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CONTROLE DE QUALIDADE

1. INTRODUÇÃO

Falsificação, adulteração e não-conformidades são manchetes nos noticiários nacionais. Em resposta a essa
situação, surgiu uma nova legislação sanitária para as farmácias magistrais, a RDC-33,  mais rigorosa em relação às
instalações físicas da farmácia e na exigência de uma política de qualidade similar às indústrias farmacêuticas, com
obrigatoriedade, inclusive, da confecção de um Manual de Boas Práticas de Manipulação.

O “Check list” de conformidades e não-conformidades adotado pela fiscalização sanitária é maior e mais criterioso,
abordando, a existência ou não de sistemas de garantia de qualidade e, conseqüentemente, do Laboratório de
controle de qualidade.

Dentre as diversas funções do Laboratório de Controle de Qualidade destaca-se: a qualificação dos fornecedores e
funcionários, controle de qualidade das matérias-primas, embalagens e produtos acabados, controle dos processos
de produção, armazenamento de matérias primas e das não-conformidades. A credibilidade e a sobrevivência da
farmácia magistral dependem da garantia da qualidade que a empresa oferece ao seu consumidor, sendo portanto,
um setor de máxima importância.

2. CONTROLE DE QUALIDADE DE MATÉRIAS PRIMAS

2.2. RECEPÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E AMOSTRAGEM DE MATÉRIAS PRIMAS

2.2.1.   RECEPÇÃO DAS MATÉRIAS PRIMAS

Quando a matéria prima chegar ao almoxarifado, sua embalagem deve ser examinada visualmente, observada sua
integridade, sua conformidade com o declarado na Nota Fiscal e Laudo analítico, confirmação do peso ou volume
ainda na presença da transportadora, necessidade de estocagem especial e validade.

2.2.2.   IDENTIFICAÇÃO

Todas as matérias primas recém-chegadas devem ser conservadas em uma área isolada considerada quarentena até
que o Laboratório de Controle de Qualidade determine a sua aceitabilidade.

A área de quarentena deve ter acesso restrito para evitar a utilização de maneira inadvertida de matéria prima não
analisada. O resultado do Controle de Qualidade ou o tempo de quarentena devem ser identificados nas
embalagens das matérias primas através de etiquetas:

         Quarentena: etiqueta amarela com a identificação completa da matéria prima;

         Aprovação: etiqueta verde com a identificação completa da matéria prima;

         Reprovação: etiqueta vermelha com a identificação completa da matéria prima.

2.2.3.   AMOSTRAGEM 

Devem ser recolhidas amostras representativas de cada embalagem de cada lote. Caso a matéria prima pertença a
lotes diferentes, devem ser amostrados cada lote. A amostragem deverá ser tomada em local limpo e apropriado,
para que não haja possibilidade de contaminação cruzada. A amostra deverá ser homogeneizada antes de se retirar
uma alíquota para análise e para armazenamento na amostrateca.

2.3 ANÁLISE DAS MATÉRIAS PRIMAS

Testes qualitativos ou quantitativos são de grande valia para detectar alterações, adulterações ou erros grosseiros
dos fornecedores na separação da matéria prima. Deve-se preparar fichas de identificação com os dados e
procedimentos analíticos da matéria prima.
      Critérios analíticos empregados para determinação da qualidade dos medicamentos:

         Propriedades organolépticas e sensoriais: aspectos gerais, cor, odor, sabor.

         Normas e ensaios de identidade: solubilidade, ponto de fusão, espectrofotometria UV e IV, cromatografia,


reações de coloração, reações de precipitação, etc.

         Normas e provas de pureza: métodos quantitativos como perda por dessecação, grau de umidade,
cromatografia líquida e gasosa, espectrometria de massa (para determinação da concentração de impureza
tóxica), , ensaios de metais tóxicos, provas de esterilidade e pirogenicidade.

         Normas e ensaios de atividade: métodos quantitativos como espectrofotometria, titulação, gravimetria e os


métodos baseados em reações elétricas, térmicas e biológicas.

2.3.1 PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS

2.3.1.1 ASPECTO E ESTADO FÍSICO

Descreve as características físicas da substância, este ensaio é aplicável à todas as matérias primas. Classificam-se
em:

         Sólidos cristalinos – são pós que apresentam estrutura cristalina definida. Muitas das substâncias passam por
processos de refino, por isso é recomendado o uso de lupas para uma melhor visualização das estruturas cristalinas
do composto. Ex: cloreto de sódio, ácido acetil-salicílico, iodeto de potássio, hidróxido de ferro, etc;

         Sólidos amorfos – são pós que não apresentam estrutura cristalina definida e ao serem analisadas percebe-se
o agrupamento desordenado das moléculas do composto. Os líquidos, gases e substâncias semi-sólidas também
possuem estrutura amorfa. Ex: amido, talco, etc;

         Substâncias pastosas – são substâncias em estado intermediário em ter o sólido e o líquido. Ex: lanolina,
vaselina, etc;

         Líquidos transparentes – são compostos líquidos que permitem a passagem da luz por eles sem atrapalhar a
visão de um objeto através de um frasco de vidro incolor com ele contido. Ex. água, álcool, acetona, etc;

         Líquidos translúcidos – são compostos líquidos que permitem a passagem de luz por eles,
impedindo porém a perfeita visualização de objetos através de um frasco de vidro incolor com ele contido. Ex:
solução comercial de elastina e colágeno;

         Líquidos opacos – são compostos líquidos que não permitem a passagem de luz através deles e nem a
visualização de objetos através deles. Ex: emulsões, suspensões, lipossomas, etc.

2.3.1.2          COR E BRILHO

Descreve a coloração e brilho dos compostos, este ensaio é aplicável à todas as matérias primas. Quanto à cor
classificam-se em:

         Incolores – são compostos que não possuem coloração. Ex: água, álcool, peróxido de carbamida, etc;

         Coloridos – são compostos que possuem uma coloração específica. A alteração da cor específica de um
produto pode identificar a degradação ou adulteração do mesmo. Ex: enxofre (amarelo claro à amarelo escuro),
coenzima B12 (vermelho escuro), sulfato de cobre II (azul claro à azul escuro), peróxido de benzoíla (branco à
branco-amarelado), etc.

Quanto ao brilho são classificados em:


         Vítreo – são compostos que possuem brilho semelhante ao do vidro. Ex: sílica, água, etc;

         Metálico – são compostos que possuem o mesmo brilho dos metais puros. Ex: iodo sólido, selênio,  límalha de
ferro, raspas de magnésio, etc.

         Opaco – são compostos que não possuem brilho. Ex: talco, amido, óxido de zinco, etc.

2.3.1.3.        ODOR

Descreve o dor característico dos compostos. A alteração de odor pode identificar degradação ou adulteração de
um produto e por isso deve ser analisado em todos os produtos colocando o produto próximo às narinas e levando
o odor com as mãos para as mesmas. No caso de essências, mergulhar papel filtro nas mesmas, deixar secar e
analisar o odor desprendido. Quanto ao odor, os compostos classificam-se em:

         Inodoros –  são compostos que não possuem odor. Ex: água.

         Odor característico – são compostos que apresentam odor próprio. Ex: hipoclorito de sódio (odor sufocante
de cloro), acetona (odor sufocante característico), acetato de amila (odor característico que lembra à banana), etc.

2.3.1.4.        SABOR

Descreve a sensação captada pelas papilas gustativas da língua. Uma alteração do sabor pode identificar
degradação ou adulteração do composto. Para analisá-lo dissolve-se pequena quantidade da amostra em água ou
xarope e promove-se a experimentação, geralmente realiza-se esta análise para essências e extratos vegetais. É um
ensaio aplicado em aromatizantes, diluindo-os em xarope na concentração padrão de uso e experimentando-os
após a lavagem bucal. Quanto ao sabor, os compostos podem ser classificados em:

         Insípidas – são compostos que não possuem sabor. Ex: água.

         Ácidos – provêm de substâncias ácidas e são azedos.Ex: ác.cítrico, vinagre,etc;

         Salgados – provêm da presença simultânea de cátions e ânions formando sais. Ex: cloreto de sódio, iodeto de
potássio.

         Amargos – provêm de sais de alto peso molecular. Ex: café, chocolate, etc.

         Doces – provêm de compostos orgânicos polihidroxilados, polihidrogenados, alfa-aminoácidos. Ex: sacarose,


aspartame, fenilalanina, glicerina, etc.

2.3.2.  PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS

2.3.2.1. SOLUBILIDADE

    Propriedade que a matéria tem de dissolver-se em solventes e concentrações específicos formando soluções. A
fase da solução presente em maior quantidade é denominada solvente e a presente em menor quantidade é
denominada soluto.

      A capacidade de solubilização que cada composto possue é classificada de acordo com seu coeficiente de
solubilidade (CS).

Coeficiente de solubilidade é a máxima quantidade de soluto capaz de dissolver-se totalmente numa determinada
quantidade de solvente, sempre em uma temperatura específica. Para uma análise físico-química, quando não
houver uma referência de temperatura, considerar a temperatura para a análise de 20ºC. Os principais solventes
utilizados são água, etanol, metanol, acetona, éter etílico, fenol, clorofórmio, cloreto de metileno, acetato de etila,
dimetilformamida, óleo mineral, óleos vegetais, soluções ácidas diluídas, soluções alcalinas diluídas, propilenoglicol
e glicerina.
TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DE COMPOSTOS QUANTO À SOLUBILIDADE

Classificação Quantidade de Solvente para Dissolver 1 Parte de Soluto

Muito solúvel Menos de 1 parte de solvente

Facilmente solúvel De 1 à 10 partes de solvente

Solúvel De 10 à 30 partes de solvente

Pouco solúvel De 30 à 100 partes de solvente

Levemente/Fracamente solúvel De 100 à 1.000 partes de solvente

Muito pouco solúvel De 1.000 à 10.000 partes de solvente

Praticamente insolúvel Mais de 10.000 partes de solvente

      Fonte: Farmacopéia Brasileira 3ª edição

2.3.2.2. GRANULOMETRIA

    É a descrição do tamanho das partículas dos compostos sólidos. Sua determinação é feita a partir da
quantificação de matéria que consegue ultrapassar as malhas de tamizes diferentes.

TABELA DE CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GRANULOMETRIA

Classificação Quantidade de Matéria que Passa a Malha Especificada


Grosso 100% (1,7mm – mesh 10) e 40% (335m – mesh 44)
Moderado 100% (710m – mesh 22) e 40% (250m – mesh 60)
Semifino 100% (335m – mesh 44) e 40% (180m – mesh 85)
Fino 100% (180m – mesh 85)
Finíssimo 100% (125m – mesh 120)

Fonte: Farmacopéia Brasileira 3ª edição

2.3.2.3. DETERMINAÇÃO DE pH

    Tecnicamente, pH é o logaritmo da concentração hidrogeniônica com sinal negativo ou o logaritmo do inverso da


concentração hidrogeniônica. É conveniente expressar a acidez ou alcalinidade de uma solução por seu pH.

pH = - log[nº H+] = log 1/H+ ou [H+] = 10-pH

            
            O pH pode ser medido por indicadores químicos ou através de um pHmetro digital, que fornece
resultados precisos enquanto o método dos indicadores químicos indica um valor de pH aproximado. O pHmetro
digital possui 2 eletrodos, um metálico com a função de medir a temperatura da solução a ser testada e outro
eletrodo de vidro com uma haste metálica de prata em seu interior mergulhada em uma solução concentrada de
cloreto de potássio e cloreto de prata.

      Para a medição do pH, deve-se utilizar uma solução aquosa da substância a ser testada. Quando não houver
referência da concentração da substância na solução deve-se considerar 1%. Algumas substâncias devem ser
dissolvidas em outros solventes e depois adicionadas de água para se realizar o teste.

      Outras substâncias como os pellets inertes, exigem que se faça uma medição em vários espaços de tempo,
devendo todos os resultados serem anotados.
         Solução Indicadora Universal De pH

Fenolftaleína                                                  0,02%

Vermelho de metila                                          0,04%

Para-dimetilamino-azo-benzol                          0,06%

Azul de bromotimol                                          0,08%

Azul de timol                                                   0,10%

Álcool absoluto                                               99,7%

Dissolver os reagente no álcool e filtrar por papel filtro analítico. Importante: Usar somente materiais de vidro
neutro e estéreis.Para usar, pingar 1 gota em 2 ml da solução à ser verificada e analisar a coloração produzida.

Indicação das cores:    Vermelha                      pH 2,0

                                   Laranja                        pH 4,0

                                   Amarela                       pH 6,0

                                   Verde                          pH 8,0

                                   Azul                             pH 10,0

2.3.2.4. DENSIDADE

    É a medida da densidade dos compostos. Densidade é a relação entre a  massa (em gramas) e volume (em
mililitros). Existem várias formas de medição de densidade.

         Densidade aparente: é a medida direta da massa de volume específico do composto medido em uma proveta
graduada. Nesse procedimento, deve-se introduzir o composto na proveta e eliminar os espaços preenchidos com
ar contidos dentre a amostra. A densidade aparente é calculada pela fórmula:

Daparente = massa (m) / volume (V)

         Densidade relativa: é utilizada para medir a densidade de líquidos utilizando como          referência a


densidade da água. Para determiná-la, utiliza-se do picnômetro, pequeno balão volumétrico com uma espécie de
bico adaptado em sua tampa para garantir que o volume de líquidos medidos seja sempre igual. Para a
determinação, primeiro mede-se a massa do picnômetro vazio (MP), depois se completa o picnômetro com água à
20ºC e mede-se a massa (MA). Por último, mede-se a massa do picnômetro cheio com a amostra do composto à
20ºC(MX) e aplica-se a seguinte equação:

                                                     Drelativa = MX -  MP

                                                                  MA -  MP

         Densidade específica: é utilizada para medir a densidade de líquidos à 20ºC, é calculada a partir de sua
densidade relativa.Utiliza-se para isso a seguinte equação:

Despecífica = 0,99703 x Drelativa + 0,0012

2.3.2.5. DENSITROMETRIA
    É a utilização de densímetros e areômetros para determinação de densidade. Verte-se a amostra líquida em uma
proveta e introduzir um termômetro, deixando-o fixo na parede da proveta e quando a temperatura estiver estável
colocar o densímetro previamente molhado no líquido e enxugado cuidadosamente. O densímetro deverá flutuar
livremente na proveta e o líquido não deverá atingir os  bordos da mesma. Anotar o resultado quando o densímetro
parar de oscilar.

2.3.2.6. ALCOOMETRIA

    É a medida do teor alcoólico de misturas ou do próprio álcool etílico. Essa medição está relacionada com a
densidade da mistura alcoólica. O teor alcoólico em volume (X) pode ser determinado pela equação abaixo que
relaciona a porcentagem alcoólica em peso (p), a densidade da mistura alcoólica à dada temperatura (D) e a
densidade do álcool absoluto à dada temperatura (Densidade 20ºC = 0,78506)

X = p x D

      D

TABELA ALCOOMÉTRICA

% Alcoólica Em
D = 10º / 4º D = 15º / 4º D = 20º / 4º D = 25º / 4º D = 30º / 4º
Peso
40 0,94238 0,93882 0,93518 0,93143 0,92770
41 0,94042 0,93682 0,93314 0,92940 0,92558
42 0,93842 0,93478 0,93107 0,92729 0,92344
43 0,93639 0,93271 0,92897 0,92546 0,92128
44 0,93433 0,93062 0,92685 0,92301 0,91940
45 0,93226 0,92852 0,92472 0,92085 0,91692
46 0,93017 0,92640 0,92472 0,92085 0,91692
47 0,92806 0,92426 0,92041 0,91649 0,91250
48 0,92593 0,92211 0,91823 0,91429 0,91028
49 0,92379 0,91995 0,91604 0,91208 0,90805
50 0,92162 0,91776 0,91384 0,90985 0,90580
51 0,91943 0,91555 0,91160 0,90760 0,90353
52 0,91723 0,91333 0,90936 0,90534 0,90125
53 0,91502 0,91110 0,90711 0,90307 0,89986
54 0,91279 0,90885 0,90485 0,90079 0,89667
55 0,91055 0,90659 0,90258 0,89850 0,89137
56 0,90831 0,90433 0,90031 0,89621 0,89206
57 0,90607 0,90207 0,89803 0,89392 0,88975
58 0,90381 0,89980 0,89574 0,89162 0,88744
59 0,90154 0,89752 0,89344 0,88931 0,88512
60 0,89927 0,89523 0,89113 0,88699 0,88278
61 0,89698 0,89293 0,88882 0,88466 0,88044
62 0,89468 0,89062 0,88650 0,88233 0,87809
63 0,89237 0,88830 0,88417 0,87998 0,87574
64 0,89006 0,88597 0,88183 0,87763 0,87337
65 0,88774 0,88364 0,87948 0,87527 0,87100
66 0,88541 0,88130 0,87713 0,87291 0,86863
67 0,88308 0,87895 0,87477 0,87054 0,86625
68 0,88074 0,87660 0,87241 0,86817 0,86387
69 0,87839 0,87424 0,87004 0,86579 0,86148
70 0,87602 0,87187 0,86766 0,86340 0,85908
71 0,87365 0,86949 0,86527 0,86100 0,85667
72 0,87127 0,86710 0,86287 0,85859 0,85426
73 0,86888 0,86470 0,86047 0,85618 0,85184
74 0,86648 0,86229 0,85806 0,85376 0,84941
75 0,86408 0,85988 0,85564 0,85134 0,84698
76 0,86168 0,85747 0,85322 0,84891 0,84455
77 0,85927 0,85505 0,85079 0,84647 0,84211
78 0,85685 0,85262 0,84835 0,84403 0,83966
79 0,85442 0,85018 0,84590 0,84158 0,83720
80 0,85197 0,84772 0,84344 0,83911 0,83473
81 0,84950 0,84525 0,84096 0,83664 0,83224
82 0,84702 0,84277 0,83848 0,83415 0,82974
83 0,84453 0,84028 0,83599 0,83164 0,82724
84 0,84203 0,83777 0,83348 0,82913 0,82473
85 0,83951 0,83525 0,83095 0,82660 0,82220
86 0,83697 0,83271 0,82840 0,82403 0,81965
87 0,83441 0,83014 0,82583 0,82148 0,81708
88 0,83181 0,82754 0,82323 0,81888 0,81418
89 0,82919 0,82492 0,82062 0,81626 0,81186
90 0,82654 0,82227 0,81797 0,81362 0,80922
91 0,82386 0,81959 0,81529 0,81094 0,80655
92 0,82114 0,81688 0,81257 0,80823 0,80334
93 0,81839 0,81413 0,80983 0,80549 0,80111
94 0,81561 0,81134 0,80705 0,80272 0,79835
95 0,81278 0,80852 0,80424 0,79991 0,79555
96 0,80991 0,80566 0,80138 0,79706 0,79271
97 0,80698 0,80274 0,79846 0,79415 0,78981
98 0,80399 0,79975 0,79547 0,79117 0,78634
99 0,80094 0,79670 0,79243 0,78814 0,78382
100 0,79784 0,79360 0,78934 0,78506 0,78075

2.3.2.7.VISCOSIMETRIA

    É a medida da viscosidade de compostos líquidos, emulsões e colóides. Viscosidade é a resistência que esses
fluidos possuem ao deslizamento de suas partículas. Existem vários tipos de viscosímetros, sendo os principais:

- Brookfield: consiste em um agitador rotativo que mede a viscosidade do fluido                     com base na resistência
por ele oferecida à agitação.

- Ostwald: consiste em um sistema de mangueiras onde é cronometrado o tempo   de escoamento do fluido do


traço de referência superior até o menisco inferior, sendo esse resultado comparado com o da água feito nas
mesmas condições.

- Copo de Ford: consiste em um copo metálico com um orifício na parte inferior por onde escoa o fluido.
Cronometra-se o tempo que o fluido leva para escoar totalmente e compara-se com a água.

Equação para determinar a viscosidade do composto (n x) em centipoises em função do tempo de escoamento do


composto (tx) em segundos e densidade do composto (dx) e as mesmas condições para a água:

                                                     nx = tx x dx x (nágua / tágua x dágua )          

Equação para determinar a viscosidade do composto (nv x) em centistokes em função da viscosidade do composto
(nx) em centipoises e densidade do composto (dx):

                                                     nvx = nx / dx

    Dados importantes:       1 poise = 100 centipoises (cps)

                                         1 stoke = 100 centistokes (cst)

TABELA DE VISCOSIDADE DA ÁGUA (NÁGUA)


TEMPERATURA (ºC) VISCOSIDADE (cps)
15 1,140
16 1,110
17 1,082
18 1,055
19 1,029
20 1,004
21 0,980
22 0,957
23 0,936
24 0,915
25 0,895

2.3.2.8. TEOR DE UMIDADE OU PERDA POR DESSECAÇÃO

    É a quantidade de água existente em determinada amostra de matéria prima. Existem 2 formas de água contida
nas substâncias:

-          Água de absorção: é a água absorvida do meio ambiente, livre da molécula do composto, ocupando os seus
espaços intermoleculares. É facilmente retirada do meio através de aquecimento ou substâncias dessecantes, para
a maioria das substâncias, o máximo de água permitida é de 0,5 à 1,0%;

-          Água de cristalização: é a água ligada quimicamente à molécula do composto. Dificilmente consegue ser
separada da molécula sem haver degradação do composto. Quando presente, acrescenta-se no nome dos
compostos as partículas hemihidratada (quando existe meia molécula de água ligada a uma do composto),
monohidratada (quando existe uma molécula de água ligada à uma molécula do composto), dihidratada (quando
existem duas moléculas de água ligadas à uma molécula do composto), e assim por diante.

Métodos para se quantificar a água de absorção dos compostos:

-          Dessecação em estufa: pesa-se amostra do composto sólido e coloca-se em dessecação por 1h em estufa pré-
aquecida. A temperatura da estufa deve ser ajustada abaixo da temperatura de fusão e ebulição. Se a temperatura
for muito baixa, deixar a amostra por 90min. como no caso dos fitoterápicos, vitaminas, carboidratos, proteínas e
outros bioativos cuja temperatura máxima deve ser de 55ºC (a menos que na literatura esteja especificado
diferente). As cápsulas podem ser deixadas à 60ºC por 25 minutos. Caso a substância possua alto ponto de fusão e
não degrade facilmente, pode-se deixar por 1h à 105ºC. A equação para cálculo do teor é a seguinte:

TU% = [(massa final x 100) / massa inicial] - 100

-          Dessecação em infravermelho: dessecação feita em balança com equipo de raios infravermelho e


temperatura controlada. Segue os mesmos conceitos técnicos da dessecação em estufa;

-          Destilação azeotrópica: dessecação baseada no processo de destilação fracionada de substâncias


azeotrópicas usada para medir o teor de umidade de líquidos. Utiliza-se como solvente o tolueno (PE = 110ºC).

Primeiro realiza-se uma destilação padrão de 200ml de tolueno e 2ml de água destilada por 2h e anotar o volume
de destilado obtido (N1). Depois se realiza uma destilação com 200ml de tolueno e 2ml da amostra por 2h e anotar
o volume de destilado obtido (N2). Calcular o teor de umidade a partir da seguinte equação:

                       TU% = [100 x (N2 – N1)] / massa da amostra

            Método para quantificar a água total do composto sólido e líquido:

-          Método analítico de Karl Fischer: consiste na titulação determinada eletronicamente em local fechado de
amostra do composto com o Reagente de Karl Fischer onde 1 mol de água reage com 1 mol de iodo.
Reação de Karl Fischer:

H2O + I2 + SO2 + 3C5H5N + CH30H  2C5H5N.HI + C5H5NH.SO4CH3

Reagente de Karl Fischer:        Iodo metalóide             8,47g

                                               Dióxido de enxofre                             6,40g

                                               Piridina anidra                                     26,9ml

                                   Metanol anidro                        66,7ml

O ponto final da reação determina-se eletronicamente, com facilidade, pelo procedimento da parada brusca.
Quando se aplica uma diferença de potencial entre dois eletrodos de platina imersos na mistura reacional, há
passagem de corrente elétrica enquanto houver iodo livre presente, que remove o hidrogênio e despolariza o
cátodo. Quando o último traço de iodo for consumido, a corrente diminui até zero. Inversamente, a técnica pode
ser combinada com uma titulação direta de uma amostra com o reagente de Karl Fischer. Neste caso, a corrente no
circuito elétrico cresce bruscamente no aparecimento do primeiro traço de iodo livre na solução. O reagente
original, produzido com metanol, é instável e exige padronização constante, sua estabilidade melhora quando se
substitui o metanol por 2-metoxi-etanol.

Alguns compostos interferem na análise como agentes oxidantes (cromatos, dicromatos, manganatos,
permanganatos, sais de cobre II e ferro III, óxidos superiores e peróxidos), agentes redutores (tiossulfatos, sulfetos e
sais de estanho II), óxidos básicos e sais de oxiácidos fracos.

Prepara-se a amostra sólida pulverizada, com dissolução ou suspensão em metanol seco. A mistura é titulada com o
reagente padrão até o ponto final eletrométrico.

O procedimento de Karl Fischer foi simplificado, com aumento de sensibilidade, por uma modificação do método
coulométrico. Neste novo procedimento, a amostra analisada é adicionada ao reagente substituído o iodo por
iodeto solúvel. Na eletrólise, há libertação de iodo no anodo ocorrendo a reação inversa. O ponto final é
determinado por um par de eletrodos que operam como um sistema de detecção biamperométrico e indicam a
presença de iodo livre. Neste método, 1mg de água equivale à 10,71 coulombs.

2.3.2.9. PONTO DE EBULIÇÃO

Ponto de ebulição de uma substância é a temperatura onde a substância passa do estado líquido para o
estado gasoso pois a pressão de vapor desta substância se torna igual à pressão atmosférica.

Método de Sywollobof: em um béquer de 500ml, adicionar cerca de 400ml de glicerina. Em um micro-


tubo de ensaio, adicionar o líquido problema e, por meio de um anel de látex, fixar este micro-tubo em um
termômetro de precisão preso num suporte.

Com o auxílio de um bico de Bunsen, vedar uma das extremidades de um tubo capilar e mergulhá-lo no
líquido-problema, de modo que a extremidade vedada fique voltada para cima.  Imergir o termômetro junto com o
micro-tubo na glicerina (com o cuidado de não deixar que entre glicerina no tubo) e aquecer o conjunto lentamente
por meio de um bico de Bunsen. Homogeneizar a temperatura no interior do béquer, fazendo movimentos verticais
com um anel de vidro.

Quando a pressão de vapor do líquido-problema se tornar superior à pressão atmosférica; o líquido


começará a tomar o lugar do ar no tubo capilar, sendo evidenciado pela saída de pequenas bolhas de ar do capilar.
Anotar o valor da temperatura quando as bolhas de ar começarem a sair e quando estiverem saindo
continuamente. Achar a média aritmética e procure identificar a substância através do ponto de ebulição que
encontrou.
   ESQUEMA:

                                                                                    ___________>   Termômetro

           Micro-tubo com líquido-problema   _____________>

                                                                                       ___________>   Glicerina

                            Bico de Bunsen   ___________>

 2.3.2.10.PONTO DE FUSÃO

              Ponto de fusão é a temperatura na qual uma substância cristalizada ou sólida passa para o estado líquido.
Nas substâncias puras, o ponto de fusão e de solidificação são idênticos. O ponto de fusão, assim como o ponto de
ebulição, serve para caracterizar determinadas substâncias.

Método de Thielle: tomar um tubo de Thielle, prendê-lo num suporte e enchê-lo com glicerina até próximo da
borda. Em seguida, pegar um tubo capilar e, com o auxílio de um bico de  Bunsen, vedar uma de suas extremidades.
Introduzir o sólido pulverizado no capilar até cerca de 2/3 do mesmo.

Fixar o capilar, por meio de um anel de látex, em um termômetro de precisão e mergulhar o conjunto na glicerina,
de modo a não permitir que esta não penetre no capilar.

Com o bico de Bunsen, aquecer lentamente o prolongamento do tubo de Thielle (conforme o esquema abaixo), de
modo a fazer com que a glicerina circule no interior do tubo, promovendo um aquecimento mais homogêneo,
diminuindo assim um possível erro na visualização da temperatura. Anotar a temperatura em que começa a haver a
fusão, bem como a temperatura à qual se finaliza a mesma, tirando a média aritmética entre as duas temperaturas.
A diferença entre as duas temperaturas não deve exceder a 1 oC, pois se isso ocorrer o sólido-problema estará
impuro.

                                  

ESQUEMA :

                              Tubo capilar
                              com sólido-problema _________>

                                 Tubo de Thielle

                                 com glicerina   ______________>

  

-Método capilar: tomar amostra do composto a ser analisado e colocar


em dessecador com anidrido silícico por 24h. Adicionar pequena porção da amostra em
2 tubos capilares com 1 de suas extremidades fechadas até atingir a marca de 2 ou 3 mm
do capilar. Colocar os capilares em determinador de ponto de fusão com termômetro e
iniciar o aquecimento. Marcar a temperatura em que inicia-se a fusão e a temperatura
de término da fusão observando com uma lupa as alterações ocorridas. Esse intervalo de
tempo é o intervalo da temperatura de fusão e o ponto de fusão é a média da
temperatura maior e menor obtidas .

2.3.2.11. ÍNDICE DE REFRAÇÃO

É uma constante física freqüentemente usada na determinação da identidade e pureza dos fármacos.
Pode ser usado para determinar quantitativamente a pureza das soluções ou as proporções em que certos líquidos
são misturados. A determinação do índice de refração é realizada no refratômetro tipo Abbé, refratômetro manual.

Verifica-se a temperatura do líquido padrão (água destilada) e colocar entre os prismas e aferir em 1,3330.
determina-se o erro inicial mediante deslocamento da cremalheira até obter campo constituído de metades iguais,
mas desigualmente iluminadas, isto é, uma clara e uma escura.

Iluminar o prisma com luz solar ou elétrica de modo a obter um campo bem claro. Colocar de 2 à 3 gotas
do líquido problema na face do prisma mantido horizontalmente e determinar o índice de refração. O aparelho
estará calibrado para 20ºC e o erro é de 0,4% para cada 5 ºC de diferença.

SUBSTÂNCIA ÍNDICE DE REFRAÇÃO

Água destilada 1,3330

Acetona 1,3589

Clorofórmio 1,4476

Etanol (18ºC) 1,3624


Eugenol 1,5400 – 1,5420

Fitonadiona (25ºC) 1,5230 – 1,5252

Glicerina 1,4729

Salicilato de metila 1,5350 – 1,5380

Trietanolamina (40ºC) 1,4537 – 1,4585

2.3.2.12. RESÍDUOS DE CINZAS POR INCINERAÇÃO

              É a determinação da quantidade de cinzas obtidas pela incineração total de amostra da substância. Para
determinar a quantidade de cinzas, deve-se calcinar um cadinho de porcelana em mufla à 450ºC por 30 minutos e
resfriar em dessecador. Pesar o cadinho e anotar sua massa (P1), depois pesar o cadinho com a amostra a ser
analisada (P2).

            Distribuir o material uniformemente sobre o cadinho, deixando-o inclinado sobre um suporte e iniciar a
combustão com chama pequena do bordo superior ao fundo do cadinho, aumentando o aquecimento
gradativamente. Após completa combustão, identificada pela ausência de fumaça, calcinar em mufla à 450ºC por 2h
para eliminar todo o carvão. Caso não tenha sido eliminado todo o carvão, adicionar ao resíduo 2ml de água
destilada ou solução saturada de nitrato de amônio, evaporar em BM até secura e calcinar novamente até obter
massa constante. Anotar a massa total do cadinho resfriado com as cinzas obtidas (P3).
Para calcular usar:      

P2 – P1             e depois por regra de 3 calcular o valor em porcentagem.

P3 – P1

2.3.2.13. RESÍDUOS DE CINZAS SULFÚRICAS POR INCINERAÇÃO

              É a determinação da quantidade de cinzas obtidas pela incineração total e reação com ácido sulfúrico de
amostra da substância. Para determinar a quantidade de cinzas sulfúricas, deve-se calcinar um cadinho de
porcelana em mufla à 450ºC por 30 minutos e resfriar em dessecador. Pesar o cadinho e anotar sua massa (P1),
depois pesar o cadinho com a amostra a ser analisada (P2).

            Distribuir o material uniformemente sobre o cadinho, deixando-o inclinado sobre um suporte e iniciar a
combustão com chama pequena do bordo superior ao fundo do cadinho, aumentando o aquecimento
gradativamente. Após completa combustão, identificada pela ausência de fumaça, calcinar em mufla à 450ºC por 2h
para eliminar todo o carvão. Adicionar ao resíduo 2ml de ácido sulfúrico concentrado, evaporar em BM até secura e
calcinar novamente até obter massa constante. Anotar a massa total do cadinho resfriado com as cinzas obtidas
(P3).

Para calcular usar:      

P2 – P1             e depois por regra de 3 calcular o valor em porcentagem.

            P3 – P1

 2.3. PROPRIEDADES QUÍMICAS

 2.3.1.   ANÁLISE DE ÓLEOS E CERAS

 2.3.1.1. ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO

 Índice de saponificação (I. S.) é o número de miligramas de KOH necessários para neutralizar os ácidos graxos livres
e saponificar um grama de gordura. Quanto maior o índice de saponificação, mais base será consumida,
é portanto uma gordura que se presta para a fabricação de sabão. A quantidade de NaOH (o qual irá fornecer um
sabão duro) é determinada com o auxílio da expressão:   % NaOH = I. S. / 14

Exemplo: Índice de saponificação do óleo de coco de babaçu   I. S. = 247

    247 / 14 = 17,64% NaOH

 Ensaios :

1) Determinar o índice de saponificação, pesando um grama (exato) da amostra, pipetar 20ml de solução alcoólica
de KOH e refluxar por 30 minutos. Determinar a massa de KOH excedente, titulando a mistura com solução-padrão
de HCl-0,5N usando fenolftaleína como indicador.

Cálculo:

ml  de HCl 0,5N gastos para titular após refluxo  ____________________________>   Xml

ml de HCl 0,5N gastos para titular somente a solução de KOH    _____________>    Yml

      Índice de saponificação  =     (Y - X) . 28,05 

                                                  Massa do óleo (g)

2.3.1.2. ÍNDICE DE ACIDEZ


Índice de acidez (I. A.) é o número de miligramas de NaOH necessários para neutralizar os ácidos graxos livres de um
grama de gordura. Quanto maior o índice de acidez, mais base será consumida.

 Ensaio: Padronizar em uma bureta, uma solução de NaOH 0,1N calculando seu fator de correção com a
equação Fc = Normalidade real (NR) / Normalidade teórica (NT).

Dissolver 10g de amostra em uma mistura de éter etílico e álcool absoluto em partes iguais previamente
neutralizada com solução de NaOH 0,1N usando fenolftaleína como indicador. Titular a amostra com NaOH 0,1N até
o aparecimento de uma coloração rósea persistente por 30 segundos. O volume da solução de NaOH gastos (V)
deve ser anotado.

Índice de acidez  =     V x Fc x 5,61 

                                 Massa do óleo (g)

2.3.1.3. ÍNDICE DE IODO

 Índice de iodo é o número de miligramas de iodo absorvidos por 1 grama de gordura. Existem duas
soluções titulantes, a solução de Wijs (onde 1ml de reagente possue 13mg de iodo) e a solução deHanus (onde 1ml
de reagente possue 13,2mg de iodo)

 Ensaio: titular 1g de óleo dissolvido em 50ml de uma mistura de éter etílico e etanol absoluto em partes iguais
usando solução de amido como indicador. Titular até o aparecimento de coloração azulada persistente.

Reagente de Wijs:        Iodo metalóide                13,0g

                                   Ácido acético glacial qsp         1000ml

                                   Gás cloro qs

 Reagente de Hanus:      Solução A        Iodo metalóide          13,2g

                                                           Ácido acético glacial qsp   750ml        

                                    Solução B         Bromo                          8,31g (3ml)

                                                           Água destilada qsp               250ml

  2.3.1.4. TESTE DE RANCIFICAÇÃO DE ÓLEOS E CERAS

À 1ml de solução da amostra em éter etílico à 10% adiciona-se 1ml de solução aquosa
de floroglucinol 0,1% e ácido clorídrico R e agita-se. O resultado positivo evidencia-se pela formação de coloração
rósea.

2.3.2.   VOLUMETRIA OU ANÁLISE TITRIMÉTRICA

 2.3.2.1. MOLARIDADE

Segundo a IUPAC, mol é a quantidade de substância que contém tantas unidades elementares quantos são os
átomos em 0,012Kg de carbono 12. A unidade elementar deve ser especificada e pode ser um átomo, uma
molécula, um íon, um radical, um elétron,  outra partícula ou grupo especificado destas partículas.

 Por isso, algumas soluções-padrão são expressas em concentrações molares ou molaridade. Estas soluções são
expressas em números de moles de soluto por litro da solução; assim em qualquer solução:

 
Molaridade (M) =     moles do soluto

                               Volume da solução

2.3.2.2.                   NORMALIDADE

 Embora as concentrações molares sejam oficialmente aceitas, é comum o uso da normalidade em  titrimetria.
Normalidade é definida como o número de equivalentes de um reagente em 1 litro da solução.

     Normalidade (N) = número de equivalentes-grama

                                           Volume da solução

 cálculo de equivalentes-grama de ácidos e bases se dá através da divisão da massa molar pelo número
de hidrogênios ou hidroxilas ionizáveis do composto. Para sais, divide-se a massa molar pelo produto do cátion e
do ânion formador do sal.

Para reações de oxi-redução, o equivalente-grama corresponde  à massa molar dividida pelo número de elétrons
que participam da reação.

 2.3.2.3.                   SOLUÇÃO PADRÃO

 A solução padrão ou solução volumétrica é o reagente de concentração conhecida que é usada na


análise titrimétrica. Alguns pontos devem ser considerados importantes nestas soluções:

 
a)      deve ser suficientemente estável;
b)      reagir rapidamente com o fármaco para diminuir o tempo do ensaio;
c)      reagir de forma seletiva com o fármaco conduzindo à uma equação simples
e facilmente balanceada;
d)      reagir rapidamente com o indicador para que a viragem seja fácil e
rapidamente observada.
 
2.3.2.4.                   PONTO DE EQUIVALÊNCIA E PONTO FINAL
 
O ponto de equivalência (PE) ou volume teórico (Vt), como o próprio nome diz, não pode ser determinado
experimentalmente mas sim estimado observando algumas mudanças físicas no processo de titulação
envolvendo o padrão e o indicador. Esta mudança é denominada ponto final e geralmente ocorre próximo ao
ponto de equivalência.
     
      Vt = m x FA                  onde,    Vt = volume teórico
                                                     m = quantidade do fármaco pesado (em mg)
                                                     FA = fator de análise. Quantidade do fármaco que reage
   com 1ml do titulante (em mg)
 
2.3.2.5.                   PADRÕES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS
 
Na titrimetria, alguns reagentes são adotados, em concentrações definidas, como soluções de referência.
Essas soluções são conhecidas como padrões primários e secundários.
Um padrão primário é um composto com pureza suficiente para permitir a preparação de uma solução
padrão mediante a pesagem direta da quantidade da substância, seguida pela diluição em um volume definido
de solvente. O padrão primário deve ser de fácil purificação, dessecação e preservação em estado puro, estável
ao ar e a umidade, ser facilmente solúvel no solvente, total de 0,01 – 0,02% de impurezas, elevada massa
molecular e sua reação com a solução problema  ser estequiométrica e praticamente instantânea.
Um padrão secundário é o composto que pode ser usado nas padronizações, cujo teor real da substância
foi determinado pela titulação com o padrão primário.
Os principais padrões primários são:
         Reações de neutralização: carbonato de sódio, tetraborato de
sódio, biftalato de potássio, ácido benzóico, ácido oxálico.
         Reações de complexação: nitrato de prata, cloreto de sódio, EDTA-dissódico.
         Reações de precipitação: nitrato de prata, cloreto de sódio, cloreto de potássio,
brometo de potássio.
         Reações de oxirredução: dicromato de potássio, permanganato de
potássio, bromato de potássio, iodato de potássio, oxalato de sódio, trióxido de
arsênio.
 
O teor da substância titulada pode ser dado pela seguinte equação:
 
T = NR x V x E x 100   onde:    T    = teor (em %)
                Q                                      NR = normalidade real do padrão usado
                                                                 V    = volume gasto do padrão (em L)
                                                                 E     = equivalente do composto titulado
                                                                 Q     = alíquota da amostra titulada (em g)
 
2.3.2.6.                   VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
 
Processo titulométrico que consiste em neutralizar um ácido por uma base (acidimetria) ou vice-versa
(alcalimetria) na presença de um indicador que sofre alteração de cor dentro de uma faixa de pH restrita
próxima ao ponto de equivalência.
 
INDICADORES DE pH
Zona
Indicador Tipo Cor pH ácido Cor pH básico Solvente g/100ml
deviragem
Azul de timol ácido A Vermelho Amarelo 1,2 – 2,8 Água na presençaNaOH 0,1
Tropeolina OO B Vermelho Amarelo 1,3 – 3,2 Água 1,0
2,4-dinitrofenol A Incolor Amarelo 2,4 – 4,0 Etanol 50% 0,1
Amarelo de metila B Vermelho Amarelo 2,9 – 4,0 Etanol 90% 0,1
Alaranjado de metila B Vermelho Amarelo 3,1 – 4,4 Água 0,1
Azul de bromofenol A Amarelo Azul-violeta 3,0 – 4,6 Água na presençaNaOH 0,1
Alizarinossulfonato Na A Amarelo Violeta 3,7 - 5,2 Água 0,1
Vermelho de α-naftila B Vermelho Amarelo 3,7 – 5,0 Etanol 70% 0,1
p-Etoxicrisoidina B Vermelho Amarelo 3,5 – 5,5 Etanol 90% 0,1
Verde de bromocresol A Amarelo Azul 4,0 – 5,6 Água na presençaNaOH 0,1
Vermelho de metila A Vermelho Amarelo 4,4 – 6,2 Água na presençaNaOH 0,1
Púrpura debromocresol A Amarelo Púrpura 5,2 – 6,8 Água na presençaNaOH 0,1
Vermelho de clorofenol A Amarelo Vermelho 5,4 – 6,8 Água na presençaNaOH 0,1
Azul de bromotimol A Amarelo Azul 6,0 – 7,6 Água na presençaNaOH 0,1
P-Nitrofenol A Incolor Amarelo 5,0 – 7,0 Água 0,1
Azolitmina   Vermelho Azul 5,0 – 8,0 Água 0,5
Vermelho de fenol A Amarelo Vermelho 6,4 – 8,0 Água na presençaNaOH 0,1
Vermelho neutro B Vermelho Amarelo 6,8 – 8,0 Etanol 70% 0,1
Ácido rosólico A Amarelo Vermelho 6,8 – 8,0 Etanol 90% 0,1
Vermelho de cresol A Amarelo Vermelho 7,2 – 8,8 Água na presençaNaOH 0,1
Α-Naftolftaleína A Róseo Verde 7,3 – 8,7 Etanol 70% 0,1
Tropeolina OOO B Amarelo Róseo 7,6 – 8,9 Água 0,1
Azul de timol básico A Amarelo Azul 8,0 – 9,6 Água na presençaNaOH 0,1
Fenolftaleína A Incolor Vermelho 8,0 – 10,0 Etanol 70% 0,1
α-Naftolbenzeína A Amarelo Azul 9,0 – 11,0 Etanol 90% 0,1
Timolftaleína A Incolor Azul 9,4 – 10,6 Etanol 90% 0,1
Azul do nilo   Azul Vermelho 10,1 – 11,1 Água 0,1
Amarelo de alizarina A Amarelo Lilás 10,0 –12,0 Água 0,1
Amarelo de salicil A Amarelo Marrom 10,0 –12,0 Etanol 90% 0,1
Diazovioleta   Amarelo Violeta 10,1 – 12,0 Água 0,1
Tropeolina O B Amarelo Marrom 11,0 – 13,0 Água 0,1
Nitramina B Incolor Marrom 11,0 – 13,0 Etanol 70% 0,1
Azul de poirier   Azul Violeta 11,0 – 13,0 Água 0,1
Ácido Trinitrobenzóico A Incolor Alaranjado 12,0 –13,4 Água 0,1

 
2.3.2.6.1. DOSEAMENTO DO ÁCIDO GLICÓLICO
 
Pese exatamente cerca de 2g de ácido glicólico e diluir com cerca de 50ml de água destilada. Titule com
hidróxido de sódio 0,1N usando a fenolftaleína como indicador. Cada mL de hidróxido de sódio 0,1N reage com
76,05mg de ácido glicólico (C2H4O3).
 
2.3.2.6.2. DOSEAMENTO DA FUROSEMIDA
 
Dissolva cerca de 250mg de furosemida em 20ml de dimetilformamida R. Titule com hidróxido de sódio
0,1N usando azul de bromotimol como indicador. Cada mL de hidróxido de sódio 0,1N reage com 33,07mg
de furosemida (C12H11ClN2O5S).
 
2.3.2.7.                   VOLUMETRIA DE OXIRREDUÇÃO
 
Processo no qual há transporte de elétrons, sendo que uma substância é oxidada e outra é reduzida. É
muito utilizada em análise farmacêutica sendo que os principais métodos
são:permanganometria (permanganato de potássio), cerimetria (sulfato de cério
IV), iodimetria (iodo), iodometria (iodeto + tiossulfato de sódio), iodatimetria (iodato de potássio)
e dicromatometria(dicromato de potássio).
O ponto final da titrimetria de oxirredução pode ser determinado de 3 formas distintas:
a)      por mudança de cor de um indicador ao receber ou doar elétrons;
b)      por mudança devido à adsorção do iodo pelo amido;
c)      por excesso do titulante de torna a solução levemente corada.
 
INDICADORES DE OXIRREDUÇÃO
Amido SI Triturar 1g de amido R em 10ml de água fria e adicionar sob agitação
constante em 200ml de água fervente. Ferver a mistura até obter um
fluido translúcido e pouco denso. Deixar repousar e usar o sobrenadante.
Difenilamina SI Dissolver 1,0g de difenilamina R em 100ml de ácido sulfúrico
concentrado. A solução deve ser incolor.
Ortofenantrolina ferrosa SI Dissolver 1,48g de sulfato ferroso em100ml de água. Dissolver 150mg
de ferroína em 10ml da solução de sulfato ferroso recém preparada.
 
2.3.2.7.1.    DOSEAMENTO DE ACETATO DE TOCOFEROL
 
Pese exatamente cerca de 250mg de amostra e transfira para um balão de fundo redondo de 150ml,
acoplado a um condensador de refluxo, com auxílio de várias porções de álcool absoluto totalizando 25ml.
Adicione 20ml de ácido sulfúrico 5N e ferva sob refluxo por 3horas ao abrigo da luz. Resfrie e transfira para um
balão volumétrico de 100ml e complete o volume com álcool absoluto. Transfira uma alíquota de 25ml para
um erlenmeyer e adicione 20ml de ácido sulfúrico 12% v/v em álcool absoluto usando difenilamina como
indicador. Titule com sulfato cérico 0,01N até o aparecimento de coloração azul persistente por 10 segundos.
Cada ml de sulfato cérico 0,01N corresponde a 2,364mg de acetato de tocoferol (C31H52O3).
 
2.3.2.7.2. DOSEAMENTO DE NIFEDIPINA
 
Dissolver exatamente cerca de 0,1300g de nifedipina em uma mistura de 25ml de álcool t-butílico e 25ml
de ácido perclórico R.  Titule com sulfato cérico amoniacal 0,1M usando ortofenantrolinaferrosa como
indicador, até que a coloração rósea desapareça. Cada ml de sulfato cérico amoniacal reage com 17,32mg
de nifedipina (C17H18N2O6).
 
2.3.2.7.3. DOSEAMENTO DE HIDROQUINONA
 
Dissolva cerca de 250mg de hidroquinona, exatamente pesados, em uma mistura de 100ml de água e
10ml de ácido sulfúrico 0,1N usando difenilamina como indicador e titule com sulfato cérico 0,1N até obter
uma coloração vermelho-violeta. Cada mL de sulfato cérico 0,1N corresponde a cerca de 5,506mg
de hidroquinona (C6H6O2).
 
2.3.2.7.4. DOSEAMENTO DE CAPTOPRIL
 
Dissolver cerca de 300mg de captopril em 100ml de água destilada. Adicionar 10ml de ácido sulfúrico
3,6N, 1g de iodeto de potássio e 2ml de amido SI. Titular com iodato de potássio 0,1N até aparecimento de
coloração azul persistente por 30 segundos. Cada ml de iodato de potássio 0,1N corresponde a 21,73mg
de captopril.
 
2.3.2.8.                   TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA
 
Muitos métodos analíticos são baseados nas reações de oxirredução. Assim, quando analisa-se o
equilíbrio de um processo de oxirredução pela medida dos potenciais elétricos das duas semi-reações
existentes neste processo, aplica-se a eletroquímica.
Inúmeras são as utilidades da eletroquímica, como por exemplo no doseamento de fármacos através da
medida das diferenças dos potenciais entre dois eletrodos mergulhados na solução (expressos em mV) em
relação a quantidade de soluçao  titulante que foi acrescentada. O ponto final é determinado pela
variação brusca do potencial do eletrodo indicador.
A potenciometria tem algumas vantagens sobre os outros métodos titrimétricos:
a)      apresenta maior precisão;
b)      permite trabalhar com soluções fortemente coloridas ou turvas;
c)      possui grande sensibilidade, mesmo em soluções muito diluídas.
 
2.3.2.8.1. DOSEAMENTO DE RANITIDINA
 
Dissolver 280mg de cloridrato de ranitidina em água. Titular com hidróxido de sódio 0,1N e determinar o
ponto de equivalência potenciométricamente. Cada ml de hidróxido de sódio 0,1N corresponde a 35,09mg
de ranitidina HCl (C13H23ClN4O3S).
 
2.3.2.8.2. DOSEAMENTO DE TRIAC
 
Dissolver 600mg de triac em etanol e titular com hidróxido de sódio 0,1N e determinar o ponto de
equivalência potenciométricamente. Cada ml de hidróxido de sódio 0,1N corresponde a 62,193509mg
de triac (C14H9I3O4).
 
2.3.2.9.                   TITULAÇÃO EM MEIO ANIDRO OU ANIDROVOLUMETRIA
 
Fármacos que são bases ou ácidos muito fracos, não podem ser doseados em meio aquoso, pois a água,
solvente no processo, compete com o fármaco pelo titulante dificultando a observação do ponto final da
titulação. Por exemplo, em casos de fármacos de natureza básica, a titulação em meio aquoso só é possível
quando sua basicidade corresponde a pH = 6 (dissociação 10 -6). Porém, se a base é mais fraca, poderá ocorrer
uma reação de hidrólise do sal formado impedindo a titulação.
No entanto, fármacos com essas características podem ser doseados em meio não aquoso, sendo o ácido
acético glacial o solvente mais usado na anidrovolumetria. Essa metodologia possui algumas vantagens:
         Método rápido e exato;
         Pode-se titular misturas de fármacos;
         Grande utilidade, pois a grande maioria dos fármacos são ácidos ou bases muito fracos.
No entanto também existem algumas desvantagens:
         Os solventes orgânicos apresentam expansão cúbica superior à da água, portanto variações de
temperatura podem causar erros analíticos;
         A amostra deve ser finamente pulverizada e solubilizada por completo no solvente;
         Alguns solventes são vendidos de forma restrita.
 
INDICADORES EM ANIDROVOLUMETRIA
Cristal violeta SI Dissolver 100mg de cristal violeta R em 100ml de ácido acético glacial.
Naftolbenzeína SI Dissolver 250mg de α-naftolbenzeína R em 100ml de ácido acético glacial.
Azul do Nilo SI Dissolver 100mg de azul do Nilo R em 100ml de ácido acético glacial.
 
2.3.2.9.1. TIPOS DE SOLVENTES
 
         Apróticos: têm baixa constante dielétrica e são quimicamente inertes. Ex: acetona, acetonitrila,
benzeno, dicloroetileno, tetracloreto de carbono, dioxano.
         Protofílicos: têm alta constante dielétrica, são de caráter básico e reagem com ácidos para formar
prótons solvatados. Ex: amônia, piridina, dimetilformamida, etilenodiamina.
         Protogênicos: têm alta constante dielétrica e são substâncias ácidas. Ex: ácido acético glacial,
ácido propiônico, ácido fórmico, anidrido acético.
         Anfipróticos: apresentam alta constante dielétrica e têm propriedades protofílicas e protogênicas.
Ex: ácido acético glacial, metanol, etanol, propanol, água.

2.3.2.2.1. PREPARO DE ÁCIDO PERCLÓRICO 0,1N  


 
          Transferir
quantitativamente 8,5ml de ácido perclórico R (massa molar 100,5; densidade 1,67; pureza 70%)
para balão volumétrico de 1000mL e adicionar, sob agitação, 300ml de ácido acético glacial. Juntar
20ml de anidrido acético e completar o volume com ácido acético glacial. Transferir para frasco
escuro e deixar de repouso por 24h.
Padronizar o ácido perclórico com biftalato de potássio dissolvido em ácido acético glacial, usando o cristal
violeta como indicador.
 
2.3.2.2.2. PREPARO DE ACETATO MERCÚRICO SR
 
Dissolver 6,0g de acetato mercúrico R em ácido acético glacial suficiente para completar 100ml.
Acondicionar em frascos escuros e hermeticamente fechados. É importante a adição de acetatomercúrico em
titulações de cloridratos para evitar a interferência dos halogênios na titulação.
 
2.3.2.2.3. DOSEAMENTO DA ANFEPRAMONA
 
Dissolver 400mg de cloridrato de anfepramona em 50ml de ácido acético glacial, adicionar 15ml de
acetato mercúrico SR e titular com ácido perclórico 0,1N usando naftolbenzeína como indicador. Cada ml de
ácido perclórico reage com 24,18mg de cloridrato de anfepramona (C13H19NO3.HCl).
 
2.3.2.2.4. DOSEAMENTO DO FEMPROPOREX
 
Dissolver 400mg de cloridrato de femproporex em 50ml de ácido acético glacial, adicionar 5ml de
acetato mercúrico SR e titular com ácido perclórico 0,1N usando cristal violeta como indicador. Cada ml de
ácido perclórico reage com 22,47mg de cloridrato de femproporex (C12H16N2.HCl).
 
2.3.2.2.5. DOSEAMENTO DO DIAZEPAM
 
Dissolver 500mg de diazepam em 50ml de anidrido acético e titular com ácido perclórico 0,1N usando azul
do Nilo como indicador. Cada ml de ácido perclórico reage com 28,47mg de diazepam(C16H13ClN2O).
 
2.3.2.2.6. DOSEAMENTO DO BROMAZEPAM
 
Dissolver 250mg de bromazepam em 20ml de ácido acético glacial, adicionar 50ml de anidrido acético e
titular com ácido perclórico 0,1N determinando o ponto final potenciométricamente. Cada ml de
ácido perclórico reage com 31,62mg de bromazepam (C14H10BrN3O).
 
2.3.2.2.7. DOSEAMENTO DO ACICLOVIR
 
Dissolver 150mg de aciclovir em 60ml de ácido acético glacial e titular com ácido perclórico 0,1N
determinando o ponto final potenciométricamente. Cada ml de ácido perclórico reage com 22,52mg
de aciclovir (C8H11N5O3).
 
2.3.2.2.8. DOSEAMENTO DO ETILADRIANOL
 
Dissolver 150mg de etiladrianol em 50ml de anidrido acético com 20ml de ácido acético glacial e titular
com ácido perclórico 0,1N determinando o ponto final potenciométricamente. Cada ml de
ácido perclórico reage com 21,77mg de etiladrianol (C10H16ClNO2).
 
2.3.2.2.9. DOSEAMENTO DA CISAPRIDA
 
Dissolver 350mg de cisaprida em 70ml de uma mistura de 1 parte de ácido acético glacial e 7 partes de 2-
butanona e titular com ácido perclórico 0,1N determinando o ponto finalpotenciométricamente. Cada ml de
ácido perclórico reage com 46,60mg de cisaprida (C23H29ClFN3O4).
 
2.3.3.   ESPECTROFOTOMETRIA OU ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO
 
Espectrofotometria é um dos métodos mais utilizados no mundo em laboratórios químicos e clínicos e é
amplamente usado em análises qualitativas e quantitativas.
Todos os métodos espectrofotométricos são baseados na interação de uma substância química com
energia radiante. Os tipos de energia radiante de maior aplicação são: ultravioleta (190 - 380nm), visível (380 –
780nm) e infra-vermelho próximo (2.500 – 16.000nm ou 600 – 4.000cm-1). Na maioria dos casos, o efeito desta
interação é a absorção desta energia pela substância que está sendo analisada.
Os principais conceitos usados em espectrofotometria são:
 
         Energia radiante: é aquela cuja propagação e transporte se efetua como um movimento
ondulatório sem transferência da matéria. Geralmente o termo é usado para definir radiação
eletromagnética.
         Absorbância ou absorvância (A): antigamente era chamada de densidade ótica e extinção; é o
logaritmo do inverso da transmitância;
         Transmitância (T): significa a relação entre o fluxo de radiação transmitido pela substância-
problema e o fluxo de radiação incidente. Na prática, utiliza-se esse valor expresso em
porcentagem;
         Absortividade (a): refere-se ao quociente da divisão da absorvância (A) pelo produto da
concentração da substância (c) e a espessura atravessada (b), depende de fatores como
estrutura molecular, solvente, temperatura e comprimento da radiação,
 
 a =  A onde, b é expresso em centímetros e c expresso em gramas/litro;
       bc
         Absortividade molar (ε): anteriormente chamado de índice de absorvância molar e coeficiente
de extinção molar, significa o quociente da divisão da absorvância (A) pelo produto da
concentração da substância (c) e a espessura atravessada (b). É também o produto
da absortividade (a) pelo peso molecular da substância,
 
ε =  A               onde, b é expresso em centímetros e c expresso em moles/litro;
      bc
 
         Lei de Lambert e Beer: de forma direta e simplificada, pode-se dizer que os princípios
de Lambert (1729) que informam que a absorvância é linear e diretamente proporcional ao
caminho percorrido pela energia radiante, ou seja, à espessura da cubeta (b) utilizada no
experimento. Por outro lado, os princípios de Beer (1852) determinam que a absorvância é
diretamente proporcional à concentração da substância em solução.
Assim, quando combinamos os dois princípios temos a Lei de Lambert-Beer onde
a absorvância (A) é diretamente proporcional ao caminho percorrido (b) e à concentração da
substância na solução.
 
A = a x b x c    onde,    a =  constante de proporcionalidade;
                                   b =  espessura da cubeta;
                                   c =  concentração da substância em solução.
 
2.3.3.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ESPECTROFOTOMETRIA NA REGIÃO DO ULTRAVIOLETA-VISÍVEL
 
A principal vantagem da espectrofotometria na análise de fármacos é a sensibilidade do método.
Enquanto nos métodos volumétricos necessitamos de uma concentração mínima de 0,1mg/ml da substância a
ser analisada, na espectrofotometria, pode-se analisar facilmente soluções com concentrações de até
0,001mg/ml, ou seja, o método é 100 vezes mais sensível. As análises espectrofotométricas são seguras, fáceis
de serem executadas, rápidas e de baixo custo.
Porém, algumas desvantagens devem ser mencionadas. A primeira é a falta de especificidade do
método pois ele é baseado na quantidade de energia absorvida por uma substância em comprimento de onda
específico e às vezes torna-se difícil a distinção entra a quantidade de substância, impurezas, produtos de
degradação, etc. algumas substâncias também não seguem a Lei de Lambert-Beer e conseqüentemente não é
possível determinar sua concentração em determinadas soluções. São causas deste efeito: dispersão da luz,
fluorescência, reflexões múltiplas e soluções concentradas (acima de 0,01M).
Por último, uma desvantagem da espectrofotometria é o uso de padrões de referência. No Brasil, nem
sempre dispomos de referências, mas mesmo à nível internacional, há uma dependência dos padrões
produzidos pela United States Pharmacopeia (USP).
 
2.3.3.2. EQUIPAMENTOS USADOS EM ESPECTROFOTOMETRIA
 
Os principais componentes de um espectrofotômetro são: fonte de energia que é constituída de uma
lâmpada de deutério (190 – 370nm) e uma lâmpada de tungstênio (350 – 750nm); o monocromador que
individualiza o espectro de energia sendo o de mais alta energia no comprimento de onda mais alto; o
compartimento onde se coloca a amostra (ou as amostras); o detector que é constituído de um
fotomultiplicador que registra a energia sob a forma de um sinal elétrico; o amplificador que amplifica o sinal
para uma voltagem suficientemente maior para ser registrada e o registrador que traduz o sinal elétrico a um
parâmetro matemático compreensível.
 
2.3.3.3.DOSEAMENTO NA REGIÃO ULTRAVIOLETA
 
Na prática, o fundamento deste método consiste em comparar a absorvância produzida pela solução da
amostra com a absorvância produzida por uma solução padrão de referência, no comprimento de onda de
absorção máxima (geralmente mais de 235nm) e depois, o mais rapidamente possível, nas mesmas condições
experimentais,a da substância analisada, de acordo com a equação a seguir. Quando se deve usar
comprimentos de onda de 190 – 210nm, devem ser tomadas precauções especiais como
usar cubeta transparente nesta região, purgá-las com nitrogênio e empregar solventes próprios para
espectrofotometria.
Ca = Aa x Cp                                     onde,    Ca = concentração da amostra (μg/ml)
         Ap                                   Cp = concentração do padrão (μg/ml)
                                               Aa = absorvância da amostra
                                               Ap = absorvância do padrão
 
2.3.3.4.DOSEAMENTO NA REGIÃO VISÍVEL
 
Segue os mesmos padrões e procedimentos para o método de doseamento na região ultravioleta. Os
comprimentos de onda não devem diferir mais de 5nm do que o especificado em cada monografia.
 
2.3.3.5.DOSEAMENTO DO ACETATO DE DEXAMETASONA
 
Dissolver 100mg de acetato de dexametasona em 100ml de etanol absoluto R. diluir 2ml dessa solução em
etanol absoluto R para 100ml. Concomitantemente, prepare uma solução padrão de forma semelhante
usando acetato de dexametasona SQR. Meça as absorvâncias das soluções padrão e amostra em torno de
238,5nm. Calcular o teor de acetato de dexametasona (C24H31FO6) na amostra pesada.
 
2.3.3.6.DOSEAMENTO DA HIDROCLOROTIAZIDA
 
Dissolver 50mg de hidroclorotiazida em 10ml de hidróxido de sódio 0,1N e diluir para 100ml com água
destilada. Diluir 2ml dessa solução em hidróxido de sódio 0,1N para 100ml. Concomitantemente, prepare
uma solução padrão de forma semelhante usando hidroclorotiazida SQR. Meça as absorvâncias das soluções
padrão e amostra em torno de 273nm. Calcular o teor dehidroclorotiazida (C7H8ClN3O4S2) na amostra pesada.
 
2.3.3.7.DOSEAMENTO DA TRETINOÍNA
 
Dissolver 75mg de tretinoína em 5ml de clorofórmio R e diluir para 100ml com 2-
propanol acidificado (preparado a partir da adição de 1ml de HCl 0,01M a 1000ml de 2-propanol Diluir 5ml
dessa solução em 2-propanol acidificado para 50ml. Concomitantemente, prepare uma solução padrão de
forma semelhante usando tretinoína SQR. Meça as absorvâncias das soluções padrão e amostra em torno de
353nm. Calcular o teor de tretinoína (C20H28O2) na amostra pesada.
 
2.3.4.   CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
 
A cromatografia é uma técnica analítica de grande utilidade, podendo ser aplicada a quase todas as
substâncias, principalmente à aquelas que não dispomos de métodos analíticos ou esses são inviáveis de realização
nos laboratórios de controle com poucos equipamentos. Portanto será bastante útil e viável para avaliar a
identidade e pureza de determinada substância. A cromatografia é especialmente útil na análise de substância de
origem vegetal devido a sua complexa composição.

Podemos definir cromatografia como um processo de análise imediata por migração diferencial dos
componentes de uma mistura, dentro de um sistema cromatográfico formado pela mistura a ser analisada (M), pela
fase fixa (FF) e pela fase móvel (FM):

         Fase fixa ou estacionária: constituída por material sólido e poroso (adsorventes), cuja função é
reter os solutos (sorção);

         Fase móvel: é o solvente, também, chamado eluente, que flui através da fase fixa e tem como
função deslocar os solutos (dessorção);

As diferenças das intensidades dos fenômenos de sorção e dessorção de cada componente da mistura a
ser analisada, ou seja, os diferentes desvios do equilíbrio em favor de uma das fases, é o fator responsável pela
migração diferencial e, portanto pela separação dos componentes da mistura.

A cromatografia em camada delgada é um tipo de cromatografia de adsorção, sendo portanto um


processo de separação de componentes de uma mistura (amostra), por migração diferencial, no qual a propriedade
do soluto responsável pela competição é a polaridade; e o fenômeno físico responsável pela retenção é a adsorção
e pelo deslocamento, é a desadsorção. É um tipo de cromatografia essencialmente qualitativo, ideal para
comparação de uma amostra com um padrão de referência.
O sucesso da cromatografia de adsorção depende da escolha acertada do adsorvente e do eluente em
função da polaridade dos componentes da amostra. Adsorventes fortes e eluentes fracos foram sistemas mais
adequados para a separação de misturas pouco polares, enquanto misturas polares apresentam melhor migração
diferencial em sistema formado por adsorvente fraco com eluente forte.

Tabela com poder de adsorção dos adsorventes e polaridade dos solventes:

     ADSORVENTES

1. amido/sacarose
2. carbonato de cálcio
3. carbonato de magnésio
4. óxido de magnésio
5. silica
6. alumina
7. carvão ativado
SOLVENTES

1. hexano
2. benzeno
3. clorofórmio
4. éter etílico
5. acetato de etila
6. acetona
7. metanol

         Equipamentos:

-          Cromatoplacas com silicagel fluorescente 20 x 20;

-          Cuba de vidro provida de bordos e tampas esmerilhados, de modo a promover a


vedação completa;

-          Papel de filtro;

-          Luz ultra-violeta para observação de placas;

-          Micropipeta de 100mcg para aplicação de spot;

-          Eluentes básicos;

-          Solução reveladora, quando necessário.

         Descrição do método:

-          Dissolva alguns miligramas do material a ser analisado (5 – 70mg) e cerca de 2 a 5ml


de solvente e mantenha a solução em recipiente coberto para evitar evaporação;
-          Aplicar as soluções em exame (amostra e padrão) na forma de manchas circulares ou
bandas de cerca de 1cm de largura sobre a placa com micropipeta, à distância não
inferior a 1,5cm das bordas laterais e inferior. A distância entre os pontos de aplicação
(spots) não deve ser inferior a 1,5cm;

-          Evaporar o solvente da cromatoplaca após cada aplicação em leve corrente de ar


quente (secador);
-          Saturar a cuba de vidro. Para isso, forrar as paredes da cuba internamente com papel
de filtro introduzindo o eluente em quantidade suficiente para impregná-lo (a tira de
papel filtro aderida com eluente à parede da cuba de vidro de modo a cobrir metade
de sua área). A cuba deve conter 1 cm do líquido eluente. Fechar a cuba, deixando-a
em repouso por 1 hora, à temperatura ambiente.

-          Desenvolver as cromatoplacas na cuba saturada fechada, com o eluente até que o


mesmo atinja 10 a 15cm (limite que deverá ser previamente marcado) a partir do
ponto de aplicação;

-          O uso da técnica de cromatografia de repetição, às vezes é necessária para melhorar


a separação das faixas;

-          Para a técnica de repetição, deixar a cromatografia desenvolver-se até que a frente


do eluente atinja cerca de 1 cm do bordo superior. Retirar a placa, evaporar
o eluente e repetir o desenvolvimento com outro eluente;

-          Retire a placa, observe-a sob a luz ultravioleta de comprimento de onda 254 nm ou


366nm em câmara escura, anote graficamente os resultados. As substâncias separadas
devem aparecer com o aspecto das faixas escuras sob um fundo fluorescente. Deve-se
comparar a migração da amostra e do padrão;

-          Caso seja necessário, revele a cromatoplaca em câmara com vapores de iodo.

         Eluentes básicos:

- Eluente I:            Hexano

- Eluente II:          Clorofórmio

- Eluente III:         Clorofórmio + Metanol (95 + 5)

- Eluente IV:          Clorofórmio + Metanol (90 + 10)

Caso nenhum dos eluentes acima descritos dê boa resolução, repita o procedimento


com eluentes de polaridade intermediária escolhidos na série eluotrópica entre os dois que provocaram,
respectivamente, pequena e grande migração.

 
         Série eluotrópica de sistemas de um ou dois solventes para cromatografia:

Eluente                                   Proporção

Hexano                                                     100

Hexano/benzeno                                       50 + 50

Benzeno (Eluente I)                                   100

Benzeno/clorofórmio                                 50 + 50

Clorofórmio                                               100

Hexano/acetato de etila                            80 + 20

Clorofórmio/acetona                                 95 + 5

Benzeno/acetona                                       90 + 10

Benzeno/acetato de etila                           80 + 20

Clorofórmio/éter                                       90 + 10

Benzeno/metanol                                       95 + 5

Benzeno/éter                                            60 + 40

Hexano/acetato de etila (Eluente II)        50 + 50

Clorofórmio/éter                                       80 + 20

Benzeno/acetona                                       80 + 20

Clorofórmio/metanol                                 99 + 1

Benzeno/metanol                                       95 + 5

Clorofórmio/acetona                                 85 + 15

Benzeno/éter                                            40 + 60

Benzeno/acetato de etila                           50 + 50

Clorofórmio/éter                                       60 + 40

Hexano/acetato de etila                            20 + 80

Acetato de n-butila                                   100

Clorofórmio/metanol (Eluente III)            95 + 5

Clorofórmio/acetona                                 70 + 30

Benzeno/acetato de etila                           30 + 70

Acetato de n-butila/metanol                      99 + 1

Benzeno/éter                                            10 + 90
Éter                                                          100

Éter/metanol                                             99 + 1                         

2.4.          CONTROLE DA ÁGUA USADA EM MANIPULAÇÃO

A água usada em manipulação é considerada uma matéria prima produzida pelo próprio estabelecimento,
e portanto deve ter cuidados especiais no seu tratamento.

    O sistema de obtenção de água potável e purificada deve estar qualificado dentro das especificações das
Farmacopéias oficiais como a Brasileira, Britânica, USP, etc, de forma a garantir o cumprimento das mesmas
com vistas à obtenção de água como matéria prima principal na produção de formulações.
 
2.4.1.   ÁGUA DECLORADA
 
Usualmente, a eliminação do cloro é feita pela filtração em leito de carvão ativado. É necessário substituir
periodicamente o filtro para evitar obstrução da passagem de água. O filtro de carvão também retira da água
matérias orgânicas estranhas.
 
2.4.2.   ÁGUA DEIONIZADA
 
Para pequenos volumes, o processo consagrado é o da deionização por troca iônica. Um deionizador de
bancada possui uma grande superfície de resina em contato com a água, onde há acumulo de impurezas,
facilitando a proliferação de microorganismos. Para recuperar as resinas, é necessário regenerar o sistema
cada vez que o condutímetro indicar saturação.
    A sanitização de resinas é feita com a aplicação de hipoclorito de sódio à 5% e deve ser realizada
semanalmente. Devendo após isso, esvaziar todo o conteúdo do deionizador até que a água não apresente
traços de cloro.
    A regeneração de resinas deve ser feita apenas quando o sistema indicar saturação. Em resinas de troca
catiônicas deve aplicar solução de ácido clorídrico 4% e em resinas de troca aniônicas deve-se aplicar solução
de hidróxido de sódio 4%.
 
2.4.3.   ÁGUA DESTILADA
 
Do ponto de vista microbiológico é o melhor processo de purificação de água pois envolve mudança de
estado físico, fornecendo teoricamente água estéril. O destilador e o barrilete devem ser limpos
e sanitizados periodicamente e o armazenamento da água é contra-indicado.
 
2.4.4.   CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DA ÁGUA
 
2.5.4.1.MEDIÇÃO DE pH

Adicionar 0,3ml de solução saturada de cloreto de potássio à 100ml da amostra e medir o resultado com
pHmetro digital. O resultado deve ser entre 5,0 e 7,0 para a água destilada ou deionizada.
 

2.5.4.2.PESQUISA DE SULFATOS

Adicionar 2ml de cloreto de bário SR à 100ml da amostra. A turvação da amostra indica a presença de
sulfatos. O resultado para água destilada ou deionizada deve ser negativo.
 

2.5.4.3.PESQUISA DE CLORETOS

 
Adicionar 0,1ml de ácido nítrico e 2ml de nitrato de prata SR à 100ml da amostra. O aparecimento de
opalescência indica a presença de cloretos. O resultado para água destilada ou deionizada deve ser
negativo.
 
2.5.4.4.PESQUISA DE CÁLCIO
 
Adicionar 2ml de oxalato de amônio SR à 100ml da amostra. A turvação indica a presença de cálcio. O
resultado para água destilada ou deionizada deve ser negativo.
 
2.5.4.5.PESQUISA DE ALUMÍNIO
 
Adicionar 2ml de hidróxido de sódio 10% à 100ml da amostra. A formação de um precipitado branco-
gelatinoso indica a presença de alumínio. O resultado para água destilada ou deionizada deve ser
negativo.

2.5.4.6.PESQUISA DE FERRO TOTAL Anterior Próxima  

Adicionar 0,2ml de
ácido nítrico e 2ml
de sulfocianeto de potássio 10% à 100ml da amostra. O aparecimento de coloração marrom-avermelhada indica a

2.5.4.7.PESQUISA DE GÁS CARBÔNICO DISSOLVIDO


 
Adicionar 25ml de água de cal SR à 100ml da amostra. A turvação indica a presença de gás carbônico. O
resultado para água destilada ou deionizada deve ser negativo.
 
2.5.4.8.PESQUISA DE SUBSTÂNCIAS OXIDÁVEIS
 
Adicionar 10ml de ácido sulfúrico 2N à 100ml da amostra e aquecer até ebulição e adicionar 0,1ml de
permanganato de potássio 0,1N e aquecer novamente. A descoloração da solução indica a presença de
substâncias oxidáveis. O resultado para água destilada ou deionizada deve ser negativo.
 
2.5.4.9.PESQUISA DE LIMITE DE AMÔNIA
 
Adicionar 2ml de reagente de Nessler à 100ml da amostra. A coloração laranja produzida não deve ser
mais intensa do que a produzida por um branco contendo 0,3ppm de amônia. O resultado para água
destilada ou deionizada deve ser negativo.
 
2.5.4.10.PESQUISA DE LIMITE DE METAIS PESADOS
 
Adicionar 1ml da solução A do reagente de tioacetamida, 0,2ml da solução B do reagente
de tioacetamida e tampão de acetato pH 3,5 até atingir esse pH à 100ml da amostra e aquecer por 60
segundos. A coloração produzida não deve ser mais intensa do que a produzida por um branco contendo
1ppm de chumbo. O resultado para água destilada ou deionizada deve ser negativo.
 
2.5.4.11.PESQUISA DE LIMITE DE CLORO LIVRE
 
Adicionar 6 gotas de reagente de orto-toluidina à 100ml da amostra. A coloração amarela produzida não
deve ser mais intensa que a produzida por um branco contendo 1 ppm de cloro livre. O resultado para
água destilada ou deionizada deve ser negativo.
 
2.5.4.12.PESQUISA DE LIMITE DE RESÍDUOS SÓLIDOS TOTAIS
 
Evaporar em béquer tarado 100ml da amostra em banho de vapor à 105ºC até dessecação completa.
Dessecar novamente em estufa à 105ºC por 1 hora. Se constatada a presença de sólidos na água, esta não
deve ser superior à 10ppm (10mg/litro).
 
2.5.4.13. TESTE DE ACIDEZ DA ÁGUA
 
        Adicionar 2 gotas de vermelho de metila SI à 10ml de água. O líquido não deve envermelhecer.
 
2.5.4.14. TESTE DE ALCALINIDADE DA ÁGUA
 
        Adicionar 2 gotas de azul de bromotimol SI à 10ml de água. O líquido não deve ficar azulado.
 
2.5.4.15.REAGENTES UTILIZADOS
 
         Solução saturada de cloreto de potássio:
 
Cloreto de potássio                  29,8%
Água destilada qsp                  100ml
 
         Cloreto de bário SR
 
Cloreto de bário                      12,0%
Água destilada qsp                   100ml
 
         Nitrato de prata SR
 
Nitrato de prata                      1,80%
Água destilada qsp                   100ml
 
         Oxalato de amônio SR
 
Oxalato de amônio                   3,50%
Água destilada qsp                   100ml
 
         Água de cal SR
 
Hidróxido de cálcio                 0,30%
Água destilada qsp                   100ml
 
         Ácido sulfúrico 2N
 
Ácido sulfúrico                        9,80g
Água destilada qsp                   100ml
 
         Permanganato de potássio 0,1N
 
Permanganato de potássio                    1,38g
Água destilada qsp                              100ml
 
         Reagente de tioacetamida SR
 
Sol. A: hidróxido de sódio 1M              15,0ml
            Água destilada                        5,00ml
            Glicerol 85%                           20,0ml
 
Sol. B:  tioacetamida                            4,00%
            Água destilada qsp                   100ml
 
         Reagente de Nessler
 
Fase A: iodeto de potássio                   10,0g
            Água destilada                         10,0ml
 
Fase B:cloreto de mercúrio II              6,00g
            Água destilada                         100ml
 
Fase C:hidróxido de potássio              45,0g
            Água destilada qsp                   80ml
Adicionar a fase B sobre a fase A gota à gota até formação de ligeiro precipitado permanente. Adicionar a
fase C e completar com água destilada para 200ml. Deixar repousar por 24h e filtrar.
                                  
 Reagente de orto-toluidina
 
Dicloridrato de orto-toluidina              0,05%

Ácido clorídrico                                  1,00%

Água destilada qsp                              100ml

 Tampão de acetato pH 3,5


 

Acetato de amônio                               25,0%

Ácido clorídrico 8M                            38,0%

Água destilada qsp                              100ml

Dissolver o acetato de amônio na água e adicionar o HCl. Se necessário corrigir o pH com HCl 2M ou


hidróxido de amônio 5M.

2.4. CONTROLE MICROBIOLÓGICO


 

A presença de microrganismos em medicamentos e cosméticos constitui um risco em potencial por duas


razões:
a)             Pode resultar em deterioração do produto: a versatilidade metabólica dos microorganismos
é tal que quase todos os ingredientes das formulações podem sofrer degradação na presença
de microorganismos viáveis;

b)            Podem constituir um risco de infecção para o consumidor ou paciente: o grau de risco varia
de acordo com a aplicação do produto.

Nenhum produto farmacêutico ou cosmético poderá conter microrganismo patógeno (Enterobactérias,


S. aureus, P. aeruginosa, C. albicans, A. niger).
 

      LIMITES MICROBIANOS PARA PRODUTOS COSMÉTICOS (CTFA-93):

         Cosméticos para bebês: 500UFC/g ou ml, no máximo;

         Cosméticos para área dos olhos: 500UFC/g ou ml, no máximo;

         Produtos de uso oral: não mais de 1000UFC/g ou ml;

         Outros produtos: 1000UFC/g ou ml no máximo.

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA PARA PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS (FIP):

         Injetáveis: esterilidade de acordo com os critérios da Farmacopéia Brasileira;

         Oftálmicos: ausência de germes viáveis em 1g ou ml;


         Produtos de aplicação em cavidades corporais normalmente isentas de
microorganismos (vaginais, anais, etc): ausência de germes viáveis em 1g ou ml.

         Produtos para queimaduras ou ulcerações: ausência de germes viáveis em 1g ou ml.

         Produtos de aplicação local (lesões de pele, nariz, garganta, ouvido, etc): no máximo
100UFC/g ou ml e ausência de enterobactérias, P. aeruginosa e S. aureus.

         Outras preparações: 103 a 104 aeróbios/g ou ml; 102 leveduras ou fungos/g ou ml.


Ausência de E. coli, S. aureus e P. aeruginosa. Em formulações de antiácidos,
bloqueadores de H2, cuidado especial para garantir ausência de Salmonellas.

2.4.1.   ANÁLISE MICROBIOLÓGICA QUANTITATIVA

2.4.1.1.PREPARAÇÃO DA AMOSTRA:

O número de amostras para fim de análise deve representar o conjunto dessas mesmas
unidades ou quantidades produzidas em dado momento ou certo tempo, isto é, um lote de fabricação.
Na farmácia de manipulação a amostragem viável para análise microbiológica deve ser realizada
em todas as bases produzidas, “Bulk” de produtos do varejo e amostragens aleatórias de alguns produtos
recém manipulados.

Para operação de amostragem, os materiais devem ser sempre estéreis e devidamente


identificados.

         A amostra deve estar homogeneizada, através de meios mecânicos que não
permitam a destruição de microorganismos;

         Pesar quantidade suficiente de amostra para volume específico do caldo de cultura


diluente inicial (água peptonada, salina peptonada ou tampão fosfato pH 7,2) , de
modo a obter a diluição 1/10 ou 10-1.

         Normalmente 1g ou 1ml da amostra + 9ml de caldo diluente para amostras solúveis


ou dispersíveis em água.

         Para amostras não dispersíveis em água pesar quantidade suficiente de amostra e


igual quantidade de tween 80. homogeneizar bem e adicionar o diluente até diluição
1/10.

         Para géis, fazer previamente a umectação e homogeneizar. Completar o volume com


o caldo diluente até obter diluição 1/10.

NOTA: O caldo diluente deve ser preparado em recipiente no qual poderá ser feito sua
esterilização e conservado em geladeira por breve período. Ao se realizar a diluição da
amostra, deve-se trabalhar ao lado de uma chama (Bico de Bunsen) de modo que somente
a amostra entre em contato com o caldo, flambando o bico de todo o material usado no
processo. O caldo também deve conter inativantes dos agentes antimicrobianos contidos
nas amostras e serem tamponados.

     

2.4.1.2.CONTAGEM DE AERÓBIOS TOTAIS

         Petrifilm Contagem total (AOAC 990.12)


 

Petrifilm é uma modificação da contagem de células viáveis em placas, composta por 2 filmes
estéreis, reidratáveis, impregnadas em meio de cultura de ágar para contagem (PCA). O filme inferior
é inoculado com 1ml da diluição da amostra, coberto com o filme superior e o inóculo espalhado com
auxílio de um espalhador, por leve pressão manual. Para inoculação usar alça deDrigalski estéreis.

       Contagem total de aeróbios mesófilos

Usar como meio inóculo de cultura o ágar padrão de contagem deixando em


incubadora à 35ºC por 48h.

       Contagem total de aeróbios psicotrófilos

Usar como meio inóculo de cultura o ágar padrão de contagem deixando em


incubadora à 7ºC por 10 dias.

       Contagem total de bolores e leveduras

Usar como meio inóculo de cultura o ágar DRBC, PCA-cloranfenicol ou PDA-


acidificado deixando em incubadora à 25ºC por 3 à 5 dias.

Contagem total (UFC/g ou ml) =  número   de   colônias

      diluição da amostra

Se houver mais de uma amostra com a mesma diluição, deve-se tirar a média do número
de colônias de cada uma.

Caso haja impossibilidade na contagem total de colônias da placa mas o número de


colônias por cm2 estiver menor que 10, contar as colônias  com a placa dividida em 12 quadrados
medindo 1cm2 cada, sendo 6 quadrados consecutivos na horizontal e 6 na vertical. Calcular o número
médio de colônias/cm2 e a partir da média de todos os quadrados, determinar o total de colônias da
placa.

2.4.1.3.CONTAGEM DE COLIFORMES TOTAIS

         Petrifilm Coliformes (AOAC 991.14)

Segue o mesmo princípio do anterior, variando porém o meio de cultura utilizado. Utiliza-se para


este fim o Violet Red Bile (VRB) com substrato cromogênico para -glicuronidase.

Deixar em incubadora à 35ºC por 24h. as colônias de coliformes totais são representadas por
colônias vermelhas com bolhas de gás e a E.coli por colônias azuis com bolhas de gás.
Este método não conta coliformes fecais e a contagem é dificultada se a colônia acompanhante
for muito maior.

Contagem total (UFC/g ou ml) =  número   de   colônias

      diluição da amostra

2.4.2.ANÁLISE MICROBIOLÓGICA QUALITATIVA

2.4.2.1.PREPARAÇÃO DA AMOSTRA:

O número de amostras para fim de análise deve representar o conjunto dessas mesmas
unidades ou quantidades produzidas em dado momento ou certo tempo, isto é, um lote de fabricação. As
amostras devem ser diluídas em meios de enriquecimento não seletivo.
 
         Substâncias solúveis em água: transferir 10g ou 10ml da amostra para frasco contendo 90ml de
tampão fosfato pH 7,2 e agitar até dissolução. Filtrar por membrana de 0,45m e lavar com
100ml de fluido I. Colocar a membrana em frasco com caldo de enriquecimento e incubar à 35ºC
por 24-48h.
         Substâncias oleosas miscíveis em água: transferir 10g ou 10ml da amostra para frasco
contendo 90ml de fluido II aquecido à 40-45ºC e agitar até dissolução. Filtrar por membrana de
0,45m e lavar com 100ml de fluido I. Colocar a membrana em frasco com caldo de
enriquecimento e incubar à 35ºC por 24-48h.
         Substâncias solúveis em miristato de isopropila: transferir 6 porções de 1g ou 1ml da amostra
para 6 frascos contendo 9ml de miristato de isopropila aquecido à 45–48ºC e agitar até
dissolução. Filtrar por membrana de 0,45m e lavar com 100ml de caldo nutriente pré-filtrado e
aquecido à 45-48ºC. Colocar as membranas em 6 frascos com 300ml de caldo de
enriquecimento e incubar à 35ºC por 24-48h.
         Pomadas e cremes insolúveis em miristato de isopropila: transferir 2 porções de 5g ou 5ml da
amostra para 2 frascos contendo 300ml de caldo de enriquecimento com 0,1% de tween 80 e
agitar até dissolução. Filtrar por membrana de 0,45m. Se necessário, ajustar o pH entre 6,5-7,5
com ácido clorídrico 0,1M ou hidróxido de sódio 0,1M. Colocar as membranas em 2 frascos com
300ml de caldo de enriquecimento e incubar à 35ºC por 24-48h.
         Gelatina: transferir 10g da amostra para frasco contendo 300ml de caldo de enriquecimento
e  aquecer à 45–48ºC por 1 hora., transferindo em seguida para banho-maria à 45ºC por 30
minutos agitando a intervalos freqüentes até dissolução. Filtrar por membrana de 0,45m
Colocar as membranas em  frasco com 300ml de caldo de enriquecimento e incubar à 35ºC por
24-48h.
         Substâncias insolúveis ou parcialmente insolúveis em água: transferir 10g ou 10ml da amostra
para frasco contendo 300ml de caldo de enriquecimento. Filtrar por membrana de 0,45m. Se
necessário, ajustar o pH entre 6,5-7,5 com ácido clorídrico 0,1M ou hidróxido de sódio 0,1M.
Colocar as membranas em  frasco com 300ml de caldo de enriquecimento e incubar à 35ºC por
24-48h.
 
2.4.2.2.PSEUDOMONAS AERUGINOSA:

Transferir com alça o material enriquecido para placa com àgar cetrimida, usando o método de
estrias em superfície. Incubar as placas por 24-48h à 35ºC. Isolar as colônias suspeitas (aparecimento de
pigmento esverdeado ou azulado que, em presença de raios UV, apresentam fluorescência). Proceder
os testes de oxidase, fluoresceína e de crescimento à 41 e 4ºC. se os 3 primeiros testes forem positivos, a
presença de P. aeruginosa está confirmada.
         Teste de oxidase: colocar 1 gota de Reagente de Kovacs recentemente preparado em
colônia suspeita, colônias de P. aeruginosa desenvolvem coloração rósea, que passa à
marrom, vermelho escuro e negro após 10-30 minutos. Empregar no trabalho alça de
platina pois a de níquel-cromo interfere no resultado.
         Teste de fluoresceína: inocular colônia isolada em àgar inclinado para detecção
de fluoresceína. Incubar à 30-37ºC por 24h e examinar a fluorescência do àgar à luz UV
no comprimento entre 210 e 328nm. Cerca de 99% das cepas de
P.aeruginosa produzem fluoresceína.
         Teste de crescimento: inocular colônia isolada em àgar inclinado de infusão de
cérebro e coração. Incubar 2 tubos por 48h, um à 41ºC e outro à 4ºC.
P.aeruginosa deve desenvolver-se somente no primeiro tubo.
 

2.4.2.3.STAPHYLOCOCCUS AUREUS:

Transferir com alça o material enriquecido para placa com àgar sal-manitol-vermelho de fenol


ou àgar de Vogel-Johnson, usando o método de estrias em superfície. Incubar as placas por 24-48h à 35ºC.
Isolar as colônias suspeitas (colônias amareladas, lisas, untuosas e circundadas por zona diferente de cor
amarelo-forte quando multiplicadas em àgar sal-manitol-vermelho de fenol ou colônias de cor negro-
brilhante circundadas por zona de cor amarelo em àgar de Vogel-Johnson). Proceder os testes
de Gram, coagulase e desoxirribonuclease para confirmação.
         Coloração de Gram: corar a amostra com solução de cristal violeta por 1 minuto e
lavar a lâmina em água bidestilada por alguns segundos. Cobrir com solução de iodo
por 1 minuto e lavar novamente em água. Descorar em etanol mediante lavagens
sucessivas até que cesse a liberação de corante (geralmente 3 lavagens). Lavar em
água e aplicar o contra-corante desafronina durante 10 segundos e lavar novamente
em água. Examinar ao microscópio. Para os microbiontes Gram-positivos, a coloração
obtida é azul e para os Gram-negativos a coloração é vermelha. O S.aureus é Gram-
positivo e suas colônias possuem formatos de cachos de uvas.
         Teste de coagulase: reconstituir liofolizado de plasma de coelho ou cavalo em água
estéril. Inocular colônia suspeita em 0,5ml de plasma reconstituído eincubar em
Banho-maria à 30-37ºC e examinar os tubos após 2h30min. e 24h. se ocorrer formação
de gel, o teste é positivo para S.aureus.
         Teste de desoxirribonuclease: preparar tubos contendo àgar de teste
de desoxirribonuclease com verde de metila. Repicar a colônia suspeita para o meio
contido no tubo e incubar à 30-37ºC por 18h. A formação de zona incolor ao redor do
crescimento indica reação positiva.
 
2.4.2.4.SALMONELLA SP:

Fazer repique de colônia do meio não seletivo para placa de àgar verde-brilhante. Colônias
de salmonella são razoavelmente grandes nesse meio e produzem zona avermelhada ao redor. Inocular
colônia suspeita em 100ml de caldo de digesto pancreático de caseína e incubar à 30-37ºC por 24h. testes
de confirmação:
         Teste de indol: adicionar 0,5ml de Reagente de Kovacs e agitar suavemente. Reação
positiva (presença de indol) apresentará cor vermelha intensa.
A Salmonella é indol negativa.
         Àgar tríplice açúcar-ferro: inocular colônia suspeita em àgar tríplice açúcar-ferro
contido em tubo inclinado. Para isto, furar a base não inclinada com fio reto,  retira-
lo e passa-lopela superfície inclinada e incubar à 30-37ºC por 24h. colônias típicas
de Salmonella apresentam reação alcalina (cor vermelha) na parte superior e ácida
(cor amarela) na parte inferior, com ou sem produção de gás e ácido sulfídrico.
         Lisina-descarboxilase: inocular colônia suspeita em àgar lisina-ferro contido em tubo
inclinado. Para isto, furar a base não inclinada com fio reto, retira-lo e passa-lo pela
superfície inclinada e incubar à 30-37ºC por 24h. colônias típicas
de Salmonella apresentam reação alcalina (cor purpúrea) em todo o meio.
         Crescimento em citrato: repicar colônia suspeita em àgar citrato de Simmons contido
em tubo inclinado e incubar à 30-37ºC por 4 dias. Colônias típicas
de Salmonella crescem em todo o meio e mudam a cor da parte inclinada para azul.
         Teste de urease: repicar colônia suspeita em àgar de uréia contido em tubo inclinado
e incubar à 30-37ºC por 4 dias. Colônias típicas de Salmonella não produzem uréase.
         Fermentação da lactose: repicar colônia suspeita em caldo de lactose contido em
tubo e incubar à 30-37ºC por 24h. a maioria das cepas não fermenta lactose.
 
2.4.1.5.                   ESCHERICHIA COLI:

 
Fazer repique de colônia do meio não seletivo para placa de àgar Mac-Conkey. Colônias de
E.coli apresentam cor vermelho-tijolo. Caso haja desenvolvimento heterogêneo, transferir as colônias
suspeitas para nova placa com àgar Mac-Conkey. Inocular colônia àgar peptona-ferro passando um fio
reto pela base não inclinada, retira-lo e passar pela base inclinada e incubar à 30-37ºC por 24h. E. coli não
produz ácido sulfídrico. Realizar os testes de confirmação:
         Àgar de eosina-cloreto de metiltionínio: inocular colônia suspeita em placa
contendo àgar de eosina-cloreto de metiltionínio e incubar por 30-37ºC por 24h.
Colônias, pretas-esverdeadas e brilhantes evidenciam E. coli.
         Teste de indol: adicionar 0,5ml de Reagente de Kovacs e agitar suavemente. Reação
positiva (presença de indol) apresentará cor vermelha intensa. A E.coli é indol positiva.
         Àgar tríplice açúcar-ferro: inocular colônia suspeita em àgar tríplice açúcar-ferro
contido em tubo inclinado. Para isto, furar a base não inclinada com fio reto,  retira-
lo e passa-lopela superfície inclinada e incubar à 30-37ºC por 24h. colônias típicas de
E.coli apresentam reação alcalina (cor vermelha) ou ácida (cor amarela) na parte
superior e ácida (cor amarela) na parte inferior, com ou sem produção de
gás sulfídrico.
         Crescimento em citrato: repicar colônia suspeita em àgar citrato de Simmons contido
em tubo inclinado e incubar à 30-37ºC por 4 dias. Colônias típicas de
E.coli não  crescem em meio de citrato.
         Teste de vermelho de metila: inocular colônia suspeita em tubo contendo caldo
vermelho de metila-Voges-Proskauer e incubar à 30-37ºC por 18-48h. Adicionar 5gts
de vermelho de metila SI por 5ml de cultura. Reação positiva é indicada por coloração
vermelha.
         Teste de Voges-Proskauer: adicionar 4ml de Reagente de Voges-Proskauer em 5ml de
cultura e incubar à 35-37ºC por 1h. o desenvolvimento de cor vermelha
de eosina indica a presença de diacetila e ausência de E.coli.

2.4.3. REAGENTES E MEIOS USADOS EM ANÁLISE MICROBIOLÓGICA


 

CALDO DE ENRIQUECIMENTO:

Digesto pancreático de tecido animal   5,0g

Extrato de levedura                                        1,5g

Extrato de carne                                             1,5g

Cloreto de sódio                                              3,5g

Dextrose                                                         1,0g

Fosfato dibásico de potássio                           3,68g

Fosfato monobásico de potássio                       1,32g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      8,0  0,1

Volume por frasco                                           300ml

ÁGAR CETRIMIDA:

Digesto pancreático de gelatina                       20,0g

Cloreto de magnésio                                        1,4g

Sulfato de potássio                                         10,0g

Brometo de cetrimônio                                     0,3g
Glicerol                                                           10,0ml

Ágar                                                               13,6g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,2  0,2

Volume por placa                                             15-20ml

ÁGAR MAC-CONKEY:

Digesto péptico de tecido animal                      1,5g

Digesto pancreático de gelatina                       17,0g

Digesto pancreático de caseína                        1,5g

Cloreto de sódio                                              5,0g

Lactose                                                           10,0g

Mistura de sais biliares                                   1,5g

Vermelho neutro                                              0,03g

Cloreto de metilrosanilínio                               0,001g

Ágar                                                               13,5g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,1  0,2

Volume por placa                                             15-20ml

ÁGAR VERDE BRILHANTE: Anterior Próxima

Digesto péptico de tecido animal                      5,0g

Digesto pancreático de caseína                        5,0g

Extrato de levedura                                        3,0g

Cloreto de sódio                                              5,0g

Lactose                                                           10,0g

Sacarose                                                         10,0g

Vermelho de fenol                                           0,08g

Verde brilhante                                               0,0125g

Ágar                                                               20,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      6,9  0,2
Volume por placa                                             15-20ml

ÁGAR SAL-MANITOL-VERMELHO DE FENOL:

Digesto péptico de tecido animal                      5,0g

Digesto pancreático de caseína                        5,0g

Extrato de carne                                             1,0g

Cloreto de sódio                                              75,0g

D-manitol                                                        10,0g

Vermelho de fenol                                           0,025g

Ágar                                                               15,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,4  0,2

Volume por placa                                             15-20ml

ÁGAR DE VOGEL-JOHNSON:

Digesto pancreático de caseína                        10,0g

Extrato de levedura                                        5,0g

Cloreto de lítio                                                5,0g

Fosfato dibásico de potássio                           5,0g

Glicina                                                            10,0g

D-manitol                                                        10,0g

Vermelho de fenol                                           0,025g

Ágar                                                               16,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,2  0,2

Volume por placa                                             15-20ml

Antes de distribuir os meios nas placas, adicionar 20ml de solução de telurito de potássio à 1% para cada 100ml
de ágar resfriado à 45ºC.

ÁGAR DE EOSINA-CLORETO DE METILTIONÍNIO:


 

Digesto pancreático de gelatina                       10,0g

Cloreto de metiltionínio                                   0,065g

Fosfato dibásico de potássio                           2,0g

Lactose                                                           10,0g

Eosina Y                                                          0,4g

Ágar                                                               15,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,1  0,2

Volume por placa                                             15-20ml

ÁGAR PARA DETECÇÃO DE FLUORESCEÍNA:

Digesto pancreático de caseína                        10,0g

Digesto péptico de tecido animal                      10,0g

Sulfato de magnésio heptahidratado                1,5g

Fosfato dibásico de potássio                           1,5g

Glicerol                                                           10,0ml

Ágar                                                               15,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,2  0,2

Volume por tubo                                              15-20ml

INFUSÃO DE CÉREBRO E CORAÇÃO:

Infusão de cérebro de novilho                         200,0g

Infusão de coração de boi                              250,0g

Digesto pancreático de caseína                        5,0g

Digesto péptico de tecido animal                      5,0g

Cloreto de sódio                                              5,0g

Fosfato dibásico de sódio                               2,5g

Dextrose                                                         2,0g
Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,4  0,2

ÁGAR DE INFUSÃO DE CÉREBRO E CORAÇÃO:

Infusão de cérebro de novilho                         200,0g

Infusão de coração de boi                              250,0g

Digesto pancreático de caseína                        5,0g

Digesto péptico de tecido animal                      5,0g

Cloreto de sódio                                              5,0g

Fosfato dibásico de sódio                               2,5g

Dextrose                                                         2,0g

Ágar                                                              15,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,4  0,2

Volume por tubo                                              10ml

ÁGAR PARA TESTE DE DESOXIRRIBONUCLEASE:

Ácido desoxirribonucléico                               2,0g

Digesto pancreático de caseína                        15,0g

Digesto papaínico de farinha de soja               5,0g

Cloreto de sódio                                              5,0g

Verde de metila                                               0,05g

Ágar                                                               15,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,3  0,2

Volume por tubo                                              10ml

CALDO DE NITRATO ENRIQUECIDO:

Infusão de cérebro de novilho                         200,0g


Infusão de coração de boi                              250,0g

Digesto pancreático de caseína                        5,0g

Digesto péptico de tecido animal                      5,0g

Cloreto de sódio                                              5,0g

Nitrato de potássio                                          3,0g

Fosfato dibásico de sódio                               2,5g

Dextrose                                                         2,0g

Água bidestilada qsp                                       1500ml

pH após esterilização                                      7,4  0,2

Volume por tubo de Durham                             20ml

CALDO DE DIGESTO DE CASEÍNA:

Digesto pancreático de caseína                        10,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,2  0,2

ÁGAR TRÍPLICE AÇÚCAR-FERRO:

Extrato de carne                                             3,0g

Extrato de levedura                                        3,0g

Digesto péptico de tecido animal                      5,0g

Digesto pancreático de caseína                        15,0g

Cloreto de sódio                                              5,0g

Sulfato ferroso                                               0,2g

Tiossulfato de sódio                                        0,3g

Lactose                                                           10,0g

Sacarose                                                         10,0g

Dextrose                                                         1,0g

Vermelho de fenol                                           0,025g

Ágar                                                               12,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml
pH após esterilização                                      7,4  0,2

Volume por tubo                                              10ml

ÁGAR DE LISINA-FERRO:

Extrato de levedura                                        3,0g

Digesto pancreático de gelatina                       5,0g

Citrato férrico amoniacal                                0,5g

Tiossulfato de sódio                                        0,04g

Lisina                                                              10,0g

Dextrose                                                         1,0g

Púrpura de bromocresol                                   0,02g

Ágar                                                               15,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      6,7  0,1

ÁGAR CITRATO DE SIMMONS:

Cloreto de sódio                                              5,0g

Fosfato dibásico de potássio                           1,0g

Fosfato monobásico de amônio                         1,0g

Citrato de sódio                                              2,0g

Sulfato de magnésio heptaidratado                  0,2g

Azul de bromotimol                                          0,08g

 Ágar                                                              15,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      6,8  0,2

Volume por tubo                                              10ml

ÁGAR URÉIA:

Digesto pancreático de gelatina                       1,0g
Cloreto de sódio                                              5,0g

Fosfato monobásico de potássio                       2,0g

Uréia                                                              20,0g

Dextrose                                                         1,0g

Vermelho de fenol                                           0,012g

 Ágar                                                              15,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      6,8-6,9

Volume por tubo                                              10ml

Dissolver os ingredientes, sem o ágar em 100ml de água e esterilizar por filtração através de membrana. Depois,
dissolver o ágar em 900ml de água e esterilizar à 121ºC por 15min, resfriar à 50ºC e juntar a outra solução.

ÁGAR DE PEPTONA-FERRO:

Digesto pancreático de gelatina                       15,0g

Digesto pancreático de caseína                        2,5g

Digesto péptico de tecido animal                      2,5g

Citrato férrico amoniacal                                0,5g

Tiossulfato de sódio                                        0,08g

Fosfato dibásico de potássio                           1,1g

Ágar                                                               15,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      6,7  0,2

Volume por tubo                                              10ml

CALDO VERMELHO DE METILA-VOGES-PROSKAUER:

Digesto pancreático de caseína                        3,5g

Digesto péptico de tecido animal                      3,5g

Fosfato dibásico de potássio                           5,0g

Dextrose                                                         5,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml
pH após esterilização                                      6,9  0,2

Volume por tubo                                              10ml

CALDO DE CASEÍNA-SOJA:

Digesto pancreático de caseína                        17,0g

Digesto papaínico de farinha de soja               3,0g

Cloreto de sódio                                              5,0g

Fosfato dibásico de potássio                           2,5g

Dextrose                                                         2,5g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,3  0,2

Volume por tubo                                              10ml

CALDO DE LACTOSE:

Digesto pancreático de gelatina                       5,0g

Extrato de carne                                             3,0g

Lactose                                                           5,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      6,9  0,1

Volume por tubo                                              10-20ml

VERMELHO DE METILA SI:

Vermelho de metila                                          0,01g

Etanol                                                             30ml

Água bidestilada                                             50ml

VIOLETA CRISTAL SI:

Violeta cristal                                                 0,10g
Etanol                                                             30ml

Água bidestilada                                             70ml

SOLUÇÃO DE IODO:

Iodo                                                               1,00g

Iodeto de potássio                                          2,00g

Água bidestilada                                             100ml

SOLUÇÃO DE SAFRONINA SI:

Safronina                                                       0,25g

Etanol                                                             30ml

Água bidestilada                                             70ml

REAGENTE DE VOGES-PROSKAUER:

Solução alcoólica de alfa-naftol 5%                            30ml

Solução aquosa de hidróxido de potássio 40%             10ml                                       

RERAGENTE DE KOVAC:

Álcool amílico ou isoamílico                             15ml

p-dimetilaminobenzaldeído                              1,0g

ácido clorídrico                                              5ml

TAMPÃO CLORETO DE SÓDIO-PEPTONA PH 7,0:

Cloreto de sódio                                              4,30g

Fosfato monobásico de potássio                       3,56g

Fosfato dissódico diidratado                           7,23g

Peptona                                                           1,0g
Água bidestilada qsp                                       1000ml

FLUIDO I:

Digesto péptico de tecido animal                      1,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,1  0,2

FLUIDO II:

Digesto péptico de tecido animal                      1,0g

Tween 80                                                        1,0g

Água bidestilada qsp                                       1000ml

pH após esterilização                                      7,1  0,2

2.4.4. ESTERILIZAÇÃO E ACONDICIONAMENTO DOS MEIOS DE CULTURA


 

         Meios em placas: esterilizar o meio à 121ºC por 15minutos e distribuir em placas de petri estéreis
tamanho 100 x 20mm. Incubar à 30-35ºC por 24h e manter sob refrigeração.

Meios em tubos: dissolver os componentes do meio (ferver por 1-2minutos se houver ágar) e distribuir em tubos de
ensaio estéreis tamanho 18 x 150mm quando se empregar o volume de 10ml e em tubos tamanho 25 x 200mm
quando o volume for de 20ml. Esterilizar à 121ºC por 15 minutos. Incubar à 30-35ºC por 24h e manter sob
refrigeração.

3.  CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS ACABADOS

3.1. ANÁLISE DE PRODUTOS DERMATOLÓGICOS

3.1.1. ANÁLISE SENSORIAL


 

Análise sensorial é a análise que realizamos com os nossos sentidos como a cor, brilho
e  aparência analisados pela visão, odor pelo olfato e sabor pela gustação que são característicos de cada
substância. Na área farmacêutica, assim como na área de alimentos, a análise sensorial de propriedades
sensoriais analisadas pelo tato também é fundamental. O analista deve possuir uma ótima percepção para
analisar os padrões e estabelecer os resultados corretos.

No caso de produtos dermatológicos, se uma das propriedades sensoriais dos produtos não
estiver de acordo com os padrões dos consumidores, mesmo a melhor formulação pode ser rejeitada
devido a reprovação dos consumidores.
 

3.1.1.1.ODOR

O odor dos produtos é o primeiro fator analisado pelos clientes e talvez um do mais difíceis de serem
corrigidos na fabricação uma vez que muitos insumos possuem odores característicos desagradáveis ou fortes.
Produtos com odor canforáceo ou mentolado devem ser aditivados quando possível com essências
de odores marinhos e refrescantes para mascarar o odor que para algumas pessoas pode ser
desagradável.

Outro caso típico é o de produtos contendo aminoácidos sulfurados, espironolactona e outros


compostos que quando em contado com a água liberam odor sulfuroso. Esse odor pode ser mascarado
com a essência de lavanda. Produtos contendo LCD podem ser aditivados com essência herbal que ajuda
muito nesse caso.

Além das essências terem a função de mascarar odores desagradáveis, elas têm a função de tornar o
uso do produto mais agradável e por isso têm que ser compatíveis com a sua utilização.

Exemplos:   Essências balsâmicas:   produtos solares

                  Essências florais:         cosméticos para o corpo, mãos e face

                  Essências herbais:        shampoos

                  Essências de frutas:     condicionadores de cabelo

                  Essências frescas:       cosméticos masculinos

                  Essências suaves:         produtos infantis

3.1.1.2.COR

A análise da cor do produto final é fundamental. A cor assim como o odor, é um apelo chamativo
ao cliente. Geralmente a cor dos produtos  não deve ser muito intensa para não agredir a visão, além de
ter tonalidades agradáveis. Produtos opacos como cremes, loções, géis cremes, etc devem ter cores claras
que lembrem da suavidade do produto.
            Produtos transparentes como loções hidroalcóolicas, géis, etc devem possuir cores neutras e em
baixa concentração como verde, azul e violeta. Os shampoos podem possuir cores mais chamativas desde
que sejam compatíveis com a essência utilizada. Por sua vez, produtos farmacêuticos com insumos
medicamentosos devem manter suas cores originais, o que passa a sensação de produtos mais “técnicos”.

            Alguns cosméticos, que possuam insumos de coloração forte como castanho, verde escuro, etc,
provenientes principalmente de extratos vegetais concentrados, podem mascarar essas cores com outras
análogas para tornar a visão do produto mais agradável.

3.1.1.3.BRILHO

É a análise da luz refletida pelo produto quando aplicado na pele. Produtos cosméticos
devem manter inalterado o brilho natural da pele, pois o aumento do brilho da pele é
relacionado ao aumento da oleosidade da pele fator completamente rejeitado pelos
consumidores. Para análise do brilho deixado pelo produto na pele após sua absorção
temos os seguintes padrões:
                             0          -           talco
                             10        -           vaselina líquida

3.1.1.4.CONSISTÊNCIA

É a textura dos produtos. O teste é realizado através da análise visual verificando-se se o produto
encontra-se dentro de sua textura esperada. 

3.1.1.5.PEGAJOSIDADE

É  a resistência que os produtos dermatológicos oferecem à separação de um dedo e o local onde o
produto foi aplicado. Os produtos dermatológicos devem oferecer baixa pegajosidade (entre 0 e 4) para
terem maior aceitabilidade. O teste é realizado colocando-se o produto em um dedo e tocando o com
outro dedo, analisando assim a resistência oferecida pelo produto. Como padrão para a análise temos:
                                   0          -           vaselina líquida

                                   10        -           lanolina anidra

3.1.1.6.ESPALHAMENTO

É o inverso de pegajosidade. Produtos com alto espalhamento possuem baixa pegajosidade e vice-versa


Os produtos dermatológicos devem oferecer alto espalhamento (acima de 6) para terem maior
aceitabilidade. O teste é realizado aplicando-se o produto na pele e verificando a facilidade de seu
espalhamento sobre ela. Como padrão para a análise temos:
                                   0          -           lanolina anidra

                                   10        -           vaselina líquida

3.1.1.7.UMIDADE

É a sensação de umidade deixada pelo produto na pele. Produtos hidratantes devem ter alta umidade
para dar à pele sensação de hidratação imediata e produtos em pó devem ter baixa umidade poiso que se
espera deles é que sequem à pele. O teste é realizado aplicando-se o produto sobre a pele e verificando a
umidade por ele deixada sobre ela.  Como padrão para a análise temos:
                                   0          -           talco

                                   10        -           água

3.1.1.8.OLEOSIDADE

É a sensação de oleosidade deixada pelo produto na pele. Produtos hidratantes devem ter
oleosidade média-baixa produtos oil-free devem ter baixa oleosidade. O teste é realizado aplicando-se o
produto sobre a pele e verificando a oleosidade por ele deixada sobre ela.  Como padrão para a análise
temos:
                                   0          -           pele sem tratamento

                                   10        -           vaselina líquida
 

3.1.1.9.GORDURA

É o resíduo de gordura deixada pelo produto na pele após 120 fricções. É uma característica pouco aceita
em produtos cosméticos e está diretamente relacionada à absorção do produto e produtos com alto
resíduo de gordura são oclusivos e comedogênicos. O teste é realizado aplicando-se o produto sobre a
pele, friccionando-se 120 vezes e verificando o resíduo de gordura por ele deixada sobre
ela.  Como padrão para a análise temos:
                                   0          -           pele sem tratamento

                                   10        -           vaselina

3.1.1.10.CEROSIDADE

É o resíduo de cera deixada pelo produto na pele após 120 fricções. É uma característica pouco aceita em
produtos cosméticos e está diretamente relacionada à absorção do produto e produtos com alto resíduo
de cerosidade são oclusivos e comedogênicos. O teste é realizado aplicando-se o produto sobre a pele,
friccionando-se 120 vezes e verificando o resíduo de gordura por ele deixada sobre ela.   Como padrão
para a análise temos:
                                   0          -           pele sem tratamento

                                   10        -           lanolina

3.1.1.11.ABSORÇÃO

É a capacidade que o produto tem de ser absorvido pela pele. Quando maior a absorção do produto,
maior sua aceitabilidade e maior a eficácia dos ativos nele acrescentados. O teste é realizado aplicando-se
o produto sobre a pele e verificando a quantidade de fricções necessárias para que o produto seja
absorvido pela pele. Um produto que necessita de 120 fricções para ser absorvido, tem índice igual a 0. 
 

3.1.1.12.RESÍDUO

É o inverso de absorção, neste caso é analisada a quantidade de resíduos deixados pelo produto sobre a
pele após 120 fricções. Como padrão para a análise temos:
                                   0          -           pele sem tratamento
                                   10        -           pomada com 10% óxido de zinco
 
3.1.1.13.DESLIZAMENTO

É a capacidade dos produtos em proporcionarem sensação de deslizamento após sua aplicação sobre a
pele após 120 fricções. O teste é realizado aplicando-se o produto sobre a pele, friccionando-se 120 vezes
e verificando o deslizamento por ele proporcionado sobre ela.  Como padrão para a análise temos:
                                   0          -           lanolina

                                   10        -           vaselina líquida

 
3.1.1.14.SUAVIDADE

É a sensação de maciez e textura lisa dos produtos. O teste é realizado aplicando-se o produto sobre a
pele e verificando toque por ele proporcionado sobre ela.  Como padrão para a análise temos:
                                   0          -           microesferas de polietileno

                                   10        -           vidro

3.1.2. ESTABILIDADE DOS VEÍCULOS


 
3.1.2.1. ESTABILIDADE À DESIDRATAÇÃO
 
É a determinação da estabilidade de preservação da água de sua composição. Para o ensaio, deve-se
armazenar o produto por pelo menos 4 meses após seu vencimento e a perda de água não deve ser superior à
2%.

 
3.1.2.2. ESTABILIDADE DOS CONSERVANTES
 
Armazena-se o produto por até 4 meses após seu vencimento. Nesse período, observa-se  alterações de cor,
consistência, viscosidade e outras características que possam representar instabilidade do produto. Faz-se também
a prova da eficácia dos conservantes antimicrobianos adicionados ao produto, observando-se a não formação de
colônias microbiológicas por até 6 meses a validade do produto.

 
3.1.2.3. ESTABILIDADE DAS EMULSÕES
 

É a determinação da estabilidade de emulsões. Para o ensaio, deve-se aquecer à emulsão à 45ºC e centrifugar
a 3.000 rpm por 30 minutos. Se a emulsão estiver estável, não haverá separação de suas fases.

Se houver separação, o produto deve ser reprovado.

3.2. ANÁLISE DE PRODUTOS SISTÊMICOS Próxima

3.2.1.1. VERIFICAÇÃO DAS CÁPSULAS

            As cápsulas devem ser analisadas antes de sua liberação final. Devem observados fatores como:

 Tipo de cápsula: observar se as cápsulas manipuladas são as mesmas especificadas em suas fichas de


pesagem;
 Contagem de cápsulas: verificar se a quantidade de cápsulas está correta com a ficha de pesagem;
 Verificação visual das cápsulas: verificar fatores como limpeza, deformações das cápsulas, enchimento e
se a trava da mesma está de acordo. 
 

3.2.1.2. PESO MÉDIO DAS CÁPSULAS

É a determinação do peso médio de um lote de cápsulas através da pesagem individual de 20 cápsulas e


depois verifica-se a média aritmética das pesagens obtidas. O padrão do peso médio para 1000 cápsulas vazias deve
ser:

 
                        Cápsula 4         -           35 – 50 gramas

                        Cápsula 3         -           44 – 60 gramas

                        Cápsula 2         -           57 – 70 gramas

                        Cápsula 1          -           70 – 86 gramas

                        Cápsula 0         -           88 – 107 gramas

                        Cápsula 00       -           118 – 124 gramas

            Para cápsulas cheias, o desvio padrão deverá ser de no máximo 2% do peso médio de uma amostra de 20
cápsulas.

3.2.1.3. TEMPO DE DESINTEGRAÇÃO E PROVA DO REVESTIMENTO

É a determinação do tempo que as cápsulas levam para desintegrarem em água, suco gástrico, entérico, etc
em temperatura específica com um toque de espátula.. Quando não houver temperatura específica, considerar
37ºC Em média esse tempo é de 3 minutos e o período máximo é de 15 minutos.

Solução gástrica pH 1,2:    cloreto de sódio                       2,00%

                                         Pepsina                        3,20%

                                         Ácido clorídrico                      7,00%

                                         Água destilada qsp                   100%

Solução entérica pH 7,5:   fosfato básico de potássio       0,08%

                                         Hidróxido de sódio 2N 19,0%

                                         Pancreatina                             1,00%

                                         Água destilada qsp                   100%

4.                 CONTROLE DE QUALIDADE DE EMBALAGENS

As embalagens devem ser inspecionadas a fim de determinar a sua classificação como defeituosa ou
prefeita, para contar o número de defeitos e então aceitar ou rejeitar o lote. É classificado defeito em uma
embalagem qualquer discordância da unidade do material com os requisitos especificados. Os defeitos em
embalagens classificam-se em:

         Graves ou críticos: são os defeitos que impedem a utilização da embalagem ou prejudicam sua


função essencial;

         Maiores: são os defeitos que embora não impedindo a utilização da peça, prejudicam


sensivelmente a apresentação e o trabalho de acondicionamento;
         Menores e irregularidades: são as pequenas imperfeições de acabamento que podem ser
toleradas.

4.1. DESCRIÇÃO DOS DEFEITOS

4.1.1. DEFEITOS EM FRASCOS DE VIDRO

         Aderido: saliência cortante localizada externamente no corpo;

         Anel deformado: anel de terminação mal cheio;

         Bolha: inclusão gasosa de grande dimensão;

         Corpo torto:  alinhamento vertical excessivamente deslocado em rlação em linha horizontal do fundo;

         Deformado no corpo: perdeu seu formato original;

         Dobra: irregularidade na superfície com aspecto de vinco;

         Enfumaçado: embaçamento de superfície provocado por irregularidades de combustão no ato do


recozimento;

         Espelho de terminação deformado: topo do frasco mal cheio;

         Fundo torto: acúmulo de vidro em um só lado;

         Gaiola: fio de vidro que se estende internamente de uma parede à outra;

         Lascado: região quebrada;

         Mal distribuído: variação na espessura da parede desde que provoque a inutilização da embalagem


quando de sua utilização;

         Marcas de escova: finas dobras verticais normalmente localizadas no ombro;

         Marcas de molde: saliências não cortantes oriundas do equipamento de moldagem quebrado;

         Marcas de tesoura: pequena dobra normalmente localizada no fundo;

         Partículas de vidro aderidas internamente: saliências de vidro cortante no lado interno da embalagem;

         Pedras: inclusão de material refratário não fundido;

         Pintas pretas: pequenos pontos de material carbonizado;

         Rebarbas cortantes no espelho de terminação: saliência cortante que sobressai do interior da


terminação;

         Rosca parcialmente mal cheia: fio de rosca mal cheio;

         Rugas: aglomerado de pequenas dobras horizontais;

         Sujos: manchas externas de várias origens;

         Terminação torta: alinhamento vertical excessivamente deslocado em relação ao corpo.

 
Classificação dos defeitos em frascos de vidro:

     Defeitos críticos:

Medidas diferentes do padrão;

Defeitos de fabricação (bolhas, rebarbas, estrangulamentos, mau fechamento, trincas e vidros quebrados);

     Defeitos maiores:

Sujeira

4.1.2. DEFEITOS EM FRASCOS PLÁSTICOS

     Defeitos críticos:

Medidas diferentes do padrão;

Defeitos de fabricação (bolhas, rebarbas, estrangulamentos, mau fechamento, trincas e vidros quebrados,
impressão borrada, cor totalmente diferente do padrão).

     Defeitos maiores:

Sujeira;

Várias tonalidades de cor;

Falhas na impressão;

Manchas acentuadas.

     Defeitos menores:

Pequenas manchas e arranhões.

4.1.3. DEFEITOS EM TAMPAS DE PLÁSTICO

     Defeitos críticos:
 

Medidas diferentes do padrão;

Tampas quebradas, rachadas e que se quebram no fechamento ou não fecham direito;

Batoque mau embutido;

Defeitos de fabricação (bolhas, rebarbas, estrangulamentos, mau fechamento, trincas e vidros quebrados,
impressão borrada, cor totalmente diferente do padrão).

     Defeitos maiores:

Sujeira;

Estrangulamento;

Presença de lascas e rebarbas;

Várias tonalidades de cor;

Falhas na impressão;

Manchas acentuadas.

     Defeitos menores:

Pequenas manchas e arranhões.

4.1.4. DEFEITOS EM BATOQUES PLÁSTICOS

     Defeitos críticos:

Medidas diferentes do padrão;

     Defeitos maiores:

Sujeira;

Tonalidade amarelada;

Rebarbas que dificultam o fechamento;

Manchas acentuadas.

 
5.                 CONTROLE DE QUALIDADE AMBIENTAL E PESSOAL

5.1. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E UNIFORMES

           

O correto manuseio das matérias primas e equipamentos é fundamental para o desenvolvimento do


trabalho. Para isso, é necessário se ter conhecimento das propriedades de cada substância. As propriedades e riscos
de cada substância estão agrupados de maneira genérica do Diamante de Hommel:

5.1.1. EXTINTORES

            A distribuição e tipos de extintores será determinado por legislação pertinente fornecida pelo Corpo de
Bombeiros local, que também será responsável pela vistoria e liberação do certificado de aprovação. Os extintores
deverão ter sempre livres sua área de acesso. Além de serem revisados periodicamente quanto à sua validade e
integração da carcaça e conteúdo.
            Os laboratórios também deverão ter mantas anti-chama para pequenos acidentes. No case de incêndios com
equipamentos elétricos e solventes orgânicos deve-se utilizar extintores à base de pó químico e nunca de água.
 

5.1.2. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E UNIFORMES

        Os funcionários devem trabalhar com roupa branca e estar devidamente paramentados com os respectivos
equipamentos de proteção individual de acordo com a função exercida e área de trabalho. Os manipuladores não
devem utilizar cosméticos, relógios, brincos e outras bijouterias enquanto estiverem nas áreas de manipulação. Os
equipamentos de proteção individual são:

 Toucas: usadas para prender os cabelos evitando assim contaminação dos produtos por cabelos e
acidentes principalmente quando se manuseia fogo;
 Máscaras: usadas para evitar o contado do ar expirado pelo manipulador com o produto e a absorção de
produto manipulado pelo sistema respiratório;
 Máscaras protetoras com filtro: usadas em conjuntos com as máscaras simples quando se manipula
produtos com média e alta toxicidade;
 Luvas: usadas para evitar o contato das mãos com o produto manipulado. Podem ser de látex
(descartáveis) ou de borracha (para substâncias mais tóxicas);
 Pró-pés: usadas para evitar que o manipulador traga em seus calçados bactérias, fungos e sujeiras e
contaminar as áreas de manipulação. É ideal que o manipulador também possua calçado próprio para ser
usados no laboratório;
 Óculos de proteção: usados para proteger os olhos do manipulador durante o manuseio de substâncias
voláteis, ácidos fortes e substâncias muito tóxicas;
 Jalecos: usados para a proteção do corpo contra possíveis acidentes e proteger o produto de possíveis
agentes contaminantes que podem ser trazidos nas roupas dos manipuladores.
 

5.2. SANITIZAÇÃO E HIGIENE

5.2.1. LIMPEZA

        As áreas deverão ser limpas diariamente antes e depois do expediente com detergente neutro e
soluções degermantes. A solução degermante deverá ser mudada semanalmente para evitar resistência dos
microorganismos ao agente degermante. Os degermantes mais usados são; solução aquosa de hipoclorito de sódio
0,05%, solução hidroalcóolica de digluconato de clorexedina 2%, solução alcoólica deirgasan 0,5% e solução
alcoólica de iodopovidine à 5%.

            As bancadas deverão ser limpas com álcool 70% antes e após cada manipulação. As bancadas e
equipamentos das áreas estéreis deverão ser limpas com solução hidroalcóolica de clorexedina 0,2%.

O lixo de cada seção deverá ser esvaziado fora das áreas de manipulação e o lixo dos laboratórios deverá
ser entregue ao coletor da Prefeitura local para descarte específico.

5.2.2. LAVAGEM E ASSEPSIA DE TECIDOS

        Os tecidos usados na farmácia deverão ser limpos e enxaguados com água à 80ºC e agentes degermantes.
Aconselha-se que se alterne o uso de hipoclorito de sódio 0,05% e cloreto de benzalcôneo0,05%
como degermantes.

5.3. CONTROLE PREVENTIVO DE PRAGAS

 
        Todas as janelas e áreas de respiro deverão estar protegidas com telas para evitar a entrada de insetos e outros
animais. Também é necessário que se realize semestralmente desinsetizações e desratizações para prevenir o
aparecimento desses animais que trazem consigo microorganismos que podem contaminar os laboratórios e
produtos. O certificado desses procedimentos devem ficar afixados em local visível na farmácia.

5.4. MEDIDAS PREVENTIVAS DE CONTAMINAÇÃO

Os medicamentos desde sua manipulação até sua administração são manuseados por diversas pessoas. O
ser humano é portador de microorganismos na parte externa e interna do corpo e em suas secreções e muitas
vezes não sabe disso.

Os processos de sanitização e higienação são as melhores maneiras de se evitar contaminações


microbianas nos produtos. Além dos processos de limpeza ambiental, a limpeza e sanidade dos manipuladores
também é fundamental.

Como caracteres básicos de higiene dos manipuladores está o uso de uniforme   e dos equipamentos
individuais de proteção, o não uso de cosméticos e bijouterias, o banho tomado diariamente antes do serviço e o
uso de soluções degermantes como a hidroalcóolica de clorexedina à 0,5% toda vez que se afastar das funções
como horário do almoço, horário de entrada, após o uso de sanitários, etc.

Tabela com os níveis microbianos em seres humanos sadios


Local do corpo Contagem média de microorganismos

Couro cabeludo 1.500.000/cm2

Axilas/pés 2.400.000/cm2

Antebraço 4.500/cm2

Tronco-frente 200.000/cm2

Secreção nasal 10.000.000/g

Cera do conduto auditivo 100.000.000/g

Saliva 100.000.000/ml

fezes 100.000.000.000/g

            Os equipamentos de proteção individual também evitam a contaminação dos produtos por partículas
estranhas como poeira, pêlos, cabelos, ciscos, etc.

            Outro tipo de contaminação é a contaminação cruzada. Contaminação cruzada é a contaminação de um


produto por outro produto manipulado anteriormente. Dependendo do agente contaminante, a contaminação
cruzada pode ocasionar reações alérgicas, inativação de produtos, desestabilização da formulação e efeitos
colaterais ao paciente.

            A melhor maneira de se evitar esse tipo de contaminação é a assepsia das bancadas, equipamentos e
instrumentos antes e após sua utilização com álcool 70%. No laboratório de sólidos, é necessário um sistema de
exaustão para a captação de sólidos em suspensão e no final do expediente é importante borrifar uma solução
aquosa de propilenoglicol à 50% para decantar esses sólidos suspensos.

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