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INSTITUTO TÉCNICO DE BARUERI

PROFª MARIA SYLVIA CHALUPPE MELLO

TEOR DE CLORO ATIVO EM ÁGUA SANÍTARIA

ALEXSANDER, Guilherme; ALVES, Mizael; GOMES, Jackson; TIBA, Mauricio

Resumo: Este trabalho fala sobre, teor de cloro ativo em água sanitária, sendo feita análises
por iodometria para calcular sua concentração e comparar com amostras de fabricação
industrial e fabricação caseira com base nas leis e parâmetros existente na legislação, de
acordo com o limite na estabelecido pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), que considera um intervalo de aceitação entre 1,75 e 2,75% p/p (RDC
n°184/2001).

Palavras-Chave: Cloro ativo, Iodometria, Água sanitária, Hipoclorito de sódio.

INTRODUÇÃO

Cloro

O Cloro é obtido por meio da eletrólise da solução de Cloreto de Sódio e água (conforme
Figura-1). Sua forma inicial é de gás, mas após ser comprimido em baixa temperatura,
transforma-se em um líquido claro de cor âmbar.

Figura 1 - Processo de eletrólise do cloro.


Cl2 (g) H2 (g)

NaOH(aq)

E é nesta forma que chega às estações de tratamento de água e às indústrias, que o


utilizam como matéria-prima para o branqueamento de celulose, fabricação de PVC e de
produtos para o tratamento de água. O composto mais comum de cloro, cloreto de sódio é
conhecida desde os tempos antigos. (1)
Em 1774, o gás de cloro foi primeiramente sintetizado em uma reação química, sua
caracterização foi feita por Carl Wilhelm Scheele, que supôs como sendo um óxido de um
novo elemento. Foi apenas em 1810 que o químico inglês Humphry Davy demonstrou se
tratar de um elemento químico e não um composto oxigenado, e o nomeou cloro (do grego
khlorós, esverdeado). (2)
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Água sanitária

A água sanitária é obtida pela diluição de hipoclorito de sódio em água, e estabilizado


com cloreto de sódio conforme reação global:
Cl2(g) +2NaOH(aq) NaCl(aq) + H2O(l) + NaClO(aq) (3)
Destina-se à limpeza, branqueamento e desinfecção em cujo produto ativo é o cloro. A água
sanitária é uma solução aquosa de cor levemente amarelada, e também fotossensível, ou seja,
decompõe-se sob ação da luz, é corrosiva a metais e, quando em contato com ácidos, libera
gases tóxicos. (3)

Titulação com Iodo

Há dois modos analíticos na aplicação do iodo em titulações. O primeiro envolve o uso


de solução padrão de iodo diretamente como titulante em meio levemente ácidos ou
levemente básicos. Esta técnica é classificada de método iodimétrico, também denominada
iodimetria. No segundo modo, o iodeto é utilizado como redutor, e o iodo liberado na reação
associada, é titulado em meio neutro ou levemente ácido com um redutor, usualmente uma
solução padronizada de tiossulfato de sódio. Tal técnica é classificada como método
iodométrico ou denominada iodometria conforme reação abaixo. (4)
I2 + 2S2O32- S4O62- + 2I- (4)

Solução padrão

É uma solução de concentração conhecida, sendo um composto com alto grau de pureza
que serve como referência na titulação, que reaja rapidamente com o analito de modo a
minimizar o tempo requerido entre as adições de reagente. Uma solução padrão pode ser
obtida de duas maneiras, pelo uso de um padrão primário ou pela padronização de uma
solução com a concentração aproximadamente conhecida denominada como padrão
secundário. (5)
O tiossulfato de sódio (Na2S2O3) é o redutor mais empregado como titulante do iodo
gerado nas metodologias iodométricas. O íon tiossulfato é um agente redutor moderadamente
forte, na presença de iodo. O procedimento empregado na determinação de agentes oxidantes
envolve a adição de um excesso de iodeto de potássio a uma solução levemente ácida do
analito. A redução do analito produz uma quantidade estequiometricamente equivalente de
iodo. (6)

Indicador

A solução de amido é utilizada como indicador sensível, pois forma um complexo de


coloração azul intensa com o iodo. O amido se decompõe irreversivelmente em soluções
contendo concentrações elevadas de iodo. Portanto, na titulação de soluções de iodo com
tiossulfato, assim como na determinação indireta de oxidantes, a adição do indicador é adiada
até que a cor da solução mude de vermelho-marrom para amarelo (e até que a maior parte do
iodo tenha sido reduzida); nesse ponto, a titulação está quase completa. (6)
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EXPERIMENTO

Padronização Tiossulfato de sódio

Foram adicionados 1,5 g de Iodeto de Potássio P.A. em um béquer de 250 mL e agitado


até sua dissolução completa, adicionou 10 mL de Ácido Clorídrico 1mol L-1 com pipeta
volumétrica 10 mL e titulou, imediatamente, com a solução de Tiossulfato de Sódio em bureta
até que a coloração da solução virou amarelo fraco. Adicionou 2 mL da solução de amido
1,0% com pipeta volumétrica de 2mL, e prosseguiu a titulação até o desaparecimento da
coloração azul.
Nota - armazenado em frasco âmbar devidamente identificado e em local escuro.

Procedimento Experimental

Transferiu se amostra avolumada em balão volumétrico de 50 mL para um balão


volumétrico de 500 mL, em seguida diluída com água destilada, homogeneizada e completada
até o menisco. Pipetou 5 mL da solução recém preparada com pipeta volumétrica, que foi
transferida para um erlenmeyer de 250 mL, contendo 50 mL de solução de KI a 4%(m/v).
Foram acrescentados 10 mL de solução de ácido acético 1:4 e através de uma bureta, foi
tituladoa solução padrão de Tiossulfato de Sódio padronizado 0,0950 mol.L-1, até a cor
amarelo clara. Adicionado 2,5 mL da solução de amido1% adquirindo a coloração azul
intensa e prosseguiu com a titulação até que a solução ficou incolor.

Tabela 1 - Resultados obtidos com a amostra de água sanitária da marca Cândida.


Volume gasto Solução Concentração Cloro Concentração de % de Cloro
N2S2O3 0,0950 mol.L-1 em mol.L-1 Cloro em g.L-1 ativo
Ensaio 1 3,55 0,000168625 1,2563 2,51
Ensaio 2 3,45 0,000163875 1,2209 2,44
Ensaio 3 4,05 0,000192375 1,4332 2,87

Tabela 2 - Resultados obtidos com a amostra de água sanitária da marca Crystal.


Volume gasto solução Concentração em Concentração de % de cloro
N2S2O3 0,0950 mol.L-1 Cloro mol.L-1 Cloro g.L-1 ativo
Ensaio 1 1,81 0,000085975 0,6405 1,28
Ensaio 2 1,95 0,000092526 0,6893 1,38
Ensaio 3 1,71 0,000081225 0,6051 1,21
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme dados obtidos na tabela 1, após a realização do procedimento experimental


podemos afirmar que o resultado das amostras de água sanitária da marca Cândida obedece às
diretrizes estabelecidas pelos órgãos de controle, e a amostra de água sanitária da marca
Crystal obteve resultados abaixo do estipulado pelos órgãos de controle conforme tabela 2.
Alguns fatores podem ser indicados para que o resultado esteja abaixo do estipulado pelos
órgãos regulamentadores como o fato do cloro se decompor a luz, e a embalagem do produto
Crystal ser de material transparente, outro fator é a temperatura a qual o produto está exposto
já que a embalagem é de um material plástico tipo 4 – PEBD polietileno de baixa densidade
que tem uma maior absorvição de calor.

Agradecimentos
Agradeço a instituição por ceder sua estrutura e profissionais para realização deste
trabalho. Agradeço aos meus professores pela paciência e orientação durante todo o nosso
desenvolvimento no curso, ao nosso orientador professor Mauricio Tiba, a nossa professora
Cleuza Cavalcante, ao técnico de laboratório Luciano Aparecido Santos. Agradeço aos meus
colegas de sala que nos ajudaram e compartilharam de todo esse processo.

REFERÊNCIAS
1. Afins, Abipla - Associação Brasileira das Industrias de Produtos de Limpeza e. Cloro,
Hipoclorito de Sódio ou Água Sanitária - Abipla. Abipla - Sipla. [Online] 12 de 11 de 1976.
[Citado em: 06 de 03 de 2019.] www.abipla.org.br/cloro.doc.
2. UNESP. Cloro. [Online] [Citado em: 07 de 03 de 2019.]
http://www2.fc.unesp.br/lvq/LVQ_tabela/017_cloro.html.
3. De Lucca, Lourenço. Controle de qualidade do Hipoclorito de Sódio no Processo de
Produção . [Online] 02 de 2006. [Citado em: 09 de 03 de 2019.]
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/105062/Lourenco_de_Lucca.pdf?sequ
ence=1&isAllowed=y.
4. SAMPAIO, Davi Ribeiro, CAVALCANTE, Izadora e RESENDE, Erika Crispim.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUAS SANITÁRIAS. [Online] 2018. [Citado em:
06 de 03 de 2019.] https://even3.blob.core.windows.net/anais/112031.pdf.
5. Auxiliadora, Maria. Quimica-Analitica-IV-Curso-Farmácia.
ufjf.br/nupis/files/2012/03/aula-3. [Online] 11 de 2012.
http://www.ufjf.br/nupis/files/2012/03/aula-3-Quimica-Analitica-IV-Curso-
Farm%C3%A1cia-2012.11.pdf.
6. Andrade, João Carlos de. http://chemkeys.com/br/. Chemkeys. [Online] 10 de 1996.
[Citado em: 17 de 05 de 2019.] http://chemkeys.com/br/wp-
content/themes/chemkeysbr/articleI.php?u=ZGV0ZXJtaW5hY29lcy1pb2RvbWV0cmljYXM
=.
7. A Química na Cozinha apresenta: O Sal. CHEMELLO, Emiliano. 3, São Paulo : Revista,
6, Vol. 2.

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