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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA


INSTITUTO DE QUÍMICA
CURSO DE QUIMICA

AVALIAÇÃO DE SANEANTES NO CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA


DE MATERIAL DE LIMPEZA, HIGIENE E CONSERVAÇÃO

KÁSSIA LARISSA PINHEIRO DE LIMA

Natal, RN

09, Dez 2019


KÁSSIA LARISSA PINHEIRO DE LIMA

AVALIAÇÃO DE SANEANTES NO CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA


DE MATERIAL DE LIMPEZA, HIGIENE E CONSERVAÇÃO

Relatório de estágio apresentado


junto ao curso de Química da
Universidade Federal do Rio Grande
do Norte como monografia e
requisito obrigatório à obtenção do
título de Bacharel em Química.

Orientador: Prof˚.Dr.˚Fernando José


Volpi Eusébio de Oliveira.

Natal, RN

Dez 2019
KÁSSIA LARISSA PINHEIRO DE LIMA

AVALIAÇÃO DE SANEANTES NO CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA


DE MATERIAL DE LIMPEZA, HIGIENE E CONSERVAÇÃO

Relatório de estágio apresentado junto


ao curso de Química da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
monografia e requisito obrigatório à
obtenção do título de Bacharel em
Química.

Orientador: Prof˚.Dr.˚Fernando José


Volpi Eusébio de Oliveira.

.
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em __/__/2019

COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________________________
Fernando José Volpi Eusébio de Oliveira (Orientador)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________________________
Patrícia Kaori Soares (Escola de Ciência e Tecnologia)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________________________
Maxwell Gomes da Silva (Mestre em Engenharia Química – UFRN)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Natal/RN
2019
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais e irmão, meus principais incentivadores, pelo carinho e toda paciência nos dias
de trabalho duro e de nenhum bom humor.
À Deus pela coragem de retornar à Universidade e concluir mais tantas disciplinas que
exigiram mais que suor e empenho, mas perseverança.
À UFRN pela excelência em ensino e estimada infraestrutura que oferece aos seus alunos com
laboratórios e salas de ensino que são constantemente reformados e buscam atender da melhor
maneira seus alunos e pesquisadores.
À coordenação do curso de Química, seus funcionários e professores sempre dispostos a
ajudar os alunos e resolver seus problemas semestrais.
À empresa Starlux e seu diretor por receber estagiários periodicamente e ajudar a formar
engenheiros e químico com conhecimento prático de uma indústria que atua no estado.
Àos professores Fernando Volpi e Patrícia Kaori pela orientação deste trabalho e de tantos
outros durante esta graduação.
E ainda ao Maxwell Gomes da Silva pela participação da banca examinadora deste trabalho
de conclusão de curso.
SUMÁRIO

1. RESUMO .................................................................................................................................. 2
2. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 3
3. OBJETIVOS.............................................................................................................................. 4
4. PLANO DE ATIVIDADES ....................................................................................................... 5
5. PRODUTOS SANEANTES ...................................................................................................... 5
6. BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ..................................................................................... 8
7. METODOLOGIA DO CONTROLE DE PRODUTOS SANEANTES...................................... 10
7.1. Fabricação........................................................................................................................ 10
7.2. Recebimento do produto no Controle de Qualidade .......................................................... 11
7.2.1. Avaliação organolépticas .............................................................................................. 11
7.2.2. Avaliação do pH........................................................................................................... 12
7.2.3. Avaliação de densidade ................................................................................................ 13
7.2.4. Avaliação de viscosidade cinemática ............................................................................ 14
7.4. Arquivamento de retém .................................................................................................... 16
7.5. Rotulagem........................................................................................................................ 17
7.6. Expedição ........................................................................................................................ 18
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................................. 19
9. CONCLUSÕES E SUGESTÕES FUTURAS........................................................................... 20
10. REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 21
1. RESUMO

Saneantes são produtos destinados a facilitação de limpeza e conservação de ambientes


domésticos, industriais, hospitalares entre outros. Apesar de ampla utilização popular estes
produtos apresentam riscos associados à sua utilização e por isso eles são regulados pela
Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (Cartilha Anvisa, 2012).
Esta agência atua no registro e notificação de produtos saneantes antes de serem
comercializados a fim de garantir sua eficácia e segurança observando critérios de qualidade e
elaborando normas e padrões a serem seguidos por industrias que os fabricam.
O presente trabalho de conclusão de curso é um relatório de estágio relativo a rotina de
controle de qualidade de saneante produzidos na empresa Starlux Indústria e Comércio de
Material de Limpeza, Higiene e Conservação Ltda. Localizada em Parnamirim, RN na rua José
Ferreira de Lima, 633 – Emaús/ CEP 59.149.193. Sob supervisão do Engenheiro Químico
Adonai Nagib de C. França (CRQ/RN 15.300.072) e orientação do Prof˚.Dr.˚ Fernando José
Volpi Eusébio de Oliveira.

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2. INTRODUÇÃO

Saneantes são todos os produtos de limpeza e conservação de ambientes coletivos ou


públicos e no tratamento de água. Estes produtos são importantes na limpeza de casas,
escritórios, lojas, hospitais, etc. Sua função é acabar com sujeiras, germes e bactérias evitando
o aparecimento de doenças causadas pela falta de limpeza nesses meios sociais. (ANVISA,
2019). Os saneantes mais utilizados são detergentes, ceras, água sanitária, inseticidas e
desinfetantes.
No Brasil, a ANVISA é o órgão vinculado ao Ministério da Saúde responsável pelo
regimento e fiscalização de indústria que produzem estes tipos de saneantes, ela atua evitando
a adulteração na venda, no uso e na fabricação de saneantes e produtos para a saúde impedindo
a prestação de serviços sem qualidade e a exposição de doenças no país. A Agência fiscaliza,
registra e notifica empresas fabricantes, distribuidoras, exportadoras e transportadoras de
saneantes de acordo com as normas próprias e da legislação observando critérios de qualidade
e segurança. Ela elabora normas e padrões, apoia cadastro de informações sobre ocorrência de
problemas de saúde causados pelos saneantes, atua no controle e na avaliação de riscos e ainda
acompanha o desenvolvimento técnico-cientifico de substâncias e, em circunstancias especiais
assume medidas corretivas para a eliminação ou suavização de perigos que possam atingir o
mercado consumidor de saneantes. (Cartilha Anvisa, 2012).

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3. OBJETIVOS

O estágio realizado na indústria de saneantes Starlux Indústria e Comércio de material de


limpeza e conservação Ltda objetivou a apresentação de seus produtos, atualização de
documentos e renovação do alvará de funcionamento 2019 junto ao supervisor de estágio bem
como apresentar as diretrizes e o funcionamento de uma indústria química na prática.
Para tal, o trabalho foi direcionado pelo supervisor da seguinte maneira: elaboração e
atualização administrativa de documentos técnicos, trabalho prático de controle de qualidade e
desenvolvimento de novos produtos.

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4. PLANO DE ATIVIDADES

Durante o período de estágio as atividades foram divididas entre plano administrativo e de


documentos técnicos e um plano de produção e controle de qualidade. A primeira etapa
consistiu na revisão e elaboração de relatório técnico junto ao supervisor e diretor da fábrica
bem como na renovação do alvará de funcionamento junto a ANVISA por meio de atualização
de documentos como: Normas Regulamentadoras (NR’s) e procedimentos internos,
Procedimentos de Operação Padrão (POP’s), Boas Práticas de Fabricação (BPF), laudos
técnicos de segurança, certificados de controle de pragas, certificado de responsabilidade
técnica junto ao Conselho Regional de Química 15°Região, treinamentos de procedimentos de
fabricação, envase, rotulagem, expedição e transporte, PPRA (Plano de Prevenção dos Riscos
Ambientais), e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional).
A etapa seguinte, foi composta pela observação e avaliação de produção e controle de
qualidade dos produtos no laboratório. Compreendendo as etapas de pesagem, produção,
análise, envase, rotulagem, armazenamento e expedição. O quadro de atividades abaixo resume
a execução das tarefas planejadas para o período do estágio.

Tabela 1 - Quadro de atividade planejadas

Atividades
Set Out Nov Dez
Conhecimento geral da fábrica X
Acompanhar processo produtivo X x X x
Treinamento com o supervisor X x
Entregar relatório de atividade parcial 1 x
Acompanhar certificados de análise – X x
Anvisa
Realizar análises no controle de qualidade X x X x
Entregar relatório de atividade parcial 2 X
Produção de saneantes x X
Entregar Relatório Final x
Fonte: Própria da autora

5. PRODUTOS SANEANTES

Produtos saneantes ou de higienização de ambientes são todos os produtos usados na


limpeza e conservação de ambientes, sendo responsáveis por diminuir ou eliminar sujeiras,
germes, bactérias e evitar, portanto, aparecimento de doenças causadas pela falta de
limpeza de ambientes. Dentre os exemplos de saneantes definidos pela Anvisa e produzidos
na Starlux estão sabonetes líquidos, ceras, desincrustantes, detergentes, odorizadores e
amaciantes como mostrados na figura 1 abaixo.

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Figura 1 – Produtos desenvolvido na fábrica – Sabonete líquido Erva Doce

Fonte: Starlux 2019

➢ Desinfetantes: São formulações que têm na sua composição substâncias


microbicidas e apresentam efeito letal para microrganismos não esporulados. São
eles: de uso geral, para indústrias alimentícias, para piscinas, para lactários,
hospitalares para superfícies fixas e hospitalares para artigos semicríticos. A figura
2 abaixo ilustra o desinfetante primavera Starlux da linha Aroma do Campo.

Figura 2 – Desinfetante Aroma do Campo Primavera

Fonte: Starlux 2019

➢ Cera/Lustrador/Polidor: produto destinado a limpar e/ou polir e/ou proteger


superfícies por ação física e/ou química. A figura 3 ilustra a cera líquida incolor
Starlux.

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Figura 3 –Cera líquida

Fonte: Starlux 2019.

➢ Desincrustante: produto destinado a remover incrustações por processo químico ou


físico. A figura 4 ilustra o Desincrustante de superfícies Starlux.

Figura 4 – Desincrustante de superfícies

Fonte: Starlux 2019

➢ Detergente: é um produto destinado à limpeza de superfícies e tecidos através da


diminuição da tensão superficial. A figura 5 abaixo ilustra o detergente da linha
Starmaçã e neutro.
Figura 5 – Detergente Starmaça e neutro

Fonte: Starlux 2019

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➢ Odorizante de ambientes/Aromatizante de ambientes: é um produto que tem em sua
composição substâncias capazes de mascarar os odores desagradáveis. Na figura 6
estão ilustrados os odorizadores de ambientes Algas Marinhas.

Figura 6 – Odorizadores de ambientes

Fonte: Starlux 2019

➢ Suavizante/Amaciante: é um produto utilizado para tornar mais flexíveis os


produtos têxteis e consequentemente obter uma determinada suavidade. A figura 7
abaixo ilustra os amaciantes produzidos na versão soft, pelúcia e primavera.

Figura 7 - Amaciantes de roupas

Fonte: Starlux 2019

6. BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

Segundo o Manual da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA qualidade é a


propriedade ou capacidade de um produto em satisfazer as expectativas do cliente ou ainda a
característica de cumprimento de especificações estabelecidas que satisfazem continuamente
as necessidades e expectativas dos consumidores. Neste contexto, a Resolução da Diretoria
Colegiada 14 de 2007 - RDC 14/2007 e 40 de 2008 – RDC 40/2008 estabelecem como
fabricantes as empresas que possuem autorização de funcionamento para a fabricação de
produtos de higiene e saneantes (BRASIL, 2007). E ainda, o manual de BPF compreende os

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requisitos gerais que o fabricante do produto deve aplicar às operações de fabricação de
produtos de higiene de modo a garantir a qualidade e segurança dos mesmos.

Na avaliação dos saneantes produzidos e avaliados no controle de qualidade, as BPF


determinam que:

• os processos de fabricação devem ser claramente definidos, sistematicamente


revisados, e mostrar que são capazes de fabricar produtos dentro dos padrões de
qualidade exigidos, atendendo às respectivas especificações;
• as etapas críticas dos processos de fabricação e quaisquer modificações
significativas devem ser sistematicamente controladas e quando possível, validadas

Nesse contexto, as etapas de controle de funcionamento observadas durante o estágio


seguindo as BPF’s, normas e procedimentos básico de funcionamento da empresa estão
descritas no fluxograma 1.
Fluxograma 1 - Processo simplificado de fabricação dos saneantes

Fonte: Própria da autora.

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7. METODOLOGIA DO CONTROLE DE PRODUTOS SANEANTES

A fim de garantir que as boas práticas de fabricação e que as normas brasileiras de


segurança no trabalho sejam atendidas a ANVISA, por meio de suas Resoluções, estabelece
que para serem comercializados os saneantes devem passar por rigoroso controle de qualidade,
bem como demonstrarem bons resultados e ainda possuir segurança de aplicação e
armazenamento(RDC 40/2008). Essas exigências são agrupadas nas normas legais e técnicas
da ANVISA, a fim de garantirem saneantes seguros. Estes produtos ainda devem obter a
autorização do Ministério da Saúde para cada produto saneante colocado à venda.

O processo fabril da empresa baseia-se em fabricação, controle de qualidade, envase,


rotulagem e expedição. Sendo o processo de controle de qualidade exemplificado no
fluxograma 1 abaixo.

Fluxograma 1 – Etapa de recebimento e análise dos produtos

Fonte: Própria da autora.

No qual demonstra as etapas de fabricação e análise físico-química de cada produto. A


partir da aprovação os produtos conformes estes seguem para o setor de envase, e daí para os
demais setores na empresa e, os não conformes passam por correções no setor de fabricação de
acordo com os procedimentos internos da empresa. Na Starlux, os processos possuem esta
autorização e visam sempre o aperfeiçoamento de seus métodos. As etapas de produção e
controle de saneantes estão descritas a seguir:

7.1. Fabricação

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A etapa de fabricação compreende a pesagem de insumos, manipulação de produtos
químicos e seguimento de formulações internas, adição de solvente e preparo. Elas seguem
o procedimento interno de fabricação sugeridas pelo químico responsável. Após a produção
em batelada, os produtos acabados são levados para análise no laboratório de controle.

7.2. Recebimento do produto no Controle de Qualidade

A etapa de recebimento do produto, seguindo as normas e padrões internos estabelecem


que as amostras de produção devem ser entregues para análise sempre em embalagens
plásticas de 500mL e coloração transparente acompanhadas de Ordem de Produção (anexo
I), na qual deve constar o lote e data de fabricação do produto. Desta alíquota, 100mL deve
ser arquivada na prateleira de reténs a fim de garantir a rastreabilidade do produto durante
o seu prazo de validade (geralmente 12 meses). A figura 8 abaixo exemplifica o padrão de
recebimento de produtos seguindo o Manual Interno de Controle Starlux.

Figura 8 – Ordem de produção e amostra para análise

Fonte: Starlux 2019

7.2.1. Avaliação organolépticas

Esta etapa compreende consiste na análise sensorial de observação visual e olfativa dos
produtos. Os critérios de avaliação são cor, odor, aspecto e uniformidade. Eles sempre são
comparados ao padrão dos produtos Starlux anteriores. A figura 9 abaixo exemplifica o
padrão de avaliação de aspecto físico de produtos seguindo o Manual Interno de Controle.
Os produtos então fabricados são avaliados com os padrões já produzidos anteriormente
respeitando aspectos de cores e de uniformidade. A análise sensorial é feita tanto no
laboratório, quanto na sala de fabricação.

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As etapas iniciais de aferição de cor, odor e aspecto contam com um estoque de padrão de
cores dos produtos (figura 9). Uma amostra do produto fabricado é levada para aferição de cor
na sala de pesagem onde existe um padrão de cores para aferição. Além deste, um outro estoque
padrão está sendo criado no laboratório fazendo-se assim as correlações. A etapa seguinte é a
observação de aspecto e uniformidade, ou seja, se a amostra apresenta separação de fases,
presença de sólidos no meio, ou aparência turva (odorizadores), bem como se o odor de cada
produto se apresenta conforme e dentro das margens internas desejadas. Portanto, essa etapa
demanda maior experiência e conhecimento do responsável pela análise e dos fabricadores.
Geralmente, o estagiário e os fabricadores trabalham juntos neste teste.

Figura 9 - Recebimento de amostra e padrão de cores na sala de pesagem.

Fonte: Starlux 2019

7.2.2. Avaliação do pH

A etapa de avaliação de pH compreende a análise de característica química do


material, tendo a avaliação global do produto. Este critério deve ser atendido
impreterivelmente dentro das especificações internas a fim de garantir coloração ideal,
o odor desejado e o aspecto físico padrão da empresa. As especificações de controle
de pH variam em 1 ponto como mostra a tabela 3 abaixo.

Tabela 2 - Especificações de análise do desinfetante Primavera linha Star


Valor esperado Análise 1 Análise 2 Análise 3 Média Situação
pH Sol. Pura 4,79 – 5,79
Densidade(g ̸ cm3) 0,94 – 1,04
Viscosidade 40seg. (Copo 2)
Aspecto físico Liquido Violeta
Fonte: Starlux 2019 adaptado.

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A partir da correlação do produto com as especificações internas de controle estes são
liberados para envase, ou retidos no laboratório de controle. A figura 10 exemplifica o
padrão de avaliação de pH dos produtos seguindo o Manual Interno de Controle Starlux.

O pH das amostras são determinados utilizando-se um pHmetro digital de bancada. O


mesmo equipamento destina-se a leitura de amostras líquidas e também soluções pastosas
como amaciantes e detergentes. A aferição desse parâmetro é feita por meio da imersão do
eletrodo dentro da solução e leitura do valor no visor.

Os valores de referência já estão apresentados na ordem de produção e, variam de acordo


com cada classe de produtos. A faixa de trabalho dos saneantes produzidos compreende pH 4,5
a 9,5 conforme a RDC 40/2008 da Anvisa para produtos de risco 1. O procedimento de aferição
de pH é ilustrado pela figura 10 anterior.

Figura 10 - Medição do pH - Odorizador Kaiak

Fonte: Starlux 2019

7.2.3. Avaliação de densidade

A avaliação de densidade dos produtos é feita utilizando-se a densimetria. O princípio


utilizado é que a força provocadora da flutuação nos líquidos é proporcional à sua densidade
(ρ) -princípio do empuxo. A figura 11 abaixo exemplifica o padrão de avaliação da densidade
de produtos seguindo o Manual Interno de Controle Starlux. Este parâmetro destina-se a análise
de densidade específica de cada produto. Nela o densímetro é imerso na solução do produto
(trazidos em embalagens de 500ml). A marcação mostrada no equipamento no nível da
separação da superfície ar/solução corresponde a densidade específica convertida em g/cm3. O
procedimento é ilustrado pela figura 11 e a especificação padrão, na tabela 2.

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Figura 11 - Teste de densidade específica

Fonte: Lima, 2016

7.2.4. Avaliação de viscosidade cinemática

Este teste visa a aferição de viscosidade seguindo os Padrões de Operação


Padrão - POP da Anvisa e os procedimentos internos de análise. Ele consiste na obtenção
da viscosidade cinemática em centstokes (faixa de 70 a 370 ctske) através da conversão do
tempo em segundos de escoamento contínuo das amostras através do viscosímetro (cuja
tabela está ilustrada no anexo II). A figura 12 exemplifica o teste de viscosidade Copo Ford
no desinfetante Aroma do Campo Pétala.

Figura 12 – Ensaio de viscosidade cinemática

Fonte: Starlux 2019.

Este teste corresponde a medida de viscosidade e para isso utiliza copo com orifícios
padronizados 2 e 4 que variam de 25 a 370 centistokes (unidade de viscosidade cinemática). O
Viscosímetro Copo Ford atende aos padrões das Normas ASTM D1200 e ABNT NBR5849,
sua fácil utilização destina-se a determinação da viscosidade cinemática, a 25ºC, de tintas,
vernizes, resinas e outros líquidos com propriedades newtonianas, de escoamento entre 20s a
100s, utilizando-se um de seus orifícios (BPF, Starlux 2017).

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A execução do ensaio baseia-se em selecionar o orifício adequado a partir do tipo de
produto a ser analisado (sabonetes líquidos, amaciantes e detergentes são lidos em copo orifício
4 e demais produtos no orifício 2). Em seguida a amostra deve ser perfeitamente
homogeneizada e no momento do ensaio, o viscosímetro e o material a ser ensaiado devem
estar a (25 +- 0,1)º C. O aparelho deve estar nivelado e então o orifício é manualmente fechado
e a amostra é inserida no copo até o nível padrão (100 ml). Qualquer excesso de amostra é
removido e então o cronometro é acionado simultaneamente a liberação da passagem do fluido
pelo orifício.

O tempo gasto para o escoamento do fluido deve ser anotado e conferido com as
especificações de cada produto. O ensaio é realizado em duplicatas, ou triplicatas e os
resultados não devem divergir em +- 3%. A conversão da viscosidade de segundos para mm²/s
segue uma tabela de expressões do manual interno (anexo II). As figuras 13, 14 e 15 ilustram
os viscosímetros copo Ford orifício 2, ensaio de viscosidade cinemática e copo Ford orifício 4
respectivamente.

Figura 13 - Copo Ford Orifício 2

Fonte: Geralmed, 2019

Figura 14 Análise de Viscosidade cinemática

Fonte: Starlux 2019

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Figura 15 - Viscosímetro Copo Ford orifício 4

Fonte: NetLab 2019

Após toda a análise físico-química das amostras, os produtos conformes são liberados para
os demais setores. Cabe então ao estagiário e aos responsáveis de cada setor a fiscalização do
trabalho bem executados atestando a qualidade, rastreabilidade e segurança dos produtos
juntamente com o químico responsável pela empresa.

7.3. Liberação para envase

Após serem feitas e aprovadas todas as etapas anteriores, um retém de 100 mL é


arquivado na prateleira de reténs e o produto residual, juntamente com a ordem de produção
são liberados para o envase. A figura 16 exemplifica o padrão de liberação para envase dos
produtos seguindo o Manual Interno de Controle Starlux.

Figura 16 – Rótulo dos reténs

Fonte: Starlux 2019.

7.4. Arquivamento de retém

A última etapa do controle de qualidade consiste no arquivamento de 100 ml de retém


de amostra de todo produto produzido na indústria. Através dele todo produto produzido
passa 12 meses (sua data de validade) num teste de prateleira (“shelf-life”) dentro da

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fábrica. o que garante a rastreabilidade da produção. Havendo-se a necessidade de
reavaliação este retém serve de amostra e as análises são feitas dentro deste período. A
figura 17 mostra a prateleira de parte dos reténs do ano 2018-2019 e as embalagens de
retém padrão. Este procedimento é requerido pela Anvisa e regulamentado pelos
procedimentos internos da Starlux.
Figura 17 - Prateleira de reténs 2018-2019 embalagem de reténs

Fonte: Starlux 2019.

7.5. Rotulagem

Esta etapa do processo compreende a rotulagem propriamente dita dos produtos e a


partir dela a certificação de que os usuários dos produtos terão informações corretas sobre
o uso, as superfícies que podem ser aplicadas os produtos, os fatores de diluição que devem
ser utilizados, as informações de rastreabilidade como código de barra, lote, composição
química e toxicologia dos saneantes. A figura 18 mostra as etapas de rotulagem manual do
desinfetante aroma do campo primavera que segue o padrão de procedimentos internos
Starlux.

Figura 18 - Processo de rotulagem manual

Fonte: Starlux 2019

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7.6. Expedição

Uma vez que todas as etapas foram executadas corretamente e conferidas pelo controle de
qualidade e pelo setor de envase os produtos acabados são destinados à expedição. Nesta etapa
nem os produtos, nem os rótulos, nem as caixas devem ter pontos de inadequações. Todo o
processo produtivo acabou e os produtos são destinados aos consumidores finais. A figura 19
mostra o formato de estocagem da mercadoria dentro da fábrica.

Figura 19 - Produto em estoque para expedição

Fonte: Starlux 2019

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8. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os resultados para a empresa pode-se destacar que os produtos que atingem
conformidade prevista na ordem de produção seguem para as etapas seguintes de envase,
rotulagem e expedição. Os que não atendem as especificações exigidas são então encaminhados
para o setor de fabricação para que o químico responsável direcione as correções as serem
feitas sempre que possível, e não comprometam a qualidade do produto.
Já entre os resultados pessoais, pode-se destacar a experiência adquirida na manipulação
dos produtos fabricados, dos testes de estabilidade feitos contemplando desde o aspecto físico
até a forma com que eles são encaixados e postos em expedição. Também foi possível aprender
sobre normas técnicas, legislação brasileira, controle de ordens de produção, controle de
estoque, fabricação, envase e rotulagem de produtos e análises técnicas de controle de
qualidade. Além disso, as atividades desenvolvidas sobressaíram ao plano de atividades
previsto. Desta forma, o período de estágio supervisionado foi uma experiência positiva no fim
do curso de graduação da modalidade bacharelado pois apresentou situação reais, com
problemas e soluções reais agregando conhecimento e não apenas carga horária, no currículo
acadêmico.

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9. CONCLUSÕES E SUGESTÕES FUTURAS

Após o período de vivência na empresa os objetivos de aprendizado foram além dos


propostos e cada desafio enfrentado fomentaram conhecimento extra para a formação.
Destacando os parâmetros de produção e metodologias sigilosas de fabricação, modelos e
relatórios de documentos internos, comandos e manuseio de controle de gerenciamento de
estoque, gestão e liderança de pessoas bem como processo continuado de qualidade na indústria
química.

Além disso, como sugestão de atividades futuras estão o emprego da melhoria continuada
no ambiente industrial (conceito da ISO 9001), melhorias estruturais como a aquisição de
equipamentos de envase e rotulagem automáticos (substituindo em parte o volume de trabalho
manual), implantação de uma estação de tratamento de efluentes (já em projeto) e o
investimento em capacitação do pessoal com palestras e treinamentos incentivadores do
conceito “mentalidade de dono” e química verde tão necessário na atualidade em qualquer
indústria.

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10. REFERÊNCIAS

ANVISA 2019, Conceitos e definições – “O que são desinfetantes?”. Disponível em


<http://portal.anvisa.gov.br/saneantes/conceitos-e-definicoes>. Acesso em 21 de novembro de
2019.

ANVISA 2019, Consultas e sanitizantes regularizados. Disponível em:


<http://portal.anvisa.gov.br/saneantes/consultas>. Acesso em 11 de novembro de 2019.

BRASIL, 2007. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, Saneantes,
Legislação, RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 14, DE 14 DE FEVEREIRO
DE 2007. Aprova o Regulamento Técnico para Produtos Saneantes com Ação Antimicrobiana
harmonizado no âmbito do Mercosul através da Resolução GMC nº 50/06, que consta em anexo à
presente Resolução. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/a450e9004ba03d47b973bbaf8fded4db/RDC+14_2007.
pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 18 de setembro 2019.

BRASIL ,2008. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Saneantes,
Legislação, RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 40, DE 5 DE JUNHO DE 2008.
Aprova o regulamento técnico para os produtos de limpeza e afins. Disponível em
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_40_2008.pdf/0dbd3b90-7406-4735-
b5d7-b7dbdfb7f666 > Acesso em 18 de setembro de 2019.

Cartilha de Anvisa, 2012. Orientação para os consumidores de saneantes 2012. Disponível em


<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33920/281967/Cartilha+de+orienta%C3%A7%C3%A3o+para
+os+consumidores+de+sanenantes/66163b65-1731-4d5c-b522-ccd146d7a2e1>. Acesso em 26 de
outubro de 2019.

Geralmed 2019, Viscosímetro copo Ford. Disponível em


<http://www.generalmed.com.br/viscosimetro-copo-ford-pr-2203-371454.htm>. Acesso em 05 de
setembro de 2019.

LIMA, Heloísa D. 2016. Relatório de estágio supervisionado obrigatório – Controle de qualidade em


indústria de saneantes domissanitários. Centro de tecnologia - departamento de Engenharia Química
UFRN 2016.

NetLab 2019, Viscosímetro copo Ford plástico PP. Disponível em


<https://www.lojanetlab.com.br/equipamentos-para-laboratorios/viscosimetros/viscosimetro-tipo-
copo-ford-1800-nalgon>. Acesso em 05 de setembro de 2019.

STARLUX 2013, MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO. Parnamirim, RN. Starlux


2013.

STARLUX 2013, PROCEDIMENTOS INTERNOS E NORMAS. Parnamirim, RN. Starlux 2013.

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ANEXOS

ANEXO I- Modelo de ordem de produção Starlux simplificado

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ANEXO II – Tabela de conversão de segundos para mm²/s é dada pelas expressões:
Orifício nº 2 = 1,44 (t - 18,0)
Orifício nº 5 = 12,1 (t - 2,00)
Orifício nº 3 = 2,31 (t - 6,58)
Orifício nº 6 = 14,92t - 15,56
Orifício nº 4 = 3,85 (t - 4,49)
Orifício nº 8 = 31,40t - 40,14
Onde: t = tempo expresso em segundos e 1mm²/s = CST.

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