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25/03/2021

QUÍMICA ANALÍTICA/
QUÍMICA APLICADA

GRAVIMETRIA
(ANÁLISE Prof. Dr. Ivan Carlos Barbosa

GRAVIMÉTRICA) Email:
ivan.barbosa@ufra.edu.br

Avenida Presidente Tancredo Neves, Nº 2501 Bairro: Montese Cep: 66.077-901


Cidade: Belém-Pará-Brasil

UFRA

1. INTRODUÇÃO
 Gravimetria: é um método analítico quantitativo que
se baseia na determinação de massa de um
composto puro ao qual o analito está quimicamente
relacionado;

Os métodos gravimétricos de
análise baseiam-se em
medidas de massa feitas com
uma balança analítica, um
instrumento que fornece dados
altamente exatos e precisos.
Balança analítica

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 Na gravimetria, medem-se as massas da amostra e de


um produto final que contém a espécie desejada.

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2. CLASSIFICAÇÃO
 Vários métodos analíticos baseiam – se em medida
de massa:
1. Gravimetria por precipitação
Métodos clássicos
2. Gravimetria de volatilização
3. Eletrogravimetria
4. Termogravimetria
5. Titulação gravimétrica
6. Gravimetria particulada
7. Espectrometria de masssas

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 Gravimetria por precipitação: o analito é separado de


uma solução da amostra como um precipitado e é
convertido a uma espécie de composição conhecida
que pode ser pesada.

Formação de precipitado Separação do precipitado

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 Gravimetria por volatilização: o analito é isolado dos


outros constituintes da amostra pela conversão a um
gás de composição química conhecida. O peso desse
gás serve então como uma medida da concentração
do analito.
Ex.: Perda de água e gás carbônico

2 NaOH + CO2 Na2CO3 + H2O

Ascarita II
(hidróxido de sódio O método por volatilização só
impregnado num silicato pode ser utilizado se o analito
não fibroso) é a única sustância volátil ou
se o absorvente é seletivo
para o analito.

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Determinação de
umidade em alimentos

2 NaOH + CO2 Na2CO3 + H2O

NaHCO3 + H2SO4 CO2 + H2O + NaHSO4

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 Eletrogravimetria: o analito é separado pela


deposição em um eletrodo por meio do uso de uma
corrente elétrica.
 A massa desse produto fornece então uma medida
da concentração do analito.

Moderamente sensível
Bastante precisa e exata
Não precisa de calibrações

 Ex.: Oxidação de Pb2+ e sua deposição como PbO2


no anodo de Pt.

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 Termogravimetria (TGA): é um processo contínuo que


envolve a medida da variação da massa de uma
amostra em função do tempo ou da temperatura.
 A variação de massa está relacionada com muitos
fenômenos, como:

desidratação
sublimação
decomposição
entre outros

Balança termogravimétrica

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 Titulação gravimétrica: é massa do reagente, com


concentração conhecida, requerida para reagir
completamente com o analito, fornece a informação
necessária para determinar a sua concentração;

 Gravimetria particulada: O analito é determinado


após ser removido da matriz por filtração ou extração.

Ex.: determinação do teor de sólidos totais, fixos,


voláteis, suspensos e sedimentáveis em amostras de
água para abastecimento público

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 Espectrometria de massas: emprega um


espectrômetro de massas para separar os íons
gasosos formados a partir dos elementos que
compõem uma amostra da matéria.
 A concentração dos íons resultantes é então
determinada pela medida da corrente elétrica
produzida quando esses íons atingem a superfície de
um detector iônico.

Espectrômetro de massa

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2.1 GRAVIMETRIA DE
VOLATILIZAÇÃO
 Formas de remoção de constituintes voláteis:

1. Por calcinação ao ar, ou em corrente de gás inerte;


2. Por tratamento com um reagente químico que
torna volátil o constituinte que se deseja
determinar;
3. Por tratamento com um reagente químico que
torna NÃO volátil o constituinte que se deseja
determinar.

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MÉTODO INDIRETO DE VOLATILIZAÇÃO


 Consiste em pesar o resíduo após a volatilização.
 A substância volatilizada é determinada por
diferença;
 Esquema:

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MÉTODO DIRETO DE VOLATILIZAÇÃO


 A substância volátil é absorvida num dado meio, e o
ganho de peso desse último é anotado.

Vapor d’água
e CO2

Perclorato de
magnésio anido,
Mg(ClO4)2

Sólido
Tubo de secagem

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 Obs.:

1. O método deve ser específico, ou seja, não deve


haver outro componente volátil, ou – se houver –
este não deve ser absorvido pelo meio utilizado.

2. A determinação da umidade ligada


superficialmente, ou da água de cristalização de
compostos hidratados, pode ser feita pelo método
indireto de volatilização.

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2.2 GRAVIMETRIA DE
PRECIPITAÇÃO
 O constituinte a ser determinado, contido na solução,
é precipitado numa forma que seja tão pouco solúvel
que não haja perda apreciável quando o precipitado
for separado por filtração e pesado.

 Ex.: determinação do teor de Ag


Ag em solução  tratamento com NaCl ou KCl 
filtração e lavagem  dessecador a 130 – 150 ºC 
pesagem do AgCl

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 Características principais:

1. O constituinte a ser determinado é separado dos


demais por Precipitação Química e pesado.

2. A Precipitação é feita por adição de um reagente


adequado à solução que contém o constituinte.

3. Nem sempre o constituinte é pesado sob a mesma


forma como foi precipitado.

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4. A substância resultante deve ser tão pouco solúvel


nas condições de precipitação que esta pode ser
considerada completa;

5. A análise gravimétrica compreende basicamente 3


etapas:

1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa

•Conversão •Separação •Pesagem


do analito do do
numa precipitado precipitado
substância
insolúvel.

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 Fatores que podem influir na solubilidade do


precipitado:

1. Efeito do íon comum;


2. Temperatura;
3. pH;
4. Solventes orgânicos;
5. Tempo.

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 Características desejáveis do precipitado:

1. Solubilidade desprezível nas condições de


precipitação;
2. Estrutura cristalina que assegure uma filtração e
lavagem rápidas (quanto maior o cristal melhor);
3. Baixa tendência de absorver substâncias estranhas;
4. O precipitado deve ser ele mesmo uma forma
adequada à pesagem ou facilmente conversível a
uma.

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 Características desejáveis da forma de pesagem:

1. A composição da forma de pesagem deve


corresponder exatamente a uma fórmula química;
2. A forma de pesagem deve ser quimicamente estável;
3. Se formado de partículas suficientemente grandes
para facilitar a filtração.
4. Quanto menor a proporção do costituinte na forma de
pesagem melhor, porque os erros de pesagem
incidem de maneira menos acentuada no resultado
final.

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 Requisitos para reações de precipitação:

PRECIPITANTE
AGENTE
Especificidade
PRECIPITADO
Seletividade

Facilmente filtrado e lavado


Baixa solubilidade
Alta pureza
Partículas grandes

Composição química definida


FORMAS DE

Não deve ser higroscópico


PESAGEM

Não deve ser volátil


Deve ser estável

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• Preparo da amostra

• Formação do precipitado

• Digestão/Envelhecimento/Reprecipitação

• Filtração

• Lavagem

• Tratamento térmico

• Pesagem

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1ª etapa: PREPARO DA AMOSTRA

 Um agente precipitante gravimétrico deve reagir


especificamente, ou pelo menos seletivamente com o
analito.
 Adição de agentes precipitantes inorgânicos:

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 Agentes precipitantes orgânicos:

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2ª etapa: FORMAÇÃO DO PRECIPITADO

Formação do precipitado

Crescimento
Nucleação
de cristais

Tipos de
cristais
Precipitado cristalino
Precipitado coagulado
Precipitado gelatinoso

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Nucleação: envolve a agregação aleatória de 4


ou 5 partículas (íons, átomos ou moléculas) para
formar um minúsculo cristal.

Crescimento do cristal: mais partículas adicionam-


se aos núcleos previamente formados para
aumentar o tamanho dos agregados, tornando o
cristal mais encorpado (partículas maiores).

Para a formação de um cristal adequado para a


filtração: é necessário que a nucleação não seja
excessiva  acarrentaria formação de partículas muito
pequenas, de dimensão coloidal da ordem de 1 a 500
nm, que ainda não precipitam.

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1. Precipitados cristalinos: são os mais favoráveis para


fins de análise gravimétrica.
Ex.: KClO4, BaSO4 etc.

 Cristais individuais bem desenvolvidos


 Partículas densas
 Sedimentam rapidamente
 Facilmente recolhidas por filtração
 Não se deixam contaminar

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2. Precipitados coagulados (ou coloidais): resultam da


floculação de colóides hidrófobos.
Ex.: AgClO etc.
 Partículas densas
 Arrastam pouca água

3. Precipitados gelatinosos: resultam da floculação de


colóides hidrófilos.
Ex.: Al(OH)3 etc.
 Volumosos
 Consistência de flocos
 Arrastam quantidade considerável de água
 Dificuldades na filtração e lavagem

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3ª etapa: DIGESTÃO

 Conceito: é o aquecimento do precipitado em


contato com a água – mãe durante um determinado
tempo antes da filtragem.
 Promove-se um recristalização lenta.
 Vantagens:
1. Formação de partículas maiores.
2. Íons melhor arranjados dentro dos cristais.
3. Diminuição da adsorção superficial e inclusão de
impurezas.

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3ª etapa: ENVELHECIMENTO

 Conceito: o precipitado é deixado em repouso na


presença da solução – mãe, durante um
determinado tempo, antes de ser filtrado.

 Vantagens:
1. Partículas pequenas são dissociadas e novamente
precipitadas sobre a superfície dos cristais maiores.
2. Material dos vértices e arestas do cristal, em
partículas imperfeitas e floculosos, são dissolvidase
depositadas sobre a superfície do cristal, tornando –
o mais perfeito e compacto.

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3ª etapa: REPRECIPITAÇÃO

 Conceito: dissolução do sólido formado, seguida de


nova precipitação.

 Vantagens:
1. Partículas pequenas são dissociadas e novamente
precipitadas sobre a superfície dos cristais maiores.
2. Material dos vértices e arestas do cristal, em
partículas imperfeitas e floculosos, são dissolvidase
depositadas sobre a superfície do cristal, tornando –
o mais perfeito e compacto.

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 A contaminação de um precipitado ocorre quando as


impurezas normalmente solúveis no meio reacional são
arrastadas pelo material constituinte do precipitado.

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Adsorção superficial: as impurezas encontram-se adsorvidas à superfície


do cristal.

Adsorção é a adesão de moléculas de um fluido a uma superfície sólida

 Este tipo de coprecipitação tende a ser apreciável no caso de


precipitados com grande área superficial, mas não é significativo em
precipitados cristalinos.
 Os precipitados coloidais e gelatinosos são os que apresentam maior
contaminação por coprecipitação.

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Impurezas inclusas: quando o íon


contaminante apresenta tamanho e carga
semelhante a um dos íons pertencentes ao
cristal ou precipitado, sendo capaz de substituí-
lo na rede cristalina do precipitado.

INCLUSÃO/OCLUSÃO

Impurezas oclusas: quando os íons contaminantes


(cátions e ânions) são retidos no interior do cristal em
crescimento na forma de imperfeições sem que haja
a substituição dos cátions e ânions originais na
estrutura cristalina do precipitado.

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4ª etapa: FILTRAÇÃO

 A filtração é uma operação que consiste em separar


a fase sólida contendo o precipitado desejado da
solução - mãe.
 Para temperaturas baixas: filtração por sucção.

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 Para temperaturas elevadas: filtração por ação da


gravidade.

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5ª etapa: LAVAGEM
 A lavagem do precipitado é uma operação que visa
à remoção do excesso de soluto que ainda se
encontra presente no líquido retido mecanicamente
nas partículas do precipitado.

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 Os principais fatores que devem ser levados em


consideração na lavagem: solubilidade e a
possibilidade de peptização do precipitado.

Peptização
Solubilidade
• O efeito peptizante provoca
• Alguns precipitados com a fragmentação e dispersão
baixa solubilidade podem ser das partículas do precipitado
lavados com água. para uma dimensão coloidal.

• Outros precipitados pouco • Permite a passagem das


solúveis com características partículas pelo filtro.
coloidais necessitam da
presença de eletrólitos na • A presença de um eletrólito
solução de lavagem para na solução de lavagem tem
evitar o efeito peptizante por objetivo neutralizar a
causado pela água. carga superficial das
partículas do precipitado.

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6ª etapa: TRATAMENTO TÉRMICO

 Secagem: é aplicada a precipitados que já se


encontram em uma forma de pesagem adequada.
 Estes precipitados necessitam apenas de remoção
da água e de eletrólitos adsorvidos da água de
lavagem.
 Envolve aquecimentos brandos (em estufa) em
temperaturas da ordem de 110 a 120 ºc por 1 a 2
horas.

Estufa de secagem

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 Calcinação (ou ignição): envolve um aquecimento


forte em temperaturas usualmente acima de 800 ºC.
 O objetivo é modificar a composição química do
precipitado, convertendo-o em uma forma
adequada de pesagem.

Mg(NH4)PO4.6H2O  Mg2P2O7
(entre 900 e 1100 ºC)

Fe(OH)3 ou Fe2O3.XH2O  Fe2O3


(entre 800 e 1000 ºC)

Forno mufla

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 Outros materiais utilizados:

BALANÇA ANALÍTICA CADINHO DE PORCELANA DESSECADOR

TENAZ PAPEL DE FILTRO

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7ª etapa: PESAGEM

 Utilização de balança analítica (± 0,0001 g) após


calcinação da amostra.

Balança analítica

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4. VANTAGENS E
DESVANTAGENS
VANTAGENS
É exata e precisa, quando são usadas balanças analíticas
modernas.
É um método absoluto, isto é, um método que envolve a
medição direta, sem a necessidade de qualquer forma de
calibração.
As determinações podem ser feitas com aparelhos relativamente
baratos, sendo o forno de mufla e, em alguns casos, cadinhos de
platina, os itens mais dispendiosos.
As possíveis fontes de erros são de fácil controle, pois os filtrados
podem ser ensaiados para verificar se a precipitação foi
completa, e os precipitados podem ser examinados em busca
da presença de impurezas.

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DESVANTAGENS
Sujeito a erros acumulativos.
Longo tempo de execução e várias etapas.
Pouca praticidade.
Necessidade de reagentes precipitantes
determinados.
A exatidão dos resultados é limitada.

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