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Crateús - CE
Outubro de 2023
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I. Introdução
O tratamento do esgoto sanitário pode ser dividido em: Tratamento preliminar, onde
ocorre a remoção dos sólidos grosseiros, o Tratamento primário, onde são removidos os
sólidos flutuantes, em suspensão e sedimentáveis, Tratamento secundário, que tem como
objetivo a remoção da matéria orgânica dissolvida ou solúvel e o Tratamento terciário que
tem como principal objetivo a remoção de nutrientes como fósforo e nitrogênio. (Von
Sperling, 2005).
Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo mostrar o dimensionamento detalhado
de um sistema australiano, composto por Lagoa anaeróbia, Lagoa facultativa e Lagoa de
maturação, assimilando conhecimentos repassados pela Dra. Raimunda França e associando a
nomes de autoridade da Literatura, no assunto.
II. Objetivos
A. Objetivo Geral
B. Objetivos Específicos
Dentro da lagoa facultativa, pode ser dividida em três zonas. A zona anaeróbia, onde é
formada no fundo da lagoa devido a deposição dos sólidos em suspensão, onde boa parte é
composta de matéria orgânica. A matéria orgânica é decomposta através do processo
anaeróbio, resultando na produção de gases como metano, carbônico e sulfídrico. Um pouco
acima ocorre a zona aeróbia, onde a matéria orgânica solúvel e coloidal permanece dispersa
no efluente. A matéria orgânica é oxidada pelo oxigênio dissolvido presente na camada
próxima à superfície da lagoa. O oxigênio é produzido por algas, através da fotossíntese dessa
forma a respiração e fotossíntese tratam-se de reações de oxidação-redução, como podemos
observar a seguir:
processos físico-químicos, processos biológicos bem como dispõe sobre o tratamento de logo,
desinfecção de efluentes tratados e tratamento de odores.
Outro ponto importante de ser mencionado, é que de acordo com essa normativa nas
lagoas de estabilização, tanques sépticos e destino final de subprodutos do tratamento, assim
como Estações de Tratamento de efluentes compactas não são abrangidas, sendo as mesmas
regulamentadas por outra normativa.
e) Ovos de Helmintos
g) Temperatura.
V. Aspectos Construtivos
Para que haja um tratamento efetivo do efluente, é crucial que haja não somente um
bom controle operacional, mas que o projeto atenda aos principais critérios de aspectos
construtivos.
Todavia, atender a todos os aspectos mencionados a localização pode ser uma tarefa
difícil, dessa forma deve ser priorizado o posicionamento das lagoas de forma a minimizar o
movimento de terra, tentando fazer o máximo aproveitamento da topografia local.
c) Taludes
Quanto à construção dos taludes, a inclinação usualmente adotada é de 1:2 a 1:3, com
uma inclinação mínima de 1:6 para que seja possível o crescimento de vegetação. Para
terrenos argilosos a inclinação deve ser superior a 1:2,5 e no caso do talude ser composto por
terrenos arenosos a inclinação deve ser entre 1:5 e 1:8.
O coroamento do talude, trata-se da pista na crista do talude, esse deve ter largura
superior a 1,5 sendo usualmente adotado uma largura na faixa de 2,0 e 4,0 metros. Essa
largura permite que haja movimentação de maquinário durante a construção da lagoa, bem
como o tráfego de operários para manutenção e operação.
Para que haja um nível de segurança, é fundamental a construção de uma borda livre,
que tem sua altura variando de acordo com o tamanho da lagoa, podendo ser de 0,5m para
lagoas menores que 1 hectares e para lagoas maiores adotando a seguinte fórmula: borda
livre= [Log(área da lagoa)]0,5 - 1 (área em m²).
A percolação de água através do fundo da lagoa pode ser um problema notório, tendo
em vista que o mesmo não pode ter uma permeabilidade excessiva, pois quando isso ocorre é
possível se depara com problemas de contaminação do lençol freático e dificuldades de
manutenção do nível do líquido nas lagoas.
Uma solução para reduzir a taxa de percolação, trata-se de revestir o fundo da lagoa
com uma camada de argila homogênea bem compactada, com uma espessura da ordem de 5 a
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e) Dispositivos de entrada
No tratamento preliminar o efluente deverá passar pela grade, onde a sua limpeza
deverá ser feita de forma manual, para a maioria das lagoas, por uma caixa de areia onde
deverá estar presente em todas as lagoas visto que a mesma trata-se de um dispositivo
pequeno e de fácil manutenção, e por uma calha ou um vertedor para que seja medida a vazão,
já que a mesma é de fundamental importância para o controle operacional do sistema.
f) Dispositivos de Saída
Segundo Mara et al. (1992), a saída do efluente das lagoas de estabilização devem
atender aos seguintes aspectos:
● A saída deverá contar com defletores com alcance abaixo do nível de água,
para que não ocorra a saída de material flutuante como algas nas lagoas
facultativas, ou escuma nas lagoas anaeróbicas;
● O projeto deverá ter uma flexibilidade operacional, para que possa ocorrer o
ajuste do nível de retirada abaixo do nível de água, de forma a permitir o ponto
desejado entre os objetivos conflitantes entre as concentrações de OD e de SS.
Por fim, quando o efluente for direcionado para uma lagoa a jusante a interconexão
entre as lagoas deverá ser feita através de caixas de passagem de forma que possibilitem a
coleta de amostras, e facilitando a desobstrução de canalizações.
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A. Início de operação
Para iniciar a operação das lagoas deve-se fazer o seu carregamento inicial. Esse
procedimento de operação pode ser realizado de três maneiras:
● Enchimento das lagoas com água (tratada ou natural), onde ocorre o fechamento da
saída da lagoa e é introduzido uma quantidade de água nas lagoas, logo após,
preenchê-se o restante do volume com as águas residuárias.
● Enchimento de lagoas com esgoto diluído em água (tratada ou natural), onde ocorre o
preenchimento de uma lâmina de 0,40 m de esgoto diluído, essa mistura é deixada em
repouso até ocorrer o aparecimento de algas. Após o aparecimento, alimentar com a
mistura até ocorrer a floração das algas e parar a alimentação por um período (7 a 14
dias), após o período encher a até o nível de operação, esperar estabelecimento de
algas e enfim, alimentar o sistema normalmente.
● O terceiro método é utilizado quando não existe água disponível para alimentação,
pode ser realizado o enchimento com o esgoto bruto e deixado em repouso para
desenvolvimento da população microbiana. Nesse caso, ocorre geração de odor e
necessidade de controle.
O início de operação pode ter aspectos variados considerando o tipo de lagoa a ser
iniciado, tendo as seguintes observações:
Após ser dada a partida da operação da lagoa anaeróbia, pode-se dirigir o efluente para
a próxima lagoa com cuidado na equalização da lâmina de água e passagem lenta para a
próxima lagoa.
B. Operação
A correta operação do sistema de lagoas pode ser idealizada por meio da gestão dos
processos de limpeza do sistema de gradeamento, da caixa de areia e calha Parshall para que
não ocorra obstrução, odores e proliferação de insetos. Deve ocorrer de forma regular a
observação de aspectos apresentados pelas lagoas (com maior descrição abaixo) e
monitoramento dos parâmetros de qualidade do efluente, sendo os principais; DBO, OD,
sólidos, cor, pH, coliformes fecais, temperatura e nutrientes. Além desses parâmetros deve ser
observada a vazão e a temperatura local para controle. Outro parâmetro a ser observado para
garantir a operação é o de substâncias tóxicas, já que os microrganismos presentes são
sensíveis à presença dessas substâncias.
A operação a longo prazo deve contar com a retirada e tratamento do lodo residual que
se acumula no fundo das lagoas, esse lodo deve ser tratado para retirada de patógenos e pode
receber destinação final ou ser reutilizado para outros fins.
c) Vegetação nos taludes e/ou em contato com o efluente: Abstração da vegetação para
proteção dos taludes e desobstrução das lagoas.
e) Existência de erosão nos taludes: Identificar fator erosivo, inibir fator (se possível,
caso não seja, manter correção permanente) e corrigir erosão para impedir vazamentos
e/ou arrombamento das lagoas.
g) Estado da cerca: Deve ser observado que o cercamento esteja adequado para impedir a
entrada de animais, caso não esteja em condições adequadas deve ser realizada a
manutenção.
h) Presença de animais: Caso sejam animais de maior porte, observar as condições das
cercas e se necessitam de manutenção, caso necessite, afugentar animais e realizar
manutenção da cerca. Caso não necessite, identificar como ocorreu a entrada dos
animais para corrigir abertura e afugentá-los. Em caso de animais menores, como
pássaros e jabutis, afugentá-los de preferência encaminhando para o corpo d’água.
i) Presença de insetos: Podem ocorrer por diversas causas, dependendo da causa pode
ocorrer diferentes formas de prevenção, como aplicação de inseticida, limpeza de
material, mudança em disposição, dentre outros.
j) Odores: Deve-se observar onde está ocorrendo (sendo que dependendo da lagoa,
diferentes fatores podem gerar), identificar o motivo de geração, como acúmulo de
material nas grades, presença exacerbada de algas, falta de atividade dos ventos,
temperatura, substâncias tóxicas, má circulação do efluente, zonas mortas, sobrecarga
do esgoto, dentre outros.
VII. Referências
JORDÃO, E.P.; PESSOA, C.A. Tratamento de esgotos domésticos. 6ª ed. Rio de Janeiro:
ABES, 2011.
Memorial de Cálculo
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Lagoas com este baixo tempo de detenção devem ter a entrada de efluente pelo fundo,
em contato com o lodo sedimentado.
H 4 ,5 m
Tempo= 3 3
→
Elevaçãoanual 1, 3 m/ano
Tempo= 1,15 anos
O volume de lodo acumulado nesse tempo corresponde a ⅓ do volume útil das lagoas,
ou seja, 5.485,71 m³/3 = 1828,57 m³.
O volume do lodo deve ser removido aproximadamente a cada 1 ano, com cerca de
1828,57 m³ acumulado.
L
A=
Ls
768 Kg /d
A=
340 Kg /ha .d
A=2,25 ha ⇾ A= 22.500 m²
22.500 m²
Adotando duas lagoas, sendo a área de cada lagoa: = 11.250 m²
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H= 1,80m.
V= A.H
V= 40.500 m³
V
t=
Q
40.500 m ³
t=
4.000 m ³/d
t= 10,12 d
K = 0,35 d-1
Adota-se .θ = 1,05
Kt=K20.θ(t-20)
Kt=0,35 x .1,05(31-20)
So 192
S= = S= S= 27,15 mg/l.
1+ K . t 1+ 0 , 6.10 ,12
( So−DBO efl .)
E= .100
So
( 480−55 , 15)
E= .100
480
E= 88,51%
A área total é da ordem de 25% a 33% superior à área útil requerida. Dessa forma a
área total ocupada pelo sistema de lagoas e estruturas auxiliares é de:
30.800 m²
Área per capita = = 0,77 m²/hab.
40.000 hab .
5.107 CF/100ml no
40.000 hab. 4.000 m³/d 480mg/l 28ºC
esgoto bruto
Sabendo-se que a relação da lagoa L/B é de 2,5 em cada lagoa facultativa é igual a 2,5,
tem-se:
1 1
d= →
L/B 2 ,5
d= 0,4
(T −20) (28−20)
Kbt= K ❑b 20 × θ❑ → 0 , 26 ×1 , 07❑
Pela fórmula do fluxo disperso, sabendo-se que a detenção é de 10,12 dias, tem-se:
N=
1/ 2 d 1 /(2 × 0 ,4 )
4 ae ❑ 7 4 ×2 , 88 e❑
N ❑0 × 2 a /2 d 2 −a /2 d
→5 × 10❑ × 2 2 ,88 /(2× 0 ,4 ) 2 −
(1+a)❑ e❑ −(1−a)❑ e❑ (1+ 2 ,88)❑ e❑ −(1−2 , 88)❑ e ❑
N ❑O −N 7
5 × 10❑ −3 , 65 ×10❑
6
E= ×100 → ×100
N ❑O 5 ×10 ❑
7
E=¿ 92,7%
O regime hidráulico escolhido para uso na lagoa de maturação foi o de fluxo disperso
com chicanas.
V= t × Q→ 12 d × 4.000 m ³/d
V= 48.000 m³
V 48.000 m³
Área superficial: A= →
H 1m
A= 48.000 m²
Dimensões internas:
Comprimento: L= 219,09 m
Largura: B= 219,09 m
L 219 , 09
L/B= (n+ 1) ² → (3+1)²
B 219 , 09
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L/B= 16
Pelo fato de dividir a área interna da lagoa em 3 chicanas, a lagoa terá 4 trechos, cada
um com um comprimento de 219,09 m e uma largura de 219,09/4= 54,77 m. A lagoa pode ser
considerada como comportando-se como uma lagoa retangular, com relação L/B= 16, tendo
um comprimento total de 876,36 m e largura de 54,77 m.
V- Número de dispersão
1 1
→
d= L 16
B
d= 0,06
N=
4 ae ❑1/ 2 d 6 4 × 1 , 91e ❑1/(2 ×0 , 06)
N ❑0 × →3 , 65 ×10 ❑ ×
(1+a)❑2 e❑a /2 d −(1−a)❑2 e❑−a /2 d (1+1 , 91)❑2 e ❑1 ,91/(2 ×0 , 06)−(1−1 , 91)❑2
E=¿ 99,9%
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ANEXO
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