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Fundamentos de Química Geral

LICENCIATURA EM QUÍMICA
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Núcleo de Ensino a Distância

Créditos e Copyright

SANTOS, Ana Lúcia de Braga e Silva

Fundamentos de Química Geral/ Ana Lúcia, de Braga e Silva


Santos – Santos, 2015. Atualizado por: Alba Denise de Queiroz
Ferreira-Santos, 2023.

143 f.

Universidade Metropolitana de Santos, Licenciatura em Química,


2023.

1. Ensino a distância. 2. Química. 3.Química Geral.

CDD 540

Vanessa Laurentina Maia


Crb8 71/97
Bibliotecária UNIMES

Este curso foi concebido e produzido pela UNIMES Virtual. Eventuais marcas aqui
publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários.

A UNIMES Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste


curso oriundo da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em
qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos.

É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato.

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SUMÁRIO
Aula 01_Conceitos das Leis Ponderais e Volumétricas, massas atômicas, molares e
moleculares..........................................................................................................................4
Aula 02_Informações quantitativas a partir da equação balanceada – continuação ...........15
Aula 03_Suspensão, Coloide e Solução ............................................................................23
Aula 04_Relação entre Concentrações e Diluição de Soluções .........................................33
Aula 05_Mistura de Soluções .............................................................................................40
Aula 06_Reação de Oxirredução .......................................................................................50
Aula 07_Número de Oxidação ...........................................................................................58
Aula 08_Eletroquímica .......................................................................................................67
Aula 09_Semi-Reações e Reação Global ..........................................................................73
Aula 10_ Potencial do Eletrodo ..........................................................................................83
Aula 11_Eletrólise ..............................................................................................................93
Aula 12_Equilíbrio Químico ..............................................................................................104
Aula 13_Construção Gráfica dos Equilíbrios Químicos e constantes de equilíbrio ...........112
Aula 14_Constantes de Equilíbrio para Concentração (Kc) e para pressão (Kp) ..............120
Aula 15_ A resposta dos equilíbrios às mudanças das condições....................................133
Aula 16_Deslocamento de Equilíbrio: os efeitos das variações da Temperatura e da
Pressão............................................................................................................................137

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Aula 01_Conceitos das Leis Ponderais e Volumétricas, massas


atômicas, molares e moleculares

Palavras-chave: leis da conservação das massas; massa atômica; mol; massa


molecular.

Iniciaremos esta disciplina dando continuidade aos cálculos químicos que


envolvem as transformações químicas. Nesta aula revisaremos alguns conceitos que
já foram estudados nas disciplinas anteriores e que serão fundamentais para
prosseguirmos e entendermos os conteúdos doravante.
Podemos considerar que a estequiometria é a ciência dos cálculos químicos,
onde estuda quantitativamente os mols, as massas e os volumes dos reagentes e
produtos que participam de uma reação.
Para compreendermos como estes cálculos irão se entrelaçar, precisamos
revisar as leis ponderais, volumétricas e os conceitos de massas molares e
moleculares.

LEIS DE CONSERVAÇÃO DAS MASSAS


Lei de Lavoisier – a soma das massas dos reagentes de uma
transformação química é igual à soma das massas dos produtos.

Lei de Proust – para formar certo composto, seus elementos constituintes


combinam-se sempre nas mesmas proporções em massa, independentemente da
origem ou do modo de preparação dos compostos.

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LEI VOLUMÉTRICA
Os volumes envolvidos numa reação química nas mesmas condições de
pressão e temperatura formam uma proporção fixa de números inteiros, em geral
pequenos.

MASSAS ATÔMICAS, MOLARES E MOLECULARES


O átomo ou a molécula são entidades extremamente pequenas, sendo
impossível utilizá-las nas nossas balanças convencionais. Para podermos “pesar”
átomos ou moléculas foi criado uma unidade própria, a unidade de massa atômica,
“u”.
Para termos a equivalência entre a unidade de massa atômica e grama são
necessários utilizar sempre o mesmo número de átomos (ou moléculas) que equivale
a 6,02.1023 átomos (ou moléculas).
Este valor (6,02.1023) corresponde à constante de avogadro, que é o nº de
átomos ou moléculas necessários para termos a massa em gramas numericamente
igual à massa do átomo ou molécula.
Para calcularmos a massa de uma molécula – massa molecular, temos que
somar as massas de cada átomo.

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Exemplo de como calcular a massa molecular: H2O


Dadas as massas atômicas:

Mol = é a quantidade de matéria que contém 6,02.1023 átomos, moléculas,


íons.

Portanto, quando falarmos de:


• Átomo ou molécula usamos a unidade de massa atômica
• Mol ou 6,02.1023 átomos, moléculas ou íons usamos o grama

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COEFICIENTES E BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES

Como já foi abordado anteriormente, uma reação química é a transformação


de substâncias. Nesta transformação o número de átomos dos reagentes tem que
ser exatamente igual ao número do mesmo átomo dos produtos. Desta forma é
necessário fazer o balanceamento das substâncias, como o objetivo de igualar a
quantidade de átomos.

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Para fazer o balanceamento não podemos mudar os índices, pois se isso for
feito, iremos mudar a substância, o que tornaria a equação incorreta. Para igualar o
número de átomos precisamos, portanto, arrumar os coeficientes das substâncias.

Exercícios:
Para resolver os exercícios abaixo utilize a tabela periódica, números inteiros
e arredondamento.
1) Calcule as massas moleculares ou molares das substâncias abaixo.
a) Determine a massa de 3 moléculas de H2SO4.
b) Determine o nº de átomos de 96 uma de Cl.
c) Determine a massa de 10 mols de glicose (C6H12O6).
d) Determine a massa de 5 mols de NH3.
2) Faça o balanceamento das equações abaixo:

Respostas:
1) a – 294 u b – 2,74 u c – 1.800 g d – 85 g
2 )a – 2, 1, 3, b – 1, 1, 2, c – 1, 2, 2

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INFORMAÇÕES QUANTITATIVAS A PARTIR DA EQUAÇÃO BALANCEADA

Razão molar – para cada equação química os elementos interagem em uma


proporção molar definida, esta será sempre constante independente das
quantidades utilizadas.

Exemplo:

Com a equação balanceada podemos identificar a proporção de todas as


substâncias envolvidas na reação química. A equação nos indica que a razão molar
entre o álcool etílico (C2H5OH) e o gás oxigênio (O2) é de 1 para três
respectivamente. Podemos também traçar a razão entre o dióxido de carbono (CO 2)
e a água (H2O), que é de 2 para 3, bem como do gás oxigênio com a água ou de
qualquer uma das substâncias que participam da reação em questão.
Com base nas razões molares podemos utilizar todas as informações
revistas da forma necessária para resolvermos o problema em questão.

Sequência para utilizar as informações da equação


Para utilizarmos as informações de uma equação química é necessário a
utilização de uma sequência, onde:

1º passo: escrever a equação química;


2º passo: balancear a equação;
3º passo: identificar os componentes que serão trabalhados e executar a
resolução.

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RELAÇÃO ENTRE MASSAS

Exemplo 1:
As reações de ácido-base são extremamente importantes em nosso
cotidiano. O ácido sulfúrico pode ser neutralizado com o hidróxido de sódio, obtendo

como produtos sulfato de sódio e água. Segundo a Lei de Lavoisier, podemos


determinar a massa do hidróxido de sódio necessária para a total neutralização do
ácido sulfúrico. Determine a massa do hidróxido de sódio, utilizando a Lei de
Lavoisier.

* Conforme a Lei de Lavoisier a soma da massa dos reagentes têm que ser
igual a soma das massas dos produtos.

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R.: A massa de NaOH será 80 g.


Exemplo 2:
O hidrogênio pode ser utilizado como combustível e é um importante
reagente na obtenção de amônia e de compostos orgânicos saturados. Ele pode ser
obtido pela reação:
NaH(s) + H2O(l) → NaOH(aq) + H2(g)
Quantos gramas do gás hidrogênio (H2), nas condições normais de
temperatura e pressão (CNTP) podem ser obtidos pela hidrólise de 60,0g de hidreto
de sódio (NaH)?
Dados: Massas atômicas:
H = 1 g/mol Na = 23 g/mol

Cálculo das massas molares das substâncias que serão trabalhadas:


H2 = 1 . 2 = 2g/mol NaH = 23 + 1 = 24g/mol

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R.: Na hidrólise de 60g de hidreto de sódio, serão produzidos 5g de gás


hidrogênio.

RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE DE MATÉRIA

Exemplo:

Uma das etapas do tratamento de água é a adição de sulfato de alumínio


para que ocorra a aglomeração de partículas sólidas que estão contidas na água.
Determine a quantidade de matéria (mol) de hidróxido de cálcio (Ca(OH) 2) serão
necessários para reagir completamente com 8 mols de sulfato de alumínio
(Al2(SO4)3).

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R: A quantidade de matéria de hidróxido de cálcio será 24 mol.

Exercício:
Observe a equação abaixo e determine a quantidade de matéria (mol) de
Ba3(PO4)2 irão reagir completamente com 0,0213 mols de Na3PO4.

Na3PO4(s) + Ba(NO3)2(aq) → Ba3(PO4)2(s) + NaNO3(aq)


R.: Irão reagir 0,032 mol de Ba(NO3)2

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REFERÊNCIAS

BROWN, Theodore. et al. Química: a ciência central, 13ª. Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/. Acesso em: 12
abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A,


2013. E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 12
abr. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 1, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633389. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633389/. Acesso em: 12
abr. 2023.

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Aula 02_Informações quantitativas a partir da equação balanceada


– continuação

Palavras-chave: mol; balanceamento de equações; estequiometria.

RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE DE MATÉRIA E MASSA

Exemplo:
O titânio pode ser obtido a partir do tetracloreto de titânio. As ligas de titânio
com alumínio, outros metais têm grande interesse industrial, e são utilizadas em
aeronaves, mísseis, bijuterias, raquetes de tênis, bicicletas, entre outras.
Determine a quantidade de matéria (mol) de titânio podem ser obtidos a partir
de 25g de tetracloreto de titânio (TiCl4).

R.: A quantidade de matéria de titânio será 0,13 mol.

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Exercício:
A amônia (NH3) é uma substância alcalina que está na constituição de
inúmeros produtos de limpeza. Em condições ambientais a amônia é encontrada no
estado gasoso. A amônia pode ser produzida por meio da reação entre o cloreto de
amônio e o hidróxido de sódio, conforme mostrado na equação abaixo. Determine a
quantidade de matéria (mol) de cloreto de amônio serão necessários para a
produção de 101,54 g de amônia. Considere que a reação será completa.

NH4Cl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + NH3(aq) + H2O(l)

R.: Serão necessários 5,97 mol de cloreto de amônio.

RELAÇÃO ENTRE MASSA E VOLUME


Sabendo-se que 1 mol de qualquer gás, a 0ºC e 1 atm, ocupa o volume
de 22,4 litros. Desta forma, procede-se a resolução tendo como base a relação entre
os mols e posteriormente faz-se a relação com o volume.

Esta relação nos possibilita calcular o volume de um gás que será produzido
ou consumido em uma reação.

Exemplo:
A reação do cloro proveniente dos gases clorofluorcarbonos (CFC(s)) com o
ozônio está representada abaixo. Determine o volume de ozônio destruído quando
71g de átomos de cloro reagirem com o ozônio?

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R.: Serão destruídos 45,44 L de ozônio.

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Exercício:

Na queima do hidrocarboneto obtém-se dióxido de carbono e água, como


mostra a equação abaixo. Determine o volume de dióxido de carbono que será
lançado ao ar, se forem queimados 216g deste hidrocarboneto.
Como o exercício solicita a queima de hidrocarbonetos e o exercício nos
fornece 216g deste, teremos que trabalhar com a massa de C5H12.

* massa molecular do C5H12:

C – 12 . 5 = 60 g/mol, H – 1 .12 = 12 g/mol, C5H12 – 60 + 12 = 72 g/mol

OBS.: Como estamos trabalhando com massa molecular, as massas são em


grama (g)

* Como o problema quer o volume de dióxido de carbono (CO2), quando são


queimados 216 g de C5H12 é necessário primeiro encontrar o número de mols do
CO2 para posteriormente encontrar o volume este que será produzido. Como a
equação já está balanceada, podemos trabalhar somente com a relação das duas
substâncias.

R.: Serão produzidos 336 L de CO2(g)

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Estequiometria e poluição

A estequiometria é um meio importante para a identificação e previsão de


poluentes que são gerados e despejados na natureza.

Nos dias atuais existe uma grande preocupação com a poluição atmosférica,
o uso de combustíveis fósseis são uma das principais fontes. A presença de CO2 na
atmosfera é proveniente da respiração, decomposição de plantas e animais,
queimadas naturais de florestas, desflorestamento e principalmente pela queima de
combustíveis fósseis. O aumento da concentração de CO2 na atmosfera interfere na
saúde da população, provocando o aumento de problemas respiratórios. Outro
poluente perigoso que também é produzido com a combustão dos combustíveis
fósseis é o monóxido de carbono.
Quando carbono ou hidrocarbonetos são queimados com quantidade
limitada de gás oxigênio, este gás é formado. É um gás tóxico, pois pode se ligar à
hemoglobina e interferir no transporte de oxigênio. A reação abaixo nos mostra a
formação do CO2 e CO, provocados pela queima da gasolina.

2 C8H18 + 25 O2 → 16 CO2 + 18 H2O


2 C8H18 + 17 O2 → 16 CO + 18 H2O

Por meio das reações, pode-se verificar a quantidade de oxigênio necessária


para que haja a queima completa de gasolina sem a formação do monóxido de
carbono.

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UTILIZANDO O CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO PARA PREVER A


POLUIÇÃO

Exemplo 1: O butano (C4H10) é um dos componentes do gás liquefeito de


petróleo (GLP) e é utilizado como “gás de cozinha”. Este gás é um hidrocarboneto e
sua queima completa produz CO2 e H2O. Se, para preparar um alimento, forem
utilizados 15g deste gás em um fogão corretamente regulado, que possibilita a
queima completa do hidrocarboneto, quantos gramas de CO2 serão produzidos?
C4H10(g) + O2(g) → CO2(g) + H2O(g)

1º passo: verificar se a equação está balanceada:


2 C4H10(g) + 13O2 (g) → 8 CO2 (g) + 10 H2O (g)

2º passo: verificar os dados necessários para a resolução do problema. O


problema relaciona C4H10 com CO2, querendo saber quantos gramas de CO2 são
formados na queima de 15g de C4H10. Portanto relaciona a massa das duas
substâncias.
Para efetuar os cálculos devemos encontrar a massa dos dois gases.
C4H10 = 58 g/mol . 2 mol = 116 g/mol
CO2 = 44 g/mol . 8 mol = 352 g/mol

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3º passo: encontrar a massa de CO2 produzida.

Exemplo 2: A poluição química, advinda do lançamento de poluentes


provenientes de processos industriais, também é considerada fonte de poluição, que
atingindo os corpos d’água e o solo, podem causar graves problemas de saúde
humana, além da contaminação destes sistemas. Uma indústria que utiliza gás
natural com certa porcentagem de sulfeto de hidrogênio (H2S), lançaria 20g de
dióxido de enxofre (SO2) por dia para o ambiente, entretanto, este poluente é
neutralizado através da reação com o óxido de cálcio (CaO), conforme a reação
abaixo. Determine quantas toneladas de óxido de cálcio são necessárias, por dia,
para a completa neutralização do dióxido de enxofre.

R.: Para eliminar completamente o dióxido de enxofre são necessárias 17,5


toneladas de óxido de cálcio.

Como pudemos perceber, o estudo das espécies químicas existentes na


hidrosfera, litosfera e atmosfera são fundamentais para auxiliar estudos, fazer
monitoramentos ambientais e controlar a emissão de poluentes. As análises
químicas são os métodos utilizados que fornecem as importantes informações
necessárias para fundamentar as ações.

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Para que ocorra uma pesquisa ambiental, com o intuito de conhecer os


compostos e suas concentrações nos ecossistemas ou para fazer o monitoramento
ambiental comparando dados anteriores e atuais é necessária a execução de
análises analíticas.
Existem padrões de qualidade ambiental e a confiabilidade das análises é
que irão respaldar os estudos e monitoramentos. A correta coleta e tratamento da
amostra, a escolha e aplicação do método, o tratamento e análise química dos
resultados são fundamentais para um resultado confiável da análise química para
que não haja contaminação ou mascaramento dos resultados. Todas estas etapas
devem observar rigorosamente as orientações dos protocolos correspondentes.

REFERÊNCIAS

BROWN, Theodore. et al. Química: a ciência central, 13ª. Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/. Acesso em: 12
abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A,


2013. E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 12
abr. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 1, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633389. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633389/. Acesso em: 12
abr. 2023.

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Aula 03_Suspensão, Coloide e Solução

Palavras-chave: misturas; soluções; unidades de concentração de solução.

Você já estudou anteriormente os conteúdos sobre as misturas


heterogêneas e homogêneas, nesta aula vamos fazer uma breve revisão sobre
ambas bem como complementando os conceitos já vistos.
* Misturas: São sistemas formados por duas ou mais substâncias que são
classificadas como homogêneas ou heterogêneas.
A mistura de duas ou mais substâncias pode resultar em sistemas com
aspecto não uniforme em sua extensão sendo denominada de mistura heterogênea,
já as misturas que possuem o mesmo aspecto em toda a sua extensão são
denominadas misturas homogêneas.
Diferenciar misturas heterogêneas de homogêneas não é tarefa fácil: há
misturas cujo aspecto mostra tratar-se de um sistema claramente heterogêneo,
como a água do mar, onde a areia da praia não se mistura; entretanto, essa mesma
areia, pode parecer homogênea, em outro sistema. Estabeleceu-se que o critério
para as distinguir seria baseado no tamanho das partículas envolvidas.

CLASSIFICAÇÃO DAS MISTURAS HETEROGÊNEAS

Suspensões

A suspensão forma uma mistura heterogênea e apresenta duas fases,


sendo que um dos elementos serve de base – o dispersante – para que o outro se
espalhe ou se disperse nele – o disperso.

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Dispersões coloidais ou coloides


As dispersões coloidais ou coloides são intermediárias entre a
suspensão e as soluções. Essas dispersões contêm partículas visíveis somente
através de ultramicroscópios e podem ser separadas por técnicas mais aprimoradas
como a ultracentrifugação.
Essas misturas possuem partículas tão minúsculas que, apesar de não
estáveis, podem permanecer no estado em que se encontram.
Os coloides têm importância fundamental do ponto de vista biológico, uma
vez que as células dos organismos vivos se encontram num meio coloidal.

SOLUÇÕES

São misturas homogêneas formadas por duas ou mais substâncias, em


que uma delas é o denominada solvente e a outra soluto.

* soluto = em sua maioria são as substâncias que está em menor


quantidade, que se encontra dissolvida no solvente;
* solvente = geralmente é a substância que está em maior quantidade e
tem a capacidade de solver a outra substância.
Sabe-se que o solvente pode dissolver mais de um soluto, desta forma, os
termos podem ser trocados dependendo das substâncias analisadas.

=> As soluções podem ser classificadas segundo ao seu estado físico como:
* Soluções gasosas = são formadas pela dissolução de gases.
* Soluções líquidas = são formadas pela dissolução de substâncias
gasosas, líquidas ou sólidas, em um líquido. A água desempenha papel principal no

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estudo dos sistemas aquosos, o que justifica o considerar da água como solvente
universal.
* Soluções sólidas = são misturas de sólidos em que um componente está
disperso ao acaso em outro componente em uma escala atômica ou molecular.

CLASSIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES SEGUNDO SEU ESTADO FÍSICO

As soluções também podem ser classificadas quanto à sua solubilidade, e


são denominadas:
* insaturadas = quando a solução contém uma quantidade de soluto
inferior ao seu coeficiente de solubilidade na temperatura em que se encontra;
* saturadas = quando a solução contém a quantidade de soluto igual ao
coeficiente de solubilidade na temperatura em que se encontra;
* supersaturada = é uma solução instável, onde existe uma quantidade
de soluto dissolvida, superior ao coeficiente de solubilidade na temperatura em que
se encontra.
Um importante aspecto que o estudo das soluções aquosas coloca em
destaque é a necessidade de tratar as misturas quantitativamente, expressando
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a concentração da solução. Estas, identificam a relação entre o soluto e o


solvente. Algumas unidades comuns de concentração de solução:

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CONCENTRAÇÃO COMUM, DENSIDADE E CONCENTRAÇÃO EM


QUANTIDADE DE MATÉRIA

Nesta aula iremos iniciar o estudo quantitativo das concentrações das


soluções. Iremos estudas as concentrações comum, densidade e concentração em
quantidade de matéria.
Concentração comum (c): é a relação entre a massa do soluto e o
volume da solução. É uma concentração muito utilizada pela sua facilidade de
identificação. A unidade mais adequada para a concentração comum é g/L.

Exemplo 1:
Para se trabalhar com 21,2 g de cloreto de sódio, foi utilizada uma solução
aquosa cuja concentração é igual a 42,4 g/L. Determinar o volume da
solução necessário para se obter esta massa.

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Veremos duas formas de resolver este exercício, observe:

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Exemplo 2:

Uma solução foi preparada misturando-se 540 g de solução com água


suficiente para formar 300 mL da solução. Qual a densidade da solução?

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REFERÊNCIAS

BROWN, Theodore. et al. Química: a ciência central, 13ª. Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/. Acesso em: 12
abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A,


2013. E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 12
abr. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 1, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633389. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633389/. Acesso em: 12
abr. 2023.

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Aula 04_Relação entre Concentrações e Diluição de Soluções

Palavras-chave: soluções; número de mol; concentração molar; molaridade; título.

Existem relações entre as expressões de concentrações, o que nos


possibilita que a partir de uma dada expressão possamos determinar uma unidade
de concentração diferente da que temos.

Relação entre concentração em g/l e concentração em mol/l:

Vamos calcular a concentração molar de uma solução de H 2SO4 cuja


concentração comum é de 9,8g/L.

Primeiramente devemos ter em mãos as duas fórmulas que iremos utilizar:

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Relação entre título e concentração em mol por kg:

Exemplo: Uma solução de NaOH apresenta título igual a 0,4. Qual a sua
concentração em mol por kg de solvente?
Como no exemplo anterior, primeiramente devemos ter em mãos as duas
fórmulas que iremos utilizar:

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Você pode observar através destes exemplos como relacionar as unidades


de concentração. Para isso precisa comparar os dados fornecidos com os dados que
necessitamos para identificar o que é pedido.

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Um desafio:
Sabendo que a água do mar contém NaCl na concentração de 0,4mol/L, qual
a concentração de NaCl em g/L?

Passos que você pode seguir:


- Identifique a massa de um mol de NaCl;
- Através da concentração (mol/L) identifique o número de mols da solução;
- Identifique a massa de NaCl no número de mols da solução;
- Como estamos trabalhando com 1L e C = g/L, identifique a concentração.

R.: A concentração de NaCl é 23,2g/L.

DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES: este conteúdo utiliza métodos do nosso


cotidiano. Quando vamos preparar um suco de uva concentrado lemos no rótulo que
deveremos colocar 1 parte de suco para 3 partes de água, neste processo estamos
efetuando uma diluição do suco.
Em um laboratório de química é comum estocarmos soluções concentradas,
para quando necessário diluí-las na concentração desejada. Quando fazemos a
diluição de soluções, pegamos uma solução e acrescentamos um solvente. A
quantidade de soluto permanece constante, aumentamos somente o volume da
solução, ou seja, diluímos o soluto.
Quando fazemos a diluição de uma solução estamos aumentando o volume
e diminuindo a concentração, permanecendo inalterada a quantidade de soluto.
Para efetuarmos a diluição de uma solução normalmente utilizamos uma
pipeta com a graduação adequada à quantidade de soluto desejada. Transferimos
para o balão volumétrico do volume desejado da solução final e acrescentamos água
até a marca do volume do balão.
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Na diluição teremos o número de mols (n) e a massa (m) do soluto iguais à


inicial. Os valores de concentração e volume são inversamente proporcionais, ou
seja, se o volume aumenta 2 vezes a concentração diminui proporcionalmente.

Podemos deduzir algumas fórmulas de diluição, entretanto não é necessário


decorá-las, o importante é você saber fazer as deduções quando houver
necessidade de usá-las. É possível fazer a resolução de uma outra forma:
Usando a fórmula abaixo, teremos:
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C .V = C’ .V’ 60g . 1L = C’ . 4L ∴ C’ = 15g/L

OBS.: Antes de iniciar um exercício é importante que você observar se as


unidades dependentes são iguais. No caso acima, estamos trabalhando com g e L,
duas unidades independentes. Temos que tomar cuidado para não trabalhemos com
unidades dependentes diferentes como g com kg ou com mg e L com mL.
Exemplo 2:
Que volume, em L, de uma solução a 0,0380M de KMnO 4(aq) devemos
pegar para prepararmos 250mL de uma solução de 1,5 . 10-3 M de KMnO4(aq)?

Iniciamos o problema retirando todos os dados fornecidos:

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Um desafio: Considere 40mL de uma solução 0,5M de NaCl. Que volume


de água, em L, deve ser adicionado para que a sua concentração final seja 0,2M?

Um detalhe: utilizando as fórmulas você encontrará o volume final e você


quer saber que volume você terá que adicionar.

R.: O volume de água será 0,06L ou 6.10-2 L

REFERÊNCIAS

BROWN, Theodore. et al. Química: a ciência central, 13ª. Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/. Acesso em: 12
abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A,


2013. E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 12
abr. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 1, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633389. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633389/. Acesso em: 12
abr. 2023.

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Aula 05_Mistura de Soluções

Palavras-chave: soluto; solvente; concentração molar; solubilidade.

Nesta aula você estudará como calcular a concentração final da mistura de


soluções e o coeficiente e curva de solubilidade de uma solução.
Quando fazemos misturas de soluções teremos a formação de uma nova
solução, e neste caso podemos proceder mistura de soluções com o mesmo soluto
ou com solutos diferentes.

MISTURA DE SOLUÇÕES DE MESMO SOLUTO E MESMO SOLVENTE


(SEM REAÇÃO QUÍMICA)
=> a concentração final, neste caso, é intermediária às concentrações
das soluções misturadas. A quantidade de soluto é igual a soma das quantidades
dos solutos das soluções originais. Os volumes nem sempre são iguais à soma dos
volumes, entretanto este fato é fácil de quantificar experimentalmente. Assim desta
forma a única incógnita é a concentração final.

As fórmulas abaixo irão ajudar a calcular as concentrações finais:

Exemplo: São adicionados a 100 mL de uma solução 0,25 M de


(NH4)2CO3 com 100 mL de uma solução 0,5 M do mesmo sal. Calcule a
concentração molar da solução resultante. Considerando o volume final a soma dos
volumes das soluções originais.
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Mistura de soluções de solutos diferentes (que não reagem entre si)


=> neste caso deveremos fazer as concentrações como se cada uma das
soluções misturadas tivesse sofrido uma diluição.

Exemplo 1: Misturam-se 80mL de uma solução aquosa de NaI 0,5 mol/L


com 120 ml de solução aquosa de BaI2 1,0 mol/L. Qual a concentração em mol/L da
solução resultante em relação ao NaI e BaI2?

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1º passo: Retirar as informações fornecidas no problema

2º passo: Proceder com os cálculos

Exemplo 2: Temos 750 mL de uma solução 1,0 M de Na2SO4 e 250 mL de


uma solução de NaCl. Sabendo que a concentração molar final de NaCl é 0,25 M,
determine a concentração molar inicial de NaCl e a concentração final de Na 2SO4.

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Um desafio:
Determine as concentrações molares de cada soluto de uma solução onde
foram misturadas 300 mL de solução 0,4 M de glicose (C6H12O6), com 300mL de
solução 0,6M de KNO3.
R.: C6H12O6 = 0,2M, KNO3 = 0,3M

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Coeficiente e Curva de Solubilidade e Cuidados na Preparação de uma


Solução

Nesta aula você saberá por que quando você, pela manhã, dilui o seu
achocolatado em leite, uma parte do achocolatado fica no fundo do copo e quando
você esquenta todo o achocolatado se dilui. Este conteúdo é de nosso cotidiano e o
seu estudo lhe esclarecerá muitas dúvidas.
Ao adoçarmos o chá, podemos perceber que as primeiras porções de açúcar
se dissolvem na água sem deixar resíduo. Porém, se novas porções forem
acrescentadas, formarão um depósito do açúcar no fundo do recipiente. Quando
você mexe, todo o açúcar é dissolvido, entretanto, chegará um momento em que se
você continuar acrescentando açúcar mesmo quando você mexe o açúcar não mais
se mistura e quando você para de mexer ele se deposita no fundo do recipiente.
Neste momento temos uma solução saturada de açúcar, com formação de corpo de
fundo. Existe uma quantidade de açúcar que a água consegue dissolver naquela
dada temperatura.
Se aquecermos essa solução, iremos perceber que com o aumento da
temperatura a solução começa a dissolver o açúcar que estava precipitado.
Podemos concluir, portanto, que conforme aumentamos a temperatura, aumenta a
solubilidade do açúcar na água.
Outra forma de conseguirmos que o açúcar, que estava em excesso, seja
dissolvido é acrescentarmos água mexendo a solução. Neste caso dependendo da
quantidade da água acrescentada teremos uma diluição maior, ou até total do açúcar
que estava no fundo.
Se utilizarmos a solução anterior, sem o aquecimento, e acrescentarmos
cloreto de sódio, poderemos verificar que apesar da solução ter corpo de fundo de
açúcar ela diluirá o cloreto de sódio. Isso significa que a quantidade de soluto que

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pode ser dissolvida em um solvente, depende do solvente, do soluto, da temperatura


e da pressão. Uma solução pode estar saturada de um dado soluto, entretanto este
solvente dissolve um outro soluto.
Chamamos de coeficiente de solubilidade ou solubilidade a quantidade
máxima que um solvente é capaz de dissolver um determinado soluto, em certas
condições experimentais (pressão e temperatura). A solubilidade de um soluto em
um solvente varia bastante com a temperatura.
A variação do coeficiente de solubilidade da substância em função da
temperatura pode ser representada graficamente na curva de solubilidade.
Abaixo temos uma tabela com a solubilidade de KNO3 em 100g de H2O, e o
gráfico que demonstra a curva de solubilidade do mesmo sal. A curva nos mostra o
ponto de saturação do sal em determinada temperatura.
Os pontos abaixo da curva (região I) indicam uma solução insaturada, ou
seja, a quantidade de sal dissolvida é inferior ao coeficiente de solubilidade.
Os pontos acima da curva (região II) indicam uma solução supersaturada,
ou seja, que a quantidade de sal dissolvida é superior ao coeficiente de solubilidade.
Os pontos da curva indicam uma solução saturada, ou seja, a massa do sal
dissolvido é igual ao coeficiente de solubilidade.

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Vamos analisar alguns valores:


a) Uma solução de 160 g de KNO3 a uma temperatura de 90ºC é uma
solução insaturada, pois a quantidade de KNO3 é inferior a 205 g, que é o ponto de
saturação a 90ºC;
b) Uma solução de aproximadamente 30 g de KNO 3 a uma temperatura
20ºC está saturada;
c) Uma solução de 120 g de KNO3 a uma temperatura de 30ºC é
supersaturada, ou 46 g de KNO3 estão diluídos na solução e 74 g formam o corpo
de fundo;
d) Uma solução com 108 g de sal à 50ºC com corpo de fundo, possui 85 g
de sal diluída com 23 g de corpo de fundo, para esta solução ficar saturada
precisamos aquecê-la a uma temperatura de 60ºC.

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Você pode perceber como podemos trabalhar com as duas ferramentas:


tabela e gráfico. Elas são importantes na classificação e preparo de soluções.

Cuidados na preparação de uma solução


Olá, nesta aula você estudará os procedimentos para preparar uma solução.
Para preparar as soluções, você usará os conhecimentos que adquiriu até o
momento e terá que seguindo algumas normas laboratoriais.
A preparação de soluções é um processo quantitativo que requer um cuidado
especial, pois o seu sucesso depende basicamente da precisão de suas medidas e
cálculos. Tal trabalho deve ser desenvolvido com muita concentração, pois haverá
manipulação de vidrarias, de substâncias tóxicas, ácidos concentrados, bases fortes
e muitas vezes requer aquecer as substâncias, enfim é um trabalho que deve ser
executado com cuidado.
Inicialmente você deve pegar todo o material necessário para preparar a
solução, as vidrarias, soluto e solvente. O soluto deve ser diluído em uma quantidade
de solvente inferior ao volume da solução desejada. Feche o balão volumétrico, faça
a diluição até que a solução fique totalmente homogênea e complete o volume com
o solvente até a marca do menisco. Feche o balão e agite para certificar que a
solução foi homogeneizada. Tomando este cuidado você não corre o risco de fazer
uma solução com a concentração diferente da desejada, uma vez que se você
colocar o solvente até o menisco antes de acrescentar o soluto, o volume pode
aumentar, ocasionando um erro na concentração.
Quando a reação de solubilidade envolver variação de temperatura e se você
estiver preparando uma solução onde haja a necessidade de uma medida acurada
você deverá fazer a calibração do material. Para calibrar o material, você deve
colocar no balão o volume de um líquido na temperatura da reação da solução.
Procedendo a calibração a temperatura da solubilidade da reação é atingida antes
de começar a preparação da solução.
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Quando você for fazer a diluição de ácidos ou bases concentradas, como o


H2SO4 ou NaOH em água, deve se ater à variação de temperatura, pois o produto é
uma reação exotérmica o que poderá fazer a água ferver ou até quebrar o frasco.
Neste caso você deve colocar sempre inicialmente uma pequena quantidade de
água para posteriormente acrescentar o soluto, que deverá ser acrescentado
vagarosamente e sob agitação, para dissipar o calor.
Sabemos que muitas misturas têm um fator de saturação o que limita a
solubilidade do solvente. Portanto antes de preparar uma solução devemos consultar
a tabela de solubilidade. Normalmente, com algumas exceções, a solubilidade
aumenta com o aumento da temperatura, o que poderá fazer com que a solução
fique diluída quando aquecida e após voltar à temperatura ambiente fique turva ou
com duas fases.
Para haver um trabalho criterioso é necessário que os cálculos das soluções
sejam efetuados com exatidão.
Os procedimentos para a preparação da solução se iniciam separando o
material necessário.

Para preparar uma solução onde o soluto é sólido, utiliza-se o balão


volumétrico do volume da solução final. Devemos providenciar uma balança, os
reagentes (soluto) e água (solvente). Você deverá seguir as seguintes etapas:
- Pesar o soluto, se necessário;
- Colocar a massa do soluto no balão volumétrico vazio;
- Acrescentar água até a marca (menisco) que existe no gargalo do balão
volumétrico.

Na preparação de uma solução onde o soluto for líquido, você irá precisar
de uma pipeta volumétrica ou graduada com volume apropriado ao volume a ser

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medido, pêra (se necessário) e balão volumétrico. O importante é que se o produto


for uma reação exotérmica, como H2SO4, você deverá:
- Colocar mais ou menos a metade do volume da solução de água no balão
volumétrico;
- Medir o ácido e transferir lentamente para o balão e em movimentos
circulares;
- Deixar esfriar e acrescentar com água.

É importante observar o detalhe de adicionar sempre o ácido à água e


lentamente, nunca coloque a água sobre o ácido sulfúrico concentrado.

REFERÊNCIAS

BROWN, Theodore. et al. Química: a ciência central, 13ª. Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/. Acesso em: 12
abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A,


2013. E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 12
abr. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 1, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633389. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633389/. Acesso em: 12
abr. 2023.

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Aula 06_Reação de Oxirredução

Palavras-chave: reatividade REDOX; agente oxidante; agente redutor; corrosão.

Com esta aula iniciaremos a unidade III. É um conteúdo complexo, que


necessita de um estudo detalhado. O conhecimento que você irá adquirir lhe fará
entender muitos fenômenos que ocorrem na natureza, como por exemplo, por que o
ferro “enferruja”, ou o porquê às vezes quando colocamos uma colher na boca nós
levamos um “choquinho”. Este assunto é muito interessante, vamos iniciar os
estudos?

As reações químicas ocorrem através de rearranjos dos elétrons dos átomos


envolvidos na reação. Algumas reações como a corrosão, fotossíntese, combustão,
extração de metais dos minérios, respiração dos animais, entre outras são reações
de oxirredução. Neste tipo de reação há transferência de elétrons entre os
reagentes.
Experimentalmente podemos determinar essa transferência de elétrons
através de um fluxo de corrente, desde que tenhamos aparelhagem apropriada para
tal.
O sentido original do termo reação de oxidação vem das reações que
envolvem oxigênio. Na reação abaixo, por exemplo, o oxigênio é um dos reagentes.
Observe:
2Mg(s) + O2(g) → 2Mg2+(s) + 2O2-(s)
* o átomo do metal magnésio perde elétrons se transformando no cátion
Mg2+ – íon positivo;
* o átomo de oxigênio molecular ganha elétrons se transformando no ânion
O2-– íon negativo;
* houve transferência de elétrons do metal magnésio para o oxigênio.
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Existem reações em que a transferência dos elétrons não ocorre com o


oxigênio, ou seja, o átomo que recebe os elétrons não é oxigênio. Atualmente
consideramos essas reações como sendo uma reação de oxidação, pois houve uma
migração de elétrons de uma espécie química para outra que não necessariamente
tem que ser oxigênio.

Ex.: H2(g) + F2(g) → 2H+(g) + 2F- (g)

Uma reação de redução originalmente também tinha um significado


específico: extração do metal de seu óxido, convertendo o óxido em outro elemento.

Ex.: Fe2O3(s) + 3 CO(g) → 2 Fe(L) + 3 CO2(g)

Na reação acima podemos observar que o íon Fe 3+ presente no


Fe2O3 recebe elétrons e é convertido a átomos de Fe0.
Atualmente considera-se reação de redução, as reações onde um átomo
ganha elétrons.
Como vimos em uma reação de oxidação há perda de elétrons e uma reação
de redução é uma reação onde há o ganho de elétrons. Desta forma podemos
deduzir que não existe reação de oxidação sem estar acompanhada de uma reação
de redução. Chamamos este conjunto de reações de reações redox, oxirredução
ou óxido-redução.
Quando a carga da espécie diminui, como Fe3+ para Fe0 consideramos que
ocorreu uma redução; já quando a carga aumenta, como Mg0 para Mg2+
consideramos que houve uma oxidação.

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Os elementos participantes das reações de oxirredução podem ser


chamados de:
* agente oxidante = substância responsável pela oxidação de outra
substância.
- recebe elétrons, sua carga diminui;
- oxida outra substância;
- sofre redução

* agente redutor = substância responsável pela redução de outra


substância.
- perde elétrons, sua carga aumenta;
- reduz outra substância;
- sofre oxidação. Ex.: Dada a reação abaixo:

Zn(s) + Cu2+(aq) → Zn2+(aq) + Cu(s)


Vamos analisar cada uma das espécies:

* zinco = sua carga era Zn0, após a reação ficou Zn2+. Houve um aumento
na carga, o que indica que o zinco:
- perdeu 2 elétrons, pois sua carga aumentou;
- é um agente redutor;
- sofre oxidação.

* cobre = sua carga era Cu2+ e passou a Cu0 após a reação. Houve uma
redução na sua carga, o que indica que o cobre:
- ganhou dois elétrons, pois sua carga diminuiu;
- é um agente oxidante;
- sofre redução.
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Você tem que entender e guardar esses conceitos, pois serão usados
periodicamente nesta unidade. Na próxima aula você estudará como identificar a
movimentação dos elétrons nas reações de oxirredução.

Um desafio:

0
Fe + Cu
2+ → Fe2+ + Cu0

Resposta:
* Cobre
- recebe elétrons;
- oxida outra substância;
- sofre redução / agente redutor * Ferro
- perde elétrons;
- reduz outra substância;
- sofre oxidação / agente oxidante

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EQUAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO

Como foi estudado, os termos “oxidação” e “redução” vêm de reações que


são conhecidas há séculos. As civilizações antigas aprenderam a transformar óxidos
e sulfetos metálicos em metais, isto é, a “reduzir” o minério a metal.
Um exemplo é a redução de óxido de ferro III com monóxido de carbono para
formar o ferro metálico.

Fe2O3(s) + 3 CO(g) → 2 Fe(s) + 3 CO2(g)


Nessa reação o CO é o agente que causa a redução do minério de ferro a
ferro metálico, de modo que o CO é chamado agente redutor.
Quando Fe2O3 é reduzido pelo CO, o oxigênio é removido do minério de ferro
e adicionado ao CO, que é “oxidado” pela adição do oxigênio para formar o dióxido
de carbono (CO2).
Todo processo que o oxigênio é adicionado a uma outra substância é uma
oxidação.
Na reação do oxigênio com magnésio, por exemplo, o oxigênio é o agente
oxidante porque é o agente responsável pela oxidação.
Nem todas as reações redox (oxirredução) envolvem o oxigênio, mas todas
as reações de oxidação e de redução envolvem transferência de elétrons entre
substâncias.
Quando uma substância recebe elétrons, dizemos que ela é reduzida,
porque há uma redução na carga em um átomo da substância.
Na equação abaixo, o íon prata (Ag+) que possui carga positiva
é reduzido ao metal prata (Ag0) ao receber elétrons do cobre metálico (Cu0):

2 Ag+(aq) + Cu (s) → 2 Ag(s) + Cu2+(aq)

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Uma vez que o cobre forneceu os elétrons para a prata e faz com que
os íons Ag sejam reduzidos, portanto, o Cu é o agente redutor.

Esquematizando as informações

Existe uma sequência de reatividade dos metais, resultante de observações


experimentais:

Observando a tendência do cobre em relação aos metais menos nobres, temos:

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Outro exemplo:
Para proteger superfícies metálicas e evitar tais oxidações utilizam-se metais
de sacrifício. A corrosão do ferro, por exemplo, pode ser impedida colocando-se em
contato com ele placas de magnésio que se oxidam mais facilmente. Navios são
feitos de aço (material a base de ferro) e estão sempre no mar, meio que facilita a
oxidação do ferro em ferrugem. Para evitar esta corrosão são colocadas placas de
magnésio (ou alumínio) no casco dos navios. Enquanto existir o metal mais reativo,
este sofrerá a corrosão e evitará o enferrujamento. Por isso, é chamado de eletrodo
de eletrodo de sacrifício. Já o cobre acelera o processo de corrosão do ferro,
explicado também, pela fila de reatividade.

Figura 1: casco de navio com placas de alumínio.

Fonte: adaptado de Korrosions gruppen. Disponível em:


https://korrosionsgruppen.se/en/aluminium-anodes/hull-anodes/. Acesso em: 03 abr. 2023.

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REFERÊNCIAS

BROWN, Theodore. et al. Química: a ciência central, 13ª. Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/. Acesso em: 12
abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A,


2013. E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 12
abr. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 12
abr. 2023.

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Aula 07_Número de Oxidação

Palavras-chave: NOX; cátions e ânions; balanceamento de reações REDOX.

Para explicar o caminho dos elétrons nas reações de oxirredução, criou-se


o conceito de número de oxidação ou estado de oxidação para cada elemento, que
identifica o ganho ou a perda de elétrons quando um átomo participa de uma reação.
O número de oxidação (NOX) corresponde à carga real ou teórica que um átomo
adquire, quando participa de uma ligação química.

A soma dos números de oxidação de todos os átomos no composto é


igual a zero.
Existem regras para identificar o número de oxidação dos elementos. Vamos
conhecê-las:
* Em uma substância simples o NOX dos átomos corresponde a zero, o
que indica que nas moléculas, cada átomo tem número de oxidação igual a zero:
N2, O2, O3, C(graf), P4

* Em elementos que não estão combinados (elemento livre), o número de


oxidação é zero:
Cl, Na, Au

* Os íons monoatômicos têm a carga igual à carga do íon:


Mg2+, Al3+, F-, S2-

* Os metais alcalinos (família IA) e a prata (Ag) nos compostos, têm


número de oxidação igual a +1, podendo ser representado também por +

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Li1+, Na1+, K1+, Rb1+, Cs1+, Fr1+ e Ag1+

* Os metais alcalinos terrosos (família IIA) e o zinco (Zn) nos compostos,


têm número de oxidação igual a +2
Be2+, Mg2+, Ca2+, Sr2+, Ba2+, Ra2+ e Zn2+

* O alumínio quando em compostos tem número de oxidação igual a


+3 : Al3+

* O hidrogênio tem número de oxidação:


- nos compostos +1 ,
HCl

- Nos hidretos metálicos é -1


KH

* O oxigênio tem número de oxidação:


- nos compostos -2 ,
CaO

- Nos peróxidos é -1,


BaO2

- Com flúor é +2
OF2

* os halogênios têm número de oxidação -1, a exceção é quando


combinados com oxigênio ou outro halogênio mais alto no grupo:
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F, Cl, Br, I
OBS.: o flúor tem número de oxidação -1 em qualquer situação
HF, AlF3 ,

Vamos identificar o NOX de algumas substâncias, consultando as regras


acima.

Sabendo que a soma do número de oxidação de todos os elementos no


composto é sempre igual a zero, podemos calcular o NOX de outros elementos que
não estão nas regras acima.

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BALANCEAMENTO DE REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO

No tópico anterior você aprendeu que um átomo não perde elétrons se não
houver um outro átomo que queira ganhar elétrons. Sempre haverá nas reações de
oxirredução, uma espécie sendo oxidada e outra sendo reduzida. Com base nestas
informações podemos dar prosseguimento ao nosso conteúdo, estudando nesta aula
como fazer o ajuste dos coeficientes das substâncias nas equações de
oxirredução.
As reações de oxirredução ocorrem simultaneamente o ganho de elétrons
por uma espécie química e a perda de elétrons por outra espécie química. O
balanceamento (ajustes de coeficientes) fundamenta-se em igualar os números de
elétrons perdidos com os recebidos. Os elétrons têm carga negativa, portanto
quando ocorre uma reação, o número de cargas perdidas por uma espécie deve
ser igual ao número de cargas recebidas por outra espécie.

- houve oxidação do zinco metálico a íon zinco, o Zn0, é no agente redutor;


- o cobre, Cu2+, foi o agente oxidante.
- o zinco perde 2e- enquanto o cobre ganha 2e-.

Nesta reação o número de elétrons perdidos por uma espécie é igual ao


número de elétrons recebido pela outra espécie. Existem casos onde os números de

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elétrons recebidos e cedidos por cada espécie não são iguais, então temos que
acertar os coeficientes.
Observe:

Determinando o número de oxidação de cada espécie e identificando os


elementos que sofreram mudança no NOX, teremos:

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Vamos iniciar o ajuste dos coeficientes por uma das substâncias onde houve
variação de elétrons:

Devemos simplificar o número total de elétrons perdidos e recebidos, para


trabalharmos com os menores coeficientes possíveis, podendo assim ficar com 4
elétrons perdidos e 1 elétron recebido e não 8 e 2.

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Os números de elétrons serão os coeficientes das substâncias oxidantes e


redutoras, só que invertidos:

Vamos colocar os coeficientes na reação:


1 H2S(g) + 4 Br2(l) + H2O(l) → H2SO4(aq) + HBr(aq)

Por último vamos igualar todos os elementos:


1 H2S(g) + 4 Br2((l) + 4 H2O(l) → 1 H2SO4(aq) + 8 HBr(aq)

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Pronto, está concluído o balanceamento. Como treino faça o desafio, você


verá que é simples.
Um desafio: Ajuste os coeficientes nas equações abaixo:
a) H2S(g) + Br2 (l) + 4H2O(l) → H2SO4 (aq) + HBr(aq)
b) NH3 (g) + O2 (g) → NO(g) + H2O(g)
c) HBr(aq) + HNO3(aq) → Br2(l) + NO(g) + H2O(l)
d) H2S(g) + Br2(l) + H2O(l) → H2SO4(aq) + HBr(aq)

Resposta:
a) 1, 4, 4, 1, 8
b) 4, 5, 4, 6
c) 6, 2, 3, 2, 4
d) 1, 4, 4, 1, 8

REFERÊNCIAS

BROWN, Theodore. et al. Química: a ciência central, 13ª. Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/. Acesso em: 12
abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A,


2013. E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 12
abr. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 12
abr. 2023.

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Aula 08_Eletroquímica

Palavras-chave: reações REDOX espontâneas e não espontâneas; eletrodos;


cátodo e ânodo; pilhas e baterias; eletrólise.

Este é um conteúdo muito interessante por fazer parte constante do nosso


cotidiano. Quem nunca usou pilhas comuns ou alcalinas ou baterias de celular?
Quem nunca teve um objeto “enferrujado” pela ação do tempo ou nunca viu materiais
submetidos a banho de prata ou ouro. Enfim todos estes assuntos serão estudados
nesta unidade. Utilizando o que você estudou na unidade passada, nesta aula
faremos uma introdução sobre o tema para que você comece a se familiarizar com
a eletroquímica.
Superficialmente, podemos dizer que a eletroquímica estuda a transferência
de elétrons entre as substâncias, a transformação da energia química em energia
elétrica e vice-versa. É o ramo da química que estuda a utilização de reações
químicas espontâneas para produzir energia e o uso da energia para produzir
reações químicas não espontâneas.
Atualmente falamos muito em produção de energia e a forma de produzir
energias menos poluentes. A chave está no estudo da eletroquímica.
O estudo da eletricidade tem início muito remoto. René Descartes (1596-
1650), ao explicar o reflexo medular de uma pessoa que retira um membro quando
estimulado por uma fonte pontual de calor, se valeu do estudo da eletricidade. Luigi
Galvani (1737-1798) investigou o fenômeno da eletricidade nas contrações em
pernas de rãs e outros animais mortos, quando estas eram colocadas em contato
com dois metais diferentes. Através das pesquisas ele concluiu que os músculos das

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pernas de rãs estavam gerando eletricidade. Alessandro Volta (1745-1827) elaborou


a primeira pilha eletroquímica e através dos seus estudos, vários tipos de pilha foram
produzidos e possuem diversas aplicações.

A eletroquímica pode ser dividida fundamentalmente em:

- PILHAS: são sistemas que transformam a energia química espontânea em


energia elétrica e uma vez iniciado ele continua ocorrendo naturalmente.

- ELETRÓLISE: são sistemas em que a corrente elétrica possibilita a reação


química. O processo é o oposto da pilha e a reação química não é espontânea e
para continuar acontecendo há a necessidade de continuar recebendo energia.

A transferência de elétrons ocorre através de reações de oxirredução que


deve envolver tanto reações de oxidação quanto de redução.
O’Conno1 exemplifica a preparação do espelho de prata através da redução
de íons prata à prata metálica. No processo adiciona-se uma fina camada de espelho
ao vidro, aplicando-se um agente redutor à solução alcalina de diaminprata (I),
adicionada sobre um pedaço de vidro. Esta reação é espontânea, havendo a
transferência direta dos elétrons entre as substâncias.
Podemos obter também esta reação ligando o material onde se quer aplicar
o banho de prata ao polo negativo de uma fonte de corrente contínua e introduzi-lo
em uma solução de dicianoargentato (I). O polo positivo é ligado a um eletrodo de

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prata. Neste caso ocorre uma transferência eletrônica indireta que podemos
exemplificar pelas reações:

Neste caso o circuito elétrico é mantido por um fluxo de elétrons através de


um fio exterior e a migração do elétron ocorre na solução.

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PILHAS OU CÉLULAS ELETROQUÍMICAS

Neste tópico você estudará as pilhas também conhecidas como células ou


celas eletroquímicas. Acompanhe atentamente todos os passos para não perder
nenhum conteúdo importante, pois é um conteúdo onde existem muitos detalhes que
precisam ser entendidos e gravados.
Em 1800, Alexandre Volta, produziu a primeira pilha eletrolítica, empilhando
alternadamente, placas de prata e zinco, separadas por pedaços de algodão
embebidos em solução ácida e unidos com um anel de metal. Com este conjunto
Volta conseguiu produzir corrente elétrica. Em 1836, John Frederick Daniell,
construiu uma pilha semelhante à de Volta que ficou conhecida como pilha de
Daniell.
Esta pilha consiste em dois eletrodos metálicos interligados externamente
por um fio condutor e uma ponte salina. O fio condutor pode ser metálico ou não
metálico (grafite) e a ponte salina permite que os íons passem de uma solução para
a outra fazendo com que estas possam permanecer neutras.
Cada eletrodo é constituído por um metal imerso em uma solução aquosa
de um sal formado pelos cátions do metal. Este sistema estabelece o equilíbrio
dinâmico entre o metal e seus cátions. Daniell percebeu que se a ligação fosse entre
metais diferentes, o metal mais reativo iria transferir elétrons para os cátions do metal
menos reativo, em vez de transferir para os seus cátions em solução. Portanto, como
o zinco, Zn(s), é mais reativo que o cobre, o zinco metálico irá transferir elétrons para
o cátion cobre, Cu2+(aq), e não para o seu cátion, Zn2+(aq). Observe o exemplo de
reatividade de um eletrodo de zinco e um eletrodo de cobre na Figura 1:

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Figura 1: Uma Célula Voltaica A tendência do zinco de transferir elétrons para o cobre resulta em um
fluxo de elétrons através do fio que ilumina a lâmpada.

Fonte: Tro, 2016. Química: uma abordagem molecular. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788521633402/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.i
dref%3Dcover%5D!/4/2/2%4050:77. Acesso em: 03 abr. 2023.

O fluxo de elétrons, que percorrerão o fio condutor, será do metal zinco para
o cátion cobre. Este condutor metálico faz o contato elétrico com o conteúdo das
células. O eletrodo de onde saem os elétrons é denominado ânodo ou polo
negativo da pilha, é onde ocorre a oxidação. O eletrodo que recebe os elétrons é
denominado cátodo ou polo positivo da pilha, é onde ocorre a redução. No
ânodo: *o metal zinco (Zn) irá doar dois elétrons para o íon cobre (Cu 2+);* ao doar
os elétrons o zinco se transformará em cátion (Zn2+). No cátodo:* o cátion cobre
(Cu2+) recebe os dois elétrons doados pelo zinco; * ao receber os elétrons o cátion
cobre vira metal cobre (Cu).

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REFERÊNCIAS

BROWN, Theodore. et al. Química: a ciência central, 13ª. Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/. Acesso em: 12
abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A,


2013. E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 12
abr. 2023.

O’CONNOR, Rod. Fundamentos de química. trad. Elia Tfouni ...[et al.]. - São Paulo:
Harper & Row do Brasil, 1988. p. 351.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 03
abr. 2023.

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Aula 09_Semi-Reações e Reação Global

Palavras-chave: reatividade REDOX; cátodo e ânodo; pilhas.

Na pilha ocorrem reações de oxirredução, que produzem corrente elétrica


gerada através do fluxo de elétrons doados por um metal e recebidos por um
cátion. Este sistema recebe o nome de célula eletroquímica, célula galvânica, célula
voltaica ou pilha eletroquímica.
Os metais podem ser classificados de acordo com sua reatividade. Os mais
reativos têm maior tendência para doar elétrons, e se estiverem ligados a um menos
reativo esta reação será espontânea.

O hidrogênio (H) é considerado o padrão para medir a tendência os átomos


em doar elétrons. O Cs é o metal mais reativo, e o Au é o menos reativo.
Relacionando o Zinco ao Cobre, podemos observar que o zinco aparece
antes do cobre, isso nos indica que o zinco é mais reativo, ou seja, ele tem maior
tendência em ceder elétrons.
Em um sistema formado por zinco e cobre ocorre uma reação espontânea
que pode ser evidenciada ligando-se o fio condutor a uma lâmpada que ao acender,
demonstra a existência de corrente elétrica

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* o eletrodo de zinco sofre oxidação e após certo tempo, a barra de zinco


(Zn0) diminui sua massa;
* a solução de zinco fica mais concentrada, pois os cátions Zn 2+ passarão
para a solução.

Os 2e- que saem do zinco são espontaneamente atraídos pelo íon cobre
(Cu2+) da solução.

No cátodo, polo positivo: * os íons cobre (Cu2+) da solução capturam os


2e- se tornando átomo de cobre Cu0, que se depositam na placa;

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Representação da pilha
A pilha costuma ser representada pelo ânodo à esquerda da parede porosa
ou ponte salina, simbolizada por ║e o cátodo à direita. De forma esquemática
teremos notação:

Figura 1: esquema de uma célula voltaica com os eletrodos da pilha de Daniell.

Fonte: Brown ,2016. Disponível em:


https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/954?code=HMUltx3+NmF0pr22tVrR399kym+hZ

2e1Rhs1eRrAVuFdV0HuU6Z5RycZJp49WjLn96yZu+N3NGKv9dysubXG6w== . Acesso em: 03 abr.


2023.

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Um desafio
Para a pilha formada pelos metais Al e Ag determine todos os passos
realizados na pilha anterior, identificando quem são e o que ocorre no cátodo e
ânodo, faça as semi-reações, reações globais e a representação da pilha.

Figura 2: esquema da pilha com eletros de alumínio e prata.

No ânodo, polo negativo:


* o átomo de alumínio (Al0) perde 3 e- e passa para a solução na forma de
íon alumínio (Al3+);
* o eletrodo de alumínio sofre oxidação e após certo tempo, a barra de
alumínio (Al0) diminui sua massa;
* a solução de alumínio fica mais concentrada, pois os cátions Al3+ passarão
para a solução.
Os 3 e- que saem do alumínio são espontaneamente atraídos pelo íon prata
(Ag+) da solução.
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No cátodo, polo positivo:


* os íons prata (Ag+) da solução capturam um e- se tornando átomo de prata
Ag0, que se depositam na placa;
* o eletrodo de prata sofre redução e após certo tempo, a barra de prata
(Ag0) aumenta sua massa, através da deposição dos átomos de prata;
* a solução de prata fica mais diluída, pois os íons Ag+ se tornam Ag0 e vão
para a placa.

Conclusão:
O Al(s) é mais reativo que a prata, o alumínio metálico irá transferir elétrons
para o cátion prata Ag+(aq).

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SEMI- REAÇÕES E REAÇÃO GLOBAL - CONTINUAÇÃO

Vamos fazer uma aplicação do tópico anterior, relacionando com os


conteúdos estudados nesta unidade, o que requer muita atenção para acompanhar
os passos apresentados.
Estudaremos uma pilha montada com os metais prata e chumbo. A prata foi
imersa em solução de nitrato de prata (AgNO3) e o chumbo em nitrato de chumbo
(Pb(NO3)2.

Para analisar a pilha formada vamos seguir os seguintes passos:


* comparar a reatividade dos dois metais = podemos observar na lista de
reatividade que o chumbo é mais reativo que a prata, assim ele doará os elétrons.
A reação será espontânea:
* o chumbo sofrerá corrosão, sendo o ânodo ou polo negativo, é o
eletrodo de onde saem os elétrons;
* o eletrodo da prata sofrerá redução, sendo o cátodo ou polo positivo, é
o eletrodo que recebe os elétrons.

No ânodo, pólo negativo:


* o metal chumbo (Pb) irá doar dois elétrons para o cátion prata (Ag1+);
* ao doar os elétrons o chumbo se transformará em cátion (Pb2+) e passará
para a solução;

Pb0(s) → Pb2+(aq) + 2e-


lâmina solução

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* o eletrodo de chumbo sofre oxidação e após certo tempo, a barra de


chumbo (Pb0) diminui sua massa;
* a solução de chumbo fica mais concentrada;

Os elétrons que saem do chumbo são espontaneamente atraídos pelo íon


prata (Ag1+) da solução.

No cátodo, pólo positivo:


* o cátion prata (Ag1+) recebe os dois elétrons doados pelo chumbo;
* ao receber os elétrons o cátion prata da solução se torna metal prata (Ag)
e se depositam na placa;

Ag1+(aq) + 1e- → Ag0(s)


solução lâmina

* o eletrodo de prata sofre redução e após certo tempo, a barra de prata


(Ag0) aumenta sua massa, através da deposição dos átomos de prata;
* a solução de prata fica mais diluída.

Como o chumbo doa dois elétrons e a prata só necessita de um elétron,


devemos multiplicar a semi-reações da prata por dois para balancear os elétrons
cedidos e recebidos.

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Pb0(s) + 2Ag1+(aq) → Pb2+(aq) + 2Ag0(s)

Um desafio:
1) Analise o funcionamento de uma pilha formada por eletrodos de prata (Ag)
e níquel (Ni) e determine:
a) de onde fluem os elétrons;
b) o que ocorrerá com a concentração do cátion Ni2+;
c) o que ocorrerá com a massa do metal prata;
d) quem é o cátodo;
e) quem sofre redução;
f) quem é o polo negativo.
g) as semi-reações e a reação global;
h) a notação da pilha.

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Resposta:
a) do níquel, b) aumenta, c) aumenta, d) o eletrodo de prata,
e) a prata, f) o eletrodo de níquel.

Para concluirmos o estudo sobre os conceitos das células voltaicas, analise o


esquema a seguir.

Figura 3: Resumo de termos usados em uma célula voltaica.

Fonte: Kotz, et. al Química Geral e Reações Químicas - Volume 2. Disponível


em:https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522118304/pages/recent. Acesso
em: 03 abr. 2023.

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REFERÊNCIAS

BROWN, et al. Química: a ciência central. 13ª. Ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2016. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/721. =. Acesso em:
03 abr. 2023.

KOTZ, John C.; TREICHEL, Paul M.; TOWNSEND, John R.; TREICHEL, David A.
Química Geral e Reações Químicas - Volume 2 - Tradução da 9ª edição norte-
americana. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016. E-book. ISBN
9788522118304. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522118304/. Acesso em: 03
abr. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 03
abr. 2023.

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Aula 10_ Potencial do Eletrodo

Palavras-chave: potencial padrão de redução; força eletromotriz; voltagem da


pilha; pilhas comerciais.

Concluímos a análise do funcionamento de uma pilha e a seguir você


aprenderá como calcular o potencial da pilha.
Os metais têm uma capacidade própria para doar ou receber elétrons. O
ouro, a prata a platina dificilmente se oxidam e são considerados metais nobres, já
os metais alcalinos, alcalinos terrosos e o ferro sofrem corrosão com facilidade.
Quando ligamos dois eletrodos por um circuito externo, existe o fluxo de elétrons
que irão do ânodo para o cátodo e gera uma diferença de potencial (ddp) entre
os dois pontos, que é denominado potencial da célula, força eletromotriz da pilha
ou voltagem da pilha. Para determinar este valor precisamos primeiro conhecer os
valores de oxidação-redução dos metais.
Para determinar os valores dos potenciais foi escolhido o hidrogênio como
eletrodo-padrão, para comparar com os valores dos demais. As condições
específicas para a medição são consideradas as concentrações de 1 mol/L, a
pressão de 1atm para o H2(g) e a temperatura de 25ºC. O eletrodo padrão de
hidrogênio é simbolizado por EPH e o potencial eletroquímico por E 0. A medida do
potencial é efetuada em volts (V). Podemos determinar os potenciais de redução e
de oxidação, sendo:
* o potencial de redução (Ered) é a grandeza que mede a facilidade de uma
espécie sofrer redução;
* o potencial de oxidação (Eox) é a grandeza que mede a facilidade de uma
espécie sofrer oxidação.

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Como o zinco doa e- ele sofre oxidação, portanto o valor medido corresponde
ao potencial de oxidação. E0ox = + 0,76 V.
Se quisermos determinar o potencial de redução é só inverter o sistema e
teremos E0red = - 0,76 V
O cobre recebe e- portanto sofre redução e o valor medido corresponde ao
potencial de redução. E0red = + 0,34 V.
Se quisermos determinar o potencial de oxidação é só inverter o sistema e
teremos E0ox = - 0,34 V

Figura 1: (a) Célula constituída por um eletrodo de zinco e um eletrodo de hidrogênio. (b)
Célula constituída por um eletrodo de cobre e um eletrodo de hidrogênio. Ambas as células se
encontram nas condições padrão. Note que em (a) o EPH atua como cátodo, mas em (b) atua como
ânodo.

Fonte: CHANG e GOLDSBY, Química. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580552560/pageid/660. Acesso em: 03
abr. 2023.

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A seguir uma adaptação da tabela do potencial-padrão a 25ºC, retirada do


Atkins, p.557.
Tabela 1: potenciais padrão em 25oC.

Através dos potenciais de redução presentes nesta tabela, podemos


determinar o agente oxidante ou redutor quando participantes de uma pilha. Um
metal pode ser agente redutor ou oxidante, dependendo do outro metal com que ele
se liga. O alumínio quando ligado ao lítio recebe elétrons, portanto ele é o agente

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oxidante, entretanto quando ligado ao cobre, ele doa elétrons, sendo neste caso o
agente redutor.

Exercício: Tendo duas pilhas constituídas respectivamente de metais


chumbo com iodo e chumbo com sódio. Determine a direção do fluxo dos elétrons
em cada uma das pilhas.
Resposta: O fluxo dos e- será do chumbo para o iodo. Quando o chumbo se
ligar ao iodo e do sódio para o chumbo, quando o chumbo se ligar ao sódio.

Um desafio: Observe os potenciais de redução apresentados abaixo:

-
Sn2+(g) + 2e- → Sn(s) 0,14 V
+
Au+(aq) + e- → Au(s) 1,69 V

Determine:
a) a direção do fluxo dos elétrons;
b) o melhor redutor;
c) quem sofre redução.

Resposta:
a) Sn para Au;
b) Sn;
c) Au

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VOLTAGEM DA PILHA – PILHAS COMERCIAIS

Nesta aula concluiremos o estudo da pilha, calculando a sua voltagem e


estudado o funcionamento de uma pilha comercial. Você verá que é muito simples.

A diferença de potencial da pilha nas condições-padrão (ΔE0), também


chamada de força eletromotriz -FEM, é calculada pela diferença entre o maior e o
menor potencial de redução ou oxidação:

A voltagem da pilha depende da concentração dos íons, da temperatura, e


da pressão parcial dos gases envolvidos na reação.

Exercício: Uma pilha constituída pelos eletrodos de zinco e prata, foi


utilizada para o funcionamento de um aparelho que exigia uma voltagem de 2 V.
Determine a reação global, o potencial da pilha e se a utilização desta irá fazer o
aparelho funcionar. Quem é o ânodo?

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O aparelho não funcionará, uma vez que a pilha tem uma força eletromotriz
de 1,56V e o aparelho necessita de 2,0V. O ânodo é o zinco (perde e -).

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O agente oxidante é o eletrodo do cloro.

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PILHAS COMERCIAIS

A Pilha seca comum foi inventada por George Leclanché, por volta de 1960.
Ela é muito utilizada em nosso dia-a-dia e é constituída por um cilindro de zinco, que
funciona como o cátodo, que contém uma pasta úmida constituída de cloreto de
amônio, cloreto de zinco e dióxido de manganês. No centro desta pasta existe um
bastão de grafite que funciona como cátodo. A voltagem fornecida por esta pilha é
de 1,5V. Na pilha ocorre a hidrólise do cloreto de amônio, transformando o meio
ácido e envolvendo a barra de grafite com amônia. Como as reações continuam
ocorrendo durante o armazenamento, pode haver corrosão e vazamento do material.
Pilha alcalina – ocorre o mesmo processo da pilha seca comum, entretanto
há a substituição do cloreto de amônio por um eletrólito alcalino, como por exemplo,
o hidróxido de potássio. As pilhas alcalinas têm um rendimento maior que a pilha
comum e não apresentarem o problema de vazamento das pilhas comuns e
possuem voltagem constante.
A diferença entre a pilha comum e a bateria é que a pilha é uma célula
constituída por duas semicelas, uma é o ânodo e a outra o cátodo, já a bateria é o
conjunto de células ligadas em série, intercalando o pólo positivo de uma pilha com
o pólo negativo da outra.
Bateria de mercúrio-zinco é uma pilha alcalina e é constituída por uma
cápsula de aço onde o ânodo é de zinco metálico envolto em uma pasta de solução
aquosa de hidróxido de potássio e óxido de mercúrio II. São mais duráveis e sua
voltagem é 1,35 V.
Baterias de automóveis são compostas por seis pilhas interligadas. Cada
pilha produz uma voltagem de aproximadamente 2V e é composta de dióxido de
chumbo, placas de chumbo e uma solução aquosa de ácido sulfúrico.
Existem inúmeros outros exemplos de pilhas e baterias. Abaixo você verá o
exemplo das expostas aqui.
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Figura 1: exemplos de pilhas e baterias comerciais.

Fonte: CHANG e GOLDSBY, Química. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580552560/pageid/660. Acesso em: 03
abr. 2023.

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REFERÊNCIAS

ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de química:


questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Grupo A, 2018. E-
book. ISBN 9788582604625. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582604625/. Acesso em: 03
abr. 2023.

BROWN, et al. Química: a ciência central. 13ª. Ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2016. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/721. =. Acesso em:
03 abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A, 2013.


E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 30
mar. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 03
abr. 2023.

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Aula 11_Eletrólise

Palavras-chave: reações não espontâneas; cátodo e ânodo; eletrólise aquosa;


eletrólise ígnea; galvanoplastia.

Você estudou até agora as reações espontâneas. Agora você estudará


processos que ocorrem envolvendo as reações não espontâneas.
Nas pilhas utilizamos o fluxo dos elétrons, que ocorrem espontaneamente,
para produzir energia. Na eletrólise nós utilizamos a energia para provocar o fluxo
dos elétrons. A eletrólise inverte as reações espontâneas, utilizando uma
energia externa que é fornecida aos reagentes. Para que ocorra esta reação inversa
é necessário que a fonte externa gere uma diferença de potencial maior que a
diferença de potencial produzida pela reação espontânea.

Neste processo existe o consumo de energia elétrica que é transformada em


energia química onde teremos:
* o polo negativo é o cátodo aonde chegam os elétrons e ocorre redução.
* o polo positivo é o ânodo, de onde os elétrons partem e ocorre oxidação.
* existe um gerador que direciona o fluxo de elétrons e fornece energia ao
processo.
Observe a diferença entre os polos de uma pilha e de uma bateria:

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Para montar o sistema são colocados eletrodos inertes, apenas


para transportar acorrente elétrica, pois eles não farão parte ativa das reações. Os
eletrodos são ligados aos polos positivos e negativos do gerador que conduzirá a
variação de potencial. Os eletrodos mais comuns são os de platina ou grafita.
O ânodo e o cátodo são mergulhados em um líquido que contém íons livres.
Os ânions serão atraídos pelo ânodo e doarão os elétrons, que percorrerão o
circuito chegando ao cátodo. No cátodo os cátions serão atraídos pelos elétrons
que chegam e os capturam. Abaixo você observa o funcionamento de uma célula
eletrolítica.
Figura 1: esquema de um experimento para a eletrólise da água.

Fonte: TRO, Química: uma abordagem molecular. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788521633402/epubcfi/6/24%5B%3Bvnd.vst
.idref%3Dchapter13%5D!/4. Acesso em: 03 abr. 2023.

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Eletrólise ígnea

É a que ocorre na ausência de água, sendo que os íons são liberados através
da fusão da substância envolvida no processo, como no que está descrito na Figura
2.
O cloreto de sódio (NaCl) funde a 801ºC, dissociando-se em Na+ e Cl-,
nestas condições os íons se movimentam e deixam passar a corrente elétrica.
* o ânodo, polo positivo, atrairá o Cl- que perde os elétrons formando gás
cloro (Cl2(g)).
* o cátodo, polo negativo, atrairá o Na+ que ganha os elétrons doados
pelo Cl- e forma sódio metálico (Na(s)).

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Figura 2: eletrólise de um sal fundido (NaCl) e as respectivas semi-reações.

Fonte TRO, Química: uma abordagem molecular. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788521633402/epubcfi/6/24%5B
%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter13%5D!/4. Acesso em: 03 abr. 2023.

Analisando os potenciais-padrão de redução, podemos observar que esta


reação não é espontânea:

Se esta reação fosse espontânea o fluxo dos elétrons seria do sódio para o
cloro.

O gás cloro pode ser recolhido através de um tubo adaptado, e na superfície


do cátodo ficará depositado o metal sódio, também podendo ser recolhido em um
reservatório adaptado.
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Este método é utilizado para obter industrialmente os metais alcalinos,


alcalinos terrosos, alumínio, halogênios entre outros.
Um desafio: (adaptado de uma questão da UFSCar-SP) observe a figura
abaixo que representa a eletrólise de uma solução de cloreto de níquel II (NiCl 2).
Conhecendo as semi-reações responda as questões:

Cl2(g) + 2e- → 2Cl-(aq) E0 = 1,36 V


Ni2+(aq) + 2e- → Ni0 (aq) E0 = -0,24 V

a) A reação será espontânea?


b) Indique as substâncias formadas no
cátodo e no ânodo.
c) Determine a reação global.

R.: a) Analisando os potenciais-padrão de redução podemos concluir que a


reação não é espontânea. Se fosse espontânea, o fluxo do e - seria do menor
potencial para o maior potencial, o que não irá ocorrer, pois o Cl- irá ser atraído pelo
polo positivo para doar os elétrons e o Ni2+ será atraído pelo polo negativo para
receber os elétrons doados pelo Cl-.
b) no cátodo formará Ni(s), ocorrendo a redução e no ânodo formará
Cl2(g) onde ocorre a oxidação.

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c)
Oxidação anódica: 2Cl-(aq) → Cl2(g) + 2e-
Redução catódica: Ni2+(aq) + 2e- → Ni(s)
______________________
Reação global: Ni2+(aq) + 2Cl-(aq) → Ni(s) + Cl2(g)

Eletrólise aquosa

Neste tipo de eletrólise utilizamos a água como solvente. Vamos conhecer


esse processo.
Quando uma substância através da ionização ou dissociação libera íons em
meio aquoso, teremos os íons desta substância e os íons da auto-ionização da água,
que são em quantidade muito pequena, mas importantes no processo. Desta
forma teremos dois cátions e dois ânions no sistema, que possibilitam a
descarga.
Observa-se que apesar de termos dois cátions e dois ânions, somente um
cátion e um ânion descarrega nos eletrodos. Para determinar qual dos cátions e
ânions irá ter prioridade na descarga iremos observar os potenciais-padrão de
redução (tabela p. 82).
No cátodo, onde os elétrons irão chegar, ocorre a redução, portanto o
cátion que terá prioridade é o que tem maior potencial de redução.
No ânodo, onde haverá a liberação de elétrons, ocorre a oxidação. Neste
caso deveremos inverter as reações da tabela, transformando os potenciais de
redução em potencias de oxidação e terá prioridade o que tem o maior potencial
de oxidação. Entretanto os valores dos potenciais de oxidação e redução são

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calculados em condições padrão, e como raramente as eletrólises ocorrem nessas


condições, podemos utilizar a prioridade de descarga de forma generalizada como o
esquema abaixo:

É importante observar que as reações de redução e oxidação da água não


são processos inversos, portanto teremos:

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Permanecerão na solução Na+ e OH-.


Teremos, portanto a equação global:

2H2O(l) + 2Br-(aq) → H2(g) + 2OH- (aq) + Br2(l)

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Figura 2: eletrólise aquosa para purificação do cobre.

Fonte: adaptado de Labster. Disponível em: Disponível em:


https://theory.labster.com/electrolysis-refine/. Acesso em: 03 abr. 2023.

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Outro processo muito utilizado é a galvanoplastia, que permite revestir uma


peça metálica. Esta será ligada ao cátodo e no ânodo deve ser ligado o metal que
deve revestir a peça metálica. A solução aquosa deve conter um sal desse metal.
Esse processo é utilizado na prateação, douração, niquelação, cromação entre
outros.

Figura 3: Deposição de Prata A prata pode ser depositada a partir de uma


solução de íons prata sobre objetos metálicos em uma célula eletrolítica.

Fonte: TRO, Química: uma abordagem molecular. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788521633402/epubcfi/6/24%5B%3Bvnd.vst
.idref%3Dchapter13%5D!/4. Acesso em: 03 abr. 2023.

No banho de ouro em um anel de alumínio, termos o anel ligado ao cátodo,


no ânodo uma placa de ouro e esse sistema deve estar mergulhado em um sal de
ouro. Nos polos ocorrerão as semi-reações:

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Este assunto é muito amplo e deve ser um ponto para reflexão. Não
podemos nos esquecer dos problemas ambientais provocados pela enorme extração
de minérios para a obtenção de metais, pelo descarte incorreto das pilhas e baterias.
Existe também a emissão de poluentes derivados de indústrias metalúrgicas. Nestes
processos aparece o químico que tem a responsabilidade de minimizar os danos
ambientais causados pelos processos industriais, desenvolvendo novas tecnologias
e formas de energia limpa. Também não devemos eximir desta responsabilidade a
parcela que cabe a cada indivíduo em valorizar tecnologias limpas a reciclagem de
materiais e o descarte consciente de substâncias que possam causar danos
ambientais.
Com esta reflexão terminamos a Unidade IV. Foi uma unidade difícil, mas
com muito estudo e dedicação atingimos nossos objetivos. A seguir estudaremos
Equilíbrio Químico. Espero vocês.

REFERÊNCIAS

LABSTER. Refinement of metal using electrolysis .Disponível em:


https://theory.labster.com/electrolysis-refine/. Acesso em: 03 abr. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de Janeiro:
Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 30 mar.
2023.

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Aula 12_Equilíbrio Químico

Palavras-chave: reações reversíveis; análise gráfica do equilíbrio químico; dióxido


de enxofre; trióxido de enxofre.

Quando observamos um pedaço de papel queimar não podemos imaginar


que o produto daquela queima se transforme em papel novamente, entretanto
quando compramos uma garrafa de álcool, macroscopicamente podemos dizer que
o sistema está estático, a quantidade de álcool não muda. Entretanto se
observarmos microscopicamente, perceberemos que algumas moléculas de álcool
que estão no estado líquido passam para o estado gasoso na mesma velocidade
que outras moléculas de álcool no estado gasoso. Dizemos neste caso que o sistema
está em equilíbrio. Isso ocorre porque o sistema está fechado e não existe escape
de substâncias. Se a garrafa de álcool não estivesse fechada este equilíbrio não
ocorreria. Vamos entender por que essas coisas acontecem? Vamos à aula.
Existem reações que ocorrem totalmente, esgotando todo o reagente e se
transformando em produtos, mas existem reações em que os produtos podem se
reverter a reagentes. Neste caso dizemos que as reações são reversíveis e temos
a impressão que a reação parou de ocorrer sem que os reagentes fossem
consumidos totalmente.
Reações reversíveis ou processos químicos reversíveis estão presentes
nos fenômenos mais diversos.

Vamos relembrar que para haver uma reação química, algumas condições
têm que estar presentes:
* os reagentes têm que entrar em contato;
* tem que haver uma afinidade entre os reagentes;

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* os reagentes devem colidir formando complexos ativados para originar


reagentes.

Em uma reação reversível, os produtos também irão colidir para formarem


novos reagentes e as reações ocorrem tanto no sentido da formação dos
produtos (que chamamos de reações diretas), como no sentido da formação dos
reagentes (que chamamos de reações inversas).
Até agora, você estudou somente as reações diretas, que eram
simbolizadas por uma seta no sentido dos reagentes para os produtos. Quando
falamos em reações reversíveis, compostas pelas reações diretas e inversas,
simbolizamos com duas setas. As reações que partem dos reagentes em direção

aos produtos são simbolizadas por e são denominadas reações diretas.


As reações que partem dos produtos para se transformarem em reagentes são

simbolizadas por e são denominadas reações inversas. O tamanho das


setas indica qual a reação que está prevalecendo.

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Figura 1: representação gráfica da variação da velocidade de formação de


produto (V2) e consumo dos reagentes (V1).

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No início a concentração dos reagentes é máxima, e não temos ainda


produtos. A reação inicia, as colisões entre reagentes são máximas, devido à sua
concentração e velocidade da reação direta é grande. O resultado destas colisões é
a formação dos produtos.
À medida que a concentração dos reagentes diminui, a velocidade da reação
direta também diminui.
Com o aumento da concentração de produtos, aumenta também os choques
entre as moléculas do produto ocasionando a formação dos reagentes, tendo assim
início à reação inversa.
Quando a velocidade da reação direta for igual à velocidade de reação
inversa, dizemos que o sistema atingiu o equilíbrio e as concentrações dos reagentes
e produtos permanecem constantes. Não podemos confundir concentrações
constantes com mesma concentração, as concentrações podem ser diferentes,
entretanto elas não mais irão variar enquanto o sistema estiver em equilíbrio e se
não sofrerem nenhuma alteração que provoque o deslocamento de equilíbrio. Na
análise gráfica este assunto ficará mais claro, pois conseguiremos visualizar as
concentrações diferentes e constantes. A seguir estudaremos graficamente os
equilíbrios químicos, através deste estudo você visualizará o equilíbrio,
possibilitando um maior entendimento.

ANÁLISE GRÁFICA DOS EQUILÍBRIOS QUÍMICOS

Como já pudemos observar no tópico anterior, fizemos um gráfico colocando


as velocidades em função do tempo. Estudamos a velocidades direta e inversa no
início da reação até que o equilíbrio fosse atingido.

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A seguir você conseguirá consolidar o entendimento de como ocorre o


equilíbrio químico visualizando suas etapas. Você aprenderá a analisar graficamente
as concentrações das substâncias que fazem parte do sistema.
Vamos trabalhar graficamente os equilíbrios químicos, colocando na
ordenada as concentrações dos reagentes, produtos ou ambos e na abscissa o
tempo. Quando o equilíbrio é atingido representamos no gráfico com te.
Analisando inicialmente os reagentes, podemos perceber que no tempo
zero, temos a máxima concentração de reagentes e com o passar do tempo essa
concentração vai diminuindo até chegar ao equilíbrio, onde não mais se altera. A
alteração dessa concentração só ocorrerá se houver alguma mudança nas
condições em que o equilíbrio foi atingido.

Figura 2: variação da concentração do produto em função do tempo de


reação.

O que ocorre com os produtos é o inverso dos reagentes, no início não


existe produto, sua quantidade irá aumentando até não mais se alterar. Isso ocorre
quando o sistema atinge o equilíbrio. Podemos colocar em um mesmo gráfico,
reagentes e produtos. Neste caso observamos que podem ocorrer três situações
diferentes:

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- Quando o equilíbrio é atingido a concentração de reagente é maior que a


de produto. Neste caso a reação inversa prevalece.

Figura 3: variações das concentrações dos reagentes e produto em


função do tempo, quando [R] > [P].

- Quando o equilíbrio é atingido a concentração de reagentes é menor que


a de produto. Neste caso a reação direta prevalece.

Figura 4: variações das concentrações dos reagentes e produto em


função do tempo, quando [P] > [R].

Outra situação observada experimentalmente é esta:

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Figura 5: variações das concentrações dos reagentes e produto em função do


tempo, quando [P] = [R].

Vamos analisar o gráfico a seguir:


Figura 6: variações das concentrações de trióxido de enxofre e dióxido de
enxofre em função do tempo.

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Podemos afirmar com base nos dados acima que:


- SO2 é o reagente, pois a concentração inicial é 0,8 mol/L e com o passar
do tempo sua concentração decresce, atingindo 0,2 mol/L;
- SO3 é o produto, pois sua concentração é 0 no início e com o passar do
tempo sua concentração vai aumentando, até atingir 0,6 mol/L;
- O equilíbrio é atingido aos 40s, pois as concentrações não mais variam;
- No equilíbrio a concentração de SO2 é 0,2 mol/L e do SO3 é 0,6 mol/L;
- Em 20 s as concentrações do reagente e produto são iguais e
correspondem a 0,4 mol/L;
- Foram consumidos 0,6 mol/L de SO2;
- Foram produzidos 0,6 mol/L de SO3;
- A reação que prevalece é a reação direta, pois a concentração do produto
é maior após o equilíbrio.
A partir dos conhecimentos adquiridos nessa aula, você aprenderá na
próxima aula a construir um gráfico através dos dados obtidos experimentalmente.
REFERÊNCIAS

BROWN, et al. Química: a ciência central. 13ª. Ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2016. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/721. =. Acesso em:
03 abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A, 2013.


E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 30
mar. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 03
abr. 2023.
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Aula 13_Construção Gráfica dos Equilíbrios Químicos e


constantes de equilíbrio

Palavras-chave: reações reversíveis; gráficos de equilíbrios químicos; constantes


de equilíbrio; iodo e hidrogênio; dióxido de enxofre e trióxido de enxofre; oxigênio e
ozônio.

Na aula anterior você teve conhecimento da interpretação de um gráfico de


equilíbrio químico com suas peculiaridades. Nesta aula, com o conhecimento
adquirido, faremos o inverso, construiremos um gráfico a partir dos dados obtidos
experimentalmente. Saber interpretar os gráficos é importante para uma melhor
análise dos dados obtidos e favorece a visualização dos resultados.
Um estudante de química efetuou em experimento, colocando em um
recipiente fechado de um litro, a uma determinada temperatura, 2 mols de gás
hidrogênio e 3 mols de gás iodo. Após o equilíbrio ser atingido ele fez nova medição
da concentração e verificou que as concentrações do hidrogênio e iodo eram
respectivamente 1 e 2 mols.
O estudante repetiu o experimento modificando a temperatura e as
concentrações iniciais. Ele colocou 4 mols de H2(g) com 3 mols de I2(g) e no equilíbrio
verificou as concentrações finais de 2,5 mols de H2(g), 1,5 mols de I2(g).
Através da análise gráfica dos dados experimentais evidenciou uma maior
produção

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O gráfico deverá ser construído colocando na ordenada as concentrações


dos reagentes e produtos no início e no equilíbrio e na abscissa o tempo inicial e
quando o equilíbrio é atingido.

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Um desafio:
1) O recipiente onde estão contidos os gases SO2, SO3 e O2 tem
capacidade de 1L. Analisando o gráfico abaixo, responda as questões abaixo:
a) Qual a concentração inicial de SO3?
b) Qual a concentração inicial de SO2?
c) Qual a concentração inicial de O2?
d) Qual a concentração no equilíbrio de SO3?
e) Qual a concentração no equilíbrio de SO2?
f) Qual a concentração no equilíbrio de O2?
g) Quem é (são) o(s) reagente(s)?
h) Quem é (são) o(s) produto(s)?
i) Quantos mols de SO3 reagiram?
j) Quantos mols, respectivamente, de SO2 e O2 formaram?

Resposta:
1) a) 5mol
b) zero
c) zero
d) 2mol
e) 3mol
f) 1,5mol
g) SO3
h) SO2 e O2
i) 3mol
j) 3mol e 1,5mol

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2) O ozônio é formado na atmosfera pela decomposição de moléculas de


oxigênio (O2), provocadas pela radiação solar. O oxigênio sofre uma sequência de
reações químicas.

A camada de ozônio absorve a radiação ultravioleta (UV) do Sol, evitando


que a maior parte desta atinja a superfície da Terra. Um estudante de química fez
experimentos analisando a transformação do oxigênio (O2) em ozônio (O3). No início
do processo existia 0,8 mol de O2 e quando o equilíbrio foi atingido ele coletou
novamente os dados, obtendo os valores de 0,2 mol/L de O2 e 0,4 mol/L de O3. Com
base na equação abaixo, construa o gráfico de formação do ozônio em função do
tempo.

Resposta:

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CARACTERÍSTICAS DOS EQUILÍBRIOS QUÍMICOS E CONSTANTE DE


EQUILÍBRIO

No tópico anterior aprendeu a interpretar as reações que envolvem um


equilíbrio químico. Vamos dar continuidade ao conteúdo, destacando as
características e a constante de um equilíbrio químico.

Um equilíbrio químico é dinâmico, pois ao mesmo tempo em que está


havendo uma reação no sentido da formação dos produtos há também uma reação
no sentido do retorno aos reagentes. O equilíbrio, portanto, tem as seguintes
características: o
• equilíbrio é dinâmico;
• a velocidade da reação direta (vd) é igual à velocidade da reação
inversa (vi), o que nos dá a impressão macroscopicamente de que as transformações
cessaram e o sistema não mais se altera;
• a partir do equilíbrio as concentrações das substâncias não mais se
alteram, permanecendo constantes;
• as propriedades do sistema em equilíbrio independem da direção das
reações;
• as reações reversíveis tendem ao equilíbrio, uma vez que este é o
estado de menor energia do sistema;
• a não mudança do sistema significa que o sistema está em equilíbrio;
• ocorrem em sistema fechado, não havendo perda de compostos nem
de energia.

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O sistema permanecerá em equilíbrio enquanto não houver uma perturbação


externa que provoque uma alteração no sistema. Neste caso o sistema sofrerá uma
perturbação e novamente encontrará seu novo equilíbrio. Como o sistema é
reversível todas as substâncias são ao mesmo tempo produtos e reagentes,
entretanto dizemos que as espécies que se encontram do lado esquerdo da seta são
denominadas reagentes e as que se encontram do lado direito da seta de produtos.

Constante de equilíbrio
Os químicos noruegueses Peter Waage e Cato Guldberg, em 1867,
propuseram matematicamente a expressão de constante de equilíbrio, que foi
enunciada como a Lei da Ação das Massas.
Estudando sistemas em equilíbrio Waage e Guldberg observaram uma
regularidade nas concentrações das substâncias em equilíbrio.

Para que você entenda melhor a constante de equilíbrio (k) iremos


trabalhar inicialmente com uma ração genérica:

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Vamos observar uma reação aplicando a constante de equilíbrio:

É importante antes de iniciar a resolução que a equação esteja balanceada.

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REFERÊNCIAS

BROWN, et al. Química: a ciência central. 13ª. Ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2016. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/721. =. Acesso em:
03 abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A, 2013.


E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 30
mar. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 03
abr. 2023.

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Aula 14_Constantes de Equilíbrio para Concentração (Kc) e para


pressão (Kp)

Palavras-chave: reações reversíveis; Kc; Kp; grau de equilíbrio; dióxido de


nitrogênio; tetróxido de dinitrogênio.

Nesta aula você estudará as constantes de equilíbrio e como usá-las. Uma


reação pode ser classificada em homogênea (se todas as substâncias estiverem no
mesmo estado físico), ou heterogênea (quando as substâncias encontram-se em
estados físicos diferentes). O importante na classificação, independente do estado
físico que se encontram as substâncias, é verificar se todas estão no mesmo estado
físico ou não. Esta identificação é fundamental na identificação dos dois tipos de
constantes de equilíbrio: kc e kp.

Sistemas homogêneos:

N2 (g) + 3H2(g) ⇌ 2NH3(g)


Todas as substâncias estão no mesmo estado físioc-gasoso.

Sistemas heterogêneos:

C(s) + O2(g) ⇌ CO2(g)


Existem substâncias no estado sólido e gasoso.

Br2(l) + H2(g) ⇌ 2HBr(g)

Existem substâncias no estado líquido e gasoso.

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A constante de equilíbrio pode ser representada relacionada com a


concentração (kc) ou com a pressão (kp).

Constante para concentração (kc)

Na Constante para concentração (kc) só devem entrar as substâncias que


podem sofrer variação pela concentração, como substâncias no estado gasoso (g)
e substâncias no estado líquido(L).
As substâncias que estão no estado sólido não devem entrar no cálculo da
constante, pois não sofrem alteração com relação à concentração. Sendo este valor
constante, ele já está incluído no valor da constante kc.
Devemos representar as concentrações das substâncias em mol/L.

Constante para pressão (kp)

Na Constante para pressão (kp) só devem entrar substâncias que podem


sofrer variação através da pressão, assim em kp só participam as substâncias
no estado gasoso (g). A pressão parcial dos sólidos e líquidos é desprezível, desta
forma não entram na constante de equilíbrio para pressão.
Devemos representar as pressões das substâncias em atm ou mmHg.
A constante de equilíbrio depende da reação química e da temperatura do
sistema. Depois de estabelecido o equilíbrio o sistema só se altera em função da
temperatura, por isso é imprescindível indicar a temperatura (em K) em que foram
coletados os valores.

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É importante salientar que somente a temperatura é capaz de alterar o


valor de Kce kp. A pressão e a concentração podem deslocar o equilíbrio, mas
não provocam alteração no valor das constantes.

A constante de equilíbrio nos indica a tendência dos reagentes se


transformarem em produtos. Assim com base nos valores numéricos
de kc e kp podemos concluir que:

* quando o valor da constante de equilíbrio é maior que 1 o equilíbrio tende


para a reação direta predominando a formação dos produtos;
* quando o valor da constante de equilíbrio é menor que 1 o equilíbrio tende
para a reação inversa e a concentração dos reagentes predomina;
* Quando a constante de equilíbrio for igual a 1, não existe uma tendência
nem para a reação direta nem para a inversa. Entretanto não é uma situação muito
comum.

Existe um consenso entre os químicos de considerar o k como sendo uma


constante adimensional, entretanto podemos encontrar expresso com unidade.
Neste caso a unidade dependerá de cada reação especificamente.

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O carbono não deve ser representado, pois está no estado sólido.

Superado esse desafio, na próxima aula você continuará estudando como


podemos calcular a constante de equilíbrio e aprenderá a calcular o grau de
equilíbrio. Vamos reforçar esses conceitos? Até lá.

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DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO E GRAU DE


EQUILÍBRIO

O conteúdo desta aula nos proporcionará calcular o grau de equilíbrio, para


saber determinar o rendimento de uma reação através da porcentagem e determinar
numericamente a constante de equilíbrio. Faremos a aplicação de dados obtidos
experimentalmente, para verificar a direção predominante da reação analisada.

Grau de equilíbrio

O grau de equilíbrio (α) expressa a porcentagem dos reagentes que foram


consumidos para formar os produtos. O grau de equilíbrio pode expressar também
o grau de ionização, grau de dissociação entre outros e pode assumir valores entre
0 e 1. Não possui unidades e pode ser expresso em porcentagem. O grau de
equilíbrio é aplicado somente para os reagentes.

Um desafio: Em um balão de 1 L foram misturados CO(g) com NO2(g),


produzindo CO2(g) e NO(g). A concentração inicial do CO é de 8 mol/L e foram
consumidos 5 mols do mesmo gás. Calcule o grau de equilíbrio do sistema.

R.: 0,62 ou 62%

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Determinação da constante de equilíbrio

Para se determinar o valor numérico de uma constante de equilíbrio, teremos


que partir da parte experimental, onde é feita a mistura entre os reagentes,
identificando suas concentrações iniciais. Devemos deixar o sistema atingir o
equilíbrio e medir as concentrações de reagentes e produtos após o equilíbrio. É
necessário identificar a temperatura em que foi efetuado o experimento. Após a
coleta dos dados estes são colocados na expressão kc ou kp e obteremos o valor
numérico da constante. Desta forma podemos identificar a direção predominante da
reação.
Verificamos se o sistema atingiu o equilíbrio, fazendo a medição da
concentração após certo tempo do início da reação, efetua-se o mesmo
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procedimento até que os valores das concentrações não mais se alterem.


Saberemos desta forma que o sistema atingiu o equilíbrio.

Exercício: A reação do N2 com o O2 gasoso ocorre quando os gases se


encontram em temperaturas elevadas. Um sistema atingiu o equilíbrio com as
pressões parciais de 0,8 atm de N2, 2atm de O2 e 1 atm de NO. Conforme a equação
abaixo e os dados fornecidos, determine a constante de equilíbrio kc .

Um desafio:
1) Os gases nitrogênio, hidrogênio e amônia estão em equilíbrio, sendo as
pressões do N2, O2 e NO respectivamente 4.10-2 atm 3.10-1 e 1,2 atm. Determine a
expressão e o valor da constante de equilíbrio kp, nas condições experimentais.

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No próximo exemplo não serão fornecidos os valores das concentrações no


equilíbrio. Teremos que completarmos a tabela para podermos fazer a determinação.
Vamos verificar?
Foram colocados 20 mols de H2S(g) em um recipiente de 1L e após atingir o
equilíbrio é feita a análise experimentalmente medindo-se a 6 mols de H2(g).
Calcule kc para este equilíbrio.
Neste exemplo você terá que completar a tabela, colocando inicialmente os
dados fornecidos.

3º) vamos completar a proporção entre o reagente e os produtos:


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5º) no equilíbrio encontramos 6mols de H2. Sabendo que:


- Inicialmente não temos H2 e no equilíbrio temos 6 mols, isso significa que
foram formados 6 mols;
- como a proporção entre H2 e S2 é de 2 para 1, a cada 6 mols formados de
H2 teremos 3 mols de S2;
- como a proporção entre H2S e H2 é de 2 para 2, a cada 6 mols formados
de H2 teremos 6 mols reagidos de H2S.

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Um desafio:
Os óxidos de nitrogênio presentes na atmosfera têm como principal fonte a
queima de combustíveis à altas temperaturas. O estudo deste equilíbrio é importante
para o controle de poluição atmosférica. Sabendo que em uma experiência foram
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colocados 6 mols de NO com 5 mols de O2 e quando o sistema atingiu o equilíbrio


foram medidos 3 mols de O2. A equação abaixo, demonstra a formação de NO2(g).

2NO(g) + O2(g) ⇌ 2NO2(g)

Determine a constante de equilíbrio passando por todas as etapas do


exemplo 3.
R.: 1,33mol/L

Um desafio:
O tetróxido de dinitrogênio (N2O4) se decompõe facilmente em dióxido de
nitrogênio (NO2). Foi colocado em 1 litro, em sistema fechado, 10 mol de tetróxido
de dinitrogênio. Quando o equilíbrio é atingido, são encontrados 2 mol de dióxido de
nitrogênio. Calcular quantos mols de tetróxido de dinitrogênio estão presentes no
equilíbrio e apresentar o gráfico.

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REFERÊNCIAS

BROWN, et al. Química: a ciência central. 13ª. Ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2016. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/721. =. Acesso em:
03 abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A, 2013.


E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 30
mar. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 03
abr. 2023.

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Aula 15_ A resposta dos equilíbrios às mudanças das condições

Palavras-chave: equilíbrio dinâmico; constantes de equilíbrio; princípio de Le


Chatelier.

DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIO

Até aqui nós estudamos os sistemas que atingiram o equilíbrio. Vimos os


sistemas em uma situação inicial, quanto de reagente foi gasto, quanto foi gerado de
produto e as concentrações dos reagentes e produtos quando o equilíbrio é
estabelecido. Estudamos todas as características, variáveis e os cálculos que nos
permite analisar os equilíbrios. Neste tópico veremos como podemos alterar este
equilíbrio e como o sistema responde a estas modificações. O estudo deste tema é
muito interessante e você se familiarizará com alguns exemplos.

O equilíbrio químico é dinâmico e estável, por essa razão podemos mudar


algumas condições e este tenderá a restabelecer o equilíbrio conforme esta nova
situação. Este estudo é muito utilizado nos processos industriais uma vez que nos
permite prever e controlar as reações. Dependendo das condições, uma reação pode
produzir mais ou menos produto.

O equilíbrio pode ser deslocado através de alterações na


concentração, pressão e temperatura.

Le Chatelier em 1888, identificou os princípios gerais do equilíbrio químico,


propondo que: “quando se provoca uma perturbação em um sistema em equilíbrio,
este tende a se ajustar à nova situação para minimizar esta perturbação. O sistema
procura atingir um novo equilíbrio”.

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Para restabelecer o equilíbrio podem ocorrer, principalmente, duas situações:


- o sistema provoca um aumento na velocidade da reação direta (V direta >
Vinversa), deslocando o equilíbrio para a direita;
- o sistema provoca um aumento na velocidade da reação inversa (V direta <
Vinversa), deslocando o equilíbrio para a esquerda.
Este deslocamento ocorrerá até que um novo equilíbrio seja estabelecido.

Deslocamento provocado pela concentração

A velocidade de uma reação é diretamente proporcional à concentração dos


reagentes que se encontram nas fases gasosas e líquidas. Se alterarmos a
concentração de uma das espécies químicas de um sistema em equilíbrio, alteramos
a velocidade da reação, o que provoca uma alteração no equilíbrio. A constante kc é
determinada a uma temperatura especificada, e seu valor somente irá mudar caso a
temperatura seja alterada.
Se tivermos um sistema em equilíbrio e aumentarmos a concentração de
uma das substâncias, a velocidade da reação irá mudar no sentido de consumir a
substância que foi acrescentada ao sistema. É importante salientar que o
valor kc permanece o mesmo. Vamos ver o que acontece quando alteramos um
sistema em equilíbrio:
N2O4(g) ⇋ 2 NO2 (g)
Supondo que o sistema esteja em equilíbrio, vamos analisar o que ocorrerá
se alterarmos a concentração de um dos componentes:
- se adicionarmos N2O4 haverá uma perturbação no equilíbrio e ocorrerá
um deslocamento no sentido de minimizar esse acréscimo. O sistema tenderá ao

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consumo do N2O4 (g) o que deslocará o equilíbrio para a produção de NO2 (g) e após
um dado tempo o sistema novamente entrará em equilíbrio. Assim:

Figura 1: representação gráfica da variação do quociente de reação (Q) e da constante de


equilíbrio (K) em função do princípio de Le Chatelier para a reação de decomposição do gás N 2O4.

Fonte: TRO, Química: uma abordagem molecular. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788521633402/epubcfi/6/24%5B%3Bvnd.vst
.idref%3Dchapter13%5D!/4. Acesso em: 03 abr. 2023.

- se retirarmos N2O4 haverá um deslocamento do equilíbrio no sentido da


reposição do N2O4. Assim o equilíbrio se deslocará para a esquerda (reação
inversa).
- se retirarmos NO2 o mesmo ocorrerá, onde o equilíbrio se deslocará para
a direita (reação direta), no sentido da sua reposição.
Observação: o quociente de reação (Q) é calculado seguindo os mesmos
princípios aplicados para a constante de equilíbrio (K), porém, com os valores de
concentração da situação de não-equilíbrio.

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REFERÊNCIAS

BROWN, et al. Química: a ciência central. 13ª. Ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2016. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/721. =. Acesso em:
03 abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A, 2013.


E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 30
mar. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 03
abr. 2023.

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Aula 16_Deslocamento de Equilíbrio: os efeitos das variações da


Temperatura e da Pressão

Palavras-chave: equilíbrio dinâmico; princípio de Le Chatelier; reação


endotérmica; reação exotérmica.

Na aula anterior estudamos como o equilíbrio reage ao modificarmos a


concentração das substâncias. Nesta aula estudaremos a resposta do equilíbrio às
alterações da temperatura e pressão.

TEMPERATURA

Sabemos que a temperatura indica a energia cinética das substâncias,


portanto se aumentarmos a temperatura de uma substância teremos um aumento
dos choques, o que provocará, de modo geral, um aumento na velocidade da reação.
Como estamos falando de processos reversíveis, se uma reação é
endotérmica no sentido da reação direta, na reação inversa ela será exotérmica.
Aumentando a temperatura de uma reação o equilíbrio se deslocará na direção da
reação endotérmica, para absorver este aumento. Da mesma forma que a diminuição
da temperatura de uma reação deslocará o equilíbrio na direção da reação
exotérmica.

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Neste exemplo temos o ∆H positivo o que nos indica que quando


aumentando a temperatura do N2O4(g), que é incolor, provocamos a formação de
NO2(g), que é castanho claro. Portanto a reação direta é uma reação endotérmica e
a reação inversa é uma reação exotérmica.
Quando fornecemos energia para o sistema que está em equilíbrio, este se
desloca para minimizar o aumento de energia, através do consumo desta. A reação
endotérmica absorve calor, portanto o equilíbrio se deslocará no sentido
endotérmico, ou seja, para a reação direta. Vamos exemplificar a mesma reação, de
uma outra maneira:

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Um desafio: analise a seguinte reação.

Se aumentarmos a temperatura, o deslocamento de equilíbrio favorecerá a


reação direta ou inversa? E se diminuirmos a temperatura?
R.: aumentando a temperatura o equilíbrio favorecerá a reação inversa
(endotérmica), diminuindo a temperatura o equilíbrio favorecerá a reação direta
(exotérmica).

PRESSÃO

Em um sistema fechado, a pressão pode influenciar no equilíbrio


quando pelo menos uma das substâncias envolvidas no equilíbrio for gasosa.
Uma alteração na pressão provoca uma alteração no volume e consequentemente
no equilíbrio. Com a temperatura constante, havendo um aumento de pressão sobre
os gases do equilíbrio, estes irão sofrer um maior número de colisões, e o equilíbrio
se deslocará no sentido de minimizar esse aumento de pressão, favorecendo a
reação que proporcione o deslocando no sentido onde houver um menor número
de moléculas (menor volume).
No caso de haver uma diminuição da pressão as colisões entre as moléculas
serão menores, e o equilíbrio se deslocará no sentido do maior volume.
Para observar a influência da pressão é importante termos uma equação
balanceada, que nos indique tanto a proporção estequiométrica quanto a proporção

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de volumes dos gases. Assim se temos 1mol de uma substância podemos dizer que
temos 1 volume desta substância.

Desafio: analise o sistema em equilíbrio e responda às questões.

4HCl(g) + O2(g) ⇋ 2H2O(g) + 2Cl2(g)

a) Qual o volume dos reagentes?


b) Qual o volume dos produtos?
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c) Se diminuirmos a pressão, o equilíbrio se deslocará para a reação direta


ou inversa?
Resposta:
a) 5 volumes;
b) 3 volumes;
c) inversa.

O catalisador não provocará um deslocamento de equilíbrio em nenhum


sentido, ele apenas acelerará a velocidade da reação fazendo com que o equilíbrio
seja atingido mais rapidamente.

DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIO E O COTIDIANO

A seguir você poderá entender como o equilíbrio químico faz parte do nosso
cotidiano e sua influência em nossas vidas.

O teor de hemoglobina no sangue

Você já deve ter ouvido que pessoas que moram em cidades localizadas à
baixas altitudes, podem ter dor de cabeça, náusea, fadiga entre outros incômodos a,
quando viajam para cidades com altitudes muito altas. Isso ocorre por que ao nível
do mar, a pressão parcial de O2 no ar é da ordem de 0,2atm, enquanto a 3km de
altitude, a pressão parcial do O2 cai para 0,12atm.
Em grandes altitudes há uma menor concentração de O2 no ar o que provoca
a redução de oxigênio no organismo, causando a hipóxia, que é o deslocamento do
equilíbrio para a produção de hemoglobina (Hm), e consequentemente a redução de
oxiemoglobina (HmO2).

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O oxigênio que entra no nosso organismo pela respiração, liga-se à


hemoglobina presente no sangue. Com uma quantidade maior de oxigênio o
equilíbrio se desloca para a reação direta (produção de HmO 2), que será
transportada pelo sangue, até os tecidos. Com uma menor quantidade de oxigênio
o equilíbrio se deslocará para a produção da Hm, com o objetivo de repor a menor
quantidade de O2.

Hm(aq) + O2(g) ⇋ HmO2(aq)

Em La Paz a altitude é de 3.630m acima do nível do mar e Cidade do México


é de 2.360m, nestes locais o teor de hemoglobina no sangue dos habitantes chega
a 50% maior que dos habitantes que vivem à nível do mar. O organismo das pessoas
que vão para essas regiões se adapta naturalmente ao novo ambiente: forma-se
naturalmente mais hemoglobina, produzindo o teor de oxiemoglobina adequado ao
organismo. Essa adaptação ocorre em duas ou três semanas.

Um desafio:
1) Por que em cidades de grandes altitudes há a produção maior de
hemoglobina no sangue?
2) Qual o sentido do deslocamento do equilíbrio se aumentarmos a
quantidade de O2 no organismo? E se diminuirmos a oxiemoglobina?
R.:
1) Porque o teor de O2(g) presente no ar é menor, deslocando o equilíbrio
para o sentido da reação inversa, produzindo mis Hm.
2) Aumentando o O2(g) o deslocamento ocorrerá no sentido da reação direta,
e a diminuição da oxiemoglobina provocará o deslocamento no sentido da reação
direta.

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Óculos de sol que escurecem com a luz solar

Existe óculos que para proteger os olhos contra a luz solar, as lentes ficam
mais escuras quanto mais expostas à luz solar. O inverso também acontece à
medida que o ambiente fica mais escuro, as lentes clareiam. Essas lentes funcionam
conforme a equação abaixo:

AgCl(s) + Luz ⇋ 2Ag0(s) + Cl2(g)

Um desafio:
1) Quanto maior a luminosidade o deslocamento de equilíbrio ocorrerá no
sentido da reação direta ou inversa?
2) Por que a baixa luminosidade favorece o clareamento das lentes?
R.:
1) direta
2) porque o equilíbrio se deslocará para a formação do cloreto de prata
(AgCl).

A patinação no gelo
Quando esquecemos uma garrafa água no estado líquido no congelador
podemos constatar que a água ao se solidificar, aumenta de volume
significativamente, podendo quebrar o recipiente da garrafa. A água, ao contrário da
maioria das substâncias, no estado sólido tem um volume maior que no estado
líquido.

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H2O (s) ⇋ H2O (l)

O aumento de pressão altera o equilíbrio fusão-solidificação da água, pois,


ao pressionarmos a água no estado sólido, o sistema em equilíbrio responde para a
situação que ocupa um menor volume, aumentando a quantidade de água no estado
líquido.
A pressão feita pelo patinador favorece, portanto, a fusão da água. Em
consequência desse deslocamento de equilíbrio, uma fina película de água, “ajuda”
o patinador a deslizar.
A pressão atmosférica mais a pressão exercida pelo patinafor favorece a
passagem de sólido para líquido (redução de volume).

Um desafio:
1) Por que um bloco de gelo pressionado tende a se fundir?
2) De acordo com o Princípio de Le Châtelier, quanto menor a pressão o
deslocamento de equilíbrio ocorrerá na direção da reação direta ou inversa?

Resposta:
1) Porque o aumento da pressão favorece o deslocamento de equilíbrio no
sentido de menor volume, ou seja, para a água no estado líquido.
2) Inversa.

Você poderá encontrar inúmeros outros exemplos interessantes de


deslocamento de equilíbrio. Com esta aula concluímos deslocamento de equilíbrio,
e também a nossa disciplina. Espero que você tenha gostado do conteúdo,
aprendido bastante e saiba utilizar este conteúdo fazendo sempre um link com o

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nosso cotidiano. A química é muito interessante, pois nos proporciona conhecer o


mundo que nos rodeia.

REFERÊNCIAS

BROWN, et al. Química: a ciência central. 13ª. Ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2016. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/182726/pdf/721. =. Acesso em:
03 abr. 2023.

CHANG, Raymond; GOLDSBY, Kenneth A. Química. Porto Alegre: Grupo A, 2013.


E-book. ISBN 9788580552560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580552560/. Acesso em: 30
mar. 2023.

TRO, Nivaldo J. Química - Uma Abordagem Molecular - Vol. 2, 3ª edição. Rio de


Janeiro: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788521633402. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521633402/. Acesso em: 03
abr. 2023.

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