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Onde:
D: Débito (m3/s);
A: Área da secção do leito (m2);
V: Velocidade média (m/s);
L: Largura (m);
P: Profundidade (m).
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11/2/21, 12:39 PM AJF: CAPÍTULO –V- ACÇÃO GEOLÓGICA DOS RIOS
A forma do canal em secção transversal determina
a quantidade
de água em contacto com o canal e por isso afecta a fricção.
Os canais
mais eficientes são os de menor perímetro da área
da secção do leito. O débito é a
quantidade de água fluindo
por um certo ponto em certa unidade de tempo.
A erosão e sedimentação nos rios é condicionada
principalmente pela velocidade das águas e pela competência.
A velocidade depende, fundamentalmente
do declive, da forma e
constituição do leito e, normalmente é maior no centro
do que
nas margens e à superfície do que em profundidade. O declive
pode ser
modificado quer pela sedimentação, quer pela erosão
provocada pelo próprio rio.
Uma elevação do nível superior do
rio pode provocar uma variação do declive
que, originado um
aumento da velocidade tem por consequência um agravamento da
erosão.
Outro factor que condiciona a velocidade da
corrente, para um
mesmo débito, é a área do leito e a sua constituição. Quando
o leito é estrito, a velocidade é maior. Se o leito é largo,
a velocidade é
menor. Se apresentar detritos grosseiros, a
velocidade da água pode diminuir
devido ao atrito e ao
aumento da turbulência junto ao fundo do leito.
A competência do rio, quantidade de
sedimentos transportados
por unidade de volume, contribui para a função erosiva
do
rio. Quanto maior for a carga sedimentar transportada, maior
será a sua
capacidade erosiva.
V.4. SEDIMENTAÇÃO
DOS MATERIAIS
Os detritos depositados pelos rios,
vulgarmente areia e
cascalho, constituem bancos ou barras de canal, que são
amontoados de sedimentos, ao longo do leito.
A sedimentação ocorre quando o declive e a
velocidade
diminuem e varia na razão directa da densidade dos detritos.
As
partículas em suspensão e as dissolvidas são as que se
mantêm mais tempo por
sedimentar.
Um aumento da capacidade do rio pode permitir
que os bancos
anteriormente existentes sejam erodidos e se formem novos
bancos
que aparecem separados por canais.
V.5. MEANDROS
A simultânea erosão na parte côncava de uma
curva de um rio e
a sedimentação na parte convexa da mesma leva à formação de
meandros.
Os meandros podem ser alterados devido à
modificação da acção
erosiva da corrente. Particularmente durante as cheias, o
rio
pode formar braços mortos (Fig.V.2.).
Fig.V.2.Meandros
e braços mortos.
Os velhos meandros podem ser abandonados
devido a formação de
sedimentos que os separam do braço principal do rio. O
meandro abandonado denomina-se lago em ferradura. Com o tempo
esse lago
pode ser preenchido por sedimentos e vegetação.
Geralmente consideram-se dois tipos de
meandros:
Ø
Divergentes: são aqueles que se encontram nas
grandes
planícies, onde divagam (percorrem), alterando o seu
trajecto, aumentando
algumas curvas e abandonando outras;
Ø
Encaixados ou de vale: O traçado é condicionado pela
morfologia do terreno.
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corrente desde a área da nascente (denominada de cabeceira)
até a foz (desembocadura).
O nível de base é definido como a menor elevação na qual o
rio pode erodir o seu canal. Essencialmente é o nível no qual
a desembocadura do rio entra no oceano, num lago, ou noutra
corrente.
O nível de base é importante pelo facto de a maior parte dos
perfis dos rios terem gradiente baixo próximo das suas
desembocaduras, devido ao facto do rio estar a se aproximar à
elevação abaixo da qual eles não poderão erodir o seu leito.
Um grande rio que desagua no mar tem no nível médio das águas
do mar o seu nível de base, em função do qual regula o seu
perfil.
Pelo facto de este nível condicionar toda a rede fluvial dos
continentes chama-se nível de base geral. O ponto de
confluência de dois cursos de água funciona para o afluente
como nível de base local. Acidentes, como barragens, naturais
ou artificiais, são responsáveis pelo mesmo efeito
regularizador dos troços que ficam a montante do nível de
base.
O perfil longitudinal do rio também estabelece o seu estádio
de evolução. À medida que o rio se vai aproximando do seu
perfil de equilíbrio, a erosão vertical ou escavamento do
leito vai diminuindo, dando lugar a um alargamento do rio e a
um aumento da sedimentação.
A regularização do perfil faz-se da foz (jusante) para a
nascente (montante). As irregularidades vão desaparecendo, os
rápidos recuando, o mesmo sucedendo às cabeceiras, que vão
penetrando na montanha. Esta progressão da erosão no sentido
contrário ao da corrente é denominada erosão regressiva.
Em geral, um curso de água inicialmente percorre um vale cujo
talvegue (zona mais profunda do leito) tem um perfil
longitudinal e muito irregular, com variações mais ou menos
bruscas de declive.
Essas variações podem constituir rápidos, quando há um
aumento brusco de declive ou quedas de água, cascatas ou
cataratas, quando ocorrem grandes desnivelamentos.
Após evolução mais ou menos prolongada e desde que o seu
nível de base se mantenha o tempo necessário, o rio acabará
por regularizar o seu perfil, atingindo o perfil de
equilíbrio (Fig.V.3), ou seja quando desaparecem todas as
irregularidades e o trabalho erosivo praticamente não existe.
Fig.V.3.Relação entre o perfil de equilíbrio do rio e o nível de
base.
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pode variar por uma descida ou subida do nível do mar, por
alterações climatéricas significativas ou por elevação dos
vales fluviais.
Nestas circunstâncias, toda a actividade fluvial rejuvenesce.
Os primeiros efeitos verificam-se junto à foz: aumenta o
declive e a erosão regressiva acabará por atingir toda a rede
fluvial, procurando restabelecer o anterior perfil de
equilíbrio.
As vertentes voltarão a recuar e aparecem novas planícies
aluviais. Nas planícies aluviais, o rio, por erosão, cava um
novo leito, provocando a formação de degraus ou terraços
fluviais.
A continuação da evolução fluvial pode criar novas planícies
aluviais a níveis inferiores. Esta repetição é a causa da
existência de vários níveis de terraços fluviais. Os rios
terminam no mar de formas diversas tais como: Estuários e
Deltas.
Os estuários constituem o troço final dos rios sujeitos a
acções continentais e marinhas. Em consequência, a
sedimentação é determinada pela inversão do sentido das
marés, duas vezes por dia, de que resulta a alternância de
fenómenos de erosão e sedimentação.
Os estuários podem produzir a acumulação da areia ligada à
faixa litoral por uma das extremidades e com a outra livre
formam uma restinga ou cabedelo. Por vezes, os sedimentos
aluviais formam cordões litorais denominados barras ou
lombas, que fecham lagunas que acabam por ser assoreadas ou
então fazem a ligação entre uma praia e uma ilha,
constituindo um tômbolo.
A formação de deltas na foz dos rios reflecte-se em diversos
aspectos da acumulação dos depósitos sedimentares (Fig.V.4).
Em geral, a sedimentação é intensa e pressupõe uma
estabilidade relativa do litoral.
Muitos deltas são caracterizados pela existência de numerosos
canais, através dos quais os sedimentos aluviais são
distribuídos.
Os depósitos fluviais têm uma grande importância do ponto de
vista socioeconómico de qualquer país. Muitas planícies de
inundação contêm meandros abandonados e lagos com depósitos
de material argiloso e matéria orgânica, estes últimos dando
origem às turfeiras. A sedimentação nestas zonas é muito
importante para a humanidade, devido à fertilidade dos
sedimentos depositados por rios que a produção de algumas
culturas.
Os rios são vias de ligação e transporte entre várias
localidades. Fornecem alguns alimentos ao homem. Em alguns
rios são encontrados minerais de especial valor económico
como ouro, diamante e cassiterite, os quais são transportados
e depositados com areias e seixos.
Fig.V.4. Delta do rio Niger.
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