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2 - INTRODUÇÃO
meios pelos quais com a adição de polímeros tornam possível fazer a separação dos
sólidos contidos no lodo de fundo dos decantadores e da água de lavagem dos
filtros, possibilitando assim uma disposição final mais adequada para estes resíduos.
Para se fazer a disposição desse resíduo, correta do ponto de vista ambiental e
factível em termos econômicos, é necessário a separação água-sólido.
Segundo DHARMAPPA et al. (1997), o tratamento de lodo e disposição final
pode ser classificado em seis grandes categorias:
3 - OBJETIVOS
O lodo sendo um dos subprodutos gerado nos processos de tratamento de
água é classificado como resíduo sólido pela NBR-10004 e por ter sido durante
muito tempo retornado aos cursos d'
água sem prévio tratamento vem prejudicando
os meios aquáticos e também ao meio ambiente. Procurando atender as
necessidades de tratamento destes resíduos, faz-se necessário a investigação de
tecnologias apropriadas para este fim. Este trabalho tem por propósito o estudo da
viabilidade e da implantação de uma estação de tratamento de lodo na recuperação
do volume de água perdido nas operações comuns em ETAs e disposição final dos
resíduos sólidos gerados no sistema, através da Estação de Tratamento de Lodo
da ETA Capim Fino, buscando assim estar atendendo as determinações da
Promotoria Pública e Meio Ambiente da cidade de Piracicaba. Adicionalmente,
também faz parte dos nossos objetivos apresentar algumas informações de outros
sistemas já implantados em outras localidades sobre o tratamento de resíduos em
ETAs.
4 - METODOLOGIA
Esta pesquisa foi elaborada mediante visitas feitas à Estação de Tratamento
de Água Capim Fino por nós alunas, Fhayra e Marta, e pela Profa. Maria Aparecida,
onde tivemos acesso a informações gentilmente fornecidas pelo Tecnólogo José
Maria Sanglade Marchiori, responsável pela ETA Capim Fino, referentes aos
estudos técnicos e econômicos da viabilidade de implantação da Estação de
Tratamento do Lodo (ETL), a qual utilizará centrífuga para a desidratação mecânica
do lodo. No decorrer da elaboração desta pesquisa foram realizadas novas visitas,
onde foram tiradas fotos do prédio de instalação da ETL, e dos equipamentos já
adquiridos para a ETL. Numa segunda etapa, estivemos visitando a ETA-
Taiaçupeba, Suzano – SP, onde fomos recebidas pelo Sr. Célio Mattos,encarregado
da ETA e pelas Técnica Kátia e Química Cláudia, sendo que foram gentilmente
fornecidas informações técnicas e econômicas sobre a ETL – ETA-Taiaçupeba. Esta
ETL já se encontra em funcionamento, utilizando o filtro prensa para desidratação
mecânica do lodo. Finalmente, sabe-se que a empresa Águas de Limeira estará
recebendo o lodo da ETA-Águas de Limeira para adensamento e desidratação junto
ao esgoto da ETE-Águas de Limeira.
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5 - HISTÓRIA DO SEMAE
JAN 626 124 7,0 26 5,3 10,2 2,6 5,6 10,15 0,81 13505 628
FEV 519 116 7,0 27 6,0 10,1 2,2 5,7 11,34 0,35 13391 202
MAR 232 61 7,0 30 2,0 7,1 2,0 5,5 5,15 0,19 8610 254
ABR 163 51 7,0 30 2,8 4,8 2,3 6,0 3,39 0,07 22189 173
MAI 125 18 7,0 26 5,5 3,4 2,3 6,3 1,94 0,13 11045 112
JUN 50 9 6,8 23 5,0 3,1 2,4 6,3 1,38 0,15 8796 93
JUL 40 7 6,7 23 2,0 3,5 2,5 6,1 1,29 0,06 8089 93
AGO 42 11 6,7 25 2,8 4,0 3,1 5,4 1,43 0,09 6323 161
SET 80 25 6,6 26 4,3 4,6 3,7 4,7 2,01 0,17 5579 107
OUT 285 74 6,9 24 5,4 6,6 3,4 4,8 3,26 0,20 10168 431
NOV 199 55 6,8 24 4,7 4,6 3,0 4,1 3,21 0,14 10995 131
DEZ 710 129 6,9 20 4,0 8,5 3,0 4,85 5,77 0,21 7449 141
MIN 20 6 6,3 10 1,0 2,3 0,3 1,5 0,28 0,02 0 87
MED 256 57 6,9 25 4,1 5,9 2,7 5,4 4,19 0,21 10512 210
MAX 5000 360 7,5 43 10,0 21,4 5,0 7,7 37,60 3,95 11160 881
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A ETA Capim Fino conta desde sua reforma e ampliação com 14 (quatorze)
filtros rápidos, com área útil de filtração, por unidade, de 30,72 m2 e área total de
430,1 m2. A taxa média de filtração de projeto é de, aproximadamente, 289,7
m3/m2.dia para a primeira etapa (10 filtros) e de 310,4 m3/m2.dia para a 2ª etapa (14
filtros). Para 14 filtros e vazão de 1240 l/s esse valor é mais baixo, da ordem de
249,1 m3/m2.dia. Os filtros são de camada dupla, de antracito (faixa granulométrica =
0,70-2,00 mm; tamanho efetivo T.E.= 0,90-1,00 mm; coeficiente de uniformidade
C.U.< 1,5; coeficiente de esfericidade C.E. = 0,70; espessura da camada = 0,60 m) e
areia (faixa granulométrica = 0,42-1,41mm; tamanho efetivo T.E. =0,50; coeficiente
de uniformidade C.U.< 1,5; coeficiente de esfericidade C.E.=0,75; espessura da
camada =0,30m).
O sistema de lavagem de filtros é do tipo com ar seguido de lavagem com
água, sendo um filtro lavado a cada vez. A velocidade de lavagem é de 0,70m/min.,
equivalente a uma taxa de 1008 m3/m2d. Assim, para exemplificar, para uma
duração de 5 min., seria gerado por filtro lavado um volume de 107,5m3. No projeto
da ETL, particularmente no que se refere ao estudo da equalização de vazões e ao
dimensionamento das elevatórias, considerou-se um volume gerado em cada
lavagem de 200 m3 num tempo de 4 min. Contudo, o valor de 120 m3 para o volume
de água consumido por lavagem de cada filtro está mais próximo do consumo
recentemente medido pelo departamento de água. Para dez lavagens diárias
corresponderia, neste caso, um volume total de 1200m3, como admitido no
dimensionamento das unidades que compõem a ETL. A Figura 3 mostra a lavagem
de filtro da ETA Capim Fino.
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2. Fórmula de Cornwell
Onde:
T.S. = taxa de aplicação de sólidos secos (kg matéria seca / m3 água tratada)
SA = dosagem de sulfato de alumínio (mg/l)
T = turbidez da água bruta (UT)
A = outros aditivos como carvão e polieletrólitos (mg/l)
filtros foi observado para o polímero catiônico P1 (Stockhausen B852), tendo sido
obtidos valores de turbidez da fase líquida (centrado) de 0,33 uT e 0,53 uT para as
amostras L-07/10 e L-08/10, respectivamente, e maior teor de sólidos na fase sólida
(torta) em relação aos demais tipos. A dosagem ótima observada, em 200 rpm e
3000 rpm, variou na faixa de 3,0 mg/gSST a 5,0 mg/gSST, sendo aqui admitida em
4,0 mg/gSST com base nos valores de turbidez observados para a fase líquida
(centrado).
Os resultados favoráveis relativos à qualidade da água recuperada nas
diversas etapas de tratamento dos resíduos aqui obtidos em reatores estáticos e
equipamentos em escala de laboratório dão apenas uma indicação da eficiência a
ser obtida pelos equipamentos em escala real. A situação ideal teria sido a utilização
de equipamentos similares, em escala piloto, fornecidos pelos fabricantes. Contudo,
os ensaios aqui desenvolvidos são equivalentes àqueles que embasaram a
concepção e o projeto original do sistema de tratamento de lodo. Ressalva-se,
portanto, que a qualidade da água recuperada, principalmente nos adensadores
mecânicos e centrífuga, poderá diferir dos resultados assim obtidos, para melhor ou
pior, sendo necessária sua avaliação a posteriori para tomada de decisão quanto ao
aproveitamento ou descarte da fração recuperada em cada uma dessas unidades.
Dados dimensionais:
- Diâmetro (m) 15 15
- Área superficial (m2 ) 176,71 176,71
- Profundidade (m) 3,00 3,00
3
- Volume unitário (m ) 530,14 530,14
3
- Volume total (m ) 530,14 1060,29
Produto Químico
- dosagem (kg/ton. De sólidos seco) 5 5
- quantidade necessária(kg/dia) 60 120
Lodo espessado
- concentração de sólidos (%) 6 6
- captura de sólidos (%) 98 98
- quantidade de sólidos, SST (ton/d) 11,76 23,52
- densidade do lodo adensado (ton/m3 ) 1 1
- volume de lodo adensado (m3 /d) 196 392
Espessador mecânico
- largura de esteira (m) 2 2
- capacidade em kgSST/h (m. de largura) 150 150
- capacidade unitária (kgSSt/h) 300 300
- período de funcionamento diário(h) 20 24
- número de unidades requeridas 2,00 3,33
- número de unidades adotado 2 4
30
condicionamento do lodo, para disposição final, uma vez que não seria possível
absorver o elevado incremento de sólidos oriundos da ETA nas instalações
projetadas e dimensionadas para tratar o lodo da ETE.
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CUSTO DAS ETAPAS, R$ 393000 343000 396000 346000 340000 290000 398000 278000 590000 290000
No que diz respeito a performance dessa solução, ela permite esperar os seguintes
resultados:
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Para que a torta seja disposta em aterro municipal foi exigido que a mesma
atingisse um teor de sólidos de 65%. Devido ao atual estado da arte, os
equipamentos de desidratação disponíveis (filtro à vácuo, centrifugas, filtros de
esteira e filtro-prensa de placas) não têm autonomia para gerar uma torta com tal
teor de sólidos: dentre eles o filtro-prensa é o que gera a torta mais concentrada,
com 40% de sólidos, com adição de cal como condicionante, reduzindo-se a 30% o
teor de sólidos da torta se o condicionante utilizado for um polímero.
A secagem térmica do lodo após a desidratação mecânica embora possa
gerar uma torta com 95% em teor de sólidos, ela não proporcionaria com certeza
65% de teor de sólidos inerte na torta, salvo se a relação SST/SSV (sólidos
secos/sólidos voláteis) do lodo da ETA for igual a 65%, o que é pouco provável. A
análise desenvolvida até então deixa como única solução que atenda a demanda
para a disposição do lodo no aterro municipal a incineração. Tal procedimento torna-
se inviável devido ao custo muito elevado , e por tratar-se de uma operação
complexa e de manutenção sutil e laboriosa.
Diante de todo os argumentos destacados anteriormente, propõe-se então
que o lodo desidratado em centrífugas, com teor de sólidos entre 25% a 30%, seja
disposto na área desocupada adjacente a ETA. Considerando-se o espalhamento do
lodo em camada de 1,75m de espessura e, um tempo de estocagem estimado em 5
anos a área necessária totaliza 4,8 ha (46 m3 /d * 365 d *5 anos/1,75 m) para uma
produção média de 46 m3 /d de lodo desidratado.
É importante salientar que, após cinco anos, se as condições geotécnicas do
lodo depositado o permitirem, nova camada de 1,75 m, ou mais, poderá ser
depositada sobre a camada inicial, com prévia preparação das condições da
superfície dessa camada já depositada, aumentando assim possivelmente a vida útil
da área de depósito para pelo menos mais cinco anos.
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Vazão = 1200 m /d = 14 l/s
Carga Sólida Tot al
FI LTRO Concentração 0,3 g/l
0,36 t/d
10.1.2 - Situação 01
Ent rada da
FI LTRO EE3
ETA
10.1.3 - Situação 02
FI LTRO
CAI XA DE
RECEPÇÃO TANQUE
DECANTADOR
EE1 ADENSAMENTO
FI LTRO RECEPÇÃO
EE3
(baixa concentração)
TANQUE
6 % - 60 g/l
392 m3/d
Decantador 23,52 ton/d
13,68 ton/d SST
11 - EQUIPAMENTOS
Carga total sólidos = (3.800.000 l/d x 6 g/l) + (1.200.000 l/d x 0,3 g/l)
= 23.160.000 g/d ≅ 24.000 kg/d
Essa readequação visa dar uma melhor solução para a proposta já elaborada
no que tange às construções já existente no sistema e também ao número de
equipamentos a serem empregados no seu funcionamento.
A seguir alguns valores expressivos quanto a custo na implantação deste
sistema readequado (estudo FUNCAMP) em relação ao projeto original (Latin
Consult):
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TABELA 14 - Custos
PROJETO ORIGINAL PROJETO DE READEQUAÇÃO
(LATIN CONSULT.) (FUNCAMP)
Quant. Descrição dos Custo Quant. Custo aproximado
equipamentos aproximado (R$)
(R$)
02 centrífugas 780.000,00 01 390.000,00
Tanque de clarificação
da ALF
Filtros
EE3
×
EE1
V=1 .200 m3
V=100 m3 V=40 m3
Decantadores
→
Para
adensadores
Aterro próprio do
Descarga de SEMAE A = 8 ha
←
lodo dos decantadores
↓
Dosador de polímero p/ ALF
d=1 kg/ton ST
↑ ALF
Água recuperada no processo do
tratamento do lodo
(0,3 mg/L ALF)
≥
Dosador de polímero Adensadores
p/ adensadores
LEGENDA: d=2 kg/ton ST
← Descarga de lodo decantadores (11,8 mg/L lodo)
(de 2.300 à 3.800 m3/dia – de 26,6 à 44 L/s)
ST ≅ 0,6% (24 ton/dia Sólidos Suspensos Totais - SST)
↑ Água lavagem de filtros – ALF
3
(≅1.200 m /dia – 14 L/s) – ST ≅ 0,03% - 0,36 ton/dia ° Dosador de polímero p/
→ Sedimentos da ALF (200 m3/dia – 2,3 L/s) Água recuperada
centrífuga
↓ EE-1 (Est. Elevatória 1) recalque para os adensadores
da ETL (2.500 à 4.000 m3/dia – de 30 à 46 L/s) Reserv. água recuperada
≥ d=4 kg/ton ST
(244 mg/L)
ST de 0,6 à 1,0 % ETL
° Lodo adensado (392 m3/dia) ST≅ 5,0%
± Lodo desidratado (92 m3/dia) ST≅ 25,0%
″ Transporte em caçambas para o aterro do SEMAE
≥ Água recuperada na ETL (45,3 L/s) ±
× Água clarificada (11,7 L/s)
Centrífuga
″
∝ EE-3 (Est. Elevatória 3)
recalque da água recuperada para ETA (57 L/s)
Lodo desidratado
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13 – OUTROS CASOS
Esta estação, construída de forma modular, será ampliada para tratar uma
vazão de 15 m3 /s , capacidade máxima a ser tratada. A seguir alguns dados
gerados no tratamento de água da ETA Taiaçupeba:
- volume tratado = 884.631 m3 ,
- volume captado = 878.556 m3 ,
- volume aduzido real = 764.100 m3 ,
- volume aduzido estimado = 875.274 m3 ,
- volume recuperado = 6.075 m3 ,
- volume gasto = 9.357 m3 ,
- volume de descarga de lodo = 2.241 m3 ,
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14 - CONCLUSÕES
Recomendações
15 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS