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SANEAMENTO II

M I C RO P E N E I R A M E N TO , A E R A Ç Ã O E
C OAG U L A Ç Ã O H I D R Á U L I C A E M E C Â N I C A
Profª Ma. Amanda Bezerra de Sousa Pino

Juazeiro do Norte – CE
2022
TRATAMENTO CONVENCIONAL
PRÉ-TRATAMENTO

Micropeneiramento

Definição:
Passagem da água por
peneiras com malhas de
pequena abertura, visando
a remoção de material
particulado.

Pádua (2006).
PRÉ-TRATAMENTO

Micropeneiramento – Utilizado nos seguintes casos:

a) quando a água apresenta


algas ou outros
b) quando permite a c) quando permite redução
microrganismos de tipo e
potabilização da água sem dos custos de implantação
em quantidade tal que sua
a necessidade de outro ou operação de unidades
remoção seja
tratamento, exceto de tratamento
imprescindível para
desinfecção. subsequente.
viabilizar o tratamento
posterior.

Fonte: Pádua (2006)


PRÉ-TRATAMENTO

Aeração

Introdução de ar na água
visando a remoção de
compostos voláteis e oxidáveis e
gases indesejáveis.

Fonte: Pádua (2006)

Remoção de ferro, manganês,


gás carbônico, gás sulfídrico,
cloro, metano e substâncias
aromáticas causadoras de odor e
sabor.
PRÉ-TRATAMENTO

Aeração – Dispositivos utilizados

a) plano inclinado, formado por


b) bandejas perfuradas
uma superfície plana com c) cascatas, constituídas de pelo
sobrepostas, com ou sem leito
declividade de 1:2 a 1:3, dotado menos quatro plataformas
percolador, formando conjunto
de protuberâncias destinadas a superpostas, com dimensões
no mínimo com quatro
aumentar o contato da água crescentes de cima para baixo;
unidades;
com a atmosfera;

d) escadas, por onde a água deve


e) ar comprimido difundido na f) tanques com aeradores
descer sem aderir às superfícies
água contida em tanques; mecânicos;
verticais;

g) torre de aeração forçada, com h) outros de comprovada


anéis Rashing ou similares; eficiência.

Fonte: NBR 12.216 (1992).


PRÉ-TRATAMENTO

Aerador em tabuleiro

Utilizado para a oxidação de


compostos ferrosos ou
manganosos. A água percola
através das bandejas (de 3 a 9).

Acelera reações de oxidação/


Compostos insolúveis
PRÉ-TRATAMENTO

Aerador de borbulhamento
PRÉ-TRATAMENTO

Aerador de repuxo
PRÉ-TRATAMENTO

Aerador em tabuleiro
PRÉ-TRATAMENTO

Aerador em cascata
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Definição

A coagulação consiste
essencialmente na
desestabilização das partículas
coloidais e suspensas realizada
pela conjunção de ações físicas e
reações químicas, com duração
de poucos segundos, entre o
coagulante, a água e as impurezas
presentes

Libânio (2010).
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Partículas de difícil remoção


Partículas dissolvidas Partículas em suspensão
Tipo de partícula e Tempo para
10-3 m Partículas 1 m
coloidais diâmetro sedimentar 1 metro

10 segundos
Areia – 1.000 m

8 dias
Bactéria - 1 m

200 anos
Colóides – 10-3 m
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Vídeo – Coagulação + Floculação em Jar test

Link: https://www.youtube.com/watch?v=Gl6RmaIGW84
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Tipos de coagulantes – Critérios de escolha

- Adequabilidade à água bruta;


- Tecnologia de tratamento;
- Custo do coagulante
propriamente dito;
- Produtos químicos porventura a
ele associados – alcalinizantes,
ácidos ou auxiliares de
coagulação;
- Custo e manutenção dos tanques
e dosadores.
- Quantidade e característica do
lodo gerado no tratamento.

Fonte: Libânio (2010)


COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Tipos de coagulantes mais utilizados

Fonte: Libânio (2010)


COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Critérios técnicos de escolha e definição da dosagem

Jar test

Fonte: https://www.scielo.br/j/eq/a/GPGnqcWnqbF9pYPqPn5jJgG/?lang=pt#
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Critérios técnicos de escolha e definição da dosagem

Fonte: https://www.scielo.br/j/eq/a/GPGnqcWnqbF9pYPqPn5jJgG/?lang=pt#
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Unidades de mistura rápida

Misturadores hidráulicos Misturadores mecânicos Misturadores especiais

In-line blenders
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Gradiente de velocidade (s-1)

Não existe estudos


conclusivos sobre um valor NBR 12.216/92 recomenda:
A literatura recomenda:
ótimo para o gradiente - G deve estar entre 700 e
para que se consiga a 1100 s-1;
- O gradiente deve estar
mistura rápida ideal, porém - Tempo de mistura não
entre 1.000 e 1.500 s-1
a literatura disponível superior a 5 s;
aconselha que se trabalhe
com valores mínimos.
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Gradiente de velocidade (s-1) – Calha Parshall

Medidas são fixadas em


função da dimensão de sua
garganta – modelos
padronizados
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Gradiente de velocidade (s-1) – Calha Parshall


COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Gradiente de velocidade (s-1) – Calha Parshall


COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Gradiente de velocidade (s-1) – Calha Parshall


COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Gradiente de velocidade (s-1) – Calha Parshall

VAZÃO
MÁXIMA
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Dimensionamento

Eq. de descarga - Cálculo da altura


de água na seção de medição:
H0 (m) = k x Qn (m³/s)

Largura da calha na seção de


medição:
D0 (m) = [2/3 (D-W)]+ W

Velocidade na seção de medição:

V0 (m/s) = Q/(D0 x H0)


COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Dimensionamento

Carga hidráulica na seção de


medição:
E0 = V0²/ 2g + H0 + N

Cálculo da velocidade antes do


ressalto (V1):
𝛳 2𝑔 𝑥 𝐸0 𝑔. 𝑄
V1 = 2 x cos 3 x , onde cos 𝛳 = 2
3 𝑊 . ( . 𝑔 . 𝐸0)1,5
3

𝐸0 𝑔. 𝑄
, onde cos 𝛳 = 2
𝑊 . ( . 𝑔 . 𝐸0)1,5
3
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Dimensionamento

Altura de água antes do ressalto:

h1 = E0 - V1² / 2g
Número de Froude:
𝑉1
F=
𝑔 .ℎ1
Número de Froude
(Fr ) Tipo de salto

1 a 1,7 Salto ondulado


1,7 a 2,5 Salto fraco
2,5 a 4,5 Salto oscilante
4,5 a 9,0 Salto estável
> 9,0 Salto forte
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Dimensionamento

Altura de água antes do ressalto:

h1 = E0 - V1² / 2g
Número de Froude:
𝑉1
F=
𝑔 .ℎ1

Altura do ressalto:

h2 = (h1/2).(1+8.F1²)1/2-1)
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Dimensionamento

Altura da água e profundidade na seção


de saída da Calha até o final do ressalto:

h3 = h2 – ( N - K )

Velocidade na saída da calha:

V3 = Q / ( C x h3)

Perda de carga no ressalto hidráulico

ΔH = H0 + N – H2
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Dimensionamento

Tempo de detenção hidráulico:

T = G´ / (( V1 + V3 ) / 2 )

Gradiente de Velocidade:

Ƴ. ΔH
G= √
μ. T

Se G>1.000 s-1, a Calha


Parshall ATENDE!
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Dimensionamento

H0 = k x Qn G = 1.000 x [(Q0,7/W1,2)]
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Coagulação mecânica

Os misturadores mecânicos
são constituídos por
motores
elétricos acoplados a um
eixo em cuja extremidade
inferior se instalam
um rotor; com giro dos
motores, os rotores também
giram misturando
os reagentes na água.
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Coagulação mecânica
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Coagulação mecânica

RADIAL – Duas zonas AXIAL – Fluxo com


ou mais de fluxos sentido único

AXIAL – Hélice torta em


RADIAL – Hélice reta 45°
Perpendicular ao eixo Paralelo ao eixo
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Misturador mecânico - Condições

a) Potência deve ser


estabelecida em função do
gradiente de velocidade; b) Tempo de detenção
inferior a 2s exige que o
fluxo incida diretamente
sobre as pás do
agitador; c) O coagulante deve ser
introduzido logo abaixo
Na mistura rápida adota-se
da turbina ou hélice do
o regime hidráulico
agitador.
turbulento, com
Re > 10.000
Fonte: NBR 12.216 (1992).
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Misturador mecânico - Dimensionamento

RADIAL – Hélice reta


P = Kx ɣ/g x n³ x D5

No qual:
P = Potência em kgf.m/s
ɣ = peso específico da água (kgf/m³)
g= gravidade m/s²
K  5 a 5,5
n = número de rotações do rotor (em
RPS- Nº rotações/s = s-1)
D = Diâmetro do rotor (distância de uma
palheta a outra)
K = número de potência (varia de acordo K  1,5 a 2
com cada tipo de hélice adotada).
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Misturador mecânico - Dimensionamento

AXIAL – Hélice torta em 45°


P = Kx ɣ/g x n³ x D5

No qual:
P = Potência em kgf.m/s
ɣ = peso específico da água (kgf/m³) K  1,5 a 2
g= gravidade m/s²
n = número de rotações do rotor (em
RPS- Nº rotações/s = s-1)
D = Diâmetro do rotor (distância de uma
palheta a outra)
K = número de potência (varia de acordo
com cada tipo de hélice adotada).
K  0,3 a 0,4
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Misturador mecânico – Condições de dimensionamento

L
𝐷𝑇 𝐻
2,7   3,3 2,7   3,9
𝐷 𝐷
B
ℎ 𝐵 1
0,75   1,3 =
𝐷 𝐷 4

ℎ 1 𝐿 1
= =
𝐷 5 𝐷𝑇 10
DT
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Misturador mecânico – Condições de dimensionamento

L
Potência do
Volume do tanque Turbina (mm)
motor
B
m³ D B W (HP)
1a2 370 92,5 74 1/2 a 2
W 1,5 a 3,5 430 107,5 86 1a4
2,5 a 5,5 500 120 100 1,5 a 7,5
4a9 600 150 120 2 a 15
6,5 a 15 700 175 140 3 a 20

DT
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Misturador mecânico –Sequência de dimensionamento

L 1 - Volume do Tanque de Mistura (m³)


Sendo o Tempo não superior
V = QT a 5 s (ABNT 12.216)
B

W
2 –Diâmetro do Tanque DT
𝐷𝑇
2,7   3,3 2,7   3,9
𝐻
𝐷 𝐷
𝐷𝑇 𝐻
= =𝑏
DT 𝐷 𝐷
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Misturador mecânico –Sequência de dimensionamento

L 3 –Diâmetro do Tanque DT

𝑎 𝑎
B 𝐷𝑇 = 1,08 𝑥 𝑉 𝐻 = 𝑥 𝐷𝑇
𝑏 𝑏

W 4 –Diâmetro da turbina (D)


𝐷𝑇
=
𝐷
5 –Altura da palheta (W)
DT
𝑊 1
=
𝐷 5
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Misturador mecânico –Sequência de dimensionamento

L 6 –Largura da palheta (B)

𝐵 1
B =
𝐷 4
W
7 – Potência aplicada a água em W

𝑃 = 𝜇 𝑥 𝑉 𝑥 𝐺²
Sendo:
G = gradiente de velocidade (s-1)
DT µ = coeficiente de viscosidade (N.s/m²)
V = Volume da câmara (m³)
COAGULAÇÃO E MIS TURA RÁPIDA

Misturador mecânico –Sequência de dimensionamento

L 8 –Rotação do rotor (n) - RPM

3 𝑃
B 𝑛 =
𝐾 𝑥 𝜌 𝑥 𝐷5

Sendo:
n = nº de rotações por segundos
P = em W
DT D=m
𝜌 = densidade da água (kg/m³)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12.216-1992: Projeto de estação de tratamento de água
para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1992.
• BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA No 357, de 17 de março de 2005.
• DI BERNARDO, Luiz; PAZ, Lyda Patrícia Sabogal. Seleção de Tecnologias de Tratamento de Água. São Carlos:
LDIBE LT/DA, 2008a. 878 p. v.1.
• DI BERNARDO, Luiz; PAZ, Lyda Patrícia Sabogal. Seleção de Tecnologias de Tratamento de Água. São Carlos:
LDIBE LTDA, 2008b. 682 p. v.2.
• PORTARIA GM/MS Nº 888, DE 04 DE MAIO DE 2021. Altera o Anexo XX da Portaria de Consolidação
GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União, Brasília, DF.
• PÁDUA, Valter Lúcio de; FERREIRA A. C. S. Qualidade de água para consumo humano. In: HELLER, Léo;
PÁDUA, Valter Lúcio de (Org.). Abastecimento de água para consumo humano. 1 ed. Belo Horizonte: UFMG,
2006, v. 1, p. 153-221. Cap. 4.
• RICHTER, Carlos A. Água: Métodos e Tecnologia de Tratamento. 1. ed. São Paulo. Editora Blucher, 2009.
352p.
• SABESP. Norma Técnica Sabesp NTS 181. Dimensionamento do ramal predial de água, cavalete e hidrômetro –
primeira ligação. São Paulo. 2017.
amanda.sousa@ufca.edu.br

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