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Validação de

Metodologias Analíticas

Ricardo Pedro

Centro Paula Souza – FATEC Diadema


1
Validação
Conteúdo Programático:
Aula 1
 Validação: O que é, por que, para que?
 Tipos de validação
 O que deve ser validado
 Ações pré-validação
 Etapas da Validação
 Ferramentas estatísticas aplicáveis
 Integração da Validação aos Sistemas de Qualidade
 Legislação e normas e guias de validação
 Parâmetros de validação: seletividade, especificidade, linearidade

Aula 2
 Parâmetros de validação: precisão, exatidão, limite de quantificação,
limite de detecção, robustez
 Análise de dados reais de uma validação - Exemplos práticos
 Documentação
Validação

• Ato documentado que


atesta que qualquer
procedimento, processo,
equipamento, material,
operação ou sistema
realmente conduza aos
resultados esperados
(RDC 17).
Validar por que?
 A comercialização de medicamentos falsificados também motivou
a criação dos genéricos e de toda a sua legislação especifica, que
busca garantir a eficácia, a segurança e a qualidade destes
produtos através de estudos de equivalência farmacêutica,
bioequivalência e biodisponibilidade, realizados por instituições
credenciadas e com metodologias analíticas validadas

 Para que a ANVISA cumpra sua atribuição de proteção da saúde


da população através da avaliação da qualidade dos
medicamentos disponíveis no mercado é necessário, entre outras
providências, a atualização constante e validação das
metodologias de análise dos medicamentos.
Validar para que?

 Garantir integridade, segurança e confiabilidade dos


produtos
 Identificação e quantificação de fontes potenciais de erros
 Determinação se o método é adequado para o uso
pretendido
 Estabelecimento de provas para usar o método para
tomadas de decisão
 Satisfazer os requisitos das agências reguladoras (ANVISA,
FDA)
Validar para que?

Serve para responder perguntas rotineiras...

• Meu método pode ser usado para controle de meu


processo?
• Posso substituir o método A pelo método B?
• Os resultados obtidos pelos vários colaboradores,
diferentes laboratórios e diferentes turnos são
compativeis?
• Qual a diferença aceitável entre replicatas?
O que não é validação de
método?
 Calibração
Estabelecimento, sob condições especificadas, de relação entre os valores e as
incertezas de medição fornecidos por padrões e as indicações
correspondentes com as incertezas associadas; para estabelecer uma
relação visando a obtenção de um resultado de medição a partir de uma
indicação.

 Adequação do sistema analítico ou System


Suitability
Testes para verificar o funcionamento apropriado do sistema de operação, i. e.,
parte eletrônica, equipamento e operações analíticas.
Ciclo de vida do método
Validação

Desenvolvimento Otimização
Que ensaios devem ser
validados?

 Químicos
 Físicos
 Físico-químicos
 Bioanalíticos
 Bioensaios
Antes da Validação
providenciar:
Qualificação e manutenção
instrumental

 Qualificação de Instalação (QI)


 Qualificação Operacional (QO)
 Qualificação de Desempenho (QP)
 Manutenção
Etapas da Validação
 Definir a aplicação, propósito e escopo do
método
 Analitos? Concentração? Matrizes? Padrões?
 Escolher / Desenvolver o método analítico
 Qualificar o instrumental
 Desenvolver um protocolo de validação
 Qualificar / treinar operadores
 Qualificação dos materiais
 Ajuste dos parâmetros do método
 Validação completa
 Documentar
Fluxograma do Desenvolvimento de Método Analítico
Dixon
Dixon
E 1488-96 ISO 5725 Cochran
Cochran
Testes
Testes
Validação:
Validação:
Estado da Arte Preliminares
Necessidade Estado da Arte Preliminares
Necessidade Precisão,
X Precisão,
X X Robustez Resultados
de X Robustez Resultados
de Exatidão,
Aplicação Exatidão,
Aplicação Descrição E 1169 Aceitos
Descrição E 1169 Aceitos
Novo
NovoMétodo
Método Limite
Limite
do método
do método
Técnicas
Técnicas
Aplicáveis de
Aplicáveis de
Reportar
amostragem Reportar
amostragem
Resultados
Resultados
Comparar ILS
Comparar ILS
novas Proficiência
novas Proficiência
Metodologias ( E 1601 )
Metodologias ( E 1601 )
Correlação Pesquisar Comparação
Correlação Pesquisar Comparação
Registrar e Requer
Registrar e Requer
Entre situações/ Causas de com
Entre situações/ Causas de com
Evoluir Monitoramento Otimização
Evoluir Monitoramento Otimização
Matriz Variação Especificação
Matriz Variação Especificação
Cartas de

Conell controle
Integração da Validação aos
Sistemas de Qualidade
Integração da Validação aos
Sistemas de Qualidade
Integração da Validação aos
Sistemas de Qualidade
Integração da Validação aos
Sistemas de Qualidade
Integração da Validação aos
Sistemas de Qualidade
O que fazer para implantar?
 Elaborar
procedimentos

 Elaborar instruções de
trabalho e registros

 Implantar na prática
 Responsabilidades, políticas e
objetivos
 Definir os registros da qualidade
 Estabelecer os equipamentos críticos
para a qualidade
 Estabelecer os materiais críticos e
fornecedores para a qualidade
Tipos de Validação
 Validação de processo
 Validação de processos de limpeza e
sanitização
 Validação sistemas informatizados,
programas (softwares)
 Validação de procedimentos diversos
 Validação de formulações
 Validação de treinamentos
 Validação de metodologia analítica
 Parâmetros analíticos: seletividade, especificidade,
linearidade, precisão, LQ, LD, exatidão, robustez
Requisitos para escolha de
um método analítico
 Os métodos de análise devem ser controlados de forma que
somente versões atualizadas sejam usadas

 Os métodos de análise devem ser rastreáveis a um Método


referenciado, nacional ou internacionalmente

 Os métodos devem ser atualizados

 Quando desenvolvidos localmente ou modificações do original


devem ser estatisticamente comprovados os resultados obtidos

 Deve haver uma rotina específica para atualização e utilização de


métodos de análise
0829-09/96
Requisitos para escolha de
um método analítico
 Objetivo / aplicação

 Especificação / limites desejados

 Levantamento do estado da arte

 Existência de padrões e materiais de referência

 Custo / beneficio

 Testar especificidade, linearidade, faixa, exatidão e


precisão (parâmetros da Validação)

 Meio Ambiente
Requisitos para escolha de
um método analítico
PONTOS IMPORTANTES

 Amostragem - planejar antes de coletar – conhecer o local e


as comunidades (questão ambiental, tamanho da amostra,
forma e padronização de amostragem, sazonalidade)
 Informações gerais – existência e atendimento à legislação e
padrões de referência (a técnica analítica empregada é
responsável pelo limite de padrão estabelecido e vice-versa)
 Valers-se do uso de metodologias já normatizadas e sempre
validadas (caso contrário validá-las; por exemplo, Standard
methods for the examination of water and waste materials)
 Metodologias adaptadas devem ser validadas
Requisitos para escolha de
um método analítico
Os métodos de análise devem ser rastreáveis a um
método referenciado, nacional ou internacionalmente.

ASTM –

OSHA –

EPA
Legislação e normas sobre
validação

Existem razões legais, técnicas e comerciais


que justificam a implantação da validação de
métodos analíticos. A norma de âmbito
internacional que trata sobre este assunto é
a ISO 5725.
Atualmente para mostrar competência
técnica os laboratórios que executam as
análises devem submeter-se a um
credenciamento ou acreditação de um órgão
vigente de âmbito nacional ou internacional.
Legislação e normas sobre
validação
Critérios de validação pelos
órgãos de acreditação

Fonte:
Critérios de validação pelos
órgãos internacionais
Órgãos como ICH, IUPAC, ISO, ANVISA, INMETRO e outros exigem
o item validação de métodos analíticos – requisito fundamental no
credenciamento para qualidade assegurada e demonstração de
competência técnica.
Observa-se que não há um procedimento normatizado que
estabeleça como executar a validação.
As diferentes terminologias e até algumas características de
desempenho do método têm, em sua maior parte, o mesmo
significado, porém descrito de uma maneira distinta.
O INMETRO disponibiliza um documento orientativo, o Guia DOQ
CGRE 08-04 Validação.
Legislações e guias de referência
Conceitos básicos de
validação
 A validação de métodos assegura a credibilidade destes
durante o uso rotineiro, sendo algumas vezes
mencionado como o “processo que fornece uma
evidencia documentada de que o método realiza aquilo
para o qual foi indicado a fazer (USP).

 Avaliação sistemática de um procedimento analítico para


demonstrar que está sob as condições nas quais deve
ser aplicado. (WHO).
Conceitos básicos de
validação
 Os parâmetros analíticos normalmente encontrados para
validação de métodos são:
 Seletividade
 Linearidade
 Faixa de aplicação
 Precisão
 Exatidão
 Limite de detecção
 Limite de quantificação
 Robustez
 Estes termos são conhecidos como parâmetros de
desempenho analítico, características de desempenho e,
algumas vezes como figuras analíticas de mérito.
Lembre-se ... Antes de validar

 Equipamentos e materiais: calibrados e em perfeito


funcionamento operacional (manutenção)
 Analistas: qualificados e treinados
 Utilizar substâncias químicas de referências
oficiais  espécie com estabilidade (que não variará
duas características aos longo do estudo) e natureza
confiáveis, para análises quantitativas e qualitativas;
permite comparação entre as espécies analisadas,
além de ser parâmetro de exatidão.
Vamos à validação!
Métodos Analíticos:
Físicos, químicos, físico-
químicos, biológicos Atributos
Especificidade
Procedimento: Refere- Linearidade
A forma de realizar uma Exatidão
análise. Precisão
Limite de detecção
Descrição detalhada dos Limite de quantificação
passos necessários para Reprodutibilidade
desempenhar cada teste Robustez
analítico.
Exemplo de como expressar
a Validação

Baghel U.S. et al Journal of Chemical and Pharmaceutical Research, 2009, 1(1): 271-275
Importância da Estatística

“Chamar o especialista em estatística depois que o experimento foi


feito pode ser o mesmo que pedir a ele para fazer um exame
post-mortem. Talvez ele consiga dizer de que foi que o
experimento morreu”.
R. A. Fisher
Seletividade
 Capacidade do método diferenciar o analito entre as várias
substâncias presentes na amostra.
 A seletividade garante que o pico de resposta seja
exclusivamente do composto de interesse;
 Se a seletividade não for assegurada, a linearidade, a exatidão
e a precisão estarão seriamente comprometidos.
 Não confundir com especificidade que tem sido usada como
sinônimo.
 Especifico – método que produz resposta para um único
analito de interesse.
 Seletivo – método que responde a vários compostos com uma
característica em comum
Linearidade
Capacidade do método em demonstrar que os
resultados são proporcionais à concentração do
analito.

Determinada por:
Análise de 5 concentrações
diferentes do padrão e
construção da curva
analítica
Concentração
 Equação da reta
Sinal
analítico
Intervalo ou faixa linear

160
• É faixa entre os limites 140
P

de quantificação 120

superior e inferior. 100


Faixa
80 Linear

EmV
60 Q

• É derivado do estudo
R
40 S

de linearidade e 20
L.D. L.N.

depende da aplicação
0
6 5 4 3 2 1 0

pretendida do método - log aA, [A]

Porção não
linear do gráfico
Linearidade e faixa de aplicação
 Pela curva analítica além dos coeficientes de regressão
a e b, é possível calcular o coeficiente de correlação r.
 Um coeficiente de correlação maior que 0,999 é
considerado como evidência de um ajuste ideal dos
dados para a linha de regressão.
 A ANVISA recomenda um coeficiente de correlação >= a
0,99 e o INMETRO um valor acima de 0,90.
Linearidade e faixa de aplicação
Linearidade

Seleção dos pontos Curva de calibração por


diluição da solução mãe:

Diluições

Concentrações finais

Métodos:
Análise Espectrofotometria
Cromatografia
Linearidade

Curva de Calibração - Furosemida


Equação da Reta:
0,700

0,600
y= ax + b
0,500

0,400
Abs

0,300
Regressão linear
0,200
y = 0,0619x + 0,0068
0,100 R2 = 0,9993

0,000
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 Coeficiente de
C ug/mL correlação linear
Aula 2

Precisão, exatidão...
Precisão

Porque estudar a precisão?


Conhecer seu processo significa ...
....conhecer sua variação

 Qualquer PROCESSO, instrumento, aparelho ou padrão


por mais perfeito que pareça ser, estará sempre sujeito a
variações.
 Se fizermos uma série de repetições os resultados das
medições nem sempre são iguais em todos os casos.
Portanto, estima-se uma INCERTEZA para todo e
qualquer instrumento/equipamento de medição.
Precisão

As medidas não confiáveis podem induzir a conclusões errôneas

PRECISÃO = REPETITIVIDADE E REPRODUTIVIDADE


( REPÊ E REPRÔ e não “DEPRÊ” E “DEPRÔ” ) 45
Precisão
Tem que existir um objetivo claro para a realização de estudos de precisão

Se considerarmos por um lado o processo produtivo e por outro o processo


constituído pelo Sistema de Medição ...
A “coisa” que
Entrada
vai ser medida

Operações/
métodos
Materiais e Amostras Entrada de
dados
Softwares
Pessoal Instalações
Sistema de Coleta da “coisa”
Medição Calibração
Aparelho
Procedimentos
de set-up
Cálculos manuais

Saída Resultado
46
Fornecedores Entradas Processo produtivo Saídas Clientes
Precisão x Exatidão

Precisão
Grau de concordância entre repetidas medidas da
mesma propriedade.
Orienta quanto à probabilidade da dispersão em
laboratórios usuários do método estudado.

Exatidão
Grau de concordância entre o valor médio obtido de
uma série de resultados de testes e um valor de
referência aceito.
Precisão x Exatidão

Preciso
Preciso ee não
não Exato
Exato Exato
Exato ee não
não Preciso
Preciso

Não
Não Preciso
Preciso ee não
não Exato
Exato Preciso
Preciso ee Exato
Exato
Como expressar a precisão

Repetibilidade (r)
Diferença máxima permitida entre medidas obtidas
no mesmo dia

Reprodutibilidade (R)
Diferença máxima permitida entre medidas obtidas
em dias diferentes
Precisão

Ferramentas para obtenção (ISO 5725):


 ANOVA: Repetibilidade; Reprodutibilidade
 Cartas de Controle
Precisão
ANOVA
Separa e estima diferentes causas de variação
Ex: dias, laboratórios, métodos, analistas, turnos
Tabela ANOVA

Fonte de Soma Grau Média


Variação Quadrática Liberdade Quadrática
Entre níveis S1 = (i) – (iii) p–1 M1 = S1 / (p-1)
Dentro nível S0 = (ii) – (i) n–p M0 = S0 / (N-p)
Total S1 + S0 = (ii) – (iii) n-1
Cálculo da Repetibilidade (r)
e Reprodutibilidade (R)

t ,0,025 . 2 .S E t . 2.SR


r=
R=  ;.0,025

Onde :  2 = 2 repetições por ocasião


t ( ; 0,025) = variável t de Student para 95 % de
confiança em  = n-1 graus de liberdade

Laboratório 1 Laboratório 2

repetibilidade 0,31 0,06

Reprodutibilidade 0,96 0,18

Incerteza na média 6,75  0,22 6,73  0,04

Precisão determinada com 7 graus de liberdade obtidos


com 2 repetições em 4 dias diferentes e 4 analistas
Expressão do resuldado
Cálculo da Incerteza na média Onde :

Ux = Incerteza na média
ST ST = Desvio Padrão total
U x  t n 1;0,025 .
n n = número total de determinações
t (n-1;0,025) = Variável de t de Student

Expressão do Resultado Final


Onde :
n
Resultado = X Ux
 xi
X  i 1
n
Comparação entre as médias
Método t gráfico : comparação entre médias obtidas entre diferentes
métodos, laboratórios, analistas etc,

Determinar o intervalo = { LI ; LS } através das fórmulas abaixo :

LI  X  U x LS  X  U x

 Compatíveis: se uma das médias


se posicionar dentro do intervalo
da outra e vice-versa.
Lia Xa LSa
 Não compatíveis: se uma das
Lib Xb LSb médias não se posicionar dentro
do intervalo da outra.
Comparação entre as médias

AS MÉDIAS OBTIDAS PELOS LABORATÓRIOS SÃO COMPATÍVEIS


Comparação Entre as Variâncias

MQTa
F Iguais quanto a precisão : Se F  Ftab
MQTb Diferentes quanto a precisão : Se F > Ftab

A comparação pelo teste F só pode ser realizada para


2 ocasiões.
Precisão Intermediária
Indica o efeito das variações dentro do laboratório devido
a eventos como diferentes dias ou diferentes analistas ou
diferentes equipamentos ou uma combinação destes
fatores.
A precisão intermediária é reconhecida como a mais
representativa da variabilidade dos resultados em um
único laboratório e, como tal, mais aconselhável de ser
adotada. O objetivo da validação da precisão
intermediaria é verificar que no mesmo laboratório o
método fornecerá os mesmo resultados.
Exatidão

Representa o grau de concordância entre os


resultados individuais encontrados em um
determinado ensaio e um valor de referencia aceito
como verdadeiro.
Os processos mais utilizados para avaliar a
exatidão de um método dão: materiais de
referência;comparação de métodos, ensaios de
recuperação; adição padrão.
Exatidão

Materiais de referência certificados (CRM)


Os CRM são materiais de referência acompanhados de um
certificado que possui o valor de concentração de uma dada
substância, ou outra grandeza para cada parâmetro e uma
incerteza associada.
Os materiais de referencia certificados são fornecidos por
organismos reconhecidos e confiáveis, como NIST
( National Institute of Standards and Technology”-USA) LGC
( Laboratory of the Government Chemist - ,USP, FAPAS
(Food Analysis Performance Assessment Scheme “-UK) etc.
Os valores obtidos pelo laboratório ( a média e a estimativa
do desvio padrão de uma série de replicatas) da mesma
amostra padrão devem ser comparados com os valores
certificados do material de referência para verificar a
exatidão do método.
Exatidão

Comparação de métodos

Consiste na comparação entre resultados obtidos


empregando-se o método em desenvolvimento e os resultados
conseguidos através de um método referência, avaliando o
grau de proximidade entre os resultados obtidos pelos dois
métodos, ou seja, o grau de exatidão do método testado em
relação ao de referência. Esta abordagem assume que a
incerteza do método de referência é conhecida.
As análises são efetuadas em replicata, utilizando os dois
métodos em separado ( o método em desenvolvimento e o
método de refer6encia), sobre as mesmas amostras, em uma
faixa de concentrações em que se pretende validar o método.
Exatidão

Ensaios de recuperação
A recuperação( ou fator de recuperação), R , é definida como a
proporção da quantidade da substância de interesse, presente ou
adicionada na porção analitica do material teste, que é extraída e
passível de ser quantificada.
A informação de recuperação pode ser estimada de CRM( em que a
quantidade de substancia é previamente conhecida), quando
disponíveis, ou de um composto substituto ( “surrogate”)
O substituto é definido como um composto ou elemento puro
adicionado ao material teste, no qual o comportamento químico e
físico é representativo da substancia de interesse na forma nativa.
Diz-se que o composto é um substituto porque este é transferido
para a amostra e pode não estar efetivamente no mesmo equilíbrio
que se encontra a substancia na forma nativa, então determina-se a
recuperação do substituto. Fazendo uma correção de recuperação
para a substância de interesse.
Exatidão

A limitação do procedimento de recuperação é a de que a


substancia adicionada não está necessariamente na mesma
forma que a presente na amostra. Isto pode implicar, por
exemplo, na presença de substancias adicionadas em uma
forma que proporcione melhor detecção,ocasionado avaliações
excessivamente otimistas da recuperação.
Pelo fato de outros componentes da matriz poderem interferir
na separação, detecção ou na quantificação da substancia.
Efeitos dos componentes da matriz sevem ser investigados.
É importante considerar como a eficiência do método varia em
função da concentração da substancia. Na maioria dos casos, a
dispersão dos resultados aumenta com a diminuição da
concentração e a recuperação pode diferir substancialmente a
altas e baixas concentrações.
Exatidão

A Recuperação:

• deve ser avaliada na faixa esperada para o composto


em pelo menos 3 diferentes concentrações.ex próximo
ao limite de quantificação, próximo a concentração
máxima permitida e próxima a media da faixa de uso.
•Para níveis de traços recomenda-se adições de 1, 2 e
10 vezes o limite de quantificação.
•Para concentrações maiores os níveis de adição
podem ser 50,75m 125 e 150% do nível esperado para
a substância.
O método de adição padrão

 Consiste na adição de quantidades conhecidas da substância de interesse


que está sendo analisada a quantidades conhecidas da amostra, antes do

seu preparo.É usado quando for difícil ou impossível obter um branco da


matriz sem o composto de interesse. Exemplo mamão sem Beta caroteno.

 Vantagens:
 Corrige efeito de matriz e mudanças de resposta do instrumento.
 Especialmente importante quando:
• a amostra é muito complexa
• interações com a matriz são significativas;
• houver dificuldade de encontrar um padrão interno adequado ou uma
matriz isenta da substância de interesse.

 Desvantagens:
 O método é trabalhoso;
 Utiliza maior quantidade de amostras;
 Desvantagem estatística: por ser um método de extrapolação, tem menor
precisão que as técnicas de interpolação.
Limite de detecção (LD)

O limite de detecção (LD) representa a menor concentração da


substância em exame que pode ser detectada, mas não
necessariamente quantificada, utilizando um determinado
procedimento experimental.
O LD pode ser calculado de três maneiras diferentes: método visual,
método relação sinal- ruído, método baseado em parâmetro da curva
analítica.
Método visual
É utilizado para determinar o limite de detecção utilizando a matriz com
adição de concentrações conhecidas da substancia de interesse, de
tal modo que se possa distinguir entre ruído e sinal analítico pela
visualização da menor concentração visível( detectável) .
Este procedimento também pode ser feito através do instrumento
utilizando parâmetros de detecção no método de integração.
Limite de detecção:

Método da relação sinal-ruído

Este método pode ser aplicado somente em procedimentos


analíticos que mostram o ruído da linha de base.
Para determinar a relação sinal-ruído, é feita a comparação entre a
medição dos sinais de amostras em baixas concentrações
conhecidas do composto de interesse na matriz, e um branco
destas amostras.
Assim é estabelecida uma concentração mínima na qual a
substancia pode ser facilmente detectada.
A relação sinal-ruído pode ser de 3:1 ou 2:1 , proporções
geralmente aceitas como estimativas do limite de detecção.
Método baseado em parâmetros da curva analítica

O limite de detecção (LD) pode ser expresso:


LD= 3,3 X s/S
Onde s é a estimativa do desvio padrão da resposta, que pode ser a
estimativa do desvio padrão do branco, da equação da linha de
regressão ou do coeficiente linear da equação e S é a inclinação
(slope) ou coeficiente angular da curva analítica.
Para calcular estes dados,uma curva analítica deverá ser feita
usando a matriz contendo o composto de interesse na faixa de
concentração próxima ao limite de detecção

Softwares como Microsoft Excel ou Microcal Origin calculam os


parâmetros da curva e a estimativa do desvio padrão relativo destes
parâmetros.
Limite de detecção
Menor concentração que pode ser detectada

LD = DPa x 3
b
• DPa: desvio padrão do intercepto com o eixo do Y
de 3 curvas de construídas com concentrações do
fármaco próximas ao limite de quantificação; b é a
inclinação da curva ou coeficiente angular.
• equação da reta: Y=bx + a
SENSIBILIDADE E LIMITE DE DETECÇÃO
SENSIBILIDADE E LIMITE DE DETECÇÃO

Onde:
VP= verdadeiro positivo
VN = verdadeiro negativo
FN = Falso negativo
FP = Falso positivo
SENSIBILIDADE E VALOR PREDITIVO
Limite de Quantificação (LQ)

O limite de quantificação (LQ) representa a menor concentração da


substância em exame que pode ser medida, utilizando um
determinado procedimento experimental.
O LQ, assim como o LD , é expresso como uma concentração, sendo
que a precisão e exatidão das determinações também devem ser
registradas.
Quando decresce o nível de concentração do LQ, a medida torna-se
menos precisa.
Os mesmos critérios de LD podem ser adotados para o LQ,
utilizando a relação 10:1, ou seja, o LQ pode ser calculado utilizando
o método visual, a relação sinal-ruído ou a relação entre a estimativa
do desvio padrão da resposta(s) que pode ser a estimativa do desvio
padrão do branco, da equação da linha de regressão ou do
coeficiente linear da equação ) e a inclinação da curva analítica (S)
em níveis próximos ao LQ, a partir da equação:
LQ= 10x s/S
Limite de quantificação:

O método mais utilizado é o da relação sinal-ruído para


técnicas analíticas em geral, porem em técnicas
analíticas de separação, como as cromatográficas e
eletroforéticas, a medição do ruído é as vezes subjetiva
( já que a curva analítica é construída com a área e não
somente o sinal do detector).
O melhor caminho é utilizar o método baseado nos
parâmetros da curva analítica , que é estatisticamente
mais confiável,
A curva analítica deve conter a concentração
correspondente ao LQ.
Limite de quantificação
Menor concentração que pode ser quantificada.

LQ = DPa x 10
b

• DPa: desvio padrão do intercepto com o eixo do Y


de 3 curvas de construídas com concentrações do
fármaco próximas ao limite de quantificação; b é a
inclinação da curva.
ENSAIO DE SUPRESSÃO
Avalia a resposta do espectrômetro de massas
Determina se a presença de interferentes na amostra alteram a área cromatográfica dos
compostos de interesse
Se não houver efeito supressivo a diferença de área observada entre a amostra fortificada com
o padrão e a amostra original ( sem adição de padrão) deve ser igual a área obtida pelo padrão
de mesma concentração.

Sendo assim a porcentagem de supressão é calculada pela equação :

Fator de supressão (%) = ( 1- [( Af- Am)/ At]) x 100

Onde:
Af = Área do composto de interesse na amostra após todo o processo de extração e eluição (no
vial)
Am =Área da amostra sem a fortificação (branco)
At = área teorica em relação a quantidade de padrão adicionado a amostra. Calculado pela curva
de calibração.
Recomendações para validação de métodos bioanaliticos:

O valor médio deve estar dentro de 15% do valor teórico exceto para o LLOQ que não deve
desviar mais que 20 %. A precisão do valor médio não deve exceder 15% do CV exceto para o
LLOQ que não deve exceder 20% do CV

A estabilidade do analito na matriz biológica deve ser demonstrada para as temperaturas de


armazenamento. A influencia de congelamento e descongelamento ( mínimo de 3 ciclos em 2
concentrações em triplicata) deve ser estudada.

A exatidão e precisão com conc. conhecidas de analito devem ser demonstradas . Um mínimo de
3 concentrações representando toda a faixa da curva de padrão deve ser estudada com triplicatas no
nível inferior , médio e superior.
PARAMETROS ESSENCIAIS PARA VALIDAÇÃO
DE MÉTODOS BIOANALITICOS
Robustez

• Medida da capacidade de um método em resistir


a pequenas variações dos parâmetros analíticos.
• Indica sua confiança durante o uso normal.
• Durante o desenvolvimento da metodologia,
deve-se considerar a avaliação da robustez.

Constatando-se a susceptibilidade do método à


variações nas condições analíticas, estas
deverão ser controladas e precauções devem
ser incluídas no procedimento.
Fatores que devem ser considerados na
determinação da robustez do método.
· Estabilidade das soluções analíticas
Preparo das
Amostras · Tempo de extração

· Variação do pH da solução
Espectrofotometria · Temperatura
· Diferentes fabricantes de solventes
· Variação do pH da fase móvel
· Variação na composição da fase móvel
Cromatografia
· Diferentes lotes ou fabricantes de colunas
Líquida
· Temperatura
· Fluxo da fase móvel
· Diferentes lotes ou fabricantes de colunas
Cromatografia
· Temperatura
Gasosa
· Velocidade do gás de arraste
Categorias de ensaios
Categoria Finalidade do teste
Testes quantitativos para a determinação do
I princípio ativo em produtos farmacêuticos ou
matérias-primas
Testes quantitativos ou ensaio limite para a
determinação de impurezas e produtos de
II
degradação em produtos farmacêuticos e matérias-
primas
Testes de performance (por exemplo: dissolução,
III
liberação do ativo)
IV Testes de identificação
USP 31
Table 2: Data elements required for validation –USP31
Category II
Analytical
Performance Category
Characteristics Category I Quantitative Category III IV
Limit test
Accuracy Yes Yes No

* *

Precision Yes Yes Yes No


No

Specificity Yes Yes Yes * Yes

Detection Limit Yes


No No * No

Quantitation Limit No Yes * No


No

Linearity Yes Yes No * No

Range Yes Yes * * No

* May be required, depending on the nature of the specific test.


EXEMPLOS PRÁTICOS:

- Divergência de resultados frente a uma


determinada especificação-
-Avaliação de interferentes em analise de
tensoativos e leitura do FPS em tecidos .
-Avaliação da conformidade do método em relação
a faixa de especificação.
Crosschecking entre
Equipamentos
Acetato de Isopentila - Densidade

Objetivo
Avaliar medidas geradas em diferentes equipamentos
aplicáveis à determinação da densidade, identificando o
mais adequado para execução.

Picnômetro
Densímetro
Densitômetro digital
Acetato de Isopentila - Densidade
Resultados Comparativos - Diferentes Equipamentos
Equipamento Média Incerteza da Rep Repr
Média
1- Picnômetro 0,872 0,003 0,001 0,004
2- Densímetro 0,871 0,001 0,001 0,001
3- Densitômetro 0,8740 0,0003 0,0005 0,0006
digital

Especificação 0,873 - 0,877


Equipamentos

Comparação
Gráfica dos
Intervalos de
Confiança Intervalo dos
das Médias resultados
obtidos

Densidade
Comparação entre Equipamentos
Acetato de Isopentila - Densidade

Picnômetro apresentou menor precisão, apesar de


no geral se observar desvio pequeno.

Densitômetro digital é o mais indicado para o


atendimento à especificação.
Situações onde ANOVA pode ser Aplicada

Comparação de metodologia /equipamentos.


Realização de acordo de especificações.
Identificação das Necessidades de
treinamento de técnicos.
Avaliação de novos métodos.
Validação de métodos.
Avaliação de Precisão.

1618 - 09/97
Robustez

 (ASTM 04853)

 Definição: Confiabilidade do método em


relação aos parâmetros de interferência.

 Exemplo: avaliação de interferentes na


análise de ativos em anfóteros.
Robustez
 Objetivo: Verificar contribuição e prováveis interferentes na determinação

de teor de ativos em betaínas.

 Técnica: Planejamento experimental em dois níveis para 4 fatores.

Tabela de Interferência em níveis testados


Fatores Niveis
  Menor % Maior %
Acido Graxo 0,06 0,6
Monocloroacetato de 0,0057 0,05
Sódio
Glicolato 0,53 1,00
amidoamina 0,12 0,6
Robustez
Tabela de respostas ativos em betaínas

Experimento Ac. Graxo MCA Glicolato Amidoamina %Ativo


1 1 1 1 1 37.8
2 1 1 1 -1 34.58
3 1 1 -1 1 35.44
4 1 1 -1 -1 34.87
5 1 -1 1 1 34.71
6 1 -1 1 -1 34.17
7 1 -1 -1 1 34.89
8 1 -1 -1 -1 34.51
9 -1 1 1 1 35.42
10 -1 1 1 -1 34.62
11 -1 1 -1 1 35.63
12 -1 1 -1 -1 35.16
13 -1 -1 1 1 34.84
14 -1 -1 1 -1 34.3
15 -1 -1 -1 1 35.45
16 -1 -1 -1 -1 34.91
Robustez
Tabela Efeito dos Componentes
Fator Efeito/Média% Erro Padrão Efeito/Erro
Padrão
Media 35,08 0.154 -
Acido graxo (1) 0,080 0.308 0,26
MCA(2) 0,718 0.308 2,33
Glicolato(3) -0,05 0.308 0,17
Amidoamina(4) 0,882 0.308 2,84
1e2 0,385 0.308 1,25
1e3 0,440 0.308 1,43
1e4 0,295 0.308 0,96
2e3 0,382 0.308 1,24
2e4 0,382 0.308 1,24
3e4 0,392 0.308 1,24

Modelo Matemático:
Matemático 35.08 + 0.04 AG + 0.36 MCA – 0.034 GLI + 0.44 Amidoamina + 0.19 AGMCA + 0.22AG GLI +

0.15 Agamidoamina + 0.19 MCA GLI + 0.19 MCAamidoamina + 0.19 GLIamidoamina


Robustez
Superfície de Resposta: Ácido Graxo/Amidoamina
Fitted Surface; Variable: ATIVOS%
2**(4-0) design; MS Residual=16,96917
DV: ATIVOS%

31,728
32,31
32,893
33,475
34,057
34,639
35,221
35,803
36,386
36,968
above
Exatidão
Ferramentas para obtenção:

 Programas interlaboratoriais.

 Cartas de Controle de amostras referências.


Programas Interlaboratoriais
Aplicação
 Compatibilização de resultados.
 Avaliação de exatidão / tendências.
 Obtenção de Materiais de referência (exatidão)  = +/- t
* s/n.
 Reprodutibilidade R = 2 x 2 x S.

Avaliação estatística
 Método de Youden ( elipse de confiança).
 Método z score.
Programas Interlaboratoriais
Youden
Planejamento / organização / envio amostras;
recebimento resultados. Procedimentos documentados.

Avaliação estatística
 Detecção e tratamento de dados dispersos .
 Avaliação da normalidade de distribuição
(Kolmogorov test).
 Método de Youden (elipse de confiança).
Programas Interlaboratoriais
Youden
Comparação da tendência entre ocasiões, ex. 2 métodos
Avaliação
Avaliação Gráfica
Gráfica
Programas Interlaboratoriais
Youden
 Comparação da tendência entre ocasiões, ex. 2 métodos,
visualização da exatidão de cada participante
Interpretação Estatística
 Elipse deve incluir ~ 95% dos laboratórios.
 Pontos dentro da Elipse.
 Dispersão uniforme : satisfatório.
 Dispersão não uniforme : erros significativos.
 Pontos fora da Elipse.
 Próximo eixo maior : erros sistemáticos ( modificação
método; calibração equipamento).
 Afastados eixo maior: erros aleatórios (variabilidade no
lab).
Programas Interlaboratoriais
Z Score
Comparação da tendência com o desvio padrão.

Avaliação estatística

Z =(x -X)/
i i

onde:
Xi = resultado do lab i
X = valor médio da população ( estimativa do valor
verdadeiro)
 = desvio padrão da população
Programas Interlaboratoriais
Z Score Comparação da tendência com o desvio padrão
Avaliação Gráfica
Programas Interlaboratoriais
Z Score
Comparação da tendência com o desvio padrão

Interpretação estatística

Z < 1 BOM - ocorre 68% casos

1< Z < 2 Satisfatório - 27 % casos

2< Z < 3 Questionável - 5% casos

Z> 3 Insatisfatório - 0,3 % casos


Otimizações

Ferramentas:

 Planejamento de experimento
(Robustez)
 Espinha de Peixe.
Avaliação das Variáveis - Exemplo:
Diagrama de Causa e Efeito para Processo de Medida
Causa Efeito

Material Método Instrumento


Reagentes/Matéria-prima
Interferências Calibração
Pureza
Matriz
Vidraria Amostra
Aferição
Limpeza Homogeneidade Valor da
Medida
Capacitação Contaminação Ventilação
Iluminação
Pressão

Habilidade Umidade
Temperatura Manutenção

Analista/ Ambiente Equipamento


Operador
Monitoramento
Cartas de Controle

 Definição: acompanhamento estatístico


utilizando gráficos.

 Aplicação: monitoramento de metodologias,


equipamentos, processos.
Carta X R

LSCX= X + A2R
CÁLCULO DOS LIMITES DE
LICX = X - A2R
CONTROLE
LSCR = D4R
LICR = 0 (n = 6) Ref: IMAN -1995
CEP - Controle Estatístico de Processo

Visão Contínua

ANOVA
Precisão e Incerteza
Visão Pontual
Ref:Ponzetto 1996
Conclusão:
Interpretando um laudo de análise
O que devo questionar?
• Métodos oficiais e validados?
• Resultado com incerteza?
• Padrões rastreáveis?
• Procedimento de amostragem referenciado?
• Comparar com referências..
• Cuidado ao comparar diferentes
metodologias...
• Cuidado ao comparar resultados de períodos
diferentes...
DOCUMENTAÇÃO

• POP de Validação: Procedimento que descreve


procedimento

como a validação vai ser documentada validação

validação pop24
• Duas alternativas
relatorio de
– Um POP detalhado que cubra planejamento, validação

execução, relatorio, e aprovação dos estudos


para todo tipo de método; relatorio
validação allergisa
rel validaçãoFPS
ou
– Um procedimento geral como guia com
protocolos separados e detalhados para cada tipo
109
de método a ser validado
Protocolo de Validação

• Descrição de …
– Como um estudo de validação especifico será
realizado para um dado tipo de método
– Critérios de aceitação e como os resultados serão
avaliados

• É uma oportunidade para documentar as


necessidades do cliente e sua aceitação do
plano. 110
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO

Os critérios para a adequação da variabilidade depende da


porcentagem em relação a variabilidade do processo de
produção
REGRA GERAL
Variação menor que 10% - MÉTODO MUITO ADEQUADO
Variação entre 10 e 30% - MÉTODO ADEQUADO
Variação maior que 30% - MÉTODO REQUER MELHORIAS – CUSTO/BENEFICIO

A precisão determinada em cada concentração não deve exceder 15% do coeficiente de


variação (CV) exceto para o LLOQ que não deve exceder 20% do CV.

111
INDICADORES NO LABORATÓRIO
A tarefa crítica no monitoramento de processos é a seleção dos indicadores mais adequados a serem
monitorados.

IMPORTANTE: verificar o atendimento dos requisitos/necessidades dos clientes.

.
Pode-se resumir os requisitos dos clientes quanto a um determinado produto ou serviço através de três
diferentes dimensões: qualidade, prazo e preço.

Traduzindo essas dimensões para a visão de processos, dois aspectos são identificados para avaliar o
desempenho deste: eficácia (qualidade) e eficiência (prazo e custo).

Eficácia pode ser identificada pela capacidade do processo em gerar produtos ou serviços
dentro das especificações, isto é, que atenda às exigências dos clientes.
Eficiência está relacionada à adequada utilização de recursos pelos processos, visando
também o atendimento das exigências dos clientes.

Resumindo: exclusivamente falando do processo analítico, o que o cliente espera do


laboratório?
Provavelmente a resposta mais adequada seria: resultado laboratorial correto, entregue no menor
prazo possível e com adequado preço.
INDICADORES DE QUALIDADE ANALÍTICA

A qualidade analítica pode ser traduzida como a capacidade de fornecer resultados


laboratoriais compatíveis com O USO ou a necessidade.

Na prática laboratorial isso pode ser obtido pela liberação de resultados laboratoriais dentro de
padrões pré-estabelecidos de exatidão e precisão.

Exatidão pode ser entendida como a capacidade do método ou processo em obter, para
determinado analito, resultados idênticos ao real existente na amostra biológica em análise.

Precisão pode ser entendida como a capacidade do método ou processo em reproduzir


adequadamente resultados, para determinado analito, em determinações distintas com
dispersão apropriada
.
Como avaliar na prática essas características?
IMPRECISÃO ANALÍTICA

A precisão analítica é comumente avaliada via procedimentos denominados “Controle de


Qualidade”, ou como geralmente é reconhecido: “Controle de Qualidade Interno”.

Estes procedimentos incluem o processamento de amostras controle, na maioria das vezes com
valores conhecidos do analito em questão, em paralelo às amostras da rotina.

Os resultados dessas amostras são inseridos em gráficos de controle, onde são avaliados
frente a limites de aceitação pré-estabelecidos.

Analisadas de forma periódica, o processamento das amostras controle permite avaliar, em um


determinado período, a imprecisão do método utilizado para o analito em questão, isto é, a sua
reprodutibilidade.

Como monitorar a imprecisão dos métodos utilizados em nosso laboratório? Conforme foi citado
anteriormente, através de indicadores.

Resultados laboratoriais quantitativos apresentam comumente uma distribuição normal (curva de


gauss) e, por isso, pode-se adotar como medida de tendência central a média aritmética e como
medida de dispersão o desvio-padrão e o coeficiente de variação (CV).

As principais características estatísticas utilizadas na avaliação da imprecisão analítica e as fórmulas


mais utilizadas estão descritas na Figura 1.
IMPRECISÃO ANALÍTICA
IMPRECISÃO ANALÍTICA

O coeficiente de variação (CV) exibe, geralmente de forma percentual, a imprecisão do


método em determinações distintas.

Assim, uma boa prática de gerenciamento da fase analítica deve incluir avaliação
periódica dos CV dos ensaios laboratoriais realizados, o que pode ser padronizado
com um indicador relacionado a essa característica.

Passo a passo:
• Identificar o ensaio/analito a monitorar.
• Identificar a periodicidade de monitoração (Ex.: analitos realizados diariamente podem ter
ciclo de avaliação mensal; analitos processados com menor frequência podem ter ciclos
mais amplos).
• Calcular o CV para o período de monitoração definido, por nível de concentração do analito
(de acordo com a amostra controle utilizada). Deve-se ter atenção ao tamanho da amostra
utilizada para cálculo do CV, visto que um número pequeno de dados implica em maior erro
estatístico e, consequentemente, em inconsistência do indicador. Normalmente são
necessários ao menos 20 resultados de corridas analíticas distintas para o cálculo de CV do
ensaio.
IMPRECISÃO ANALÍTICA

• Inserir os valores de CV do analito em gráfico (tipo barras, por exemplo), no eixo “Y”,
plotando o período de coleta dos dados no eixo “X”.

• Sinalizar no gráfico o valor meta para CV do analito em questão, permitindo análise


crítica dos valores obtidos na rotina e identificação de necessidade de melhoria no
processo correspondente.

A Figura 2 apresenta um modelo de gráfico de barras para monitoração do indicador de


imprecisão de um laboratório que realiza TSH (tirotropina) diariamente, utiliza dois níveis
de controle interno e determinou um indicador de imprecisão mensal, cuja meta era não
ultrapassar um CV médio de 4,8%, baseada na variação biológica para performance ótima.

Os resultados apresentados neste exemplo demonstram que até maio o ensaio estava
dentro da meta proposta.
IMPRECISÃO ANALÍTICA
IMPRECISÃO ANALÍTICA
IMPRECISÃO ANALÍTICA
INEXATIDÃO ANALÍTICA

A inexatidão analítica, via de regra, é avaliada via procedimentos


denominados “Ensaios de Proficiência” ou alternativas similiares.
Programas de Ensaios de Proficiência (EP) avaliam o desempenho analítico do laboratório
em comparação com outros laboratórios, padrões de referência e/ou laboratórios de
referência4.
Essa sistemática serve como uma validação externa da qualidade dos resultados
laboratoriais, avaliando a exatidão desses resultados, beneficiando os clientes do
laboratório e a própria empresa.

Na prática, ensaios de proficiência envolvem o recebimento de materiais para análise de valores


desconhecidos, que devem ser processados pelo laboratório avaliado nas mesmas condições
aplicadas às amostras de pacientes. Os resultados obtidos para esses materiais controle são
enviados ao provedor do programa.

Cada laboratório é avaliado comparando-se seu resultado frente à média do seu grupo de
comparação.

De acordo com o desvio (diferença entre o resultado do laboratório e a média do grupo de


laboratórios comparados) apresentado pelo laboratório avaliado para esta amostra controle, o
resultado é classificado como aceitável ou não.
INEXATIDÃO ANALÍTICA
Um indicador de desempenho básico e que reflita o desempenho do laboratório é extremamente
simples de ser implementado.

Passo a passo:
• Identificar quais ensaios/analitos a monitorar (que estão sendo avaliados periodicamente por
programas EP ou por comparação alternativa com outros laboratórios).

• Identificar qual a visão gerencial que se deseja ter quanto a estes ensaios: agrupados por setor
técnico, por perfil de testes, por módulo do EP etc.

• Identificar a periodicidade de monitoração com atenção para a representatividade do indicador


frente à quantidade de análises envolvidas. Recomenda-se ter ao menos 20 resultados no período.

• Identificar o número de resultados aceitáveis e não aceitáveis nas avaliações por grupamento e
periodicidade definida.

• Inserir percentual de resultados aceitáveis (frente ao total avaliado) em gráfico (tipo barras, por
exemplo), colocando no eixo “Y” o percentual de adequação e plotando o período de coleta dos
dados no eixo “X” (ciclos de avaliação do programa).

• Determinar uma meta a ser alcançada. Os programas de proficiência costumam fornecer uma
meta de desempenho global para o laboratório, pela qual estes são avaliados como proficientes ou
não ao final de um período pré-determinado de avaliação.

Boas práticas, entretanto, sugerem que, dentro de suas capacidades e estratégias específicas, os
laboratórios desenvolvam metas próprias que podem vir a ser mais exigentes para estas
avaliações, estimulando processos de melhoria contínua.
INEXATIDÃO ANALÍTICA
A Figura 4 apresenta um modelo de gráfico de barras para monitoração do indicador de
inexatidão do setor de Imunoquímica de um laboratório.

Neste indicador são monitorados 20 ensaios, trimestralmente. O EP adotado ocorre em


ciclos trimestrais e para cada ensaio remete três materiais, o que resulta em 60
resultados a cada período. O laboratório adotou como meta 80%, baseado nos critérios
da ANVISA/GGLAS 02/43 e obteve desempenho dentro do esperado no período
analisado.
Contudo, seu desempenho demonstra que esta meta pode ser mais alta, o que chama
a atenção para a necessidade de revê-la.
INEXATIDÃO ANALÍTICA

Passo a passo:
• Identificar qual o ensaio a monitorar e coletar os resultados dos últimos ciclos de
Teste de Proficiência (SDIs) para o mesmo.
• Inserir os valores de SDI NOTA2 (para todas as amostras de cada ciclo) em gráfico
(tipo barras, por exemplo), colocando no eixo “X” os SDIs (com sinais “-“ ou “+”, de
acordo com o posicionamento do resultado do laboratório frente à média do grupo) e
plotando a identificação do ciclo e amostra no eixo “Y”.
• Na sinalização da meta podemos utilizar duas variantes. A primeira seria padronizar
essa meta em termos de número de desvios padrões aceitáveis para o analito, por
exemplo: ± 2 SDI. A segunda alternativa seria utilizar os limites máximos de desvios
padronizados pelo programa de proficiência ou o erro total baseado na variação
biológica.
A Figura 5 apresenta um modelo de gráfico de barras para monitoração do indicador
de inexatidão de TSH, considerando uma meta de variação de até ± 2SDI e os
resultados de um EP com três ciclos anuais e cinco
análises por ciclo.
INEXATIDÃO ANALÍTICA
INDICADORES DE PRAZO
O prazo para disponibilidade de resultados laboratoriais é uma das necessidades mais
manifestadas pelos clientes quando contratam os serviços de um laboratório .

Seja a necessidade do menor prazo possível originada de uma necessidade médica ou a partir de um
exclusivo desejo do cliente. O não atendimento dessa exigência está entre as principais reclamações
de clientes na maioria dos laboratórios.

Assim, o monitoramento do processo frente à característica “tempo” é uma necessidade de todos os


laboratórios e pode ser operacionalizada através de indicadores de desempenho.

Embora muitas referências citem o TAT (tempo total de processo) como um indicador Pós-
Analítico, este envolve o monitoramento de todas as fases do processo no laboratório e não
somente a fase Pós-Analítica.

Existem dois níveis possíveis de monitoramento para a característica de processo “tempo” no


laboratório clínico. A primeira é a questão “tempo de processo”, mais conhecido como TAT
(turnaround time), que se refere ao tempo consumido em todas as etapas do processo em um
laboratório desde o atendimento ao cliente até a disponibilização do resultado a este cliente.
INDICADORES DE PRAZO

O TAT é uma das métricas que fornece a eficiência do processo, que só permite acessar o grau de
atendimento às necessidades dos clientes quanto ao aspecto “tempo” se a meta de TAT estiver
perfeitamente ajustada aos prazos de entrega de resultados prometidos aos clientes.

Dessa forma, o monitoramento do nível de atendimento do prazo de entrega de resultados


laboratoriais será o foco dos indicadores propostos a seguir, e não especificamente do TAT, que pode
ser um monitoramento adicional a ser realizado pelo laboratório.

Para facilitar a discussão do tema, o assunto foi estratificado em duas abordagens principais.
A primeira se refere ao atendimento do prazo de fornecimento de resultados de exames críticos ou
urgentes, geralmente relacionadas a exames hospitalares. A segunda se refere ao atendimento dos
prazos acordados com os clientes para entregas de resultados de rotina.

Embora discutidos de forma paralela, em termos de construção do indicador de desempenho, a


situação é similiar, sendo o passo a passo proposto de forma conjunta para as duas situações.
INDICADORES DE PRAZO

ATENDIMENTO DE PRAZO DE ENTREGA DE EXAMES URGENTES

Embora não exclusiva destes laboratórios, a questão do atendimento dos prazos de liberação de
exames urgentes está mais relacionada a laboratórios que atendem clientes hospitalares.

O primeiro ponto a tratar visando operacionalizar o monitoramento é definir (caso essa definição ainda
não exista) qual o grupo de exames que devem ser considerados urgentes pelo laboratório e qual o
tempo para liberação destes respectivos resultados.

Essa definição deve ser feita em consenso com o hospital para o qual se presta o serviço (Diretoria
Médica do Hospital, por exemplo).

A partir dessa definição, o laboratório deve formatar ou ajustar o processo interno para atender a
essas especificações (tempo de fornecimento de resultados) para os exames acordados.

A partir disso, pode-se gerar um indicador para monitorar esse processo.


CONSTRUÇÃO DO INDICADOR DE DESEMPENHO

Os principais passos para a construção de um indicador para monitorar o prazo de entrega de


resultados, urgentes ou de rotina, são:

• Coletar dados referentes ao número de resultados liberados dentro do tempo máximo pré-
estabelecido frente ao número total de resultados liberados no período. Os resultados podem agrupar
dados de diferentes exames de urgência (exames urgentes hospitalares), de todo o menu de exames
do laboratório (exames de rotina) ou de um grupo considerado mais crítico.

• Inserir percentual de resultados liberados dentro do prazo acordado (frente ao total de resultados
liberados) em gráfico (tipo barras, por exemplo), colocando no eixo “Y” o percentual de resultados no
prazo e plotando o período de coleta dos dados no eixo “X” (normalmente mensal).

• Definir e sinalizar no gráfico a meta de atendimento de prazo proposta para o processo de


fornecimento de resultados laboratoriais. Essa meta pode ser estabelecida utilizando dados históricos
do laboratório para esse processo ou, o que é preferido, metas baseadas em informações
comparativas (Benchmarks) ou ainda baseadas em acordo específico formalizado com o hospital, no
caso de exames urgentes.

A Figura 6 apresenta um modelo de gráfico de barras para monitoração do indicador de prazo de


entrega de resultado de um laboratório.

Este laboratório controla o prazo de todos os exames realizados frente ao prazo prometido ao cliente
no atendimento.
CONSTRUÇÃO DO INDICADOR DE DESEMPENHO
INDICADORES DE CUSTO

Outra dimensão de desempenho do processo analítico a ser analisada e monitorada no


laboratório clínico é o custo.

O custo impacta muitas vezes na necessidade dos clientes (preço) e reflete diretamente
várias questões relacionadas à eficiência do processo analítico, onde estão alocados os
principais custos do laboratório e, consequentemente, relacionados à sua
competitividade e sobrevivência no mercado.

Para avaliar a eficiência do processo analítico em termos de custo, são propostos dois
indicadores relacionados.
INDICADORES DE CUSTO

PERDAS DE INSUMOS

Todos os profissionais com vivência no laboratório têm a certeza de que nem sempre
os custos estimados para a realização de um determinado teste laboratorial são
efetivamente executados na prática.

Além dos custos imprevistos, ocasionados por situações inesperadas ou pontuais,


algumas outras situações que poderiam ser previstas nem sempre são adequadamente
monitoradas pelos gestores da fase analítica no laboratório.

Por exemplo, quantas amostras de pacientes seu laboratório consegue processar com
um kit de glicose com 100 testes?
A resposta nem sempre será 100 amostras de pacientes. Conforme conhecimentos de
rotina, várias situações implicam em perdas de insumos, ou melhor, na utilização dos
insumos/kits para outras finalidades que não processar amostras de pacientes.
INDICADORES DE CUSTO

PERDAS DE INSUMOS

Entre elas, pode-se mencionar: calibrações, controle de qualidade, repetições de testes


e perdas propriamente ditas (relacionadas ao funcionamento inadequado de ensaios,
equipamentos ou erros de procedimento).

De acordo com o perfil de cada laboratório e suas características de processo, incluindo


demanda de exames, frequência de realização de ensaios, prazos para
entrega de exames etc., esse nível de perdas de insumos apresenta uma tendência de
operação, que varia de analito para analito. Essa tendência e potenciais desvios da
situação esperada devem ser monitorados pelos gestores e isso pode ser
operacionalizado por indicadores de desempenho.
INDICADORES DE CUSTO
PERDAS DE INSUMOS
Passo a passo:
• Coletar, por ensaio laboratorial, dados referentes ao número de kits/testes consumidos
no período.
• Coletar, por ensaio laboratorial, dados referentes ao número de amostras de pacientes
processadas no período.

• Confrontar o número de amostras de pacientes processadas com o número de testes


consumidos, obtendo o percentual de perdas de insumos para o ensaio em questão.
Esse índice pode ser calculado através da seguinte fórmula:
% Perdas = [1- (amostras processadas/testes consumidos)] x 100

• Apresentar o percentual de perdas através de gráfico (por analito: perda percentual no


eixo “Y” frente ao período avaliado no eixo “X”) ou através de tabela (analitos listados na
primeira coluna e perdas percentuais apresentadas nas colunas à direita, um período de
coleta de dados por coluna).

• Sinalizar meta de desempenho desejada para cada ensaio laboratorial avaliado. No


caso da apresentação em tabela, pode-se sinalizar com cor distinta os ensaios que
exigem atenção especial ou intervenção visando a diminuição de perdas de insumos,
facilitando a identificação da necessidade dessa ação corretiva.
INDICADORES DE CUSTO
PERDAS DE INSUMOS

A Figura 7 apresenta um modelo de gráfico de barras para monitoração do indicador de


perda de insumos de TSH de um laboratório.
O laboratório optou por monitorar este indicador com periodicidade semestral,
determinou como meta manter as perdas abaixo de 10% e obteve sucesso nos quatro
períodos analisados.
INDICADORES DE CUSTO

ÍNDICE CUSTO/RECEITA
Outra visão que se pode ter da questão de custos relacionados à fase analítica é
comparar o custo efetivo para cada ensaio laboratorial (incluindo as perdas discutidas
no tópico anterior) às receitas obtidas com a realização destes respectivos ensaios
junto aos clientes e demais pagadores.

Esse é um indicador de relevante importância para os gestores nos laboratórios por


avaliar o nível de custos relacionados aos processos desses ensaios e comparar esse
às receitas, avaliando a viabilidade financeira de cada exame laboratorial e a
adequação do processo analítico atual desse ensaio ao nível de recursos disponíveis
para a sua realização.
INDICADORES DE CUSTO

ÍNDICE CUSTO/RECEITA

Passo a passo:
• Coletar, por ensaio laboratorial, dados referentes ao custo variável efetivo no
período.
• Coletar, por ensaio laboratorial, dados referentes às receitas obtidas para esse
exame, no mesmo período.
• Confrontar os dados de custo e receitas, por exame laboratorial, obtendo um índice
denominado “Índice Custo/Receita”. Para obtê-lo basta dividir o custo efetivo do
período pelas receitas do mesmo período.
• Apresentar os índices custo/receita numa planilha/tabela, com os ensaios
laboratoriais dispostos na primeira coluna e os respectivos índices nas colunas à
direita, com cada coluna representando o resultado de um período.
Os níveis de desempenho e o atendimento de metas pré-estabelecidas podem ser
sinalizados na planilha/tabela com diferentes cores, facilitando a identificação de
situações onde seja necessária uma intervenção ou ação corretiva.
INDICADORES DE CUSTO
ÍNDICE CUSTO/RECEITA
A Figura 8 apresenta um modelo de uma planilha para monitoração do indicador de
custo de nove ensaios de bioquímica e três imunoensaios, monitorados
semestralmente, com o propósito de manter o índice de Custo/Receita (ICR) abaixo ou
igual a 0,40 (Bioquímica) e 0,50 (imunoensaios). Em alguns períodos o ICR parece ter
ultrapassado a meta e ações para seu controle parecem ter sido adotadas, visto que
nos períodos seguintes este comportamento foi revertido.
INDICADORES DE CUSTO
ÍNDICE CUSTO/RECEITA

Um cuidado essencial deve estar presente à periodicidade de avaliação dos indicadores


de custos.

Diferente dos indicadores de qualidade e prazo, os indicadores de custo devem ser


avaliados com períodos mais longos, em razão de efeitos de sazonalidade de demanda
de exames e fatores como níveis de movimentação de estoque, entre outros.

Um bom prazo para a maioria dos laboratórios de pequeno e médio porte é o


semestral.
METAS PARA INDICADORES

Para todo indicador é necessário definir uma meta para monitorar o desempenho de um
processo (atendimento a uma especificação) e identificar a necessidade ou sinalizar a
oportunidade de melhoria para esse mesmo processo.

Definir uma meta significa comunicar a todos o que se deseja de um processo, isto é, para onde
todos devem direcionar os seus esforços.

O estabelecimento de metas pode variar de acordo com o tipo do indicador e com a avaliação de
risco do processo sob monitoramento.

Deve-se questionar se isto é crítico para a segurança do cliente, se são esperados grandes
impactos ou são aceitáveis pequenas melhorias incrementais ( qualidade de serviços ou
melhorias financeiras).

Metas intermediárias podem sinalizar pontos de progresso, sendo especialmente úteis em


projetos de melhoria complexos.

Metas para indicadores devem ter limites definidos (pontos de decisão) que forneçam critérios de
avaliação e planejamento de ações corretivas ou de melhoria.
METAS PARA INDICADORES

As principais etapas ou questões no estabelecimento de metas de desempenho são descritas a


seguir:

• Identificar o desempenho atual do processo. Os dados atuais indicam uma oportunidade de


melhoria de desempenho do processo? Existe uma lacuna de desempenho que possa ser
identificada por um limite pré-definido de ação (ponto de decisão)?

• Estabelecer metas apropriadas baseadas aos objetivos da empresa. Que métricas vão estar
alinhadas com as estratégias e objetivos para obter e sustentar as melhorias? As metas são
drivers de desempenho?

• O quanto é crítica a meta para a melhoria da segurança do paciente, efetividade clínica,


qualidade do serviço ou benefícios em termos de custo?

• Metas devem ser viáveis de serem atingidas. Existem organizações similares à nossa atingindo
objetivos/desempenhos similares? A nossa empresa tem recursos para obter pequenas ou
significativas alterações no desempenho dos processos?

• Pesquisar padrões de mercado ou dados de literatura: existem Benchmarks referendados por


evidências confiáveis?
O laboratório deve considerar cada uma das questões
PADRONIZAÇÃO DE INDICADORES
Com relação à padronização e implementação de indicadores de desempenho, podem ser
citadas quatro etapas fundamentais, descritas a seguir.

COLETA E TRATAMENTO DE DADOS


A primeira e mais crítica etapa na padronização dos indicadores de desempenho é a
estruturação da coleta e tratamento dos dados que serão utilizados no indicador.

A primeira pergunta que deve ser feita é se o sistema de medição fornece dados confiáveis
e padronizados que possam ser utilizados no indicador.

Deve-se analisar o sistema de medição e verificar a acurácia e reprodutibilidade dos dados


coletados a partir desse sistema antes de qualquer utilização desses dados em um
indicador de desempenho.

A seguir deve-se questionar sobre a necessidade de tratamento dos dados coletados antes
de inseri-los no indicador.

Os dados serão agrupados por alguma característica especial (dia ou outro período de
tempo que viabilize ou facilite a análise de desempenho, otimizando o processo de tomada
de decisão)?
PADRONIZAÇÃO DE INDICADORES

Com relação à padronização e implementação de indicadores de desempenho, podem ser


citadas quatro etapas fundamentais, descritas a seguir.

COLETA E TRATAMENTO DE DADOS

Na formatação do indicador de desempenho, após a adequada definição dos dados a


serem coletados, bem como padronizado o sistema de medição, deve-se definir como
serão tratados esses dados para a avaliação em termos de indicador de desempenho.

Para isso, são necessárias definições relativas ao agrupamento dos dados (por período de
tempo ou outra característica que justifique o seu agrupamento) ou análise individual
destes, conforme necessidade para avaliação do indicador e do processo de tomada de
decisão a partir deste.
ANATOMIA DO INDICADOR

A segunda etapa refere-se à padronização propriamente dita do indicador de


desempenho.

Para padronizar de forma efetiva um indicador é preciso definir claramente a sua


anatomia, ou seja, todas as informações pertinentes à sua construção e análise
crítica.

As melhores práticas recomendam que a padronização do indicador seja realizada


de maneira formal, se possível mediante documentação que permita acesso às
principais informações por todos os envolvidos com a construção e análise do
indicador.
ANATOMIA DO INDICADOR

As principais informações necessárias nesse documento de padronização podem ser


assim resumidas:

• Dados de identificação do indicador: código de identificação, nome, descrição,


processo envolvido, abrangência (áreas da empresa envolvidas).

• Dados: fórmula de cálculo do indicador, unidade de medida, dados excluídos ou


incluídos, origem dos dados (sistema de medição utilizado), tratamento dos dados.

• Controles: existência ou não de controle formal de processo adicionalmente ao


indicador (controle estatístico do processo), metas ou faixas de avaliação, fonte da meta
utilizada, Benchmark ou referências comparativas externas, ações corretivas
padronizadas (quando pertinente).

• Apresentação, responsabilidade e comunicação: formatação do indicador (tipo de


gráfico ou tabela modelo), periodicidade de atualização, responsabilidades (pela
atualização, análise crítica e implementação de ações corretivas e/ou de melhoria),
forma de comunicação (mural interno, intranet etc.).

A Figura 9 apresenta um exemplo de padrão para Indicador de Prazo de entrega de


exames críticos
Fonte:referencia 1
RESPONSABILIDADE

A clara definição de responsabilidade por cada indicador na empresa é condição essencial


para o adequado monitoramento de desempenho.

A princípio, a responsabilidade formal por um indicador não deve ser compartilhada, mesmo
que o desempenho deste reflita um nível de desempenho de um processo compartilhado em
diferentes áreas da empresa.

Embora, nesse caso, vários gestores sejam na prática responsáveis por garantir o adequado
desempenho desse processo, a responsabilidade formal para atualização, análise crítica e
sinalização para a tomada de decisão deve estar sob responsabilidade de um único gestor.

Essa individualização de responsabilidade visa assegurar a padronização e continuidade do


processo de monitoramento de desempenho. Isso não prejudica a visão sistêmica de
processos na organização, que é assegurada por um adequado processo de comunicação.
COMUNICAÇÃO

Um processo de comunicação organizado para os indicadores de desempenho é


essencial para compartilhar informações relativas ao desempenho dos processos com
todos os interessados.

Isso é importante visando o alinhamento de todos os esforços na empresa para os


objetivos e estratégias pré-estabelecidos.

A comunicação do indicador pode seguir ferramentas previamente estabelecidas na


empresa, tais como: murais internos, informativos, intranet ou portal da empresa,
reuniões gerenciais etc.
MELHORIA DE PROCESSOS UTILIZANDO
INDICADORES

Indicadores de desempenho têm uma função primordial: gerar melhorias nos processos,
assegurando o atendimento ou superando as expectativas dos clientes.

Indicadores de desempenho devem ter metas objetivamente definidas e comunicadas.

De forma complementar, pode-se ter limites de decisão nesses indicadores, isto é, níveis de
desempenho que devem sinalizar a necessidade de intervenção nesse processo, seja essa
intervenção uma:

• Ação corretiva - quando o nível de desempenho do processo indicar o não atendimento dos
requisitos acordados com o cliente ou esperados pela organização.
• Ação preventiva - quando o nível de desempenho estiver sinalizando para uma tendência
para o não atendimento dos requisitos em períodos futuros.
• Melhoria - quando for detectada uma oportunidade de melhoria para o processo sob
monitoramento. Por exemplo: necessidade de aproximação do nível atual de desempenho
frente ao Benchmark comparativo utilizado.
A intervenção, seja esta corretiva, preventiva ou essencialmente melhoria, visa melhorar o
nível atual de desempenho identificado pelo indicador. Embora muitas vezes haja tentação
por soluções de problemas intuitivas e pouco estruturadas, as melhores práticas para
melhoria de desempenho de processos recomendam a utilização de metodologias mais
sistematizadas, objetivando obter maior efetividade.
MELHORIA DE PROCESSOS UTILIZANDO
INDICADORES

Duas metodologias são mais utilizadas visando a


resolução de problemas em processos: PDCA
e DMAIC.

PDCA
O Ciclo PDCA é um método gerencial de tomada de decisões para garantir o
alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização.

Foi desenvolvido na década de 1930 pelo americano Shewhart, porém o seu


maior divulgador foi Deming. É também denominado método de solução de
problemas, pois cada meta de melhoria tem origem em um problema que a
empresa deve solucionar.

As etapas que compõe este ciclo são: Planejamento (P - Plan), Execução (D -


Do), Verificação (C - Check) e Ação Corretiva (A - Action).
MELHORIA DE PROCESSOS UTILIZANDO
INDICADORES

DMAIC
O método DMAIC é baseado em uma estrutura semelhante ao PDCA. O ciclo
DMAIC compreende cinco fases sequenciais:

• Definição (Define): Definição clara do problema, das expectativas dos clientes e


dos objetivos do projeto de melhoria.
• Medição (Measure): Coleta de dados do processo atual, detalhando sua
operação e nível de desempenho.
• Análise (Analyze): Analisar os dados coletados e definir as principais causas de
variação atuando sobre o processo atual.
• Melhoria (Improve): Definir plano de ação visando remoção das causas-raizes
do problema.
• Controle (Control): Controlar processo visando assegurar efetividade das
melhorias implementadas.
Bibliografia

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qualidade na prática. Volume I – edição digital disponivel em:
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Sanitária. Série Acreditação: 1. Guia para Qualidade em
Química Analítica. Uma Assistência para Acreditação. Brasília,
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 DOQ CGREC 08 – INMETRO Validação de metodologia
e ja m a io r e v idência
que s
Não há nada q u e f a z e r a mesma
e do
de insanidad es p e r a r r e sultados
s dia e
coisa dia apó
diferentes.

m e n t o s d e c rise, só a
 Em mo po rt a n t e que o
ma is im
imaginação é o.
conheciment

n d e o s u c e ss o ve m
ro
 O único luga é n o d ic ionário.
a lh o
antes do trab

d es c u lp a d a queles

Falta de temp f alt a d e m é to dos
e p e r d em t e mpo por
qu

Frases de Albert Einstein


1879-1955 - Cientista

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