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 Diego Miyoshi Kise

 Formação – Farmacêutico Generalista (UNICAMP – Universidade


Estadual de Campinas).

 Descrição Geral: Possui experiência na área Industrial, em Projetos de Validação de


Processos, de Limpeza, de Sistemas de Computadorizados e de Qualificação e Implantação
de Boas Práticas de Fabricação. Auditor e integrante de Grupos de Cyber Security pelo
Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo
(SINDUSFARMA). Instrutor e integrante dos Grupos de Biotecnologia e Mapeamento de
Risco pelo International Society for Pharmaceutical Engineering (ISPE Brasil). Atualmente é
Gerente de Projetos na Azbil Telstar. Docente do Instituto Racine.

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QUALIFICAÇÃO DE
SISTEMA DE UTILIDADES-
HVAC

3
Objetivo da Aula

• Entendimento do ciclo de vida de qualificação


de utilidades com enfoque ao Sistema de
Tratamento de Ar: Sistema de HVAC/AVAC.

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Objetivo da Aula

Composição do AR

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Definições – Siglas
 Sigla Inglês: HVAC – Heating, Ventilating and Air Conditioning.
– Sigla Português: AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado.

 R (Refrigeração) / (Refrigeration).
– Sigla Inglês: HVACR ou HVAC/R ou HVAC-R ou HVAC&R.
– Sigla Português: AVACR ou AVAC/R ou AVAC-R ou AVAC&R.

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Sistema HVAC

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Unidade de Tratamento de Ar (UTA)

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Legislação

• RDC N°301 / IN47 (22 de Agosto de 2019).


• “Guia da Qualidade para Sistemas de Tratamento de Ar e Monitoramento Ambiental
na Indústria Farmacêutica (2013).” (Obsoleto).
• ISO n°14.644: Salas limpas e ambientes controlados associados.

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Legislação

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Legislação
• ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

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Legislação

RDC N°301 – 22 de Agosto de 2019

CAPÍTULO II - DO SISTEMA DA QUALIDADE FARMACÊUTICA


Seção IV - Da revisão da qualidade do produto
Art. 17. A Revisão da Qualidade do Produto deve incluir pelo menos:
XI - revisão da situação da qualificação de equipamentos e utilidades
relevantes, como por exemplo: sistema de ventilação, aquecimento e ar
condicionado (HVAC), água, sistemas de gás comprimido, etc.

Status da última
Qualificação e
Cerificações.

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Legislação
CAPÍTULO VI - DA PRODUÇÃO
Seção III - Da prevenção da
contaminação cruzada na produção
Art. 172. O resultado do processo de
Gerenciamento de Risco da Qualidade
deve ser a base para se determinar a
extensão das medidas técnicas e
organizacionais necessárias para o
controle dos riscos de contaminação
cruzada.
Parágrafo único. As medidas técnicas e
organizacionais citadas no caput podem
incluir, mas não se limitam, aos seguintes:
I - medidas técnicas:
b) áreas de produção autocontidas com
equipamentos de produção e sistemas de
aquecimento, ventilação e ar
condicionado separados. Também pode
ser desejável isolar certas utilidades de
outras usadas em outras áreas;

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Legislação
IN N°47 – 22 de Agosto de 2019

Seção VIII - Da qualificação de utilidades


Art. 91. A qualidade do vapor, água, ar, outros
gases etc., deve ser confirmada após a
instalação, usando as etapas de qualificação
descritas na seção III.
Art. 92. O período e a extensão da qualificação
devem refletir quaisquer variações sazonais, se
aplicável, e o uso pretendido da utilidade.
Art. 93.Uma avaliação de risco deve ser
realizada onde possa haver contato direto com o
produto como, por exemplo, sistemas de
aquecimento, ventilação e ar condicionado, ou
contato indireto, como por meio de trocadores de
calor, para mitigar quaisquer riscos de falhas.

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Legislação
 Guideline - WHO

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Legislação

• Guideline
ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning
Engineers.

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Legislação

• ISPE - International Society for Pharmaceutical Engineering

17
Legislação
• Guideline - PIC/S: PHARMACEUTICAL INSPECTION CO-OPERATION
SCHEME

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Premissa de Validação
• Manuais de instalação/operação.
• Data book:
 Esquema elétrico / instrumentação / automação.

 Esquema Pneumáticos (Quando aplicável).

 Layout do equipamento.

 Projeto – Instalações.

• Instrumentos calibrados.
• Procedimento de Qualificação vigente.

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Plano mestre de Validação
• Aplicação:
 Define as diretrizes gerais para as
Validações/Qualificações dos
equipamentos, sistemas, utilidades e
processos;
 Definir Estratégia;
 Definir Responsabilidades;
 Definir Objetivos;
 Referenciar políticas e POP´s gerais;
 Estabelecer prioridades e cronogramas
frente ao inventário;
 Auxiliar na apresentação do Programa de
Validação nas auditorias.

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Requerimento do usuário

ITEM DESCRIÇÃO REFERÊNCIA CLASSIFICAÇÃO

As áreas onde forem realizados os ensaios


microbiológicos, biológicos ou com radioisótopos
RDC 17 – Artigo
1 devem ser independentes e separadas e contar com QUALIDADE
137.
instalações independentes, especialmente o sistema de
ar.

POP XYZ –
O fornecedor deverá identificar (TAG) todos os
Codificação de
2 componentes do sistema de acordo com as diretrizes CORPORATIVO
Equipamentos e
estabelecidas pelo contratante.
Componentes

O local de instalação da Unidade de Tratamento de ar


Desenho de
3 têm de ser instalada junto ao piso técnico ao lado do INFORMATIVO
engenharia XYZ
almoxarifado (Espaço disponível).

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Fases do Projeto

Relacionado a
URS QP

Especificações
QO
Funcionais

Especificações
QI
de técnica

DQ Construção do Comissionamento - SAT


sistema

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Instalação
 Acompanhar a empresa instaladora (seguir o projeto):
Dutos protegidos.

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Instalação
 Garantir que os dutos estejam limpos antes de instalar.

 https://www.youtube.com/watch?v=eCSQWg12cUo 24
Análise de Riscos

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Qualificação de instalação
Exemplo de Anexos para Qualificação de Instalação.
Roteiro de Teste: Lista de Participantes (Anexo 01).
Roteiro de Teste: Resumo dos Testes (Anexo 02).
Roteiro de Teste: Equipamentos/instrumentos de Medição (Anexo 03).
Roteiro de Teste: Registro de Desvios (Anexo 04).
Roteiro de Teste: Lista de Desvios (Anexo 05).
Roteiro de Teste: Lista de Evidências (Anexo 06).
Roteiro de Teste: Verificações Preliminares (Anexo 07).
Roteiro de Teste: Documentação (Anexo 08).
Roteiro de Teste: Calibração (Anexo 09).
Roteiro de Teste: Condições de instalação – Ambiente (Anexo 10).
Roteiro de Teste: Condições do equipamento – Integridade (Anexo 11).
Roteiro de Teste: Caráter As-Built (Anexo 12).
Roteiro de Teste: Utilidades (Anexo 13).
Roteiro de Teste: Especificações do Equipamentos e Componentes (Anexo 14).
Roteiro de Teste: Especificação de Hardware e Software (Anexo 15).
Roteiro de Teste: Entradas e Saídas (I/O) – Digitais e analógicas (Anexo 16).

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Qualificação de instalação
 Roteiro de Teste: Documentação (Anexo 08).

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Qualificação de instalação
 Condições de instalação.
- Conferência Ambiente limpo, sem interferentes apara acesso aos
componentes do equipamento, espaço adequado permite a sua manutenção.
Ex: troca dos filtros.

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Qualificação de instalação
Condições do equipamento - Integridade:
Conferência do equipamento quanto a sua integridade física: Buscar identificar
pontos de amassado, ferrugem, avarias de um modo geral que possam
comprometer o funcionamento do equipamento e Sistema de HVAC.

Ex: Muito comum:


- Dutos furados/rompidos; Dutos pisados; Dutos com isolamento rasgado.
- Componentes danificados: Dampers, grelhas, tubulação de dreno, Lâmpadas,
armações,

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Qualificação de instalação

 Caráter as built.
 Desenhos – Layout (Equipamento).

Obs: Se o equipamento estiver disponível – Vá a campo e compare-o com o seu projeto antes
de elaborar a documentação de Qualificação.

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Qualificação de instalação

31
Qualificação de instalação

32
Qualificação de instalação

33
Qualificação de instalação
• Conferência das Utilidades:

- Conferência da correta tensão utilizada (Medição).


- Conferência da identificação da tensão.

- Medição da tensão por instrumento calibrado.


- Conferência da pressão de água gelada (Medição).

- Conferência da temperatura da água gelada (Medição).


- Conferência da pressão do ar comprimido
(Acionamento dos Dampers – Quando aplicável).
(Medição).

- Obs: Para todas as medições fazer uso de


instrumentos calibrados.

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Qualificação de instalação
• Especificações do Equipamentos e Componentes:

- Conferir as especificações gerais do equipamento – Placa de identificação.


Aproveitar para conferir o TAG do equipamento.
- Conferência da presença e das especificações dos componentes do
Equipamento (UTA): Aproveitar para verificar eventuais avarias nos mesmos.
Olhar fisicamente as informações previstas no protocolo.
• Especificações do Equipamentos e Componentes:

- Conferir as especificações de hardware do Sistema supervisório.

- Conferir as especificações de Software (Nome e versão).

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Qualificação de instalação

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Qualificação de Operação.
O que testar?
 Verificação de Sequencia de Operação;

 Verificação de quesitos de Segurança;

 Verificação dos alarmes/mensagens de erro;

 Verificação de Nível de Acesso (Supervisório);

 Verificação de Parâmetros/configuração;

 Verificação de Queda de Energia/utilidades;

 Verificação de Interferência de Rádio Frequência;

 Verificação de Interferência Eletromagnética;

 Verificação de Procedimentos;

 Verificação de Treinamentos.

 Verificar interfaces – Comunicação;

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Qualificação de Operação.

•Sistema de Monitoramento – Supervisório


•Atentar-se a 21 CFR Part 11!!!

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Qualificação de Operação.
Falha de utilidades
Verificação de falha de utilidades: Ex - Queda de Energia; Abastecimento de
água gelada. Ao executar esses testes, avalie o impacto no equipamento (Não
danificar o equipamento).
Sempre realizar os testes acompanhados de operadores da área e
manutenção.
Acionamento dos Dampers: Em caso de sistemas com Dampers com
acionamento elétrico ou pneumáticos – Visualizar a abertura e fechamento dos
mesmos.

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Qualificação de Operação.
 Parametrização – Inversor de frequência

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Qualificação de Desempenho.

Relacionado a
URS QP

Especificações
QO
Funcionais

Especificações
QI
de técnica

DQ Construção do Comissionamento
sistema

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Qualificação de Desempenho
Verificação documentada que o equipamento ou sistema apresenta
desempenho CONSISTENTE e REPRODUTÍVEL, de acordo com parâmetros
e especificações definidas, por PERÍODOS PROLONGADOS. Em
determinados casos, o termo "validação de processo" também pode ser
utilizado.

 Deve iniciar apenas após a conclusão da qualificação de Operação.

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Qualificação de Desempenho
Normalmente realizada em duas etapas:
 As Found - “Como encontrado”.
 As Left - (Após adequações – Como o sistema foi entregue).

Importantes ter os registros de documentação de ambas as fases.

Obs: Algumas empresas não adotam estas fases – Já realizam a adequação e


geram uma documentação única do sistema certificado, sem ter um relatório
do que foi adequado.

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Qualificação de Desempenho
 O que testar?
 Vazão de Ar.
 Número de Trocas de Ar.
 Diferencial de Gradiente Pressão entre as salas.
 Estanqueidade e Integridade e Vedação dos Filtros Absolutos dos Sistemas.
 Contagem de Partículas (Repouso/Operação).
 Contagem de Viáveis.
 Temperatura e Umidade.
 Tempo de Recuperação.
 Vazamento/Contenção.
 Visualização de fluxo ou teste de fumaça.

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Vazão
Objetivo

Determinar se a vazão de ar que entra na sala é


compatível com a especificada.

Equipamentos Utilizados

Medidor de fluxo de ar ou equivalente (Balômetro /


Balometer).

Critério de Aceitação

Conforme dados do projeto.

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Vazão
 Testes, Ajustes e Balanceamento (TAB).

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Número de Trocas
Objetivo

Determinar se o número de trocas de ar das salas são compatíveis com a


especificada em norma.

Equipamentos Utilizados

Medidor de fluxo de ar ou equivalente (Balômetro/Balometer).

Critério de Aceitação

≥ 20 trocas de ar por hora para as áreas grau A e B. Divide o valor encontrado


no teste de vazão pelo Volume da sala.

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Número de Trocas

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Diferencial de pressão
Objetivo
Verificar a capacidade do sistema em manter o diferencial de pressão
especificado entre ambientes distintos (corredores/antecâmaras/salas de
produção).

Equipamentos Utilizados
Micro manômetro.

Critério de Aceitação
Pressão diferencial de sala mais limpa maior que a da sala menos limpa
(conforme projeto), mínimo de 5 Pa (Recomendável 15 Pa).

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Diferencial de pressão

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Teste de Estanqueidade e Integridade

Objetivo
Confirmar que o sistema de filtros HEPA está corretamente, sem vazamentos
na estrutura de apoio, na fixação dos filtros e nos elementos filtrantes
propriamente ditos.

Equipamentos Utilizados
Gerador de partículas e Fotômetro apropriado.
• PAO - Polyalphaolefin.
• DOP - (Dispersed Oil Particulate).

Critério de Aceitação
< 0,01 %.

Obs: Filtro HEPA (high efficiency particulate air).

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Teste de Estanqueidade e Integridade

52
Teste de Estanqueidade e Integridade

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Contagem de Partículas Totais
(Repouso/Operação)
Objetivo
Certificar que a instalação, nas condições em repouso e em operação podem
atingir o nível de limpeza projetado.

Equipamentos Utilizados
Contador de partículas.

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Contagem de Partículas Totais
(Repouso/Operação)
 Critério de aceitação

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Contagem de Partículas Totais
(Repouso/Operação)

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Contagem de Partículas Totais
(Repouso/Operação)
 Número de pontos

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Temperatura e Umidade

Objetivo
Certificar que o sistema de HVAC mantêm as condições necessárias ao
processo.

Equipamentos Utilizados
Termohigrometros.

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Tempo de Recuperação
Objetivo
Quantificar o tempo que o sistema de HVAC leva para retornar a suas
condições “ideais” de uso, após contaminação do sistema.

Equipamentos Utilizados
Contador de partículas.

Critério de Aceitação
 Máximo de 15 minutos.

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Velocidade do Fluxo de ar

60
Velocidade do fluxo de ar

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Contenção e Visualização de Fluxo
(Teste de fumaça)
• Sentido do Fluxo – Downflow.

• Retenção – Visor (Vidro de proteção).

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Contenção e Visualização de Fluxo
(Teste de fumaça)
• Perímetro da área de trabalho.

• Estanqueidade da cabine, junto ao perímetro da porta.

 https://www.youtube.com/watch?v=a7GBk1vSIsU

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Teste de fumaça – Smoke Test
• Dutos: https://www.youtube.com/watch?v=Slt5N-8do4E
• Processo: https://www.youtube.com/watch?v=yoWoiXUDgzE
• Condições atípicas: https://www.youtube.com/watch?v=XRXZ8BZ1rDE

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Computational Fluid Dynamics (CFD)

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Monitoramento Ambiental
(Contagem de Partículas Viáveis)

Objetivo
Certificar que a instalação, nas condições em repouso e em operação, pode
atingir o nível de limpeza especificado.

Equipamentos Utilizados
Placas de Petri com meio de cultura, amostrador de ar.

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Monitoramento Ambiental
(Contagem de Partículas Viáveis)

 Critério de aceitação

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MR – Sistema de HVAC

Exemplo:

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Pontos de Atenção!
Fator Humano (Treinamento):
 Paramentação adequada.
- Certificação dos colaboradores que acessam as áreas produtivas.
- Recertificação dos colaboradores.
- Acompanhamentos dos prestadores de serviço.
- Treinamentos periódicos.
 Contagens de Partículas.
- Erros de Parametrização/Determinação de critérios.
- Seleção de receitas.
- Não retirar cópia das fitas dos resultados.
 Análise laboratorial.
- Erro nas leituras do laboratório.
- Incubação incorreta.
 https://www.youtube.com/watch?v=UBzPSjHRpFE
 https://www.youtube.com/watch?v=20AkVUQQuls
 https://www.youtube.com/watch?v=7pty7n8LtJc

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Pontos de Atenção!
Fator Humano:

Saúde do colaborador.
- Espirro.
- Tosse.
- Desconforto Gastro Intestinal.
- Ferimentos cutâneo.

Recomenda-se o não acesso as áreas produtivas caso o colaborador esteja


adoentado.

Comportamento em área Limpa.


- Evitar de agachar.
- Atentar-se as mãos (Portas/Superfícies).
- Evitar Movimentos bruscos.
- Falar somente o necessário.
- Evitar de tocar o rosto.

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Pontos de Atenção!
Materiais de análise:
Placas para Monitoramento ambiental.
- Falso Positivo: Contaminação espontânea.
- Falso Negativo: Teste de Fertilidade ou promoção de crescimento.
- Contaminação no manuseio (Humano).
- Contaminação no acondicionamento (Humano).
- Contaminação no transporte (Humano).
Amostrador e contador de partículas.
- Não calibrados.
- Impressões de registro dentro das áreas de medição.

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Requalificação - Periodicidade

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Dúvidas

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Diego. M. Kise

 (11) 987170664
 (11) 973563807

dmiyoshi@telstar.com
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