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GEOLOGIA

AULA 08 – AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO E


ROCHAS SEDIMENTARES
PROF. DR. ANDRÉ HENRIQUE BEZERRA DOS SANTOS
CICLO DAS ROCHAS
Três tipos de rochas: Rochas sedimentares
- Ígneas ou magmáticas são produzidas pela
- Metamórficas dinâmica externa da
- Sedimentares Terra!
CICLO SEDIMENTAR
1) Intemperismo (meteorização)
2) Erosão
3) Transporte
4) Deposição
5) Litificação
AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO
AMBIENTES FLUVIAIS – BACIAS HIDROGRÁFICAS

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/bacias-hidrograficas.htm
Rios são componentes das bacias
Divisor de águas
hidrográficas.
Bacias hidrográficas são extensões de
terra drenadas por um rio principal.
Bacias hidrográficas podem ser:
- endorreicas: terminam dentro do
continente;
Afluentes
- exorreicas: desaguam no mar;
- arreicas: sem drenagem organizada;
- criptorreitas: fluxo subterrâneo é
predominante.
Exutório
AMBIENTES FLUVIAIS – REGIME FLUVIAL E VAZÃO

O volume de água escoada em determinado


canal varia no decorrer do tempo em função de:
- regime de precipitação,
- condições de infiltração,
- drenagem subterrânea etc.
Essa variação do nível das águas fluviais no
decorrer do ano corresponde ao regime http://professor.bio.br/

fluvial, e o volume de água, medido em metros


cúbicos por segundo (m³/s), é o débito, vazão
ou módulo fluvial.
PROCESSOS FLUVIAIS – EROSÃO FLUVIAL

Dentro do ambiente fluvial, ocorre erosão


por:
 Corrosão – reação química entre a
água e as rochas superficiais que com
ela estão em contato.
 Corrasão – desgaste pelo atrito
mecânico, geralmente pelo impacto das
partículas carregadas pela água:
polimento.
 Cavitação, variação de pressão sobre
as paredes do canal facilita a
fragmentação das rochas.
https://www.i-study.co.uk/Students/IB_Freshwater_SoW.html
PROCESSOS FLUVIAIS – TRANSPORTE FLUVIAL

O ambiente fluvial também promove o transporte de sedimentos, graças à


turbulência do fluxo das águas correntes. Jornal O Município

Christopherson (2013)
PROCESSOS FLUVIAIS – DEPOSIÇÃO FLUVIAL

Planície de inundação
AMBIENTES FLUVIAIS – ANÁLISE DE FÁCIES

Ambientes fluviais produzem depósitos aluviais.


Conceito de fácies: conjunto de características descritivas de um corpo
sedimentar que permitem interpretá-lo como o produto de um determinado tipo
de processo.
Ferramenta para reconstruir ambientes fluviais pretéritos.
Sistema de códigos de Andrew Miall:

Litofácies Classificação litológica Algumas Interpretações

G (Gms, Conglomerados (cascalhos) associados a Fluxos de detritos, barras longitudinais,


Gm, Gt, Gp) areias. preenchimento de canais, barras linguóides.
S (St, Sp, Sr, Arenitos (areias), podendo conter cascalhos. Dunas, ondulações, barras linguóides, fluxo
Sh, Sl, Se, Ss) acamado planar, preenchimento de sulcos.
F (Fl, Fsc, Pelitos (finos – argilas e siltes), podendo ser Transbordamento, áreas pantanosas de
Fcf, Fm, Fr) associados a areias. planícies de inundação.
C Carvão ou pelitos carbonosos Depósitos de pântano

P Carbonatos (calcretes) Solos.


AMBIENTES FLUVIAIS – MODELOS DEPOSICIONAIS

SISTEMAS DE LEQUES ALUVIAIS


Feições distributárias do sistema fluvial.
Grande quantidade de canais abandonados.

Áridos (Califórnia) “Sobre Geologia” Úmidos (Pantanal)


AMBIENTES FLUVIAIS – MODELOS DEPOSICIONAIS

SISTEMAS FLUVIAIS ENTRELAÇADOS


Amplo predomínio da carga de fundo de granulação grossa.

systems
https://www.slideshare.net/wwlittle/braided-fluvial-
Grande razão largura/profundidade. Muitas ilhas.

rio Waimakariri, Nova Zelândia. Depósito cascalhoso associado a


rápida deposição em rio entrelaçado
AMBIENTES FLUVIAIS – MODELOS DEPOSICIONAIS

SISTEMAS FLUVIAIS MEANDRANTES


Canais de alta sinuosidade e poucas ilhas.
Baixa razão largura/profundidade.
Diferentes tipos de depósitos: barras de meandro (areias), diques (areias), planície
de inundação (finos)

Igeológico

Depósito arenoso de rio meandrante.


Notar estratificação cruzada.
RIOS MEANDRANTES

Durkin et al. (2016)


AMBIENTES FLUVIAIS – MODELOS DEPOSICIONAIS

SISTEMAS FLUVIAIS ANASTOMOSADOS


Complexo de canais de baixa energia, interconectados, desenvolvidos em regiões
úmidas e alagadas.
Frequentes transbordamentos: deposição de siltes e argilas.
Podem desenvolver extensas turfeiras em áreas pantanosas.

Depósito de rio anastomosado, com


importante presença de matéria
Rio Lena, Rússia orgânica (peat) e lama (mud).
AMBIENTES GLACIAIS – AS GELEIRAS

Geleiras são massas continentais de gelo de limites definidos.


Balanço de massa: possuem uma zona de acumulação e uma zona de ablação.
Geleiras fluem devido à gravidade.
Christopherson (2013)
Três mecanismos de fluxos:
a) Deformação interna;
b) Deslizamento basal;
c) Deformação do substrato.
PROCESSOS GLACIAIS – EROSÃO GLACIAL

Processos erosivos ocorrem sob as


grandes massas de gelo – difícil observação.
Erosão por: abrasão, remoção e ação da
água de degelo.
Exemplo de feição de erosão glacial: estria
glacial.

Estrias glaciais de Witmarsun, PR.

Christopherson (2013)
AMBIENTES GLACIAIS – DEPÓSITOS GLACIAIS
Till – depósito formado diretamente por geleiras. (Tilito é o equivalente litificado)
Nome não genético: diamicto – sedimentos mal selecionados (diamictito – rocha).
Morenas glaciais – formas mais características de depósitos glaciais formados ao lado
de geleiras.
https://www.flickr.com/photos/jsjgeology/30696884644 http://www.geo.mtu.edu/

Depósito de till pleistocênico nos EUA. Morena terminal no Canadá.


AMBIENTES GLACIAIS – DEPÓSITOS GLACIAIS

Parque do Varvito – Itu


Registro de ambiente glácio-lacustre
paleozóico.
AMBIENTES GLACIAIS – DEPÓSITOS GLACIAIS
AMBIENTES GLACIAIS - GLACIAÇÕES
Glaciações Pleistocênicas
Glaciação Paleozóica
AMBIENTES GLACIAIS - GLACIAÇÕES
CICLO DE MILANKOVICTH
Ação conjunta desses ritmos orbitais produz variações
cíclicas na intensidade e distribuição sazonal da radiação https://medium.com/
solar recebida pela Terra)
PROCESSOS EÓLICOS – AMBIENTES ÁRIDOS OU COSTEIROS
http://camposedeserto.blogspot.com/
https://brainly.com.br/
PROCESSOS EÓLICOS – REGIÕES ARENOSAS
Regiões arenosas do mundo
PROCESSOS EÓLICOS – EROSÃO EÓLICA

Deflação – remoção de areia e poeira da superfície pode formar depressões no deserto e o pavimento desértico.
Abrasão – “jateamento e polimento com areia” – produz superfícies polidas, como ventifactos.

Wikimedia https://www.100cia.site/

Pavimento desértico, resultado de deflação. Ventifacto, produzido por abrasão.


PROCESSOS EÓLICOS – TRANSPORTE EÓLICO

O ambiente árido promove o transporte de


sedimentos por processos eólicos.
PROCESSOS EÓLICOS – EROSÃO EÓLICA

Yardangs – feições produzidas por abrasão eólica:


colisão com areias em saltação.

https://br.pinterest.com/pin/552957660471139105/
PROCESSOS EÓLICOS – SEDIMENTAÇÃO EÓLICA
Dunas – forma característica de deposição de sedimentos eólicos atuais.
Paleodunas são reconhecíveis devido à sua estratificação cruzada.
PROCESSOS EÓLICOS – SEDIMENTAÇÃO EÓLICA
Loess – sedimentos muito finos (silte e
argila), homogêneos e friáveis, comumente
amarelados.
Diversidade de minerais (quartzo, feldspato,
anfibólio, mica, argila) sugere proveniência
de ambientes de baixo intemperismo
químico.
Parte deles provém da ação erosiva glacial.

http://www.goldenhillsrcd.org/
AMBIENTES MARINHOS – COMPARTIMENTAÇÃO
Cerca de 70% da superfície terrestre é coberta por oceanos.
Há uma diversidade de ambientes submarinos, propiciados especialmente pela atividade tectônica.

https://www.infoescola.com/
AMBIENTES MARINHOS – CIRCULAÇÃO OCEÂNICA
Circulação termohalina
Induzida por variações de densidade em função de
temperatura e salinidade.
Pode induzir alguma redistribuição de sedimentos.

https://www.batepapocomnetuno.com/post/
SEDIMENTOS MARINHOS
Neríticos – relacionados à Plataforma
Continental. Predominam partículas terrígenas.
SEDIMENTOS MARINHOS
Pelágicos – relacionados aos ambientes oceânicos abertos.
Grande produtividade biológica produz depósitos
de sedimentos biogênicos: lodos calcários
(foraminíferos) ou silicosos (diatomáceas ou
radiolários).

ooze = lodo
AMBIENTES MARINHOS – TRANSGRESSÕES E REGRESSÕES
Nível do mar oscila principalmente devido a: Transgressões marinhas no Brasil
- glacio-eustasia;

Fonte: Geologia do Continente Sul-Americano


- tectono-eustasia.
Aumento do nível do mar – transgressão.
Diminuição do nível do mar – regressão.
TRANSFORMANDO SEDIMENTOS EM ROCHAS
Após a deposição, o material sedimentar passa a ser submetido a soterramento.
A diagênese é o nome dado ao conjunto de processos que ocorrem na litificação de sedimentos.
Etapas da diagênese: compactação, dissolução, cimentação, recristalização diagenética.
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES
ROCHAS SEDIMENTARES CLÁSTICAS
Designação do sedimento Rocha consolidada
Cascalhos de elementos angulosos Brecha
Cascalhos de elementos redondos Conglomerado
Areia Arenito
Silte Siltito
Brecha Conglomerado
Argila Argilito

Arenito Siltito
Argilito
ROCHAS SEDIMENTARES QUÍMICAS
https://pt.slideshare.net/sandranascimento
370/x-rochas-sedimentares
Gesso

(sulfato de cálcio
hidratado) Sal-gema
Calcários
ROCHAS SEDIMENTARES BIOGÊNICAS

Calcários com muitas


Fossilização de corais Restos vegetais
conchas fossilizadas

Calcário recifal Calcário conquífero Carvão


CICLO DAS ROCHAS - FINALIZAÇÃO
Três tipos de rochas:
- Ígneas ou magmáticas – plutônicas e vulcânicas;
ácidas, intermediárias e básicas.
- Metamórficas – foliadas e não foliadas.
- Sedimentares – clásticas, químicas e biogênicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 GROTZINGER, J.; JORDAN, T. Para Entender a Terra. Porto


Alegre: Bookman, 2013.
 TEIXEIRA, W., TOLEDO, M. C. M.; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F.
Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.

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