma varredura externa para verificar aquecimentos que possam indicar altas
temperaturas internas. É importante ressaltar, que mesmo realizando o procedimento anterior, a abertura e
inspeção dos painéis devem ser realizadas observando as normas de segurança pertinentes;

d) Outra observação importante é com relação ao caminho percorrido. Em subestações, o terreno


geralmente é irregular e a visão através do termovisor não fornece a noção de profundidade. Britas, valas e
diferenças de níveis podem causar a queda do termografista com o termovisor. É importante um prévio
conhecimento do caminho a ser percorrido ou que o termografista, que caminha com o termovisor, seja
orientado das irregularidades do terreno pelo parceiro de inspeção.
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4.4. Periodicidade das Inspeções

4.4.1. Os planos de manutenção estratégicos para serviços de inspeção em subestações utilizando o


termovisor estão associados ao 2º nível de cada planta e geram ordens de inspeção a cada 6 meses,
conforme Resolução 669/2015 da ANEEL (Requisitos Mínimos de Manutenção).

4.4.2. As ordens de inspeção devem ser realizadas e encerradas na “data planejada” original do plano de
manutenção ou até 1 mês após essa data. A próxima ordem de inspeção será gerada pelo SAP com data
planejada exatamente 6 meses após a data de encerramento da última ordem de inspeção. Atrasos poderão
ser compensados antecipando a inspeção seguinte.

Exemplo: Suponha uma inspeção que deveria ter sido finalizada em 15 de março e que tenha sido finalizada
apenas em 15 de abril. O fator de correção do SAP automaticamente reprogramará a data de planejamento
da próxima ordem de inspeção de 15 de setembro para 15 de outubro. Entretanto, a inspeção poderá ser
realizada até 15 de setembro, visando recuperar o plano de manutenção original.

4.4.3. Equipamentos recém-instalados e equipamentos deixados fora de operação, por um período igual ou
superior a 6 meses, devem ser inspecionados com o termovisor após entrarem em operação,
independentemente do plano de manutenção.

4.4.4. Recomenda-se que equipamentos com desligamentos programados sejam inspecionados antes dos
desligamentos. A finalidade desse procedimento é avaliar o equipamento que irá receber manutenção.

4.5. Procedimento Detalhado

4.5.1. Considerações gerais

As recomendações abaixo devem ser observadas, embora a inspeção possa ser realizada em ocasiões em
que seja difícil alcançar todas as condições desejadas. Entretanto, o termografista deve ter em mente que tal
situação pode influenciar consideravelmente nos resultados obtidos.

a) Evitar inspeções termográficas diurnas para não haver influências do reflexo e do carregamento solar;

Obs.: É possível realizar inspeções diurnas, embora anomalias térmicas relacionadas à poluição de
isoladores, defeitos internos em equipamentos (para-raios, TCs, TPCs etc.) e defeitos que provoquem
pequeno aumento de temperatura sejam difíceis de serem detectados.

b) Para inspeções de equipamentos para-raios, isoladores poluídos e defeitos que provoquem pequeno
aumento de temperatura, recomenda-se iniciar a inspeção, no mínimo, 3 (três) horas após o por do sol. Na
necessidade de inspeções diurnas, recomenda-se que sejam realizadas até, no máximo, 1 (uma) hora após
o nascer do sol para evitar o carregamento solar;

c) Evitar inspeções com velocidade do vento acima de 20 km/h;

Obs.: É possível realizar inspeções com velocidade do vento alta, mas o termografista deve lembrar que as
temperaturas medidas, durante a ação do vento forte, vão ser muito menores do que as medidas quando o
vento diminuir ou cessar. Esse fato pode influenciar na análise do defeito se não ponderado corretamente.

d) Evitar inspeções com corrente abaixo de 50% da corrente máxima registrada;

Obs.: A melhor condição para se realizar uma inspeção termográfica é com o equipamento em sua carga
máxima, mas isso nem sempre é possível. Contudo, correntes de carga baixas não inviabilizam uma
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inspeção, mas reduzem drasticamente a temperatura das anomalias e podem induzir o termografista a
diagnósticos equivocados.

e) Após a ocorrência de chuva esperar a estabilização térmica do equipamento/componente para iniciar a


inspeção, por, no mínimo, uma hora;

f) Evitar inspeções com umidade relativa do ar acima de 90% e condensação;

Obs.: Para as distâncias encontradas em subestações, a umidade alta, sem condensação, tem pouca
influência nas medições termográficas, porém nevoeiros podem atenuar bastante a radiação infravermelha e
afetar as medições de temperatura. Por outro lado, para inspeção de poluição em isoladores, quanto mais
alta a umidade, melhor o resultado (preferencialmente acima de 80%).

g) Quando aplicável e disponível, adaptar ao termovisor a lente telescópica adequada às distâncias e às


dimensões dos pontos a serem inspecionados, não esquecendo que essas lentes têm uma distância focal
mínima, abaixo da qual não é possível obter foco.

4.5.2. Ajustar a emissividade do termovisor para 0,8.

Obs.: Apesar deste valor de 0,8 variar com o material e condição da superfície, ele foi adotado para
padronização das inspeções.

4.5.3. Para realizar a inspeção, seguir a rota pré-definida.

4.5.4. Realizar as medidas de velocidade do vento, temperatura ambiente e umidade relativa do ar a cada
PAT encontrado, para posteriormente serem anotadas no relatório apresentado no Item 8. Utilizar os dados
de temperatura e umidade para inseri-los no termovisor (se aplicável).

4.5.5. Ao localizar algum ponto com provável anomalia térmica:

a) O termografista deve buscar a posição em que a maior temperatura seja obtida (nos casos em que a
anomalia térmica esteja provocando um aumento de temperatura), ou seja, o mais próximo possível do
ponto (respeitando as distâncias de segurança) e com o melhor ângulo de visão possível;

b) Ajustar o foco do termovisor para a melhor condição, a fim de se evitar erros de leitura;

c) Obter o termograma e a imagem visível do PAT, bem como o termograma do ponto de referência;

d) Identificar e anotar os dados do ponto, como: equipamento, fase, horário e carga;

e) Avaliar o PAT, conforme o Item 5.

Obs.: exceto para anomalias térmicas detectadas em estruturas de equipamentos, resultantes de corrente
induzida e que não ofereçam riscos ao sistema. Essas anomalias devem ser avaliadas pela manutenção e
reparadas, se necessário, em paradas programadas.
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5. Avaliação da Anomalia Térmica e Ações de Manutenção

5.1. Para Qualquer Anomalia Térmica

5.1.1. Responder a seguinte pergunta:

A temperatura absoluta é maior que 300 °C e existe derretimento evidente?

Se a resposta for “SIM”, então o termografista deverá comunicar aos órgãos de manutenção e operação
para atuar em condição de emergência, conforme as normas de operação vigentes.

Se a resposta for “NÃO”, então a avaliação do termografista deve prosseguir para o Item 5.2, no caso de
pontos com anomalias térmicas com visada direta, ou Item 5.3 no caso de pontos com anomalias térmicas
de origem interna.

5.2. Pontos com Anomalias Térmicas com Visada Direta

5.2.1. Iniciar a avaliação respondendo as perguntas a seguir:

A temperatura absoluta é maior que 80 °C?

O delta Tref entre a anomalia térmica e uma temperatura de referência é maior que 35 °C?

5.2.2. Se qualquer uma das questões anteriores tiver resposta positiva, responder a seguinte questão:

É possível reduzir o risco de falha por meio da inclusão de restrições operativas, manobras de circuitos
ou limitação da corrente de carga no equipamento/componente até que ocorra a ação de manutenção?

• Se a resposta for “SIM”, então o termografista deve agir da seguinte forma:


Após a redução de carga e estabilização da temperatura, inspecionar novamente para confirmar que
a temperatura absoluta caiu para menos de 80 °C e o delta Tref para menos de 35 °C. Em conjunto
com o setor de manutenção, analisar o risco da anomalia e programar a manutenção em prazo
compatível com essa análise. Monitorar o equipamento/componente em prazo adequado com a
análise realizada, sendo recomendado um intervalo entre as medições menor que 30 dias, até que
ocorra a ação de manutenção. Se durante os monitoramentos for observado um aumento de
temperatura, acima de 80 °C e delta Tref acima de 35 °C ou não for possível realizar o
monitoramento, deverá ser comunicado aos órgãos de manutenção e operação para solicitar
atuação de urgência, conforme prazos estabelecidos pelas normas de operação vigentes.

• Se a resposta for “NÃO”, então o termografista deve agir da seguinte forma:


Em conjunto com o setor de manutenção, analisar o risco da anomalia e programar a manutenção
em prazo compatível com essa análise. Monitorar o equipamento/componente em prazo adequado
com a análise realizada, sendo recomendado um intervalo entre as medições menor que 7 dias, até
que ocorra a ação de manutenção. Se durante os monitoramentos for observado aumento de
temperatura ou não for possível realizar o monitoramento, deverá comunicado aos órgãos de
manutenção e operação para solicitar atuação de urgência, conforme prazos estabelecidos pelas
normas de operação vigentes.

5.2.3. Se ambas as respostas para as perguntas do Item 5.2.1 forem negativas, seguir a avaliação conforme
pergunta a seguir:

O delta Tref entre a anomalia térmica e uma temperatura de referência é maior que 10 °C?
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• Se a resposta for “SIM”, então agir da seguinte forma:


Em conjunto com o setor de manutenção, analisar o risco da anomalia e programar a manutenção
caso necessária. Monitorar o equipamento/componente em prazo adequado com a análise realizada,
sendo recomendado um intervalo entre as medições menor que 30 dias. Se durante os
monitoramentos for observado um aumento de temperatura acima de 80 °C ou delta Tref acima de 35
°C, reiniciar análise a partir do Item 5.2.1.

• Se a resposta for “NÃO”, então agir da seguinte forma:


Monitorar o equipamento/componente, sendo recomendado um intervalo entre as medições menor
que 90 dias. Se durante os monitoramentos for observado um aumento de temperatura acima de 10
°C, iniciar análise a partir do Item 5.2.3.

5.3. Pontos com Anomalias Térmicas de Origem Interna

5.3.1. Iniciar a avaliação respondendo as perguntas a seguir:

O delta Tref entre a anomalia térmica e a temperatura de referência é maior que 10 °C? (Conexões dentro
de dispositivos a óleo, pára-raios, TPs, TPCs, conectores prensados, cadeias e colunas de isoladores,
etc.).

5.3.2. Se a resposta do Item 5.3.1 for positiva, ou seja, delta Tref é maior que 10 °C, responda:

É possível reduzir o risco de falha por meio da inclusão de restrições operativas, manobras de circuitos
ou limitar a corrente de carga no equipamento/componente até que ocorra ação de manutenção?

• Se a resposta for “SIM”, então o termografista deve agir da seguinte forma:


Após a redução de carga e estabilização da temperatura, inspecionar novamente para confirmar que
o delta Tref caiu para menos de 10 °C. Em conjunto com o setor de manutenção, analisar o risco da
anomalia e programar a manutenção em prazo compatível com essa análise. Monitorar o
equipamento/componente em prazo adequado com a análise realizada, sendo recomendado um
intervalo entre as medições menor que 30 dias, até que ocorra ação de manutenção. Se durante os
monitoramentos for observado um aumento de delta Tref acima de 10 °C ou não for possível realizar
o monitoramento, deverá ser comunicado aos órgãos de manutenção e operação para solicitar
atuação de urgência, conforme prazos estabelecidos pelas normas de operação vigentes.

• Se a resposta for “NÃO”, então o termografista deve agir da seguinte forma:


Em conjunto com o setor de manutenção, analisar o risco da anomalia e programar a manutenção
em prazo compatível com essa análise. Monitorar o equipamento/componente em prazo adequado
com a análise realizada, sendo recomendado um intervalo entre as medições menor que 7 dias, até
que ocorra ação de manutenção. Se durante os monitoramentos for observado um aumento de
temperatura ou não for possível realizar o monitoramento, deverá ser comunicado aos órgãos de
manutenção e operação para solicitar atuação de urgência, conforme prazos estabelecidos pelas
normas de operação vigentes.

5.3.3. Se a reposta do Item 5.3.1 for negativa, ou seja, delta Tref é menor que 10 °C, então agir da seguinte
forma:

• Monitorar o equipamento/componente, sendo recomendado um intervalo entre as medições menor


que 30 dias. Se durante o monitoramento for observado um aumento de delta Tref acima de 10 °C ou
não for possível realizar o monitoramento, a análise deve ser retomada do início do Item 5.3.1.
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6. Gestão do PAT no SAP

6.1. Recomenda-se a emissão do RISUT (Item 8) quando medido delta Tref maior que 5 ºC. Entretanto, esse
valor pode ser menor ou igual a 5°C, caso o termografista entenda ser necessário.

Obs: A subestação deverá ter uma estrutura para controlar os consecutivos dos RISUT criados.

6.2. Todos os PATs encontrados devem ter seus RISUT anexados à ordem de inspeção termográfica,
independentemente da necessidade de corrigi-los.

Obs: O item 6.2 permitirá a vinculação dos PAT encontrados à sua ordem de inspeção gerada pelo plano
mínimo de manutenção.

6.3. A rota de inspeção deve ser anexada à ordem de inspeção.

6.4. Deve ser criada uma nota de manutenção, com prioridade de monitoramento, para cada PAT que
precisar ser monitorado. Nesta nota, devem ser anexados tanto o RISUT correspondente à detecção do
PAT, quanto os RISUT produzidos durante o monitoramento.

6.5. O cabeçalho da nota de manutenção deve ter uma das seguintes estruturas:

a) PAT_”Identificação-do-equipamento”_DT=XXC, ou
b) PAT_”Identificação-do-equipamento”_Tabs=XXC

Exemplos:
a) PAT_DJ663_DT=25C, ou
b) PAT_DJ663_Tabs=25C

6.6. Não é necessário emissão de RISUT para PAT que não apresentarem alteração de suas temperaturas
nos monitoramentos. Entretanto, para estes casos, deve-se evidenciar na nota de manutenção de forma
explicita que o monitoramento foi realizado em determinada data, bem como descrever quaisquer outras
informações, resultantes do monitoramento, que forem relevantes.

6.7. O cabeçalho da nota deve ser atualizado sempre que ocorrer variação de temperatura do PAT.

6.8. Nos casos em que a inspeção termográfica indicar que há a necessidade de ação corretiva de um PAT,
o órgão de manutenção deverá criar uma ordem corretiva atrelada à nota de manutenção existente do
respectivo PAT.

6.9. Após os reparos das anomalias e retorno do equipamento às condições normais de operação, uma
reinspeção deve ser realizada para certificar que os problemas foram sanados. Caso algum ponto ainda
esteja apresentando problema, todo o processo, a partir do Item 4, deve ser refeito.
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7. Exemplo de Registro da Rota a ser Inspecionada

CIRCUITO EQUIPAMENTO ESTADO CONDIÇÃO


LTFUIT2 SC8121 FECHADA ANORMAL
LTFUIT2 SC8123 ABERTA NÃO VERFICADA
LTFUIT2 PÁRA-RAIO OPERANDO NORMAL
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8. Modelo de Relatório de Inspeção

RISUT: GERÊNCIA: SUBESTAÇÃO: DATA DA INSPEÇÃO:

FUNCIONÁRIOS
NOME DO FUNCIONÁRIO: MATRÍCULA:
NOME DO FUNCIONÁRIO: MATRÍCULA:

TERMOVISOR
FABRICANTE: MODELO: N.P.: N° SAP: LENTE:
CLIMA
TEMPERATURA AMBIENTE (°C): UMIDADE RELATIVA DO AR (%): VELOCIDADE DO VENTO (km/h):
PONTO COM ANOMALIA TÉRMICA – PAT
LOCALIZAÇÃO DO PAT:
EQUIPAMENTO: Nº SAP: Nº. OPERACIONAL:
CORRENTE MÁX. REGISTRADA (30
CORRENTE ATUAL: EMISSIVIDADE:
DIAS):
TEMPERATURA DA
TEMPERATURA MÁX. DO PONTO: ∆Tref::
REFERÊNCIA:
REINSPEÇÃO: ( ) SIM ( )
NÃO
IMAGEM VISÍVEL DO PAT

TERMOGRAMA PAT TERMOGRAMA PR

RECOMENDAÇÕES TERMOGRAFISTA E MANUTENÇÃO:


OBSERVAÇÕES:
DOCUMENTO DE AUTORIZAÇÃO NOTA ( ) NÃO ( ) SIM Nº:
DO SERVIÇO Nº: ORDEM DE INSPEÇÃO Nº:
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9. Fluxograma

Início

Solicitar Manobra
Temp. absoluta > 300 °C Sim em Condição de
e Emergência
derretimento evidente? conforme Normas
de Operação

Não

Visada Aquecimento
direta Visada direta interno
ou
Aquecimento
interno?

A B
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Não
A

Temper.
Monitorar < 7 dias continua
subindo?

Sim
Progr. Manutenção.
Solicitar manutenção
de urgência, segundo
prazos estabelecidos
pelas Normas de
Operação.

Não Sim

T > 80 °C Sim É possível Sim Progr. Manutenção. Temper.


ou reduzir a Monitorar < 30 dias continua
∆T>35 °C? corrente? subindo?

Não Não

Monitorar < 30 dias


Sim
∆T>10 °C?

Sim
Não
Temper.
Monitorar < 30 continua A
Monitorar < 90 dias subindo?
dias

Não

Temper.
continua
Sim subindo?

Não
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Não
B

Temper.
Monitorar < 7 dias continua
subindo?

Sim

Progr. Manutenção Solicitar manutenção


de urgência, segundo
prazos estabelecidos
pelas Normas de
Operação.

Não Sim

Sim É possível Sim Progr. Manutenção Temper.


∆T>10 °C? reduzir a Monitorar < 30 continua
corrente? dias subindo?

Não Não

Monitorar < 30
dias
Monitorar < 30 dias

Temper.
continua
Sim subindo?

Não
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10. Normas e Documentos Complementares

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas; “Ensaios não destrutivos – Termografia – Terminologia -
NBR15424”

American Society for Nondestructive Testing, "Infrared and Thermal Testing", Third Edition, Volume 3.

ASTM 1934-99a, “Standard Guide for Examining Electrical and Mechanical Equipment with Infrared
Thermography”, Fev./2000.

Bernard R. Lyon Jr., Gary L. Orlove e Donna L. Peters, “The relationship between current load and
temperature for quasi-steady state and transient conditions”, Infrared Training Center, 2000.

Burndy; “Connectors for Substation, Distribution and Industrial Applications”, Framatome Connections
International,1995.

Ferreti, Giorgio; Giorgi, Alberto; “A New Type of Pyrometer Employed for Preventive Maintenance in Electric
Utilities”, L`Energia Elettrica, Número 12, 1969.

FURNAS, Furnas Centrais Elétricas S.A.; ”Medição de Temperaturas com o Equipamento Termográfico –
DAT.O/LAME.O -009”; FURNAS, 1974.

GCOI, Grupo Coordenador para Operação do Sistema Subcomitê de Manutenção; “Utilização do Termovisor
na Manutenção SCM/GTMS 010”; GCOI - 1985.

Holst, G. C.; “Common Sense to Approach to Thermal Imaging”; JCD Publishing and SPIE Optical
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IEEE, Institute of Electrical and Electronics Engineers, Inc; “Guide for Determining the Effects of High-
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