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3.

Estação de Tratamento de Águas


Residuais

ERNA | 4º ano 2013


 Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR)

 É uma infraestrutura que trata as águas residuais de


origem doméstica e/ou industrial, vulgarmente
chamadas de esgotos sanitários ou despejos industriais,
para depois serem escoadas para o mar ou rio com um
nível de poluição aceitável através de um emissário,
conforme a legislação vigente para o meio ambiente
receptor.
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 Uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR)
é certamente o destino mais adequado para as águas
para a promoção da saúde pública e à preservação dos
recursos hídricos, de modo a evitar a sua contaminação.

As ETAR têm como


objectivo o tratamento final
das águas residuais
produzidas pelas
populações, permitindo
uma possível reutilização
destas, através de um
processo longo e faseado.
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 O tratamento de águas residuais apresenta duas fases distintas de
tratamento:

 Tratamento da fase líquida, o tratamento da água residual de forma


a cumprir as condições exigidas na licença de descarga, para
posterior rejeição no meio receptor;
 Tratamento da fase sólida, em que é dado tratamento adequado
aos sólidos removidos da água residual na fase líquida.

Complementarmente,
 Tratamento dos odores resultantes da degradação da matéria
orgânica existente nas águas residuais, e que é removida ao longo
do processo de tratamento das ETAR.
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 Escolha do Sistema de Tratamento
 A escolha de um sistema de tratamento é determinada
por vários factores:
• Características quantitativas e qualitativas das águas
residuais,
• Localização do sistema e
• Objectivos de qualidade que se pretendem – imposição
do grau de tratamento.

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Tratamento da Fase líquida

 Tratamento da Fase líquida


 Existem quatro fases de tratamento de águas residuais
numa ETAR:
• tratamento preliminar,
• Tratamento primário,
• Tratamento secundário e
• Tratamento terciário ou de afinação.

 De forma a assegurar os objectivos de descarga


necessários, existem várias tecnologias e processos
disponíveis.
 É ao nível do tratamento secundário que existe uma maior
variedade de tecnologias que mais influenciam a
configuração da ETAR
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Nivel de Tratamento Descrição
Pré-Tratamento Remoção dos constituintes das águas residuais tais como:
galhos, sólidos flutuantes, gravilha e gorduras, que possam
causar problemas operacionais ou danificar as operações de
tratamento, processos ou outros sistemas a jusante.
Primário Remoção de uma parte dos sólidos suspensos e matéria
orgânica
Primário Avançado Remoção avançada de sólidos suspensos e de matéria orgânica.
Por norma acompanhado de adições químicas ou filtração
Secundário Remoção de matéria orgânica biodegradável (em solução ou
suspensão) e de sólidos suspensos. A desinfeção também
usualmente incluída neste passo.
Secundário com Remoção de orgânicos biodegradáveis, sólidos suspensos e
remoção de nutrientes nutrientes (azoto, fosforo)
Terciário Remoção de sólidos suspensos residuais (após tratamento
secundário) normalmente por filtração granular média ou
microfiltração. Desinfeção é também uma parte do tratamento
terciário. A remoção de nutrientes é também muitas vezes
incluída neste passo.
Avançado Remoção de materiais residuais suspensos ou dissolvidos apos
tratamento biológico normal e quando requerida para varias
aplicações de reutilização da agua. 7
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 O tratamento terciário torna-se indispensável no caso
do meio receptor onde é efectuada a descarga de água
residual tratada ser um meio sensível, isto é, sujeito a
eutrofização (enriquecimento excessivo de algas devido
à introdução de nutrientes - azoto e fósforo -
provenientes da água residual), necessitando então que
seja efectuada a remoção de nutrientes da água
residual.

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 Tratamentos
• Preliminar – gradagem, remoção de contaminantes
sólidos que podem danificar os equipamentos a jusante
• Primário – remoção dos sólidos suspensos, e de parte da
matéria orgânica (redução do BOD)
• Secundário convencional – remoção de biodegradáveis e
desinfecção
• Terciário
 Remoção ou controlo de nutrientes
 Redução dos riscos de eutrofização em corpos de água fechados e
contaminação de aquíferos
 Tratamento avançado – nutrientes, compostos tóxicos, sólidos
suspensos e matéria orgânica
 Tratamento de produtos tóxicos/ remoção de poluentes específicos
• Tratamento das lamas 10
 Pré tratamento
• No primeiro conjunto de tratamentos, designado por pré-tratamento
ou tratamento preliminar, o esgoto é sujeito aos processos de:
• separação dos sólidos mais grosseiros tais como a gradagem
que pode ser composto por grades grosseiras, grades finas e/ou
peneiras rotativas,
• o desarenamento nas caixas de areia e
• o desengorduramento nas chamadas caixas de gordura ou em
pré-decantadores.

• Nesta fase, o esgoto é, desta forma, preparado para


as fases de tratamento subsequentes, podendo ser
sujeito a um pré-arejamento e a uma equalização
tanto de caudais como de cargas poluentes ou
resíduos.

Exemplo de grade mecânica


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 Tratamento Primário
• Apesar do esgoto apresentar um aspecto ligeiramente mais razoável
após a fase de pré-tratamento, possui ainda praticamente inalteradas
as suas características poluidoras.
• Segue-se, pois, o tratamento propriamente dito.
• A primeira fase de tratamento é designada por tratamento primário,
onde a matéria poluente é separada da água por sedimentação nos
sedimentadores primários.
• Este processo exclusivamente de ação física pode, em alguns
casos, ser ajudado pela adição de agentes químicos que através de
uma coagulação/floculação possibilitam a obtenção de flocos de
matéria poluente de maiores dimensões e assim mais facilmente
decantáveis.

Exemplo de decantador primário


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 Tratamento Primário
• Após o tratamento primário, a matéria poluente que
permanece na água é de reduzidas dimensões,
normalmente constituída por colóides, não sendo por
isso passível de ser removida por processos
exclusivamente físico-químicos.
• A eficiência de um tratamento primário pode chegar a
60% ou mais dependendo do tipo de tratamento e da
operação da ETAR.

Exemplo de decantador primário 13


 Tratamento Secundário
• Segue-se, pois, o chamado processo de tratamento secundário,
geralmente consistindo num processo biológico, do tipo lodo
ativado ou do tipo filtro biológico, onde a matéria orgânica
(poluente) é consumida por microorganismos nos chamados
reatores biológicos.
• Estes reatores são normalmente constituídos por tanques com
grande quantidade de microorganismos aeróbios, havendo por
isso a necessidade de promover o seu arejamento.

Tanque arejamento
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 Tratamento Secundário
• O esgoto saído do reator biológico contem uma grande quantidade
de microorganismos, sendo muito reduzida a matéria orgânica
remanescente.
• A eficiência de um tratamento secundário pode chegar a 95% ou
mais dependendo da operação da ETAR. Os microorganismos
sofrem posteriormente um processo de sedimentação nos
designados sedimentadores (decantadores) secundários.

Tanque arejamento

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 Tratamento Secundário
• Contrastando com os antecedentes, o tratamento secundário tem à
sua disposição várias tecnologias que funcionam sobre princípios
semelhantes, destacando-se
• os sistemas aeróbios intensivos, quer por biomassa suspensa
(microrganismos) (lamas activadas), quer por biomassa fixa (leitos
percoladores e biodiscos ou discos biológicos),
• e os sistemas aquáticos por biomassa suspensa – lagunagem.

• Finalizado o tratamento secundário, as águas


residuais tratadas apresentam um reduzido
nível de poluição por matéria orgânica,
podendo na maioria dos casos, serem
despejadas no meio ambiente receptor.

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 Tratamento Terciário
• Normalmente antes do lançamento final no corpo receptor, é
necessário proceder à desinfecção das águas residuais
tratadas para a remoção dos organismos patogênicos ou, em
casos especiais, à remoção de determinados nutrientes, como
o nitrogênio (azoto) e o fósforo, que podem potenciar,
isoladamente e/ou em conjunto, a eutrofização das águas
receptoras.

Exemplo de sistema de tratamento por osmose inversa

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 Tratamento Terciário
• A opção de tratamento terciário, em que as águas
residuais sofrem um tratamento de desinfecção e
controlo de nutrientes.
• Entre as opções de desinfecção, aplicadas
principalmente quando se pretende a reutilização das
águas residuais, contam-se geralmente três tecnologias
básicas:
 cloro,
 ozono e
 canal de ultravioletas (U.V.).

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 Remoção de nutrientes
• Águas residuais podem conter altos níveis de nutrientes como azoto
e fósforo.
• A emissão em excesso destes pode levar à acumulação de
nutrientes, fenomeno chamado de eutrofização, que encoraja o
crescimento excessivo (chamado bloom) de algas e cianobactérias
(algas azuis).
• A maior parte destas algas acaba por morrer, porém a decomposição
das mesmas por bactérias remove oxigênio da água e a maioria dos
peixes morrem.
• Além disso, algumas espécies de algas produzem toxinas que
contaminam as fontes de água potável (as chamadas cianotoxinas).

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 Processos para remoção de Azoto e fósforo:
• A Desnitrificação requer condições anaeróbias(ausência de oxigênio)
para que as comunidades biológicas apropriadas se formem. A
desnitrificação é facilitada por um grande número de bactérias.
Métodos de filtragem em areia, lagoa de polimento, etc. pode reduzir
a quantidade de azoto. O sistema de lodo ativado, se bem projetado,
também pode reduzir significante parte do azoto.

• A Remoção de fósforo, que pode ser feita por precipitação química,


geralmente com sais de ferro (ex. cloreto férrico) ou alumínio (ex.
sulfato de alumínio). O lodo químico resultante é difícil de tratar e o
uso dos produtos químicos torna-se caro. Apesar disso, a remoção
química de fósforo requer equipamentos muito menores que os
usados por remoção biológica.

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 Desinfecção Exemplo de sistema de desinfecção por UV

• A desinfecção das águas residuais tratadas objetiva a


remoção dos organismos patogênicos. O método de
cloração também tem contribuído significativamente na
redução de odores em estações de tratamento de
esgoto. Revelou-se entre os processos artificiais o de
menor custo e de elevado grau de eficiência em
relação a outros processos como a ozonização que é
bastante dispendiosa e a radiação ultra-violeta que não é
aplicável a qualquer situação.

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 Desinfecção
• A cloragem é o sistema de desinfecção mais vulgar, sendo também o
mais económico.
• Implacável com as bactérias, este método é, porém, bastante ineficaz
na eliminação dos vírus e os resíduos da cloragem permanecem na
corrente filtrada, com graves inconvenientes ambientais e de saúde
pública.
• Semelhantes desvantagens, embora a uma escala menor, apresenta a
desinfecção por ozono, mais onerosa que a cloragem. O ozono não
se mantém muito tempo na água, no entanto, formam-se no processo
subprodutos contaminantes que se mantêm na água tratada.
• Finalmente, o sistema de desinfecção por ultravioletas, igualmente
mais oneroso que a cloragem, é uma tecnologia mais recente que não
produz quaisquer resíduos tóxicos e obtém óptimos resultados na
destruição de vírus e bactérias, apresentando-se a solução mais
adequada para um tratamento terciário.
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 A concepção de novas instalações de tratamento de águas residuais deve
incluir processos de remoção de nutrientes, sendo esta necessidade
imposta quer por uma questão de ética ambiental, quer pelo facto de a
legislação em vigor assim o exigir, quer ainda pela tecnologia e o “know-
how” para a concretização se encontrar disponível.

 As técnicas disponíveis permitem reutilizar


com toda a segurança a água tratada para
diversos fins (como por exemplo, a rega) –
assim haja verbas e vontade política para
estender a todo o território (nacional e global)
um eficaz sistema de recolha e tratamento
(preliminar, primário, secundário e terciário)
da água, que o Homem recolhe pura da
Natureza e a Ela deve devolver... pura.

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 Pequeno
filme sobre o funcionamento de
uma ETAR

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